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peace among the Tagabili” que faz parte da sentença tópico. Em suma, nesses
vários exemplos de paráfrase há um potencial quase inesgotável para ser explorado
em estratégias monitoradas que façam uso desse riquíssimo processo cognitivo e
recurso pedagógico.
Além de termos visto na tipologia acima uma boa variedade de paráfrases com
seus aspectos específicos, gostaríamos de lembrar a importância dos gêneros
textuais no processo de parafrasear, dessa forma, teremos em seguida um excerto
da pesquisa de Pinto (2004), que nos ajudará a compreender melhor os princípios
que regem a formação de gêneros textuais. Assim, os gêneros parafrásticos serão,
também melhor interpretados.
Fala e escrita, como formas de manifestação da linguagem, são
diversificadas. A preocupação com a delimitação e a nomeação da
fala e da escrita traduzem-se, de acordo com Bronckart (1999), na
noção de gêneros textuais de Bakhtin (1992), que tem sido aplicada
ao conjunto das produções verbais organizadas: as formas escritas
visuais (artigo científico, resumo, notícia, publicidade) e ao conjunto
das formas textuais orais ou normatizadas ou pertencentes a
linguagem ordinária (exposição de acontecimentos vividos,
conversação). Disso resulta, como lembra Bronckart, que qualquer
espécie de texto, considerado como produto concreto da ação da
linguagem, pode ser designado em termos de gêneros e que,
portanto, todo exemplar de texto observável pode ser considerado
como pertencente a um determinado gênero. O autor lembra, ainda
que todo texto é necessariamente composto por tipos de discurso,
ou seja, formas de organização lingüística em número limitado, com
as quais são compostas, em diferentes modalidades, todos os
gêneros textuais. (1999)
A multiplicidade de gêneros textuais e a imprecisão quanto à sua
natureza levam os aprendizes a uma certa dificuldade para lidar
com as habilidades comunicativas da língua em estudo. Daí a
importância de uma classificação baseada em critérios
consistentes. Na verdade, há varias possibilidades de classificação
dos gêneros textuais. Bakhtin, por exemplo, classifica-os em
primários (textos orais) e secundários (textos escritos). Bronckart,
por sua vez, subdivide-os de acordo com os mundos discursivos
(implicado e autônomo) do expor e do narrar. Já Marcuschi (2000)
utiliza uma classificação fundamentada num contínuo tipológico,
que se vai de uma conversa informal até a escrita acadêmica.
Apresentamos abaixo a que será desenvolvida neste trabalho. Tal
classificação foi sugerida pelo Grupo de Genebra (Bronckart, 1999;
Dolz e Schneuwly, 1996
apud Gazotii, 1999:15), que divide os
gêneros textuais a partir dos grupos que: