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Em Mato Grosso, as primeiras linhas de um plano de reforma demoraram a chegar
porque envolviam elementos como densidade demográfica, fixação do homem no campo,
estradas, fomento de agricultura, saneamento, enfim, criação de condições mais favoráveis.
De acordo com Marcilio (1963), o Ensino Primário começa a tomar novo impulso com o
interventor Júlio Muller, iniciando um novo ciclo do ensino mato-grossense, que através do
Decreto nº 53, de 18 de abril de 1940, cria cem escolas de instrução primária.
Após seis anos, em 1946, é extinta a Diretoria Geral de Instrução Pública, através do
Decreto-lei nº 726, de acordo com a nova Constituição Federal, e criada através do mesmo
Decreto, o Departamento de Educação e Cultura do Estado, que exercerá as funções da antiga
Diretoria Geral de Instrução Pública.
Em 1951 inicia o governo de Fernando Correa da Costa criando o Serviço de
Orientação do Ensino Primário e de Assistência à Administração Educacional. É nessa época
que são encaminhados ao Rio de Janeiro cinco professores para cursos de especialização
ministrados pelo INEP. Após o término desses estudos esses professores ficariam à frente
desses novos setores do ensino. Nesse período são tomadas várias medidas nas diversas
esferas da Instrução Pública, sendo uma delas a Lei nº 422, de 24 de novembro do mesmo ano
que adapta o Ensino Matogrossense à Lei Orgânica do Ensino Primário Federal.
Para o Ensino Secundário são construídos e inaugurados vários prédios para a
instalação de novos ginásios, que são distribuídos pelas cidades de Guiratinga, Poxoréu,
Poconé, Rosário Oeste e Paranaíba. Cinco anos depois, em 1956, de acordo com Marcílio
(1963), Mato Grosso conta com quarenta e nove grupos escolares, trinta e seis escolas
reunidas
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, mil e dezoito escolas rurais e dez escolas regimentais.
A partir de 1961, Fernando Correa da Costa realiza importantes mudanças na área
educacional, dentre elas a instalação da Secretaria de Educação com a ampliação de
estabelecimentos oficiais. É nessa época que o Ensino Primário ganha novas diretrizes, com a
criação de diversas medidas visando a elevação do nível do professorado, destacando-se a
obrigatoriedade de certificado de habilitação, passando por uma comissão especial para que
possa “o leigo exercer funções no magistério” (MARCÍLIO, 1970, p. 211). Através do decreto
nº 391, de 4 de setembro de 1962, determina o aproveitamento sistemático dos professores
primários diplomados por escolas normais oficiais. Outras medidas de grande alcance são
informações, sugestões para as soluções do problema, hipótese de desenvolvimentos das sugestões apresentadas
e experimentação (recusa ou aceitação das soluções).
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No livro “Um século de Instrução Pública”, Gervásio Leite define escolas reunidas, como aquelas escolas que
funcionam num raio de 2 km , 3 ou mais escolas isoladas, com uma freqüência total mínima de 80 alunos, são
reunidas num só estabelecimento com o máximo de 7 classes e o mínimo de 3.