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Esses programas regionais refletiriam as influências de histórias, culturas e populações
semelhantes, especialmente na África e América do Sul. Estes também reconheceriam as
realidades concretas de geografia e topografia compartilhadas, desafios climáticos e
ambientais, e recursos naturais comuns como florestas, planícies, rios e lagos, águas
oceânicas e costeiras. Ademais, esses países estariam ligados por meio de relações
comerciais formais e, até mais extensivamente, por meio de fluxos comerciais informais ao
longo das fronteiras, assim como movimentos e migrações populacionais.
Ao longo dos anos 90, fosse baseada em princípios elevados, necessidades práticas
e pragmatismo, a cooperação transfronteiriça aumentou e se estendeu a um número cada
vez maior de áreas e setores, chegando a níveis elevados devido a adversidades e
circunstâncias locais e a pressões político-econômicas regionais e globais. Esses programas
regionais de cooperação comercial seriam importantes à construição das respectivas
economias locais e nacionais. Ademais, o crescente comércio inter-regional seria uma
estratégia significativa para reduzir as vulnerabilidades desses países em relação às
instabilidades e flutuações do comércio internacional, e os impedimentos planejados e as
contra-pressões competitivas objetivas que enfrentariam nos mercados externos
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.
Os grupos regionais, portanto, poderiam atingir um desenvolvimento mais amplo e
profundo e altos níveis de auto-confiança econômica, podendo gerar maior capacidade
econômica e segurança e reduzir sua dependência e vulnerabilidade externa. Um maior
grau de auto-suficiência combinado poderia, por sua vez, permitir aos países-membros o
importante papel na solução de conflitos regionais, União Africana, formada por África do Sul, Argélia,
Angola, Benin, Botsuana, Burkina Faso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, República Centro-Africana, Chade,
República Democrática do Congo, República do Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Egito, Eritréia, Etiópia,
Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malauí,
Mali, Maurícia, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, Ruanda, Saara Ocidental, São
Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Seychelles, Somália, Suazilândia, Sudão, Tanzânia, Togo, Tunísia,
Uganda, Zâmbia, Zimbábue, com o objetivo de promover a democracia, os direitos humanos e o
desenvolvimento na África, Comunidade Econômica para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, em
inglês) formada por África do Sul, Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar,
Malauí, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue, com o objetivo de
fomentar a integração econômica dos países da África Austral, na continente africano.
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Dentre as vantagens desses agrupamentos estariam menores custos de transporte, a abertura de
oportunidades de comércio e estímulo aos produtores locais, sendo que a economia de escala em projetos
regionais de infra-estrutura contribuiria, além do mais, para a expansão econômica e o desenvolvimento.
Além disso, vantagens similares de escala poderiam ser ganhas por meio de programas de produção
complementares, ou até conjuntas, trazendo consigo os respectivos recursos e vantagens comparativas dos
parceiros regionais, baseados na necessidade de uma maior diversificação produtiva e capacidade de
distribuição dentre e entre esses países.