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Quadro 12: Matriz de competitividade de Petrolina/Juazeiro e da Sexta Região
CRITÉRIOS BÁSICOS
PARA FORMAÇÃO DE UM CLUSTER
PÓLO PETROLINA/JUAZEIRO SEXTA REGIAO
1 Existência de setores ou
produtos que sejam relevantes
na oferta exportadora das duas
localidades
ANÁLISE
Constata-se que a fruta fresca constitui um
segmento claro de exportação na atualidade
nos dois sistemas produtivos, enquanto que
os derivados industriais mostram potencial
exportador, principalmente na Sexta Região,
no entanto, ainda devem se desenvolver para
se converter em um produto importante para
exportação nas localidades, principalmente
em Petrolina/Juazeiro.
Em que pese o Brasil ser o terceiro maior
produtor de frutas do mundo, conforme
dados da FAO, no ano de 2006 as
exportações de frutas de mesa brasileiras
representaram apenas 0,51% do total das
exportações do país.
No mesmo ano, do total das exportações
brasileiras de frutas, o Pólo
Petrolina/Juazeiro exportou 27,86%.
Do total das exportações gerais do estado da
Bahia e de Pernambuco (US$ 7,4 bilhões),
em cujos estados se insere o pólo em estudo,
as exportações de fruta representam 2,64%,
Já com relação às exportações do estado de
Pernambuco, onde se encontram os mais
importantes perímetros públicos irrigados,
essa participação é de 27,86%,
acompanhando exatamente a mesma
participação do pólo com relação ao Brasil,
nas exportações de frutas.
Em 2006, iniciou-se, com recursos do
BNDES, o processo de implantação de uma
fábrica de frutas desidratadas (liofilizadas),
para exportação, sendo este o primeiro
projeto de médio porte para processamento
de frutas para exportação.
Conforme dados da Tabela 8, do Capítulo 4,
em 2003 a Sexta Região exportou 28,4% de
toda a exportação de frutas frescas do país.
Comparando-se com outros produtos
exportados na região, como minério de cobre
e seus derivados, vinhos e carnes, a fruta
fresca representou 17,21% do total
exportado.
Existe uma indústria processadora de frutas
na região que produz sucos concentrados,
representando 2,28% das exportações da
região, em 2005, conforme dados do
ProChile (2006).
De acordo com a mesma fonte, oito dos vinte
produtos de exportação regional mais
importantes correspondem à fruta fresca
(40%).
A produção de uvas para a vinicultura não
está contemplada nesta análise, uma vez que
a produção de vinho no Chile requer um
estudo separado.
2- Concentração de empresas em
torno de um setor ou produto
relevante
ANÁLISE
Na Sexta Região, o processo de
transnacionalização da produção de frutas já
parece consolidado. No Pólo
Petrolina/Juazeiro, entende-se que o modelo
de coordenação conduzido pelas redes de
supermercados constitui ameaça à forma de
governança de caráter local, uma vez que as
mesmas utilizam dispositivos regulatórios
globais que se traduzem em conseqüências
drásticas para os agentes sociais locais. Este
processo já acontece na Sexta Região,
também, principalmente na área trabalhista.
Nos dois sistemas produtivos existe uma alta
concentração de empresas associadas de
frutas frescas, no entanto, o número de
produtores e exportadores industriais ainda é
bastante limitado. Em Petrolina/Juazeiro é
quase inexistente o processamento de frutas
para exportação. No entanto, no sentido de
atingir especificamente o mercado nacional,
encontram-se instaladas cinco pequenas
empresas de processamento de polpa (goiaba
e manga) e quatro de doces de banana,
manga e goiaba, sendo sete no município de
Petrolina (PE) e duas em Juazeiro (BA).
Ainda assim, segundo informações de
técnico da Valexport, o processamento
agroindustrial é pouco significativo, que não
chega atingir 2% da produção de uva do vale.
No Pólo Petrolina/Juazeiro a exportação de
frutas é reduzida a poucas instituições. Papel
principal caba às cooperativas como a CAJ –
Cooperativa Agrícola de Juazeiro, que adota
marca própria – “Copacabana Gold” – tendo
uma importante inserção no mercado
nacional e internacional e a sua vinculação
com a Valexport a credencia.
Há tendência de entrada de empresas
transnacionais no pólo, no entanto, é
marcante a presença de grandes empresas do
varejo das redes de supermercados
internacionais, investindo na produção e na
montagem da estrutura de comercialização de
frutas, como o Carrefour (Fazenda
Labrunier) e a rede Bompreço, adquirida pelo
grupo holandês Royal Ahold (o Wall Mart
tem parte nesta sociedade
)
, objetivando o
abastecimentos das suas lojas nacionais e
internacionais.
Assim, verifica-se um movimento
diferenciado entre a Sexta Região e
Petrolina/Juazeiro, visto que a
transnacionalização exerce o controle
naquela região. Aqui, a coordenação é
exercida por grandes redes de
supermercados.
São poucas as indústrias de processamento
de frutas no pólo e menos ainda aquelas que
exportam.
De acordo com dados do ProChile (2006), 21
empresas exportaram frutas na região. Tais
empresas, na maioria multinacionais, se
apropriam de toda a produção da localidade.
São grandes empresas que exportaram em
2005 entre US$ 10,6 milhões e US$ 285,0
milhões.
Segundo dados da ODEPA (Cadastro
Frutícola,2003), naquele ano existiam 3.218
produtores de frutas na região.
Assim, existem diferentes modalidades de
empresas : aquelas que geram o produto para
exportação; exportadoras que só se
encarregam da comercialização e distribuição
no exterior; e aquelas que ambas as etapas.
Com relação aos sucos concentrados, em
2006 seis empresas exportaram o produto.
Quanto aos produto desidratados, apenas
quatro empresas efetuaram exportações em
pequenos volumes.
3 Relação de competitividade e
cooperação entre as empresas
ANÁLISE
Nas duas localidades existe a preocupação de
produtores, empresas e profissionais
entrevistados para o caráter mais
representativo do que estratégico ou
operativo de algumas associações
constituídas nos sistemas produtivos em
análise.
De forma geral, existe uma forma de gestão
No pólo, a Valexport exerce papel principal
na representação dos interesses dos
produtores da região e nos mecanismos de
governança para o enfrentamento frente aos
maiores agentes internacionais que regulam a
cadeia de frutas.
Não há uma competitividade acirrada no
pólo, uma vez que o sistema produtivo é
padronizado, tendo em vista serem poucas
empresas que exportam. O produtor que não
atingir padrão de qualidade condizente com
as exigências dos consumidores
As empresas que se relacionam com a
exportação de frutas frescas apresentam uma
forte competitividade entre elas, dado o
grande número de produtores e exportadores
na região e no país, necessitando assim de
permanentes melhorias em seus produtos e
sua relação qualidade-preço. Por outro lado,
estão surgindo outros produtores a nível
mundial que aproveitam a situação de
contra-estação, como a África do Sul, Nova
Zelândia.
No caso da indústria de processamento da