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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM
CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS - FUCAPE
RODRIGO TEIXEIRA GRIJÓ
A TAXA DE CÂMBIO REAL E O SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
BRASILEIRA NO PÓS-PLANO REAL
Vitória
2005
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RODRIGO TEIXEIRA GRIJÓ
A TAXA DE CÂMBIO REAL E O SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
BRASILEIRA NO PÓS-PLANO REAL
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Mestrado Profissional em
Ciências Contábeis da Fundação Instituto
Capixaba de Pesquisas em Contabilidade,
Economia e Finanças (FUCAPE), como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências Contábeis – Nível
Profissionalizante.
Orientador: Prof. Dr. Arilton Teixeira.
Vitória
2005
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Newton e Olga, pelos belos exemplos
que me deixaram;
As minhas filhas Laís e Juliana, para as quais, espero que esse
trabalho seja um bom exemplo;
A Luciana, esposa, amiga, companheira, exemplo de paciência
e de vida; minha eterna credora;
Aos amigos Leonardo e Orsi, duas belas amizades proporcionadas
por esta caminhada.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pois toda honra e glória sejam somente para Ele.
Ao Professor Dr. Arilton Teixeira, por sua excelente orientação e acompanhamento
durante todo este trabalho. Sua constante atenção foi fundamental para se ordenar
tantas idéias e focar o resultado.
Antes de agradecer, quero dar os Parabéns aos Professores, Dr. Aridelmo Teixeira e
Dr. Valcemiro Nossa, pela fantástica e vitoriosa luta de trazer para o Espírito Santo a
FUCAPE. A comunidade capixaba efetivamente precisava de um Centro de Ensino
nos moldes em que se encontra a Fundação. A sua importância no cenário nacional
já é notada. Alguns passos no contexto internacional já despontam. Em breve, muita
coisa boa virá solidificando esse trabalho. Muito Obrigado, Doutores! Esse muito
obrigado é sim, aquele tradicional “...sem eles, esse momento não estaria sendo
possível”.
Aos membros da Banca, Dr. Emílio Matsumura e Dr. Eurilton Araújo, por suas
considerações e inestimável colaboração à redação final desse trabalho.
Aos Professores da FUCAPE que nos transmitiram conhecimento e nos distinguiram
com atenção e amizade ao longo desses anos.
Aos colaboradores da Fundação, educados, atenciosos e sempre dando o melhor de
si para nos ajudar em nossas demandas.
Aos colegas de classe e de outras turmas que sempre proporcionaram um ambiente
saudável para a troca de conhecimento e experiências.
“Se o dinheiro for a sua esperança de
independência, você jamais a terá.
A única segurança verdadeira consiste numa
reserva de sabedoria, de experiência e de
competência.”
(Henry Ford)
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de verificar se o saldo da balança
comercial brasileira é relacionado com a taxa de câmbio real.
Utiliza-se a técnica de análise de regressão com dados
compreendidos entre o primeiro trimestre do ano de 1995 e o
último trimestre do ano de 2004 e os resultados indicam haver
relação entre essas variáveis, no curto prazo. Entretanto, a
magnitude do impacto da taxa de câmbio real é menor do que
o de outras variáveis. Com a análise de raiz unitária e co-
integração verifica-se a existência de dois vetores de co-
integração para a balança comercial; um vetor para a
exportação e um para a importação. Entretanto, para a
exportação e para a importação verifica-se a falta de
significância econômica e estatística desses vetores,
respectivamente.
Palavras-chave: Balança comercial, Taxa de câmbio real, Co-
integração.
ABSTRACT
This paper intends to verify if the brazilian trade surplus is
related to the real exchange rate. We use regression
techniques with data between 1995 first quarter and 2004
fourth quarter and the results denote that there is a relation
between these variables in the short run. However, the impact
magnitude of the real exchange rate is lesser than other
variables. We use unit root and cointegration analysis and we
verify that there are two cointegration vectors to the trade
balance; one cointegration vector to exports and another one
to imports. Nevertheless, to exports we get a vector without
economical meaning and to imports we face a vector without
statistical significance.
Keywords: Trade surplus, Real exchange rate, Cointegration.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Modelo IS-LM 17
FIGURA 2 - Modelo linha BP 19
FIGURA 3 - Gráfico das variáveis
após o ajuste sazonal dos dados 30
FIGURA 4 - (a) Balança comercial e Taxa de câmbio real; (b) Balança
comercial e Importações mundiais
40
FIGURA 5 - Balança comercial observada e valores ajustados pela variante 2
da Tabela 1 41
FIGURA 6 - (a) Exportações brasileiras e Taxa de câmbio real; (b) Exportações
brasileiras e Importações mundiais 50
FIGURA 7 - Exportações brasileiras observadas e valores ajustados pela
variante 2 da Tabela 6 51
FIGURA 8 - (a) Importações brasileiras e Taxa de câmbio real; (b) Importações
brasileiras e PIB per capita 58
FIGURA 9 - Importações brasileiras observadas e valores ajustados pela
variante 6 da Tabela 9 59
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Variantes do modelo para o saldo da Balança Comercial
considerando o Ciclo 36
TABELA 2 – Variantes do modelo para o saldo da Balança Comercial
considerando o PIB 38
TABELA 3 – Variantes do modelo para a Exportação, considerando o Ciclo e
um termo AR(1) nos resíduos 44
TABELA 4 – Variantes do modelo para a Exportação, considerando o Ciclo e
uma variável Dummy 45
TABELA 5 – Variantes do modelo para a Exportação, considerando o PIB e um
termo AR(1) nos resíduos 47
TABELA 6 – Variantes do modelo para a Exportação, considerando o PIB e
uma variável Dummy 49
TABELA 7 – Variantes do modelo para a Importação, considerando o Ciclo 54
TABELA 8 – Variantes do modelo para a Importação, considerando o PIB 55
TABELA 9 – Variantes do modelo para a Importação, considerando uma
variável Dummy e um termo AR nos resíduos 56
TABELA 10 – Teste ADF para o nível das variáveis, com modelo (5) que
considera somente um intercepto 67
TABELA 11 – Teste ADF para a 1a. diferença das variáveis, com modelo (5)
que considera somente um intercepto 68
TABELA 12 – Ordem de integração das variáveis, para o modelo (5) que
considera um intercepto 68
TABELA 13 – Teste ADF para o nível das variáveis, com modelo (4) que
considera intercepto e tendência
69
TABELA 14 – Teste ADF para a 1a. diferença das variáveis, com modelo (4)
que considera intercepto e tendência
70
TABELA 15 – Ordem de integração das variáveis, para o modelo (4) que
considera intercepto e tendência 70
TABELA 16 - Possíveis suposições sobre a presença do intercepto e da
tendência no teste de Johansen 71
TABELA 17 - Teste de Johansen para o número de equações de
co-integração (usando suposição 1) 72
TABELA 18 - Teste de Johansen para o número de equações de co-integração
(usando suposição 2) 73
TABELA 19 - Número de equações de co-integração de acordo com a
suposição utilizada 74
TABELA 20 - Vetores de co-integração para a Balança Comercial 75
TABELA 21 - Vetor de Correção de Erro para a Balança Comercial 76
TABELA 22 - Teste de Johansen para o número de equações de
co-integração (usando suposição 1) 77
TABELA 23 - Teste de Johansen para o número de equações de
co-integração (usando suposição 2) 78
TABELA 24 - Número de equações de co-integração de acordo com a
suposição utilizada
79
TABELA 25 - Vetores de co-integração para a Exportação
79
TABELA 26 - Vetor de Correção de Erro para a Exportação 80
TABELA 27 - Número de equações de co-integração de acordo com a
suposição utilizada 82
TABELA 28 - Teste de Johansen para o número de equações de
co-integração (usando suposição 2) 82
TABELA 29 - Número de equações de co-integração de acordo com a
suposição utilizada) 83
TABELA 30 - Vetores de co-integração para a Importação 84
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO 15
2.1 Comércio Internacional e Taxa Câmbio 15
2.2 Taxa de Câmbio Real 16
2.3 Modelo da Síntese Neoclássica
17
2.4 Modelo de Mundell-Fleming
18
2.5 O caso brasileiro 22
2.6 Outros trabalhos correlatos 23
3 METODOLOGIA 25
3.1 Tipo de pesquisa
25
3.2 Coleta dos dados
25
3.3 Tratamento dos dados 27
3.4 Limitações da pesquisa 27
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 28
5 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR 31
6 ANÁLISE ECONÔMICA DOS MODELOS 32
6.1 Modelos para o Saldo da Balança Comercial 32
6.1.1 Modelo para o Saldo da Balança Comercial, utilizando o Ciclo 34
6.1.2 Modelo para o Saldo da Balança Comercial, utilizando o PIB
36
6.2 Modelo para Exportação 41
6.2.1 Modelo para a Exportação, utilizando o Ciclo
43
6.2.2 Modelo para a Exportação, utilizando o PIB 46
6.3 Modelo para Importação 51
6.3.1 Modelo para a Importação, utilizando o Ciclo 53
6.3.2 Modelo para a Importação, utilizando o PIB 54
6.3.3 Modelo para a Importação considerando uma variável Dummy 56
7 TESTES DE RAÍZES UNITÁRIAS E CO-INTEGRAÇÃO 60
7.1 Testes de Raiz Unitária 61
7.1.1 Teste Aumentado de Dickey-Fuller - ADF 61
7.2 Co-integração 62
8 ANÁLISE DE CO-INTEGRAÇÃO 66
8.1 Balança Comercial 72
8.2 Exportação 77
8.3 Importação 81
9 CONCLUSÃO 85
10 REFERÊNCIAS 87
APÊNDICES 90
1 INTRODUÇÃO
Vivencia-se, através da mídia, uma constante discussão entre autoridades
governamentais, representantes da classe empresarial, política e acadêmica, acerca
da taxa de câmbio nominal.
Observa-se uma corrente que envolve a classe exportadora, parte de
autoridades governamentais e alguns acadêmicos que defendem uma intervenção
do Governo na taxa de câmbio (nominal), para que a mesma se situe na faixa de
3,00 R$/US$. O argumento dessa ala é a de que é preciso “dar câmbio” ao
exportador para que, com a depreciação da moeda doméstica, aumente a
competitividade dos produtos brasileiros no exterior, aumentando-se assim as
exportações e, conseqüentemente, o lucro dos exportadores. É senso comum que,
com uma depreciação da taxa de câmbio, crescem as exportações, diminuem-se as
importações e, conseqüentemente, aumenta-se o saldo da balança comercial.
Por outro lado, observa-se uma outra ala governista, principalmente da área
econômica, alguns políticos e acadêmicos, que defendem a livre flutuação do Real.
A política cambial praticada pelo governo brasileiro, a partir de Janeiro de 1999, tem
sido a de livre flutuação da taxa de câmbio.
A taxa básica de juros doméstica (SELIC) tem sido mantida pela autoridade
monetária, em níveis elevados, até mesmo para os padrões das economias ditas
emergentes, fato este que, por si só, tem atraído um elevado fluxo de moeda
estrangeira interessado numa melhor remuneração para os seus ativos. Some-se a
isso, os freqüentes superávits da balança comercial, o que tem levado a uma
apreciação da taxa de câmbio, para níveis de 2,25 R$/US$. Discute-se que a
apreciação do Real pode comprometer a competitividade no exterior das empresas
exportadoras com o conseqüente reflexo na balança comercial brasileira.
Esse momento da economia brasileira vai de encontro ao Modelo de Mundell-
Fleming
1
, que analisa a política monetária e fiscal, sob diferentes regimes cambiais.
1
A teoria dos Professores J.M. Fleming e R. A. Mundell, cujo paper, Capital Mobility and Stabilization
Policy under Fixed and Flexible Exchange Rate, resultou ao Prof. Robert A. Mundell, o Prêmio Nobel
de Economia de 1999.
Tem-se observado, na prática, que o comportamento do saldo da balança
comercial brasileira tem sido o oposto do que preconiza o Modelo de Mundell-
Fleming, sob a ótica de uma política monetária restritiva e com taxa de câmbio
flutuante. Segundo o Modelo de Mundell-Fleming, a elevação da taxa de juros
doméstica a nível superior à taxa de juros praticada no mercado internacional atrai
capitais em busca de uma melhor remuneração, o que aprecia a taxa de câmbio,
desestimulando as exportações e incentivando às importações, com a conseqüente
diminuição do saldo da balança comercial. No entanto, saldos comerciais
expressivos têm sido registrados na balança comercial brasileira, em que pese à
apreciação da taxa de câmbio, fato esse que nos leva a suspeitar que o saldo da
balança comercial brasileira não tenha relação com a taxa de câmbio.
O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre a taxa de câmbio e o
saldo da balança comercial brasileira, as exportações e as importações, utilizando-
se os dados trimestrais no período de Janeiro de 1995 à Dezembro de 2004,
disponíveis no banco de dados do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
do Ministério do Planejamento, através das técnicas de análise de regressão e co-
integração.
Estimam-se várias variantes de um modelo para a balança comercial, para a
exportação e para a importação, através da técnica de análise de regressão, onde
se testa o comportamento da variável taxa de câmbio real. Utiliza-se também, outras
variáveis de controle, como o Produto Interno Bruto per capita, o C-Bond e as
Importações Mundiais, assim como um termo autoregressivo e componentes de
tendência. Algumas variantes apresentam as estimativas significantes e coerentes
com a teoria do Modelo de Mundell-Fleming. Amplia-se a busca de possíveis
resultados coerentes com o Modelo de Mundell-Fleming, considerando-se uma
variável Dummy nos modelos para a balança comercial, exportação e importação, a
partir do primeiro trimestre de 1999, pois em Janeiro desse ano, houve a transição
entre os regimes em que as taxas de câmbio eram administradas no sistema de
bandas para o de taxas flutuantes, o que vigora até o presente. Atribui-se zero como
valor dessa variável, até o quarto trimestre de 1998 e um a partir do primeiro
trimestre de 1999.
Com a inclusão dessa variável obteve-se variantes estatisticamente
significantes e coerentes com o modelo de Mundell-Fleming.
Busca-se, também para a Balança comercial e para as Exportações e
Importações brasileiras, através da análise de co-integração, uma possível relação
de longo prazo com as variáveis incluídas nos respectivos modelos. Os resultados
mostram haver dois vetores de co-integração para a Balança Comercial. Para a
Exportação obteve-se somente um vetor de co-integração, estatisticamente
significante, porém incoerente com o modelo de Mundell-Fleming. Para a Importação
brasileira, o teste de Johansen mostra haver um vetor de co-integração coerente
com o modelo de Mundell-Fleming, porém, suas estimativas não são
estatisticamente significantes.
Conclui-se ao final das análises que, apesar da ausência de um equilíbrio de
longo prazo, a taxa de câmbio real é relacionada, no curto prazo, com a balança
comercial, com as exportações e importações brasileiras, como determina o modelo
de Mundell-Fleming. Entretanto, a taxa de câmbio real não é fator preponderante
para os resultados, pois, percebe-se a maior influência das variáveis Importações
mundiais, para a balança comercial e para a Exportação, e do PIB brasileiro para as
Importações brasileiras. A magnitude do impacto causado por essas variáveis é
maior do que a participação relativa da taxa de câmbio real nos resultados.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Observa-se que a discussão sobre a taxa de câmbio real, desde os anos de
1990, já tem ocupado um bom espaço nas discussões acadêmicas em função do
comportamento dos saldos na balança comercial brasileira.
2.1 Comércio Internacional e Taxa de Câmbio
A globalização dos mercados mundiais, de bens e serviços, assim como a
existência de vantagens comparativas entre os países, favorece e induz os mesmos
ao comércio internacional. As operações de bens e serviços, de país para país, são
expressas em moedas diferentes. Cada país possui sua própria moeda, através da
qual são cotados bens e serviços, produzidos internamente. Krugman e Obstfeld
(2001, p.339:40) relatam que taxa de câmbio “[...] é o preço de uma moeda em
comparação ao da outra [...] taxas de câmbio têm papel central no comércio
internacional porque elas nos permitem comparar os preços de bens e serviços
produzidos em países diferentes”. A taxa de câmbio é de grande importância numa
economia aberta e exerce forte influência sobre outras variáveis macroeconômicas.
O mercado de moedas é dinâmico; mudanças nas taxas de câmbio ocorrem a
cada momento. Percebe-se a apreciação de uma moeda em relação à outra. O
mercado internacional de bens e serviços necessita liquidar suas operações através
da utilização de várias moedas diferentes. Indivíduos, instituições financeiras,
instituições financeiras não-bancárias e bancos centrais de países se encontram no
mercado ora demandando, ora ofertando divisas diversas. Krugman e Obstfeld
(2001, p.343), conceituam, “o mercado no qual as trocas de moeda internacional
ocorrem é denominado mercado de câmbio”.
Dornbusch e Fischer (1991, p.202) afirmam que “uma economia está ligada
ao resto do mundo através de dois canais externos: o comércio (de bens e serviços)
e os financiamentos”. Ligação, via comércio, surge da importação e da exportação
de bens ou serviços produzidos externa ou internamente ao país. O comércio de um
país com o resto do mundo é sistematicamente registrado no seu balanço de
pagamentos, através de sua balança comercial. O comércio internacional pode
16
gerar superávits e déficits. Dornbusch e Fischer (1991, p.204) simplificam os
conceitos de superávits e déficits mostrando-nos que “[...] a transação que dá lugar a
um pagamento do residente de um país é um item de déficit no balanço de
pagamentos daquele país”. Esses pagamentos se verificam, de país para país,
através de suas taxas de câmbio, que podem ser fixas ou flutuantes. De acordo com
Dornbusch e Fischer (1991, p.206:08),
“Em um sistema de taxas de câmbio fixas, os bancos centrais estrangeiros,
ficam a postos para comprar e vender suas moedas a um preço fixo em
termos da outra moeda [...] nos sistemas de taxas flexíveis, [...] os bancos
centrais permitem que a taxa de câmbio se ajuste para equacionar a oferta
e demanda por moeda estrangeira”
2.2 Taxa de Câmbio Real
Um outro conceito que nos chama a atenção ao tratarmos do balanço de
pagamentos de um país, é o de taxa de câmbio real.
De acordo com Dornbusch e Fischer (1991, p.213) taxa de câmbio real “[...] é
dada pela razão dos preços dos bens estrangeiros, em relação aos preços dos bens
domésticos”.
Define-se a taxa de câmbio real como:
P
PE *
=
ε
,
em que:
=
ε
Taxa de câmbio real;
=
E
Taxa de câmbio nominal (Reais por Dólar);
=*
P
Nível de preço externo;
=
P
Nível de preço doméstico.
Ainda, segundo os autores, “[...] a taxa de câmbio real mede a
competitividade de um país no comércio internacional”.
As taxas de câmbio, nos mercados eletronicamente globalizados, sofrem
oscilações 24 horas por dia, em função de outros determinantes. Os fluxos de
capitais internacionais são direcionados, ceteris paribus, na busca do melhor
binômio risco-retorno.
17
Complementando, conforme os autores, ao considerar a livre mobilidade de
capitais, “se a taxa de juros fosse mais alta, haveria entradas líquidas de capital. Por
outro lado, com uma taxa de juros doméstica mais baixa, haveria fluxos de saída de
capital... [...]”. Assim, a taxa de câmbio, no curto prazo, tende a refletir o movimento
de capitais para o país.
2.3 Modelo da Síntese Neoclássica
Recorre-se ao modelo formalizado por J.R. Hicks
2
e A. Hansen
3
, conhecido
por Síntese Neoclássica, complementando o modelo keynesiano, para melhor
compreensão da economia, no curto prazo, e suas flutuações econômicas. A curva
IS (investment-saving) reflete o equilíbrio no mercado de bens, enquanto, a curva LM
(liquidity money) mostra o equilíbrio no mercado de ativos. Segundo Blanchard
(1997, p.95), “[...] o modelo IS-LM representa um elemento constitutivo básico que,
apesar de sua simplicidade, capta grande parte do que ocorre na economia no curto
e médio prazo. É por isso que o modelo IS-LM é ensinado e utilizado até hoje”.
2
Cf. Hicks, J.R. Mr. Keynes and the classics: a suggested interpretation. Econometrica, v.5, 1937.
3
Cf. Hansen, A. Um Guia para Keynes. São Paulo: Vértice Universitária, 1987.
Fonte: Adaptado de Dornbusch e Fischer (1999)
Figura 1 – Modelo IS-LM
18
2.4 Modelo Mundell-Fleming
4
De acordo com Mollo e Silva (1996),
“o modelo macroeconômico dominante explícita ou implicitamente utilizado
para discutir ajustamento externo e interno é o modelo Mundell-Fleming,
formulado a partir de uma abordagem do tipo IS–LM e acrescido do
equilíbrio do balanço de pagamentos”.
O Modelo analisa as políticas monetária e fiscal e aborda a perfeita
mobilidade de capital e as implicações numa economia aberta, sob diferentes
regimes cambiais. Depreende-se da leitura de Mundell (1963) que os pressupostos
básicos do modelo são: a assunção da perfeita mobilidade de capital pode ser usada
para significar que todos os ativos, domésticos e estrangeiros, são substitutos
perfeitos entre si; há desemprego de fatores, retornos constantes de escala e os
salários sãn fixos. Outros xressupostos são os de que os impostos e a poupança
crescem com a renda; que o saldo comercial depende somente da renda e da taxa
de câmbio; que os investimentos dependem da taxa de juros e que a demanda por
dinheiro depende somente da renda e da taxa de juros. Mundell considera também,
em seu modelo, o fato de uma economia ser pequena o suficiente para não ter
condições de influenciar fluxos de ativos ou o nível mundial da taxa de juros. Ainda
em seu modelo, Mundell assume não haver diferenças entre o mercado à vista e a
termo de taxas de câmbio e desconsidera a especulação e a cobertura de margens
neste mercado. Lima e Hartmann (2001) nos mostram ainda que,
“os investimentos e as poupanças se movimentam de forma a igualar a taxa
de juros entre os países. Por hipótese, o diferencial de risco entre ativos de
diferentes países não é importante, e os custos das transações são
negligenciáveis. Se um ativo qualquer tivesse uma taxa de juros
ligeiramente maior, os investidores mudariam para esse ativo até que sua
taxa baixasse ao nível anterior, restaurando a igualdade. No termo do
modelo da linha BP, isso significa dizer que, como um país não consegue
influenciar na taxa de juros internacional r* , resulta que a sua curva BP é
horizontal”.
Um país, em equilíbrio, terá sua linha de balanço de pagamentos (BP),
incluída no modelo IS-LM, conforme Figura 2.
Lima e Hartmann (2001) relatam que,
4
Baseia-se nossa análise, principalmente, nos textos dos Professores J.M. Fleming, Domestic
Financial Policy under Fixed and Under Floating Exchange Rates e R. A. Mundell, Capital Mobility and
Stabilization Policy under Fixed and Flexible Exchange Rates.
19
“o tradicional modelo IS x LM estendido às economias abertas incorpora
uma nova condição de equilíbrio, que corresponde às posições em que o
saldo do balanço de pagamentos é zero. Essa condição de equilíbrio ficou
conhecida como linha BP, ou curva de equilíbrio externo BP”.
De acordo com Blanchard (1999, p.215), com a introdução do setor externo
temos a seguinte equação para o mercado de bens e serviços (IS):
()
(
)
(
)
(
)
ε
ε
ε
*,,., YXYQGrYITYCZ
+
+
+
,
onde: =
Z
Demanda por bens domésticos;
=C
Consumo;
=
Y
Renda corrente, produto interno;
=
T
Impostos;
=
I
Investimento;
=
r
Taxa real de juros;
=G Gastos do governo;
=
ε
Taxa de câmbio real;
=Q.
ε
Importações, em termos de bens domésticos;
=*
Y
Produto do resto do mundo ou, produto estrangeiro; e,
=
X
Exportações totais.
Ainda segundo Blanchard, temos que o mercado de bens está em equilíbrio
quando o produto interno é igual à demanda por bens domésticos, ou seja, quando:
r*
Fonte: Adaptado de Dornbusch e Fischer (1999)
Fi
g
ura 2
Modelo linha BP
20
Z
Y
=
.
Desta forma, pode-se reescrever a equação do produto interno como sendo
()
(
)
(
)
(
)
ε
ε
ε
*,,., YXYQGrYITYCY
+
+
+
= .
(+, -) (+, +)
Observa-se, neste modelo, que as exportações, X, variam de forma positiva
com a renda do resto do mundo, *
Y
, e com a taxa de câmbio real,
ε
, admitindo-se
que um aumento da taxa de câmbio signifique uma depreciação da moeda nacional.
Nota-se, também, que as importações, Q, variam de modo positivo com a renda
interna,
Y
, e de forma inversa com a taxa de câmbio real,
ε
.
Blanchard (1999, p.223) mostra a expressão das exportações líquidas ( NX )
(
)
(
)
ε
ε
ε
,.*, YQYXNX
=
.
(+, +) (+, -)
Uma depreciação real afeta a balança comercial, pois, torna os bens
domésticos mais baratos no exterior, aumentando a exportação; torna os bens
externos relativamente mais caros, aumentando as importações e o preço relativo
das importações aumenta, ou seja, custa mais caro a importação da mesma
quantidade de bens. Com uma depreciação real da moeda, para que o balanço
comercial melhore, as exportações têm que aumentar e as importações (quantum)
têm que diminuir o suficiente para compensar o aumento do preço das importações.
Essa condição, conhecida como condição de Marshall-Lerner
5
é satisfeita na
realidade, ou seja, uma depreciação real provoca o aumento das exportações
líquidas (BLANCHARD, 1999, p.223:4). Sabe-se que o que um país exporta, é o que
outro país importa. Blanchard (1999, p.213) nos mostra que
“[...] as importações estrangeiras tendem a depender do nível de atividade
estrangeira e do preço relativo dos bens estrangeiros [...] Quando o produto
do resto do mundo aumenta, cresce também a demanda estrangeira por
todos os bens, parte da qual recai sobre os bens do (Brasil), o que faz
5
O nome vem dos dois economistas que a estabeleceram, Alfred Marshall e Abba Lerner.
21
aumentarem as exportações brasileiras[...] um aumento em ε, ou seja um
aumento do preço relativo dos bens estrangeiros em relação ao bens do
(Brasil), torna os bens brasileiros relativamente mais atraentes, o que
provoca o aumento das exportações”.
Tem-se, então que
(
)
ε
*,YXX
=
.
(+, +)
Pelo lado das importações, Blanchard (1999, p.213:4) escreve que
“quanto mais alta for a demanda doméstica, mais alta será a demanda por
todos os bens, tanto domésticos como estrangeiros [...] que também
depende da taxa real de câmbio: quanto mais alto é o preço dos bens
estrangeiros em relação aos bens domésticos, mais baixa é a demanda
relativa por bens estrangeiros e mais baixo o volume de importações”.
Dessa forma,
(
)
ε
,YQQ
=
.
(+, -)
Com relação à curva LM, a mesma não será afetada pela introdução do setor
externo. Segundo Blanchard (1999, p.235), “em economias abertas, a demanda por
moeda nacional ainda é basicamente uma demanda por parte das pessoas
residentes no país”.
Considera-se agora a situação de uma pequena economia aberta, com livre
acesso ao mercado internacional, e supondo-se um sistema de câmbio flutuante,
cuja taxa de juros doméstica, necessariamente, deva ser igual à taxa de juros
internacional para que se mantenha a situação de equilíbrio. Qualquer alteração
nesse nível da taxa de juros doméstica para cima provocará influxo de capitais
internacionais em busca de melhor remuneração para seus ativos. Essa entrada de
capitais terá como efeito uma apreciação da taxa de câmbio tornando o produto
nacional mais caro, desincentivando as exportações e incentivando as importações.
De outro modo, a diminuição do nível da taxa de juros doméstica, em relação ao
praticado no mercado internacional provocará saída de capitais em busca de melhor
22
remuneração, provocando a desvalorização da moeda doméstica, o que incentiva as
exportações e desincentiva as importações.
Dado que o Modelo de Mundell-Fleming permite a análise de várias
combinações de política monetária e fiscal com diferentes regimes cambiais em
distintas condições de mobilidade de capital, ressaltamos aquela que mais nos
chama a atenção para ilustrar o caso brasileiro, que tem sido a partir de 1999, uma
política monetária restritiva com taxa de câmbio flutuante. A taxa básica de juros da
economia (SELIC) tem sido mantida elevada, proporcionando juros reais de,
aproximadamente, 13 pontos percentuais ao ano aos investidores internacionais, o
que tem atraído a entrada de capitais. Conforme Lima e Hartmann (2001),
“como a taxa de juros está inversamente relacionada com a taxa de câmbio,
uma taxa de juros interna alta serve de estímulo à entrada de capital
estrangeiro e, portanto, age no sentido de reduzir a taxa de câmbio, ou seja,
de valorizar a moeda nacional. Com isso, há um incentivo às importações e
um desestímulo às exportações, gerando-se então um déficit em transações
correntes”.
No entanto, na prática não tem sido esse o desempenho da balança
comercial brasileira, que tem registrado superávits expressivos, a partir de 2001.
2.5 O caso brasileiro
Com o advento do Plano Real em Junho de 1994, o Brasil avança em seu
processo de abertura comercial e interligação aos mercados financeiros mundiais. A
nova moeda criada à época, o Real (R$), foi inicialmente cotado a um Real por Dólar
americano. Sua primeira tendência de flutuação foi de apreciação tendo sido cotado
a até 0,83 centavos de Real por US$. Esses processos contribuíram para o
comprometimento do saldo da balança comercial brasileira, que passa a registrar
déficits em conta corrente. Com as crises do México, dos países da Ásia e da
Rússia, o Governo brasileiro eleva a taxa de juros interna visando estancar as
saídas de divisas, fruto da falta de confiança do mercado internacional nos países
emergentes, e em especial, no modelo cambial brasileiro, da época. Em Janeiro de
1999, mudanças ocorrem junto com uma desvalorização da moeda nacional,
passando o Real de uma cotação de R$ 1,08/US$ para, aproximadamente, R$
2,17/US$. O sistema de taxa de câmbio no Brasil passa então de um sistema de
23
bandas cambiais para o sistema de taxas flutuantes. A taxa básica de juros da
economia tem sido mantida elevada no sentido de combater a inflação doméstica, o
que tem sido um objetivo permanente dos governos brasileiros, desde a criação do
Plano Real. Essa política de juros altos tem mantido atrativo o fluxo de ativos
internacionais para o país resultando na apreciação da taxa de câmbio.
2.6 Outros trabalhos correlatos
Outros autores pesquisaram uma possível relação entre a taxa de câmbio e
os saldos comerciais brasileiros, em outros períodos.
Nunes (1994) testa se há uma relação de longo prazo entre a balança
comercial brasileira e a taxa de câmbio real através da análise de co-integração,
verificando resultado positivo para a série de dados trimestrais entre 1975.1 a
1991.3.
Pastore e Pinotti (1995) discutem a relevância empírica das flutuações do
câmbio real na explicação dos saldos comerciais, qual a definição teórica e qual a
medida empírica de câmbio real. O trabalho aponta dependência dos saldos
comerciais do balanço de pagamento às variações da taxa de câmbio real.
Ferreira (1993) examina os resultados para testes de Granger-causalidade
envolvendo variáveis comumente relacionadas com o saldo da balança comercial.
São testados os níveis de atividade econômicas nas economias doméstica e
mundial, variáveis-preço (termos de troca, taxa de câmbio real e relação câmbio-
salário) e indicadores do nível de atividade (taxa de utilização da capacidade
instalada, pressão relativa da demanda e exportações mundiais). Na série de dados
referente ao período 1977.2 a 1989.1, o saldo comercial, a preços correntes, não é
causado pela taxa de câmbio real. Na série de dados referente ao período 1975.2 a
1986.3, o saldo comercial a preços constantes, também não é causado pela taxa de
câmbio real.
Kannebley (1981) “investiga a relação entre medidas alternativas de taxa de
câmbio real e a evolução do quantum exportado para 13 setores nacionais, no
24
período de 1985 a 1998 [...]”. São realizados testes de raiz unitária e testes de
causalidade de Granger, onde o artigo conclui que,
“[...] não foi possível para 7 dos 13 setores analisados, em um nível de 10%
de significância, estabelecer uma relação de longo prazo estatisticamente
significante entre a evolução do quantum e os indicadores de rentabilidade
e competitividade das exportações [...]. A ausência de relação de longo
prazo entre as alternativas medidas de taxa real de câmbio e o quantum
exportado não deve ser interpretada como um contra senso à teoria
econômica convencional, mas sim como fruto da dominância de outros
fatores institucionais e/ou estruturais na determinação do quantum
exportado [...]”.
Resende e Godoy (2005) baseados na abordagem Pós-Keynesiana estudam
os fluxos de divisas e o crédito externo e de que forma esses capitais afetam as
economias em desenvolvimento. Eles abordam a economia brasileira no período de
1960 a 2002 e “[...] postulam que as exportações brasileiras são função dos ciclos
da liquidez internacional e de outras variáveis tradicionalmente contempladas na
equação de exportação para o Brasil”. Os autores estudam a equação de
exportação brasileira através do testes de Engle-Granger e Johansen e concluem
que “[...] os resultados não rejeitam a hipótese de existência de uma relação de
longo prazo entre a liquidez internacional e as exportações brasileiras”.
25
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo da pesquisa
A pesquisa é do tipo explicativa, exploratória e bibliográfica.
A pesquisa é explicativa, pois, de acordo com Vergara (2000, p.47) “visa,
portanto, esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência
de determinado fenômeno”.
Ainda, de acordo com a autora, a pesquisa é exploratória, porque “é realizada
em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado”. E, trata-se
também de uma pesquisa bibliográfica porque “é um estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado”.
Classifica-se também como bibliográfica, pois conforme Gil (1996, p.48) “é
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos”.
Pretende-se, com este trabalho, inicialmente, através da análise de regressão,
verificar se o saldo da balança comercial brasileira está relacionado com a taxa de
câmbio real. Utiliza-se, também, a análise de co-integração para verificar se existe
uma relação de longo prazo entre essas variáveis.
3.2 Coleta dos dados
Do banco de dados do IPEA foram coletadas as seguintes séries:
1. Saldos trimestrais da Balança Comercial;
2. Exportações trimestrais;
3. Importações trimestrais;
4. C-Bond diário;
5. Câmbio Real mensal;
6. PIB trimestral a preço de mercado, e,
7. Importações Mundiais trimestrais.
26
Além das séries acima citadas, coletou-se também, no IPEA, as séries de
dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC - mensal) e à
População Economicamente Ativa (PEA – anual).
Obteve-se a série trimestral do C-Bond, a partir da série diária, através da
média aritmética dos respectivos dias, assim como, o INPC trimestral através do
índice acumulado e da PEA trimestral através de interpolação. Apresenta-se na
Tabela A do Apêndice A, os dados referentes a essas séries trimestrais.
Os dados referentes à importação, exportação e saldos da balança comercial
estão expressos em milhões de dólares americanos. Os dados referentes às
importações mundiais estão expressos em bilhões de dólares americanos e dessa
série foram subtraídas as importações brasileiras. Trabalha-se, nesse estudo, com o
logaritmo neperiano (LN) das séries de dados referentes à exportação, importação,
câmbio real, PIB e importações mundiais, visando diminuir a variabilidade das séries
originais. A mesma metodologia não se aplica aos dados do saldo da balança
comercial, pois em alguns trimestres, verifica-se saldos negativos.
Os dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro estão expressos
em Reais, a preços de mercado, ou seja, impostos incluídos e foram divididos pela
População Economicamente Ativa, urbana, obtendo-se assim o PIB per capita do
período. Deflacionou-se o PIB pelo INPC considerando-se o primeiro trimestre de
1995 como o trimestre base (1995 T1 = 100). Nesse trabalho, utiliza-se além da
série original do PIB, a parte cíclica dessa variável, que será denominada CICLO,
obtida após se diferenciar a série do PIB (per capita deflacionado pelo INPC e com
ajuste sazonal), pela estimativa da tendência obtida através do filtro de Hodrick-
Prescott (HP)
6
.
O Front-Loaded Interest Reduction with Capitalization Bond (C-Bond) é um
dos títulos da dívida externa brasileira, emitido em 1994, dentro da reestruturação
das dívidas externas das economias definidas como, emergentes. O C-Bond é
cotado em pontos-base acima do título do Tesouro Americano e reflete as incertezas
sobre a economia brasileira.
6
Cf. Hodrick, Robert J. e Prescott, Edward C. Postwar U.S. Business Cycles An Empirical
Investigation. Journal of Money, Credit, and Banking. vol.29 n.1, 1997.
27
Os índices referentes ao câmbio real, de acordo com o IPEA, foram
calculados,
“[...] pelo expurgo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e
dos Índices de Preços por Atacado (IPAs) dos 16 mais importantes
parceiros comerciais do Brasil da série nominal de taxa de câmbio (R$ /
US$), ponderada pela participação de cada parceiro na pauta do total das
exportações brasileiras em 2001, índice (média 2000 = 100)”.
Aplica-se a todas as séries de dados objetos desse estudo, um ajustamento
sazonal, através do método X11 multiplicativo, com o intuito de se desconsiderar os
efeitos periódicos da economia, exceto para a balança comercial, onde se aplica o
método X11 aditivo.
3.3 Tratamento dos dados
Foram tratadas todas as informações com base nos bancos de dados e nas
pesquisas, visando atender as questões levantadas aos objetivos do trabalho. O
método de tratamento dos dados foi por meio de análise de conteúdo.
3.4 Limitações da pesquisa
A limitação da pesquisa é quanto à abrangência, pois está restrita ao período
analisado, bem como as conclusões deste trabalho.
28
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Deseja-se estabelecer se a taxa de câmbio real está relacionada com o saldo
da Balança Comercial brasileira.
O modelo econômico de Mundell-Fleming afirma que esse relacionamento
existe, pois estabelece que a exportação de um país é função do produto do resto
do mundo (renda mundial) e da taxa de câmbio real, enquanto que a importação é
função do Produto Interno e da taxa de câmbio real (ver seção 2.4). Entretanto, o
modelo proposto por esses pesquisadores não estabelece a magnitude do efeito da
taxa de câmbio sobre as exportações e importações de um país e,
conseqüentemente, sobre o saldo da balança comercial.
Apresenta-se na seção 6 os modelos utilizados nesse estudo para descrever
as exportações e importações brasileiras, assim como, o saldo da balança
comercial. Acrescenta-se também nesse estudo, modelos que consideram a
inclusão de uma variável Dummy
7
para distinguir o período a partir de janeiro de
1999 onde ocorreu a mudança, na economia brasileira, do regime de taxas de
câmbio administradas de bandas cambiais para o regime de taxas de câmbio
flutuantes.
Determina-se, através de uma análise de regressão, os coeficientes de
elasticidade que possibilitam estimar, no curto prazo, a magnitude do efeito da taxa
de câmbio e do produto (interno ou externo) sobre as importações e exportações.
Verifica-se também, através de uma análise de co-integração, se essas
variáveis possuem um equilíbrio de longo prazo. E, em caso positivo, através de um
Vetor de Correção de Erros (VEC)
8
que considera esse relacionamento de longo
prazo entre as variáveis, estima-se os coeficientes de elasticidade de longo e de
curto prazo.
7
Segundo Gujarati (2000, p.503), variáveis Dummy são variáveis qualitativas artificiais que assumem valores 1
ou 0 – 0 indicando ausência de um atributo e 1 indicando a presença desse atributo – e podem ser usadas nos
modelos de regressão tão facilmente quanto as variáveis quantitativas.
8
Gujarati (2000,p.736) cita que um VEC, a qual denomina de mecanismo de correção de erros (MCE), “é um
meio de reconciliar o comportamento a curto prazo de uma variável econômica com seu comportamento a longo
prazo”.
29
A teoria acerca da análise de regressão é amplamente conhecida e discutida
na literatura e, então, será brevemente apresentada neste trabalho na seção 5,
enquanto que se apresenta na seção 7, a teoria relacionada a uma análise de co-
integração.
Apresenta-se na Figura 3 a seguir, os gráficos das séries: Balança Comercial,
Exportação, Importação, Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais com o
objetivo de se determinar o modelo que descreve cada variável. Observa-se que as
variáveis: Balança Comercial, Exportação, Importações Mundiais e Câmbio Real
apresentam claramente uma tendência. Nas outras variáveis essa característica não
é tão evidente, mas pode-se supor que haja uma tendência estocástica em todas as
séries, ou seja, as séries apresentam uma tendência que aparenta mudar de nível
no decorrer do tempo.
30
-4000
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Balança Comercial brasileira**
(após ajustamento sazonal)
9.2
9.4
9.6
9.8
10.0
10.2
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Exportações brasileiras**
(após LN e ajustamento sazonal)
9.3
9.4
9.5
9.6
9.7
9.8
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Importações brasileiras**
(após LN e ajustamento sazonal)
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
5.0
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Taxa dembio Real
(após LN e ajustamento sazonal)
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
C-Bond***
(após ajustamento sazonal)
7.86
7.88
7.90
7.92
7.94
7.96
7.98
8.00
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
PIB per capita**
(após LN e ajustamento sazonal)
-.06
-.04
-.02
.00
.02
.04
.06
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Ciclo - Parte cíclica do PIB**
(após LN e ajustamento sazonal)
14.0
14.1
14.2
14.3
14.4
14.5
14.6
14.7
14.8
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Importações Mundiais**
(após LN e ajustamento sazonal)
Figura 3 - Gráfico das variáveis, após o ajuste sazonal dos dados.
* Índice-média: 2000=100
** Em milhões de dólares
*** em pontos-base sobre o título do Tesouro Americano
**** Em bilhões de dólares
**** Em bilhões de dólares
A sigla LN significa que se aplica o Logaritmo Neperiano à série
31
5 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR
Estatisticamente, dizer que
W
, chamada variável dependente, está
linearmente relacionada com
k
UUU ,,,
21
L , as variáveis independentes, é escrever a
seguinte relação (modelo):
tktkttt
UUUW
ε
β
β
β
β
+
+
+
+
+
= ...
22110
L
onde
k
β
β
β
,,,
10
L são os parâmetros do modelo e os erros
(
)
2
,0~
σε
N
t
.
Uma análise de regressão consiste em obter as estimativas dos parâmetros
do modelo (
k
β
β
β
,,,
10
L ) e posteriormente verificar a adequação do mesmo. Essa
etapa de verificação da adequabilidade do modelo resume-se em verificar o grau de
multicolinearidade existente e, através de testes de hipóteses, se os resíduos são
normalmente distribuídos, homocedásticos e não autocorrelacionados.
Na análise dos resíduos dos modelos apresentadas na seção 6 a seguir,
utiliza-se o teste de normalidade de Jarque-Bera e o teste de heterocedasticidade de
White. Para verificar se os resíduos são autocorrelacionados, utiliza-se os testes de
Durbin-Watson, Correlograma e Ljung-Box. Mede-se o grau de multicolinearidade
do modelo através do Fator Inflação de Variância (FIV).
Gujarati (2000) apresenta em detalhes a teoria acerca desses testes e da
análise de regressão.
32
6 ANÁLISE ECONÔMICA DOS MODELOS
Descreve-se o modelo para o saldo da Balança Comercial e as Exportações
brasileiras como função das variáveis C-Bond, Câmbio Real, PIB per capita e
Importações Mundiais, considerando-se a presença de um intercepto e de uma
tendência linear.
Para o modelo das importações brasileiras, desconsidera-se as Importações
Mundiais.
()
MundiaissImportaçõePIBCBondCâmbioTendênciaInterceptofComercialBalança ;;;;; =
()
MundiaissImportaçõePIBCBondCâmbioTendênciaInterceptofsExportaçõe ;;;;;=
()
PIBCBondCâmbioTendênciaInterceptofsImportaçõe ;;;;=
Nas seções 6.1.1, 6.2.1 e 6.3.1 considera-se a parte cíclica do PIB,
denominada Ciclo, e nas seções 6.1.2, 6.2.2 e 6.3.2, considera-se o próprio PIB.
Considera-se, também, a inclusão de uma variável Dummy nos modelos, para
o Saldo da Balança Comercial, Exportação e Importação, na busca de variantes com
estimativas coerentes com o Modelo de Mundell-Fleming. Essa variável distingue o
período a partir de janeiro de 1999, onde ocorreu a mudança, na economia
brasileira, do regime de taxas de câmbio administradas de bandas cambiais para o
regime de taxas de câmbio flutuantes.
6.1 Modelo para o Saldo da Balança Comercial
O modelo utilizado para o saldo da balança comercial brasileira ( BC ) é o
seguinte:
tmtltktjtt
IMPMUNDPIBCBONDCÂMBIOtBC
εββββββ
++++++=
.....
543210
,
(1)
onde os índices j, k, l e m são as defasagens utilizadas, respectivamente, para as
variáveis Câmbio Real, C-Bond, PIB (ou Ciclo) e Importações Mundiais (utiliza-se o
logaritmo neperiano somente nas variáveis independentes, exceto no C-Bond).
33
Observa-se também, nesse modelo, a presença de um intercepto (
0
β
) e uma
tendência linear ( t.
1
β
).
Segundo Gujarati (2000, p.162.4) a interpretação desse modelo linear, onde
se utiliza o logarítmo neperiano nas variáveis independentes, denominado lin-log, é
realizada multiplicando-se o parâmetro estimado por 0,01 (ou equivalentemente,
dividindo-se por 100), obtendo-se, assim, a variação absoluta na variável
dependente para uma variação percentual na variável independente. Deste modo,
se, por exemplo, em uma regressão obtém-se 240
=
i
β
, uma variação de 1% na
variável independente
i
U , ceteris paribus, causa uma variação absoluta de 2.4
unidades na variável dependente.
Estima-se variantes do modelo (1), alternando-se o número de defasagens j,
k, l e m para as variáveis independentes, buscando-se variantes onde o sinal das
estimativas sejam coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Alterna-se essas
defasagens entre zero e quatro. Assim, existem 625 variantes possíveis
( 6255555 =××× ). Esse número chega a 1250 variantes possíveis, quando se inclui
a condição: “considerando o Ciclo” ou “considerando o PIB”. Chega-se a um total de
3750 ( 31250×= ) variantes possíveis, ao se verificar também as 1250 variantes que
incluem um termo autoregressivo de primeira ordem - AR(1) - nos resíduos e as
1250 variantes que consideram uma variável Dummy.
O modelo de Mundell-Fleming, considerando-se uma política monetária
restritiva e com taxas de câmbio flutuantes, mostra que a apreciação da taxa de
câmbio provoca desestímulo às exportações e incentivo às importações, o que
levará a uma queda no saldo da balança comercial.
Recorda-se que,
(
)
(
)
ε
ε
ε
,.*, YQYXNX
=
, e que
()
(
)
(
)
(
)
ε
ε
ε
*,,., YXYQGrYITYCY
+
+
+
= .
Dessa forma, Blanchard (1999, p.233) reagrupa os dois últimos termos sob o
nome de “exportações líquidas”, definidas como exportações menos importações,
QX .
ε
, obtendo-se,
34
()
(
)
(
)
ε
*,,, YYNXGrYITYCY
+
+
+
= .
( -, +, +)
Assim, para que uma variante seja coerente com esse modelo, deve
apresentar uma estimativa positiva para o parâmetro que multiplica a variável
Câmbio Real,
ε
; uma estimativa positiva para o parâmetro que multiplica a variável
Importações Mundiais, aqui representada pela variável
*
Y
(produto estrangeiro) e
uma estimativa negativa para o parâmetro que multiplica a variável PIB, aqui
representada pela renda interna,
Y
.
Apresenta-se nas Tabelas 1 e 2, para algumas variantes do modelo (1), as
estimativas dos parâmetros
i
β
’s, as correspondentes estatísticas do teste t (teste bi-
caudal), colocada entre parênteses, o R
2
ajustado
9
e o número de defasagens (j, k, l
e m) utilizados para cada uma das variáveis independentes. Os campos que não
apresentam valores indicam que a variável com aquela defasagem não foi
considerada naquela variante do modelo.
6.1.1 Modelo para o Saldo da Balança Comercial, utilizando o CICLO
Verifica-se a existência de variantes estatisticamente significantes do modelo
(1), considerando-se somente a parte cíclica do PIB, denominada Ciclo.
Observa-se que nenhuma das variantes possíveis apresenta estimativas
significantes e positivas, para os parâmetros
2
β
e
5
β
que multiplicam,
respectivamente, as variáveis Câmbio e Importações Mundiais, como estabelece o
modelo de Mundell-Fleming. Entretanto, 156 variantes apresentaram estimativas
positivas para esses parâmetros, mas somente a estimativa de
5
β
é significante.
Relaciona-se essas variantes na Tabela B-1 do Apêndice B. Observa-se ainda que
os resíduos dessas variantes apresentam-se autocorrelacionados. Assim, considera-
se um termo AR(1) nos resíduos com o objetivo de se eliminar essa autocorrelação.
Observa-se que elimina-se a autocorrelação dos resíduos ao se considerar o
termo AR(1), entretanto, nenhuma das variantes possíveis apresenta estimativas
9
O R
2
, conhecido como coeficiente múltiplo de determinação, mede a proporção da variação da variável
dependente que é explicada pela variação das variáveis independentes. O R
2
ajustado considera o número de
variáveis independentes presentes no modelo, o que possibilita comparar o ajuste de modelos com diferentes
números de variáveis independentes. Gujarati (2000, p.198)
35
significantes e positivas para os parâmetros
2
β
e
5
β
. Observa-se 76 variantes onde
as estimativas dos parâmetros
2
β
e
5
β
são positivas, entretanto, em 12 dessas
variantes, somente a estimativa de
2
β
é significante e nas demais (64), somente a
estimativa de
5
β
é significante. Relaciona-se essas variantes na Tabela B-2 do
Apêndice B.
Verifica-se também, se a inclusão de uma variável Dummy no modelo (1)
possibilita encontrar variantes com estimativas estatisticamente significantes e
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming, para os parâmetros que multiplicam as
variáveis Câmbio, Ciclo e Importações Mundiais.
Com a inclusão de uma variável Dummy no modelo (1) para distinguir o
período a partir de janeiro de 1999, obteve-se 307 variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Em 46 casos as estimativas dos
parâmetros
2
β
e
5
β
são significantes e os resíduos são normalmente distribuídos,
homocedásticos e não autocorrelacionados. Apresenta-se na Tabela 1 a seguir,
quatro desses casos, onde as estimativas de todos os outros parâmetros do modelo
também são significantes. Observa-se que nos outros 42 casos, pelo menos uma
das estimativas dos parâmetros
0
β
,
1
β
,
3
β
e
4
β
, ou não são significantes ou os
resíduos não são adequados (ou por não se mostrarem normalmente distribuídos,
ou por serem heterocedásticos ou autocorrelacionados). Relaciona-se na Tabela B-3
do Apêndice B essas variantes. Relaciona-se também nessa tabela, 210 variantes
que apresentam estimativas positivas para os parâmetros
2
β
e
5
β
, mas somente um
dos parâmetros,
2
β
(14 casos) ou
5
β
(196 casos), é significante.
36
Tabela 1
Variantes do modelo para a Balança Comercial, considerando o Ciclo
VARIANTES DO MODELO (1)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4
R
2
Ajustado
-
91,48% 92,06% 91,18% 90,92%
Dummy -
-4532,45
(-4,47)*
-4340,03
(-4,39)*
-4572,25
(-4,42)*
-4737,88
(-4,53)*
0
β
Intercepto
-
-173290,0
(-2,29)*
-168269,4
(-3,40)*
-147491,7
(-2,59)*
-148027,5
(-2,29)*
1
β
Tendência
-
223,92
(2,66)*
172,00
(2,41)*
204,14
(2,62)*
211,84
(2,57)*
2
β
Câmbio
j = 0
5467,05
(1,97)**
7436,30
(3,01)*
7616,34
(2,85)*
7936,42
(2,82)*
k = 2
2,356
(2,80)*
3
β
C-Bond
k = 4
1,432
(2,05)*
1,518
(2,04)**
1,484
(1,97)**
4
β
Ciclo
l = 3
-42121,99
(-5,27)*
-20961,62
(-2,07)*
-27047,74
(-2,69)*
-31764,21
(-3,29)*
m = 1
9356,56
(2,84)*
m = 2
7807,04
(2,09)*
5
β
Imp. Mundiais
m = 4
10249,43
(2,00)*
7747,07
(1,85)**
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Observa-se na Tabela 1 acima, que só se obtém variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming quando se considera defasagens para
a variável Câmbio (j = 0), e uma defasagem de três trimestres para a variável Ciclo (l
= 3). Observa-se também que as estimativas de todos os parâmetros são
significantes.
Apresenta-se na seção 6.1.2 a seguir, o mesmo estudo apresentado nessa
seção, considerando-se o PIB e não mais somente a parte cíclica do PIB (Ciclo).
6.1.2 Modelo para o Saldo da Balança Comercial, utilizando o PIB
Verifica-se a existência de variantes estatisticamente significantes do modelo
(1), considerando-se o PIB.
Observa-se que nenhuma das variantes possíveis apresenta estimativas
significantes e positivas, para os parâmetros
2
β
e
5
β
que multiplicam,
37
respectivamente, as variáveis Câmbio e Importações Mundiais, como estabelece o
modelo de Mundell-Fleming. Entretanto, 132 variantes apresentaram estimativas
positivas para esses parâmetros, mas somente a estimativa de
5
β
é significante.
Relaciona-se essas variantes na Tabela B-4 do Apêndice B. Observa-se ainda que
os resíduos dessas variantes apresentam-se autocorrelacionados. Assim, considera-
se um termo AR(1) nos resíduos com o objetivo de se eliminar essa autocorrelação.
Elimina-se a autocorrelação dos resíduos ao se considerar o termo AR(1),
entretanto, nenhuma das variantes possíveis apresenta estimativas significantes e
positivas para os parâmetros
2
β
e
5
β
. Observa-se 48 variantes onde as estimativas
dos parâmetros
2
β
e
5
β
são positivas, mas com somente um deles significante.
Relaciona-se essas variantes na Tabela B-5 do Apêndice B.
Verifica-se também, se a inclusão de uma variável Dummy no modelo (1)
possibilita encontrar variantes com estimativas estatisticamente significantes e
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming, para os parâmetros que multiplicam as
variáveis Câmbio, PIB e Importações Mundiais.
Com a inclusão de uma variável Dummy no modelo (1) para distinguir o
período a partir de janeiro de 1999, obteve-se 266 variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Em 45 casos as estimativas dos
parâmetros
2
β
,
3
β
e
5
β
são significantes e os resíduos são normalmente
distribuídos, homocedásticos e não autocorrelacionados. Apresenta-se na Tabela 2
a seguir, seis casos onde somente as estimativas dos parâmetros
0
β
e
1
β
não são
significantes. Relaciona-se na Tabela B-6 do Apêndice B, as outras 39 variantes.
Relaciona-se também, nessa tabela, 30 variantes que apresentam resíduos não
adequados (não-normais, heterocedásticos ou autocorrelacionados), além de 187
variantes onde as estimativas de
2
β
e
5
β
são positivas mas com somente uma
delas significante.
Observa-se na Tabela 2 a seguir, que só se obtém variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming quando se considera uma defasagem
de dois trimestres para a variável PIB (l = 2). Observa-se também que as estimativas
de todos os parâmetros são significantes, exceto para as estimativas de
0
β
e
1
β
.
38
Tabela 2
Variantes do modelo para a Balança Comercial, considerando o PIB
VARIANTES DO MODELO (1)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4 5 6
R
2
Ajustado
-
91,70% 91,63% 89,90% 90,86% 90,67% 90,22%
Dummy -
-4132,40
(-4,28)*
-3992,96
(-4,10)*
-4259,74
(-4,01)*
-2862,15
(-3,42)*
-2723,90
(-3,20)*
-2393,21
(-2,97)*
0
β
Intercepto
-
-85016,45
(-0,96)
-44365,52
(-0,54)
15511,06
(0,18)
-97463,15
(-1,04)
-41615,5
(-0,48)
-110915,2
(-1,11)
1
β
Tendência
-
73,07
(1,11)
93,85
(1,49)
109,84
(1,49)
32,758
(0,47)
56,79
(0,84)
32,89
(0,44)
j = 0
7660,29
(2,95)*
7095,21
(2,73)*
8126,13
(2,81)*
j = 1
5375,93
(2,59)*
4778,58
(2,27)*
2
β
Câmbio
j = 2
3884,66
(2,05)*
k = 0
2,447
(3,21)*
2,631
(3,33)*
3,024
(3,97)*
3
β
C-Bond
k = 2
1,952
(2,68)*
2,148
(2,91)*
2,018
(2,50)*
4
β
PIB
l = 2
-18903,32
(-2,47)*
-24509,98
(-3,41)*
-31390,02
(-4,19)*
-20977,48
(-2,74)*
-28874,86
(-4,05)*
-19703,11
(-2,42)*
m = 0
14059,20
(4,91)*
16797,30
(5,06)*
17457,66
(5,05)*
m = 1
14475,11
(4,86)*
17430,69
(4,94)*
5
β
Imp. Mundiais
m = 2
13782,85
(3,78)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Observa-se nas Tabela 1 e Tabela 2 que as estimativas para o parâmetro
2
β
variam entre 3884,66 e 8126,13, enquanto que para o parâmetro
5
β
, entre 7747,07
e 17457,66. Para uma interpretação desses resultados, tomemos a variante 1 da
Tabela 2. Com as estimativas dessa variante obtém-se a seguinte equação:
×+
×
+
×
+
×
= CBONDCAMBIOtDUMMYBC
tt
952.129.766007.734.413245.85016
tt
IMPMUNDPIB
×
+
×
20.1405932.18903
2
Observa-se nessa equação que, ceteris paribus, uma variação de 1% na taxa
de câmbio, foi seguida em média, por uma variação de US$ 76,60 milhões na
balança comercial, enquanto que uma variação de 1% nas importações mundiais,
ceteris paribus, foi seguida em média, por uma variação de US$ 140,59 milhões na
balança comercial. Portanto, o impacto da variação das importações mundiais sobre
39
o saldo da balança comercial brasileira é maior do que o impacto causado pela
variação da taxa de câmbio. Conclusões análogas, com relação à magnitude das
variações, são obtidas ao se analisar as demais variantes.
A teoria econômica estabelece que a exportação e a importação de um país
são funções da taxa de câmbio, entretanto somente a exportação é função também
das importações mundiais (renda do resto do mundo, *
Y
). Na seção 6.2 analisa-se
a magnitude do impacto da taxa de câmbio e das importações mundiais sobre as
exportações brasileiras, enquanto na seção 6.3 analisa-se a magnitude do impacto
da taxa de câmbio e do PIB brasileiro sobre as importações brasileiras.
Os resultados obtidos mostram que a influência da taxa de câmbio sobre o
saldo da balança comercial é menor do que a influência das Importações mundiais.
Isso explica o fato de que no Brasil, observa-se uma apreciação da taxa de câmbio
real e um simultâneo aumento do superávit da balança. Enquanto a apreciação da
taxa de câmbio tende a desestimular as exportações e estimular as importações e
conseqüentemente diminuir o saldo da balança, o aumento das importações
mundiais tende a aumentar as exportações (veja seção 6.2) a ponto de suplantar os
efeitos contrários causados pela apreciação da taxa de câmbio, determinando um
crescimento do saldo da balança comercial.
Observa-se na Figura 4-(b) a seguir, um vigoroso crescimento das
importações mundiais a partir primeiro trimestre de 2002 (área sombreada),
passando de US$ 1.469,15 bilhões para US$ 2.545,76 bilhões no último trimestre de
2004, ou seja, um crescimento de aproximadamente 73,28%, após um período de
quedas iniciado no último trimestre de 2000.
Simultaneamente, a esse crescimento das importações mundiais, observa-se
um contínuo crescimento do saldo da balança comercial, enquanto que a taxa de
câmbio real apresenta alta volatilidade, veja Figura 4-(a). Isso evidencia, conforme
os resultados obtidos na análise de regressão, a pequena influência da taxa de
câmbio real sobre a balança comercial brasileira, comparada com a influência das
importações mundiais.
40
-4000
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
5.0
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Balança comercial Taxa real de câmbio
Milhões de dólares
Índice-média: 2000=100
-4000
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14.0
14.1
14.2
14.3
14.4
14.5
14.6
14.7
14.8
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Balança comercial Importações mundiais
Milhões de dólares
Bilhões de dólares
(a) (b)
Figura 4: (a) Balança comercial e Taxa de câmbio real; (b) Balança comercial e Importações
mundiais.
Evidencia-se a validade das conclusões aqui apresentadas através da Figura
5 a seguir, que apresenta os gráficos dos reais valores observados para o saldo da
balança comercial brasileira durante o quarto trimestre de 1995 e o último trimestre
de 2004 (linha cheia) e os valores ajustados pela equação de regressão da variante
2 da Tabela 1 (linha tracejada). Os três primeiros trimestres de 1995 não são
incluídos no gráfico devido às defasagens utilizadas na variante escolhida. Escolhe-
se essa variante pelo fato da mesma ser a que apresenta o maior R
2
dentre as
variantes da Tabela 1, as quais se considera serem as mais adequadas por
incluírem a variável Dummy. Observa-se nessa figura que a linha tracejada dos
valores ajustados (ou previstos) pela equação de regressão evolui bem aproximada
à linha dos valores observados, confirmando o fato da taxa de câmbio ter pouca
influência sobre a balança comercial brasileira.
Ressalta-se que nessa variante escolhida, as estimativas dos parâmetros que
multiplicam as variáveis Câmbio e Importações Mundiais (7436,30 e 9356,56,
respectivamente), são significantes ao nível de 1% (ponto crítico = 2,73).
41
-4000
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
96 97 98 99 00 01 02 03 04
Observado Ajustado
Milhões de dólares
Figura 5: Balança comercial observada e valores ajustados pela variante 2 da Tabela 1
Apresenta-se na seção 8.1 uma análise de co-integração a fim de verificar se
é possível estabelecer uma relação de longo prazo entre as variáveis incluídas no
modelo (1).
6.2 Modelo para Exportação
O modelo utilizado para as exportações brasileiras ( Exp ) é o seguinte:
tmtltktjtt
IMPMUNDPIBCBONDCÂMBIOtExp
εββββββ
++++++=
.....
543210
,
(2)
onde os índices j, k, l e m são as defasagens utilizadas, respectivamente, para as
variáveis Câmbio Real, C-Bond, PIB (ou Ciclo) e Importações Mundiais (utiliza-se o
logaritmo neperiano das variáveis dependente e independentes, exceto no C-Bond).
Observa-se também, nesse modelo, a presença de um intercepto (
0
β
) e uma
tendência linear ( t.
1
β
).
Gujarati (2000, p.156.8) afirma que a interpretação desse modelo linear, onde
utiliza-se o logaritmo neperiano nas variáveis dependentes e independentes,
42
denominado log-linear, é realizada da seguinte maneira: supondo-se, por exemplo,
que se obtém 247.0=
i
β
e
359.0
=
j
β
, então um aumento de 1% na variável
independente
i
U , ceteris paribus, aumenta em média cerca de 0,247% na variável
dependente. Por outro lado, um aumento de 1% na variável independente
j
U ,
ceteris paribus, diminui em média cerca de 0,359% na variável dependente.
Estima-se variantes do modelo (2), alternando-se o número de defasagens j,
k, l e m para as variáveis independentes, buscando-se variantes onde o sinal das
estimativas sejam coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Alterna-se essas
defasagens entre zero e quatro. Assim, conforme discutido na seção 6.1, existem
3750 variantes possíveis.
O modelo de Mundell-Fleming com taxas de câmbio flutuantes e política
monetária restritiva mostra que a apreciação da taxa de câmbio provoca desestímulo
às exportações e incentivo às importações.
Assim, uma variante, para ser coerente com esse modelo, deve apresentar
uma estimativa positiva para os parâmetros que multiplicam as variáveis Câmbio
Real e Produto do Resto do mundo, representada nesse estudo pelas importações
mundiais,
*
Y
.
(
)
ε
*,YXX
=
(+, +)
Apresenta-se nas Tabelas 3 a 6, para algumas variantes do modelo (2), as
estimativas dos parâmetros
i
β
’s, as correspondentes estatísticas do teste t (teste bi-
caudal), colocada entre parênteses, o R
2
ajustado e o número de defasagens (j, k, l
e m) utilizados para cada uma das variáveis independentes. Os campos que não
apresentam valores indicam que a variável com aquela defasagem não foi
considerada naquela variante do modelo.
43
6.2.1 Modelo para a Exportação, utilizando o Ciclo
Verifica-se a existência de variantes estatisticamente significantes do modelo
(2), considerando-se somente a parte cíclica do PIB, denominada Ciclo.
Observa-se que nenhuma das variantes possíveis apresenta estimativas
significantes e positivas, para os parâmetros
2
β
e
5
β
que multiplicam,
respectivamente, as variáveis Câmbio e Importações Mundiais, como estabelece o
modelo de Mundell-Fleming. Entretanto, 37 variantes apresentaram estimativas
positivas para esses parâmetros, mas somente a estimativa de
5
β
é significante.
Relaciona-se essas variantes na Tabela B-7 do Apêndice B. Observa-se ainda que
os resíduos dessas variantes apresentam-se autocorrelacionados. Assim, considera-
se um termo AR(1) nos resíduos com o objetivo de se eliminar essa autocorrelação.
Elimina-se a autocorrelação dos resíduos ao se considerar o termo AR(1).
Observa-se 8 variantes onde as estimativas dos parâmetros
2
β
e
5
β
são positivas e
significantes. Apresenta-se na Tabela 3 a seguir, seis desses casos. Apesar dos
resíduos dessas variantes serem homocedásticos e não autocorrelacionados, os
mesmos não são normalmente distribuídos. Relaciona-se na Tabela B-8 do
Apêndice B os outros dois casos não apresentados na Tabela 3. Nessa tabela,
relaciona-se também, 75 variantes onde a estimativa de somente um dos
parâmetros,
2
β
e
5
β
, é significante.
Observa-se na Tabela 3 a seguir, que só se obtém variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming quando se considera a defasagem de
um trimestre para a variável Câmbio (j = 1), uma defasagem de dois trimestres para
a variável C-Bond (k = 2) e nenhuma defasagem ou defasagem de um trimestre para
a variável Importações Mundiais (m = 0 ou m = 1). Observa-se também que as
estimativas para o termo AR(1) são significantes, assim como, as estimativas dos
demais parâmetros, exceto as estimativas do parâmetro
1
β
em todas as variantes e
do parâmetro
4
β
nas variantes 3, 4, 5 e 6.
44
Tabela 3
Variantes do modelo para a Exportação, considerando o Ciclo e um termo AR(1) nos resíduos
VARIANTES DO MODELO (2)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4 5 6
R
2
Ajustado
-
95,85% 95,90% 96,17% 95,47% 95,85% 95,07%
0
β
Intercepto
-
-11,25
(-4,55)*
-8,56
(-3,71)*
-8,43
(-1,89)**
-9,30
(-2,81)*
-8,47
(-2,49)*
-9,40
(-3,90)*
1
β
Tendência
-
-0,00029
(-0,87)
-0,00112
(-0,26)
0,00226
(0,36)
-0,00079
(-0,19)
0,00137
(0,31)
-0,00039
(-0,75)
2
β
Câmbio
j = 1
0,135
(1,92)**
0,191
(1,87)**
0,152
(2,33)*
0,151
(2,25)*
0,150
(2,36)*
0,217
(1,82)**
3
β
C-Bond
k = 2
-0,00015
(-2,97)*
-0,00018
(-4,47)*
-0,00017
(-3,59)*
-0,00015
(-2,97)*
-0,00016
(-3,13)*
-0,00017
(-3,25)*
l = 0
-0,361
(-0,73)
l = 1
-0,696
(-1,73)**
l = 2
-0,138
(-0,35)
l = 3
0,742
(2,37)*
0,496
(1,26)
4
β
Ciclo
l = 4
-0,161
(-0,45)
m = 0
1,222
(7,64)*
1,276
(8,14)*
5
β
Imp. Mundiais
m = 1
1,431
(7,83)*
1,220
(3,77)*
1,285
(5,37)*
1,224
(4,93)*
AR(1) -
0,694
(4,81)*
0,674
(3,42)*
0,756
(4,36)*
0,722
(4,43)*
0,711
(4,22)*
0,636
(3,44)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Verifica-se também, se a inclusão de uma variável Dummy no modelo (2)
possibilita encontrar variantes com estimativas estatisticamente significantes e
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming, para os parâmetros que multiplicam as
variáveis Câmbio e Importações Mundiais.
Com a inclusão de uma variável Dummy no modelo (2) para distinguir o
período a partir de janeiro de 1999, obteve-se 200 variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Em 83 casos, as estimativas dos
parâmetros
2
β
e
5
β
são ambos significantes. Em 41 casos os resíduos são
normalmente distribuídos, homocedásticos e não autocorrelacionados. Apresenta-se
na Tabela 4 a seguir, seis casos onde as estimativas dos demais parâmetros
também são significantes, exceto a estimativa do parâmetro
1
β
. Relaciona-se na
Tabela B-9 do Apêndice B as outras 35 variantes que apresentam estimativas não
45
significantes para algum dos parâmetros
3
β
e
4
β
. Relaciona-se também os casos
que apresentam resíduos não adequados, além de 217 variantes onde somente um
dos parâmetros
2
β
e
5
β
são significantes.
Tabela 4
Variantes do modelo para a Exportação, considerando o Ciclo e uma variável Dummy
VARIANTES DO MODELO (2)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4 5 6
R
2
Ajustado
-
96,72% 96,81% 96,89% 96,91% 96,72% 96,42%
Dummy -
-0,286
(-7,30)*
-0,233
(-5,95)*
-0,213
(-5,24)*
-0,206
(-5,75)*
-0,226
(-4,69*
-0,158
(-3,70)*
0
β
Intercepto
-
-8,85
(-6,10)*
-11,99
(-4,38)*
-11,75
(-7,57)*
-12,45
(-4,47)*
-10,51
(-6,24)*
-11,19
(-4,60)*
1
β
Tendência
-
0,00099
(0,35)
-0,00198
(-0,47)
0,00103
(0,43)
-0,00205
(-0,48)
0,00297
(1,14)
-0,00103
(-0,25)
j = 0
0,534
(3,36)*
0,412
(3,30)*
0,277
(2,60)*
0,324
(3,05)*
0,249
(2,32)*
2
β
Câmbio
j = 1
0,232
(1,77)**
k = 0
0,000096
(-1,91)**
-0,00007
(-2,61)*
-0,00006
(-2,48)*
k = 2
-0,00006
(-2,68)*
-0,00008
(-2,75)*
3
β
C-Bond
k = 4
0,000043
(1,74)**
l = 0
0,536
(1,87)**
0,652
(1,69)***
l = 1
-0,840
(-2,46)*
4
β
Ciclo
l = 3
0,777
(2,10)*
0,823
(2,17)*
0,813
(2,05)*
m = 0
1,137
(13,05)*
1,397
(8,02)*
1,456
(8,15)*
1,394
(8,84)*
5
β
Imp. Mundiais
m = 1
1,419
(12,60)*
1,332
(10,76)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
*** Marginalmente significante à 10%.
Teste bi-caudal
Observa-se na Tabela 4 acima que todas as estimativas são significantes,
exceto para as estimativas do parâmetro
1
β
.
Apresenta-se na seção 6.2.2 a seguir, o mesmo estudo apresentado nessa
seção, considerando-se o PIB e não mais somente a parte cíclica do PIB (Ciclo).
46
6.2.2 Modelo para a Exportação, utilizando o PIB
Verifica-se a existência de variantes estatisticamente significantes do modelo
(2), considerando-se o próprio PIB.
Observa-se que nenhuma das variantes possíveis apresenta estimativas
significantes e positivas, para os parâmetros
2
β
e
5
β
que multiplicam,
respectivamente, as variáveis Câmbio e Importações Mundiais, como estabelece o
modelo de Mundell-Fleming. Entretanto, 32 variantes apresentaram estimativas
positivas para esses parâmetros, mas somente a estimativa de
5
β
é significante.
Relaciona-se na Tabela B-10 do Apêndice B essas variantes. Observa-se ainda que
os resíduos dessas variantes apresentam-se autocorrelacionados. Assim, considera-
se um termo AR(1) nos resíduos com o objetivo de se eliminar essa autocorrelação.
Elimina-se a autocorrelação dos resíduos ao se considerar o termo AR(1).
Observa-se 8 variantes onde as estimativas dos parâmetros
2
β
e
5
β
são positivas e
significantes. Apresenta-se na Tabela 5 a seguir, seis desses casos. Apesar dos
resíduos dessas variantes serem homocedásticos e independentes, os mesmos não
são normalmente distribuídos. Relaciona-se na Tabela B-11 do Apêndice B os outros
dois casos não apresentados na Tabela 5. Nessa tabela, relaciona-se também, 82
variantes onde a estimativa de somente um dos parâmetros
2
β
e
5
β
são
significantes.
47
Tabela 5
Variantes do modelo para a Exportação, considerando o PIB e um termo AR(1) nos resíduos
VARIANTES DO MODELO (2)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4 5 6
R
2
Ajustado
-
95,94% 95,81% 95,50% 95,46% 96,13% 95,87%
0
β
Intercepto
-
-5,10
(-1,59)
-13,73
(-3,74)*
-7,70
(-2,00)**
-9,97
(-2,78)*
-12,11
(-2,56)*
-6,65
(-1,27)
1
β
Tendência
-
-0,00239
(-0,83)
-0,00110
(-0,24)
-0,00070
(-0,18)
-0,00054
(-0,11)
0,00214
(0,31)
0,00168
(0,39)
2
β
Câmbio
j = 1
0,130
(1,90)**
0,194
(1,92)**
0,148
(2,20)*
0,150
(2,08)*
0,153
(2,35)*
0,150
(2,35)*
3
β
C-Bond
k = 2
-0,00014
(-2,91)*
-0,00018
(-4,40)*
-0,00015
(-2,93)*
-0,00015
(-2,75)*
-0,00017
(-3,59)*
-0,00016
(-3,12)*
l = 0
0,111
(0,40)
l = 1
-0,766
(-1,84)**
l = 2
-0,204
(-0,50)
l = 3
0,680
(2,19)*
0,461
(1,18)
4
β
PIB
l = 4
-0,209
(-0,58)
m = 0
1,204
(6,60)*
5
β
Imp. Mundiais
m = 1
1,426
(9,04)*
1,288
(5,81)*
1,270
(4,83)*
1,222
(3,59)*
1,212
(5,02)*
AR(1) -
0,650
(4,42)*
0,711
(3,81)*
0,707
(4,27)*
0,741
(4,66)*
0,769
(4,47)*
0,701
(4,19)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Observa-se na Tabela 5 acima, que só se obtém variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming quando se considera a defasagem de
um trimestre para a variável Câmbio (j = 1), uma defasagem de dois trimestres para
a variável C-Bond (k = 2) e nenhuma defasagem ou defasagem de um trimestre para
a variável Importações Mundiais (m = 0 ou m = 1), assim como na seção 6.2.1
quando se considera o Ciclo. Observa-se também que as estimativas para o termo
AR(1) são significantes, assim como, as estimativas dos demais parâmetros, exceto
as estimativas do parâmetro
1
β
e, nas variantes 3, 4, 5 e 6, do parâmetro
4
β
.
Verifica-se também, se a inclusão de uma variável Dummy no modelo (2)
possibilita encontrar variantes com estimativas estatisticamente significantes e
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming, para os parâmetros que multiplicam as
variáveis Câmbio e Importações Mundiais.
48
Com a inclusão de uma variável Dummy no modelo (2) para distinguir o
período a partir de janeiro de 1999, obteve-se 261 variantes com estimativas
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Em 81 variantes as estimativas dos
parâmetros
2
β
e
5
β
são ambos significantes e, em 43 desses casos, os resíduos
são normalmente distribuídos, homocedásticos e não autocorrelacionados.
Apresenta-se na Tabela 6 a seguir, quatros dessas (43) variantes onde as
estimativas dos demais parâmetros também são significantes. Relaciona-se na
Tabela B-12 do Apêndice B os outros 37 casos. Relaciona-se também, nessa tabela,
as 38 variantes que apresentam estimativas significantes e coerentes para
2
β
e
5
β
,
mas com resíduos não adequados (não-normais, heterocedásticos ou
autocorrelacionados), além de outras 180 variantes que, apesar de apresentarem
estimativas positivas para
2
β
e
5
β
, apenas uma delas é significante.
Observa-se na Tabela 6 a seguir que todas as estimativas são significantes,
exceto as estimativas do parâmetro
1
β
nas variantes 2, 3 e 4.
49
Tabela 6
Variantes do modelo para a Exportação, considerando o PIB e uma variável Dummy
VARIANTES DO MODELO (2)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4
R
2
Ajustado
-
92,48% 96,96% 96,63% 96,70%
Dummy -
-0,302
(-4,50)*
-0,196
(-4,96)*
-0,210
(-5,12)*
-0,237
(-4,58)*
0
β
Intercepto
-
13,49
(2,00)**
-4,64
(-1,64)
-6,77
(-2,18)*
-15,79
(-5,25)*
1
β
Tendência
-
0,0155
(2,60)*
0,0023
(1,01)
0,0020
(0,79)
0,0022
(0,89)
2
β
Câmbio
j = 0
0,489
(1,91)**
0,259
(2,52)*
0,282
(2,73)*
0,262
(2,30)*
k = 0
-0,00014
(-1,79)**
k = 2
-0,00007
(-2,67)*
-0,00004
(-1,79)**
3
β
C-Bond
k = 4
0,00048
(1,84)**
l = 0
0,602
(1,75)**
l = 1
-0,785
(-2,67)*
l = 2
-0,525
(-1,74)**
4
β
PIB
l = 4
-1,698
(-3,72)*
m = 1
1,360
(12,26)*
1,358
(11,70)*
5
β
Imp. Mundiais
m = 3
0,513
(1,80)**
1,365
(12,20)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Observa-se nas Tabelas 3 a 6 que as estimativas para o parâmetro
2
β
variam
entre 0,130 e 0,534, enquanto que para o parâmetro
5
β
, entre 0,513 e 1,456.
Somente na variante 1 da Tabela 6, a estimativa do parâmetro
5
β
é menor do que 1.
Para uma interpretação desses resultados, tomemos a variante 2 da Tabela 6. Com
as estimativas dessa variante obtém-se a seguinte equação:
×
×
+
×
+
×=
2
00007.0259.00023.0196.064.4
ttt
CBONDCAMBIOtDUMMYEXP
11
36.1785.0
×+×
tt
IMPMUNDPIB
Observa-se nessa equação que, ceteris paribus, uma diminuição (ou
aumento) de 1% na taxa de câmbio diminui (ou aumenta), em média, 0,259% as
exportações brasileiras, enquanto que um aumento (ou diminuição) de 1% nas
50
importações mundiais, ceteris paribus, aumenta (ou diminui), em média, 1,36% as
exportações brasileiras. Portanto, o impacto da variação das importações mundiais
sobre as exportações brasileiras é maior do que o impacto causado pela variação da
taxa de câmbio. Conclusões análogas, com relação à magnitude das variações, são
obtidas ao se analisar as demais variantes.
Logo, os resultados obtidos mostram que a influência da taxa de câmbio
sobre as exportações brasileiras é menor do que a influência das Importações
mundiais. Isso explica o fato de que no Brasil, observa-se uma apreciação da taxa
de câmbio real e um simultâneo aumento das exportações. Enquanto a apreciação
da taxa de câmbio tende a desestimular as exportações, o aumento das importações
mundiais tende a aumentar as exportações, a ponto de determinar que o saldo das
exportações cresça.
Observa-se na Figura 6-(b) a seguir, a similaridade do gráfico das
exportações brasileiras e das importações mundiais, enquanto que o mesmo não
pode ser observado com relação às exportações brasileiras e a taxa de câmbio real,
veja Figura 6-(a). Essa análise gráfica corrobora os resultados obtidos na análise de
regressão, de que as exportações brasileiras sofrem uma maior influência das
importações mundiais do que da taxa de câmbio real.
O vigoroso crescimento das importações mundiais a partir do primeiro
trimestre de 2002 (área sombreada), foi acompanhado por um simultâneo
crescimento das exportações brasileiras, o que determinou o aumento do saldo da
balança comercial, conforme se pode observar na Figura 4 da seção 6.1.
9.0
9.2
9.4
9.6
9.8
10.0
10.2
10.4
10.6
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
5.0
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Exportações brasileiras Taxa real de câmbio
Milhões de dólares
Índice média: 2000=100
9.0
9.2
9.4
9.6
9.8
10.0
10.2
10.4
10.6
14.0
14.1
14.2
14.3
14.4
14.5
14.6
14.7
14.8
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Exportações brasileiras Importações Mundiais
Milhões de dólares
Bilhões de dólares
(a) (b)
Figura 6: (a) Exportações brasileiras e Taxa de câmbio real; (b) Exportações brasileiras e
Importações mundiais
51
Evidencia-se a validade das conclusões aqui apresentadas através da Figura
7 a seguir, que apresenta os gráficos dos reais valores observados para as
exportações brasileiras durante o terceiro trimestre de 1995 e o último trimestre de
2004 (linha cheia) e os valores ajustados pela equação de regressão da variante 2
da Tabela 6 (linha tracejada). Os dois primeiros trimestres de 1995 não são incluídos
no gráfico devido às defasagens utilizadas na variante escolhida. Escolhe-se essa
variante pelo fato da mesma ser a que apresenta o maior R
2
dentre as variantes da
Tabela 6, as quais se considera serem as mais adequadas por incluírem a variável
Dummy. Observa-se nessa figura que os valores ajustados (ou previstos) pela
equação de regressão, são próximos dos valores observados, confirmando o fato da
taxa de câmbio ter pouca influência sobre as exportações brasileiras.
9.3
9.4
9.5
9.6
9.7
9.8
9.9
10.0
10.1
10.2
96 97 98 99 00 01 02 03 04
Observado Ajustado
Milhões de dólares
Figura 7: Exportações brasileiras observadas e valores ajustados pela variante 2 da Tabela 6
Apresenta-se na seção 8.2 uma análise de co-integração a fim de verificar se
é possível estabelecer uma relação de longo prazo entre as variáveis incluídas
nesse modelo.
6.3 Modelo para a Importação
O modelo utilizado para as importações brasileiras (
Imp
) é o seguinte:
52
tltktjtt
PIBCBONDCÂMBIOtImp
εβββββ
+++++=
....
43210
(3)
onde os índices j, k e m são as defasagens utilizadas, respectivamente, para as
variáveis Câmbio Real, C-Bond e PIB (utiliza-se o logaritmo neperiano das variáveis
dependente e independentes, exceto no C-Bond). Observa-se também, nesse
modelo, a presença de um intercepto (
0
β
) e uma tendência linear ( t.
1
β
).
A interpretação das estimativas dos parâmetros que multiplicam as variáveis
do modelo acima, sob as quais aplica-se o logaritmo neperiano, é realizada de
maneira análoga à realizada na seção 6.2.
Estima-se variantes do modelo (3), alternando-se o número de defasagens j,
k, e l para as variáveis independentes, buscando-se variantes onde o sinal das
estimativas sejam coerentes com o modelo de Mundell-Fleming. Alterna-se essas
defasagens entre zero e quatro. Assim, existem 500 variantes possíveis,
considerando-se as opções de inclusão da variável dummy e do termo
autoregressivo, de ordem 1 – AR(1).
O modelo de Mundell-Fleming, no curto prazo, considerando-se uma política
monetária restritiva e com taxas de câmbio flutuantes, mostra que uma apreciação
da taxa de câmbio provoca desestímulo às exportações e incentivo às importações,
com o conseqüente deslocamento da IS para esquerda, significando assim, queda
na renda (PIB).
Assim, para que uma variante seja coerente com esse modelo, deve
apresentar uma estimativa negativa para o parâmetro que multiplica a variável
Câmbio e positiva para o parâmetro que multiplica o PIB.
(
)
ε
,YQQ
=
(+, -)
Apresenta-se nas Tabelas 7 a 11, para algumas variantes do modelo (3), as
estimativas dos parâmetros
i
β
’s, as correspondentes estatísticas do teste t (teste bi-
caudal), colocada entre parênteses, o R
2
ajustado e o número de defasagens
utilizados para cada uma das variáveis independentes. Os campos que não
apresentam valores indicam que a variável com aquela defasagem não foi
considerada naquela variante do modelo.
53
6.3.1 Modelo para Importação, utilizando o Ciclo
Verifica-se a existência de variantes estatisticamente significantes do modelo
(3), considerando-se somente a parte cíclica do PIB, denominada Ciclo.
Obteve-se 60 casos onde a estimativa do parâmetro
2
β
que multiplica a
variável Câmbio é estatisticamente significante. Em todos essas variantes a
estimativa do parâmetro
2
β
é negativa. Entretanto, desses 60 casos, em 22 (17,6%
das 125 variantes possíveis) a estimativa do parâmetro
4
β
que multiplica a variável
Ciclo também é negativa, enquanto nos outros 38 (82,4%) casos a estimativa desse
parâmetro é positiva. Observa-se que em todos os casos, os resíduos são
normalmente distribuídos e homocedásticos, mas que em 54 casos o teste de
Durbin-Watson ou é inconclusivo ou indica autocorrelação nos resíduos. Logo,
obteve-se seis casos com resíduos que não apresentam autocorrelação e cujas
estimativas são estatisticamente significantes para todos os parâmetros estimados.
Apresenta-se na Tabela 7 a seguir, essas variantes.
54
Tabela 7
Variantes do modelo para a Importação, considerando o Ciclo
VARIANTES DO MODELO (3)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA
-GENS
1 2 3 4 5 6
R
2
Ajustado
-
70,38% 77,60% 79,93% 77,74% 70,62% 69,08%
0
β
Intercepto
-
10,622
(24,85)*
11,137
(29,46)*
11,297
(33,14)*
11,100
(32,05)*
10,771
(25,04)*
10,596
(24,16)*
1
β
Tendência
-
0,0062
(2,77)*
0,0088
(4,28)*
0,0098
(5,28)*
0,0087
(4,50)*
0,0071
(3,01)*
0,0065
(2,71)*
j = 1
-0,233
(-2,21)*
j = 2
-0,363
(-3,98)*
-0,394
(-4,76)*
2
β
Câmbio
j = 3
-0,353
(-4,23)*
-0,264
(-2,54)*
-0,220
(-2,06)*
k = 0
-0,00021
(-5,62)*
-0,00020
(-6,20)*
-0,00024
(-8,24)*
-0,00021
(-6,55)*
-0,00026
(-7,34)*
3
β
C-Bond
k = 1
-0,00027
(-7,04)*
l = 0
1,877
(4,16)*
2,307
(5,45)*
4
β
CICLO
l = 1
2,291
(5,08)*
1,911
(4,81)*
1,931
(3,84)*
1,207
(2,26)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Observa-se na Tabela 7 acima que nessas variantes as estimativas do
parâmetro
2
β
que multiplica a variável Câmbio são negativas (-0,23, -0,36, -0,39,
-0,35, -0,26 e -0,22). Isso implica que uma apreciação na taxa de câmbio causa um
aumento nas importações, o que está de acordo com o modelo de Mundell-Fleming.
Observa-se ainda que as estimativas do parâmetro
4
β
que multiplica a variável
Ciclo, são positivas (2,29, 1,88, 1,91, 2,31, 1,93 e 1,21), o que também está de
acordo com esse modelo.
Apresenta-se na seção 6.3.2 a seguir, o mesmo estudo apresentado nessa
seção, considerando-se o PIB e não mais somente a parte cíclica do PIB (Ciclo).
6.3.2 Modelo para Importação, utilizando o PIB
Verifica-se a existência de variantes estatisticamente significantes do modelo
(3), considerando-se o próprio PIB.
Obteve-se somente três casos onde as estimativas dos parâmetros são
estatisticamente significantes com resíduos normalmente distribuídos,
55
homocedásticos e não autocorrelacionados. Apresenta-se essas variantes na Tabela
8 a seguir. Observa-se nessa tabela que, exceto a estimativa do intercepto (
0
β
), as
estimativas de todos os parâmetros são significantes.
Tabela 8
Variantes do modelo para a Importação, considerando o PIB
VARIANTES DO MODELO (3)
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA
-GENS
1 2 3
R
2
Ajustado
-
76,82% 75,53% 68,81%
0
β
Intercepto
-
-0,889
(-0,28)
-4,025
(-1,27)
-1,108
(-0,30)
1
β
Tendência
-
0,0079
(3,53)*
0,0071
(3,36)*
0,0062
(2,40)*
j = 2
-0,372
(-4,02)*
2
β
Câmbio
j = 3
-0,340
(-3,86)*
-0,282
(-2,65)*
3
β
C-Bond
k = 0
-0,00021
(-6,69)*
-0,00023
(-6,99)*
-0,00027
(-7,45)*
l = 0
1,525
(3,95)*
1,906
(4,91)*
4
β
PIB
l = 1
1,511
(3,47)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Observa-se na Tabela 8 acima, que ao se considerar o próprio PIB (e não
somente a parte cíclica dessa variável) é possível encontrar variantes em
concordância com o modelo de Mundell-Fleming, ou seja, com estimativas negativas
do parâmetro
2
β
que multiplica a variável Câmbio (-0,37, -0,34 e -0,28) e estimativas
positivas para o parâmetro
4
β
que multiplica o PIB (1,53, 1,91 e 1,51).
Verifica-se também, na seção 6.3.3, se a inclusão de uma variável Dummy no
modelo (3) possibilita encontrar outras variantes com estimativas para os parâmetros
que multiplicam as variáveis Câmbio e PIB, estatisticamente significantes e
coerentes com o modelo de Mundell-Fleming.
56
6.3.3 Modelo para a Importação considerando uma variável Dummy
Com a inclusão da variável Dummy no modelo (3), obteve-se somente seis
variantes cujas estimativas para os parâmetros
2
β
e
4
β
que multiplicam as variável
Câmbio e PIB, respectivamente, são significantes e coerentes com o modelo de
Mundell-Fleming. Em três das variantes obtidas, considera-se o Ciclo, nas outras
três, considera-se o PIB. Apresenta-se na Tabela 9 a seguir, essas variantes.
Tabela 9
Variantes do modelo para a Importação, considerando uma variável Dummy e um termo AR nos
resíduos
VARIANTES DO MODELO (3)
CICLO PIB
PARÂMETRO
VARIÁVEIS
DEFASA-
GENS
1 2 3 4 5 6
R
2
Ajustado
-
72,80% 77,03% 69,47% 72,46% 71,35% 78,04%
Dummy
-
-0,091
(-1,71)**
-0,025
(-0,78)
0,011
(0,31)
-0,119
(-2,14)*
-0,113
(-2,80)*
-0,081
(-2,16)*
0
β
Intercepto
-
10,56
(20,74)*
10,40
(27,94)*
10,54
(24,04)*
-2,74
(-0,64)
-8,92
(-2,56)*
-5,84
(-1,87)**
1
β
Tendência
-
0,0093
(2,79)*
0,0063
(2,78)*
0,0054
(2,19)*
0,0091
(2,60)*
0,0070
(2,73)*
0,0087
(4,07)*
j = 3
-0,17
(-1,87)**
-0,20
(-1,88)**
-0,28
(-3,26)*
2
β
Câmbio
j = 4
-0,23
(-1,88)**
-0,22
(-1,71)**
-0,16
(-1,69)***
k = 0
-0,00030
(-8,40)*
-0,00018
(-4,69)*
-0,00020
(-5,75)*
3
β
C-Bond
k = 1
-0,00018
(-3,25)*
-0,00028
(-5,84)*
-0,00018
(-3,02)*
l = 0
1,797
(3,27)*
1,362
(2,65)*
1,671
(3,12)*
2,421
(5,56)*
2,101
(5,55)*
4
β
CICLO / PIB
l = 1
1,749
(3,81)*
AR(1) -
0,33
(1,65)***
0,39
(2,00)**
AR(3) -
-0,46
(-2,52)*
AR(4) -
-0,57
(-3,10)*
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
*** Marginalmente significante à 10%.
Teste bi-caudal
Observa-se na Tabela 9 acima, que se obteve duas variantes onde não foi
necessário incluir um termo AR nos resíduos (variantes 5 e 6). As variantes são
estatisticamente significantes somente ao nível de significância de 10%. As variantes
57
1 e 5 apresentam, respectivamente, a estimativa do parâmetro que multiplica o
termo AR(1) e do parâmetro
2
β
, marginalmente significante à 10%. Nas variantes 2 e
3 obteve-se resíduos não autocorrelacionados somente ao se considerar nos
resíduos, um termo autoregressivo de terceira e quarta ordem, respectivamente.
Portanto, obteve-se 15 casos coerentes com o modelo de Mundell-Fleming (6
considerando-se somente a parte cíclica do PIB, 3 considerando-se o próprio PIB e 6
ao se incluir uma variável Dummy; 3 com Ciclo e 3 com PIB). Assim, de acordo com
o modelo de Mundell-Fleming, conclui-se que as importações brasileiras estão
relacionadas, no curto prazo, na forma como proposta no modelo (3), com a taxa de
câmbio real.
Observa-se na Tabelas 7 e na Tabela 9 que as estimativas para o parâmetro
2
β
variam entre -0,394 e -0,16, enquanto que para o parâmetro
4
β
, entre 1,207 e
2,421. Para uma interpretação desses resultados, tomemos a variante 4 da Tabela
9. Com as estimativas dessa variante obtém-se a seguinte equação:
+
×
×
+
×
+
×=
14
00018.022.00091.0119.074.2
ttt
CBONDCAMBIOtDUMMYIMP
ttt
PIB
εε
+×+×+
1
1
39.0671.1
Observa-se nessa equação que, ceteris paribus, uma diminuição (ou
aumento) de 1% na taxa de câmbio aumenta (ou diminui), em média, 0,22% as
importações brasileiras, enquanto que um aumento (ou diminuição) de 1% no PIB,
ceteris paribus, aumenta (ou diminui), em média, 1,671% as importações brasileiras.
Portanto, o impacto da variação da taxa de câmbio sobre as importações é pequena,
menor do que do que o impacto causado pela variação do PIB. Conclusões
análogas, com relação à magnitude das variações, são obtidas ao se analisar as
demais variantes.
Logo, os resultados obtidos mostram que a influência da taxa de câmbio
sobre as importações brasileiras é pequena, assim como sobre as exportações.
Conseqüentemente, o impacto sobre a balança comercial brasileira será pequeno
também.
58
Observa-se nas áreas sombreadas da Figura 8-(a) a seguir, os períodos em
que houve uma apreciação (depreciação) da taxa de câmbio real e um aumento
(diminuição) das importações brasileiras, conforme prevê a teoria econômica.
Observa-se ainda na Figura 8-(b), a similaridade do gráfico das importações
brasileiras e do PIB per capita, durante todo o período analisado, corroborando os
resultados obtidos na análise de regressão, de que as importações brasileiras
sofrem uma maior influência do PIB per capita brasileiro do que da taxa de câmbio
real.
9.2
9.3
9.4
9.5
9.6
9.7
9.8
9.9
10.0
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
5.0
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Importações brasileiras Taxa real de câmbio
Milhões de dólares
Índice média: 2000=100
9.2
9.3
9.4
9.5
9.6
9.7
9.8
9.9
7.86
7.88
7.90
7.92
7.94
7.96
7.98
8.00
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Importações brasileiras PIB per capita
Milhões de dólares
Milhões de reais
(a) (b)
Figura 8: (a) Importações brasileiras e Taxa de câmbio real; (b) Importações brasileiras e PIB
per capita.
Evidencia-se a validade das conclusões aqui apresentadas através da Figura
9 a seguir, que apresenta os gráficos dos reais valores observados para as
importações brasileiras durante o quarto trimestre de 1995 e o último trimestre de
2004 (linha cheia) e os valores ajustados pela equação de regressão da variante 6
da Tabela 9 (linha tracejada). Os três primeiros trimestres de 1995 não são incluídos
no gráfico devido às defasagens utilizadas na variante escolhida. Escolhe-se essa
variante pelo fato da mesma ser a que apresenta o maior R
2
dentre as variantes da
Tabela 9, as quais se considera serem as mais adequadas por incluírem a variável
Dummy. Observa-se nessa figura que os valores ajustados (ou previstos) pela
equação de regressão, são próximos dos valores observados, confirmando o fato da
taxa de câmbio ter pouca influência sobre as importações brasileiras.
59
Ressalta-se que nessa variante escolhida, as estimativas dos parâmetros que
multiplicam as variáveis Câmbio e PIB (-0,28 e 2,101, respectivamente), são
significantes ao nível de 1% (ponto crítico = 2,73).
9.3
9.4
9.5
9.6
9.7
9.8
9.9
96 97 98 99 00 01 02 03 04
Observado Ajustado
Milhões de dólares
Figura 9: Importações brasileiras observadas e valores ajustados pela variante 6 da Tabela 9
Apresenta-se na seção 8.3 uma análise de co-integração a fim de verificar se
é possível estabelecer uma relação de longo prazo entre as variáveis incluídas
nesse modelo.
60
7 TESTES DE RAÍZES UNITÁRIAS E CO-INTEGRAÇÃO
Diversos autores, entre eles: Greene (1997, p.841) e Wooldridge (2003,
p.344), afirmam que muitas variáveis econômicas apresentam uma tendência de
crescimento ao longo do tempo. Esse segundo autor acrescenta que, ao se ignorar
que duas variáveis apresentam tendência, pode-se concluir que mudanças em uma
variável são causadas por mudança da outra.
Variáveis que apresentam tendência de crescimento ao longo do tempo são
chamadas de não estacionárias.
Numa análise de regressão linear, segundo Wooldridge (2003, p.347), é
possível encontrar uma relação entre duas variáveis, simplesmente pelo fato de que
ambas crescem ao longo do tempo. Esse tipo de relação é chamada na literatura de
regressão espúria.
Para não incorrer no problema de regressão espúria, Pindyck & Rubinfeld
(1991, p.465) sugerem diferenciar as variáveis antes de se iniciar a análise de
regressão. Entretanto, esses autores observam que, apesar de aceitável, essa
técnica pode causar perdas de informações de longo prazo entre as duas variáveis.
Todavia, Phillips (1986) demonstra que é possível trabalhar com o nível das séries,
ou seja, sem perder as informações de longo prazo, sem correr o risco de se obter
regressões espúrias, se houver uma combinação linear dessas variáveis com
tendência, que seja estacionária.
Variáveis não estacionárias que apresentam uma combinação linear
estacionária são ditas ser co-integradas. Na seção 7.2, apresenta-se à teoria acerca
dos testes para se verificar se variáveis são co-integradas.
Apresenta-se na seção 8 uma análise de co-integração, com o objetivo de
verificar se existe uma relação de longo prazo entre as variáveis abordadas nesse
estudo. Para isso, é importante analisar se as séries macroeconômicas que serão
estudadas são, ou não, estacionárias. Nesse contexto, utiliza-se os testes de raiz
unitária, sobre os quais, faz-se uma introdução na seção 7.1.
61
7.1 Testes de Raiz Unitária
Classifica-se, na literatura econométrica, como I(0) uma série que é
estacionária e como I(d) uma série que, após d diferenças, se torna estacionária.
Para as séries I(d) diz-se que há a presença de raiz unitária.
Diferentes testes foram propostos para verificar se há estacionariedade em
uma série, entre eles: teste Aumentado de Dickey-Fuller (ADF), teste de Phillips-
Perron (PP) e teste de Kwaitkowski-Phillips-Schmidt-Shin (KPSS). Entretanto,
somente o teste ADF será abordado nesse estudo.
7.1.1 Teste Aumentado de Dickey-Fuller - ADF
A metodologia proposta por Dickey-Fuller (1979) para verificar a presença de
raiz unitária em uma série
t
y é testar H
0
: 0
=
δ
contra H
1
: 0<
δ
para um dos
seguintes modelo:
t
p
i
ititt
yyty
εγδβα
+Δ+++=Δ
=
1
1
... , (4)
t
p
i
ititt
yyy
εγδα
+Δ++=Δ
=
1
1
.. , (5)
t
p
i
ititt
yyy
εγδ
+Δ+=Δ
=
1
1
.. , (6)
onde
t
ε
é um ruído branco, Δ é o operador diferença (por exemplo,
1
=Δ
ttt
yyy ) e
p
é o número de defasagens da variável dependente
t
y a ser considerado.
Brooks (2002, p.380) afirma que o valor de
p
(o número “ótimo” de
defasagens da variável
t
y ) a ser incluída nesses modelos, deve ser aquele que
assegure que os resíduos
t
ε
não sejam correlacionados. Esse autor sugere duas
metodologias para a escolha desse valor. A primeira é decidir baseado na
freqüência dos dados. Por exemplo: se os dados são anuais, utiliza-se p = 12; se os
dados são trimestrais, utiliza-se p = 4. A segunda é decidir baseado em algum
critério de informação. Desse modo, seleciona-se o valor de p que minimiza o critério
utilizado. Diferentes critérios são propostos, entre eles: Schwarz Information
62
Criterion (SIC), Akaike Information Criterion (AIC) e Hannan-Quinn Criterion (HQ).
Utilizou-se nesse trabalho, a segunda metodologia através do critério SIC.
Observa-se que no modelo (4), inclui-se uma constante (
α
) e uma tendência
linear ( t.
β
), enquanto (5) inclui somente uma constante e (6) não inclui constante e
tendência.
Segundo Johnston e DiNardo (1997, p.224), a estatística de teste proposta
por Dickey e Fuller (1979), sob a hipótese nula de presença de raiz unitária, não
segue uma distribuição t-Student, e que, como pontos críticos, são usados os
resultados de Dickey (1975), mas que o trabalho, mais recente, de MacKinnon
(1991) apresenta resultados, que permitem calcular os pontos críticos do teste ADF
para qualquer tamanho de amostra e para diferentes especificações do modelo de
regressão que é utilizado no teste. Utiliza-se, nesse estudo, os pontos críticos
obtidos por MacKinnon (1991) como pontos críticos para o teste ADF. Esses valores
dependem do modelo utilizado, do número de defasagens incluídas no modelo e do
número de observações (tamanho da amostra).
Apresenta-se na seção 7.2 a seguir, o básico referente à co-integração.
Maiores detalhes sobre o assunto podem ser encontrados em Brooks (2000).
7.2 Co-integração
A definição de co-integração de Engle e Granger (1987) é a seguinte:
Seja
t
x um vetor (N x 1). Os componentes de
t
x são ditos co-integrados de
ordem (d,b), denotado por
(
)
bdCIx
t
,~ , se:
1. todos os componentes de
t
x são I(d);
2. existe um vetor 0
α
tal que
(
)
bdIxz
tt
= ~
'
α
, b > 0.
O vetor
α
é chamado vetor de co-integração.
Para o caso restrito em que d = b = 1, um conjunto de variáveis será co-
integrada se uma combinação linear delas é estacionária.
63
Segundo Brooks (2002, p.388) uma relação de co-integração pode visto como
um fenômeno de equilíbrio em longo prazo. Assim, é possível que as variáveis co-
integradas divirjam no curto prazo, mas esse equilíbrio retornará no longo prazo.
Brooks (2002, p.393) descreve três métodos para investigar se séries não
estacionárias são co-integradas, são eles: Engle-Granger, Engle-Yoo e Johansen.
Utiliza-se, nesse estudo, somente o método proposto por Johansen (1988)
para verificar a existência de uma relação de longo prazo entre as variáveis
analisadas, pois segundo Johnston e DiNardo (1997, p.302) “esse método é o que
tem recebido mais atenção de pesquisadores e desenvolvedores de softwares por
se tratar de um método baseado na máxima verossimilhança, o qual garante as
propriedades de um bom estimador”.
A vantagem do método de Johansen é que, por ser um método multivariado,
possibilita testar a existência de mais de um vetor de co-integração quando se
dispõem de mais de uma variável independente.
Apresenta-se resumidamente a seguir, a metodologia de Johansen. Encontra-
se mais detalhes sobre esse método em Brooks (2000, p.403).
Supondo que as g 2 variáveis que estão sendo consideradas (
g
yyy ,,,
21
K
)
sejam I(1). Um vetor autoregressivo (VAR) pode ser escrito da seguinte forma:
++
+
=
L
M
L
MOMM
L
L
M
L
MOMM
L
L
M
2
22
21
21
22221
11211
1
12
11
21
22221
11211
2
1
.
222
222
222
.
111
111
111
gt
t
t
gggg
g
g
gt
t
t
gggg
g
g
gt
t
t
y
y
y
y
y
y
y
y
y
βββ
βββ
βββ
βββ
βββ
βββ
t
kgt
kt
kt
gggg
g
g
y
y
y
kkk
kkk
kkk
ε
βββ
βββ
βββ
+
+
M
L
MOMM
L
L
2
1
21
22221
11211
.
(7)
ou resumidamente como
tktttt
ykyyy
ε
β
β
β
+
+
+
+
=
..2.1
21
L
(8)
64
onde
kttt
yyy
,,,
1
K são vetores de ordem g x 1 e k
β
β
β
,,2,1 K são matrizes de
ordem g x g como dadas em (7).
O método de Johansen necessita que o VAR dado em (8) seja transformado
em um Vetor de Correção de Erro (VEC) da forma
tktkttktt
yyyyy
ε
+
Δ
Γ
+
+
Δ
Γ
+
Δ
Γ
+Π=
Δ
)1(2211
.... L
,
onde:
g
k
j
k
I=Π
=1
β
,
=
=Γ
i
j
gji
I
1
β
,
g
I
é a matriz identidade de ordem g e
Δ
é o operador diferença (por exemplo,
1
=Δ
ttt
yyy ).
Para testar a hipótese sobre o número de vetores co-integração, Johansen
propõe duas estatísticas de teste dadas por
()
+=
=
g
ri
itraço
Tr
1
)
ˆ
1ln(.
λλ
(9)
(
)
(
)
1max
ˆ
1ln.1;
+
=+
r
Trr
λλ
(10)
onde r é o número de vetores de co-integração sobre hipótese nula e
i
λ
ˆ
é a i-ésima
maior estimativa dos autovalores da matriz
Π
.
Segundo Brooks (2000, p.405),
traço
λ
dado em (9) é um teste conjunto para
todos os autovalores, onde a hipótese nula é de que o número de vetores de co-
integração é menor ou igual a r contra a hipótese alternativa de que existem mais do
que r.
max
λ
dado em (10) é conduzido de forma a se testar separadamente para cada
autovalor a hipótese nula de que existem r vetores de co-integração contra a
hipótese alternativa de que existem r+1.
A metodologia para realização desses testes é a seguinte:
65
1. Testa-se a hipótese nula de que não há vetores de co-integração (H
0
: r = 0)
contra a hipótese alternativa de que há algum vetor (H
1
: 0 < r g);
2. Se as estatísticas de teste (
traço
λ
e
max
λ
) são maiores do que seus respectivos
pontos críticos, rejeita-se a hipótese nula de que não há vetor de co-
integração e repete-se o procedimento para a hipótese nula de que há no
máximo um vetor de co-integração (H
0
: r = 1) contra a hipótese alternativa de
que há mais de um vetor (H
1
: 1 < r g);
3. Se as estatísticas de teste (
traço
λ
e
max
λ
) são maiores do que seus respectivos
pontos críticos, rejeita-se a hipótese de existência de no máximo um vetor e
repete-se o procedimento para no máximo dois vetores, e assim
sucessivamente (para um número máximo de g – 1 vetores), até que não se
rejeite a hipótese nula de que existem k vetores de co-integração.
Brooks (2000, p.405) afirma que os pontos críticos para esses dois testes
foram determinados por Johansen e Juselius (1990) e, de forma mais completa por
Osterwald-Lenum (1992). Entretanto, MacKinnon, Haug e Michelis (1999)
apresentam novos pontos críticos argumentando que os anteriormente determinados
não são muito precisos.
Determinado o número de vetores de co-integração obtêm-se a matriz
Π
, a
partir da qual é possível escrever equações separadas para cada uma das variáveis
do vetor
t
yΔ . O coeficiente dessa equação compõe o(s) vetor(es) de co-integração.
É comum se apresentar o vetor de co-integração com os coeficientes com
sinais invertidos e normalizados, que são obtidos ao se dividir os coeficientes das
variáveis independentes originalmente obtidos pelo coeficiente da variável
dependente. Apresenta-se na seção 8 a seguir, o estudo sobre a existência de uma
relação de longo prazo entre a balança comercial brasileira e as variáveis
macroeconômicas: Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais. Verifica-se
também se essas variáveis são co-integradas com as exportações e importações
brasileiras. Ressalta-se que, diferentemente da análise de regressão onde se
considera o PIB e o Ciclo, trabalha-se nos testes de co-integração, a seguir, apenas
com a série original do PIB.
66
8 ANÁLISE DE CO-INTEGRAÇÃO
Conforme a definição de co-integração de Engle e Granger (veja seção 7.2), o
primeiro passo para testar se as variáveis são co-integradas é verificar se todas são
integradas de mesma ordem. Para isso será utilizado o teste ADF. Conforme citado
na seção 7.1.1, esse teste pode ser realizado sob três formas: a primeira considera a
presença de um intercepto e de uma tendência linear a segunda considera, somente
um intercepto e a terceira não considera constante e tendência, (veja,
respectivamente, modelo (4), (5) e (6) na seção 7.1.1).
Como as variáveis aparentam apresentar uma tendência (veja Figura 3, na
seção 4), serão apresentados os testes ADF para os modelos (4) e (5). Os testes
para o modelo (6) não serão realizados por entender-se que esse modelo não é
adequado às variáveis analisadas.
Nas tabelas em que se apresentam os resultados dos testes ADF, inclui-se a
estatística de teste, o número de defasagens “ótimo” determinado pelo SIC e o ponto
crítico correspondente aos níveis de 1%, 5% e 10%, dado por MacKinnon (1991).
No teste ADF, as hipóteses nula (H
0
) e alternativa (H
1
) são:
H
0
: Presença de raiz unitária;
H
1
: Ausência de raiz unitária = Estacionariedade = I(0).
Apresenta-se na Tabela 10, a seguir, o teste ADF para os reais valores
observados (nível) para as variáveis: Balança Comercial, Importação, Exportação,
Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais, considerando o modelo (5).
67
Tabela 10
Teste ADF para o nível das variáveis, com modelo (5) que considera somente um intercepto
PONTO CRÍTICO*
VARIÁVEL
NÚMERO
ÓTIMO DE
DEFASAGENS
NÍVEL
t
ESTATÍSTICA
DE TESTE
PRESENÇA
DE RAÍZ
UNITÁRIA?
1% -3,610453 Sim
5% -2,938987 Sim
Balança
Comercial
0
10% -2,607932
-0,066102
Sim
1% -3,626784 Sim
5% -2,945842 Não
Importação 3
10% -2,611531
-3,434464
Não
1% -3,610453 Sim
5% -2,938987 Sim
Exportação 0
10% -2,607932
0,815550
Sim
1% -3,610453 Sim
5% -2,938987 Sim
Câmbio 0
10% -2,607932
-1,198510
Sim
1% -3,615588 Sim
5% -2,941145 Sim
C-Bond 1
10% -2,609066
-2,873742
Não
1% -3,610453 Sim
5% -2,938987 Sim
PIB 0
10% -2,607932
-2,446825
Sim
1%
-3,615588
Sim
5%
-2,941145
Sim
Importações
Mundiais
1
10%
-2,609066
1,722034
Sim
* Teste unicaudal à esquerda.
* Pontos críticos dados por MacKinnon (1991).
Considerando-se somente uma constante, observa-se que em todas as
variáveis há presença de raiz unitária, pois a estatística de teste é maior do que o
respectivo ponto crítico, a não ser para a variável Importação, para um nível maior
ou igual a 5% e para a variável C-Bond ao nível de 10%.
Na Tabela 11 a seguir, apresenta-se o teste ADF para a primeira diferença
das variáveis: Balança Comercial, Importação, Exportação, Câmbio, C-Bond, PIB e
Importações Mundiais, para o modelo (5).
Observa-se a Tabela 11 que para a primeira diferença das variáveis, não há
indícios da presença de raiz unitária, ou seja, na primeira diferença, todas as
variáveis são estacionárias, pois a estatística de teste é menor do que o respectivo
ponto crítico, exceto para a primeira diferença da variável Importações Mundiais, que
ao nível de significância de 1% ainda apresenta raiz unitária. O teste ADF mostra
que a segunda diferença dessa variável é estacionária.
68
Tabela 11
Teste ADF para a 1
a
. diferença das variáveis, com modelo (5) que considera somente um intercepto
PONTO CRÍTICO*
VARIÁVEL
NÚMERO
ÓTIMO DE
DEFASAGENS
NÍVEL
t
ESTATÍSTICA
DE TESTE
PRESENÇA
DE RAÍZ
UNITÁRIA?
1% -3,615588 Não
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença da
Balança
Comercial
0
10% -2,609066
-6,877495
Não
1% -3,615588 Não
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença da
Importação
0
10% -2,609066
-6,006314
Não
1% -3,615588 Não
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença da
Exportação
0
10% -2,609066
-6,182466
Não
1% -3,615588 Não
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença do
Câmbio
0
10% -2,609066
-5,447104
Não
1% -3,615588 Não
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença do
C-Bond
0
10% -2,609066
-4,145607
Não
1% -3,615588 Não
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença do
PIB
0
10% -2,609066
-7,333178
Não
1% -3,615588 Sim
5% -2,941145 Não
1
a
. diferença das
Importações
Mundiais
0
10% -2,609066
-3,521064
Não
* Teste unicaudal à esquerda.
* Pontos críticos dados por MacKinnon (1991).
Apresenta-se na Tabela 12 a seguir, para os níveis de significância de 1%,
5% e 10%, a ordem de integração das variáveis, obtidas considerando-se o modelo
(5). Observa-se que, em nenhum dos níveis de significância considerados, é
possível afirmar que todas as variáveis possuem uma raiz unitária, pois ao nível de
1% a variável Importações Mundiais é I(2), a variável C-Bond é I(0) aos níveis de 5%
e 10% e a variável C-Bond também é I(0) à 10%.
Tabela 12
Ordem de integração das variáveis, para o modelo (5) que considera um intercepto
NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA
VARIÁVEIS
1% 5% 10%
Balança Comercial I(1) I(1) I(1)
Importação I(1) I(0) I(0)
Exportação I(1) I(1) I(1)
Câmbio I(1) I(1) I(1)
C-Bond I(1) I(1) I(0)
PIB I(1) I(1) I(1)
Import. Mundiais I(2) I(1) I(1)
69
Apresenta-se na Tabela 13 a seguir, o teste ADF para o modelo (4).
Tabela 13
Teste ADF para o nível das variáveis, com modelo (4) que considera intercepto e tendência
PONTO CRÍTICO*
VARIÁVEL
NÚMERO
ÓTIMO DE
DEFASAGENS
NÍVEL
t
ESTATÍSTICA
DE TESTE
PRESENÇA
DE RAÍZ
UNITÁRIA?
1% -4,211868 Sim
5% -3,529758 Sim
Balança
Comercial
0
10% -3,196411
-1,569147
Sim
1% -4,211868 Sim
5% -3,529758 Sim
Importação 0
10% -3,196411
-1,566912
Sim
1% -4,211868 Sim
5% -3,529758 Sim
Exportação 0
10% -3,196411
-0,832018
Sim
1% -4,211868 Sim
5% -3,529758 Sim
Câmbio 0
10% -3,196411
-2,238996
Sim
1% -4,219126 Sim
5% -3,533083 Sim
C-Bond 1
10% -3,198312
-2,846421
Sim
1% -4,211868 Sim
5% -3,529758 Sim
PIB 0
10% -3,196411
-2,855659
Sim
1% -4,219126 Sim
5% -3,533083 Sim
Importações
Mundiais
1
10% -3,198312
-0,482609
Sim
* Teste unicaudal à esquerda.
* Pontos críticos dados por MacKinnon (1991).
Observa-se na Tabela 13 acima que em todas as variáveis analisadas, há
presença de raiz unitária, independente do nível de significância considerado, pois a
estatística de teste é maior do que o respectivo ponto crítico.
Apresenta-se na Tabela 14 a seguir, o teste ADF para a primeira diferença
das variáveis, considerando-se o modelo (4).
Observa-se que a primeira diferença de todas as variáveis não apresentam
raiz unitária, pois a estatística de teste é menor do que o respectivo ponto crítico,
exceto para a primeira diferença do C-Bond, que ao nível de significância de 1%
ainda apresenta raiz unitária. O teste ADF mostra que a segunda diferença dessa
variável é estacionária.
70
Tabela 14
Teste ADF para a 1
a
. diferença das variáveis, com modelo (4) que considera intercepto e tendência
PONTO CRÍTICO*
VARIÁVEL
NÚMERO ÓTIMO
DE
DEFASAGENS
NÍVEL
t
ESTATÍSTICA DE
TESTE
PRESENÇA
DE RAÍZ
UNITÁRIA?
1% -4,226815 Não
5% -3,536601 Não
1
a
. diferença da
Balança
Comercial
1
10% -3,200320
-6,833427
Não
1% -4,219126 Não
5% -3,533083 Não
1
a
. diferença da
Importação
0
10% -3,198312
-6,075346
Não
1% -4,219126 Não
5% -3,533083 Não
1
a
. diferença da
Exportação
0
10% -3,198312
-6,452546
Não
1% -4,219126 Não
5% -3,533083 Não
1
a
. diferença do
Câmbio
0
10% -3,198312
-5,376078
Não
1% -4,219126 Sim
5% -3,533083 Não
1
a
. diferença do
C-Bond
0
10% -3,198312
-4,087911
Não
1% -4,219126 Não
5% -3,533083 Não
1
a
. diferença do
PIB
0
10% -3,198312
-7,210154
Não
1% -4,219126 Não
5% -3,533083 Não
1
a
. diferença das
Importações
Mundiais
0
10% -3,198312
-4,236380
Não
* Teste unicaudal à esquerda.
* Pontos críticos dados por MacKinnon (1991).
Apresenta-se na Tabela 15 a seguir, para os níveis de significância de 1%,
5% e 10%, a ordem de integração das variáveis, obtidas considerando-se o modelo
(4). Observa-se que para os níveis de significância de 5% e de10%, conclui-se que
todas as variáveis consideradas possuem uma raiz unitária. O mesmo não se pode
afirmar ao nível de 1%, uma vez que a variável C-Bond possui duas raízes unitárias.
Tabela 15
Ordem de integração das variáveis, para o modelo (4) que considera intercepto e tendência
NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA
VARIÁVEIS
1% 5% 10%
Balança Comercial I(1) I(1) I(1)
Importação I(1) I(1) I(1)
Exportação I(1) I(1) I(1)
Câmbio I(1) I(1) I(1)
C-Bond I(2) I(1) I(1)
PIB I(1) I(1) I(1)
Import.Mundiais I(1) I(1) I(1)
71
Observa-se que é possível chegar a diferentes conclusões sobre as ordens
de integração das variáveis, dependendo do nível de significância e do modelo
utilizado. Uma metodologia que poderia ser utilizada seria escolher o modelo (4) que
inclui o intercepto e a tendência linear, uma vez que os outros são casos especiais
desse, quando o parâmetro que multiplica o intercepto, ou a tendência, é nulo.
Entretanto, incluir regressores irrelevantes no modelo irá reduzir o poder do teste. A
recomendação é escolher o modelo que seja razoável para descrever os dados.
Para uma discussão desse assunto, veja Hamilton (1994, p.501).
Para o teste de co-integração de Johansen diferentes suposições são
possíveis com relação à presença, ou ausência, do intercepto e da tendência na
equação de co-integração e nas séries de dados. Enumera-se essas suposições na
Tabela 16 a seguir. Ambos os casos supõem que há uma tendência linear na série
de dados. A suposição 1 é de que a equação de co-integração, possui um
intercepto, mas não uma tendência, enquanto a suposição 2 é de que a equação de
co-integração possui um intercepto e uma tendência.
Tabela 16
Possíveis suposições sobre a presença do intercepto e da tendência no teste de Johansen
Suposição
1 2
Na Série
Tendência Linear Linear
Intercepto Sim Sim
Na Equação de
Co-integração
Tendência Não Sim
Apesar de se entender que a suposição 2 seja a mais adequada às séries
abordadas nesse estudo, apresenta-se, para as variáveis Balança Comercial,
Exportação e Importação, respectivamente, nas seções 8.1, 8.2 e 8.3 a seguir, os
resultados obtidos sobre o número de equações de co-integração entre essas
variáveis e as variáveis independentes: Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações
Mundiais, também para quando se considera a suposição 1, citada na Tabela 16.
Todos os testes baseam-se nos pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e
Michelis (1999). Obtêm-se as mesmas conclusões ao se utilizar os pontos críticos
dados por Osterwald-Lenum (1992).
72
8.1 Balança Comercial
Apresenta-se nas Tabela 17 e 18 a seguir, o teste de Johansen, para o
número de vetores de co-integração entre a Balança Comercial e as variáveis
independentes: Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais, baseado nas
estatísticas de teste
traço
λ
e
max
λ
, dadas em (9) e (10), respectivamente. Utiliza-se a
suposição 1 (veja Tabela 16) para se obter os resultados da Tabela 17, enquanto os
resultados da Tabela 18, são obtidos ao se utilizar à suposição 2.
Tabela 17
Teste de Johansen para o número de equações de co-integração (usando suposição 1)
H
0
: N
o
de
Equações de
Co-integração
Autovalor
Estatística de
Teste (
traço
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Estatística de
Teste (
max
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Nenhuma 0,545876 75,82664 69,81889 29,99666 33,87687
No máximo 1 0,468275 45,82998 47,85613 - -
* pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e Michelis (1999).
* teste unicaudal à direita
Observa-se na Tabela 17 que, ao se basear o teste de Johansen na
estatística de teste
traço
λ
, rejeita-se a hipótese “H
0
= não há vetores de co-
integração”, pois a estatística de teste (75,82664) é maior do que o respectivo ponto
crítico, ao nível de 5% (69,81889). A hipótese “H
0
= existe no máximo um vetor de
co-integração” não deve ser rejeitada, pois a estatística de teste (45,82998) é menor
do que o respectivo ponto crítico (47,85613). Assim, sob a suposição 1, o teste de
Johansen baseado no
traço
λ
indica que existe um vetor de co-integração. Ainda sob a
mesma suposição, mas baseando-se o teste de Johansen na estatística
max
λ
, não se
rejeita a hipótese “H
0
= não há vetores de co-integração”, pois a estatística de teste
(29,99666) é menor do que o respectivo ponto crítico, ao nível de 5% (33,87687).
Assim, sob a suposição 1, o teste de Johansen baseado no
max
λ
, indica não existir
vetores de co-integração e, dessa forma, não é necessário realizar esse teste sob a
hipótese “H
0
= existe no máximo um vetor de co-integração”.
73
Verifica-se na Tabela 18 a seguir, as conclusões do teste de Johansen para o
número de vetores de co-integração existente entre a variável Balança Comercial e
as demais variáveis independentes, ao se considerar a presença de um intercepto e
de uma tendência (suposição 2).
Tabela 18
Teste de Johansen para o número de equações de co-integração (usando suposição 2)
H
0
: N
o
de
Equações de
Co-integração
Autovalor
Estatística de
Teste (
traço
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Estatística de
Teste (
max
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Nenhuma 0,581417 98,74804 88,80380 33,09347 38,33101
No máximo 1 0,481937 65,65457 63,87610 - -
No máximo 2 0,431302 40,66354 42,91525 - -
* pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e Michelis (1999).
* teste unicaudal à direita
Observa-se na Tabela 18 que, ao se basear o teste de Johansen na
estatística de teste
traço
λ
, rejeita-se a hipótese “H
0
= não há vetores de co-
integração”, pois a estatística de teste (98,74804) é maior do que o respectivo ponto
crítico, ao nível de 5% (88,80380). Rejeita-se também a hipótese “H
0
= existe no
máximo um vetor de co-integração”, pois a estatística de teste (65,65457) também é
maior do que o respectivo ponto crítico (63,87610), entretanto, não se deve rejeitar a
hipótese “H
0
= existe no máximo dois vetores de co-integração”, pois a estatística de
teste (40,66354) é menor do que o respectivo ponto crítico (42,91525). Assim, sob a
suposição 2, o teste de Johansen baseado no
traço
λ
indica que existem dois vetores
de co-integração. Ainda sob a mesma suposição, mas baseando-se o teste de
Johansen na estatística
max
λ
, não se rejeita a hipótese “H
0
= não há vetores de co-
integração”, pois a estatística de teste (33,09347) é menor do que o respectivo ponto
crítico (38,33101). Assim, sob a suposição 2, o teste de Johansen baseado no
max
λ
,
indica não existir vetores de co-integração e não é necessário realizar esse teste sob
a hipótese “H
0
= existe no máximo um vetor de co-integração”.
Apresenta-se na Tabela 19 a seguir, as conclusões do teste de Johansen
apresentados nas Tabela 17 e Tabela 18, sobre o número de vetores de co-
integração entre a Balança Comercial e as demais variáveis independentes.
74
Observa-se que diferentes conclusões são possíveis, acerca do número de vetores
de co-integração, dependendo da suposição e da estatística de teste utilizada.
Tabela 19
Número de equações de co-integração de acordo com a suposição utilizada
Suposição
Estatística de
teste
1 2
traço
λ
1 2
max
λ
0 0
Como o teste baseado na estatística de teste
traço
λ
, indica existir vetor(es) de
co-integração entre a Balança Comercial e as variáveis independentes: Câmbio
Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais, apresenta-se na Tabela 20 a seguir, os
vetores de co-integração obtidos pelo método de Johansen, para os casos que em
se considera as duas diferentes suposições sobre a presença do intercepto e da
tendência (veja Tabela 16). A análise da significância econômica desses vetores
deve ser realizada invertendo-se os sinais das estimativas.
Observa-se na Tabela 20 a seguir que, ao se utilizar à suposição 1, não se
obteve uma estimativa significante para o parâmetro que multiplica a variável
Câmbio, além do fato que, invertendo-se o sinal dessa estimativa, tem-se uma
estimativa negativa (-1383,703), o que está em desacordo com o modelo de
Mundell-Fleming (veja seção 6.1). Portanto, esse vetor, obtido sob a suposição 1, é
inválido por ser incoerente com a teoria econômica.
75
Tabela 20
Vetores de co-integração para a Balança Comercial
Suposição 2
Suposição 1
1
o
Vetor de
Co-integração
2
o
Vetor de
Co-integração
Variáveis
Estimativas
(Desvio Padrão)
[Estatística t]
Estimativas
(Desvio Padrão)
[Estatística t]
Estimativas
(Desvio Padrão)
[Estatística t]
1t
BC
1,000000 1,000000 0,000000
1t
CÂMBIO
1383,703
(1291,29)
[1,07156]
0,000000 1,000000
1t
CBOND
-1,819436
(0,76036)
[-2,39285]*
-25,37873
(4,86883)
[-5,21249]*
0,005067
(0,00107)
[4,72598]*
1t
PIB
44945,03
(6179,73)
[7,27298]*
-102305,2
(52650,1)
[-1,94312]**
31,94133
(11,5952)
[2,75471]*
1t
IMPMUND
-22435,77
(1824,38)
[-12,2977]*
-90451,45
(19817,1)
[-4,56431]*
15,80560
(4,36434)
[3,62154]*
Tendência -
1144,435
(279,171)
[4,09940]*
-0,276535
(0,06148)
[-4,49783]*
Intercepto -42359,78 2097594,0 -481,7654
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Considera-se que o modelo que supõem a presença de intercepto e tendência
na equação de co-integração, além de tendência nas séries (suposição 2), o mais
adequado. Apresenta-se também na Tabela 20 acima, os dois vetores de co-
integração obtidos pelo método de Johansen e observa-se que ambos vetores
apresentam estimativas estatisticamente significantes.
Apresenta-se na Tabela 21 a seguir, o VEC que considera os dois vetores
obtidos ao se utilizar a suposição 2 no método de Johansen. Entretanto, Gonzaga e
Corseuil (1997) ressaltam que
“[...] no caso de dois vetores de co-integração, perde-se o significado de
relação de longo prazo compartilhada pelas variáveis, como se interpreta
no caso de apenas um vetor de co-integração. O motivo é que, na verdade,
o que é estimado é o sub-espaço de co-integração […]. Em compensação,
é possível testar (via testes de razão de verossimilhança) se algum vetor de
co-integração sugerido pela literatura faz parte do sub-espaço aqui
estimado. O problema é que a teoria só nos informa a respeito dos sinais,
mas nada sobre a magnitude dos coeficientes […]”.
Esses testes não serão executados neste trabalho, sugerindo-os para trabalhos
futuros.
76
Dessa forma, sobre o VEC que se apresenta na Tabela 21 abaixo, é possível
somente observar o significado da relação de curto prazo que as variáveis
independentes exercem sobre a balança comercial brasileira. Observa-se nessa
tabela que somente as estimativas que multiplicam os vetores de co-integração e a
variável Importações Mundiais são estatisticamente significantes, sendo que para
essa última à estimativa foi de 13577,36, o que nos leva a concluir que, ceteris
paribus, uma variação de 1% nas importações mundiais foram seguidas, no curto
prazo, por uma variação média de aproximadamente US$ 135,77 milhões na
balança comercial brasileira no período sob estudo. Esse resultado está próximo
daquele apresentado na seção 6.1. As estimativas das demais variáveis não são
estatisticamente significantes. Conclui-se, assim, que variações no PIB, no C-Bond e
na taxa de câmbio real não afetam, no curto prazo, o saldo da balança comercial
brasileira.
Tabela 21
Vetor de Correção de Erro para a Balança Comercial
t
BC
Δ
VEC
Estimativas Desvio Padrão Estatística t
1
o
Vetor de
Co-integração
-0,448246 0,24752 -1,81091**
2
o
Vetor de
Co-integração
-2033,491 1110,03 -1,83193**
1
Δ
t
BC
0,006234 0,19485 0,03199
1
Δ
t
CÂMBIO -107,3566 2686,97 0,03995
1
Δ
t
CBOND
1,132523 1,17905 0,96054
1
Δ
t
PIB
-7357,967 9356,94 -0,78636
1
Δ
t
IMPMUND
13577,36 6443,43 2,10716*
Intercepto 94,07117 190,074 0,49492
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Portanto, da análise realizada, conclui-se que existe um relacionamento de
longo prazo entre a balança comercial brasileira e as demais variáveis econômicas
incluídas nesse estudo (taxa de câmbio real, C-Bond, PIB e importações mundiais).
Entretanto, não foi possível determinar a magnitude do impacto de cada uma dessas
variáveis sobre o saldo da balança comercial, no longo prazo, em virtude do teste de
77
Johansen indicar a existência de dois vetores de co-integração. No curto prazo,
observa-se que o impacto das variações das importações mundiais sobre o saldo da
balança comercial brasileira é estatisticamente significante. Observa-se, todavia, que
a estimativa que multiplica a variável Câmbio apresenta-se com o sinal contrário ao
esperado pela teoria econômica e que a mesma não é estatisticamente significante.
Assim, não se vê evidências que possibilite afirmar que a balança comercial sofra
impactos significativos causados pelas variações da taxa de câmbio.
8.2 Exportação
Apresenta-se nas Tabela 22 e 23 a seguir, o teste de Johansen, para o
número de vetores de co-integração entre a Exportação e as variáveis
independentes: Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais, baseado nas
estatísticas de teste
traço
λ
e
max
λ
, dadas em (9) e (10), respectivamente. Utiliza-se a
suposição 1 (veja Tabela 16) para se obter os resultados da Tabela 22, enquanto os
resultados da Tabela 23, são obtidos ao se utilizar à suposição 2.
Tabela 22
Teste de Johansen para o número de equações de co-integração (usando suposição 1)
H
0
: N
o
de
Equações de
Co-integração
Autovalor
Estatística de
Teste (
traço
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Estatística de
Teste (
max
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Nenhuma 0,552406 66,36596 69,81889 30,54702 33,87687
No máximo 1 0,365140 - - - -
* pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e Michelis (1999).
* teste unicaudal à direita
Observa-se na Tabela 22 que, ao se basear o teste de Johansen na
estatística de teste
traço
λ
, não se rejeita a hipótese “H
0
= não há vetores de co-
integração”, pois a estatística de teste (66,36596) é menor do que o respectivo ponto
crítico, ao nível de 5% (69,81889). Assim, sob a suposição 1, o teste de Johansen
baseado no
traço
λ
indica que não existe um vetor de co-integração e, dessa forma,
não é necessário realizar esse teste sob a hipótese “H
0
= existe no máximo um vetor
de co-integração”. Ainda sob a mesma suposição, mas baseando-se o teste de
78
Johansen na estatística
max
λ
, também não se rejeita a hipótese “H
0
= não há vetores
de co-integração”, pois a estatística de teste (29,99666) é menor do que o respectivo
ponto crítico, ao nível de 5% (33,87687). Assim, sob a suposição 1, o teste de
Johansen baseado no
max
λ
, indica não existir não vetores de co-integração.
Portanto, os resultados do teste de Johansen evidenciam não existir vetor de co-
integração, considerando-se a ausência da tendência no modelo (suposição 1).
Verifica-se na Tabela 23 a seguir, as conclusões do teste de Johansen para o
número de vetores de co-integração existente entre a variável Exportação e as
demais variáveis independentes, ao se considerar a presença de um intercepto e de
uma tendência (suposição 2).
Tabela 23
Teste de Johansen para o número de equações de co-integração (usando suposição 2)
H
0
: N
o
de
Equações de
Co-integração
Autovalor
Estatística de
Teste (
traço
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Estatística de
Teste (
max
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Nenhuma 0,581941 89,99208 88,80380 33,14103 38,33101
No máximo 1 0,439819 56,85105 63,87610 - -
* pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e Michelis (1999).
* teste unicaudal à direita
Observa-se na Tabela 23 que, ao se basear o teste de Johansen na
estatística de teste
traço
λ
, rejeita-se a hipótese “H
0
= não há vetores de co-
integração”, pois a estatística de teste (89,99208) é maior do que o respectivo ponto
crítico, ao nível de 5% (88,80380). Entretanto, não se rejeita a hipótese “H
0
= existe
no máximo um vetor de co-integração”, pois a estatística de teste (56,85105) é
menor do que o respectivo ponto crítico (63,87610). Assim, sob a suposição 2, o
teste de Johansen baseado no
traço
λ
indica que existe um vetor de co-integração.
Ainda sob a mesma suposição, mas baseando-se o teste de Johansen na estatística
max
λ
, não se rejeita a hipótese “H
0
= não há vetores de co-integração”, pois a
estatística de teste (33,14103) é menor do que o respectivo ponto crítico (38,33101).
Assim, sob a suposição 2, o teste de Johansen baseado no
max
λ
, indica não existir
vetores de co-integração e, dessa forma, não é necessário realizar esse teste sob a
hipótese “H
0
= existe no máximo um vetor de co-integração”.
79
Apresenta-se na Tabela 24 a seguir, as conclusões do teste de Johansen
apresentados nas Tabela 22 e Tabela 23, sobre o número de vetores de co-
integração entre a Exportação e as demais variáveis independentes. Observa-se
que diferentes conclusões são possíveis, acerca do número de vetores de co-
integração, dependendo da suposição e da estatística de teste utilizada.
Tabela 24
Número de equações de co-integração de acordo com a suposição utilizada
Suposição
Estatística de
teste
1 2
traço
λ
0 1
max
λ
0 0
Como o teste baseado na estatística de teste
traço
λ
, sob a suposição 2, indica
existir vetor de co-integração entre a Exportação e as variáveis independentes:
Câmbio Real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais, apresenta-se na Tabela 25 a
seguir, o vetor obtido pelo método de Johansen, sob essa suposição. Observa-se
nessa tabela que se obteve, invertendo-se o sinal, uma estimativa positiva e
estatisticamente significante de 0,962920 para o parâmetro que multiplica a variável
Importações Mundiais. Para o parâmetro que multiplica a variável Câmbio, obteve-se
uma estimativa de -0,375298. Esse resultado é contrário ao que se espera pelo
modelo de Mundell-Fleming.
Tabela 25
Vetores de co-integração para a Exportação
Suposição 2
Variáveis
Estimativas Desvio Padrão Estatística t
1t
EXP
1,000000 - -
1t
CÂMBIO 0,375298 0,18521 2,02639*
1t
CBOND
0,000167 0,000075 2,22484*
1t
PIB
2,431486 0,57311 4,24260*
1t
IMPMUND
-0,962920 0,22300 -4,31794*
Tendência -0,013998 0,00474 -2,95599*
Intercepto -16,67368 - -
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
80
Apesar do teste de Johansen indicar a existência de um vetor de co-
integração, verifica-se a falta de significância econômica desse vetor. Portanto,
conclui-se não haver um relacionamento de longo prazo entre as variáveis Câmbio,
C-Bond, PIB e Importações Mundiais, na forma como proposta no modelo (2).
Dessa forma, apesar da não significância econômica desse vetor de co-
integração, o mesmo será utilizado na estimativa de um VEC que possibilitará uma
análise do impacto da taxa de câmbio real no curto prazo.
Apresenta-se na Tabela 26 a seguir, o VEC que considera o vetor de co-
integração determinado pelo método de Johansen e apresentado acima. Observa-se
nessa tabela que, apesar de ambas estimativas dos parâmetros que multiplicam as
variáveis Câmbio e Importações Mundiais serem economicamente coerentes com a
teoria econômica, ou seja, positivas (0,140151 e 1,371293), somente a segunda
estimativa é estatisticamente significante. Dessa forma, conclui-se que variações na
taxa de câmbio não causaram variações significativas nas exportações brasileiras no
curto prazo, enquanto que, ceteris paribus, variações de 1% nas importações
mundiais foram seguidas por variações médias de 1,37% nas exportações
brasileiras no período considerado nesse estudo. Observa-se ainda a significância
estatística do relacionamento de longo prazo (vetor de co-integração), pois a
estatística do t (-2,62522) está fora do intervalo dado pelos pontos críticos a 5%
(± 2,02).
Tabela 26
Vetor de Correção de Erro para a Exportação
t
EXP
Δ
VEC
Estimativas Desvio Padrão Estatística t
Vetor de
Co-integração
-0,291675 0,11110 -2,62522*
1
Δ
t
EXP
-0,173617 0,14793 -1,17368
1
Δ
t
CÂMBIO
0,140151 0,12960 1,08141
1
Δ
t
CBOND
0,0000314 0,000062 0,50890
1
Δ
t
PIB
-0,155837 0,35689 -0,43666
1
Δ
t
IMPMUND
1,371293 0,34678 3,95441*
Intercepto 0,001930 0,00941 0,20514
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
81
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Portanto, da análise realizada, conclui-se que não há um equilíbrio de longo
prazo entre as exportações brasileiras e as demais variáveis econômicas incluídas
nesse estudo (taxa de câmbio real, C-Bond, PIB e Importações Mundiais), em
função do vetor de co-integração obtido pelo método de Johansen, não ser coerente
com o modelo de Mundell-Fleming. No curto prazo, conclui-se que as variações na
taxa de câmbio não causam impactos significativos nas exportações, em função da
não significância estatística da estimativa obtida no VEC, veja Tabela 26.
Os resultados dessa análise, de que a taxa de câmbio tem pouca influência
nas exportações, explica o que se observa atualmente na economia brasileira:
apreciação da taxa de câmbio e aumento das exportações. A explicação é que isso
ocorre porque o crescimento das importações mundiais gera um estímulo nas
exportações brasileiras capaz de superar o desestímulo gerado pela apreciação da
taxa de câmbio levando a um crescimento das exportações (veja Figura 6 na seção
6.2.2).
8.3 Importação
Apresenta-se nas Tabela 27 e 28 a seguir, o teste de Johansen, para o
número de vetores de co-integração entre a Importação e as variáveis
independentes: Câmbio Real, C-Bond e PIB, baseado nas estatísticas de teste
traço
λ
e
max
λ
, dadas em (9) e (10), respectivamente. Utiliza-se a suposição 1 (veja Tabela
16) para se obter os resultados da Tabela 27, enquanto os resultados da Tabela 28,
são obtidos ao se utilizar a suposição 2.
Observa-se na Tabela 27 a seguir, que, ao se utilizar a suposição 1, dado que
os testes são unicaudais à direita, ambos rejeitam a hipótese nula de que não
existem vetores de co-integração, pois as estatísticas de teste (
traço
λ
= 51,95289 e
max
λ
= 34,90427) são maiores do que os respectivos pontos críticos (47,85613 e
27,58434). Entretanto, não se rejeita a hipótese nula de que exista no máximo uma
equação de co-integração, pois as estatísticas de teste (
traço
λ
= 17,04862 e
82
max
λ
=10,39088) são menores do que os respectivos pontos críticos (29,79707 e
21,13162).
Tabela 27
Teste de Johansen para o número de equações de co-integração (usando suposição 1)
H
0
: N
o
de
Equações de
Co-integração
Autovalor
Estatística de
Teste (
traço
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Estatística de
Teste (
max
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Nenhuma 0,600896 51,95289 47,85613 34,90427 27,58434
No máximo 1 0,239245 17,04862 29,79707 10,39088 21,13162
* pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e Michelis (1999).
* teste unicaudal à direita
Observa-se na Tabela 28 a seguir, que ao se utilizar a suposição 2, pelo teste
baseado na estatística
traço
λ
, não rejeita-se a hipótese nula de que não existem
vetores de co-integração, pois a estatística de teste (62,23972) é menor do que o
ponto crítico à 5% (63,87610). O teste baseado na estatística
max
λ
rejeita a hipótese
nula de que não existe vetores de co-integração, uma vez que a estatística de teste
(36,44195) é maior do que o ponto crítico (32,11832). Entretanto, não se rejeita a
hipótese nula de que existe no máximo um vetor de co-integração, pois a estatística
de teste (14,67487) é menor do que o ponto crítico (25,82321). Assim, conclui-se
que os testes baseados nas estatísticas de teste
traço
λ
e
max
λ
indicam,
respectivamente, a existência de 1 e 0 (zero) vetor de co-integração.
Tabela 28
Teste de Johansen para o número de equações de co-integração (usando suposição 2)
H
0
: N
o
de
Equações de
Co-integração
Autovalor
Estatística de
Teste (
traço
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Estatística de
Teste (
max
λ
)
Ponto
Crítico 5%*
Nenhuma 0,616724 62,23972 63,87610 36,44195 32,11832
No máximo 1 0,320352 25,79777 42,91525 14,67487 25,82321
* pontos críticos dados por MacKinnon, Haug e Michelis (1999).
* teste unicaudal à direita
Apresenta-se na Tabela 29 a seguir, as conclusões do teste de Johansen
apresentados nas Tabela 27 e Tabela 28, sobre o número de vetores de co-
integração entre a Importação e as demais variáveis independentes. Observa-se
83
que, para a suposição 1, os testes
traço
λ
e
max
λ
indicam existir uma equação de co-
integração, enquanto que, para a suposição 2, o teste
traço
λ
indica não haver vetor de
co-integração e o teste
max
λ
indica haver um vetor de co-integração.
Tabela 29
Número de equações de co-integração de acordo com a suposição utilizada
Suposição
Estatística de
teste
1 2
traço
λ
1 0
max
λ
1 1
Apresenta-se na Tabela 30 a seguir, os vetores de co-integração, obtidos pelo
método de Johansen, entre a Importação e as variáveis independentes: Câmbio
Real, C-Bond e PIB, para os casos que em se considera as diferentes suposições
sobre a presença do intercepto e da tendência, citadas na Tabela 16. Observa-se
que somente o vetor obtido ao se utilizar a suposição 2 é economicamente
significante, ou seja, coerente com o modelo de Mundell-Fleming (veja seção 6.3),
pois, no vetor obtido utilizando-se a suposição 1, ao se inverter o sinal da estimativa
do parâmetro que multiplica a variável Câmbio, obtém-se uma estimativa positiva, o
que não está de acordo com a teoria do modelo de Mundell-Fleming.
Observa-se ainda no vetor de co-integração, obtido ao se utilizar à suposição
2, que as estimativas dos parâmetros que multiplicam as variáveis Câmbio e PIB
(respectivamente, -0,151894 e 0,506855, invertendo-se os sinais) não são
estatisticamente significantes.
84
Tabela 30
Vetores de co-integração para a Importação
Suposição 1 Suposição 2
Variáveis
Estimativas
(Desvio Padrão)
[Estatística t]
Estimativas
(Desvio Padrão)
[Estatística t]
1t
IMP
1,000000 1,000000
1t
CÂMBIO
-0,125336
(0,06454)
[-1,94189]**
0,151894
(0,18070)
[0,84061]
1t
CBOND
0,000519
(0,000059)
[8,77929]*
0,000420
(0,000068)
[6,14574]*
1t
PIB
-0,171602
(0,59227)
[-0,28974]
-0,506855
(0,53566)
[-0,94623]
Tendência -
-0,005121
(0,00356)
[-1,43937]
Intercepto -8,005332 -6,422632
* Significante ( 0) à 5% (ponto crítico: ± 2,02).
** Significante ( 0) à 10% (ponto crítico: ± 1,69).
Teste bi-caudal
Portanto, como as estimativas que multiplicam as variáveis Câmbio e PIB não
são estatisticamente significantes no vetor de co-integração, conclui-se não haver
um equilíbrio de longo prazo para as importações brasileiras e, assim, depreende-se
ser incoerente obter um VEC que utiliza esse vetor, estatisticamente não
significante, para conciliar o comportamento de curto prazo das variáveis
econômicas com seu comportamento de longo prazo.
85
9 CONCLUSÃO
O objetivo desse trabalho era verificar empiricamente se a taxa de câmbio
real está relacionada com o saldo da balança comercial brasileira. Para isso utilizou-
se dados trimestrais do período de 1995 a 2004 e modelou-se a balança comercial
brasileira como função da taxa de câmbio real, do C-Bond, do PIB per capita
brasileiro e das Importações Mundiais.
Os resultados obtidos com uma análise de regressão evidenciam que a
influência da taxa de câmbio real sobre a balança comercial é menor do que a
influência das importações mundiais. As mesmas conclusões foram obtidas ao se
trabalhar exclusivamente com as exportações brasileiras.
Testou-se, também, se a taxa de câmbio real está relacionada com as
importações brasileiras. Utilizou-se um modelo que considera a importação como
função das variáveis taxa de câmbio real, do C-Bond, do PIB per capita brasileiro e
também se verificou a pequena influência da taxa de câmbio real. Nesse caso, é o
PIB brasileiro que tem um maior impacto sobre as importações brasileiras.
Testou-se ainda a existência de uma relação de longo prazo para a balança
comercial e para as exportações e importações brasileiras.
Utilizou-se o teste ADF para verificar a presença de uma raiz unitária nas
variáveis incluídas nos modelos, concluindo-se que, sob certas condições, todas são
I(1).
A análise de co-integração, realizada utilizando-se o teste de Johansen,
mostrou a existência de dois vetores de co-integração entre a balança comercial e
as demais variáveis incluídas no modelo. Com a existência desses dois vetores não
foi possível tirar conclusões para as estimativas de longo prazo. No curto prazo,
através do Vetor de Correção de Erros (VEC) que considera esses vetores de co-
integração, não se vê evidências que possibilite afirmar que a balança comercial
sofra impactos significativos causados pelas variações da taxa de câmbio.
Para as exportações e importações brasileiras, o teste de Johansen indicou a
existência de um relacionamento de longo prazo entre essas variáveis e as variáveis
86
incluídas nos respectivos modelos. Esse relacionamento é dado através de somente
um vetor de co-integração para a exportação e um para a importação.
Todavia, para as importações brasileiras também não foi possível afirmar
sobre a magnitude do impacto da taxa de câmbio real devido a não significância das
estimativas que compõem o vetor de co-integração.
O vetor de co-integração obtido para as exportações brasileiras apresenta
uma estimativa para o parâmetro que multiplica a variável Câmbio, incoerente com o
modelo de Mundell-Feming. Dessa forma, conclui-se não haver um equilíbrio de
longo prazo entre as variáveis incluídas no modelo para as exportações brasileiras.
Utiliza-se esse vetor de co-integração para obtenção de um VEC e se obtém
estimativas economicamente coerentes, mas a estimativa para o parâmetro que
multiplica a variável Câmbio não é significante, indicando que variações da taxa de
câmbio real, no curto prazo, não causam impactos significativos nas exportações
brasileiras.
Dessa forma, obteve-se variantes dos modelos com os sinais coerentes com
o modelo de Mundell-Fleming, mostrando que a taxa de câmbio real está
relacionada com a balança comercial, com as exportações e com as importações
brasileiras. Porém, nas análises realizadas obteve-se evidências de que a magnitude
do impacto da taxa de câmbio real ou, não é estatisticamente significante, ou é
inferior ao impacto de outras variáveis. Assim, entende-se estéril essa discussão que
se observa na mídia, nos meios empresariais e acadêmicos de que seja necessário
“dar câmbio” ao exportador, com a falsa impressão de que ele seja imprescindível ao
saldo positivo da balança comercial brasileira, no momento ora observado.
Finaliza-se essa pesquisa com a sugestão de outros trabalhos que visem (i)
avaliar a rentabilidade das empresas exportadoras no período deste estudo, para
verificar quão importante tenha sido, para elas, a taxa de câmbio real; (ii) verificar
quais setores estão realmente à margem do esforço exportador brasileiro,
efetivamente devido à taxa de câmbio real. Entende-se, também, que a inserção de
outros agentes econômicos, ou até mesmo desses agentes marginais ao processo
exportador brasileiro, possa se dar pelo avanço na solução de questões, tais como,
a redução da dívida pública, a redução da carga tributária e reformas que
possibilitem o investimento no país, gerando condições sustentáveis para um
crescimento de longo prazo e o incremento do comércio internacional.
87
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90
APÊNDICE A – Tabela Dados Trimestrais
A Tabela a seguir apresenta os dados trimestrais das variáveis abordadas
nesse estudo coletadas no IPEA.
Tabela A: Dados trimestrais.
ANO
Balança
Comercial
Brasileira
(Milhões de
US$)
Exportações
Brasileiras
(Milhões de
US$)
Importações
Brasileiras
(Milhões de
US$)
Taxa de
Câmbio Real
(Índice-
média: 2000
= 100)
C-Bond
(Pontos-
Base)
PIB
(Milhões de
R$)
Importações
Mundiais
(Bilhões de
US$)
1995-T1 -2287,172 9730,576 12017,748 72,759 1176,784 143063,596 1220,510
1995-T2 -1938,609 11718,608 13657,217 75,465 1113,854 155012,981 1328,140
1995-T3 577,363 12729,022 12151,659 73,887 1017,352 166058,558 1288,420
1995-T4 182,803 12328,077 12145,274 72,585 1024,872 182056,383 1372,120
1996-T1 -465,238 10285,787 10751,025 71,073 796,138 170503,820 1326,890
1996-T2 126,138 12617,016 12490,878 70,304 789,218 189621,018 1356,680
1996-T3 -1261,765 12955,039 14216,804 70,611 685,249 203395,553 1344,280
1996-T4 -3998,176 11888,885 15887,061 71,665 588,495 215366,336 1436,870
1997-T1 -831,972 10656,964 11488,936 70,474 470,349 192912,282 1345,890
1997-T2 -1331,959 14132,241 15464,200 70,417 460,266 212193,997 1419,310
1997-T3 -1685,897 14901,906 16587,803 70,792 413,991 222703,678 1394,420
1997-T4 -2903,059 13303,229 16206,288 72,013 561,374 242933,077 1480,220
1998-T1 -1837,792 11906,772 13744,564 70,367 552,830 210605,740 1362,170
1998-T2 10,733 14074,878 14064,145 70,890 577,695 233103,854 1399,470
1998-T3 -1775,486 13493,826 15269,312 72,390 920,635 233974,098 1357,790
1998-T4 -2971,957 11664,386 14636,343 75,381 1079,968 236504,185 1448,990
1999-T1 -815,501 10045,435 10860,936 106,739 1203,350 221628,837 1351,810
1999-T2 199,682 12405,831 12206,149 100,312 934,786 247581,703 1414,740
1999-T3 -150,121 12581,274 12731,395 107,855 1041,984 241182,214 1445,610
1999-T4 -432,928 12978,905 13411,833 109,301 825,992 263453,213 1585,530
2000-T1 -18,627 12048,108 12066,735 99,526 684,113 250906,721 1564,690
2000-T2 804,392 14104,866 13300,474 99,915 776,029 271619,453 1632,240
2000-T3 -109,575 15246,045 15355,620 98,060 707,595 284896,310 1655,360
2000-T4 -1373,937 13686,576 15060,513 102,496 781,456 293832,594 1702,520
2001-T1 -678,454 13788,428 14466,882 107,026 739,064 279749,154 1628,870
2001-T2 611,493 15138,732 14527,239 117,425 844,951 295374,357 1600,810
2001-T3 1331,564 15446,886 14115,322 127,420 1018,300 302812,461 1538,550
2001-T4 1385,864 13848,597 12462,733 122,528 1050,983 320800,216 1558,460
2002-T1 1027,422 11890,590 10863,168 105,125 810,552 300648,984 1469,150
2002-T2 1558,490 13161,339 11602,849 108,944 1004,180 330657,121 1631,290
2002-T3 5266,261 18466,161 13199,900 135,352 1778,286 343531,573 1694,600
2002-T4 5269,124 16843,695 11574,571 151,902 1830,017 371189,875 1775,970
2003-T1 3804,640 15045,084 11240,444 141,842 1284,860 358800,442 1787,680
2003-T2 6593,291 17957,245 11363,954 120,693 844,610 384404,422 1876,590
2003-T3 7392,305 19788,016 12395,711 118,080 765,222 396731,082 1892,580
2003-T4 7003,688 20293,795 13290,107 119,067 598,833 416246,168 2088,060
2004-T1 6133,537 19448,276 13314,739 121,589 564,379 395682,489 2135,670
2004-T2 8870,972 23858,192 14987,220 126,643 678,729 436031,290 2280,240
2004-T3 10073,214 26971,580 16898,367 124,279 569,145 458138,576 2331,920
2004-T4 8591,847 26197,172 17605,325 119,059 452,793 479349,491 2545,760
91
APÊNDICE B
As tabelas apresentadas nesse apêndice relacionam as variantes não
apresentadas no capítulo 5 desse trabalho. Apesar dessas variantes apresentarem
estimativas coerentes com o modelo de Mundell-Fleming, as mesmas não foram
detalhadamente mostradas no capítulo 5, por apresentarem somente uma das
estimativas dos parâmetros
2
β
e
5
β
significantes, ou por apresentarem resíduos não
adequados (não-normais ou heterocedásticos ou autocorrelacionados).
Relaciona-se nas tabelas abaixo apenas as defasagens das variáveis
Câmbio, C-Bond, PIB (ou Ciclo) e Importações Mundiais, nessa ordem. Assim, por
exemplo, a seqüência “3102”, significa que é a variante com uma defasagem de três
trimestres para a variável Câmbio, um trimestre para a variável C-Bond, nenhuma
defasagem para a variável PIB (ou Ciclo) e uma defasagem de dois trimestres para a
variável Importações Mundiais. As seqüências que são seguidas de *** (três
asteriscos) são marginalmente significantes ao nível de 10%, as seqüências
seguidas de ** (dois asteriscos) são significantes ao nível de 10%, as demais a 5%.
Tabela B.1
Variantes do modelo (1) considerando o Ciclo, com sinais positivos para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
5
β
significante
a
0200, 0201, 0300, 0310, 0311, 0312, 0320, 0321, 0322, 0330, 0331, 0332, 0340, 0341,
0400, 0410, 0420, 0421, 0422, 0430, 0431, 0432**, 0440, 0441, 1000, 1001, 1002, 1003,
1010, 1011, 1020, 1021, 1022, 1023, 1031, 1032, 1033, 1040, 1041, 1042, 1200, 1300,
1310, 1320, 1330, 1400, 1410, 1420, 1421, 1430, 1431, 1440, 1441, 2000, 2001, 2002,
2003, 2010, 2011, 2012, 2013, 2020, 2021 2022, 2023, 2030, 2031, 2032, 2033, 2040,
2041, 2042, 2130 2131, 2132, 3000, 3001, 3002, 3003 3012, 3013, 3020, 3021, 3022,
3023, 3030 3031, 3032, 3033, 3040, 3041, 3042, 3100, 3101, 3102 3103, 3120, 3121,
3122 3123, 3130, 3131, 3132, 3133, 3140, 3141, 3142, 3143, 3144, 3201, 3202, 3203
3204**, 4000, 4001, 4012, 4003**, 4012, 4013, 4041, 4042, 4100, 4101, 4102, 4103,
4104** 4110, 4111, 4112, 4113, 4114**, 4132, 4133, 4134, 4140, 4141 4142, 4143,
4144, 4200, 4201, 4202, 4203, 4204**, 4212, 4213, 4214**, 4241 4242, 4243, 4244,
4302, 4303, 4304, 4313, 4314**
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
92
Tabela B.2
Variantes do modelo (1) considerando o Ciclo e um termo AR(1) nos resíduos, com sinais positivos
para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
2
β
significante
a
0224, 0234, 0244***, 0304, 0314**, 0324, 0334, 0344**, 0404**, 0414**, 0424** 0434**
somente
5
β
significante
a
0001, 0031**, 0041**, 0101, 0111, 0121**, 0131, 0141**, 0211**, 0231**, 0301, 0311,
0321, 0323*** 0331, 0341, 0401**, 0411, 0421**, 0431**, 0441**, 1000, 1001, 1010,
1011, 1021**, 1031, 1041**, 1100, 1101, 1103**, 1110, 1121**, 1131 1211, 1231**,
1301, 1131, 1321, 1331, 1341, 1401, 1411 1421, 1431** 1441**, 2011, 2021**, 2111,
2211, 3001, 3021, 3031, 3041**, 3101, 3121, 3131 3141, 3041, 4101, 4111, 4121,
4131, 4141
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
Tabela B.3
Variantes do modelo (1) considerando o Ciclo e uma variável Dummy, com sinais positivos para os
parâmetros
2
β
e
5
β
.
Com uma, ou mais, das
estimativas de
0
β
,
1
β
,
2
β
,
3
β
e
4
β
não significantes
0210, 0211, 0212, 0220, 0221, 0223, 0232, 0312, 0321,
0323, 1000**, 1011, 1020, 1021, 1023**, 1031, 1032,
1033**, 2010**, 2011, 2012**, 2020, 0300, 0310, 0320,
0340, 0400, 0200, 0410, 0411, 0420, 0421, 0430, 0440,
1010, 1030, 1300**, 1310**, 1400**, 1410**, 1411**,
2020
Com resíduos
autocorrelacionados
0022**, 0201**, 0202***, 0213**, 0231**, 0233**, 0241,
0301, 0302 0303, 0304*** 0311, 0313, 0331, 0332, 0333,
0341, 0342, 0343 0344**, 0401, 0402, 0403**, 0413
0441, 0442, 1001, 1041**, 1441***, 2040, 2041, 3001**,
3002**, 3031** 3032**
2
β
e
5
β
significantes
Com resíduos
heterocedásticos
0222, 0224**, 0322, 0324**, 0334**, 0412, 0422, 0423,
1022, 1040, 1420**, 1421**, 1430, 1431**, 1440**, 2022
somente
2
β
significante
a
0023, 0024, 0033, 0034, 0043, 0404**, 0414**, 0424,
0434, 0443, 0444, 1034**, 1043**, 1044
somente
5
β
significante
a
0000, 0001, 0002, 0010, 0011, 0012, 0013**, 0020,
0021, 0030, 0031, 0032, 0040, 0041, 0100, 0101, 0102,
0103, 0110, 0111, 0112, 0113, 0120, 0121, 0122, 0123,
0124**, 0130, 0131, 0132, 0133, 0140, 0141, 0142**,
0203, 0242, 0244**, 1002, 1012, 1013, 1100, 1101,
1102, 1103**, 1111, 1112, 1113, 1120, 1121, 1130,
1131, 1132, 1133, 1140, 1141, 1142, 1200, 1201, 1202,
1203**, 1210, 1211, 1212, 1213**, 1220, 1221, 1222,
1223***, 1230, 1231, 1232, 1233**, 1240, 1241, 1242**,
1301, 1302, 1303**, 1311, 1312, 1313*, 1320, 1321,
1322, 1330, 1331, 1332, 1340, 1341, 1401, 1402, 1412,
1422, 2000, 2001, 2002, 2013, 2023**, 2030, 2031,
2032, 2033**, 2042, 2100, 2101, 2102, 2103, 2110,
2111, 2112, 2113, 2120, 2121, 2122, 2123, 2130, 2131,
2132, 2133, 2140, 2141, 2142**, 2410, 2411, 2420,
2421, 3000, 3003**, 3010, 3011, 3012, 3013, 3020,
3021, 3022, 3023, 3030, 3033**, 3040, 3041, 3042**,
3100, 3101, 3102, 3103, 3110, 3111, 3112, 3113, 3120,
3121, 3122, 3123, 3124**, 3130, 3131, 3132, 3133,
3140, 3141, 3142, 3200, 3201, 3202, 3203, 3210, 4000,
4001, 4002, 4012, 4013**, 4040, 4041, 4100, 4101,
4102, 4103, 4110, 4111, 4112, 4113, 4131, 4132, 4133,
4140, 4141, 4142, 4143**, 4200, 4201, 4202, 4203**,
4210, 4213**, 4241, 4242**,
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
93
Tabela B.4
Variantes do modelo (1) considerando o PIB, com sinais positivos para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
5
β
significante
a
0200, 0202, 0210, 0211, 0212, 0220, 0222, 0300, 0301, 0310, 0311, 0312, 0320, 0321,
0322, 0330, 0331, 0332, 0333, 0400, 0410, 0411, 0420, 0421, 0422, 0430, 0431, 0440,
1000, 1001, 1002, 1003, 1010, 1020, 1021, 1022, 1023, 1030, 1031, 1032, 1033, 1040,
1041, 1042, 1200, 1201, 1202, 1203, 1300, 1301, 1310, 1311, 1320, 1330, 1400, 1401,
1410, 1411, 1420, 1421, 1430, 1431, 1440, 1441, 2010, 2011, 2012, 2020, 2021, 2022,
2030, 2031, 2032, 2033, 2040, 2041, 2042, 2131, 3000, 3001, 3002, 3003, 3020, 3021,
3022, 3030, 3031, 3032, 3033, 3040, 3041, 3042, 3101, 3102, 3103, 3130, 3131, 3132,
3133, 3140, 3141, 3142, 3143, 3144, 3201, 3202, 3203, 4001, 4002, 4003, 4012, 4013,
4042, 4101, 4102, 4103, 4112, 4113, 4140, 4141, 4142, 4143, 4144, 4201, 4202, 4203,
4213, 4302, 4303, 4304, 4313, 4400
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
Tabela B.5
Variantes do modelo (1) considerando o PIB e um termo AR(1) nos resíduos, com sinais positivos
para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
2
β
significante
a
0214, 0224, 0234, 0244***, 0304, 0314, 0324, 0334, 0344, 0404, 0414***, 0424, 0434
somente
5
β
significante
a
0001, 0021, 0031, 0041, 0101, 0111, 0121, 0131, 0141, 0211, 0231, 0301, 0311, 0321,
0331, 0341, 0401, 0411, 0421, 0431, 0441, 1000, 1001, 1010, 1011, 1021, 1031, 1041,
1100, 1101, 1131, 1211, 1231, 1300, 1301, 1311, 1321, 1331, 1341, 1400, 1401, 1411,
1421, 1431, 1441, 2010, 2011, 2021, 2111, 2211, 3000, 3001, 3021, 3031, 3041, 3101,
3121, 3131, 3141, 3201, 3201, 3401, 4101, 4111, 4131
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
94
Tabela B.6
Variantes do modelo (1) considerando o PIB e um termo AR(1) nos resíduos, com sinais positivos
para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
Com uma, ou mais, das
estimativas de
0
β
,
1
β
,
2
β
,
3
β
e
4
β
não
significantes
0020**, 0200, 0210, 0211, 0212, 0213**, 0220, 0221,
0222, 0223**, 0230, 0231**, 0232**, 0240, 0300, 0310,
0311, 0312, 0320, 0321, 0322, 0323, 0330, 0340,
0400, 0401**, 0410, 0411, 0420, 0421, 0422, 0430,
0431, 1010**, 1011***, 1020, 1021, 1030, 1032**,
1200***, 1300**, 1310**, 1400***, 1410**, 2011***,
2020, 2030, 2032**
Com resíduos
autocorrelacionados
0241***, 0301, 0302**, 0313, 0331, 0332, 0341, 0342,
0344***, 0402**, 0413**, 0440, 0441, 1031, 1040,
1041**, 1430**, 1440**, 1441***, 2021, 2031, 2040,
2041**
2
β
e
5
β
significantes
Com resíduos
heterocedásticos
0233**, 0412, 0333, 1022**, 1420**, 1421***, 2022**,
1033***
somente
2
β
significante
a
0014, 0032, 0024, 0224, 0234**, 0324, 0334, 0343,
0423, 0424, 0432, 0433, 0434, 0442, 0443, 0444,
1034**, 1044**, 1431**, 1432***, 1433***
somente
5
β
significante
a
0000, 0002, 0010, 0011, 0012, 0013**, 0003, 0021,
0022, 0031, 0032, 0040, 0041**, 0100, 0101, 0102,
0103**, 0110, 0111, 0112, 0113, 0120, 0121, 0122,
0123, 0130, 0131, 0132, 0133, 0140, 0141, 0201,
0202, 0203**, 0303, 0403, 1000, 1001, 1002, 1012,
1013, 1023**, 1100, 1101, 1102, 1110, 1113, 1120,
1130, 1131, 1132, 1133, 1140, 1141, 1201, 1202,
1203**, 1210, 1211, 1212, 1220, 1221, 1222, 1230,
1231, 1232, 1240, 1241, 1301, 1302, 1303**, 1311,
1312, 1320, 1321, 1322, 1330, 1331, 1332, 1340,
1341, 1401, 1402, 1411, 1412, 1422**, 2000, 2001,
2002, 2010, 2012, 2013, 2033**, 2101, 2102, 2103**,
2110, 2111, 2112, 2113, 2120, 2121, 2122, 2130,
2131, 2132, 2133**, 2140, 2141, 2310, 2311, 2410,
2411, 2420, 2421, 3000, 3001, 3002, 3011, 3012,
3020, 3021, 3022, 3030, 3031, 3032, 3033***, 3040,
3041, 3100, 3101, 3102, 3103**, 3120, 3121, 3122,
3123, 3130, 3131, 3132, 3133, 3140, 3141, 3200,
3201, 3202, 3203**, 4001, 4002, 4012, 4013**, 4041,
4100, 4101, 4102, 4103**, 4111, 4112, 4113**, 4140,
4141, 4201, 4202, 4212, 4302, 4303***
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
95
Tabela B.7
Variantes do modelo (2) considerando o Ciclo, com sinais positivos para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
5
β
significante
a
1200, 1230, 3002, 3102, 3103, 3201, 3202, 3203, 3231, 3232, 4002, 4003, 4012, 4013,
4022, 4023, 4032, 4033, 4042, 4043, 4102, 4103, 4112, 4113, 4123, 4132, 4133, 4142,
4143, 4144, 4202, 4203, 4204, 4212, 4213, 4214, 4223, 4232, 4233, 4234, 4242, 4243,
4244, 4300, 4302, 4303, 4304, 4311, 4312, 4313, 4314, 4322, 4323, 4324, 4330, 4332,
4333, 4334, 4340, 4342, 4343, 4400, 4410, 4411, 4420,4430, 4440
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
Tabela B.8
Variantes do modelo (2) considerando o Ciclo e um termo AR(1) nos resíduos, com sinais positivos
para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
2
β
e
5
β
significantes, mas
com resíduos não-normais
1220***, 1240**
somente
2
β
significante
a
1213, 1223, 1232**, 1233, 1243
somente
5
β
significante
a
0112**, 0122, 0140, 0200, 0201, 0210, 0220, 0221, 0230, 0231, 0240,
0241, 1000, 1001, 1010, 1020, 1040, 1100, 1110, 1112**, 1120, 1140,
1141, 1300,1310, 1320, 1330, 1340, 1400, 1410, 1420, 1430, 1440,
3001, 3021, 3022, 3031, 3041, 3101, 3121, 3131, 3141, 3201, 3221,
3231, 3241, 3321, 3331, 3341, 3401, 3411, 3421, 3431, 3441, 4011,
4012**, 4021, 4022, 4032**, 4042, 4111, 4121, 4311, 4321, 4400, 4410,
4411, 4420, 4421, 4430, 4440
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
96
Tabela B.9
Variantes do modelo (2) considerando o Ciclo e uma variável Dummy, com sinais positivos para os
parâmetros
2
β
e
5
β
.
Com uma, ou mais, das
estimativas de
0
β
,
1
β
,
2
β
,
3
β
e
4
β
não
significantes
0000, 0001**, 0010, 0011**, 0020, 0021, 0030, 0031**,
0032**, 0040, 0041, 0042**, 0043**, 0110, 0121, 0130,
0131**, 0132**, 0141, 0142**, 0143**, 0201, 0211,
0221, 0230, 0231, 0232**, 0241, 0242**, 0301, 0302**,
0320, 0330, 0332**, 0341, 0401, 0421, 0422, 0431,
0432**, 0441, 0442**, 1200**, 1210**, 1220**, 1230**
Com resíduos
autocorrelacionados
0002***, 0013**, 0022, 0023, 0033, 0111, 0120,
0123**, 0133**, 0200, 0210, 0220, 0212**, 0223**,
0233***, 0300, 0303**, 0310, 0311, 0321, 0323, 0331,
0403**, 0410, 0411, 0420**, 0430**, 0440**
Com resíduos
heterocedásticos
0112**, 0122, 0222, 0402
2
β
e
5
β
significantes
Com resíduos não-
normais
0140, 0240, 0340, 0400, 1211**
somente
2
β
significante
a
0003, 0024, 0034, 0044, 0100, 0101, 0144**
somente
5
β
significante
a
0012, 0102, 0103, 0113, 0202, 0203, 0213, 0243,
0244**, 0304, 0312, 0313, 0323, 0324**, 0333, 0334**,
0342, 0343, 0344, 0404, 0412, 0413, 0414, 0423,
0424, 0433, 0434, 0443, 0444, 1000, 1001, 1002,
1003, 1010, 1011, 1012, 1013, 1020, 1021, 1022,
1023, 1030, 1031, 1032, 1033, 1040, 1041, 1042,
1043, 1100, 1101, 1102, 1103, 1110, 1111, 1112,
1113, 1120, 1121, 1122, 1123, 1130, 1131, 1132,
1133, 1140, 1141, 1142, 1143, 1201, 1202, 1203,
1212, 1213, 1221, 1222, 1223, 1231, 1232, 1233,
1240, 1241, 1242, 1243, 1244**, 1300, 1301, 1303,
1310, 1311, 1313, 1320, 1321, 1322, 1333, 1330,
1331, 1332, 1333, 1340, 1341, 1343, 1344, 1400,
1401, 1403, 1410, 1411, 1413, 1420, 1421, 1423,
1430, 1431, 1433, 1434**, 1440, 1441, 1442, 1443,
1444, 3001, 3002, 3003, 3012, 3021, 3022, 3031,
3032, 3033, 3041, 3042, 3101, 3102, 3103, 3112,
3113, 3121, 3122, 3131, 3132, 3133, 3141, 3142,
3201, 3202, 3203, 3212, 3213, 3221, 3222, 3223,
3230, 3231, 3232, 3233, 3241, 3242, 4001, 4002,
4003**, 4012, 4013, 4022, 4023, 4030, 4032, 4033,
4042, 4043, 4100, 4101, 4102, 4103, 4112, 4113,
4120, 4122, 4123, 4132, 4133, 4142, 4143, 4201,
4202, 4203, 4212, 4213, 4222, 4223, 4232, 4233,
4242, 4243, 4244**, 4302, 4303, 4311, 4312, 4313,
4314**, 4322, 4323, 4324**, 4330, 4332, 4333, 4334**,
4420, 4440
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
97
Tabela B.10
Variantes do modelo (2) considerando o PIB, com sinais positivos para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
5
β
significante
a
0200, 0201, 0300, 0310, 0311, 0312, 0320, 0321, 0322, 0330, 0331, 0332, 0340, 0341,
0400, 0410, 0420, 0421, 0422, 0430, 0431, 0432**, 0440, 0441, 1000, 1001, 1002, 1003,
1010, 1011, 1020, 1021, 1022, 1023, 1031, 1032, 1033, 1040, 1041, 1042, 1200, 1300,
1310, 1320, 1330, 1400, 1410, 1420, 1421, 1430, 1431, 1440, 1441, 2000, 2001, 2002,
2003, 2010, 2011, 2012, 2013, 2020, 2021, 2022, 2023, 2030, 2031, 2032, 2033, 2040,
2041, 2042, 2130, 2131, 2132, 3000, 3001, 3002, 3003, 3012, 3013, 3020, 3021, 3022,
3023, 3030, 3031, 3032, 3033, 3040, 3041, 3042, 3100, 3101, 3102, 3103, 3120, 3121,
3122, 3123, 3130, 3131, 3132, 3133, 3140, 3141, 3142, 3143, 3144, 3201, 3202, 3203,
3204**, 4000, 4001, 4012, 4003**, 4012, 4013, 4041, 4042, 4100, 4101, 4102, 4103,
4104**, 4110, 4111, 4112, 4113, 4114**, 4132, 4133, 4134, 4140, 4141, 4142, 4143,
4144, 4200, 4201, 4202, 4203, 4204**, 4212, 4213, 4214**, 4241, 4242, 4243, 4244,
4302, 4303, 4304, 4313, 4314**
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
Tabela B.11
Variantes do modelo (2) considerando o PIB e um termo AR(1) nos resíduos, com sinais positivos
para os parâmetros
2
β
e
5
β
.
somente
2
β
significante
a
0224, 0234, 0244***, 0304, 0314**, 0324, 0334, 0344**, 0404**, 0414**, 0424**,
0434**,
somente
5
β
significante
a
0001, 0031**, 0041**, 0101, 0111, 0121**, 0131, 0141**, 0211**, 0231**, 0301, 0311,
0321, 0323***, 0331, 0341, 0401**, 0411, 0421**, 0431**, 0441**, 1000, 1001,1010,
1011, 1021**, 1031, 1041**, 1100, 1101, 1103**, 1110, 1121**, 1131, 1211, 1231**,
1301, 1131, 1321, 1331, 1341, 1401, 1411, 1421, 1431**, 1441**, 2011, 2021**, 2111,
2211, 3001, 3021, 3031, 3041**, 3101, 3121, 3131, 3141, 3041, 4101, 4111, 4121,
4131, 4141
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
98
Tabela B.12
Variantes do modelo (2) considerando o PIB e uma variável Dummy, com sinais positivos para os
parâmetros
2
β
e
5
β
.
Com uma, ou mais, das
estimativas de
0
β
,
1
β
,
2
β
,
3
β
e
4
β
não
significantes
0200, 0210, 0211, 0212, 0220, 0221, 0223, 0232,
0234**, 0300, 0310, 0312, 0320, 0321, 0323, 0340,
0400, 0410, 0411, 0420, 0421, 0430, 0431, 0432,
0433**, 0440, 1000**, 1010, 1011, 1020, 1021, 1023**,
1030, 1031, 1032, 1033**, 1300**, 1310**, 1400**,
1410**, 1411**, 2010**, 2011, 2012**, 2020, 2021
Com resíduos
autocorrelacionados
0022**, 0201**, 0202***, 0213**, 0231**, 0241, 0301,
0302, 0303, 0304***, 0311, 0313, 0331, 0332, 0333,
0341, 0342, 0343, 0344**, 0401, 0402, 0403**, 0413,
0441, 0442, 1001, 1041**, 1441***, 2040, 2041,
3001**, 3002**, 3031**, 3032**
Com resíduos
heterocedásticos
0222, 0224**, 0322, 0324**, 0334**, 0412, 0422, 0423,
1022, 1040, 1420**, 1421**, 1430, 1431**, 1440**,
2022
2
β
e
5
β
significantes
Com resíduos não-
normais
0233**
somente
2
β
significante
a
0023, 0024, 0033, 0034, 0043, 0404**, 0414**, 0424,
0434, 0443, 0444, 1034**, 1043**, 1044
somente
5
β
significante
a
0000, 0001, 0002, 0010, 0011, 0012, 0013**, 0020,
0021, 0030, 0031, 0032, 0040, 0041, 0100, 0101,
0102, 0103, 0110, 0111, 0112, 0113, 0120, 0121,
0122, 0123, 0124**, 0130, 0131, 0132, 0133, 0140,
0141, 0142**, 0203, 0242, 0244**, 1002, 1012, 1013,
1100, 1101, 1102, 1103**, 1111, 1112, 1113, 1120,
1121, 1130, 1131, 1132, 1133, 1140, 1141, 1142,
1200, 1201, 1202, 1203**, 1210, 1211, 1212, 1213**,
1220, 1221, 1222, 1223***, 1230, 1231, 1232, 1233**,
1240, 1241, 1242**, 1301, 1302, 1303**, 1311, 1312,
1313*, 1320, 1321, 1322, 1330, 1331, 1332, 1340,
1341, 1401, 1402, 1412, 1422, 2000, 2001, 2002,
2013, 2023**, 2030, 2031, 2032, 2033**, 2042, 2100,
2101, 2102, 2103, 2110, 2111, 2112, 2113, 2120,
2121, 2122, 2123, 2130, 2131, 2132, 2133, 2140,
2141, 2142**, 2410, 2411, 2420, 2421, 3000, 3003**,
3010, 3011, 3012, 3013, 3020, 3021, 3022, 3023,
3030, 3033**, 3040, 3041, 3042**, 3100, 3101, 3102,
3103, 3110, 3111, 3112, 3113, 3120, 3121, 3122,
3123, 3124**, 3130, 3131, 3132, 3133, 3140, 3141,
3142, 3200, 3201, 3202, 3203, 3210, 4000, 4001,
4002, 4012, 4013**, 4040, 4041, 4100, 4101, 4102,
4103, 4110, 4111, 4112, 4113, 4131, 4132, 4133,
4140, 4141, 4142, 4143**, 4200, 4201, 4202, 4203**,
4210, 4213**, 4241, 4242**
a: não se verificou se os resíduos dessas variantes são normais, homocedásticos e autocorrelacionados
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