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RESUMO GERAL
A adubação é um dos fatores que podem influenciar a produção e a qualidade
dos frutos, contudo, existem poucas pesquisas nessa área em frutíferas no sul do
Brasil para auxiliar no momento da sua recomendação. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar o efeito da aplicação de adubação nitrogenada e potássica
para a cultura da ameixeira (Prunus salicina), cv. ‘Reubennel’, e o seu efeito no solo.
O experimento foi instalado em um pomar comercial com quatro anos de idade, no
município de Araucária - PR. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao
acaso, distribuídos em parcelas sub-subdivididas, com três repetições. Os
tratamentos de adubações foram aplicados durante três anos, na parcela foi
aplicado o potássio (55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
), e na subparcela o nitrogênio
(40, 80, 120, 160 e 200 kg de N ha
-1
ano
-1
). O fator ano e o local de coleta do solo
foram analisados como sub-subparcela. Foram analisadas durante três anos: a
produtividade, a massa por fruto, o calibre, e os teores foliares de N, P, K, Ca, Mg,
Fe, Mn, Zn, Cu e B. A partir do segundo ano foram analisados os frutos raleados
(número, massa por fruto), e o total de frutos produzidos. No terceiro ano do
experimento, foi avaliado o desenvolvimento vegetativo através dos ramos
produtivos (tamanho e número) e dos ramos “ladrões”, na poda de verão, (massa
total, tamanho, número, e porcentagem de ramos com emissões laterais), da
radiação interceptada pela copa (utilizando AccuPar LP-80
®
), e da superfície da área
foliar (utilizando WinRhizo-LA 1600
®
). Após o terceiro ano de tratamento foi avaliado
o efeito acumulativo da adubação no pH do solo, na condutividade elétrica e na
concentração de potássio, ao longo do perfil do solo (0 - 5, 5 - 10, 10 - 20 e 20 - 40
cm de profundidade), em dois locais (sob a projeção da copa e no centro da rua). Os
resultados obtidos evidenciaram alto potencial produtivo do pomar, com
produtividade média de 38,7 Mg ha
-1
ano
-1
nos três anos avaliados. O fator ano
apresentou diferença significativa para a produção, calibre e número de frutos.
Independentemente dos tratamentos, a produtividade da ameixeira foi diretamente e
inversamente proporcional ao número e tamanho dos frutos, respectivamente. As
menores doses de nitrogênio e de potássio foram suficientes para obter altas
produtividades durante três anos. A quantidade de N e K aplicada ao solo
apresentou uma relação positiva com as concentrações nos teores foliares desses
nutrientes, na média de três anos, sem relação direta na concentração dos outros
nutrientes avaliados. Não houve interação entre N e K para nenhuma das
concentrações de nutrientes avaliadas. Foi observada também diferença nos teores
foliares de N, K, Ca, Mg, Mn, B, Zn e Cu entre os anos, provavelmente pelas
condições climáticas (variações na precipitação). O desenvolvimento vegetativo
avaliado através do número de ramos produtivos e da superfície da área foliar não
apresentou diferenças significativas entre os tratamentos, embora o N aplicado
aumentou o comprimento dos ramos “ladrões” da poda de verão e a porcentagem de
ramos “ladrões” com emissões laterais. O incremento nesses ramos “ladrões” em
função do N aplicado resultou no aumento na massa total da poda de verão (a maior
dose de N aumentou 126% a massa total da poda de verão em relação a menor
dose) e na quantidade da radiação interceptada pela copa. O pH do solo (CaCl
2
0.01M) apresentou variação entre 5,6 a 6,1, até 40 cm de profundidade, esses
valores são considerados alto, sendo em torno de 5,5 o pH normal. O pH do solo
não foi alterado pela aplicação de nitrogênio, provavelmente efeito combinado da
fonte e do tempo avaliado, devido a baixa capacidade de acidificação da fonte de N