idéia de que a urgência é do CAPS, ela não é da psiquiatra, então, mas bem nesse sentido, de resto
com certeza até porque ela não está aí o tempo todo”.
“ainda fica um pouco em cima da psiquiatria nas questões da urgência, não do resto”.
“E quanto às urgências eu também vi um crescimento aqui no CAPS, de toda a equipe assim, que
como nós trabalhamos que essa é a pergunta que tu estás nos fazendo, a equipe assim, eu to aqui há
três anos, e tanto na escuta como no atendimento de urgência, a equipe tá muito mais preparada e
muito menos assustada quando chega um paciente em urgência, uma tentativa de suicídio, uma
agitação psicomotora, enfim, qualquer caso de urgência”.
“realmente é quando precisa, as pessoas não estão mais se assustando com isso, a equipe está
sabendo melhor entender um risco de suicídio, risco de agressão, uma depressão profunda, uma
demência, enfim, casos que realmente necessitam uma urgência, coisa que a três anos atrás, era
qualquer coisa marca pra urgência, agora o pessoal sabe o que fazer, inclusive a gente já ta há horas
tentando marcar um dia que a gente vai conversar sobre isso pra mim falar mais algumas coisas
sobre urgências, riscos, medicações, enfim todas as coisas assim que eu puder contribuir pra equipe
prá ficar mais solidificado alguns conhecimentos psiquiátricos”.
“geralmente eles entram pela urgência e eu faço um primeiro atendimento e deixo pra equipe ficar
como cuidadora nos grupos de apoio assim, que vão cuidando, são grupos cuidadores que vão
olhando, tendo um olhar em cima desses pacientes, e a gente vai fazendo um feedback, uma troca
de idéias assim comigo e com eles, se melhorou, piorou, como é que ta indo, e aí a gente vai e se
precisa vem antes pra consulta, aí a gente reajusta a dose de medicação, alguma coisa assim, ou se
precisa uma abordagem terapêutica diferente
“Eu percebo assim que o nosso processo de trabalho no CAPS ele está mudando, mas acho que a
gente ta dentro aí dos princípios do SUS, dentro dos princípios da Constituição, acho que a gente
faz bem, a gente tem uma preocupação profissional, a gente tem uma preocupação no serviço, penso
que isso se dá pelas pessoas que estão aqui, porque na verdade assim, a gente pega junto, não tem o
responsável técnico, talvez isso realmente queira dizer alguma coisa, mas eu percebo que as pessoas
pegam juntas desde a parte burocrática do CAPS até o atendimento individual, percebe-se a
integralidade na equipe, nas reuniões de equipe a gente nota assim que a gente vai, volta e a gente
consegue fazer esse movimento assim, estamos com essa coisa nova da urgência, e já se sabia antes
também, mas de um modo diferente, era o paciente do CAPS que ficava mal, então a gente tratava
mais esses crônicos, isso é uma clientela bem diferente pra nós, penso que a gente ta se
movimentando talvez um pouco devagar, mas a gente tá conseguindo fazer isso, ta conseguindo
discutir em equipe, a organização da política de saúde ali talvez sim a gente deve um pouco, mas
acho que não se tem tempo pra tudo... mas acho que não se tem tempo pra tudo, na verdade essa
equipe, é uma equipe, mas ela tem profissionais que tem 10 horas, tem profissionais que estão, é
uma equipe pequena, se tu olhar bem, bem, ela não está como deveria estar, pra funcionar 8horas,
com atendimento integral. . . penso que a gente ta dentro disso aí, só com algumas coisas
evidentemente técnicas, tem que poder fazer aquele intensivo, semi-intensivo e não-intensivo”.
“ . . . acho que tem que ser investido alguma coisa na questão administrativa, porque a gente vai lá
na ponta desde a recepção, a gente faz trabalho burocrático, a gente anda, não fica ali só na salinha
atendendo, não se faz só isso, a gente faz muito aqui eu percebo assim, se não tiver ninguém na
recepção tu faz FAA, tu abre prontuário, tem muita coisa ainda bagunçada que é do trabalho
burocrático, é uma equipe que se empenha em fazer”.
“. . . Eu na verdade caí aqui como um pato, que eu não sabia e nunca tinha ouvido falar em CAPS
na minha vida, daí cheguei aqui e tal, fui ficando”.