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Inicialmente, o professor que trabalha com arte precisa atentar para os
conteúdos relacionados à sua especificidade. Antoni Zabala (1998) apresenta o
termo “conteúdo” não somente como aqueles que comumente se têm denominado,
ou seja, especificamente direcionado aos conhecimentos das disciplinas, mas
também às aprendizagens que se realizam na escola – e que não aparecem nos
planos de ensino. Aborda a aprendizagem dos conteúdos segundo sua tipologia:
factuais, conceituais, procedimentais ou atitudinais. Declara que as aprendizagens
de conteúdos factuais estão relacionadas a fatos, acontecimentos, situações, dados
e fenômenos concretos e singulares e as de conteúdos conceituais referem-se a
termos abstratos, ao conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm características
comuns. Os princípios se referem às mudanças que se produzem num fato, objeto
ou situação em relação a outros fatos, objetos ou situações e que normalmente
descrevem relações de causa-efeito ou de correlação. Essa aprendizagem implica
uma compreensão que vai muito além da reprodução de enunciados mais ou menos
literais. As aprendizagens de conteúdos procedimentais incluem, entre outras
coisas, as regras, as técnicas, os métodos, as destrezas ou habilidades, as
estratégias, os procedimentos. As relacionadas a conteúdos atitudinais – valores,
atitudes e normas –, supõem uma reflexão sobre os possíveis modelos, uma análise
e uma avaliação das normas, uma apropriação e elaboração do conteúdo, o que
implica a análise dos fatores positivos e negativos, uma tomada de posição, um
envolvimento afetivo e uma revisão e avaliação da própria atuação. O fato é que
esses conteúdos, apesar de serem apresentados separadamente, deveriam estar
inter-relacionados no ambiente escolar.
Para alguns, a arte está relacionada aos conteúdos procedimentais, ou seja,
desenhar, pintar, esculpir, cantar, etc. Esse tipo de pensamento remete-nos,
novamente, à idéia de compartimentalização do ser humano. O processo de
vivenciar arte ultrapassa em muito este aspecto. É evidente que, em arte, o fazer
não pode ser deixado de lado. Mas o fazer precisa estar alicerçado na reflexão, na
criticidade e na autonomia. Se aprender é sempre a descoberta do novo, como
indica Assmann (1998), isso sugere que a educação seja aliada à questão do sujeito
processual que se faz e refaz constantemente, buscando novas práticas, abrindo
novas possibilidades, desvinculando-se de referências enraizadas.
Para que o professor consiga enveredar-se pelo caminho do aprendente,
deve buscar a inovação, repensando sua ação constantemente. Portando, o que