A integração das técnicas em sua trajetória processual foi motivo de preocupação da
mediação, uma vez que esta, com base na visão sistêmica, deve ter uma unidade dinâmica.
Da mesma forma, os reflexos no contexto do próprio mediador, que passa a ser parte
do processo, foram considerados. Nesse sentido, este cuidou para que houvesse o mínimo
possível de interferências no processo. Caso a mediação fosse efetuada nos espaços da
empresa, o contexto de negócios, os processos e os funcionários poderiam gerar reflexos que
talvez levassem a um resultado diferente. Foi levado em conta que cada mediação pode
apresentar resultados diversos em diferentes contextos e sofrer reflexos da intersubjetividade
da comunicação.
Foi feita pelo mediador, neste estudo, a leitura global dos mediados, com enfoque na
diretoria, considerando suas opiniões, valores, crenças, expectativas, emoções e sentimentos,
expressos através de sua linguagem verbal e corporal. Em sua trajetória, esse trabalho foi se
configurando com maior flexibilidade, ampliação das percepções, da compreensão mútua e da
co-responsabilidade. Essa abertura deu-se com base na história passada, cuja memória trazia o
contexto onde o conflito foi originado, ou seja, na empresa. O sistema, desta forma, passou a
valer-se de sua historicidade para ampliar sua interatividade e sua capacidade de auto-
regulação dinâmica.
Tendo em vista que os objetivos deste estudo foram a identificação dos reflexos da
mediação na fluência da comunicação e na afetividade empresarial, os resultados obtidos
através das observações iniciais, da pré-mediação, mediação e das análises do Questionário
sobre Fluência na Interação (QFI), puderam comprovar que os mesmos foram atingidos.
Esses dados apontaram que 51% dos funcionários perceberam alterações positivas na
comunicação e nas interações na empresa como um todo, podendo-se concluir que a
mediação, uma abordagem alternativa de resolução de conflitos, trouxe resultados positivos
ao meio organizacional. Contudo, o mesmo resultado sugere ser necessário acompanhamento
e constância no processo, seja mantendo um mediador externo contratado, seja treinando um
profissional interno, preferencialmente da área de recursos humanos, com as técnicas de
mediação para que desenvolva habilidades que tornem a comunicação construtiva e com
maior fluência.
Se forem levadas em conta as categorias que mais se revelaram como aspectos que
ainda precisam ser melhorados, segundo o ponto de vista dos respondentes do questionário,
pode-se dizer que a mediação não é a única ferramenta que torna uma empresa produtiva e
saudável do ponto de vista financeiro, liderança e relacionamento interno, já que cada
funcionário é responsável por colaborar com o processo, e todos estes precisam desenvolver