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Um dos pontos importantes deste TRABALHO de tese É MOSTRAR as propostas de
MUDANÇAS DESTAS DENOMINAÇÕES, porque as denominações atuais estão mais atrelada
ao estruturalismo e formalismo lingüístico, ou os seus domínios estão mais exercidos em suas
estruturas lingüísticas, ao fonema (e sua fonologia), morfema, sintaxe e outros da língua oral
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ou
falada
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com seu status lingüístico próprio e não pelos parâmetros da visualidade.
Pela própria experiência como Surda-Muda, a autora desta tese, como pessoa inserida
dentro da comunidade Surda-Muda com suas concepções linguística e visual, pode demonstrar a
oposição da Língua de Sinais com a Língua Falada ou Oral, tendo em vista que estas
denominações “Oral” ou “Falada” significam que as palavras “são como os sons que saem pela
boca”, com suas “pronunciações distintas”, o que não existe na Língua de Sinais uma vez que a
mesma é usada visualmente e não baseada no som, como pensam alguns teóricos. De acordo
com o pensamento do autor Owen Wrigley, da “Política da Surdez” (s.d., p.164) que afirma que
“…entre os teóricos que assumem que o som e central a linguagem ou que o som se insinua na
estrutura essencial da linguagem – na verdade, esse conhecimento sem o som não é possível”.
Quer dizer que os teóricos preocuparam-se com as regras lingüísticas e, ao mesmo tempo,
desconhecem o “conhecimento sem o som”, no caso da visualidade da língua de sinais.
Segundo o ponto de vista escolhido, os teóricos do campo lingüístico, no caso do estudo
da Língua de Sinais, a nao ser do William Stokoe que defende o fonema do som na sua
denominação como “quirema” (cheremas, do grego cheir, mão) como constituição da unidade
elementar visual da língua de sinais. Os teóricos, apesar da pesquisa digna de louvor, abriram
seus caminhos na criação de um conjunto dos elementos que constituíram a composição das suas
características, mas não conseguem descrever a expressividade da língua de sinais, apesar da
dificuldade e sua constante metodologia para chegar a esta descrição
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, a não ser dos elementos
ou os sinais básicos (que juntando outros sinais vão formando uma gramática), que podem ajudar
a transcricão, mas isto não é suficiente. A essência da visualizacão difere da escrita, devido a
modalidade visual-espacial. A modalidade viso-espacial não pode ser copiada ou transcrita e
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radical do latim. os,oris “boca; linguagem, língua, idioma; rosto, fisionomia; abertura, orifício”
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faculdade que tem o homem de expressar suas idéias, emoções e experiências, e de se comunicar por meio de
palavras (signos verbais da linguagem articulada); antepositivo, do verbo latim for,fáris,fátus sum,fári (dep.) “falar,
ter a faculdade e o uso da fala, dizer, explicar, confessar, declarar”. Na palavra “articulada”, em latim
articùlo,ás,ávi,átum,áre “dar articulações, separar, dividir, articular, pronunciar distintamente” (grifo meu)
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Em latim, describo, derivacao de scribère “escrever” significa “escrever segundo um modelo, copiar, transcrever,
marcar com o estilo (ponteiro ou haste de metal), traçar uma linha, marcar, assinalar, gravar, marcar com cunho,
desenhar, representar em caracteres, fazer letras, escrever”.