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2.5 CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO E O PAPEL DO PROFESSOR
Desde muito pequenas, as crianças têm idéias, opiniões e conceitos
baseados em suas experiências e nessas idéias existe lógica interna, constância e
regularidades. Inicialmente, a criança para se expressar e comunicar utiliza formas
sensório-motoras, ou seja, ela conhece os objetos através de sua ação sobre eles:
toca e pega, leva-os à boca, cheira, aperta, morde etc. Através desta exploração, a
criança faz uma leitura destes objetos.
Na medida em que pega um objeto, descobrem que alguns são moles,
outros duros, alguns ásperos, outros lisos. Quando prova, descobre que uns têm
sabor doce, outros têm sabor amargo etc. Porém, a criança só consegue expressar
estas descobertas através da expressão corporal (gesto, choro, riso etc.), já que
ainda não fala e suas formas de comunicação são muito primitivas.
Na medida em que se desenvolve biologicamente e que amplia suas
experiências e contatos com o mundo, estas formas vão evoluindo e a criança passa
a utilizar formas simbólicas. Isto é, ela adquire a capacidade de representar o mundo
que a cerca, utilizando-se de símbolos, como: linguagem, imitação, desenho,
dramatização, dança, modelagem e outros. Portanto, a criança não apenas conhece
e explora o mundo, mas se torna capaz de comunicar o que vê, sente e percebe,
através destas formas simbólicas.
Desde o início, a criança, ao ter contato com o mundo, faz uma leitura deste
e, assim, está em processo de alfabetização. Para entendermos como a criança
chega à aquisição e ao domínio da leitura e da escrita, é importante
compreendermos como se dá o processo de aprendizagem.
Existem duas concepções de aprendizagem, a partir de diferentes visões
acerca da criança. Uma visão é a de que a criança é agente passivo, isto é, ele
apenas recebe e acumula informações previamente estabelecidas pelo professor,
que se considera detentor do saber.
Neste sentido, a aprendizagem é entendida enquanto memorização e
reprodução mecânica desses conhecimentos. A visão que se contrapõe a esta é a
de que a criança é um agente ativo e, por esta razão, constrói o seu próprio
conhecimento, a partir da exploração do mundo que o cerca, formulando hipóteses
explicativas dos fenômenos que observa. Nessa concepção, o processo de