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Já no primeiro número da Revista Americana Hélio Lobo
76
, no artigo
“George Canning ou James Monroe? (páginas de História diplomática)”
77
,
defendeu, após análise acerca dos antecedentes históricos da Declaração de
76
De acordo com a Academia Brasileira de Letras “Hélio Lobo (H. Leite Pereira), diplomata,
ensaísta, biógrafo e historiador, nasceu em Juiz de Fora, MG, em 27 de outubro de 1883, e
faleceu no Rio de Janeiro, em 1o de janeiro de 1960. Eleito em 6 de junho de 1918 para a
Cadeira nº 13, na sucessão de Sousa Bandeira, foi recebido em 26 de novembro de 1919 pelo
acadêmico Lauro Müller. Bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro, em
1903. Pouco depois publicou o livro Sabres e togas, em que abordou as mais controvertidas
questões de direito penal militar. Ingressou no Itamaraty, onde então dominava com todo o
prestígio o Barão do Rio Branco. Não tardou muito para que Hélio Lobo revelasse uma
vocação admirável para a diplomacia. Em 1907, foi destacado para o Tribunal Arbitral
Brasileiro-Peruano e, a seguir, para o Brasileiro-Boliviano, sempre ocupando o lugar de
secretário. De 1910 a 1915, passou de terceiro a primeiro oficial da Secretaria de Estado das
Relações Exteriores. Em 1912, foi secretário da Junta de Jurisconsultos Americanos,
encarregada de codificar no Rio de Janeiro o Direito Internacional americano. Foi por essa
época que Hélio Lobo começou a escrever os seus primeiros trabalhos sobre a diplomacia
brasileira. Isolando-se na biblioteca do Itamaraty, compulsando documentos, esforçando-se
por refletir sobre questões falseadas pelas lendas históricas, reuniu material para muitas obras,
que lhe dariam um lugar primacial na história da diplomacia. Ao mesmo tempo, pela sua ação
diplomática, requintada e eficaz, desenvolveu uma das mais prestigiosas carreiras nas relações
exteriores, como cônsul-geral em Londres e Nova York (1920-1926); secretário geral da
Delegação do Brasil na Conferência de Versalhes (1919); delegado à IV e à V Conferência
Internacional Americana (1910 a 1923); delegado à Conferência para a Manutenção da Paz
(1936); ministro do Brasil em Montevidéu e em Haia (1926-1932); representante do Brasil na
Conferência sobre Proscritos da Alemanha e Áustria, em Evian (1938). Foi delegado do
governo do Brasil às Conferências Internacionais do Trabalho (de 1938 a 1939 e de 1947 a
1951); representante do Brasil no Conselho de Administração da Organização Internacional
do Trabalho, em Genebra e Montreal (1938 a 1941 e 1947 a 1951). Hélio Lobo foi
colaborador de jornais brasileiros e estrangeiros, entre os quais La Nación, de Buenos Aires;
O Jornal e Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro; o Diário, de São Paulo; A Tarde, da
Bahia; o Correio do Povo e a Federação, de Porto Alegre. Pseudônimos: Clara Benevente,
Palmella. Seus temas eram o Brasil, sua história diplomática, questões internacionais,
Sociedade das Nações, Organização Internacional do Trabalho. Ainda sobre esses assuntos
discorreu perante as principais universidades norte-americanas; na Universidade de Buenos
Aires; na Universidade de Montevidéu; em universidades brasileiras; no Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro; na Escola Naval de Guerra; na sala de conferências do Itamarati e na
Academia Brasileira de Letras. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; do
Instituto Americano de Direito Internacional (Washington); da Sociedade Argentina de
Derecho Internacional; da Pan American Society e da Hispanic Society of America; do
Instituto Histórico e Geográfico do Uruguai; Doutor honoris causa pela Universidade de
Buenos Aires; membro fundador da Sociedade Brasileira de Direito Internacional. Principais
obras: Sabres e togas, direito (1906); O Tribunal Arbitral Brasileiro-Boliviano, diplomacia
(1910); De Monroe a Rio Branco, diplomacia (1912); Brasil, Terra Chara... (1913); O Brasil
e seus princípios de neutralidade, direito internacional (1915); Aos estudantes do Rio da
Prata, conferência (1918); Cousas diplomáticas (1918); A passo de gigante, problemas
norte-americanos (1923); Cousas americanas e brasileiras (1925); Brasilianos e yankees
(1926); No limiar da Ásia, ensaio (1935); Um varão da República: Fernando Lobo, biografia
(1937); Manuel de Araújo Porto-Alegre, biografia (1938); O pan-americanismo e o Brasil
(1939); O domínio do Canadá, ensaio (1942)”.
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