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“Agora, considerando a deficiência dele, ele está bem, se dá bem com os colegas,
comigo, com a escola, então, vendo por esse lado, ele está bem”.
P de Ru 3:
“Os amigos que ajudaram bastante, as crianças estavam conscientes do problema
dela, a mãe até me perguntou da relação dela com a turma, e eu falei normal, porque
eles têm atritos, o que é normal da criança, e Ru tem uma característica de liderança,
tudo ela quer impor a vontade dela, mas eu não vejo isso como um problema de
relacionamento, é deles mesmo”.
P2 de Mi 2:
“Com a turma ela é mil... Ficava correndo atrás de todo mundo, fez muita amizade
com uma da sala... Se integrou fácil, com o grupo ela ficou legal mesmo, brincava,
participava, conversava com todos. Eu falava sempre: “Gente, cuidado com Mi
quando vocês forem falar, sempre de frente, direcionado para ela, pausadamente
para ela entender o que vocês estão falando”, e ela interagia com o grupo.
Melhorou bastante com o grupo, os meninos tinham muita paciência com ela ... Esse
ano, eu comecei a trabalhar muito com um trabalho em grupo, em equipe... , a líder da
equipe falou: “Minha pro, Mi e outra colega conversaram bastante no trabalho e eu
acho que elas não merecem a mesma nota, não é justo”. E aí a líder deu a nota e
disse que tinha que ter responsabilidade, é um trabalho... Então, eu achei que a líder
foi muito objetiva, foi muito legal, ela não teve essa coisa assim, porque Mi tem
uma deficiência eu vou proteger Mi, vou omitir isso, não... não teve isso. Eu
achei assim, ela foi, dentro do grupo, respeitada e cobrada como qualquer
criança, eles não passavam a mão na cabeça, como também não passava na de
Ka e de Na [outras crianças com necessidades especiais], eles sabiam das
dificuldades e respeitavam as dificuldades, quando alguém sentia uma dor, eles se
preocupavam, mas dentro do grupo, na hora das atividades, da coisa, deles
serem cobrados, eles chegavam juntos, não tinha essa coisa de... não, ele não
anda, ele não fala, ele não enxerga, ele não escuta a gente vai proteger, não...
Mas é um grupo que respeita mesmo a diferença, sabem como lidar, não ficam
questionando o tempo todo. Quando Mi chegou mesmo na sala, foi uma única
vez que eu expliquei sobre a dificuldade dela, sobre a deficiência, e eles logo se
prontificaram para ajudar. Então, para ela foi muito importante ser bem aceita no
grupo, respeitando as diferenças dela, participando de tudo; no começo, ela
ficava mais isolada, conhecendo mesmo o grupo, se socializando, no final do
ano Mi pegava fogo com o grupo, com os meninos, então, foi bem legal!”.
Após um ano de contato com as crianças deste estudo (exceto P2 de Mi,
há apenas um semestre), as professoras, então, parecem continuar mais voltadas
para a prática de integração e não de inclusão; ou seja, embora a escola
reconheça a diferença, faça concessões, é o aluno com necessidades especiais
quem deve acompanhar o grupo.