Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ABLAÇÃO CIRÚRGICA DOS BULBOS OLFATÓRIOS
EM COELHOS: MODELO PARA ESTUDOS DE
PATOGENIA DE INFECÇÕES POR VÍRUS
NEUROTRÓPICOS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Erika Toledo da Fonseca
Santa Maria, RS, Brasil
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ABLAÇÃO CIRÚRGICA DOS BULBOS OLFATÓRIOS EM
COELHOS: MODELO PARA ESTUDOS DE PATOGENIA DE
INFECÇÕES POR VÍRUS NEUROTRÓPICOS
por
Erika Toledo da Fonseca
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação
em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Cirurgia de Pequenos
Animais, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Cirurgia Veterinária.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mazzanti
Santa Maria, RS, Brasil
2006
ads:
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Departamento de Clínica de Pequenos Animais
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
ABLAÇÃO CIRÚRGICA DOS BULBOS OLFATÓRIOS EM COELHOS:
MODELO PARA ESTUDOS DE PATOGENIA DE INFECÇÕES POR
VÍRUS NEUROTRÓPICOS
elaborada por
Erika Toledo da Fonseca
Como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Cirurgia Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA:
________________________________
Alexandre Mazzanti, Dr., UFSM
(Presidente/Orientador)
________________________________
Alceu Gaspar Raiser, Dr., UFSM
__________________________________
Émerson Antonio Contesini, Dr., UFRGS
Santa Maria, 21 de dezembro de 2006
.
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
ABLAÇÃO CIRÚRGICA DOS BULBOS OLFATÓRIOS EM COELHOS: MODELO
PARA ESTUDOS DE PATOGENIA DE INFECÇÕES POR VÍRUS
NEUROTRÓPICOS
AUTORA: ERIKA TOLEDO DA FONSECA
ORIENTADOR: ALEXANDRE MAZZANTI
Santa Maria, 21 de dezembro de 2006.
Coelhos têm sido utilizados como modelo para o estudo da neuropatogenia da infecção pelo
herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5), um importante agente de doença neurológica em bovinos.
O sistema olfatório tem sido apontado como a principal via de acesso do vírus ao cérebro após
replicação na cavidade nasal. Para investigar a importância da via olfatória na patogenia da
infecção neurológica pelo BHV-5, foi elaborada e avaliada técnica operatória de craniotomia
transfrontal para remoção dos bulbos olfatórios (BOs), definindo-se as órbitas como
referência anatômica. Foram utilizados 45 coelhos com 30 a 40 dias de idade, sendo 23
submetidos à ablação cirúrgica dos BOs e posteriormente inoculados pela via intranasal (IN)
ou no saco conjuntival (IC) com o BHV-5. Após incisões de pele, tecido subcutâneo e
periósteo, a craniotomia foi realizada em um ponto eqüidistante entre os cantos mediais dos
olhos, com uma broca sulcada de 3mm acoplada a uma perfuratriz elétrica de baixa rotação. A
remoção dos BOs foi realizada com uma sonda uretral nº6 acoplada a um aspirador. O estudo
macroscópico de três animais após a cirurgia comprovou que o procedimento foi eficiente na
remoção total dos BOs. Isso também foi comprovado pela interrupção do acesso do vírus ao
córtex cerebral: apenas um animal (1/11 ou 9,1%) no grupo submetido à ablação dos BOs
com inoculação IN desenvolveu enfermidade neurológica, contra 100% (10/10) dos coelhos
controle. Conclui-se que a técnica de craniotomia transfrontal utilizando a órbita como
referência anatômica permite o acesso adequado para localização e remoção dos BOs e pode
ser utilizada em estudos de patogenia de infecções por vírus neurotrópicos que exijam a
interrupção completa da via olfatória.
Palavras-chave: herpesvírus bovino tipo 5, BHV-5, bulbo olfatório, cirurgia, modelo
experimental, coelhos.
ABSTRACT
Master’s Dissertation
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
SURGICAL ABLATION OF THE OLFACTORY BULB IN RABBITS: A MODEL TO
STUDY THE PATHOGENISIS OF NEUROTROPIC VIRUS INFECTIONS.
AUTHOR: ERIKA TOLEDO DA FONSECA
ADVISER: ALEXANDRE MAZZANTI
Santa Maria, December, 21
th
, 2006.
Rabbits have been used as animal models to study the pathogenesis of neurological infection
by bovine herpesvirus type 5 (BHV-5), an important agent of meningoencephalitis in cattle.
The olfactory system has been implicated as the main pathway for the virus to reach the brain
after replication in the nasal mucosa. To investigate the role of the olfactory route in the
pathogenesis of neurological infection, a technique of transfrontal craniotomy for ablation of
the main olfactory bulbs (MOBs), using the eyes as the anatomic reference was developed and
evaluated. Using this technique, twenty three 30 days-old rabbits were submitted to surgical
ablation of the MOBs and subsequently inoculated with BHV-5. After skin, subcutaneous
tissue and periosteum incisions, the craniotomy was performed in a point equidistant to the
medial corner of the eyes, with a 3 mm drill coupled to a low intensity elyptic drilling
machine. The removal of the MOB’s tissue was performed by using a number 6 uretral probe
coupled to a surgical vaccum pump. The anatomic references used were appropriate in
allowing an adequate and easy access to the MOBs. Necropsy performed in three animals
after the surgery demonstrated that the surgical procedure was efficient in completely
removing the MOB tissue. This was also demonstrated by the interruption of the access of the
virus to the brain after intranasal inoculation: only one animal (1/11) in the bulbectomized
group developed neurological infection and disease, against 100% (10/10) of the control
group. The transfrontal craniotomy using the eyes as the anatomical reference allowed for an
adequate access for localization and removal of the MOBs in rabbits. This techique may be
used in studies of viral pathogenesis requiring the complete interruption of the olfactory
connection to the brain.
Key words: vaccines, bovine herpesvirus type 1, BoHV-1, bovine viral diarrhea virus,
(BVDV), experimental model, guinea pigs.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Vista frontal da cabeça de um coelho mostrando o local da incisão de pele
(linha) e o local da craniotomia
(ponto)............................................................................................................................. 26
FIGURA 2a – Corte sagital da cabeça de um coelho submetido à ablação cirúrgica dos bulbos
olfatórios. Observa-se o local da craniotomia e da cavidade antes ocupada pelos bulbos
olfatórios (seta)................................................................................................................ 27
FIGURA 2b Desenho esquemático do corte sagital da cabeça de um coelho submetido à
ablação cirúrgica dos bulbos olfatórios. Observa-se o local da craniotomia e da cavidade
antes ocupada pelos bulbos olfatórios
(seta)................................................................................................................................ 27
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Tratamentos e resumo do curso clínico em coelhos submetidos ou não a
bulbectomia e inoculados com herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-
5)..................................................................................................................................... 25
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
................................................................................................................ 9
2. CAPÍTULO 1. ABLAÇÃO CIRÚRGICA DOS BULBOS OLFATÓRIOS EM
COELHOS: MODELO PARA ESTUDOS DE PATOGENIA DE INFECÇÕES POR
VÍRUS NEUROTRÓPICOS................................................................................................ 12
Resumo................................................................................................................................... 13
Abstract.................................................................................................................................. 13
Introdução............................................................................................................................... 15
Material e Métodos................................................................................................................. 17
Resultados e discussão............................................................................................................ 19
Fontes de aquisição................................................................................................................. 22
Referências............................................................................................................................. 22
3. REFERÊNCIAS................................................................................................................ 28
9
1. INTRODUÇÃO
O sistema olfatório localiza-se na parte mais rostral do encéfalo e compreende os
Bulbos Olfatórios (BOs) e os nervos olfatórios, sendo responsável por proporcionar a sensação
de odor (CHRISMAN, 1985). As terminações sensoriais olfatórias estão distribuídas pelo
epitélio da membrana mucosa da concha nasal. As células olfatórias formam um plexo na
submucosa e são agrupadas em numerosos nervos que passam através das aberturas na placa
crivosa do osso etmóide como nervos olfatórios. Essas fibras nervosas terminam fazendo
sinapse com neurônios dos bulbos olfatórios projetando-se dentro do hipotálamo e em outras
partes do sistema límbico para produzir uma resposta comportamental apropriada ao olfato
(regulação do consumo de alimentos, comportamento materno, sexual e social)
(GANDELMAN et al., 1972; LEONARD, 1972; SEEGAL & DENENBERG, 1974; GETTY,
1975; MEGUID et al., 1997; GONZALEZ-MARISCAL et al., 2003).
Vários vírus animais se utilizam de fibras nervosas para se disseminar a partir dos sítios
de replicação primária e atingir o Sistema Nervoso Central (SNC). Esse tipo de disseminação
viral foi inicialmente demonstrado por Pasteur para o vírus da raiva e, posteriormente para
outros vírus. Dentre os rus animais que utilizam a via nervosa para invadir o encéfalo e
causar doença neurológica se incluem o herpesvírus bovino tipo 5 (BoHV-5), o vírus da doença
de Aujeszky (PRV), o herpesvírus eqüino (EHV), o vírus da raiva e os vírus da encefalite
eqüina venezuelana (VEEV). (STROOP et al., 1984; BABIC et al., 1994; CARD et al., 1994;
LEE et al., 1999).
O herpesvírus bovino tipo 5 (BoHV-5) é um importante vírus de bovinos e tem sido
associado a surtos de meningoencefalite de repercussões econômicas significativas. A
patogenia da infecção neurológica pelo BoHV-5 envolve a replicação primária na mucosa
respiratória seguida pelo transporte do vírus ao longo de fibras nervosas até o SNC. A partir
daí, o vírus se dissemina, replica e produz infecção neurológica (LEE et al., 1999). Duas vias
nervosas principais têm sido implicadas no transporte do vírus até o encéfalo: a via trigeminal,
através de ramos sensoriais do nervo trigêmeo; e a via olfatória, através das fibras dos nervos
olfatórios que inervam a mucosa olfatória (CARD et al., 1994; BABIC et al., 1994). A
10
importância de cada uma destas vias na patogenia da infecção tem sido objeto de vários
estudos, pois pode fornecer importantes informações acerca da habilidade do vírus em utilizar
diferentes vias nervosas para se disseminar no organismo. Neste sentido, a interrupção
cirúrgica se constitui em uma abordagem objetiva para se determinar a real importância destas
vias no transporte do vírus até o encéfalo.
A neurocirurgia tem sido muito utilizada para o estudo da patogenia de rus
neurotrópicos. A neurectomia de fibras supostamente envolvidas no transporte de rus tem
auxiliado no entendimento dos mecanismos e das vias utilizadas por estes vírus para se
disseminar pelo organismo. Em especial, a patogenia da infecção aguda e latente pelo vírus do
herpes simplex humano (HSV-1) tem sido estudada com o auxílio da neurocirurgia em
modelos animais (WALZ et al., 1974; PRICE & SCHMITZ, 1978; HILL et al., 1983;
SHIMEID et al., 1987; CLEMENTS & SUBAK-SHARPE, 1988; TENSER et al., 1988).
A ablação cirúrgica dos BOs (bulbectomia) tem tido grandes aplicabilidades no estudo
de aspectos fisiológicos e comportamentais de diversas espécies animais. Ratos
bulbectomizados têm sido utilizados como modelo de depressão psíquica (SONG &
LEONARD, 2005), em estudos comparativos dos efeitos bioquímicos e comportamentais da
depressão entre animais jovens e adultos (SLOTKIN et al., 1999) e também na regulação do
consumo alimentar (MEGUID et al., 1997). A habilidade e comportamento materno em
coelhas e camundongas (GANDELMAN et al., 1972; GONZALEZ-MARISCAL et al., 2003)
além de ovelhas e cabras (BALDWIN & SHILLITO, 1974; ROMEYER et al., 1994) também
tem sido objeto de estudo com auxílio desta técnica cirúrgica além do estudo da regeneração
axonal e sináptica em camundongos (GRAZIADEI et al., 1978), e canibalismo em
camundongos e hamsters (LEONARD, 1972; SEEGAL & DENENBERG, 1974).
A via trigeminal de conexão entre a mucosa nasal e o encéfalo é composta pelas fibras
dos neurônios pseudounipolares (ou bipolares) cujas terminações se distribuem sob a mucosa
respiratória e cujos corpos neuronais se situam no gânglio trigêmeo (GT). Além destas, as
fibras sensoriais do ramo oftálmico do nervo trigêmio que se distribuem na mucosa do saco
conjuntival podem servir de via de transporte para o vírus atingir o GT e daí se disseminar pelo
encéfalo (BABIC et al., 1994; CARD et al., 1994). A abordagem cirúrgica com o objetivo de
interromper esta via (nervo trigêmeo) seria complexa e dificilmente resultaria na interrupção
11
completa das conexões neurais que interligam esta região ao encéfalo. Por isto optou-se, nesta
pesquisa, pela interrupção cirúrgica da via olfatória (bulbectomia).
Embora a remoção dos bulbos olfatórios (bulbectomia) venha sendo largamente
utilizada, não há, na literatura consultada, descrição minuciosa desta cnica operatória em
coelhos. Logo, este estudo teve como objetivo desenvolver e avaliar uma técnica de
bulbectomia total bilateral em coelhos mediante a craniotomia transfrontal, tendo como
referência as órbitas oculares.
2. CAPÍTULO 1
Ablação cirúrgica dos bulbos olfatórios em coelhos: Modelo para estudos de patogenia de
infecções por vírus neurotrópicos.
Surgical ablation of the olfactory bulb in rabbits: a model to study the pathogenesis of neurotropic
virus infections.
Erika Toledo da Fonseca
1
, Alexandre Mazzanti
2*
1
Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Santa Maria, RS, Brasil.
2
Departamento de Clínica de Pequenos Animais (DCPA), UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. * Autor para
correspondência: E-mail: [email protected]fsm.br
13
Ablação cirúrgica dos bulbos olfatórios em coelhos: Modelo para estudos de patogenia de
infecções por vírus neurotrópicos.
1
Surgical ablation of the olfactory bulb in rabbits: a model to study the pathogenesis of neurotropic
virus infections.
Erika Toledo da Fonseca
1
, Alexandre Mazzanti
2*
.
RESUMO
Coelhos têm sido utilizados como modelo para o estudo da neuropatogenia da infecção pelo
herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5), um importante agente de doea neurogica em bovinos. O sistema
olfatório tem sido apontado como a principal via de acesso do rus ao cérebro após replicação na
cavidade nasal. Para investigar a importância da via olfatória na patogenia da infeão neurológica pelo
BHV-5, foi elaborada e avaliadacnica operatória de craniotomia transfrontal para remoção dos bulbos
olfatórios (BOs), definindo-se as órbitas como referência anatômica.
Foram utilizados
45
coelhos com
30 a 40 dias de idade, sendo 23 submetidos à ablação cirúrgica dos BOs e posteriormente inoculados pela
via intranasal (IN) ou no saco conjuntival (IC) com o BHV-5. Após incisões de pele, tecido subcutâneo
e periósteo, a craniotomia foi realizada em um ponto eqüidistante entre os cantos mediais dos olhos, com
uma broca sulcada de 3mm acoplada a uma perfuratriz elétrica de baixa rotação. A remoção dos BOs foi
1
Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.
2
Departamento de Clínica de Pequenos Animais (DCPA), UFSM.
* Autor para correspondência: DCPA/CCR/UFSM. 97105-900 Santa Maria, RS. E-mail:
mazzal@smail.ufsm.br
14
realizada com uma sonda uretral nº6 acoplada a um aspirador. O estudo macroscópico de três animais
após a cirurgia comprovou que o procedimento foi eficiente na remoção total dos BOs. Isso também foi
comprovado pela interrupção do acesso do vírus ao córtex cerebral: apenas um animal (1/11 ou 9,1%)
no grupo submetido à ablação dos BOs com inoculação IN desenvolveu enfermidade neurológica, contra
100% (10/10) dos coelhos controle. Conclui-se que a técnica de craniotomia transfrontal utilizando a
órbita como referência anatômica permite o acesso adequado para localização e remoção dos BOs e pode
ser utilizada em estudos de patogenia de infecções por vírus neurotrópicos que exijam a interrupção
completa da via olfatória.
Palavras-chave: herpesvírus bovino tipo 5, BHV-5, bulbo olfatório, cirurgia, modelo experimental,
coelhos.
ABSTRACT
Rabbits have been used as animal models to study the pathogenesis of neurological infection by
bovine herpesvirus type 5 (BHV-5), an important agent of meningoencephalitis in cattle. The olfactory
system has been implicated as the main pathway for the virus to reach the brain after replication in the
nasal mucosa. To investigate the role of the olfactory route in the pathogenesis of neurological infection,
a technique of transfrontal craniotomy for ablation of the main olfactory bulbs (MOBs), using the eyes
as the anatomic reference was developed and evaluated. Using this technique, twenty three 30 days-old
rabbits were submitted to surgical ablation of the MOBs and subsequently inoculated with BHV-5. After
skin, subcutaneous tissue and periosteum incisions, the craniotomy was performed in a point equidistant
to the medial corner of the eyes, with a 3 mm drill coupled to a low intensity elyptic drilling machine.
The removal of the MOB’s tissue was performed by using a number 6 uretral probe coupled to a surgical
vaccum pump. The anatomic references used were appropriate in allowing an adequate and easy access
15
to the MOBs. Necropsy performed in three animals after the surgery demonstrated that the surgical
procedure was efficient in completely removing the MOB tissue. This was also demonstrated by the
interruption of the access of the virus to the brain after intranasal inoculation: only one animal (1/11) in
the bulbectomized group developed neurological infection and disease, against 100% (10/10) of the
control group. The transfrontal craniotomy using the eyes as the anatomical reference allowed for an
adequate access for localization and removal of the MOBs in rabbits. This techique may be used in
studies of viral pathogenesis requiring the complete interruption of the olfactory connection to the brain.
Key words: bovine herpesvirus 5, BHV-5, olfactory bulbs, surgery, experimental model, rabbits.
INTRODUÇÃO
O sistema olfatório desempenha funções importantes na fisiologia e comportamento dos
mamíferos. Além da importância da sensação de odor, a olfação também exerce influência na regulação
do consumo de alimentos e interfere no comportamento social, sexual e materno (GANDELMAN et al.,
1972; LEONARD, 1972; SEEGAL & DENENBERG, 1974; MEGUID et al., 1997; GONZALEZ-
MARISCAL et al., 2003). Os neurônios receptores do sistema olfatório localizam-se no epitélio olfatório
da mucosa nasal, onde seus dendritos estão em contato com o meio externo. Esses neurônios emitem
numerosos filamentos, que em conjunto formam o nervo olfatório, e passam através de perfurações na
lâmina cribriforme do osso etmóide convergindo para os bulbos olfatórios (BOs) onde fazem sinapse
(FRISCH, 1967; LOHMAN & LAMMERS, 1967). Os axônios dos neurônios dos BOs conectam-se ao
córtex através do trato olfatório, de onde projetam-se para várias regiões do cérebro onde as sensações
olfatórias são processadas (JENKINS, 1978; BROADWELL, 1975; FRISCH, 1967). Os BOs de coelhos
possuem uma forma elíptica e localizam-se rostralmente ao encéfalo, em recessos do osso etmóide
16
situados em cada lado da linha mediana (BROADWELL, 1975).
Vírus neurotrópicos como o do herpes simplex (HSV), da raiva (RV) e da pseudoraiva (PRV)
utilizam fibras nervosas que se distribuem na mucosa nasal para invadir e replicar no sistema nervoso
central (SNC) causando doença neurológica (STROOP et al., 1984; LAFAY et al., 1991; BABIC et al.,
1994). O herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5) é um alfaherpesvírus associado com meningoencefalite de
curso geralmente fatal em bovinos (ROIZMAN, 1992). A exemplo de outros vírus neurotrópicos, o
BHV-5 parece utilizar as vias olfatória e/ou trigeminal para invadir o encéfalo a partir da cavidade nasal.
Em coelhos utilizados como modelo, o BHV-5 atinge o SNC mais precoce e massivamente através da
via olfatória, porém a via trigeminal também parece contribuir para o transporte do vírus
(CHOWDHURY et al., 1997; LEE et al., 1999; BELTRÃO et al., 2000; DIEL et al., 2005). A
determinação das vias de invasão viral do SNC é fundamental para o entendimento da patogenia e para
a elaboração de estratégias de controle e/ou tratamento de infecções herpéticas humanas e de animais.
A ablação cirúrgica dos BOs (bulbectomia) tem sido utilizada para se estudar vários aspectos
fisiológicos e comportamentais de animais, dentre esses a habilidade e comportamento materno em
coelhas e camundongas (GANDELMAN et al., 1972; GONZALEZ-MARISCAL et al., 2003),
regeneração axonal e sináptica em camundongos (GRAZIADEI et al., 1978), regulação do consumo
alimentar em ratos (MEGUID et al., 1997) e canibalismo em hamsters e camundongos (LEONARD,
1972; SEEGAL & DENENBERG, 1974). A cirurgia também já foi utilizada para se estudar o
comportamento materno de ovelhas e cabras (BALDWIN & SHILLITO, 1974; ROMEYER et al., 1994).
Apesar das diversas aplicabilidades desta intervenção cirúrgica, não há padronização ou pontos
anatômicos de referência para realização da técnica operatória. O presente estudo teve como objetivo
desenvolver uma técnica de craniotomia transfrontal para remoção dos BOs de coelhos, utilizando-se as
17
órbitas como referência anatômica, avaliando o modelo no estudo da patogenia de infecção viral quanto
ao desenvolvimento de sinais clínicos neurológicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Animais e desenho experimental
O estudo foi desenvolvido no laboratório de Cirurgia Experimental e no Setor de Virologia da
Universidade Federal de Santa Maria. Foram utilizados coelhos da raça Nova Zelândia, machos e fêmeas,
recém- desmamados, com idade entre 30 e 40 dias, pesando entre 700g e 1,1kg. De um total de 45
coelhos, 23 foram submetidos à bulbectomia; os demais permaneceram como controles (22). Seis dias
após a intervenção cirúrgica, os animais bulbectomizados e os controles foram distribuídos
aleatoriamente em dois grupos cada e inoculados com o BHV-5 pela via intranasal (IN) ou conjuntival
(IC).
Pré-operatório e procedimento cirúrgico
O pré-operatório constou de jejum alimentar de seis horas. Como medicação pré-anestésica
utilizou-se cloridrato de cetamina
a
(25mg/kg) associado ao cloridrato de xilazina
b
(5mg/kg),
administrados pela via intramuscular. A tricotomia foi realizada na região frontal da cabeça, estendendo-
se caudalmente desde o focinho até a base das orelhas.
Canulou-se a veia marginal de uma das orelhas com cateter nº 24 e por esta via administrou-se
ampicilina sódica
c
(20mg/kg) como terapia antibiótica profilática e butorfanol
d
como terapia analgésica
(0,2mg/kg). A anestesia foi mantida com cloridrato de cetamina (10mg/kg) associado ao cloridrato de
xilazina (3mg/kg) por esta via. Após o posicionamento em decúbito esternal, procedeu-se a antissepsia
da região tricotomizada, observando-se a seqüência álcoo-iodo-álcool. Em seguida a pele, tecido
subcutâneo e periósteo sofreram duas incisões paralelas, iniciadas a aproximadamente 0,5cm dorsal ao
canto lateral dos olhos e estendidas ventralmente, terminando a 0,5cm do canto medial. Em seguida, as
18
incisões foram unidas ventralmente por outra transversal, tornando-a em forma de “U”. A craniotomia
foi realizada na linha mediana, em ponto eqüidistante entre os cantos mediais dos olhos, com a utilização
de uma broca sulcada de 3mm, acoplada a uma perfuratriz elétrica de baixa rotação. Posteriormente
procedeu-se a remoção dos BOs por aspiração. Para isso, utilizou-se uma sonda uretral nº6 acoplada a
um aspirador, inserida na abertura em ângulo de 90º aatingir o assoalho da cavidade craniana e movida
rostralmente até atingir o limite caudal da cavidade nasal. Após a aspiração completa dos BOs, o
periósteo e a pele foram aproximados individualmente com sutura isolada simples, empregando fio
mononáilon 5-0. No período pós-operatório foi administrada dexametasona
e
(2mg/kg), via intravenosa
e em dose única, e procedeu-se a limpeza diária da ferida cirúrgica até a retirada dos pontos de pele, seis
dias após a intervenção cirúrgica. Os animais foram transferidos para o Setor de Virologia no dia
seguinte, onde foram mantidos em alojamentos coletivos (quatro a seis animais) recebendo ração
comercial balanceada e água ad libitum.
Vírus, inoculação e monitoramento clínico.
Seis dias após o ato operatório, os animais bulbectomizados (n=23) e os controles (n=22) foram
distribuídos em dois grupos cada e inoculados com o BHV-5, de acordo com a tabela 1. Grupo A (n=11):
bulbectomizados, inoculados pela via intranasal (IN); grupo B (n=12): bulbectomizados, inoculados pela
via conjuntival (IC); grupo C (n=10): controles (não submetidos ao procedimento), inoculados pela via
IN; grupo D (n=12): controles, inoculados pela via IC.Os animais foram inoculados com 1ml do
sobrenadante de cultivos celulares infectados com uma cepa brasileira do BHV-5 (SV-507; DELHON
et al., 2003), contendo 10
8,3
doses infectantes para 50% dos cultivos (DICC
50
/ml). Após a inoculação, os
coelhos foram monitorados clinicamente com três observões diárias de uma hora cada, durante 20 dias.
As taxas de morbidade, mortalidade e o curso clínico da enfermidade neurológica (depressão, bruxismo,
opistótono, andar em círculos e convulsões) nos animais dos diferentes grupos foram registrados e
19
comparados. Em um experimento piloto, três animais foram submetidos à intervenção cirúrgica e dois
dias após foram submetidos à eutanásia e necrópsia para verificar se o procedimento fora eficaz na
remoção total dos BOs. Todos os procedimentos com os animais foram realizados estritamente de acordo
com as normas do COBEA (lei número 6.638 de 8 de maio de 1979).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A utilização das órbitas como referência anatômica para a craniotomia transfrontal demonstrou
ser adequada para a localização e acesso aos bulbos olfatórios (BOs) (Figura 1). A técnica operatória
mostrou-se efetiva e de fácil execução, com um tempo cirúrgico que variou de 15 a 35 minutos por
animal. A realização da intervenção cirúrgica preliminarmente em três coelhos, para a padronização da
técnica, com necropsias realizadas posteriormente, demonstrou que o tecido dos BOs foi totalmente
removido pelo procedimento. A remoção dos BOs resultou em cavidades bilaterais, alongadas, situadas
entre a lâmina crivosa do osso etmóide e o encéfalo.
Os BOs de coelhos possuem forma elíptica (definida pela cavidade onde se encontram alojados)
e são constituidos de tecido mole que fragmenta-se facilmente ao ser manipulado ou contido por pinças
ou outros instrumentais cirúrgicos. Por isso optou-se pela aspiração do tecido, utilizando-se uma sonda
uretral acoplada a um aspirador. Pela utilização da sonda também evitou-se de efetuar uma abertura maior
na caixa craniana, como relatada anteriormente (BELTRÃO et al., 2000). Além de resultar em trauma
menor, a abertura limitada realizada com a broca sulcada de 3mm de diâmetro, foi suficiente para a
introdução da sonda e aspiração dos BOs (Figura 2). Após a remoção/aspiração da massa principal dos
BOs, procedeu-se a aspiração cuidadosa do assalho da cavidade, para remover restos teciduais que
eventualmente tenham ficado aderidos à lâmina óssea. Procedimento semelhante, porém utilizando
pipetas de pasteur foi utilizado para estudar o efeito da remoção dos bulbos olfatórios acessórios no
20
comportamento materno em coelhas primíparas. A técnica utilizada, no entanto, não foi descrita em
detalhes (GONZALEZ-MARISCAL et al., 2003).
O período s-operatório decorreu sem maiores ocorrências. Um coelho removeu a sutura de pele
no terceiro dia de pós-operatório, tendo a cicatrização ocorrida por segunda intenção. Nos animais
restantes, a sutura de pele foi removida entre o quarto e sexto dia de pós-operatório. Durante o intervalo
de seis dias antes da inoculação do vírus, nenhum animal evidenciou sinal de dor ou desconforto como
apatia, inapetência ou hipersensibilidade na ferida cirúrgica; o consumo de ração ficou levemente
aumentado, o mesmo sendo observado com relação ao consumo de água. Não foram observadas
alterões de comportamento (ex:canibalismo) ocasionalmente observadas em outras espécies submetidas
à bulbectomia (LEONARD, 1972; SEEGAL & DENENBERG, 1974). No trabalho realizado por
BELTRÃO et al. (2000), foi observada alteração de seletividade alimentar, com alguns animais
bulbecomizados alimentando-se de pedaços de papel utilizados para forrar as gaiolas. Por essa razão no
presente experimento evitou-se deixar qualquer material ao acesso dos animais, com exceção do alimento
e água.
Pelo número limitado de animais que se dispunha, não foi possível reservar-se um grupo de
coelhos bulbectomizados sem inoculação do vírus. Esse grupo serviria para se avaliar possíveis alterões
clínicas causadas por complicações (infecções/processo inflamatório) neurológicas derivadas do
procedimento cirúrgico e complicações pós-cirúrgicas. Com o decorrer do experimento esse grupo
controle demonstrou ser desnecessário, pois os animais do grupo A (bulbectomizados e inoculados) não
apresentaram quaisquer complicações pós-cirúrgicas. O único animal desse grupo que apresentou
alterações foi o que desenvolveu enfermidade neurológica característica da infecção pelo BHV-5,
confirmada pelo isolamento do vírus do cérebro (DIEL et al., 2005). Portanto, o procedimento cirúrgico
e remoção dos BOs em si não resultaram em complicações/alterações clínico-patológicas detectáveis.
21
A remoção total do tecido dos BOs e a conseqüente interrupção da via olfatória constituem-se em
pontos críticos para a utilização desses animais em estudos virológicos dessa natureza. Em trabalho
anterior, vários coelhos submetidos à ablação dos BOs e inoculados com o BHV-5 desenvolveram
infecção neurológica com período de incubação e curso clínico compatível com a invasão pela via
olfatória (BELTRÃO et al., 2000). Como a técnica utilizada naquele estudo não foi posteriormente
avaliada para assegurar-se da remoção total dos BOs, é provável que a remoção tenha sido parcial, sem
interrupção da conexão olfatória entre o epitélio olfatório e o encéfalo (BROADWELL, 1975). A
integridade, pelo menos parcial dessa conexão, provavelmente tenha servido para o BHV-5 invadir o
rebro e causar doença neurológica nos animais (BELTRÃO et al., 2000; DIEL et al., 2005). Da mesma
forma, tem sido demonstrado que interrupções da via olfatória através de neurectomia podem ser
seguidas de regeneração neuronal e reconstituição da via nervosa em camundongos recém-nascidos
(GRAZIADEI et al., 1978). Essas observações também justificam a estratégia para a interrupção da via
olfatória utilizada no presente experimento, ou seja, a remoção completa dos BOs. A regeneração da via
olfatória a partir das extremidades neurais proximal e distal produzidas pelo procedimento utilizado, e
em curto espaço de tempo, seria altamente improvável.
No presente estudo, os resultados da inoculação do BHV-5 indicam que a interrupção da via
olfatória foi completa, impedindo o vírus de invadir o cérebro por essa via (DIEL et al., 2005). O único
animal bulbectomizado que desenvolveu doença neurológica (1/11) apresentou sinais clínicos tardios
(17 dias pós-inoculação), ao contrário dos controles não-bulbectomizados que apresentaram período de
incubação médio de 7,5 dias. O longo período de incubação da infecção neurológica nesse animal indica
que o vírus invadiu o cérebro por outra via, que não a olfatória. Para assegurar-se disso, realizou-se um
experimento adicional, no qual coelhos bulbectomizados (grupo B) ou não (grupo D) foram inoculados
com o BHV-5 pela via conjuntival (Tabela 1). A replicação do vírus na mucosa conjuntival é seguida de
22
transporte do BHV-5 pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo ao cérebro, resultando em doença
neurológica de curso tardio (CHOWDHURY et al., 1997; BELTRÃO et al., 2000). Corroborando esse
achado, os animais inoculados pela via conjuntival (grupos B e D) apresentaram período de incubação
e curso semelhantes ao animal do grupo A (Tabela 1). Em resumo, tanto os achados da necropsia
realizada em alguns animais bulbectomizados, como os achados virológicos indicam que a técnica foi
efetiva na interrupção completa da via olfatória. Esses resultados permitem a recomendação dessacnica
para estudos que necessitem a interrupção da via olfatória para estudos de patogenia de infecções por
vírus neurotrópicos. Estudos em andamento visam à interrupção das duas vias principais de acesso ao
cérebro (olfatória e trigeminal), a fim de investigar-se vias alternativas de acesso (e.g. outras vias
nervosas ou via hematógena).
Agradecimentos: Ao Diretor do Biotério Central da UFSM, Médico Veterinário Silvandro Noal pela
cedência e alojamento dos animais durante parte do experimento. Aos bolsistas de iniciação científica
pelo auxílio com a manipulação e monitoramento dos animais. Ao CNPq pelos recursos e bolsas (E.F.F.
[301666/2004-0] e R.W. [301339/2004-0]) são bolsistas PQ do CNPq.
FONTES DE AQUISIÇÃO
a
Dopalen. Agribrands Purina do Brasil Ltda. Paulínia – SP.
b
Anasedan. Agribrands Purina do Brasil Ltda. Paulínia – SP.
c
Ampicilina Sódica. Rambaxy Farmacêutica Ltda. São Paulo – SP.
d
Torbugesic. Fort Dodge Saúde Animal Ltda. Campinas – SP.
e
Azium solução Injetável. Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough S.A. Rio de Janeiro – RJ.
23
REFERÊNCIAS
BABIC, N. et al. Propagation of pseudorabies virus in the central nervous system of the mouse after
intranasal inoculation. Virology, v. 204, p.616-625, 1994.
BALDWIN, B.; SHILLITO, E. G. The effects of ablation of the olfactory bulbs on parturition and
maternal behavior in Soay sheep. Animal Behaviour, v.22, p.220-223, 1974.
BELTRÃO, N. et al. Infecção e enfermidade neurológica pelo herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5):
coelhos como modelo experimental. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 20, n.4, p. 144-150, 2000.
BROADWELL, R. B. Olfactory relationships of the telencephalon and diencephalons in the rabbit. I. An
autoradiographic study of the efferent connections of the main and accessory olfactory bulbs. Journal
of Comparative Neurology, v.163, p. 329-345,1975.
CHOWDHURY, S.I. et al. Neuropathology of bovine herpesvirus type 5 (BHV-5) meningoencephalitis
in a rabbit seizure model. Journal of Comparative Pathology, v.117, p.295-310, 1997.
DIEL, D.G. et al.O herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5) pode utilizar as rotas olfatória ou trigeminal para
invadir o sistema nervoso central de coelhos, dependendo da via de inoculação. Pesquisa Veterinária
Brasileira, n. 25, v. 3, p. 164-170, 2005.
DELHON, G. et al. Genome of bovine herpesvirus type 5. Journal of Virology, v.77, p.10339-10347,
2003.
FRISCH, D. Ultrastructure of mouse olfactory mucosa. American Journal of Anatomy, v.121, p.87-
120, 1967.
GANDELMAN, R. et al. Reproductive and maternal performance in the mouse following removal of
the olfactory bulbs. Journal of Reproduction and Fertility, v.28, p. 453-456, 1972.
GONZALEZ-MARISCAL, G. et al. Removal of the accessory olfactory bulbs promotes maternal
24
behavior in virgin rabbits. Behavior Brain Research, v.152, p.89-95, 2003.
GRAZIADEI, P. P. C. et al. Regeneration of olfactory axons and synapse formation in the forebrain after
bulbectomy in neonatal mice. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States
of America, v.75, p.5230-5234, 1978.
JENKINS T. Functional mammalian neuroanatomy. Lea & Febiger: Philadelphia, p.225,1978.
LAFAY, F. et al.. Spread of the CVS strain of rabies virus and of the avirulent mutant Avo1 along the
olfactory pathways of the mouse after intranasal inoculation. Virology, v.83, p.320-330, 1991
LEE, B.J. et al. Spread of bovine herpesvirus type 5 (BHV-5) in the rabbit brain after intranasal
inoculation. Journal of Neurovirology, v. 5, p.474-484, 1999.
LEONARD, C. M. Effects of neonatal (day 10) olfactory bulb lesions on social behaviour of female
golden hamsters (Mesocricetus auratus). Journal of Comparative Physiology, v.80, p.208-215, 1972.
LOHMAN, A.H.; LAMMERS, H.J. On the structure and fibre connections of the olfactory centers in
mammals. In: ZOTTERMAN, Y . (ed.) Sensory mechanisms. Elsevier: Amsterdam, London and New
York, p.65-82, 1967.
MEGUID, M. M. et al.. Acute adaptive changes in food intake pattern following olfactory ablation in
rats. Neuroreport, v.8, n.6, p.1439-1444, 1997.
ROIZMAN, B. The family Herpesviridae: an update. Archives of Virology, v.123, p.425-449, 1992.
ROMEYER, A. et al. Olfaction mediates the stablishment of selective bonding in goats. Physiological
Behaviour, v.56, p. 693-700, 1994.
SEEGAL, R. F.; DENENBERG, V. H. Maternal experience prevents pup-killing in mice induced by
peripheral hyposmia. Physiological Behaviour, v.13, p. 339-341, 1974.
25
STROOP, W.G. et al. Localization of herpes simplex virus in the trigeminal and olfactory system of the
mouse central nervous system during acute and latent infection by in situ hybridization. Laboratory
Investigation, v.51, p.27-38, 1984.
26
Tabela 1. Tratamentos e resumo do curso clínico em coelhos submetidos ou não a bulbectomia e
inoculados com o herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5).
Grupo Tratamento Via de
inoculação
a
Número Doença neurológica
N (%)
Início dos sinais
dpi
b
(média)
A Bulbectomia IN 11 1 (9,1%) 17
B Bulbectomia IC 12 10 (83,3%) 9-15 (12,7)
C Controle IN 10 10 (100%) 5-10 (7,5)
D Controle IC 12 10 (83,3%) 11-20 (15,3)
a
IN:intranasal; IC:conjuntival.
b
Dias pós-inoculação.
27
Figura 1: Vista frontal da cabeça de um coelho mostrando o local da incisão de pele (linha) e o local
da craniotomia (ponto)
28
Figura 2a: Corte sagital da cabeça de um coelho submetido à ablação cirúrgica dos bulbos olfatórios.
Observa-se o local da craniotomia e da cavidade antes ocupada pelos bulbos olfatórios
(seta).
Figura 2b: Desenho esquemático do corte sagital da cabeça de um coelho submetido à ablação
cirúrgica dos bulbos olfatórios. Observa-se o local da craniotomia e da cavidade antes
ocupada pelos bulbos olfatórios (seta).
28
3. REFERÊNCIAS
BABIC, N. et al. Propagation of pseudorabies virus in the central nervous system of the mouse
after intranasal inoculation. Virology, v. 204, p. 616-625, 1994.
BALDWIN, B.; SHILLITO, E. G. The effects of ablation of the olfactory bulbs on parturition
and maternal behavior in Soay sheep. Animal Behavior, v. 22, p. 220-223, 1974.
CARD J. P., RINAMAN L., SCHWABER J.S., MISELIS R.R., WHEALY M.E., ROBBINS
A.K. & ENQUIST L.W. Neurotropic properties of pseudorabies virus: transneuronal passage
in the rat central nervous system. J. Neurosci. v. 10, p. 1974-1994, 1994
CHRISMAN, C. L. Neurologia dos pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 1985. 432 p.
CLEMENS, G.B & SUBAK-SHARPE, J.H. Herpes simplex virus type 2 establishes latency in
the mouse footpad. Journal of General Virology. v. 69, p. 375-383, 1988.
GANDELMAN, R. et al. Reproductive and maternal performance in the mouse following
removal of the olfactory bulbs. Journal of Reproduction and Fertility, v. 28, p. 453-456,
1972.
GETTY, R. Anatomia dos animais domésticos. In: ____. Generalidades sobre o sistema
nervoso. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1975. cap. 13, p. 168-206.
GONZALEZ-MARISCAL, G. et al. Removal of the accessory olfactory bulbs promotes
maternal behavior in virgin rabbits. Behavior Brain Research, v. 152, p. 89-95, 2003.
GRAZIADEI, P. P. C. et al. Regeneration of olfactory axons and synapse formation in the
forebrain after bulbectomy in neonatal mice. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America, v. 75, p. 5230-5234, 1978.
HILL, T.J. et al. Recurrence of herpes simplex in the mouse requires an intact nerve supply to
the skin. Journal of General Virology. v. 64, p. 2763-2765, 1983.
29
LEE, B.J. et al. Spread of bovine herpesvirus type 5 (BHV-5) in the rabbit brain after
intranasal inoculation. Journal of Neurovirology, v. 5, p. 474-484, 1999.
LEONARD, C. M. Effects of neonatal (day 10) olfactory bulb lesions on social behaviour of
female golden hamsters (Mesocricetus auratus). Journal of Comparative Physiology, v. 80,
p. 208-215, 1972.
MEGUID, M. M. et al.. Acute adaptive changes in food intake pattern following olfactory
ablation in rats. Neuroreport, v. 8, n. 6, p. 1439-1444, 1997.
PRICE & SCHMITZ. Reactivation of latent herpes simplex virus infection of the autonomic
nervous system by postganglionic neurectomy. Infection and Immunity. v. 19, p. 523-532,
1978.
ROMEYER, A. et al. Olfaction mediates the stablishment of selective bonding in goats.
Physiological Behaviour, v. 56, p. 693-700, 1994.
SEEGAL, R. F.; DENENBERG, V. H. Maternal experience prevents pup-killing in mice
induced by peripheral hyposmia. Physiological Behaviour, v. 13, p. 339-341, 1974.
SHIMEID C. et al. Spread of HSV-1 to the mouse eye after inoculation in the skin of the snout
requires an intact nerve supply to the inoculation site.
Current Eyes Research. v. 6, p. 9-12, 1987.
SLOTKIN, T.A. et al. Modeling geriatric depression in animals: biochemical and behavioral
effects of olfactory bulbectomy in young versus aged rats. Journal of Pharmacology and
Experimental Therapy. v. 289, p. 334-345, 1999.
SONG, C., LEONARD, B. E. The olfactory bulbectomised rat as a model of depression.
Neuroscience and Beobehavioral Reviews. v. 29, p. 627-647, 2005.
STROOP, W.G. et al. Localization of herpes simplex virus in the trigeminal and olfactory
system of the mouse central nervous system during acute and latent infection by in situ
hybridization. Laboratory Investigation, v. 51, p. 27-38, 1984.
30
TENSER, R.B, ELLIS, W.A, HAY, K.A. Herpes simplex virus latent infection: reactivation
and elimination of latency after neurectomy. Virology. v. 167, p. 302-305, 1988.
WALZ, M.A, PRICE, R.W, NOTKINS, A.L. Latent ganglionic infection with herpes simplex
virus types 1 and 2: viral reactivation in vivo after neurectomy.
Science. v. 184, p. 1185-1187, 1974.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo