O sentido do trabalho, partindo de uma perspectiva histórica breve, até o século XVII
era visto como uma humilhação, algo que significava suplício, sofrimento. A partir da metade
do século XVIII, já na contextura capitalista, trabalho era considerado decisivo, juntamente
com ascensão e desenvolvimento do mercado. O significado de trabalho não passava de uma
visão mercantil, ou seja, relacionado ao tempo, o trabalho em si e os meios empregados para
realizá-los. No século XIX o trabalho é considerado o cerne do sujeito, formando a sociedade
salarial do século XX, simbolizando a própria dignidade e amparo ao trabalhador.
O trabalho passa a adquirir total relevância na vida do sujeito. É a partir dele que o
sujeito se reconhece como ser pensante, capaz de produzir algo, o saber-fazer. Com isso, o
trabalho passa a ser o norteador da vida de muitos sujeitos, os quais não se imaginam ficar
sem trabalhar, ou até mesmo se aposentarem. O sujeito trabalhador possui satisfação no
trabalho e supera suas expectativas quando se identifica com o cargo ou função que exerce,
ou seja, trabalho no e com o que gosta, sente prazer, se sente bem ao fazer determinada
tarefa.
Contudo, muitas mudanças ainda estariam por vir, tais como a crise do trabalho
assalariado, trabalhadores autômatos e individualistas, reorganização do trabalho, a
terceirização, internacionalização de empresas, o desemprego em larga escala, privatização
de empresas estatais, dentre outros aspectos que configuram este cenário, mas que, no entanto
não serão desenvolvidos neste artigo.
Com o advento da modernidade, as novas formas de organização do trabalho vêm
fazendo com que paradigmas, aceitos até recentemente, sejam questionados. Determinadas
teorias, que têm sido tratadas de modo isolado e que se refletem em uma prática dissociada
no interior das organizações, vêm se revestindo de importância à medida que as visões
especializadas não têm dado suporte aos desafios gerenciais que este atual momento impõe.
A sociedade contemporânea ainda passa por várias transformações. Entre elas, pode-
se citar o movimento da globalização, considerado o mais avançado processo de
internacionalização da economia; a terceira revolução industrial, caracterizada pela evolução
da Informática, e a inserção da mulher no mercado de trabalho.
O trabalho que antigamente era feito em família, como o artesão que fabricava seus
utensílios na extensão de sua casa, agora precisa deslocar-se até seu local de trabalho,
ocorrendo neste sentido uma divisão entre seu lar e seu local de trabalho. Chama-se era
industrial, caracterizando o trabalho atualmente. Nas indústrias, o trabalho torna-se
individualizado, ou seja, cada trabalhador executa um ponto, uma parte do processo de
produção de um objeto, especializando-se somente no seu procedimento. O significado do
trabalho passa a se tornar alienante para o sujeito, sem atribuição de um verdadeiro sentido a
execução de seu trabalho, pois se vê somente cumprindo algo como um robô, automatizado,
sem ter noção do processo todo do trabalho. Neste sentido é que podem surgir os acidentes de