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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
INTERESSADO,MANTENEDORA
UF
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA BA
ASSUNTO
Reconhecimento do curso de Química Industrial ministra
do pela referida Universidade, instalada em Salvador - BA.
RELATOR: SR. CONS. Cícero Adolpho da Silva
PARECER N.° 444/93
CÂMARA OU
C
OMISSÃO
C
ESu
APROVADO EM
PROCESSO N.°
23066.053925/91-78
I - RELATÓRIO
Encaminha a Universidade Federal da Bahia, a este Con-
selho, pedido de reconhecimento do curso de Química Industrial,
anteriormente aprovado pela respectiva Câmara de Ensino de Gradue
ção pelo Parecer nº 043/86, de 21 de janeiro de 1986, fixado em
trinta o número de vagas totais anuais, preenchidas por meio de
concurso vestibular único anual. A duração do curso é de quatro
anos e seu início se deu em 1987.
Comissão Verificadora, designda pela Portaria nº 250/91
SENESU/MEC, de 16 de outubro de 1991, foi integrada pelos profes-
sores Eloízio Júlio Ribeiro e Manfred Fehr, ambos da Universidade
de Federal de Uberlândia.
1. RECURSOS FÍSICOS
0 curso em fase de reconhecimento acha-se instalado no
Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia, em edifi-
cio de cinco pavimentos, com área construída de seis mil e quinhen
tos metros quadrados, dos quais a Química Industrial ocupa um mil
quinhentos e sessenta metros quadrados, equivalentes a vinte e
quatro por cento da área total. Embora várias das áreas utiliza-
das peloc urso em análise não lhe sejam exclusivas, algumas, en-
tretanto o são justificando-se
a especificidade pela variedade,
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multiplicidade e volumetria dos equipamentos que compõem os laboratórios
específicos. Basta lembrar, para exemplificar, o espaço que ocupa c
equipamento de Ressonância Magnética Nuclear, o qual, neste exato momer to,
se acha em início de operação, no estudo da estrutura de compostos
orgânicos ao nível de protons.
Recente convênio MEC/SENESU/DEDES/DATEC vem enriquecendo os
laboratórios do instituto com novos equipamentos, tais como polarigra-
fos, cromatógrafos a liquido e a gas, espectometro de massas e espectro
fotometros de absorção atómica, consistômetros, refratômetros, mesa de
calefação, celua de medição de corrosão, fluxômetros, etc, além de 16
novos microcomputadores PC-XT,AT 286,386 e 486 e da Ressonância Magnéti-
ca Nuclear.
2 . CORPO DISCENTE
Havendo, como foi dito, trinta vagas totais anuais, e havendo
o curso se iniciado em 1987 com 4 anos de duração, caso não tivessem ha
vido desistências e reprovações, já deveriam ter colado grau noventa a-
lunos, restando 120 alunos ingressados entre os anos de 1990 e de 1993.
Todavia, somente foram graduados 13 alunos, restando, nos dias atuais,
187. Este é o resultado das evasões, dos trancamentos de matrícula e
das reprovações.
Segundo informação que nos foi prestada pelo Diretor do Insti_
tuto de Química, a evasão de alunos situa-se em torno de 40%, o que, se
gundo nos parece, se acha no nível médio de evasão de alunos dos cursos
superiores no Brasil. Segundo a opinião daquele dirigente, no caso de
seu Instituto, supõe ele que a desinformação dos estudantes ao nível do
2º grau em relação à gama de estudos profissionais que poderiam seguir
na universidade, constituiria fator predominante nas evasão do curso de
Química Industrial.
Duas medidas estão sendo tomadas em relação ao caso. Primeiro,
visitas periódicas ãs classes terminais do 2° grau em vários colégios de.
capital baiana, tendo sido criado um "Clube da Química", para onde são
atraídos os jovens potencialmente candidatos a um curso universitário na
área das ciências ainda indecisos.
Outro recurso, que já se acha em vigor, consite na readmissão de
alguns desistentes de anos anteriores, para o que do Conselho Univer-
sitário se obteve autorização. Explica-se, deste modo, o atual número de
187 alunos do curso de Química Industrial e os apenas 13 diplomados.
Segundo informação do citado dirigente, as perspectivas de em
prego depois da graduação são boas, tendo sobretudo em vista a vizinhan-ça
do Polo Petroquímico de Camaçarí, incluído na região metropolitana
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de Salvador.
Dos 13 graduados, alguns já se acham fazendo pós-graduação no
próprio Instituto. Outros, ainda que sem diplomas registrados, estão
trabalhando em industrias do referido Polo» .
A propósito, refere o Diretor do Instituto que o
COFIC, instituição representativa das indústrias para questões de alcance
social,tem denenstrado interesse relacionado com as atividades do Institu-
to, inclusive com pequenos auxilios financeiros específicos (por exem
pio, doação de equipamentos).
3. CORPO DOCENTE
Constituido por 59 professores, o corpo docente apresenta-se
com boa qualificação global, de acordo com o quadro abaixo:
CORPO DOCENTE
CATEGORIA
%
Livre docentes 3
Doutores 10
Mestres 26
Especialistas 13
Apenas Graduados 7
5,08
16.94
44.06
22.03
11.86
TOTAL 5 9 99,97
Verifica-se por aí que dois terços do corpo docente tem eleva
da titulação. A partir do ano p.passado (1992) cinco destes professores
estão realizando doutorado, dois foram aposentados, um teve recisão con
tratual e um obteve transferência para outra universidade federal. Hou-
ve uma admissão por concurso e duas contratações temporárias.
A relação aluno/professor seria, portanto, muito baixa, 3,16 alu-
nos por docente, fato que torna este curso muito caro. Deve, todavia,ser
considerado que cada docente atua sempre em mais de um curso. Em termos
de atividades laboratoriais a distribuição de alunos pelas respectivas
turmas eleva aquela relação para 10 alunos por docente.
Existe ampla correlação entre a titulação dos docentes e o de_
senvolvimento do currículo pleno do curso.
4. PRODUÇÃO CIENTIFICA
Importa referir, neste passo, a produção científica do Institu
do de Química, fruto do trabalho da pós-graduação. Importa, principalmen
te, porque pude verificar que, ao contrário do que com certa frequência
vem acontecendo, os docentes da P-G neste caso não se excluem das tarefas
inerentes ao cursos de graduação. Nos dois últimos anos (1991 e 1992)
-4-
106 trabalhos foram publicados em revistas nacionais e estrangeiras, in
dexadas e registradas nos "Chemical Abstracts."
5. COMENTÁRIOS
De acordo com publicação da "American Chemical Society",
o amplo espaço ocupado pela Química acha-se subdi-
vidido em áreas menores, todas elas apresentando nítidas interfaces.Com
a Química Industrial, ramo da Química Aplicada, não poderia ser diferen
te. Entre outras áreas com as quais apresenta interfaces encontra-se,por
exemplo, a bioquímica e a engenharia química, para citar apenas duas.
Através da química das macromoléculas a química industrial de
relaciona com a bioquímica, uma vez que está pode ser considerada como
resultado de dois processos - a síntese de monõmeros e a reunião destes
num outro processo, o de polimerização, do qual depende a formação de
macromoléculas. Nos dias atuais estes processos se inserem, também, no
importantíssimo campo da biologia molecular e da engenharia genética.
No esquema a seguir exposto pode-se verificar a interface da
química industrial com a engenharia química.
Embora uma representação esquemática e, portanto, grosseira,
este quadro procura demonstrar que alguns processos que se acham no dom_í
nio de uma disciplina se encontram na fronteira da outra, exigindo, porisso,
uma atividade compartilhada, interdisciplinar. Exemplo prático disso me
parece advir da imposição do uso de equipamento para a redução do conteú
do de monóxido de carbono da exaustão dos motores de explosão a gasolina
como é o caso dos automóveis. Trata-se de um processo que envolve a pre-
sença de uma reação de catálise, como é o caso, também, do chamado cra-
queamento do petróleo,
São assim, imensas as atividades do químico industrial: prope-
lentes e explosivos, carvão, petróleo e respectivos derivados, metalurgia
extrativa, produção têxtil, de corantes, de elastômeros e assim por dian
-5-
te, são uns poucos exemplos da vastidão do campo das atividades e dos
processos nelas envolvidos pela química industrial.
Finalmente para caracterizar a repercussão econômica de toda esta
atividade, transcreco o trecho a seguir, retirado do Relatório anual da
Organização Odebrecht relativo ao ano de 1992: "Poucos fenómenos econô
micos tiveram a velocidade do ocorrido com os plásticos. Ao substituir
o emprego de matérias primas tradicionais, o uso de plásticos permitiu
reduzir custos e ampliar a oferta, facilitando o acesso a uma imensa va
riedade de produtos, trazendo conforto e praticidade ao cotidiano das
pessoas. Hoje, menos de seis décadas após o surgimento da industria pe-
troquímica, os objetos moldados a partir de resinas termoplásticas são
praticamente onipresentes na vida moderna.
Vale referir, para encerrar estes comentários, as relações que;
o Instituto de Química vem mantendo com empresas privadas. Além das do
Polo Petroquímico de Camaçarí - COPENE, Nitrofertil, Nitrocarbono, entre:
outras, o Instituto tem tido entendimento com o Instituto Euvaldo Lodi
(IEL), com a Cia Carioca de Catalizadores e com a Mitsubishi. Em conse-
quência, algumas empresas, por intermédio do COFIC, participam como con-
cessionárias de bolsas para o programa de iniciação científica, do qual
27,4% são alunos do curso de Química Industrial.
II - VOTO DO RELATOR
Fundamentado nos dados acima transcritos, vota o relator pelo
reconhecimento do curso de Química Industrial, oferecido pelo Instituto
de Química da Universidade Federal da Bahia.
III - CONCLUSÃO DA CÂMARA
A Câmara de Ensino Superior acompanha o voto do Relator.
Sala-sdas Sessão , em 3 de agosto
de 1993.
VRS
IV - DECISÃO DO PLENÁRIO
O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou, por unanimidade, a con-
clusão da Câmara.
Sala Barreto Filho, em 05 de agosto de 1993
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO - CFE
FOLHA DE PRESENÇA REFERENTE Á SESSÃO PLENÁRIA
DO DIA 05/08/1993, REALIZADA ÁS 15 HORAS.
REUNIÃO ORDINÁRIA DE .........../ 1993.
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