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culdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que de
lá se retiraram para o hospital universitário da Ilha do Fundão.
Creio que este esboço histórico explica a legitimidade da Santa
Casa do Rio de Janeiro para postular a criação de cursos de pós-gra-
duação, ainda mais quando já criou um Centro de Estudos (CESANTA) que
dá a ordenação "intra muros" e garante logisticamente o apoio da in-
fraestrutura fIsico-financeira aos cursos pretendidos. Não há de ser
por outra razão que pelos Pareceres 76/85, 77/85 e 221/85 este Conse-
lho deu aprovação aos cursos de especialização em Cardiologia, Gineco-
logia e Obstetrícia, respectivamente.
Por fim, o fato de termos recentemente aprovado um curso de espe
cialização em Clínica Médica na mesma instituição, não me parece moti-
vo bastante para que não aprovemos um outro, e por mais de uma razão.
Em primeiro lugar, porque estamos vivendo uma época de revitaliza_
ção científica das disciplinas abrangentes em contraposição ao exage-
ro das ideias mecanicistas e racionalistas que conduziram a um redu-
cionismo científico que urge contrariar. A retomada do estado sistemá_
tico da Clínica Médica - disciplina essencialmente abrangente - só po
de contribuir para aquele fim.
Segundo porque vem crescendo dia a dia, entre os médicos, o in-
teresse pelo resgate da Clínica Médica mediante cursos de pós-gradua-
ção, como contrapeso ãs tendências de segmentação do conhecimento médico
que se observa na maioria dos cursos de graduação nos dias de hoje.
Assim, quanto mais frequentes aqueles cursos, tanto melhor.
Finalmente porque, embora se tratando do ensino de uma mesma dis-
ciplina, verifica-se, pelo cotejo dos dois programas, que os enfoques
assumidos não são idênticos. No caso vertente optou-se pelo estudo
das variadas síndromes que afetam os diferentes sistemas orgânicos.
Como os cursos vão realizar-se simultaneamente, um poderá servir
de contraponto ao outro porque, enquanto este pretende utilizar ênfases
mais organicistas, o outro incorpora elementos humanísticos nos
programas instrucionais.
ORGANIZAÇÃO DO CURSO
Consistirá o curso de duas displinas essenciais e de quatro dis-
ciplinas complementares.
As duas primeiras, a serem ministradas cada uma em um semestre,
têm a denominação de Clínica Médica I e Clínica Médica II.
Clínica Médica I com 260 horas privilegia inicialmente os aspec-
tos propedêuticos, desde a coleta de dados até a formulação de hipõte-
ses diagnosticas terminando.na abordagem terapêutica. A ênfase desta
disciplina será dirigida para "as subespecialidades de Cardiologia,
Pneumologia, Doenças Infecciosas e Parasitárias e Dermatologia".
Na Clínica Médica II a ênfase se dirige para a Gastroenterologia,
a Nefrologia, a Endocrinologia e a Reumatologia com 260 horas
As disciplinas complementares são a Radiologia para o clínico,
compreendendo 10 aulas de correlação clínico-radiológica e 10 aulas de
métodos complementares radiológicos em clínica médica;perfazendo 40
horas
a "Correlação Clínico Patológica" ministrada sob a forma de exer-
cícios anatomo-clínicos semanais, nos quais um aluno funciona como re-
lator e os demais como debatedores.