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MARCOS ANTONIO DOLINSKI
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NA CULTURA DA AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’ NA REGIÃO DE ARAUCÁRIA - PR
CURITIBA
2007
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MARCOS ANTONIO DOLINSKI
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NA CULTURA DA AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’ NA REGIÃO DE ARAUCÁRIA - PR
Dissertação apresentada como requisito parcial
à obtenção do grau de Mestre, Curso de
Pós-Graduação em Agronomia, na área de
Ciência do Solo, Setor de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Paraná.
Orientador: Dr. Antonio Carlos Vargas Motta
Co-Orientadora: Dra. Beatriz Monte Serrat
CURITIBA
2007
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Dolinski, Marcos Antonio
Adubação nitrogenada e potássica na cultura da ameixeira
‘Reubennel’ na região de Araucária - PR / Marcos Antonio Dolinski. –
Curitiba, 2007.
xvi, 86 f.
Orientador: Antonio Carlos Vargas Motta.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Setor de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do Paraná.
1. Ameixa – Cultivo – Araucária – PR. 2. Ameixa – Adubos
e Fertilizantes – Araucária – PR. I. Título.
CDU 634.22(816.22)
CDD 634.22
iii
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, em especial a minha mãe Lucia Dolinski e a minha
tia Isidora Dolinski Zajac;
Aos Professores Antonio Carlos Vargas Motta e Beatriz Monte Serrat pela
orientação, dedicação, compreensão, confiança, amizade e pelos ensinamentos
para as minhas formações científica, profissional e pessoal;
À Professora Louise Larissa May De Mio pela oportunidade de trabalhar junto
ao Grupo Ensino, Extensão e Pesquisa em Produção Integrada (GEEPPI);
Ao Sr. Waldomiro Gayer Neto por conceder o pomar para a instalação do
experimento e por todo o apoio dado no campo para o desenvolvimento do trabalho
e incentivo à pesquisa;
A todos os funcionários da propriedade onde foi desenvolvido o experimento,
em especial ao responsável Sr. Raimundo;
Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Solo da
UFPR;
A todos os funcionários e laboratoristas do Setor de Ciências Agrárias Aldair,
Gilson, Gerson, Marla, Maria, Maria de Lurdes, Roberto e Reginaldo;
Aos amigos que contribuíram para a realização do trabalho e pelos momentos
de descontrações;
Aos Membros da Comissão Examinadora, Dr. George Wellington Melo e Dra.
Ana Rosa dos Anjos Sirtoli;
À Universidade Federal do Paraná, ao Setor de Ciências Agrárias e ao
Departamento de Solos e Engenharia Agrícola;
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade Federal
do Paraná pela oportunidade à formação científica;
Ao CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
pela concessão da bolsa de estudo;
Ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (PIF - Brasil) e ao
CNPq, pelo apoio financeiro para tornar possível a realização deste trabalho;
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse
trabalho ou que participaram da minha vida durante a sua realização.
v
Comece fazendo o que é necessário,
depois o que é possível,
e de repente você estará fazendo o impossível.
São Francisco de Assis
vi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. viii
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... xi
RESUMO GERAL ..................................................................................................... xiii
GENERAL ABSTRACT .............................................................................................. xv
1 INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................ 1
2 MATERIAL E MÉTODOS GERAIS .......................................................................... 9
3 CAPÍTULO I - ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NA PRODUTIVIDADE
DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, NA REGIÃO DE ARAUCÁRIA - PR ...................... 12
3.1 RESUMO ............................................................................................................ 12
3.2 ABSTRACT ......................................................................................................... 13
3.3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
3.4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 16
3.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 19
3.5.1 PRODUTIVIDADE ........................................................................................... 19
3.5.2 CALIBRE DOS FRUTOS ................................................................................. 21
3.5.3 RALEIO ............................................................................................................ 23
3.5.4 ALTERNÂNCIA NA PRODUÇÃO .................................................................... 26
3.6 CONCLUSÕES…………………………………………………………………………28
4 CAPÍTULO II - ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NOS TEORES
FOLIARES E CRESCIMENTO VEGETATIVO DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, NA
REGIÃO DE ARAUCÁRIA - PR ................................................................................ 29
4.1 RESUMO ............................................................................................................ 29
4.2 ABSTRACT ......................................................................................................... 30
4.3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 31
4.4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 33
4.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 36
4.5.1 TEORES FOLIARES ....................................................................................... 36
4.5.2 CRESCIMENTO VEGETATIVO ....................................................................... 41
4.5.3 EXTRAÇÃO DE NUTRIENTES PELO RALEIO, PELA PODA DE VERÃO E
PELOS FRUTOS COLHIDOS................................................................................... 45
4.6 CONCLUSÕES ................................................................................................... 48
5 CAPÍTULO III - pH, CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E POTÁSSIO DO SOLO APÓS
TRÊS ANOS DE APLICAÇÕES DE DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO EM UM
POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, NA REGIÃO DE ARAUCÁRIA - PR ........ 49
vii
5.1 RESUMO ............................................................................................................ 49
5.2 ABSTRACT ......................................................................................................... 50
5.3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 51
5.4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 53
5.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 55
5.5.1 pH .................................................................................................................... 55
5.5.2 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ......................................................................... 57
5.5.3 POTÁSSIO ....................................................................................................... 58
5.6 CONCLUSÕES ................................................................................................... 60
6. CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................... 61
7. REFERÊNCIAS……………………………………………..……….…………………..62
ANEXOS ................................................................................................................... 66
viii
LISTA DE TABELAS
TABELAS DO MATERIAL E MÉTODOS GERAIS
TABELA 1 - DADOS DE TEMPERATURA MÉDIA MENSAL (°C), DA ESTAÇÃO
METEOROLÓGICA DO SIMEPAR MAIS PRÓXIMA DA ÁREA
EXPERIMENTAL.....................................................................................
10
TABELA 2 - DADOS DE PRECIPITAÇÃO ACUMULADA (mm), DA ESTAÇÃO
METEOROLÓGICA DO SIMEPAR MAIS PRÓXIMA DA ÁREA
EXPERIMENTAL.....................................................................................10
TABELAS DO CAPÍTULO I
TABELA 1 - TEMPERATURA MÉDIA (°C) E PRECIPITAÇÃO ACUMULADA (mm)
MENSAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO SIMEPAR.................16
TABELA 2 - ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA NA
PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E
20 - 40 CM DE PROFUNDIDADE, EM JUNHO DE 2003
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................17
TABELA 3 - PRODUTIVIDADE, NÚMERO DE FRUTOS COLHIDOS E MASSA
MÉDIA POR FRUTO, DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB
DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................20
TABELA 4 - PORCENTAGEM DE FRUTOS DOS DIVERSOS CALIBRES, DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)..................................22
TABELA 5 - RALEIO DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES
DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)............................24
TABELAS DO CAPÍTULO II
TABELA 1 - ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA NA
PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E 20 -
40 cm DE PROFUNDIDADE, EM JUNHO DE 2003
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................34
TABELA 2 - TEOR FOLIAR DE N E K EM g kg
-1
, DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’,
SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................36
TABELA 3 - TEOR FOLIAR DE P, Ca E Mg EM g kg
-1
, PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)..................................37
ix
TABELA 4 - TEOR FOLIAR DE Mn E B EM mg kg
-1
, PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)..................................40
TABELA 5 - TEOR FOLIAR DE Fe, Zn E Cu EM mg kg
-1
, PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)..................................41
TABELA 6 - NÚMERO E COMPRIMENTO DOS RAMOS PRODUTIVOS E
SUPERFÍCIE DA ÁREA FOLIAR, APÓS TRÊS ANOS DE
TRATAMENTO (DEZEMBRO DE 2005), PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)..................................42
TABELA 7 - PODA DE VERÃO E RADIAÇÃO INTERCEPTADA, APÓS TRÊS ANOS
DE TRATAMENTO (DEZEMBRO DE 2005), PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)..................................43
TABELA 8 - QUANTIDADE DE MACRO E MICRONUTRIENTES EXTRAÍDAS (g),
PARA CADA 1 Mg ha
-1
DE FRUTO COLHIDO, 310 kg ha
-1
DE FRUTOS
RALEADOS E 17 kg ha
-1
DE MATERIAL NA PODA DE VERÃO, PARA
A CULTURA DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)........45
TABELAS DO CAPÍTULO III
TABELA 1 - ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA NA
PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E 20 -
40 cm DE PROFUNDIDADE, EM JUNHO DE 2003
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................53
TABELA 2 - pH MÉDIO DO SOLO (CaCl
2
), NA PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NO
CENTRO DA RUA (RUA), EM UM POMAR DE AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)........................................................55
TABELA 3 - pH DO SOLO (CaCl
2
), NA PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NO CENTRO
DA RUA (RUA), EM DIFERENTES PROFUNDIDADES, APÓS TRÊS
ANOS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA, EM UM
POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)...............57
TABELA 4 - CONDUTIVIDADE ELÉTRICA MÉDIA DO SOLO (µS cm
-1
), NA
PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM UM
POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)...............57
x
TABELA 5 - CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DO SOLO (µS cm
-1
), NA PROJEÇÃO
DA COPA (PC) E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM DIFERENTES
PROFUNDIDADES, APÓS TRÊS ANOS DE ADUBAÇÃO
NITROGENADA E POTÁSSICA, EM UM POMAR DE AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)........................................................58
TABELA 6 - POTÁSSIO MÉDIO DO SOLO (cmol
c
dm
-3
), NA PROJEÇÃO DA COPA
(PC) E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM UM POMAR DE AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)........................................................58
TABELA 7 - POTÁSSIO DO SOLO (cmol
c
dm
-3
), NA PROJEÇÃO DA COPA (PC) E
NO CENTRO DA RUA (RUA), EM DIFERENTES PROFUNDIDADES,
APÓS TRÊS ANOS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA,
EM UM POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)..59
xi
LISTA DE FIGURAS
FIGURAS DA INTRODUÇÃO GERAL E MATERIAL E MÉTODOS GERAIS
FIGURA 1 - PLANTA (A) E FRUTOS (B), DE AMEIXEIRA DA CULTIVAR
‘REUBENNEL’.........................................................................................03
FIGURA 2 - REAÇÕES DA URÉIA NO SOLO...........................................................06
FIGURA 3 - LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA NO ESTADO DO
PARANÁ..................................................................................................09
FIGURA 4 - CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL....................................................11
FIGURAS DO CAPÍTULO I
FIGURA 1 - PRODUÇÃO POR PLANTA (kg PLANTA
-1
), EM FUNÇÃO DO NÚMERO
DE FRUTOS COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB
DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................20
FIGURA 2 - MASSA POR FRUTO (g), EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE FRUTOS
COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES
DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)...............21
FIGURA 3 - PORCENTAGEM DE FRUTOS DE CALIBRE 2, EM FUNÇÃO DO
NÚMERO DE FRUTOS COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’,
SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................22
FIGURA 4 - PORCENTAGEM DE FRUTOS DE CALIBRE 4, EM FUNÇÃO DO
NÚMERO DE FRUTOS COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’,
SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................23
FIGURA 5 - NÚMERO DE FRUTOS RALEADOS POR PLANTA (A) E NÚMERO DE
FRUTOS COLHIDOS (B), EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE FRUTOS
PRODUZIDOS (ANTES DO RALEIO) DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’,
SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).................................................................................24
FIGURAS DO CAPÍTULO II
FIGURA 1 - TEOR FOLIAR DE N ENCONTRADO NOS ANOS DE 2003, 2004 E
2005, PARA A CULTURA DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’,
SUBMETIDOS A DIFERENTES DOSES DE N (ARAUCÁRIA – PR).....38
xii
FIGURA 2 - CRESCIMENTO DE RAMOS “LADRÕES” (A), RAMOS “LADRÕES”
COM EMISSÕES DE RAMOS LATERAIS (B), PODA DE VERÃO
(MASSA PODADA) (C) E RADIAÇÃO INTERCEPTADA (D), PARA A
CULTURA DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES
DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)............................44
FIGURA 3 - ESQUEMA GERAL DE N, P E K............................................................46
xiii
RESUMO GERAL
A adubação é um dos fatores que podem influenciar a produção e a qualidade
dos frutos, contudo, existem poucas pesquisas nessa área em frutíferas no sul do
Brasil para auxiliar no momento da sua recomendação. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar o efeito da aplicação de adubação nitrogenada e potássica
para a cultura da ameixeira (Prunus salicina), cv. ‘Reubennel’, e o seu efeito no solo.
O experimento foi instalado em um pomar comercial com quatro anos de idade, no
município de Araucária - PR. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao
acaso, distribuídos em parcelas sub-subdivididas, com três repetições. Os
tratamentos de adubações foram aplicados durante três anos, na parcela foi
aplicado o potássio (55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
), e na subparcela o nitrogênio
(40, 80, 120, 160 e 200 kg de N ha
-1
ano
-1
). O fator ano e o local de coleta do solo
foram analisados como sub-subparcela. Foram analisadas durante três anos: a
produtividade, a massa por fruto, o calibre, e os teores foliares de N, P, K, Ca, Mg,
Fe, Mn, Zn, Cu e B. A partir do segundo ano foram analisados os frutos raleados
(número, massa por fruto), e o total de frutos produzidos. No terceiro ano do
experimento, foi avaliado o desenvolvimento vegetativo através dos ramos
produtivos (tamanho e número) e dos ramos “ladrões”, na poda de verão, (massa
total, tamanho, número, e porcentagem de ramos com emissões laterais), da
radiação interceptada pela copa (utilizando AccuPar LP-80
®
), e da superfície da área
foliar (utilizando WinRhizo-LA 1600
®
). Após o terceiro ano de tratamento foi avaliado
o efeito acumulativo da adubação no pH do solo, na condutividade elétrica e na
concentração de potássio, ao longo do perfil do solo (0 - 5, 5 - 10, 10 - 20 e 20 - 40
cm de profundidade), em dois locais (sob a projeção da copa e no centro da rua). Os
resultados obtidos evidenciaram alto potencial produtivo do pomar, com
produtividade média de 38,7 Mg ha
-1
ano
-1
nos três anos avaliados. O fator ano
apresentou diferença significativa para a produção, calibre e número de frutos.
Independentemente dos tratamentos, a produtividade da ameixeira foi diretamente e
inversamente proporcional ao número e tamanho dos frutos, respectivamente. As
menores doses de nitrogênio e de potássio foram suficientes para obter altas
produtividades durante três anos. A quantidade de N e K aplicada ao solo
apresentou uma relação positiva com as concentrações nos teores foliares desses
nutrientes, na média de três anos, sem relação direta na concentração dos outros
nutrientes avaliados. Não houve interação entre N e K para nenhuma das
concentrações de nutrientes avaliadas. Foi observada também diferença nos teores
foliares de N, K, Ca, Mg, Mn, B, Zn e Cu entre os anos, provavelmente pelas
condições climáticas (variações na precipitação). O desenvolvimento vegetativo
avaliado através do número de ramos produtivos e da superfície da área foliar não
apresentou diferenças significativas entre os tratamentos, embora o N aplicado
aumentou o comprimento dos ramos “ladrões” da poda de verão e a porcentagem de
ramos “ladrões” com emissões laterais. O incremento nesses ramos “ladrões” em
função do N aplicado resultou no aumento na massa total da poda de verão (a maior
dose de N aumentou 126% a massa total da poda de verão em relação a menor
dose) e na quantidade da radiação interceptada pela copa. O pH do solo (CaCl
2
0.01M) apresentou variação entre 5,6 a 6,1, até 40 cm de profundidade, esses
valores são considerados alto, sendo em torno de 5,5 o pH normal. O pH do solo
não foi alterado pela aplicação de nitrogênio, provavelmente efeito combinado da
fonte e do tempo avaliado, devido a baixa capacidade de acidificação da fonte de N
xiv
utilizada (uréia) e o efeito residual da aplicação do calcário utilizado no
estabelecimento de pomar. O K disponível no solo também era alto e não foi
influenciado pela aplicação de diferentes doses de K. O K disponível diminuiu em
profundidade e foi mais alto nas amostras da projeção da copa quando comparado
com o centro da rua, de 5 a 40 cm de profundidade. Os valores altos para o pH, K e
condutividade elétrica na projeção da copa em relação ao centro da rua, podem ser
explicados pela concentração da aplicação de fertilizantes e corretivos sob a
projeção da copa. Possivelmente sendo necessária a aplicação em longo prazo de
fertilizante para promover mudanças nas propriedades químicas do solo avaliadas.
Também, as altas produtividades observadas podem estar associadas às boas
condições de acidez e disponibilidade do K no solo em profundidade, na projeção da
copa entre 0-40 cm.
Palavras-chave: Ameixa, Prunus salicina, ‘Reubennel’, adubação, nitrogênio e
potássio.
xv
GENERAL ABSTRACT
Fertilization is one of the factors that can influence in the fruits yield and
quality, however, there are few researches on south of Brazil in order to guide in the
moment of its recommendation. The research aim was to evaluate the nitrogen and
potassium fertilization effect on plum (Prunus salicina), cv. ‘Reubennel’ and soil. The
experiment was established on a four years old plum commercial orchard at
Araucaria County - Paraná State, Brazil. The experiment design was a split-plot in a
randomized complete block with three replications. The main plot treatment was
potassium rate (55 and 110 kg ha
-1
year
-1
of K
2
O), and subplot treatment was the
nitrogen rate (40, 80, 120, 160 and 200 kg ha
-1
year
-1
of N), applied during three
years. The year factor and the place of collection of the soil were analyzed was
analyzed as split-split plot. The plant analyzed variables, during three-year: were
yield, fruit weigh, caliber, and foliar nutritional status (N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu
and B). From the second year was analyzed fruit thinning (number, fruit mass), and
total fruit number at harvesting. On third year experiment, it was evaluated tree
development through growth of yield branch (size and number), trimmed main
“robber” shoots, release during summer, [size main shoot, number of shoots release
from main shoots (secondary shoots), total mass for summer trimming], canopy
radiation interception (measured by AccuPar LP-80
®
), leaf surface area (measured
by WinRhizo-LA 1600
®
). After the third year, the accumulative effect of fertilization
over soil pH, electrical conductivity and available K, was evaluated within four soil
layers (0 - 5, 5 - 10, 10 - 20 and 20 - 40 cm depths), and at two sampling locations
(under the canopy and in the middle alley). The result indicated a high productive
potential of the orchard used, with a mean yield of 38.7 tons ha
-1
ano
-1
which is more
three times state average. Regardless treatments Plum yield was direct and inverse
related with fruit number and fruit size, respectively. Low N and K rates were able to
obtain high yield during three years. The amount N and K application in the soil
presented positive relationship with them concentration of those foliar concentration,
three years mean, but did not directly change the concentration of others nutrients.
There was no interaction effect between N and K for any plant nutrient concentration
evaluated. It was observed differences for N, K, Ca, Mg, Mn, B, Zn and Cu leaves
tissue concentration among the years due probably great climatic condition (variation
on precipitation). The evaluation of vegetative growth through the number of
productive branch and superficial foliar area did not presented differences due to the
treatments. However, N application enhanced the size of trimmed summer “robber”
shoots and the percentage of “robber” shoots with secondary emission. The
increment on “robber” shoot emission resulted of N application explained the
enhancement on total mass summer pruning (the highest N rate produced 126%
more in the summer pruning than smallest rate) and the intercepted radiation by
canopy. The soil pH ranged from 5.6 to 6.1 until 40 cm depth, using pH CaCl
2
0.01
M, which can be considered high and the goal pH is proximally 5.5. The soil pH was
no influenced by N application, due to combined effect of sort-term application, low
potential acidification of N source (urea), and residual effect of large application of
limestone at orchard establishment. Soil available K was also high and was not
influenced by K application. Available K decreased by depth and was higher in the
samples collected bellow canopy than samples from the middle alley, within 5 to 40
cm. Higher values for soil pH and electric conductivity from samples collected canopy
compared to middle alley, can explain the results for localized application of
xvi
limestone and fertilizer on canopy area. It seems that it needs long-term application
of fertilizer to provide great changes on evaluated soil properties. Also, the high yield
observed may be associated to good conditions of soil acidity and K availability in
whole soil (at canopy and alley area within 0 - 40 cm).
Key-words: Plum, Prunus salicina, ‘Reubennel’, fertilization, nitrogen and potassium.
1
1 INTRODUÇÃO GERAL
1.1 Produção Integrada de Frutas (PIF)
Na década de 70 no Norte da Itália com a constatação da resistência do ácaro
da maçã aos acaricidas, deu-se iniciou ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), com o
sucesso no seu controle e com a necessidade do monitoramento em todo o sistema
de produção criou-se nas décadas seguintes o conceito de Produção Integrada (PIF-
RS, 2006).
Nesse sistema a produção é normatizada através do Ministério da Agricultura e
do INMETRO, as pesquisas realizadas pelas Universidades, CNPq e outras
Instituições auxiliam na elaboração da sua normatização. Através das certificadoras
os produtores recebem o selo de garantia, certificando que a sua produção é obtida
com a utilização racional dos agroquímicos, condições adequadas de trabalho no
campo, preservação dos recursos naturais e rastreabilidade do produto.
A Produção Integrada para fruteiras de caroço iniciou-se em 1999 no estado do
Rio Grande do Sul (PIF - RS, 2006), três anos após o estado do Paraná começou o
estudo de viabilização da implantação desse sistema na região, com grande
demanda de pesquisas nas áreas de manejo de pragas, de doenças, do solo, de
nutrição da planta e de pós-colheita.
Para o pessegueiro na área nutrição de plantas a norma de Produção Integrada
de Pêssego (PIP) limita as quantidades de N, P
2
O
5
e K
2
O, em 80, 22 e 110 kg ha
-1
ano
-1
, respectivamente (INMETRO, 2003). Através de um levantamento realizado na
região sul do Paraná foi observado grande variação quanto às doses de adubos
nitrogenados utilizadas pelos produtores, variando de 30 a 150 kg ha
-1
ano
-1
(RELATÓRIO PIF - PR, 2003), constatou-se também grande carência de informação
sobre a dose de N necessária na adubação de manutenção dos pomares da região.
A maior dose utilizada na região é quase o dobro da máxima recomendada para a
PIP, embora essa dose seja a recomendada para fruteiras de caroço no estado de
São Paulo, para produtividade entre 15 - 25 Mg ha
-1
(OJIMA et al., 1997).
As características da cultivar, do solo e da região somadas as condições de
manejo adotadas desde a implantação do pomar podem afetar os parâmetros de
produtividade, qualidade dos frutos, estado nutricional e desenvolvimento vegetativo,
interferindo assim na resposta da cultura à adubação.
2
Com a hipótese de possíveis detrimentos para as fruteiras de caroço rosaceas
na região com as limitações nas doses de adubação nitrogenada a serem aplicadas
e a perspectiva da inclusão da cultura da ameixeira na Produção Integrada surgiu à
demanda do presente trabalho.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar para a cultura da ameixeira
(Prunus salicina), cultivar ‘Reubennel’, o efeito de doses de adubação nitrogenada e
potássica, durante a adubação de manutenção, nos parâmetros de produtividade,
estado nutricional da planta e desenvolvimento vegetativo, durante três anos, e após
o terceiro ano de tratamentos com adubações o efeito no pH, na condutividade
elétrica e nos teores de K do solo.
1.1.2 Cultura da ameixeira
A ameixeira pertence à família das Rosaceae, subfamília Prunoideae, do
gênero Prunus (ameixeiras, pessegueiros, nectarineiras, damasqueiros e
amendoeiras), entre as principais espécies temos: domestica, originária do Cáucaso,
da Turquia e da Pérsia é conhecida como ameixa européia, e a salicina que é
originária do Extremo Oriente e conhecida como ameixa japonesa.
As ameixeiras cultivadas comercialmente são da espécie Prunus salicina, e
entre as principais cultivares no estado do Paraná temos: ‘Reubennel’, ‘Irati’, ‘Polli
Rosa’ e ‘Harry Pickstone’.
1.1.3 Aspectos socioeconômicos
Com 17% da produção mundial de ameixa a China é o maior produtor, seguido
da Romênia (11%), e dos EUA (8,5%). Em 1999 o Brasil possuía 3.445 ha com a
cultura da ameixeira com produção total de 30.750 Mg e produtividade média de 8,9
Mg ha
-1
(MADAIL, 2003).
A região sul do Brasil em 1999 representava 81% da área e 75% da produção
nacional, representada principalmente por pequenos produtores. O estado de Santa
Catarina com 1338 ha possuía a maior área, embora o maior produtor nacional fosse
o estado do Rio Grande do Sul com 10.200 toneladas de frutos de ameixa por ano,
produzidas em 21% da área nacional (MADAIL, 2003).
O estado do Paraná, em 1999 ocupava a segunda posição nacional em área
com a cultura da ameixeira, 752 ha (o equivalente a 22% da área nacional), sendo
3
apenas o quarto estado em produção (5.620 toneladas), com produtividade média
de 7,5 Mg ha
-1
(MADAIL, 2003), representado principalmente por pequenos e
médios produtores.
A cultura da ameixeira, assim como as demais frutíferas, apresentam um alto
retorno econômico por área com grande demanda de mão-de-obra e empregando
mão-de-obra familiar quando disponível. No momento da implantação é preciso um
planejamento prévio com acompanhamento técnico, visto o alto custo de
implantação e a longa vida útil de um pomar.
1.1.4 Cultivar ‘Reubennel’
A planta é semivigorosa, de baixa exigência em frio e sensível à escaldadura e
a bacteriose. Os frutos são de tamanho médio a grande com formato ovalado, a
epiderme é amarelada com tendência para o vermelho, e de polpa amarela
apresentando baixa acidez, a colheita no estado do Paraná ocorre entre os meses
de dezembro a fevereiro (Figuras 1A e 1B).
FIGURA 1 - PLANTA (A) E FRUTOS (B), DE AMEIXEIRA DA CULTIVAR ‘REUBENNEL’.
1.2 Adubação
A adubação de fruteiras acompanha a implantação e desenvolvimento do
pomar, sendo dividida em três peodos: 1. Adubação de correção, realizada
anteriormente à implantação do pomar, através da análise de solo com o objetivo de
corrigir o solo rapidamente em profundidade através da incorporação de corretivos e
fertilizantes, devendo ser realizada no mínimo três meses antes da instalação do
pomar; 2. Adubação de crescimento, iniciada após a instalação do pomar até o início
da produção, para proporcionar o desenvolvimento vegetativo e formação da planta,
4
através da aplicação de N e K em superfície; 3. Adubação de manutenção,
executada após o início da produção de frutos tem por objetivo repor os nutrientes
exportados ou perdidos do sistema.
1.2.1 Adubação de ameixeira
Embora as fruteiras de clima temperado de caroço sejam cultivadas a longo
tempo no estado, as pesquisas científicas na área são incipientes, com a existência
de um pequeno número de trabalhos realizados, sobretudo na área de adubação
para a cultura da ameixeira.
A adubação apresenta efeito sobre os parâmetros de produtividade, estado
nutricional da planta, desenvolvimento vegetativo, qualidade dos frutos,
suscetibilidade as doenças, longevidade do pomar e nos aspectos ambientais.
Assim, o manejo da adubação torna-se necessário para o sucesso da cultura. Entre
os nutrientes o nitrogênio (N) e o potássio (K) são os exigidos em maior quantidade
pela cultura da ameixeira, aproximadamente 1,61 e 1,56 kg, respectivamente, por
tonelada de frutos produzida (VITANOVA, 1990).
O nitrogênio por afetar o crescimento dos ramos em tamanho e/ou número,
pode interferir diretamente na produção dos frutos, alterando tanto o calibre como o
número de frutos produzidos (MATTOS, FREIRE & MAGNANI, 1991b; DOLINSKI et
al., 2005). o potássio, além do seu efeito direto na planta (MAGNANI, FREIRE &
MORAES, 1984; CUMMINGS, 1985), é também responsável pela potencialização à
resposta ao nitrogênio (MENGEL & KIRKBY, 1987; MARSCHNER, 1995), sendo
recomendado o aumento da dose de K quando é aumentada a quantidade de N
aplicada.
1.2.2 Adubação nitrogenada
Embora a atmosfera seja composta de 78% de nitrogênio, esse apresenta alta
estabilidade e não está prontamente disponível para as plantas, mas parte desse
nitrogênio pode ser disponibilizado para o solo através da água da chuva após a
transformação para óxidos de N pelas descargas elétricas, e ainda parte desse N,
pode ser fixada em formas orgânicas no solo, através de microorganismos de vida
livre no solo, na rizosfera ou simbioticamente com as plantas.
5
1.2.2.1 Nitrogênio no solo
No solo o N mineral encontra-se principalmente nas formas de nitrato (NO
3
-
) e
amônio (NH
4
+
). Em condições de solos aeróbicos predomina a primeira forma, que
por apresentar a mesma carga predominante nos solos são pouco adsorvidos ao
mesmo, apresentando alta mobilidade no perfil do solo. Assim a aplicação de nitrato
em excesso pode levar a contaminação ambiental das águas de subsuperfície. A
produção integrada de pêssego regulamenta a dose de N a ser aplicada, a fim de
manter a produtividade, sem afetar a sanidade da planta e a qualidade ambiental
(FACHINELLO & MARODIN, 2004).
A matéria orgânica presente no solo é fonte importante de N, podendo liberar
(mineralização) ou reter esse elemento (imobilização), representando em geral mais
de 95% do total de N presente no solo. A imobilização do N predomina quando
adicionado ao solo material orgânico não decomposto, com relação C/N
acima de (25 - 30), valor abaixo dessa relação, liberação de N ao solo. Para ser
disponibilizado às plantas o N orgânico precisa ser transformado para a forma
mineral através dos microorganismos (mineralização). Estima-se que em média 2%
da matéria orgânica do solo é mineralizada anualmente, sendo liberado ao solo em
média 20 kg de N anualmente para cada 1% de matéria orgânica presente no solo
(CAMARGO & SÁ, 2004).
1.2.2.2 Absorção de nitrogênio
As plantas superiores são capazes de absorver o N nas formas de (NO
3
-
),
amônio (NH
4
+
), aminoácidos (RCHNH
2
COOH), uréia [CO(NH
2
)
2
], peptídios e formas
complexas insolúveis. O nitrato e o amônio são as formas predominantemente
disponíveis no solo para as plantas, em solos aerados ocorre a nitrificação do
amônio e predomínio do nitrato (MALAVOLTA, VITTI & OLIVEIRA, 1997).
As concentrações de nitrato e amônio podem variar por fatores físicos,
químicos e biológicos, as plantas desenvolveram em suas membranas celulares
proteínas transportadoras que permitem a sua assimilação em condições de
concentração bastante variável, para as duas formas o processo de absorção é
dependente de energia.
6
1.2.2.3 Nitrogênio na planta
O nitrato absorvido pode ser acumulado no vacúolo ou ser transferido para
outras partes da planta, e para ser assimilado pelas plantas é necessário ser
reduzido a amônio através das enzimas nitrato e nitrito redutase (SOUZA &
FERNADES, 2006).
Tanto o amônio proveniente da redução do nitrato ou absorvido do solo
diretamente nessa forma é incorporado em moléculas orgânicas de glutamato
através da Glutamina Sintetase formando a glutamina (CAMARGO & SÁ, 2004).
O N apresenta funções estruturais nas plantas constituindo os aminoácidos,
que são os precursores das proteínas, fazendo parte também da clorofila, aminas,
amidas, enzimas, alcalóides, hormônios, vitaminas, lipoproteínas e etc. Sendo
constituinte ou ativador de todas as enzimas e participando dos processos de
absorção iônica, fotossíntese, respiração, sínteses, multiplicação celular, divisão
celular, DNA e RNA (MALAVOLTA, VITTI & OLIVEIRA, 1997).
1.2.2.4 Uréia
Devido aos custos baixos por unidade de N a uréia em 2000 representava 60%
dos adubos nitrogenados utilizados no Brasil, com 45% de N, quando aplicada ao
solo pode ser absorvida diretamente pelas raízes ou sofrer hidrólise pelo mesmo
processo dos outros adubos nitrogenados ou orgânicos e ser disponibilizado para a
planta na forma de amônio ou nitrato (Figura 3) (URQUIAGA & MALAVOLTA, 2006).
FIGURA 2 - REAÇÕES DA URÉIA NO SOLO.
7
1.2.3 Adubação potássica
Diferente do N o potássio não faz parte de nenhuma estrutura ou molécula
orgânica na planta, embora em quantidades semelhantes nas plantas, o K é o cátion
mais abundante e apresenta uma alta mobilidade na planta, sendo responsável pela
manutenção da água nas células, pela translocação e armazenamento de
assimilados e na ativação de mais de 50 enzimas.
1.2.3.1 Potássio no solo
No solo o K pode estar na solução do solo (K
+
), adsorvido na argila e na
matéria orgânica, nas entre camadas dos minerais e fazendo parte estrutural de
minerais primários.
O potássio na solução do solo é a forma prontamente disponível para as
plantas, e apresenta um rápido equilíbrio com a quantidade de K adsorvido nas
argilas e matéria orgânica. o K não trocável presente nos minerais primários e
nas entrecamadas das argilas poderão ser disponibilizado para as plantas a curto,
médio e longo prazo (MEURER, 2006).
1.2.3.2 Absorção de potássio
O potássio é absorvido pelas plantas na forma nica K
+
, para que a absorção
de K ocorra é necessário o contato com a superfície da raiz, que ocorre
principalmente pela difusão, ou ainda pode ocorrer através do fluxo de massa e da
interceptação radicular.
O fluxo de massa é dependente da quantidade de água transpirada pela planta
e do teor de K presente no solo, a difusão que é o principal mecanismo de
suprimento para as raízes é dada pelo gradiente entre as concentrações na
superfície da raiz e da rizosfera (MEURER, 2006).
1.2.3.3 Potássio na planta
O potássio apresenta alta mobilidade na planta, nos tecidos e espaços
intracelulares, com transporte à longa distância via xilema e floema, ativando
processos em diversas partes da planta. O K está presente em altas concentrações
no citoplasma e no cloroplasto estabilizando o seu pH, enquanto em outros
8
compartimentos como no vacúolo e células guardas dos estômatos as suas
concentrações são variáveis (MEURER, 2006).
O potássio apresenta funções na ativação de mais de 50 enzimas, na abertura
e fechamento dos estômatos, na fotossíntese, no transporte de carboidratos e outros
produtos, na respiração e na fixação biológica (MALAVOLTA, VITTI & OLIVEIRA,
1997).
1.2.3.4 Cloreto de potássio
O cloreto de potássio contém 58% de K
2
O e 47% de cloro, pela alta quantidade
de cloro existente limitações para algumas culturas. A aplicação de cloreto de
potássio no solo apresenta a seguinte reação: KCl
K
+
+ Cl
-
.
9
2 MATERIAL E MÉTODOS GERAIS
O experimento foi instalado em maio de 2003, em um pomar comercial de
ameixeira, com quatro anos de idade, da cultivar ‘Reubennel’ sobre porta-enxerto
‘Okinawa’, com espaçamento 6 x 3 m, com as plantas conduzidas a campo, no
sistema de vaso com quatro pernadas cada planta.
2.1 Localização
Instalado no município de Araucária - PR (Figura 3), no Distrito de Guajuvira,
situado a 28 km da capital Curitiba. Em 2000, o Município possuía 8.147 habitantes
na área rural (8,64% da população), tendo entre as suas principais culturas: milho,
feijão, batata, repolho, cebola, outras hortaliças, soja, pêssego e ameixa
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAUCÁRIA, 2007).
FIGURA 3 - LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA NO
ESTADO DO PARANÁ.
2.2 Clima
A altitude do local é 900 m e o clima classificado (Köppen) como Cfb
(subtropical úmido), os dados de temperatura média e precipitação acumulada
mensal estão apresentados nas Tabelas 1 e 2.
10
TABELA 1 - DADOS DE TEMPERATURA MÉDIA MENSAL (°C), DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA
DO SIMEPAR MAIS PRÓXIMA DA ÁREA EXPERIMENTAL
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2002
21,1 20,3 22,6 20,5 17,1 16,5 13,5 16,9 15,0 19,9 19,6 20,9
2003
21,2 23,1 20,5 18,8 14,8 16,2 14,7 13,2 15,6 17,1 18,7 19,8
2004
19,8 20,2 19,3 18,9 13,8 14,3 13,2 15,0 18,0 16,5 18,4 19,4
2005
20,4 20,6 20,7 19,7 17,1 16,4 13,9 16,2 14,0 17,7 18,5 19,4
2006
22,1 21,6
FONTE: SIMEPAR - Sistema Meteorológico do Paraná.
TABELA 2 - DADOS DE PRECIPITAÇÃO ACUMULADA (mm), DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA
DO SIMEPAR MAIS PRÓXIMA DA ÁREA EXPERIMENTAL
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2002
217 120 85 123 114 40 45 90 173 122 144 154
2003
148 104 165 65 19 79 121 9 130 65 119 153
2004
145 60 152 87 135 58 118 12 53 152 92 128
2005
165 65 73 114 105 66 91 159 195 168 78 54
2006
114 144
FONTE: SIMEPAR - Sistema Meteorológico do Paraná.
2.3 Solo
O solo do experimento era do tipo Cambissolo e as suas características
químicas e físicas estão apresentadas na Tabela 3.
TABELA 3. ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA, DA PROJEÇÃO DA COPA
(PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E 20 - 40 cm DE PROFUNDIDADE, EM JUNHO
DE 2003 (ARAUCÁRIA - PR)
Local
Prof.
1
pH
Al
+3
+3
H+Al
+
3
Mg
+2
Ca
+2
K
+
T
P
2
M.O
3
pH
V
Areia
Silte
Argila
CaCl
2
----------------------cmol
c
/dm
3
------------------------ mg/dm
3
% SMP % ------------%------------
PC
00
-
20
5,55
0
3,20
1,96
4,03
0,59
9,78
27,80
2,68
6,60
67
55
25
20
PC
20
-
40
5,40
0
3,40
2,01
3,73
0,30
9,44
20,43
2,27
6,50
64
53
28
19
EL
00
-
20
5,30
0 3,60
2,94
3,73
0,20
10,47
18,53
2,41
6,40
65 56 25 19
EL
20
-
40
5,20
0 3,60
3,08
3,68
0,09
10,45
9,77
2,00
6,40
66 50 28 22
NOTAS:
1
Profundidade da coleta em cm.
2
Extrator Mehlich.
3
Matéria orgânica
2.4 Delineamento experimental
A área apresentava aproximadamente um hectare, com cinco fileiras, sendo
três de bordadura e duas fileiras para a coleta dos dados. O delineamento
experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com três repetições, distribuídos em
parcelas sub-subdivididas, com cinco plantas em cada subparcela, sendo três
plantas na parcela útil onde foram coletados os dados e duas plantas de bordadura.
Os tratamentos de adubação fora aplicados durante três anos, sendo o potássio
aplicado na parcela (55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
), na forma de cloreto de potássio,
parcelado durante o início da brotação (60%) e após o raleio (40%). O nitrogênio foi
aplicado na subparcela (40, 80, 120, 160 e 200 kg de N ha
-1
ano
-1
), na forma de
11
uréia, durante o início da brotação (30%), após o raleio (30%) e após a colheita
(40%), o parcelamento das adubações foi realizada de acordo com as normas da
Produção Integrada de ssego (INMETRO, 2003). O fator ano e o local da análise
de solo foram analisados como sub-subparcela. Foram analisados para três anos a
produção, o calibre e o número de frutos colhidos, e dois anos, para o raleio, e um
ano, para o crescimento vegetativo e o pH, K e condutividade elétrica do solo. Todas
as adubações foram realizadas manualmente na área de projeção da copa, de
acordo com o croqui (Figura 4).
B B B B B B B B B B B B B B B
K2N5
K2N1
K2N3
K2N4
K2N2
K1N3
K1N5
K1N4
K1N2
K1N1
K1N5
K1N1
K1N3
K1N2
K1N4
B B B B B B B B B B B B B B B
K1N5
K1N1
K1N3
K1N4
K1N2
K2N3
K2N5
K2N4
K2N2
K2N1
K2N5
K2N1
K2N3
K2N2
K2N4
B B B B B B B B B B B B B B B
Bloco I Bloco II Bloco III
FIGURA 4 - CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL.
NOTAS: Bordadura (B), 55 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
(K1), 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
(K2), 40 kg de N ha
-1
ano
-1
(N1), 80 kg de N ha
-1
ano
-1
(N2), 120 kg de N ha
-1
ano
-1
(N3), 160 kg de N ha
-1
ano
-1
(N4), 200
kg de N ha
-1
ano
-1
(N5).
12
3 CAPÍTULO I
3.1 RESUMO
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NA PRODUTIVIDADE DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, NA REGIÃO DE ARAUCÁRIA - PR
A adubação é um dos fatores que podem influenciar a produção e a qualidade
dos frutos, contudo, existem poucas pesquisas nessa área em frutíferas no sul do
Brasil para auxiliar no momento da sua recomendação. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar o efeito de doses de adubação nitrogenada e potássica para a
produtividade da ameixeira (Prunus salicina), cv. ‘Reubennel’. O experimento foi
instalado em um pomar comercial com quatro anos, no município de Araucária - PR.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, distribuídos em
parcelas sub-subdivididas, com três repetições. Na parcela foi aplicado o potássio
(55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
), e na subparcela o nitrogênio (40, 80, 120, 160 e 200
kg de N ha
-1
ano
-1
), durante três anos. O fator ano foi analisado como sub-
subparcela. Foi avaliada a produção, o número de frutos antes do raleio e durante a
colheita, e a massa e calibre dos frutos. Os resultados obtidos evidenciaram alto
potencial produtivo do pomar, com uma produção média de 38,7 Mg ha
-1
ano
-1
nos
três anos avaliados. Contudo não foram observadas diferenças nos tratamentos e na
interação entre eles para nenhuma das características avaliadas, podendo estar
associado às características químicas e físicas do solo e o efeito do manejo (poda e
raleio). O fator ano apresentou diferença significativa para a produção, calibre e
número de frutos. Independentemente dos tratamentos, a produtividade da
ameixeira foi diretamente e inversamente proporcional ao número e tamanho dos
frutos, respectivamente. As menores doses de nitrogênio e de potássio foram
suficientes para obter altas produtividades durante três anos.
13
3.2 ABSTRACT
NITROGEN AND POTASSIUM FERTILIZATION ON YIELD OF PLUM CV.
‘REUBENNEL’ AT ARAUCARIA COUNTY PARANA - BRAZIL
Fertilization is one of the factors that can influence in the yield and quality of the
fruits, however, there are few researches in that area fruit on south of Brazil in order
to guide in the moment of your recommendation. The research aim was to evaluate
nitrogen and potassium fertilization in the yield of plum (Prunus salicina), cv.
‘Reubennel’. The experiment was established in a four years old commercial orchard
at Araucaria County - Parana. The experiment design was a split-plot in a
randomized complete block with three replications. Main plot treatments were
potassium rates (55 and 110 kg of K
2
O ha
-1
ano
-1
), and subplot treatments were the
nitrogen rates (40, 80, 120, 160 and 200 kg of N ha
-1
ano
-1
), were applied during
three years. The year factor was analyzed as split-split plot. The analyzed variables
were yield, fruit number before the thinning and during harvesting, and fruit weigh
and caliber. The result indicated a high productive potential of the orchard used, with
a mean yield of 38.7 Mg ha
-1
ano
-1
which is more three times state average.
However, there was no single or interaction effect of treatments on any evaluated
parameters which could be associated to the chemical and physics characteristics of
the soil and plant management (trims and thinning). Year factor influenced yield,
caliber, and fruit number. Regardless treatments Plum yield was direct and inverse
related with fruit number and fruit size, respectively. Low N and K rates were able to
obtain high yield during three years.
14
3.3 INTRODUÇÃO
Em 2003, o estado do Paraná possuía 887 hectares plantados com a cultura da
ameixeira (Prunus salicina), com uma produtividade média de 10,6 t ha
-1
(SEAB/DERAL, 2006). Todavia, atualmente, não o raros os casos de
produtividades maiores que o dobro da média estadual, em pomares
adequadamente manejados e sob condições climáticas favoráveis.
Dentro dos tratos culturais a adubação é um dos fatores que pode interferir na
produção, sendo que a sua resposta é dependente das características do solo, do
manejo do pomar e das condições climáticas. Nitrogênio e potássio são os nutrientes
exportados em maior quantidade pelos frutos de ameixeira, aproximadamente 1,61 e
1,56 kg, respectivamente, por tonelada de frutos produzida (VITANOVA, 1990).
O nitrogênio, por afetar o crescimento dos ramos em tamanho e/ou número,
pode interferir diretamente na produção de frutos, alterando tanto o calibre como o
número de frutos produzidos (MATTOS, FREIRE & MAGNANI, 1991b; DOLINSKI et
al., 2005). Já, o potássio além do seu efeito direto na planta (MAGNANI, FREIRE &
MORAES, 1984; CUMMINGS, 1985), é também responsável pela potencialização à
resposta ao nitrogênio (MENGEL & KIRKBY, 1987 e MARSCHNER, 1995), sendo
recomendado o aumento da dose de K quando é aumentada a quantidade de N
aplicada.
Com a utilização do maior número de características para o diagnóstico da
disponibilidade e do estado nutricional da planta é possível estimar as necessidades
de N e K para cada pomar. As quantidades podem variar de acordo com as
características do solo, as condições das plantas e as produtividades obtidas
(VITANOVA, 1990).
Algumas das características de diagnóstico no momento da tomada de decisão
são: a análise do solo e foliar e o crescimento dos ramos produtivos (FACHINELLO
& HERTER, 2000), e ainda outros indicativos visuais, tais como: vigor da planta,
emissões e diâmetro de ramos novos, coloração das folhas, tamanho e período de
queda das folhas (MOTTA, SERRAT & FAVARETTO, 2004).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar, para a cultura da ameixeira, no
decorrer de três safras, o efeito de doses de nitrogênio e potássio na produtividade,
15
no número, massa e calibre dos frutos colhidos, e para duas safras, a produção total
de frutos (antes do raleio) e a intensidade do raleio.
16
3.4 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em maio de 2003, em um pomar comercial de
ameixeira, com quatro anos de idade, da cultivar ‘Reubennel’ sobre porta-enxerto
‘Okinawa’, com espaçamento 6 x 3 m, conduzidas no sistema de vaso, no município
de Araucária - PR, Distrito de Guajuvira (25°37’12,92” S e 49°25’25,95” O). A altitude
do local é 900 m e o clima classificado (Köppen) como Cfb (subtropical úmido). Os
dados de temperatura média e precipitação acumulada mensal estão apresentados
na Tabela 1.
TABELA 1 - TEMPERATURA MÉDIA (°C) E PRECIPITAÇÃO ACUMULADA (mm) MENSAL DA
ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO SIMEPAR
Ano
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
°C Mm °C mm
°C mm °C mm °C mm °C mm
°C mm °C mm °C mm °C mm
°C mm °C mm
2002
21,1
217
20,3
120 22,6
85 20,5
123 17,1
114
16,5
40 13,5
45 16,9
90 15,0
173
19,9
122 19,6
144
20,9
154
2003
21,2
148
23,1
104 20,5
165 18,8
64 14,8
19 16,2
79 14,7
121 13,2
09 15,6
130
17,1
65 18,7
119
19,8
153
2004
19,8
145
20,2
60 19,3
152 18,9
87 13,8
135
14,3
58 13,2
118 15,0
11 18,0
53 16,5
152 18,4
92 19,4
128
2005
20,4
165
20,6
65 20,7
73 19,7
114 17,1
105
16,4
66 13,9
91 16,2
159 14,0
195
17,7
168 18,5
78 19,4
54
2006
22,1
114
21,6
144
FONTE: SIMEPAR - Sistema Meteorológico do Para
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com três
repetições, distribuído em parcelas sub-subdivididas, com cinco plantas em cada
subparcela, sendo três plantas na parcela útil, onde foram coletados os dados e
duas plantas de bordadura. Os tratamentos de adubação fora aplicados durante três
anos, sendo o potássio aplicado na parcela (55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
), na
forma de cloreto de potássio, parcelado durante o início da brotação (60%) e após o
raleio (40%). O nitrogênio foi aplicado na subparcela (40, 80, 120, 160 e 200 kg de N
ha
-1
ano
-1
) na forma de uréia, parcelado durante o início da brotação (30%), após o
raleio (30%) e após a colheita (40%). As adubações foram parceladas de acordo
com as normas de Produção Integrada de Frutas (INMETRO, 2003). O fator ano foi
analisado como sub-subparcela, durante três anos para a produção, o calibre e o
número de frutos colhidos, e dois anos, para o número total de frutos produzidos
antes do raleio e a intensidade do raleio. Todas as adubações foram realizadas
manualmente na área de projeção da copa.
O experimento foi instalado em uma área particular que vinha sendo
conduzida com 80 kg de N e 80 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
. Com exceção dos tratamentos
17
utilizados durante o experimento todo o manejo adotado no pomar foi de acordo com
o utilizado pelo produtor.
A análise química do solo foi realizada no primeiro ano coletando amostras na
projeção da copa e na entrelinha, para as profundidades de 0 - 20 e 20 - 40 cm,
conforme metodologia descrita pela COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO
RS/SC (1995) (Tabela 2).
TABELA 2 - ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA NA DA PROJEÇÃO DA
COPA (PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E 20 - 40 cm DE PROFUNDIDADE, EM
JUNHO DE 2003 (ARAUCÁRIA - PR)
Local
Prof.
1
pH
Al
+3
+3
H+Al
+
3
Mg
+2
Ca
+2
K
+
T
P
2
M.O
.
3
pH
V
Areia
Silte
Argila
CaCl
2
----------------------cmol
c
/dm
3
------------------------ mg/dm
3
% SMP % ------------%------------
PC
00
-
20
5,55
0
3,20
1,96
4,03
0,59
9,78
27,80
2,68
6,60
67
55
25
20
PC
20
-
40
5,40
0
3,40
2,01
3,73
0,30
9,44
20,43
2,27
6,50
64
53
28
19
EL
00
-
20
5,30
0 3,60
2,94
3,73
0,20
10,47
18,53
2,41
6,40
65 56 25 19
EL
20
-
40
5,20
0
3,60
3,08
3,68
0,09
10,45
9,77
2,00
6,40
66
50
28
22
NOTAS:
1
Prof. Profundidade da coleta em cm.
2
P Extrator Mehlich.
3
M.O. Matéria orgânica
O raleio foi realizado com o objetivo de deixar os frutos no mesmo ramo com
distância mínima de 10 cm entre eles. A quantidade de frutos raleados foi estimada
através da massa total dos frutos raleados, dividida pela massa média unitária de
100 frutos.
A produção foi avaliada durante três safras com base na massa total dos frutos
das três plantas centrais por subparcela, que foram colhidos e pesados
separadamente por planta. A massa por fruto foi obtida através da média de 100
frutos por subparcela, os quais foram separados por calibre de acordo com o
diâmetro: calibre 1 ( 3,4 cm), calibre 2 (3,5 - 4,0 cm), calibre 3 (4,1 - 4,4 cm), calibre
4 (4,5 - 5,0 cm) e calibre 5 ( 5,1 cm).
O mero de frutos colhidos foi estimado distribuindo a massa total dos frutos
colhidos, proporcionalmente entre os calibres (observado para os 100 frutos), e
dividindo pela massa média do calibre.
A alternância de produção entre as safras foram comparadas para 72 das
plantas avaliadas, durante as safras de 2003/04, 2004/05 e 2005/06, e para as 24
plantas centrais foram comparadas as suas produções com as plantas vizinhas para
a mesma safra.
Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente por meio de análise
de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
18
probabilidade, utilizando o aplicativo computacional "MSTATC" da Universidade de
Michigan. A normalidade dos dados foi analisada pelo teste de Bartlett e quando
necessário foram transformados por x+1 .
19
3.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.5.1 Produtividade
Os resultados obtidos evidenciaram o alto potencial produtivo do pomar, com
uma produtividade média de 38,7 Mg ha
-1
ano
-1
, acima da produtividade média
encontrada para fruteiras de caroço (MATTOS, FREIRE & MAGNANI 1991b;
DOLINSKI et al., 2005), e mais do triplo da média estadual para a cultura
(SEAB/DERAL, 2006). Tal fato pode estar associado ao potencial produtivo da
cultivar ‘Reubennel’, às boas condições de pH, V%, K e P do solo, e condições de
formação e condução do pomar.
Para os três anos avaliados a produtividade, o número de frutos colhidos e a
massa por fruto não apresentaram diferença para os tratamentos utilizados (Tabela
3). Diferentes doses de K também não apresentaram interação com o N, a alta
concentração de K no solo explica a falta de resposta ao elemento (Tabela 2).
Contudo, nas duas menores doses de N utilizadas, foi observada para o
segundo e o terceiro anos, uma produtividade média de 27 Mg ha
-1
ano
-1
. Já, a partir
das doses de 120 kg de N ha
-1
ano
-1
, para os três anos avaliados, não foram
verificadas produtividades médias inferiores a 31 Mg ha
-1
ano
-1
, sugerindo uma
maior estabilidade na produção. Provavelmente o período estudado não seja
suficiente para gerar efeito sobre a produtividade acumulada, visto que, NOSAL
(1990) constatou, para a cultura da macieira, que diferentes doses de N
apresentaram uma diferença de 28% na produtividade acumulada de oito anos, sem
diferença significativa no acumulado dos primeiros quatro anos.
Diferente dos tratamentos com N e K, o fator ano apresentou diferenças para
as características citadas acima (Tabela 3). As variações entre os anos podem
ocorrer por adversidades climáticas (MATTOS, FREIRE & MAGNANI 1991b;
GOMES et al., 2005; DOLINSKI et al., 2005), e ainda quando analisadas as plantas
individualmente, se verificou uma alternância na produção por planta, tanto entre os
anos como entre as plantas “vizinhas”, com uma competição e compensação na
produção entre elas. Essa alternância ficou menos evidente quando se avaliou a
média das três plantas centrais, uma vez que não são todas as plantas que estão
em baixa ou em alta produtividade no mesmo ano, a alternância também não é
percebida pelo produtor quando se avalia a produção por área de um pomar.
20
TABELA 3 - PRODUTIVIDADE, NÚMERO DE FRUTOS COLHIDOS E MASSA MÉDIA POR FRUTO,
DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E
POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
(kg ha
-1
ano
-1
)
Produtividade
(Mg ha
-1
)
Frutos colhidos
(frutos planta
-1
)
5
Massa por fruto
(g)
2003
2004
2005
PA
4
2003
2004
2005
2003
2004
2005
40 N
1
49,5
27,4
38,1
115
1631
939
1127
48
62
60
80 N
37,9
42,3
27,0
107
1208
1335
813
55
56
69
120 N
45,8 40,1 31,2 117
1559
1296
922
53 59 65
160 N
42,0
39,0
31,9
113
1365
1247
905
56
60
67
200 N
55,8 35,5 36,5 128
1831
1077
1025
53 63 63
Média
46,2 a
36,9 b
32,9 b
116
1519 a
1179 b
958
c
53 c
60 b
65
a
55 K
2
47,1
38,8
30,2
116
1543
1242
885
54
59
66
110 K
45,2 35,0 35,6 116
1495
1115
1032
53 61 64
C.V(%)
3
3
--------
33,48
--------
--------
32,17
--------
--------
9,41
--------
NOTAS:
1
N Nitrogênio.
2
K Potássio (K
2
O).
3
C.V.(%) Coeficiente de variação.
4
PA Produtividade
acumulada.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de
5% de probabilidade.
5
Dados transformados em
x+1
Em 2005, quando o número de frutos colhidos foi 37% inferior ao do primeiro
ano, resultou em redução na produtividade de 29%, com um aumento de 19% na
massa por fruto.
A análise de correlação, entre a produção e o número de frutos colhidos por
planta (Figura 1), mostrou que mais de 95% da oscilação observada para a
produção, sem diferença significativa entre os tratamentos, pode ser explicada pelo
número de frutos.
FIGURA 1 - PRODUÇÃO POR PLANTA (kg PLANTA
-1
), EM FUNÇÃO DO MERO DE FRUTOS
COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR).
y = 0,054x + 3,606
R² = 0,955
0
25
50
75
100
125
150
0 500 1000 1500 2000 2500
Produção (kg planta
-1
)
Número de frutos colhidos
21
Como para a produção, a massa por fruto tamm foi resultado do número de
frutos colhidos (Figura 2), sendo a produção diretamente e inversamente
proporcional ao número e tamanho dos frutos, respectivamente. No entanto, o
aumento na massa por fruto não foi suficiente para compensar a redução no número
de frutos, sendo a produção resultado do número de frutos, o que foi constatado
também por MATTOS, FREIRE & MAGNANI (1991b) e DOLINSKI et al. (2005) para
a cultura do pessegueiro.
FIGURA 2 - MASSA POR FRUTO (g), EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE FRUTOS COLHIDOS DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E
POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR).
3.5.2 Calibre dos frutos
O calibre dos frutos também não apresentou diferença significativa com relação
aos tratamentos utilizados (Tabela 4). Mas, para o fator ano, o calibre apresentou
diferença significativa, com exceção do calibre 3, que representa quase 50% dos
frutos e se manteve inalterado, independente do número de frutos colhidos. A outra
metade dos frutos teve a sua distribuição entre os calibres 2 e 4 dependente do
número de frutos colhidos. No terceiro ano, quando o número de frutos foi 37%
inferior ao primeiro ano, a porcentagem de frutos de calibre 2 passou de 43% para
15%, e a de calibre 4 de 6% para 32%.
y = -0,013x + 75,75
R² = 0,668
40
50
60
70
80
0 500 1000 1500 2000 2500
Massa por fruto (g)
Número de frutos colhidos
22
TABELA 4 - PORCENTAGEM DE FRUTOS DOS DIVERSOS CALIBRES, DA AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
(kg ha
-1
ano
-1
)
Calibre
1
4
2
3
4
4
5
4
2003
2004
2005
2003
2004
2005
2003
2004
2005
2003
2004
2005
2003
2004
2005
40 N
1
08 03 0 57 22 21 33 44 54 02 31 23 0 0 02
80 N
07 04 0 39 31 11 45 49 41 09 16 42 0 0 06
120 N
06 05 0 43 26 16 46 47 51 05 22 30 0 0 03
160 N
05 03 0 35 23 12 50 47 49 10 27 34 0 0 05
200 N
07 03 0 42 21 16 44 44 50 07 32 31 0 0 03
Média
7 a
4 b
0 c
43 a
25 b
15 c
44 a
46 a
48 a
6 b
25 a
32 a
0 b
0 b
3 a
55 K
2
08 03 00 43 27 16 41 48 46 8 22 34 0 0 04
110 K
06 04 00 43 23 16 47 44 51 4 29 30 0 0 03
C.V.(%)
3
----
29,35
----
----
35,14
----
----
23,16
----
----
32,42
----
----
37,80
----
1
N Nitrogênio.
2
K Potássio ( K
2
O).
3
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, o diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5%
de probabilidade.
4
Dados transformados em
x+1
O número de frutos de calibre 2, para o fator ano, foi diretamente proporcional
ao número de frutos colhidos (Figura 3), ao contrário, os frutos de calibre 4 foram
inversamente proporcionais ao número de frutos colhidos (Figura 4), conforme o
observado por MATTOS, FREIRE & MAGNANI (1991b), para a cultura do
pessegueiro, quando a redução no número de frutos proporcionou um aumento no
número de frutos de primeira.
FIGURA 3 - PORCENTAGEM DE FRUTOS DE CALIBRE 2, EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE
FRUTOS COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES
DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR).
Verifica-se no fator ano, que o tamanho do fruto a ser colhido pode ser
definido em função do número de frutos que permanecer na planta, o melhor
tamanho de fruto para cada produtor é dependente da forma de comercialização do
y = 0,023x - 1,196
R² = 0,488
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 500 1000 1500 2000 2500
Frutos de calibre 2 (%)
Número de frutos colhidos
23
seu produto. Deve-se levar em consideração também, a redução na produtividade,
entre os anos, observada quando se aumentou a massa por fruto (Tabela 3).
FIGURA 4 - PORCENTAGEM DE FRUTOS DE CALIBRE 4, EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE
FRUTOS COLHIDOS DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR).
3.5.3 Raleio
Como o número de frutos influencia a produção e o calibre dos frutos, conforme
observado entre os anos (Tabela 3), o raleio pode ser um dos responsáveis pela
falta de resposta entre os tratamentos, pois a sua intensidade define o número de
frutos que permanecerão na planta.
Embora anteriormente ao raleio todas as plantas possuíam números de frutos
produzidos superiores aos números de frutos colhidos em qualquer um dos
tratamentos (Tabela 5), o número de frutos que permaneceram na planta após o
raleio foi definido em função da capacidade vegetativa (tamanho e/ou número de
ramos).
y = -0,027x + 54,21
R² = 0,606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 500 1000 1500 2000 2500
Frutos de calibre 4 (%)
Número de frutos colhidos
24
TABELA 5 - RALEIO DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO
E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
(kg ha
-1
ano
-1
)
NFP
1
NFR
2
NFC
3
PFR
4
MFR
5
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
2004
2005
40
N
6
1880 4944 1032 3697 848 1247 56 74 8,9 8,2
80 N
4511 2644 3085 1687 1426 958 67 62 8,1 9,2
120 N
3198 4170 2114 3108 1084 1062 58 62 8,4 6,9
160 N
3423 4534 2204 3298 1219 1236 62 66 9,1 8,7
200 N
3231 4381 2175 3231 1057 1150 62 73 9,4 7,8
Médi
a
3249
4135
2122
3004
1127
1131
61
67
8,8
8,1
55
K
7
3481 3926 2167 2862 1314 1064 58 67
8,3 Aa
8,9 Aa
110 K
3016 4344 2077 3146 940 1197 64 67
9,3 Aa
7,4 Bb
C.V.(%)
8
49,75
63,41
45,51
27,81
21,16
1
NFP Número de frutos produzidos anteriormente ao raleio.
2
NFR Número de frutos raleados.
3
NFC
Número de frutos colhidos.
3
PFR Porcentagem de frutos raleados em relação ao número total de fruto
produzido.
5
MFR massa média por fruto raleado (gramas) (MFR).
6
N Nitrogênio.
7
K Potássio
(K
2
O).
8
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, o diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5%
de probabilidade.
A relação direta observada entre o número de frutos produzidos (antes do
raleio), e o número de frutos raleados, foi diretamente proporcional (Figura 5-A),
resultando em maior homogeneização no número de frutos colhidos. Ainda, a menor
correlação entre o número de frutos produzidos (antes do raleio) e o número de
frutos colhidos, indica um efeito do raleio sobre o número de frutos que
permaneceram na planta (Figura 5-B), o qual resultou na produtividade.
A B
FIGURA 5 - NÚMERO DE FRUTOS RALEADOS POR PLANTA (A) E NÚMERO DE FRUTOS
COLHIDOS (B), EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE FRUTOS PRODUZIDOS (ANTES
DO RALEIO) DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR).
y = 0,823x - 493,7
R² = 0,954
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
Número de frutos raleados
Número de frutos produzidos (antes do raleio)
y = 0,176x + 493,7
R² = 0,488
0
500
1000
1500
2000
2500
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
Número de frutos colhidos
Número de frutos produzidos (antes do raleio)
25
MATTOS, FREIRE & MAGNANI (1991b) concluíram para a cultura do
pessegueiro que o número e o tamanho dos frutos dependem da intensidade,
uniformidade e época de raleio, reforçado por GOMES et al. (2005) que trabalharam
com a intensidade de raleio para o pessegueiro e verificaram que a maior
intensidade de raleio resultou em frutos de maior calibre, reduzindo o número de
frutos colhidos.
Outro fator que pode ter contribuído para a falta de resposta entre os
tratamentos, é o suprimento de parte da demanda de N pela matéria orgânica do
solo, pela presença natural de trevo branco e pela água das chuvas. BASSO &
SUZUKI (1992) utilizando doses de N não observaram diferenças significativas para
a cultura da macieira em relação à produtividade e os teores foliares, mesmo para a
testemunha, e o baixo vigor e a produtividade não foi devido apenas ao N, mas sim
a outros fatores determinantes de vigor e produtividade.
A capacidade intnseca da planta em manter reservas nos ramos, troncos e
raízes, também pode ter contribuído para a falta de resposta, motivo pelo qual
mesmo a menor dose utilizada foi suficiente para suprir a demanda de N.
TAGLIAVINI et al. (2000), verificaram que 40% do total de N do fruto é oriundo das
reservas da planta, sendo essa contribuição mais intensa no início do
desenvolvimento do fruto, mas se mantendo em menor intensidade até a colheita.
Outra explicação para a falta de resposta entre os tratamentos pode ser o fato
da homogeneização no comprimento e número dos ramos no momento das podas,
maior produtividade pode ser obtida aumentando o número de frutos, visto a relação
entre o número de frutos colhidos e a produtividade, a homogeneização nos ramos
pode reduzir a diferença na produtividade.
As características avaliadas mostraram-se não significativa para os tratamentos
utilizados, sendo que a menor dose de nitrogênio e a de potássio foi suficiente para
manter a produtividade, e repor parte das quantidades desses elementos exportados
pelos frutos. A menor dose de N utilizada ficou próxima da quantidade exportada
pelos frutos, mesmo para a alta produtividade observada, a quantia máxima
estimada de N exportada para as produtividades obtidas foi o equivalente a 62 kg de
N, valor aproximado ao observado por VITANOVA (1990).
26
CHATZITHEODOROU, SOTIROPOULOS & MOUHTARIDOU (2004)
constataram que a omissão de aplicação de N para a cultura do pessegueiro,
reduziu a vida útil do pomar de forma diferenciada para as duas cultivares
estudadas, sendo necessário repor ao sistema a quantidade de N que é exportada
pelos frutos.
Somado à falta de resposta para as características avaliadas nesse trabalho,
em estudo na mesma área, verificou que a partir da dose de 160 kg de N ha
-1
ano
-1
a
incidência de furo de bala em folhas e a de podridão parda nos frutos foram
superiores. O N ainda interferiu na firmeza da polpa, aumentou a acidez dos frutos e
retardou a sua maturação. Por outro lado, a maior dose de K aumentou a
concentração de sólidos solúveis totais e reduziu a perda de massa por frutos após o
armazenamento refrigerado, sem interação entre o N e o K (TUTIDA, 2006).
3.5.4 Alternância na produção
A produção média, das 72 plantas, nas três safras avaliadas foi: 83, 64 e 60 kg
por planta respectivamente, sendo que para os três anos em média, 51% das
plantas ficaram com produção abaixo da média, e 49% das plantas acima da média.
Na comparação entre os anos, apenas uma das plantas apresentou produção
abaixo e três plantas acima da média, nas três safras consecutivas. As demais 94%,
ou 68 plantas, apresentaram alternância de produção acima e abaixo da média entre
as safras avaliadas, sendo que 29% dessas com alternância bianual, e a maioria,
71% ou 48 plantas, apresentaram alternância anual, ou seja, quando em um ano a
produção ficou acima da média no ano seguinte a mesma planta apresentou
produção abaixo da média, sendo o inverso verdadeiro.
Na avaliação da alternância entre três plantas vizinhas, das 24 plantas centrais
avaliadas durante três safras (72 parcelas, 24 plantas durante três anos), em 39
delas as três plantas seguidas ficaram com produção acima ou abaixo da média,
entre essas, 16 parcelas estavam com as três plantas abaixo da dia (embora em
75% as três plantas apresentaram produção acima da média no ano anterior ou
posterior), 17 parcelas apresentaram as três plantas acima da média (em 65% as
três plantas apresentaram produção abaixo da média no ano anterior ou posterior).
As demais parcelas (54%), na comparação entre plantas vizinhas apresentaram
27
alternância, dessas 46% ficaram com a planta central com produção abaixo do
normal (61% entre plantas abaixo e acima da média, e 39% entre duas plantas
acima da média), as outras 54% apresentaram a planta central acima da média
(71% entre plantas abaixo e acima da média, e 29% entre duas abaixo da média).
Embora a alternância ocorra entre plantas vizinhas (observado em 54% das parcelas
avaliadas), como uma forma de competição (luz, nutrientes e água) e uma
compensação entre elas, a alternância ficou mais evidente, entre os anos, quando
94% das plantas apresentaram alternância. Sendo que 71% dessas apresentaram
alternância anual (71%), quando a produção ficou acima da média em uma safra na
safra seguinte ou anterior essa planta apresentou produção abaixo da dia, sendo
o inverso verdadeiro.
Para o produtor essa alternância poderá ficar menos evidente quando se avalia
a produção por área (produtividade), uma vez que metade das plantas ficou com
produção abaixo da média e a outra metade acima da média no ano, assim como a
alternância entre plantas vizinhas ocorreu em metade delas, essa alternância é
diluída quando se avalia a produtividade. Para os três anos avaliados não foram
observadas diferenças na utilização de diferentes doses de nitrogênio e de potássio,
nem no acumulado dos três anos, a falta de resposta à adubação pode ser explicado
em parte pela alternância observada para a cultura, tal alternância pode estar
associado às condições climáticas, resultando na produtividade.
28
3.6 CONCLUSÕES
1. A menor dose de N e de K, a partir do quarto ano de implantação do pomar é
suficiente para manter a produtividade durante três anos.
2. Alterando apenas o N e o K no pomar com quatro anos de idade, por um
período de três anos, não foi suficiente para promover alteração na produção.
3. A falta de resposta ao N e ao K, acompanhado da alta produtividade, indica
que essa é resultante de outras características e manejo do pomar.
4. Para o fator ano, as diferenças na produção apresentaram uma relação
direta com o número e inversa com o calibre dos frutos colhidos.
29
CAPÍTULO II
4.1 RESUMO
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA NOS TEORES FOLIARES E
NO CRESCIMENTO VEGETATIVO DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, NA REGIÃO
DE ARAUCÁRIA - PR
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adubação nitrogenada e
potássica no estado nutricional da cultura da ameixeira (Prunus salicina), cv.
‘Reubennel’, através dos teores foliares de N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu e B,
durante três anos. No terceiro ano foi avaliado também o desenvolvimento
vegetativo através dos ramos produtivos, da poda de verão (ramos “ladrões”), da
radiação interceptada e da superfície da área foliar. O experimento teve
delineamento experimental em blocos ao acaso, com três repetições, distribuídos em
parcelas sub-subdivididas. O potássio foi aplicado na parcela principal (55 e 110 kg
de K
2
O ha
-1
ano
-1
), na forma de cloreto de potássio, parcelado no início da brotação
(60%) e após o raleio (40%). O nitrogênio foi aplicado na subparcela (com cinco
plantas cada), (40, 80, 120, 160 e 200 kg de N ha
-1
ano
-1
), na forma de uréia,
parcelado no início da brotação (30%), após o raleio (30%) e após a colheita (40%),
e o fator ano foi avaliado como sub-subparcela. A quantidade de N e K aplicada ao
solo apresentou uma relação positiva com as concentrações nos teores foliares
desses nutrientes, sem relação direta na concentração dos outros nutrientes
avaliados. Foi observada também diferença nos teores foliares de N, K, Ca, Mg, Mn,
B, Zn e Cu entre os anos, provavelmente pelas condições climáticas (variações na
precipitação). O desenvolvimento vegetativo avaliado através do número de ramos
produtivos e da superfície da área foliar não apresentou diferenças significativas
entre os tratamentos. Contudo, o N aplicado aumentou o comprimento dos ramos
“ladrões” da poda de verão e a porcentagem de ramos “ladrões” com emissões
laterais. O incremento nesses ramos “ladrões” em função do N aplicado resultou no
aumento na massa total da poda de verão (a maior dose de N aumentou 126% a
massa total da poda de verão em relação a menor dose) e na quantidade da
radiação interceptada pela copa. Não houve interação entre N e K para nenhuma
das concentrações de nutrientes avaliadas.
30
4.2 ABSTRACT
NITROGEN AND POTASSIUM FERTILIZATION ON FOLIAR
CONCENTRACION AND VEGETATIVE DEVELOPMENT OF PLUM ‘REUBENNEL’
AT ARAUCÁRIA COUNTY PARANA - BRAZIL
The objective of this research aim was to evaluate nitrogen and potassium
fertilization of plum (Prunus salicina), cv. ‘Reubennel’, this effect in the nutritional
status through foliar concentration (N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu and B) during
three years. The third year was evaluated the vegetative development after this three
treatment years, through the productive shoots, summer pruning (“robber” shoots),
intercepted radiation, and superficial foliar area. The experiment design was a split-
plot in a randomized complete block with three replications. Main plot treatments
were potassium rates (55 and 110 kg of K
2
O ha
-1
ano
-1
), and subplot treatments were
the nitrogen rates (40, 80, 120, 160 and 200 kg of N ha
-1
ano
-1
), were applied during
three years. The year factor was analyzed as split-split plot. The amount N and K
application in the soil presented positive relationship with them concentration of those
foliar concentration, but did not directly change the concentration of others nutrients.
It was observed differences for N, K, Ca, Mg, Mn, B, Zn and Cu leaves tissue
concentration among the years due probably great climatic condition (variation on
precipitation). The evaluation of vegetative growth through the number of productive
branch and superficial foliar area did not presented differences due to the treatments.
However, N application enhanced the size of trimmed summer “robber” shoots and
the percentage of “robber” shoots with secondary emission. The increment on
“robber” shoots emission resulted of N application explained the enhancement on
total mass summer pruning (the highest N rate produced 126% more in the summer
pruning than smallest rate) and the intercepted radiation by canopy. There was no
interaction effect between N and K for any plant nutrient concentration evaluated.
31
4.3 INTRODUÇÃO
O estado do Paraná em 1999 ocupava a segunda posição nacional em área
com a cultura da ameixeira (752 ha), com o equivalente a 22% da área nacional, e
apenas o quarto lugar em produção, com produtividade média de 7,5 Mg ha
-1
(MADAIL, 2003).
A adubação de fruteiras de caroço de clima temperado é um dos fatores que
pode ter reflexos variáveis na produtividade (MATTOS, FREIRE & MAGNANI,
1991a; DOLINSKI et al., 2005), por interferir na suscetibilidade as doenças (SOUZA,
2005 e TUTIDA, 2006), no estado nutricional (KWONG, 1973; MATTOS, FREIRE &
MAGNANI, 1991a) e no crescimento vegetativo dessas plantas (CUMMINGS, 1989).
Uma das principais ferramentas utilizada para definir a necessidade e as doses
de adubos a serem aplicadas nas culturas agrícolas é a análise química do solo.
Contudo, em um levantamento do estado nutricional de fruteiras de caroço de clima
temperado, na região metropolitana de Curitiba, a utilização da análise de solo
isoladamente não foi um critério satisfatório para o melhor diagnóstico nutricional da
cultura sendo necessária a sua utilização juntamente com a análise foliar (OLIVEIRA
& TSUNETA, 1987).
Além da disponibilidade dos nutrientes no solo, os teores foliares podem ser
influenciados pela cultivar, pela quantidade de frutos produzidos, pela presença de
plantas invasoras, pelas podas, pela época de coleta das folhas para análise e pelos
fatores climáticos (CUMMINGS, 1989).
Em um levantamento do estado nutricional de fruteiras de caroço, realizado por
OLIVEIRA & TSUNETA (1987) no ano de 1982, e outro descrito no RELATÓRIO
PIF - PR (2003) cerca de 20 anos após o primeiro estudo, indicaram ocorrência de
deficiência nutricional em fruteiras de caroço, estando na faixa de interpretação
abaixo do normal em 40 e 27% (N), 85 e 23% (Ca), 85 e 68% (Mg), 80 e 14% (Zn),
dos pomares avaliados respectivamente. Sendo que no levantamento mais recente
foi observado teores abaixo do normal para os mesmo nutrientes, no entanto em
proporções menores.
Além da análise de tecido, o estado nutricional pode ser avaliado indiretamente
pelo desenvolvimento vegetativo, através do crescimento e número de ramos
produtivos e ramos “ladrões” produzidos, e da quantidade de luz interceptada pela
32
copa das árvores (radiação interceptada). O crescimento vegetativo excessivo não é
desejado, pois pode levar ao sombreamento dos frutos afetando a cor, a incidência
de pragas e doenças, um gasto de energia desnecessário pela planta. Por outro
lado, um desenvolvimento vegetativo reduzido, acarreta menor tamanho e/ou
número de ramos produtivos podendo diminuir o seu potencial produtivo (Motta et
al., 2004), e ainda o crescimento vegetativo pode ser afetado ou afetar os teores
foliares dos nutrientes pelo “efeito de diluição” ou “efeito concentração” (Cummings,
1989).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adubação nitrogenada e
potássica no estado nutricional da cultura da ameixeira ‘Reubennel’, através dos
teores foliares de N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu e B, durante três anos, e para o
terceiro ano também o desenvolvimento vegetativo, através dos ramos produtivos,
da poda de verão (ramos “ladrões”), da radiação interceptada e da superfície da
área foliar.
33
4.4 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em maio de 2003, em um pomar comercial de
ameixeira da cultivar ‘Reubennel’ sob porta-enxerto ‘Okinawa’, com quatro anos de
idade e espaçamento 6 x 3 m, em solo tipo Cambissolo, no município de
Araucária - PR.
O município apresenta altitude média de 900 m e o clima classificado como
Cfb, subtropical úmido (Koppen). Os dados climatológicos dos meses de agosto a
dezembro apresentaram temperatura média de 16,9, 17,5 e 17,2°C e precipitação
acumulada de 476, 436 e 654 mm, para os anos de 2003, 2004 e 2005
respectivamente (SIMEPAR, 2006).
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com três
repetições, distribuído em parcelas sub-subdivididas, com cinco plantas em cada
subparcela, sendo três plantas na parcela útil onde foram coletados os dados e as
demais plantas de bordadura. Os tratamentos de adubação fora aplicados durante
três anos, sendo o potássio aplicado na parcela (55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
), na
forma de cloreto de potássio, parcelado durante o início da brotação (60%) e após o
raleio (40%). O nitrogênio foi aplicado na subparcela (40, 80, 120, 160 e 200 kg de N
ha
-1
ano
-1
) na forma de uréia, parcelado durante o início da brotação (30%), após o
raleio (30%) e após a colheita (40%). As adubações foram parceladas de acordo
com as normas de Produção Integrada de Frutas - Pêssego (INMETRO, 2003). O
fator ano foi analisado como sub-subparcela. Todas as adubações foram realizadas
manualmente na área de projeção da copa.
Anteriormente a instalação do experimento, a área vinha sendo conduzida pelo
produtor utilizando 80 kg de N e 80 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
. Ao se instalar o
experimento realizou-se a análise de solo (Tabela 1), de acordo com a metodologia
descrita pela COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC (1995).
34
TABELA 1 - ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA NA PROJEÇÃO DA COPA
(PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E 20 - 40 CM DE PROFUNDIDADE, EM
JUNHO DE 2003 (ARAUCÁRIA - PR)
Local
Prof.
1
pH
Al
+3
Al
+3
00
H+Al
+3
Mg
+2
Ca
+2
K
+
T
P
2
M.O
.
3
pH
V
Areia
Silte
Argila
CaCl
2
----------------------cmol
c
/dm
3
------------------------ mg/dm
3
% SMP % ------------%------------
PC
00
-
20
5,55
0
3,2
1,96
4,03
0,59
9,78
27,8
2,68
6,60
67
55
25
20
PC
20
-
40
5,40
0 3,4 2,01
3,73
0,30
9,44
20,4
2,27
6,50
64 53 28 19
EL
00
-
20
5,30
0
3,6
2,94
3,73
0,20
10,47
18,5
2,41
6,40
65
56
25
19
EL
20
-
40
5,20
0 3,6 3,08
3,68
0,09
10,45
9,7 2,00
6,40
66 50 28 22
NOTAS:
1
Prof. Profundidade da coleta em cm.
2
P Extrator Mehlich.
3
M.O. Matéria orgânica
A coleta de folhas para a análise dos teores foliares dos macro e
micronutrientes, durante três anos, foi realizada dez dias antes da colheita, conforme
metodologia descrita pela COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC (1995),
enquanto que as determinações de N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu e B, seguiram a
metodologia descrita por FREIRE (2001).
O desenvolvimento vegetativo foi avaliado, para o terceiro ano, através da
radiação solar interceptada, ramos produtivos, massa da poda de verão e área da
superfície foliar. A radiação solar interceptada foi avaliada às 11h. 30min. sob a
projeção da copa das três plantas por subparcela, utilizando o aparelho AccuPar LP-
80
®
, devidamente calibrado. O número de ramos produtivos foi avaliado escolhendo-
se uma pernada sempre do mesmo quadrante, contando e medindo todos os ramos
contidos em 70 cm da pernada, dividindo em ramos de ano, ramos de um ano e
ramos com mais de dois anos.
Para a poda de verão (representada pelos ramos “ladrões”) foram avaliadas a
massa total, o comprimento de 10 ramos “ladrões” e a porcentagem de ramos com
emissão lateral (média das três plantas). A superfície da área foliar foi avaliada pela
média da área de 10 folhas por subparcela, utilizando o aparelho WinRhizo-LA
1600
®
.
A extração de nutrientes pelo raleio, pela poda de verão e pelos frutos colhidos,
foi avaliado através da amostras compostas constituídas de 30 sub-amostras. Os
frutos raleados (out - 2005) foram divididos em parte basal e apical, a fim de auxiliar
no diagnóstico do sintoma observado no ápice de 3,71% deles. O material retirado
na poda de verão (novembro - 2005) foi separado em ramos e folhas para obtenção
do teor de nutrientes e os frutos colhidos (jan - 2006) foram separados em caroço e
polpa para a quantificação dos nutrientes exportados.
35
Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente por meio de análise
de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade, utilizando o aplicativo computacional "MSTATC" da Universidade de
Michigan.
36
4.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.5.1 Teores foliares
Os resultados dos teores foliares dos macronutrientes, apresentados nas
Tabelas 2 e 3, demonstram que, com exceção do Mg nos anos de 2003 e 2005
(abaixo do normal), todos os demais macronutrientes ficaram na faixa de
interpretação normal ou acima do normal, de acordo com a COMISSÃO DE
QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO RS/SC (2004). Sendo importante enfatizar
que o solo da área experimental apresentava nível médio para a matéria orgânica e
alto para os demais parâmetros, inclusive para o Mg (Tabela 1), que apresentou teor
foliar abaixo do normal. No caso do Mg, resultados semelhantes foram observados
para a mesma região por OLIVEIRA & TSUNETA (1987) e descritos no RELATÓRIO
PIF - PR (2003).
TABELA 2 - TEOR FOLIAR DE N E K EM g kg
-1
, DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB
DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
Nitrogênio
Média
Potássio
Média
kg ha
-
1
ano
-
1
2003 2004 2005 2003 2004 2005
40 N
1
26,6 25,5 26,6 26,2 E 26,6 29,8 28,4 28,3
80 N
26,9 27,0 27,3 27,1 D 27,3 27,3 27,2 27,3
120 N
28,3 27,1 27,2 27,5 C 27,2 27,8 27,6 27,5
160 N
28,7 27,6 26,8 27,7 B 26,8 27,7 27,6 27,4
200 N
30,2 28,6 27,3 28,7 A 27,3 28,8 28,0 28,0
Média 28,1 a
27,2 b 27,0 b 27,4 27,0 b 28,3 a 27,8 ab
27,7
55 K
2
28,8 Aa
27,4 Aa
26,6 Bb
27,6 26,6 B 27,5 27,6 27,5 B
110 K
27,5 Ba
27,0 Aa
27,4 Aa
27,3 27,4 A 29,1 27,9 28,5 A
C.V.(%)
3
------------ 5,16 ------------
---------- 6,20 ----------
NOTAS:
1
N Nitrogênio.
2
K Potássio (K
2
O).
3
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, maiúsculas na coluna e minúsculas na linha, não
diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para os tratamentos com doses de potássio foi observada relação direta com o
teor foliar de K médio de três anos, que foram de 27,5 e 28,5 g kg
-1
para as doses de
55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
, respectivamente, sem interação com as doses de N
(Tabela 2).
37
TABELA 3 - TEOR FOLIAR DE P, Ca E Mg EM g kg
-1
, PARA A CULTURA
DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES
DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
kg ha
-1
ano
-1
Fósforo Cálcio Magnésio
2003 2004 2005 2003 2004 2005 2003 2004 2005
40 N
1
2,6
2,5
24,7
25,6
23,8
5,4
5,6
5,1
80 N
1,6 2,6 2,3 23,8 29,0 25,2 5,1 6,1 4,9
120 N
2,4
2,3
23,2
29,1
23,2
5,2
6,0
4,9
160 N
1,5 2,3
2,2 23,0 29,4 23,6 5,1 6,1 4,8
200 N
2,2
2,2
22,7
27,7
25,2
5,2
5,9
4,8
Média
2,3
23,5
28,2
24,2
5,2 b
5,9 a
4,9 c
55 K
2
1,6
2,4
2,3
24,4
28,7
24,0
5,3
6,0
5,0
110 K
1,6 2,4 2,3 22,6 27,6 24,4 5,0 5,9 4,8
C.V.(%)
3
--------
7,53
--------
--------
9,94
--------
--------
8,38
--------
NOTAS:
1
N Nitrogênio.
2
K Potássio (K
2
O).
3
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, não diferem entre si, pelo teste
de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Os teores foliares de K ficaram na faixa de interpretação acima do normal ou
excessivo, nos três anos avaliados, isso pode estar relacionado em parte aos altos
valores observados na análise química do solo (Tabela 1), bem como explicar a falta
de resposta aos tratamentos com esse elemento ou interação com os níveis de
adubação nitrogenada para as demais características avaliadas da planta.
Corroborando com os resultados aqui obtidos, constatou-se que 85% dos
pomares avaliados na mesma região apresentaram teores foliares de K acima do
normal pela recomendação da COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO
SOLO RS/SC (2004), e em mais de 65% dos pomares os teores desse elemento no
solo estavam altos (OLIVEIRA & TSUNETA, 1987; RELATÓRIO PIF - PR, 2003).
Respostas para adubações potássicas na produção e qualidade dos frutos foram
observadas por MAGNANI, FREIRE & MORAES (1984) e CUMMINGS (1989),
contudo esses autores trabalharam em pomares com teores foliares de potássio
equivalente a 10 g kg
-1
, valor esse bem abaixo dos observados no presente trabalho
(Tabela 2).
Quanto aos tratamentos de N, esse apresentou uma relação direta com os
teores foliares de N médio dos três anos, refletindo a disponibilidade de N aplicada
ao solo desde o primeiro ano dos tratamentos (Tabela 2).
Para o primeiro ano a partir da dose de 120 kg de N ha
-1
ano
-1
, doses essas
mais elevadas do que utilizara o produtor, o teor foliar de N ficou na faixa de
interpretação acima do normal. No segundo ano apenas a maior dose utilizada
apresentou teor foliar acima do normal, já para o terceiro ano todos os teores foliares
38
ficaram no nível de interpretação normal. Podendo ser explicado em parte pelo efeito
diluição, possivelmente como resultado do maior estímulo ao desenvolvimento
vegetativo. Apesar de observada diferença entre todas as doses, no teor médio dos
três anos, apenas a dose de 200 kg de N ha
-1
ano
-1
ficou na faixa de interpretação
acima do normal (COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DE SOLO RS/SC,
2004).
A relação positiva entre o N aplicado ao solo e o teor foliar desse elemento
(Figura 1), também foram observados por vários autores para fruteiras de clima
temperado (KWONG, 1973; MATTOS, FREIRE & MAGNANI, 1991a; NOÈ et al.,
1985; DECKERS et al., 2001; DOLINSKI et al., 2005), mas essa relação é menos
comum quando comparada com a produção e a qualidade dos frutos.
FIGURA 1 - TEOR FOLIAR MÉDIO DE N ENCONTRADO NOS ANOS DE 2003, 2004 E 2005, PARA
A CULTURA DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SUBMETIDOS A DIFERENTES DOSES
DE NITROGÊNIO (ARAUCÁRIA - PR).
Em um estudo realizado por DECKERS et al. (2001) para a cultura da macieira
durante dez anos revelou a relação entre a quantidade de N aplicada ao solo e o
teor foliar desse elemento, embora os teores foliares mantivessem na mesma faixa
de interpretação, foi observado um potencial de perdas desse elemento por
lixiviação com o aumento na dose de N utilizada, portanto a análise foliar
isoladamente não seria um critério satisfatório para definir a dose máxima de N a ser
aplicada. Os demais macronutrientes avaliados P, Ca e Mg não apresentaram
diferenças em relação aos tratamentos das adubações.
y = 0,022x + 25,44
= 0,953
18
20
22
24
26
28
30
32
34
40 80 120 160 200
Teor foliar de N (g kg
-1
)
Dose de N kg
-1
ha
-1
ano
-1
39
Analisando o fator ano, além dos teores foliares de N, os de K, Ca e de Mg
também apresentaram diferenças significativas. A redução nesses teores foliares,
observado ao longo dos anos, podem estar relacionada ao crescimento vegetativo,
provocando o “efeito de diluição” desses nutrientes. Podendo ainda ser resultado
dos fatores climáticos, que afetam o fluxo de massa, principal mecanismo para N, Ca
e Mg.
Para o N a menor concentração no teor foliar foi observada no ano de maior
precipitação (2005), o teor foliar de K não apresentou diferença em relação ao ano
de maior precipitação. Apesar da maior disponibilidade de N pela mineralização da
matéria orgânica, sob essas condições a perda desse elemento no solo é favorecida
pela sua alta mobilidade e por não ser adsorvido nas cargas negativas do solo
(CAMARGO & SÁ, 2004).
MARZADORI et al. (1995) avaliaram a concentração de amônio no solo após a
aplicação de diferentes doses de N e estimou que o volume explorado pelas raízes
de uma planta de pessegueiro foi de 4 m
3
, a quantidade de amônio disponível para
essa área foi de 134g ano
-1
, sendo a absorção de aproximadamente 280g ano
-1
, a
fonte aplicada de N não explicou a disponibilidade total desse elemento durante todo
o ciclo. O fertilizante nitrogenado aplicado pode ter efeito na fixação e liberação de
N, portanto a definição da dose de N a ser aplicada deve levar em consideração
também a capacidade de mineralização e a quantidade de matéria orgânica
presente no solo.
As diferenças nos teores de Ca podem estar relacionadas com as condições
climáticas, dias consecutivos de chuva e nublados observados no terceiro ano pode
ter reduzido a transpiração da planta e absorção de Ca, mesmo sob condições
adequadas no solo. Deve-se considerar ainda a baixa relação Ca/Mg (2) e os altos
teores de K no solo que também pode ter reduzido a absorção de Ca (VITTI, LIMA &
COCARONE, 2006). A observação de teores foliares de Mg abaixo do normal vem
sendo comum na região, mesmo sob condições de teor alto no solo (OLIVEIRA &
TSUNETA, 1987; RELATÓRIO PIF - PR, 2003).
Para os micronutrientes avaliados, os resultados dos teores foliares
apresentados nas Tabelas 4 e 5, demonstram que com exceção do Cu 2003 (abaixo
do normal) e Mn para 2005 (acima do normal), todos os demais ficaram na faixa de
interpretação normal de acordo com a COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE
40
DO SOLO RS/SC (2004). Em dois levantamentos na mesma região não foi
observado nenhum caso de teor foliar de Cu abaixo do normal, embora no
levantamento mais recente teores foliares de micronutrientes acima do normal foram
observados para Zn, Cu e Mn em 8%, 9% e 32% respectivamente, sendo esses
valores altos atribuídos em parte aos produtos utilizados no controle das doenças
(OLIVEIRA & TISUNETA, 1987; RELATÓRIO PIF - PR, 2003).
TABELA 4 - TEOR FOLIAR DE Mn E B EM mg kg
-1
, PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
kg ha
-1
ano
-1
Manganês
Média
Boro
Média
2003 2004 2005
2003 2004 2005
40 N
1
81
103
199
128
35
49
44
43
80 N
73
98
199
123
34
49
42
42
120 N
68 91 172 110 34 47 43 41 B
160 N
71
90
173
111
35
49
41
42
200 N
73 98 200 124 37 51 47 45 A
Média
73 c
96 b
189 a
119
35 c
49 a
43 b
42
55 K
2
68 Bc
96 Ab
191
35 Ac
48 Aa
44 Ab
42
110 K
78 Ac
96 Ab
186 120
36 Ac
49 Aa
43 Ab
43
C.V.(%)
3
----------
3,03
----------
----------
5,91
----------
NOTAS:
1
N Nitrogênio.
2
K Potássio (K
2
O).
3
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, maiúsculas na coluna e minúsculas na linha,
não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Entre os micronutrientes apenas o B apresentou diferença na média dos três
anos (Tabela 4), embora não uma explicação em relação ao efeito do N sobre
este elemento uma vez que os menores teores são observados para as doses
intermediarias de N, esses valores apresentaram uma relação com o
desenvolvimento vegetativo (massa total da poda de verão observado na Tabela 7).
Apesar da pequena variação nos teores foliares de B, esses mantiveram na faixa de
interpretação normal, diferente do levantamento realizado na região, onde se
constatou que em média 59% dos pomares avaliados apresentaram níveis
deficientes de B (Relatório PIF - PR, 2003).
41
TABELA 5 - TEOR FOLIAR DE Fe, Zn E Cu EM mg kg
-1
, PARA A
CULTURA DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB
DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
kg ha
-1
ano
-1
Ferro Zinco Cobre
2003 2004
2005
2003 2004 2005 2003 2004 2005
40 N
1
143
125
29
24
36
4
9
9
80 N
132
127
29
24
37
4
9
10
120 N
114 125 118 27 24 36 4 9 10
160 N
123 130 123 28 23 36 4 9 10
200 N
126
117
28
25
39
4
9
10
Média
128
125
125
28 b
24 c
37 a
4 b
9 a
10 a
55 K
2
130
124
28
24
34
4
Ab
9
Aa
9
Aa
110 K
125
125 127 28 24 39 4 Ab
9 Aa
10
C.V.(%)
3
------- 11,22 ------- ------- 3,07 ------- ------- 4,98 -------
NOTAS:
1
N Nitrogênio.
2
K Potássio (K
2
O).
3
C.V.(%) Coeficiente de
variação.
Médias seguidas da mesma letra, maiúsculas na coluna e minúsculas na
linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade.
O fator ano apresentou diferenças significativas para o Mn, B, Zn e Cu. Com
destaque para a redução na disponibilidade de B e para o aumento dos de Mn, Zn e
Cu no ano de maior precipitação (2005) (Tabelas 4 e 5). O maior número de
tratamentos com produtos fitossanitários explica em parte o aumento nos teores
desses elementos. Ainda a disponibilidade de Mn e Zn para as plantas pode ser
aumentada no solo em ano de maior precipitação pela combinação da maior taxa na
decomposição da matéria orgânica, da maior atividade microbiana, dos processos de
redução do Mn e melhoria nos processos do mecanismo de contato em condições de
maior umidade (difusão e fluxo de massa).
E a redução no teor foliar de B, além do “efeito diluição”, pode ser resultado da
maior precipitação acarretando perdas no solo desse elemento por lixiviação,
sobretudo, no solo estudado pela baixa porcentagem de argila a sua disponibilidade
reduzida no solo (Tabela 1) (Relatório PIF - PR, 2003; Motta & Serrat, 2007).
4.5.2 Crescimento vegetativo
Após três anos de tratamentos, quando foi avaliado o crescimento vegetativo,
não foram observados efeitos no número e tamanho dos ramos produtivos e na área
da superfície foliar em função das adubações utilizadas (Tabela 6), diferente do
observado por (MATTOS, FREIRE & MAGNANI, 1991a) quando observaram o efeito
linear entre a quantidade de N aplicada ao solo e o comprimento dos ramos de ano
42
em pessegueiro. A falta de resposta para os ramos produtivos pode ser efeito das
podas, homogeneizando o número e tamanho desses ramos.
TABELA 6 - NÚMERO E COMPRIMENTO DOS RAMOS PRODUTIVOS E
SUPERFÍCIE DA ÁREA FOLIAR, APÓS TRÊS ANOS DE
TRATAMENTO (DEZEMBRO DE 2005), PARA A CULTURA DA
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
kg ha
-1
ano
-1
---------------------------Ramos produtivos----------------------------
Folha
interce
DA
1
UA
2
RA
3
DA
1
UA
2
RA
3
SA
4
--------------número-------------- --------------cm-------------- cm
2
40
N
5
8
24
11
246
141
17,5
80 N
6
33
5
198
61
17,3
120 N
5 34 6 177 160 74 17,6
160 N
6
39
7
198
100
17,4
200 N
8 37 8 211 178 106 18,6
Média
7
33
7
206
96
17,7
55
K
6
6
31
8
195
126
17,5
110 K
7 36 6 217 166 66 17,8
C.V.(%)
7
35,79
27,93
56,36
31,28
29,14
75,86
9,05
NOTAS:
1
DA Ramos produtivos de dois anos.
2
UA Ramos produtivos de ano.
3
RA
Ramos produtivos do ano.
4
SA Superfície da área foliar.
5
N Nitrogênio.
6
K Potássio
(K
2
O).
7
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Em outros parâmetros utilizados para avaliação do desenvolvimento vegetativo
através dos ramos “ladrões” foi verificado o efeito do N (Tabela 7 e Figura 2). Para a
massa total da poda de verão foi observado aumento de 126% na maior dose de
adubação nitrogenada (Figura 2C). Foi verificado ainda o aumento do tamanho dos
ramos “ladrões” e no estímulo a emissão de ramos laterais (Figuras 2A e 2B), como
esses ramos não sofrem podas parciais e foram observados efeitos da adubação
nitrogenada no estímulo ao crescimento vegetativo desses, reforçando o possível
efeito da homogeneização nos ramos produtivos pelas podas. Assim como o
constatado por (MATTOS, FREIRE & MAGNANI, 1991a) onde a adubação
nitrogenada apresentou um efeito positivo no vigor de plantas de pessegueiro.
43
TABELA 7 - PODA DE VERÃO E RADIAÇÃO INTERCEPTADA,
APÓS TRÊS ANOS DE TRATAMENTO (DEZEMBRO
DE 2005), PARA A CULTURA DA AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE
NITROGÊNIO E POTÁSSIO (ARAUCÁRIA - PR)
Tratamentos
kg ha
-1
ano
-1
Poda de verão (Ramos “ladrões”)
Radiação
MT
1
CR
2
EL
3
RI
4
kg ha
-
1
cm % %
40
N
5
445 B
72 B
3
B
73 C
80 N
616 AB 80 AB 17 AB 78 BC
120 N
518 B
88 AB
22
A
B
81 AB
160 N
689 AB 92 A 42 A 87 A
200 N
1006 A 96 A 43 A 84 AB
Média
655
86
25
81
55
K
6
666
90
31
81
110 K
645
81
20
80
C.V.(%)
7
34,32
11,46
65,16
7,82
NOTAS:
1
MT Massa total de ramos “ladrões”.
2
CR Comprimento
médio por ramo “ladrão”.
3
EL Ramos “ladrões” com emissões de
ramos laterais.
4
RI Radiação interceptada.
5
N Nitrogênio.
6
K Potássio
(K
2
O).
7
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si,
pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
A porcentagem de ramos “ladrões” com emissão de ramos laterais foi o
parâmetro mais sensível para observação do efeito do N no estímulo do aumento no
desenvolvimento vegetativo (Figura 2B). A relação entre adubação nitrogenada e
massa total da poda de verão foi resultado do aumento tanto no tamanho dos ramos
“ladrões” (crescimento de ramos), como no número de ramos “ladrões” (emissão de
ramos laterais) (Tabela 7).
O maior crescimento vegetativo foi também observado através da quantidade
de radiação interceptada, a qual apresentou uma relação direta com a dose de N
aplicada (Tabela 7 e Figura 2D). A falta de resposta para a superfície da área
foliar,indica um maior efeito do N no aumento do número de folhas e/ou aumento do
número e tamanho dos ramos.
Por outro lado, o maior crescimento vegetativo pode sugerir maior
sombreamento sobre os frutos e formação de um microclima mais propício ao
surgimento de pragas e doenças (CUMMINGS, 1989). SOUZA (2005) observou que
maiores doses de adubação nitrogenada aumentou a incidência e severidade de
doenças em pessegueiro dependente do ano avaliado, sendo necessário maior
intensidade e/ou número de podas.
44
A B
C D
FIGURA 2 - CRESCIMENTO DE RAMOS “LADRÕES” (A), RAMOS “LADRÕES” COM
EMISSÕES DE RAMOS LATERAIS (B), PODA DE VERÃO (MASSA PODADA) (C)
E RADIAÇÃO INTERCEPTADA (D), PARA A CULTURA DA AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO
(ARAUCÁRIA - PR).
Apesar do aumento nos teores foliares de N, o maior crescimento vegetativo foi
observado apenas nos ramos não produtivos em função da dose de N utilizada, e
ainda para a mesma área não foram observadas diferenças para os parâmetros de
produtividade (CAPÍTULO I) e dependente do ano houve ainda aumentou na
incidência e na severidade de doenças, em função da dose de adubação utilizada
(TUTIDA, 2006).
45
4.5.3 Extração de nutrientes pelo raleio, pela poda de verão e pelo frutos
colhidos
Observou-se que para uma produtividade média de 32,9 Mg ha
-1
de frutos,
foram raleados 13,5 Mg ha
-1
de frutos e cortou-se 0,66 Mg ha
-1
de ramos na poda de
verão, assim para cada 1 t de fruto colhido estimou-se para este ano o equivalente a
410 kg de frutos raleados e 20 kg de ramos retirados na poda de verão. Na tabela 1
segue a quantidade de macro e micronutrientes extraídos e exportados.
TABELA 8 - QUANTIDADE DE MACRO E MICRONUTRIENTES EXTRAÍDAS (g), PARA CADA 1 Mg
ha
-1
DE FRUTO COLHIDO, 310 kg ha
-1
DE FRUTOS RALEADOS E 17 kg ha
-1
DE
MATERIAL NA PODA DE VERÃO, PARA A CULTURA DA AMEIXEIRA ‘REUBENNEL
(ARAUCÁRIA - PR)
Massa
fresca
Massa
seca
N
P
K
Ca
Mg
Fe
Cu
Zn
B
Mn
%
kg
g
1
Frutos
Raleados
54% Base
18,4
278,1
35,0
287,3
22,1
14,7
0,79
0,18
0,31
0,55
0,18
46% Ápice
18,5
300,3
40,8
289,2
14,8
20,4
2,82
0,63
0,37
0,48
0,24
1
Poda de
Verão
35% Ramos
3,0
30,6
4,9
32,2
21,2
4,2
0,09
0,06
0,06
0,12
0,06
65% Folhas
3,9
104,8
10,1
94,8
49,9
12,8
0,32
0,05
0,09
0,15
0,17
Frutos
colhidos
03% Caroço
11,4
95,8
11,4
44,5
6,8
8,0
1,64
0,04
1,52
0,18
0,09
97% Polpa
155,2
993,3
186,2
1769,3
46,6
170,7
5,28
1,40
0,78
4,35
0,78
Extraído
1802,9
288,3
2517,1
161,5
230,8
10,94
2,36
3,13
5,84
1,52
Exportado
1089,0
197,6
1813,7
53,4
178,7
6,92
1,44
2,29
4,53
0,87
Exportado
(%)
60
69
72
33
77
63
61
73
78
57
NOTAS:
1
Valores estimados para o equivalente a 1 Mg de fruto colhido.
A grande diferença entre o Ca no ápice em relação a base do fruto raleado,
sem o sintoma, direciona o diagnóstico para carência nutricional do elemento,
embora o solo apresentasse alto teor de Ca (4,03 cmol
c
de Ca dm
-3
), é comum a
ocorrência de deficiência de cálcio em períodos de alta precipitação e dias nublados,
indicando a necessidade de aplicação de Ca via foliar nestas condições.
Para a cultura do pessegueiro a pulverização foliar de Ca, utilizando diferentes
fontes e doses embora tenham aumentado os teores foliares nas folhas os mesmos
não foram alterados nos frutos (MELO, BRUNETTO & KAMINSKI, 2007).
Entre os nutrientes analisados o K foi o que apresentou a maior extração o
equivalente a 3 kg de K
2
O Mg
-1
de fruto produzido, sendo a extração de potássio
40% superior a de N, e a extração de P foi o equivalente a 0,66 kg de P
2
O
5
Mg
-1
de
fruto produzido. Para os micronutrientes analisados a extração apresentou a
seguinte ordem decrescente: Fe, B, Zn, Cu e Mn.
Do total extraído pelo raleio, poda de verão e pela colheita estimou-se em
média uma exportação de 70% para os macronutrientes (com exceção do Ca que
46
apresentou 33%) e 66% para os micronutrientes, uma vez que apenas os frutos da
colheita foram removidos do pomar, podendo a exportação dos nutrientes ser
superiores quando os frutos raleados ou os materiais podados forem removidos do
pomar.
Estima-se que dos 90.000 Mg de N presentes na atmosfera sobre um hectare
são disponibilizados ao solo através da água da chuva 10 kg de N anualmente, e
somado a esses, em média em um solo com 5% de matéria orgânica são
disponibilizados 100 kg de N por ano. A adição no sistema de 80 kg de N através de
uréia, considerando as perdas, disponibilizaria em torno de 56 kg de N. Para a
cultura da ameixeira a produção de 20 toneladas de frutos extraiu do sistema 4 kg
de N pelas podas de inverno e de verão e 12 kg de N exportado através dos frutos
raleados, e a exportação pelos frutos colhidos foi o equivalente a 22 kg de N.
Quando além dos frutos colhidos, os raleados e o material das podas também forem
retirados do pomar, essas quantidades de N devem ser consideras exportadas,
portanto reposta ao sistema (Figura 3).
100 kg N
5% M. O
.
Raleio
12 kg N
4 kg P
2
O
5
14 kg K
2
O
90.000.000 kg de N
10 kg N
80 - 22 – 80 (kg)
N – P
2
O
5
– K
2
O
Podas:
4 kg N
1 kg P
2
O
5
4 kg K
2
O
5% M. O
.
20 toneladas de frutos
22 kg N
9 kg P
2
O
5
44 kg K
2
O
Perdas
100 kg N
5% M. O
.
5% M. O
.
Raleio
12 kg N
4 kg P
2
O
5
14 kg K
2
O
90.000.000 kg de N
10 kg N
90.000.000 kg de N
10 kg N
90.000.000 kg de N
10 kg N
80 - 22 – 80 (kg)
N – P
2
O
5
– K
2
O
80 - 22 – 80 (kg)
N – P
2
O
5
– K
2
O
Podas:
4 kg N
1 kg P
2
O
5
4 kg K
2
O
Podas:
4 kg N
1 kg P
2
O
5
4 kg K
2
O
5% M. O
.
5% M. O
.
20 toneladas de frutos
22 kg N
9 kg P
2
O
5
44 kg K
2
O
20 toneladas de frutos20 toneladas de frutos
22 kg N
9 kg P
2
O
5
44 kg K
2
O
22 kg N
9 kg P
2
O
5
44 kg K
2
O
PerdasPerdas
FIGURA 3 - ESQUEMA GERAL DE N, P E K.
47
Para a cultura da ameixeira a produção 20 toneladas de frutos exportou 44 kg
de K
2
O, ainda somado a isso se extraiu através das podas de inverno e verão 4 kg
de K
2
O e com o raleio mais 14 kg de K
2
O, quando os frutos raleados ou o material
das podas forem retirados dos pomares essas quantidades são consideras
exportadas e sendo necessário repor ao sistema.
48
4.6 CONCLUSÕES
1. Os teores foliares de N e K, médio dos três anos avaliados, apresentaram
uma relação direta com a quantidade aplicada ao solo, sem interação entre eles.
2. Entre os anos foram observados efeitos nos teores foliares de N, K, Ca, Mg,
Mn, Zn, Cu e B.
3. A adubação nitrogenada aumentou o volume e comprimento dos ramos
“ladrões”, e a quantidade de radiação interceptada, sem efeito nos ramos produtivos.
5 CAPÍTULO III
5.1 RESUMO
pH, CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E POTÁSSIO DO SOLO APÓS TRÊS
ANOS DE APLICAÇÕES DE DOSES DE NITROGÊNIO E DE POTÁSSIO EM UM
POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’, NO MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA - PR
O objetivo deste trabalho foi avaliar após três anos de aplicações de níveis de
adubação potássica e nitrogenada para a cultura da ameixeira (Prunus salicina),
cultivar ‘Reubennel’, o efeito no pH, na condutividade elétrica e na concentração de
potássio do solo, na projeção da copa e no centro da rua. O experimento teve
delineamento experimental em blocos ao acaso, com três repetições, distribuídos em
parcelas sub-subdivididas. O potássio foi aplicado na parcela principal (55 e 110 kg
de K
2
O ha
-1
ano
-1
), e o nitrogênio foi aplicado na subparcela (40, 80, 120, 160 e 200
kg de N ha
-1
ano
-1
), aplicado durante três. O pH do solo (CaCl
2
0.01M), apresentou
variação entre 5,6 a 6,1, até 40 cm de profundidade, não sendo alterado pela
aplicação de nitrogênio. Possivelmente efeito combinado da fonte e do tempo, a
baixa capacidade de acidificação da fonte de N utilizada (uréia) e o efeito residual da
aplicação do calcário utilizado no estabelecimento de pomar. O K disponível no solo
também era alto e não foi influenciado pelas aplicações de diferentes doses de K
aplicadas durante três anos. O K disponível diminuiu através da profundidade e foi
mais alto nas amostras da projeção da copa em relação ao centro da rua, de 5 a 40
cm de profundidade. Os valores altos observados, para a projeção da copa em
relação ao centro da rua, podem ser explicados pela concentração de fertilizante e
calcário na projeção da copa. Possivelmente diferenças nos parâmetros do solo
avaliados, em função da adubação utilizada, seriam observadas se aplicados em
longo prazo. Também, as altas produtividades observadas, podem estar associadas
as boas condições de acidez e disponibilidade do K no solo em profundidade (na
projeção da copa e no centro da rua, na profundidade de 0 - 40 cm), uma vez que a
exploração das raízes podem chegar ao centro da rua.
50
5.2 ABSTRACT
pH, ELETRIC CONDUCTIVITY AND LEVELS POTASSIUM THIS SOIL
AFTER APLLIEDS RATES NITROGEN AND POTASSIUM DURING THREE
YEARS AT THIS PLUM ‘REUBENNEL’, AT ARAUCARIA COUNTY PARANA -
BRAZIL
The objective of this research aim was to evaluate after tree years nitrogen and
potassium fertilization of plum (Prunus salicina), cv. ‘Reubennel’, this effect in the
pH, conductive electric and levels potassium this soil, in the projection ray and middle
alley. The experiment design was a split-plot in a randomized complete block with
three replications. Main plot treatments were potassium rates (55 and 110 kg of K
2
O
ha
-1
ano
-1
), and subplot treatments were the nitrogen rates (40, 80, 120, 160 and 200
kg of N ha
-1
ano
-1
), were applied during three years. The place of collection of the soil
were analyzed was analyzed as split-split plot. The soil pH ranged from 5.6 to 6.1
until 40 cm depth, using pH CaCl
2
0.01 M, was no influenced by N application. Due to
combined effect of sort-term application, low potential acidification of N source (urea),
and residual effect of large application of limestone at orchard establishment. Soil
available K was also high and was not influenced by K application after three years.
Available K decreased by depth and was higher in the samples collected bellow
canopy than samples from the middle alley. Higher values for soil pH and electric
conductivity from samples collected canopy compared to middle alley were observed
within 0 - 40 cm, can explain the results for localized application of limestone and
fertilizer on canopy area. It seems that it needs long-term application of fertilizer to
provide great changes on evaluated soil properties. Also, the high yield observed
may be associated to good conditions of soil acidity and K availability in whole soil (at
canopy and alley area within 0 - 40 cm).
51
5.3 INTRODUÇÃO
A crescente demanda mundial por alimentos foi acompanhada por um aumento
da exigência dos consumidores por produtos de qualidade e cada vez mais
preocupados com a preservação dos recursos naturais. A rastreabilidade do produto
durante toda a cadeia produtiva permite repassar os seus méritos ou problemas
advindos aos seus consumidores ou região produtora (MOTTA, SERRAT &
FAVARETTO, 2004).
Neste contexto a preocupação com relação a época, quantidade e forma de
aplicação dos fertilizantes e corretivos, não se limita aos seus efeitos sobre a
produção, mas também na qualidade do alimento produzido e o efeito sobre o meio
ambiente: solo, água e ar.
Em fruteiras de caroço de clima temperado o uso de fertilizantes deve ser
baseado na análise de solo, de folhas, bem como no crescimento dos ramos
produtivos, assim minimizando o risco de contaminação ambiental por excesso de
fertilizantes, principalmente os nitratos (FACHINELLO & HERTER, 2000).
As fruteiras de caroço devem ser implantadas preferencialmente em solos de
textura média, profundidade superior a 40 cm e bem drenados, evitando solos
encharcados ou sujeitos ao encharcamento, em áreas que no mínimo à três anos
não tiveram frutíferas, e em áreas inclinadas dar preferência a face norte
(FACHINELLO & MARODIN, 2004).
As características do solo terão efeito direto sobre a produtividade e
longevidade do pomar, quando as características físicas são favoráveis, as
limitações com relação as características químicas podem e devem ser corrigidas
anteriormente a implantação do pomar em profundidade, esse diagnóstico deve ser
realizado com antecedência para aplicar os adubos e corretivos necessários no
mínimo três meses antes da implantação do pomar.
As adubações em pomares de fruteiras de caroço de clima temperado
concentram-se sob a projeção da copa das plantas, sendo essa adubação aplicada,
concentrada em aproximadamente 50% da área total utilizada pela cultura, essas
quantidades de nutrientes aplicadas devem ser monitoradas na planta, no solo e na
água.
52
A aplicação de nitrogênio nas formas amoniacais e amídicas, entre elas a
uréia, resultam em acidificação após a oxidação por microorganismos (nitrificação).
A utilização de calcário para a neutralização da acidificação, mesmo em superfície
sem o revolvimento no solo, tal como ocorre com as frutíferas após a sua instalação,
tem apresentado resultados satisfatórios como os observados em plantio direto e
em pastagens (MOTTA, SERRAT & FAVARETTO, 2004).
Os efeitos da adubação nas culturas podem ser influenciados pelas
características do solo, pelas práticas culturais adotadas e pelas condições
climáticas (CUMMINGS, 1989).
Além do efeito benéfico dos nutrientes quando absorvidos pelas raízes, parte
desses, podem ser lixiviado, seja naturalmente pelo processo de percolação da água
ou agravado em peodos de chuvas concentradas, contaminando assim o lençol
freático e acarretando a eutrofização de rios ou lagos.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito no pH, na condutividade elétrica e
na concentração de potássio do solo, após a aplicação, durante três anos, de níveis
de adubação nitrogenada e potássica.
53
5.4 MATERIAL E MÉTODOS
O Município de Araucária localizado à Leste do estado do Paraná, com altitude
média de 900 m e o clima classificado como Cfb, subtropical úmido (Koppen), com
temperatura média nos meses de primavera e verão de 19,5°C (14 - 23,1°C) e
precipitação acumulada média mensal de 125,9 mm (217 - 52,5 mm), e durante os
meses de outono e inverno com temperatura média nos meses de primavera e verão
de 16,8 °C (13,2 - 22,6 °C) e precipitação acumulada média mensal de 88,5 mm
(18,6 - 165,1 mm), e solo tipo Cambissolo.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com três
repetições, distribuído em parcelas sub-subdivididas com cinco plantas cada, sendo
três plantas na parcela útil. Após três anos de aplicações de doses de potássio na
parcela principal 55 e 110 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
, na forma de cloreto de potássio,
parcelado durante o início da brotação (60%) e após o raleio (40%). O nitrogênio foi
aplicado na subparcela 40, 80, 120, 160 e 200 kg de N ha
-1
ano
-1
, na forma de uréia,
parcelado durante o início da brotação (30%), após o raleio (30%) e após a colheita
(40%).
A análise do solo foi realizada após três anos de tratamentos com as
adubações, e as amostras de solo foram coletadas na projeção da copa e no centro
da rua, o local de coleta foi analisado como sub-subparcela. Para cada subparcela, o
correspondente a 18 m
2
, foram coletadas cinco subamostras simples nas
profundidades de 0 - 5, 5 - 10, 10 - 20 e 20 - 40 cm, que foram homogeneizadas e
acondicionadas em sacos plásticos de 500 g separadamente. Para a retirada das
amostras nas duas primeiras profundidades foi utilizado calador e para as demais
profundidades utilizando trado holandês. As análises, química e granulométrica do
solo, anteriormente a instalação do experimento, estão apresentadas na Tabela 1.
TABELA 1 - ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO EM POMAR DE AMEIXEIRA NA DA PROJEÇÃO DA
COPA (PC) E NA ENTRE LINHA (EL), A 0 - 20 E 20 - 40 CM DE PROFUNDIDADE, EM
JUNHO DE 2003 (ARAUCÁRIA - PR)
Local
Prof.
1
pH
Al
+3
+3
H+Al
+
3
Mg
+2
Ca
+2
K
+
T
P
2
M.O
.
3
pH
V
Areia
Silte
Argila
CaCl
2
----------------------cmol
c
/dm
3
------------------------ mg/dm
3
% SMP % ------------%------------
PC
00
-
20
5,55
0
3,20
1,96
4,03
0,59
9,78
27,80
2,68
6,60
67
55
25
20
PC
20
-
40
5,40
0
3,40
2,01
3,73
0,30
9,44
20,43
2,27
6,50
64
53
28
19
EL
00
-
20
5,30
0 3,60
2,94
3,73
0,20
10,47
18,53
2,41
6,40
65 56 25 19
EL
20
-
40
5,20
0
3,60
3,08
3,68
0,09
10,45
9,77
2,00
6,40
66
50
28
22
NOTAS:
1
Prof. Profundidade da coleta em cm.
2
P Extrator Mehlich.
3
M.O. Matéria orgânica
54
O pH do solo foi determinado em solução CaCl
2
0,01M, para tanto se transferiu
10 cm
3
de TFSA para um recipiente plástico de 80 ml e adiciono-se 25 ml de solução
de CaCl
2
0,01 M, agitando-se a solução durante 15 minutos. Após 30 minutos de
repouso agitou-se novamente durante 10 segundos e em seguida realizou-se a
leitura em pHmetro (pH-meter E350B
®
) adaptado da EMBRAPA (1999).
A condutividade elétrica foi analisada em solução 1:2, transferindo-se 20 cm
3
de TFSA para um recipiente plástico de 80 ml, adicionando 40 ml de água
deionizada, agitando manualmente com bastão de vidro durante um minuto e após
30 minutos de repouso foi realizada a leitura sem agitar utilizando o condutivímetro
handylab LF1
®
(SMITH & DORAN, 1996).
O potássio foi analisado transferindo-se 10 cm
3
de terra fina seca ao ar (TFSA)
em para um erlenmeyer de 125 ml, adicionando-se 100 ml de solução de Mehlich e
agitando-se durante 5 minutos em agitador horizontal circular. Depois de decantar
por doze horas, para amostra de 20 ml da solução sobrenadante, foi realizada a
leitura de potássio em fotômetro de chama Digmed NK-2000
®
(EMBRAPA, 1999).
Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente por meio de análise
de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade, utilizando o aplicativo computacional "MSTATC" da Universidade de
Michigan.
55
5.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.5.1 pH
As aplicações das doses de adubação nitrogenada realizadas durante três
anos, em um pomar de ameixeira com quatro anos de implantação, não promoveu a
redução do pH do solo na projeção da copa (PC), quando comparado ao centro da
rua (RUA) (Tabela 2).
TABELA 2 - pH MÉDIO DO SOLO (CaCl
2
), NA PROJEÇÃO DA COPA (PC)
E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM UM POMAR DE
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)
Prof
undidade
(cm)
PC RUA Média C.V.(%)
1
0
-
05
5.8 a 5.7 b
5,8
3,00
05
-
10
5.9 a 5,7 b
5,8
3,42
10
-
20
5.9 a 5.8 b
5,9
2,94
20
-
40
5.9 a 5.7 b
5,8
2,83
Média
5,9
5,7
5,8
NOTAS:
1
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, o diferem entre si, pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Embora as adubações tenham sido concentradas na projeção da copa, os
valores de pH neste local ficaram maiores dos observados no centro da rua,
possivelmente a quantidade de corretivos utilizada no pomar foi suficiente para
corrigir a acidez inicial e a promovida pelas diferentes doses de N utilizadas durante
os três anos. Ainda, é comum assim como para os fertilizantes, o uso de corretivo
aplicado em superfície e concentrados sob a projeção da copa, o que explica os
maiores valores de pH observados nessa região.
Os pomares da região estão principalmente em solos derivados de rochas
sedimentares, com elevada acidez e baixa disponibilidade de nutrientes. Em um
levantamento realizado na mesma região, cerca de 40% dos pomares apresentaram
pH baixo ou muito baixo para a profundidade de 0 20 cm de profundidade, e em
80% deles para a entre 20 - 40 cm (OLIVEIRA & TSUNETA, 1987).
Assim é provável que o elevado pH observado para esse solo, mesmo em
profundidade, possa estar relacionado a aplicação e incorporação em profundidade,
prática comum aos produtores de elevada tecnologia na região, anteriormente a
instalação do pomar. A intenção da aplicação e incorporação em profundidade é
56
favorecer o crescimento das raízes e estabelecimento da cultura. Como as doses
inicialmente utilizadas de corretivos são elevadas para atingir níveis compatíveis ao
crescimento das plantas, pode-se esperar efeito residual prolongado, superior a
décadas.
Ainda, em longo prazo observa-se que a aplicações bianuais de pequenas
doses de corretivo em superfície possibilita a manutenção desse pH corrigido,
mesmo em profundidade (MOTTA, SERRAT & FAVARETTO, 2004), fato constatado
em pastagens (BROWN et al., 1956), fruticultura (SMITH, 1996) e em plantio direto e
convencional (GASCHO & PARKER, 2001).
O pH observado, próximo a 6,0 em CaCl
2
poderia determinar a existência de
granulo de calcário no solo, visto que o acúmulo de frações de calcário vem sendo
observada em solos com pH acima de 6,0 em água (ALLEN & HOSSNER, 1991), o
que pode ter contribuído para ausência de variação no pH. Aliado a este fato, a fonte
amídica (uréia) utilizada no experimento, apresenta menor poder de acidificação em
comparação a outras formas de N disponíveis, como sulfato de amônio.
Discordando com os resultados aqui obtidos, PAVAN (1992) após dez anos de
aplicação de uréia em macieira, observou efeito acumulativo da uréia sobre o pH do
solo na projeção da copa quando comparado às amostras da rua ou da testemunha,
e entre as doses na projeção da copa. A acidificação foi dependente da quantidade
de N aplicada, com efeito, até 40 à 60 cm de profundidade, Possivelmente a falta de
resposta à acidificação, tenha sido o efeito combinado da fonte e do tempo, a baixa
capacidade de acidificação da fonte de N utilizada (uréia) e o efeito residual da
aplicação do calcário utilizado no estabelecimento de pomar. Indicando que o estudo
na área por um período maior, sem a aplicação de corretivos, poderia promover uma
acidificação entre os locais de coleta e as doses de N utilizadas.
Os valores elevados de pH ao longo do perfil, podem ter contribuído em parte
com as altas produtividades obtidas, o equivalente a 38,7 Mg ha
-1
, na média de três
anos (Capítulo I), apresentando condições favoráveis para o crescimento das raízes,
aumentando da capacidade de absorção de água e nutrientes, e reduzindo a
suscetibilidade de estresse hídrico em períodos de veranicos (Tabela 3).
CUMMINGS (1989) observou que pomares de pessegueiro implantados em
condições de pH em CaCl
2
de 4,9, 5,4 e 6,0, o maior crescimento do tronco, maior
produtividade, longevidade do pomar e concentração no teor foliar de Ca foi
57
constatado para nos pomares de maiores valores de pH analisados. Já, nos
pomares sob condições de pH menor que 5,5 esses apresentaram alta saturação de
Al e menor porcentagem de saturação de bases resultando em menor
desenvolvimento das plantas de pessegueiro.
TABELA 3 - pH DO SOLO (CaCl
2
), NA PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NO CENTRO DA
RUA (RUA), EM DIFERENTES PROFUNDIDADES, APÓS TRÊS ANOS DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA, EM UM POMAR DE
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)
Prof.
1
(cm)
40 kg N
80 kg N
120 kg N
160 kg N
200 kg N
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
0
-
05
6,0 5,8 5,8 5,7 5,8 5,8 6,0 5,9 5,8 5,6
05
-
10
6,0 5,7 5,8 5,6 5,9 5,7 6,1 6,0 5,8 5,7
10
-
20
6,0 5,8 5,9 5,8 5,9 5,8 6,0 5,9 5,8 5,7
20
-
40
6,0 5,7 5,9 5,8 5,8 5,9 5,9 5,9 5,7 5,7
NOTAS:
1
Prof. Profundidade de coleta.
5.5.2 Condutividade elétrica
As repetidas aplicações de adubação nitrogenada e potássica, durante três
anos, na ameixeira ‘Reubennel’ a partir do quarto ano de implantação do pomar,
promoveram aumento da condutividade elétrica do solo na projeção da copa,
quando comparado ao centro da rua (Tabela 4).
TABELA 4 - CONDUTIVIDADE ELÉTRICA MÉDIA DO SOLO S cm
-1
), NA
PROJEÇÃO DA COPA (PC) E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM
UM POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)
Profundidade
(cm)
PC RUA Média C.V.(%)
1
0
-
05
94 a 90 b
92
19,46
05
-
10
72 a 57 b
65
16,68
10
-
20
83 a 67 b
75
18,78
20
-
40
100 a 81 b
91
31,61
Média
87
74
81
NOTAS:
1
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, não diferem entre si, pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Na projeção da copa, local onde se concentravam as adubações, a média de
condutividade elétrica foi superior para todas as profundidades estudadas, em
relação ao centro da rua (Tabela 4), o aumento na concentração de prótons e ânions
advindos das adubações explica em parte essa diferença observada. Ainda, as
diferenças entre os dois locais amostrados acentuaram-se em profundidade, tal fato
58
indica acúmulo ou um estado momentâneo de maior concentração de ânion de alta
mobilidade, nas camadas mais profundas.
SILVA (2005) observou valores semelhantes para a condutividade elétrica do
solo, e a concentração nos primeiros cinco centímetros pode ser explicada em parte
pela reciclagem dos nutrientes (Tabela 5).
TABELA 5 - CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DO SOLO S cm
-1
), NA PROJEÇÃO DA
COPA (PC) E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM DIFERENTES
PROFUNDIDADES, APÓS TRÊS ANOS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA
E POTÁSSICA, EM UM POMAR DE AMEIXEIRA ‘REUBENNEL
(ARAUCÁRIA - PR)
Prof.
1
(cm)
40 kg N
80 kg N
120 kg N
160 kg N
200 kg N
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
0
-
05
108 98 96 90 83 83 96 106 86 73
05
-
10
78 60 66 49 66 59 78 66 76 54
10
-
20
84 69 70 63 92 66 82 71 85 68
20
-
40
90 77 90 72 110 97 107 82 106 78
NOTAS:
1
Prof. Profundidade de coleta.
5.5.3 Potássio
Tendo em vista que o potássio foi utilizado como tratamento, a concentração
do mesmo foi avaliada no solo após três anos de tratamento, tanto a adubação
potássica como a nitrogenada não promoveram variações nos teores de K do solo
(Tabelas 6).
TABELA 6 - POTÁSSIO MÉDIO DO SOLO (cmol
C
dm
-3
), NA PROJEÇÃO DA COPA (PC)
E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM UM POMAR DE AMEIXEIRA
‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)
Prof.
1
(cm)
40 kg N
80 kg N
120 kg N
160 kg N
200 kg N
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
PC
RUA
0
-
05
0,57 0,63 0,52 0,59 0,57 0,51 0,58 0,62 0,56 0,61
05
-
10
0,39 0,28 0,41 0,24 0,44 0,21 0,42 0,28 0,41 0,29
10
-
20
0,35 0,19 0,44 0,17 0,41 0,15 0,41 0,16 0,40 0,19
20
-
40
0,30 0,14 0,39 0,11 0,28 0,09 0,34 0,09 0,34 0,16
NOTAS:
1
Prof. Profundidade de coleta.
A importância da reciclagem dos nutrientes observada para a condutividade
elétrica, sobretudo pode ser reforçada para o K, uma vez que aquela pode ocorrer
para esse elemento pela simples lavagem da parte aérea da planta ou liberado de
resíduos vegetais antes da sua decomposição, motivo pelo qual é comum a
observação de concentração maior de K na superfície em relação ao perfil do solo
59
em ambientes onde os mesmos não sofrem revolvimento (MOTTA, SERRAT &
FAVARETTO, 2004). Tal fato pode ser uma das justificativas para não haver
diferenças entre a projeção da copa e o centro, nos primeiros cinco centímetros do
solo, dado que a reciclagem pode contribuir para manter esses valores em superfície
(Tabela 7).
TABELA 7 - POTÁSSIO DO SOLO (cmol
c
dm
-3
), NA PROJEÇÃO DA COPA
(PC) E NO CENTRO DA RUA (RUA), EM DIFERENTES
PROFUNDIDADES, APÓS TRÊS ANOS DE ADUBAÇÃO
NITROGENADA E POTÁSSICA, EM UM POMAR DE
AMEIXEIRA ‘REUBENNEL’ (ARAUCÁRIA - PR)
Profundidade
(cm)
PC RUA Média C.V.(%)
1
0
-
05
0,56 a 0,59 a
0,57
11,98
05
-
10
0,41 a 0,26 b
0,33
15,90
10
-
20
0,40 a 0,17 b
0,29
22,08
20
-
40
0,33 a 0,12 b
0,22
25,97
Média
0,42
0,28
0,35
NOTAS:
1
C.V.(%) Coeficiente de variação.
Médias seguidas da mesma letra, na linha, não diferem entre si, pelo teste
de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Para as demais profundidades, analisadas na projeção da copa, os valores de
K mantiveram-se maiores na projeção da copa quando comparado com o centro da
rua, até 40 cm de profundidade (Tabela 7).
A falta de resposta para as dose de adubações potássicas utilizadas para as
características (produtividade e crescimento vegetativo), e a falta de interação com a
adubação nitrogenada pode ser explicado pelo alto valor médio de K encontrado no
solo (0,35 cmol
c
dm
-3
) (Tabela 6). Pesquisas realizadas em solos brasileiros com K
não têm apresentado freqüentemente respostas a esse nutriente, provavelmente
pelos valores adequados desse elemento prontamente disponível para as plantas e
a presença de minerais fontes de K a curto, médio e em longo prazo (MEURER,
2006).
60
5.6 CONCLUSÕES
1. Aplicação de doses de K, durante três anos, não apresentaram efeito sobre
os teores de K do solo ou interação com a adubação nitrogenada.
2. Três anos de diferentes doses de adubação nitrogenada não apresentou
efeito de acidificação do solo.
3. Os valores de pH, condutividade elétrica e K do solo foram significativamente
superiores na projeção da copa quando comparados com os valores do centro da
rua.
61
6. CONCLUSÕES GERAIS
Em um pomar com quatro anos de implantação, alterando apenas o N e o K,
por um período de três anos, não foi suficiente para promover alteração na
produção.
A menor dose de N e de K utilizada, a partir do quarto ano de implantação do
pomar é suficiente para manter a produtividade durante três anos.
Para o fator ano, as diferenças na produção apresentaram uma relação direta
com o número e inversa com o calibre dos frutos colhidos.
Os teores foliares de N e K, na média de três anos, apresentaram uma relação
positiva com a quantidade desses elementos aplicada no solo.
Entre os anos foram observados efeitos nos teores foliares de N, K, Ca, Mg,
Mn, B, Zn e Cu.
A adubação nitrogenada aumentou a massa total da poda de verão e a
radiação interceptada. O comprimento e número de ramos produtivos não foram
afetados pelas adubações.
A adubação nitrogenada aumentou os ramos ladrões, em comprimento e o
número de ramos com emissões laterais.
Três anos de diferentes doses de adubação nitrogenada não apresentou efeito
de acidificação do solo.
Os valores de pH, condutividade elétrica e K do solo foram significativamente
superiores na projeção da copa quando comparados com os valores do centro da
rua.
A falta de resposta ao N e ao K, acompanhado da alta produtividade, indica
que essa é resultante de outras características e manejo do pomar.
62
7. REFERÊNCIAS
ALLEN, E.R., HOSSNER, L.R. Factors affecting the accumulation of surface-applied
agricultural limestone in permanent pasture. Soil Sci., 151(3): 240-248, 1991.
BASSO, C.; SUZUKI, A. Resposta da macieira cv. Golden Delicious à adubação
nitrogenada, Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas-SP, v.16, n.2,
p.223-227, 1992.
BROWN, B.A.; MUNSELL, R.I.; HOLT, R.F.; KING, A.V. Soil reactions at various
depths as influenced by time since application and amounts of limestone. Soil Sci.
Soc. Am. Proc., 20: 518-522, 1956.
CAMARGO, A.O; SÁ, E.L.S. Nitrogênio e adubos nitrogenados. In: BISSANI, C.A.;
GIANELO, C.; TEDESCO, M.J.; CAMARGO, F.A.O. Fertilidade dos solos e
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CHATZITHEODOROU, I.T.; SOTIROPOULOS,T.E.; MOUHTARIDOU,G.I. Effect of
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quality of the peach cultivars ‘Spring Time’ and ‘Red Haven’. Agronomy Research,
v.2, n.2, p.135-143, 2004.
COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC. Recomendação de adubação e
de calagem para os estados do RS e de SC. 3ed. Passo Fundo - RS, Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 1995. 224p.
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Adubação e de calagem para os estados do RS e de SC. Porto Alegre-RS,
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo - Núcleo Região Sul, 2004. 400p.
CUMMINGS, G.A. Potassium nutrition of deciduous and small fruits. In: MUNSON, R.
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66
ANEXOS
ANÁLISE DE VARIÂNCIA
1. CAPÍTULO I
Randomized Complete Block Design for Factor A, with Factor B as a Split Plot on A and
Factor C as a Split Plot on B
Replication (Var 4: Bloco) with values from 1 to 3
Factor A (Var 2: Potássio) with values from 1 to 2
Factor B (Var 3: Nitrogênio) with values from 1 to 5
Factor C (Var 5: Ano) with values from 1 to 3
1.1 Variable: Produtividade
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 2360.850 1180.425 11.4126 0.0806
2 Factor A 1 1.495 1.495 0.0145
-3 Error 2 206.863 103.432
4 Factor B 4 1495.135 373.784 1.6216 0.2173
6 AB 4 967.818 241.955 1.0497 0.4128
-7 Error 16 3688.132 230.508
8 Factor C 2 9007.000 4503.500 6.7262 0.0030
10 AC 2 1168.496 584.248 0.8726
12 BC 8 6423.201 802.900 1.1992 0.3241
14 ABC 8 3750.820 468.853 0.7003
-15 Error 40 26781.675 669.542
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 55851.485
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 33.48%
1.2 Número de frutos
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 187.014 93.507 4.9644 0.1677
2 Factor A 1 0.029 0.029 0.0015
-3 Error 2 37.671 18.835
4 Factor B 4 127.173 31.793 1.2385 0.3341
6 AB 4 150.997 37.749 1.4705 0.2574
-7 Error 16 410.737 25.671
8 Factor C 2 1499.076 749.538 10.2738 0.0003
10 AC 2 99.757 49.878 0.6837
12 BC 8 751.368 93.921 1.2874 0.2775
14 ABC 8 418.026 52.253 0.7162
-15 Error 40 2918.244 72.956
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 6600.090
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 32.17%
67
1.3 Massa por fruto
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 15.756 7.878 0.3092
2 Factor A 1 1.878 1.878 0.0737
-3 Error 2 50.956 25.478
4 Factor B 4 184.156 46.039 2.8655 0.0576
6 AB 4 181.178 45.294 2.8192 0.0604
-7 Error 16 257.067 16.067
8 Factor C 2 2076.822 1038.411 27.6500 0.0000
10 AC 2 36.689 18.344 0.4885
12 BC 8 460.844 57.606 1.5339 0.1764
14 ABC 8 204.756 25.594 0.6815
-15 Error 40 1502.222 37.556
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 4972.322
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 9.41%
1.4 Percentual de frutos Calibre 1
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 1.367 0.683 5.3068 0.1586
2 Factor A 1 0.113 0.113 0.8766
-3 Error 2 0.258 0.129
4 Factor B 4 0.447 0.112 0.5513
6 AB 4 1.060 0.265 1.3082 0.3089
-7 Error 16 3.241 0.203
8 Factor C 2 41.513 20.757 56.8400 0.0000
10 AC 2 0.373 0.186 0.5106
12 BC 8 1.437 0.180 0.4918
14 ABC 8 2.617 0.327 0.8957
-15 Error 40 14.607 0.365
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 67.032
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 29.35%
68
1.5 Percentual de frutos Calibre 2
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 543.489 271.744 7.6166 0.1161
2 Factor A 1 41.344 41.344 1.1588 0.3943
-3 Error 2 71.356 35.678
4 Factor B 4 898.761 224.690 4.4253 0.0134
6 AB 4 169.294 42.324 0.8336
-7 Error 16 812.378 50.774
8 Factor C 2 12075.839 6037.919 53.5501 0.0000
10 AC 2 36.772 18.386 0.1631
12 BC 8 1451.106 181.388 1.6087 0.1530
14 ABC 8 382.672 47.834 0.4242
-15 Error 40 4510.111 112.753
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 20993.122
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 35,14%
1.6 Percentual de frutos calibre 3
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 978.517 489.258 9.4599 0.0956
2 Factor A 1 63.336 63.336 1.2246 0.3837
-3 Error 2 103.439 51.719
4 Factor B 4 219.128 54.782 1.0180 0.4276
6 AB 4 537.428 134.357 2.4966 0.0841
-7 Error 16 861.044 53.815
8 Factor C 2 284.017 142.008 1.0351 0.3645
10 AC 2 333.206 166.603 1.2144 0.3076
12 BC 8 1429.872 178.734 1.3028 0.2700
14 ABC 8 442.572 55.322 0.4032
-15 Error 40 5487.667 137.192
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 10740.225
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 23,16%
69
1.7 Percentual de frutos Calibre 4
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.786 0.393 0.2272
2 Factor A 1 0.188 0.188 0.1088
-3 Error 2 3.458 1.729
4 Factor B 4 6.219 1.555 3.1091 0.0452
1
6 AB 4 3.768 0.942 1.8839 0.1625
-7 Error 16 8.001 0.500
8 Factor C 2 165.742 82.871 42.0387 0.0000
10 AC 2 6.273 3.136 1.5911 0.2163
12 BC 8 21.023 2.628 1.3331 0.2557
14 ABC 8 9.190 1.149 0.5827
-15 Error 40 78.852 1.971
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 303.500
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 32.42%
1
Sem diferença (Tukey 5%).
1.8 Percentual de frutos calibre 5
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.502 0.251 1.1457 0.4660
2 Factor A 1 0.039 0.039 0.1798
-3 Error 2 0.438 0.219
4 Factor B 4 0.882 0.220 1.0388 0.4178
6 AB 4 1.398 0.349 1.6468 0.2113
-7 Error 16 3.395 0.212
8 Factor C 2 17.875 8.938 41.2297 0.0000
10 AC 2 0.079 0.039 0.1817
12 BC 8 1.764 0.220 1.0169 0.4392
14 ABC 8 2.796 0.349 1.6121 0.1520
-15 Error 40 8.671 0.217
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 37.839
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 37.84%
70
1.9 Número de frutos produzidos anteriormente ao raleio
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 10546360.933 5273180.467 3.5034 0.2221
2 Factor A 1 8120.067 8120.067 0.0054
-3 Error 2 3010310.933 1505155.467
4 Factor B 4 2240147.833 560036.958 0.2650
6 AB 4 5757126.767 1439281.692 0.6811
-7 Error 16 33812840.800 2113302.550
8 Factor C 1 11778484.267 11778484.267 2.6887 0.1167
10 AC 1 2920744.067 2920744.067 0.6667
12 BC 4 37355619.900 9338904.975 2.1318 0.1144
14 ABC 4 16411661.767 4102915.442 0.9366
-15 Error 20 87614802.000 4380740.100
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 211456219.333
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 49,75%
1.10 Número de frutos raleados
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 9952870.900 4976435.450 6.1490 0.1399
2 Factor A 1 141717.600 141717.600 0.1751
-3 Error 2 1618628.700 809314.350
4 Factor B 4 1536363.233 384090.808 0.2695
6 AB 4 4569388.233 1142347.058 0.8014
-7 Error 16 22805765.733 1425360.358
8 Factor C 1 11677681.667 11677681.667 4.4216 0.0484
1
10 AC 1 525657.600 525657.600 0.1990
12 BC 4 25401202.167 6350300.542 2.4044 0.0837
14 ABC 4 8595889.567 2148972.392 0.8137
-15 Error 20 52821550.000 2641077.500
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 139646715.400
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 63,41%
1
Sem diferença (Tukey 5%)
71
1.11 Número de frutos colhidos
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 638163.633 319081.817 1.0702 0.4830
2 Factor A 1 217683.267 217683.267 0.7301
-3 Error 2 596292.033 298146.017
4 Factor B 4 288726.567 72181.642 0.5513
6 AB 4 266547.233 66636.808 0.5089
-7 Error 16 2094963.000 130935.188
8 Factor C 1 216.600 216.600 0.0006
10 AC 1 968248.067 968248.067 2.6151 0.1215
12 BC 4 1165467.233 291366.808 0.7870
14 ABC 4 1843885.100 460971.275 1.2450 0.3240
-15 Error 20 7404926.000 370246.300
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 15485118.733
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 45,51%
1.12 Porcentagem de frutos raleados em relação ao número de fruto total produzido
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 1200.433 600.217 7.3182 0.1202
2 Factor A 1 74.817 74.817 0.9122
-3 Error 2 164.033 82.017
4 Factor B 4 329.833 82.458 0.2971
6 AB 4 921.100 230.275 0.8297
-7 Error 16 4440.867 277.554
8 Factor C 1 570.417 570.417 1.6322 0.2160
10 AC 1 120.417 120.417 0.3446
12 BC 4 887.167 221.792 0.6347
14 ABC 4 1002.167 250.542 0.7169
-15 Error 20 6989.333 349.467
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 16700.583
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 27,81%
72
1.13 Massa média do fruto raleado
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 9.450 4.725 0.9310
2 Factor A 1 0.840 0.840 0.1655
-3 Error 2 10.150 5.075
4 Factor B 4 10.547 2.637 0.9437
6 AB 4 9.951 2.488 0.8904
-7 Error 16 44.703 2.794
8 Factor C 1 6.468 6.468 1.8317 0.1910
10 AC 1 24.961 24.961 7.0689 0.0151
12 BC 4 14.936 3.734 1.0574 0.4031
14 ABC 4 2.696 0.674 0.1909
-15 Error 20 70.623 3.531
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 205.326
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 21,16%
73
2. CAPÍTULO II
Randomized Complete Block Design for Factor A, with Factor B as a Split Plot on A and
Factor C as a Split Plot on B
Replication (Var 4: Bloco) with values from 1 to 3
Factor A (Var 2: Potássio) with values from 1 to 2
Factor B (Var 3: Nitrogênio) with values from 1 to 5
Factor C (Var 5: Ano) with values from 1 to 3
2.1 Nitrogênio
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.892 0.446 87.3627 0.0113
2 Factor A 1 0.018 0.018 3.5641 0.1997
-3 Error 2 0.010 0.005
4 Factor B 4 0.920 0.230 11.9964 0.0001
6 AB 4 0.022 0.006 0.2897
-7 Error 16 0.307 0.019
8 Factor C 2 2.087 1.044 55.4214 0.0000
10 AC 2 0.177 0.089 4.7102 0.0146
12 BC 8 0.217 0.027 1.4410 0.2098
14 ABC 8 0.166 0.021 1.1044 0.3808
-15 Error 40 0.753 0.019
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 5.571
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 5.16%
2.2 Fósforo
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.142 0.071 33.5263 0.0290
2 Factor A 1 0.032 0.032 15.2105 0.0599
-3 Error 2 0.004 0.002
4 Factor B 4 0.817 0.204 5.7604 0.0046
6 AB 4 0.055 0.014 0.3884
-7 Error 16 0.568 0.035
8 Factor C 2 11.996 5.998 236.7676 0.0000
1
10 AC 2 0.030 0.015 0.5833
12 BC 8 0.399 0.050 1.9704 0.0757
14 ABC 8 0.175 0.022 0.8629
-15 Error 40 1.013 0.025
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 15.231
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 7.53%
1
Sem diferença (Tukey 5%)
74
2.3 Potássio
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 1.808 0.904 358.7782 0.0028
2 Factor A 1 0.159 0.159 63.0001 0.0155
-3 Error 2 0.005 0.003
4 Factor B 4 0.133 0.033 0.4239
6 AB 4 0.083 0.021 0.2652
-7 Error 16 1.256 0.079
8 Factor C 2 0.220 0.110 3.7399 0.0324
10 AC 2 0.065 0.033 1.1060 0.3408
12 BC 8 0.199 0.025 0.8451
14 ABC 8 0.098 0.012 0.4154
-15 Error 40 1.179 0.029
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 5.206
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 6.20%
2.4 Cálcio
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.042 0.021 1.4815 0.4030
2 Factor A 1 0.135 0.135 9.5275 0.0909
-3 Error 2 0.028 0.014
4 Factor B 4 0.159 0.040 1.1900 0.3528
6 AB 4 0.173 0.043 1.2890 0.3157
-7 Error 16 0.536 0.033
8 Factor C 2 3.796 1.898 30.0980 0.0000
10 AC 2 0.201 0.101 1.5971 0.2151
12 BC 8 0.781 0.098 1.5489 0.1714
14 ABC 8 0.190 0.024 0.3768
-15 Error 40 2.522 0.063
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 8.563
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient Coefficient of Variation: 9.94%
75
2.5 Magnésio
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.013 0.006 3.9289 0.2029
2 Factor A 1 0.009 0.009 5.6066 0.1415
-3 Error 2 0.003 0.002
4 Factor B 4 0.001 0.000 0.1201
6 AB 4 0.005 0.001 0.9161
-7 Error 16 0.023 0.001
8 Factor C 2 0.182 0.091 45.6320 0.0000
10 AC 2 0.001 0.000 0.1444
12 BC 8 0.016 0.002 0.9958
14 ABC 8 0.005 0.001 0.3242
-15 Error 40 0.080 0.002
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 0.337
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 8.38%
2.6 Ferro
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 650.982 325.491 0.6494
2 Factor A 1 0.136 0.136 0.0003
-3 Error 2 1002.500 501.250
4 Factor B 4 1503.464 375.866 1.3537 0.2935
6 AB 4 1248.309 312.077 1.1240 0.3800
-7 Error 16 4442.567 277.660
8 Factor C 2 223.291 111.645 0.5639
10 AC 2 357.739 178.869 0.9035
12 BC 8 2165.428 270.679 1.3672 0.2403
14 ABC 8 1227.718 153.465 0.7752
-15 Error 40 7919.164 197.979
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 20741.298
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 11.22%
76
2.7 Manganês
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.092 0.046 4.8965 0.1696
2 Factor A 1 0.004 0.004 0.4459
-3 Error 2 0.019 0.009
4 Factor B 4 0.060 0.015 4.8557 0.0093
1
6 AB 4 0.015 0.004 1.2017 0.3482
-7 Error 16 0.050 0.003
8 Factor C 2 2.634 1.317 346.0750 0.0000
10 AC 2 0.030 0.015 3.9110 0.0281
12 BC 8 0.012 0.002 0.3975
14 ABC 8 0.019 0.002 0.6091
-15 Error 40 0.152 0.004
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 3.086
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 3.03%
1
Sem diferença (Tukey 5%)
2.8 Zinco
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.025 0.013 1.7870 0.3588
2 Factor A 1 0.014 0.014 2.0044 0.2925
-3 Error 2 0.014 0.007
4 Factor B 4 0.007 0.002 1.2605 0.3260
6 AB 4 0.003 0.001 0.5512
-7 Error 16 0.022 0.001
8 Factor C 2 0.527 0.263 131.0879 0.0000
10 AC 2 0.011 0.006 2.8226 0.0713
12 BC 8 0.009 0.001 0.5302
14 ABC 8 0.010 0.001 0.6364
-15 Error 40 0.080 0.002
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 0.722
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 3.07%
77
2.9 Cobre
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.013 0.007 11.3709 0.0808
2 Factor A 1 0.018 0.018 30.1545 0.0316
-3 Error 2 0.001 0.001
4 Factor B 4 0.005 0.001 0.3269
6 AB 4 0.001 0.000 0.0946
-7 Error 16 0.057 0.004
8 Factor C 2 8.299 4.149 1197.6969 0.0000
10 AC 2 0.016 0.008 2.2645 0.1170
12 BC 8 0.017 0.002 0.6241
14 ABC 8 0.024 0.003 0.8733
-15 Error 40 0.139 0.003
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 8.589
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 4.98%
2.10 Boro
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 6.503 3.251 0.2026
2 Factor A 1 6.347 6.347 0.3955
-3 Error 2 32.096 16.048
4 Factor B 4 135.671 33.918 3.7321 0.0249
6 AB 4 13.232 3.308 0.3640
-7 Error 16 145.410 9.088
8 Factor C 2 2828.851 1414.425 224.7934 0.0000
10 AC 2 40.200 20.100 3.1945 0.0516
12 BC 8 38.321 4.790 0.7613
14 ABC 8 35.590 4.449 0.7070
-15 Error 40 251.684 6.292
-----------------------------------------------------------------------------
Total 89 3533.905
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 5.91%
78
2.11 Randomized Complete Block Design for Factor A, with Factor B a Split Plot on A
Replication (Var 4: Bloco) with values from 1 to 3
Factor A (Var 2: Potássio) with values from 1 to 2
Factor B (Var 3: Nitrogênio) with values from 1 to 5
2.11.1 Número de ramos produtivos com dois anos
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 58.467 29.233 1.0000
2 Factor A 1 20.833 20.833 0.7127
-3 Error 2 58.467 29.233
4 Factor B 4 38.867 9.717 1.7587 0.1866
6 AB 4 10.333 2.583 0.4676
-7 Error 16 88.400 5.525
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 275.367
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 35.79%
2.11.2 Número de ramos produtivos de ano
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 1923.467 961.733 20.5499 0.0464
2 Factor A 1 187.500 187.500 4.0064 0.1833
-3 Error 2 93.600 46.800
4 Factor B 4 829.867 207.467 2.3605 0.0971
6 AB 4 510.667 127.667 1.4525 0.2627
-7 Error 16 1406.267 87.892
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 4951.367
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 27.93%
2.11.3 Número de ramos produtivos do ano
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 103.267 51.633 4.1528 0.1941
2 Factor A 1 20.833 20.833 1.6756 0.3248
-3 Error 2 24.867 12.433
4 Factor B 4 123.867 30.967 1.8636 0.1661
6 AB 4 136.667 34.167 2.0562 0.1346
-7 Error 16 265.867 16.617
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 675.367
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 56.36%
79
2.11.4 Comprimento de ramos produtivos de dois anos
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 44297.267 22148.633 5.1573 0.1624
2 Factor A 1 3921.633 3921.633 0.9131
-3 Error 2 8589.267 4294.633
4 Factor B 4 15532.467 3883.117 0.9348
6 AB 4 22380.867 5595.217 1.3470 0.2958
-7 Error 16 66463.467 4153.967
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 161184.967
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 31.28%
2.11.5 Comprimento de ramos produtivos de ano
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 34918.867 17459.433 3.3224 0.2314
2 Factor A 1 5658.133 5658.133 1.0767 0.4084
-3 Error 2 10510.067 5255.033
4 Factor B 4 23839.800 5959.950 3.0317 0.0488
1
6 AB 4 2194.867 548.717 0.2791
-7 Error 16 31453.733 1965.858
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 108575.467
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 29.14%
1
Sem diferença (Tukey 5%)
2.11.6 Comprimento de ramos do ano
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 20521.800 10260.900 0.3296
2 Factor A 1 26760.533 26760.533 0.8596
-3 Error 2 62261.267 31130.633
4 Factor B 4 23256.800 5814.200 1.0917 0.3939
6 AB 4 36648.133 9162.033 1.7204 0.1947
-7 Error 16 85210.267 5325.642
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 254658.800
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 75.86%
80
2.11.7 Superfície da área foliar
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 14.115 7.057 13.3003 0.0699
2 Factor A 1 0.727 0.727 1.3700 0.3624
-3 Error 2 1.061 0.531
4 Factor B 4 7.673 1.918 0.7500
6 AB 4 0.685 0.171 0.0670
-7 Error 16 40.921 2.558
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 65.182
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 9.05%
2.11.8 Massa total dos ramos “ladrões”
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 17718651.667 8859325.833 1.3393 0.4275
2 Factor A 1 97470.000 97470.000 0.0147
-3 Error 2 13229745.000 6614872.500
4 Factor B 4 33016141.667 8254035.417 5.5880 0.0052
6 AB 4 4108521.667 1027130.417 0.6954
-7 Error 16 23633536.667 1477096.042
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 91804066.667
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 34.32%
2.11.9 Comprimento médio por ramo “ladrão”
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 36987.800 18493.900 3.2824 0.2335
2 Factor A 1 57553.200 57553.200 10.2148 0.0855
-3 Error 2 11268.600 5634.300
4 Factor B 4 231981.800 57995.450 6.0140 0.0038
6 AB 4 13054.467 3263.617 0.3384
-7 Error 16 154294.933 9643.433
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 505140.800
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 11.46%
81
2.11.10 Porcentagem de ramos “ladrões” com emissões laterais
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 1166.667 583.333 2.8689 0.2585
2 Factor A 1 853.333 853.333 4.1967 0.1770
-3 Error 2 406.667 203.333
4 Factor B 4 6980.000 1745.000 6.4037 0.0028
6 AB 4 1980.000 495.000 1.8165 0.1750
-7 Error 16 4360.000 272.500
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 15746.667
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 65.16%
2.11.11 Radiação interceptada
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 168.700 84.350 0.2822
2 Factor A 1 5.400 5.400 0.0181
-3 Error 2 597.700 298.850
4 Factor B 4 1180.400 295.100 7.3761 0.0002
6 AB 4 140.600 35.150 0.8786
-7 Error 16 9.600 9.600 0.2400
-----------------------------------------------------------------------------
Total 29 3559.400
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 7.82%
82
3. CAPÍTULO III
Randomized Complete Block Design for Factor A, with Factor B as a Split Plot on A and
Factor C as a Split Plot on B
Replication (Var 4: Bloco) with values from 1 to 3
Factor A (Var 2: Potássio) with values from 1 to 2
Factor B (Var 3: Nitrogênio) with values from 1 to 5
Factor C (Var 5: Local) with values from 1 to 2
3.1 pH 00-05 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.064 0.032 2.6438 0.2744
2 Factor A 1 0.204 0.204 16.7808 0.0547
-3 Error 2 0.024 0.012
4 Factor B 4 0.566 0.141 3.4739 0.0318
6 AB 4 0.055 0.014 0.3378
-7 Error 16 0.651 0.041
8 Factor C 1 0.254 0.254 8.4500 0.0087
10 AC 1 0.002 0.002 0.0500
12 BC 4 0.069 0.017 0.5750
14 ABC 4 0.041 0.010 0.3417
-15 Error 20 0.600 0.030
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 2.530
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 3.00%
3.2 Condutividade 00-05 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 2071.600 1035.800 24.3909 0.0394
2 Factor A 1 201.667 201.667 4.7488 0.1612
-3 Error 2 84.933 42.467
4 Factor B 4 5368.767 1342.192 4.0022 0.0195
6 AB 4 1798.833 449.708 1.3410 0.2978
-7 Error 16 5365.800 335.362
8 Factor C 1 194.400 194.400 0.6104
10 AC 1 493.067 493.067 1.5482 0.2278
12 BC 4 899.767 224.942 0.7063
14 ABC 4 2788.100 697.025 2.1886 0.1072
-15 Error 20 6369.667 318.483
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 25636.600
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 19.46%
83
3.3 Potássio 00-05 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.288 0.144 8.6907 0.1032
2 Factor A 1 0.020 0.020 1.1956 0.3883
-3 Error 2 0.033 0.017
4 Factor B 4 0.037 0.009 0.6502
6 AB 4 0.099 0.025 1.7320 0.1922
-7 Error 16 0.229 0.014
8 Factor C 1 0.015 0.015 3.1947 0.0890
10 AC 1 0.002 0.002 0.3855
12 BC 4 0.032 0.008 1.6965 0.1903
14 ABC 4 0.026 0.006 1.3793 0.2767
-15 Error 20 0.094 0.005
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 0.876
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 11.98%
3.4 pH 05-10 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.132 0.066 1.8815 0.3470
2 Factor A 1 0.204 0.204 5.8057 0.1376
-3 Error 2 0.070 0.035
4 Factor B 4 0.489 0.122 2.6667 0.0705
6 AB 4 0.077 0.019 0.4178
-7 Error 16 0.734 0.046
8 Factor C 1 0.434 0.434 11.0681 0.0034
10 AC 1 0.008 0.008 0.2085
12 BC 4 0.121 0.030 0.7702
14 ABC 4 0.089 0.022 0.5702
-15 Error 20 0.783 0.039
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 3.142
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 3.42%
3.5 Condutividade 05-10 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 462.400 231.200 1.8858 0.3465
2 Factor A 1 144.150 144.150 1.1758 0.3915
-3 Error 2 245.200 122.600
4 Factor B 4 1536.267 384.067 1.4973 0.2498
6 AB 4 246.267 61.567 0.2400
-7 Error 16 4104.067 256.504
8 Factor C 1 3360.017 3360.017 28.6324 0.0000
10 AC 1 190.817 190.817 1.6260 0.2169
12 BC 4 410.067 102.517 0.8736
14 ABC 4 586.600 146.650 1.2497 0.3222
-15 Error 20 2347.000 117.350
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 13632.850
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 16.68%
84
3.6 Potássio 05-10 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.273 0.136 3.0667 0.2459
2 Factor A 1 0.008 0.008 0.1888
-3 Error 2 0.089 0.045
4 Factor B 4 0.010 0.003 0.2948
6 AB 4 0.027 0.007 0.8011
-7 Error 16 0.137 0.009
8 Factor C 1 0.357 0.357 126.5460 0.0000
10 AC 1 0.001 0.001 0.2603
12 BC 4 0.030 0.007 2.6249 0.0653
14 ABC 4 0.038 0.010 3.3757 0.1289
-15 Error 20 0.056 0.003
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 1.027
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 15.90%
3.7 pH 10-20 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.069 0.035 7.4286 0.1186
2 Factor A 1 0.131 0.131 27.9999 0.0539
-3 Error 2 0.009 0.005
4 Factor B 4 0.329 0.082 2.0122 0.1412
6 AB 4 0.116 0.029 0.7088
-7 Error 16 0.655 0.041
8 Factor C 1 0.241 0.241 8.1124 0.0099
10 AC 1 0.054 0.054 1.8202 0.1924
12 BC 4 0.083 0.021 0.6966
14 ABC 4 0.089 0.022 0.7528
-15 Error 20 0.593 0.030
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 2.369
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 2.94%
85
3.8 Condutividade 10-20 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 1153.600 576.800 9.2932 0.0972
2 Factor A 1 410.817 410.817 6.6190 0.1237
-3 Error 2 124.133 62.067
4 Factor B 4 1179.567 294.892 0.9230
6 AB 4 1703.100 425.775 1.3326 0.3006
-7 Error 16 5111.933 319.496
8 Factor C 1 3603.750 3603.750 18.2391 0.0004
10 AC 1 400.417 400.417 2.0266 0.1700
12 BC 4 598.500 149.625 0.7573
14 ABC 4 1154.167 288.542 1.4604 0.2514
-15 Error 20 3951.667 197.583
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 19391.650
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 18.78%
3.9 Potássio 10-20 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.127 0.063 3.1293 0.2422
2 Factor A 1 0.000 0.000 0.0100
-3 Error 2 0.040 0.020
4 Factor B 4 0.009 0.002 0.2890
6 AB 4 0.015 0.004 0.5072
-7 Error 16 0.121 0.008
8 Factor C 1 0.800 0.800 200.4378 0.0000
10 AC 1 0.001 0.001 0.1841
12 BC 4 0.027 0.007 1.7003 0.1894
14 ABC 4 0.048 0.012 3.0159 0.0725
-15 Error 20 0.080 0.004
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 1.269
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 22.08%
86
3.10 pH 20-40 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.097 0.049 0.3428
2 Factor A 1 0.253 0.253 1.7915 0.3126
-3 Error 2 0.283 0.142
4 Factor B 4 0.272 0.068 0.9584
6 AB 4 0.089 0.022 0.3132
-7 Error 16 1.137 0.071
8 Factor C 1 0.228 0.228 8.5031 0.0085
10 AC 1 0.060 0.060 2.2422 0.1499
12 BC 4 0.044 0.011 0.4130
14 ABC 4 0.336 0.084 3.1273 0.1377
-15 Error 20 0.537 0.027
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 3.337
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 2.83%
3.11 Condutividade 20-40cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 2875.600 1437.800 5.1831 0.1617
2 Factor A 1 3.750 3.750 0.0135
-3 Error 2 554.800 277.400
4 Factor B 4 4020.267 1005.067 1.4955 0.2503
6 AB 4 957.667 239.417 0.3562
-7 Error 16 10753.267 672.079
8 Factor C 1 5626.017 5626.017 6.8670 0.0164
10 AC 1 742.017 742.017 0.9057
12 BC 4 492.067 123.017 0.1502
14 ABC 4 1193.733 298.433 0.3643
-15 Error 20 16385.667 819.283
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 43604.850
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 31.61%
3.12 Potássio 20-40 cm
K Degrees of Sum of Mean F
Value Source Freedom Squares Square Value Prob
-----------------------------------------------------------------------------
1 Replication 2 0.096 0.048 6.0175 0.1425
2 Factor A 1 0.007 0.007 0.8289
-3 Error 2 0.016 0.008
4 Factor B 4 0.037 0.009 2.0438 0.1364
6 AB 4 0.023 0.006 1.2760 0.3204
-7 Error 16 0.072 0.005
8 Factor C 1 0.681 0.681 205.5997 0.0000
10 AC 1 0.000 0.000 0.1455
12 BC 4 0.033 0.008 2.4967 0.0754
14 ABC 4 0.069 0.017 5.2173 0.1448
-15 Error 20 0.066 0.003
-----------------------------------------------------------------------------
Total 59 1.100
-----------------------------------------------------------------------------
Coefficient of Variation: 25.97%
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