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discutir os principais problemas e de formar parcerias e compromissos para encontrar
soluções a curto, médio e longos prazos. O enfoque da Agenda não está restrito às
questões ambientais, porque rompe com todo o planejamento desenvolvido há décadas,
que privilegiava apenas o ponto de vista econômico das decisões políticas. Ela também
considera estratégias para a geração de emprego e de renda, a diminuição de
disparidades regionais, as mudanças nos padrões de consumo e produção, a construção
de cidades sustentáveis e a adoção de novos modelos de gestão (SOCIEDADE
BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, SBPC/ LABJOR, 2002).
O capítulo 4 da Agenda 21 apresenta uma verdadeira pauta de ações a serem
atendidas mundialmente no que se refere ao tema:
“4.20. O recente surgimento, em muitos países, de um público consumidor
mais consciente do ponto de vista ecológico, associado a um maior interesse,
por parte de algumas indústrias, em fornecer bens de consumo mais
saudáveis ambientalmente, constitui acontecimento significativo que deve ser
estimulado. Os Governos e as organizações internacionais, juntamente com o
setor privado, devem desenvolver critérios e metodologias de avaliação dos
impactos sobre o meio ambiente e das exigências de recursos durante a
totalidade dos processos e ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos. Os
resultados de tal avaliação devem ser transformados em indicadores claros
para informação dos consumidores e das pessoas em posição de tomar
decisões”.
4.21. “Os Governos, em cooperação com a indústria e outros grupos
pertinentes, devem estimular a expansão da rotulagem com indicações
ecológicas e outros programas de informação sobre produtos relacionados ao
meio ambiente, a fim de auxiliar os consumidores a fazer opções
informadas”.
4.22. “Além disso, os Governos também devem estimular o surgimento de
um público consumidor informado e auxiliar, indivíduos e famílias, a fazer
opções ambientalmente informadas das seguintes maneiras:
Com a oferta de informações sobre as conseqüências das opções e
comportamentos de consumo, de modo a estimular a demanda e o uso de
produtos ambientalmente saudáveis;
Com a conscientização dos consumidores acerca do impacto dos produtos
sobre a saúde e o meio ambiente por meio de uma legislação que proteja o
consumidor e de uma rotulagem com indicações ecológicas;
Com o estímulo a determinados programas expressamente voltados para os
interesses do consumidor, como a reciclagem e sistemas de depósito/
restituição”.
O desenvolvimento sustentável implica na criação de novos valores,
mudanças na cultura e impõe, ao indivíduo e às organizações, atitudes, a partir da idéia
do consumo responsável, evitando-se o desperdício, promovendo o reuso, a reciclagem
de resíduos e produtos, permitindo uma sintonia entre Meio Ambiente e
desenvolvimento econômico.