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que possuem um IMC elevado, caracterizando obesidade, porém apresentam
porcentagens de gordura corporal abaixo dos níveis normais (MCARDLE, 2003).
Da mesma forma, em cães, observou-se grande dificuldade em agrupar
animais de raças tão distintas e com área corporal tão variada. Entretanto, os
resultados obtidos foram considerados extremamente válidos por serem dados
médios objetivos de uma população de cães, já que é tão subjetivo o diagnóstico
de obesidade na clínica de pequenos animais, especificamente no cão.
De acordo com o porte, podemos observar nos cães, as diferenças na
necessidade energética, peso ao nascimento e o tamanho da ninhada,
velocidade e duração do crescimento, tamanho relativo do trato digestivo,
expectativa de vida, predisposição a algumas doenças (distocia, obesidade,
dilatação gástrica e volvo) e estilo de vida. Estas diferenças tornam possível
dividir os cães em raças pequenas (1-10kg), médias (10-25kg) e grandes (>
25kg) e explicar as variações das necessidades dietéticas entre as raças
(BIOURGE & PIBOT, 2005).
O quadro 5 apresenta dados de IMCC obtidos deste trabalho, e referem-se
exclusivamente àqueles cães cujas raças pertencem ao porte médio, ou seja,
tipos físicos cuja média de peso varia entre 10 e 25 Kg. Entretanto, pôde-se
observar nesse estudo, com boa margem de segurança, que o IMCC para as
raças de grande porte apresenta um acréscimo de 20% do IMCC daqueles de
médio porte. Percebeu-se, ainda, que para os tipos físicos miniaturas (até 10 kg),
ocorre uma diminuição em 10% no IMCC daqueles de médio porte.
Para exemplificar a situação citada acima, basta imaginar um cão da raça
boxer (grande porte), medindo 1,07m de estatura (coluna + altura dos
posteriores) e pesando 25 kg. Aplicando a fórmula IMCC=peso/estatura²,
obtemos um valor de IMCC=17,25. Deste valor, basta diminuir 20% e comparar à
tabela 5 para observar em qual condição o animal se encontra. Neste exemplo,
ao se diminuir 20% no IMCC, obtêm-se o valor de 13,80, o que significa que o
animal está no peso ideal.
Sendo o animal um cão de pequeno porte, bastaria aumentar 10% (ao
invés de diminuir 20%) para chegar aos valores do quadro 5.
Poderão eventualmente existir pacientes com IMCC relativamente fora dos
dados encontrados neste trabalho, porém caberá ao clínico, interpretar os
resultados considerando fatores do animal que possam diferir do padrão normal à
população. Como exemplo, cita-se raças como Pit Bull, a qual apresenta um grau