Download PDF
ads:
MÁRCIA CRISTIANE NUNES SCARDUELI
A REPRESENTAÇÃO DA DELEGACIA DA MULHER PARA POLICIAIS CIVIS
DA 19ª REGIÃO POLICIAL CATARINENSE
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Ciências da Linguagem como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciên-
cias da Linguagem.
Universidade do Sul de Santa Catarina.
Orientadora: Profa. Dra. Débora de Carvalho
Figueiredo
TUBARÃO, 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MÁRCIA CRISTIANE NUNES SCARDUELI
A REPRESENTAÇÃO DA DELEGACIA DA MULHER PARA POLICIAIS CIVIS DA
19ª REGIÃO POLICIAL CATARINENSE
Esta dissertação foi julgada adequada à obtenção do grau de Mestre em Ciências
da Linguagem e aprovada em sua forma final pelo Curso de Mestrado em Ciências da Lin-
guagem da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão SC, 14 de dezembro de 2006.
______________________________________________________
Prof. Dra. Ana Cristina Ostermann
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
______________________________________________________
Prof. Dr. Fábio José Rauen
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
______________________________________________________
Prof. Dra. Débora de Carvalho Figueiredo
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
ads:
A todos os colegas policiais da 19ª Região Policial Civil
Catarinense que participaram desta pesquisa, em especial
aqueles que partilham comigo o sonho de uma Polícia Ci-
vil melhor.
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente a Deus por tudo.
Aos pais pela vida e a possibilidade de estar aqui.
À UNISUL pelo apoio financeiro.
Ao senhor Luiz Vanderlei Sala, Delegado Regional de Po-
lícia de Araranguá, pelo apoio na concessão da licença
para freqüentar as aulas do programa.
Ao senhor Rodrigo Raiser Schneider, Delegado de Polícia
da DP de Araranguá, meu superior imediato, pela
compreensão da minha ausência todas as semanas.
Aos colegas Policiais Civis da 19ª região policial que aco-
lheram a idéia e participaram da pesquisa.
À colega e amiga especial Tânia, pela presença, incentivo
e escuta constantes.
A todos aqueles que direta ou indiretamente participaram
ou contribuíram nesta etapa.
À professora e orientadora da pesquisa, Dra. Débora
Carvalho de Figueiredo, que desde o início acreditou no
projeto e me conduziu de maneira tão especial.
Aos professores: Dra. Ana Cristina Ostermann e Dr. Fá-
bio José Rauen pelas contribuições oferecidas na ocasião
da defesa da dissertação.
E, em especial, meu agradecimento a Paulo Sérgio Scar-
dueli, meu esposo, pelo carinho, compreensão e apoio in-
condicionais.
Pois é... É fácil perceber que existe uma clara diferença
entre o tipo de violência cometida pelos homens e aquela
praticada pelas mulheres. Na nossa sociedade, durante
séculos, os homens tiveram carta branca para mandar,
para controlar e até para punir suas parceiras. Nos dias
de hoje, muita coisa mudou. As mulheres estão protegi-
das pela lei, mas na prática...
Bárbara Soares
RESUMO
A instituição da Delegacia da Mulher representa um avanço na repreensão e no
enfrentamento da violência de gênero que tem sido considerado um grave problema social.
Porém, devido a pouca compreensão das questões e políticas de gênero por parte dos policiais
civis, a delegacia da mulher muitas vezes é limitada quanto ao tipo de serviços que oferece.
Assim, o presente trabalho objetivou investigar as representações da Delegacia da Mulher
para os policiais da 19ª região policial civil catarinense. A pesquisa foi realizada a partir da
perspectiva da análise crítica do discurso e do modelo de representação dos atores sociais
proposto por van Leeuwen. O corpus foi composto de questionários aplicados aos policiais
civis acerca de suas representações do referido órgão. A análise dos dados coletados permitiu
concluir que os policiais civis da 19ª região representam a Delegacia da Mulher como um
órgão policial ativo e importante na instituição policial civil, bem como permitiu apontar a
presença de crenças baseadas nas noções do senso comum no discurso dos policiais a respeito
da Delegacia da Mulher. Os resultados da pesquisa podem servir de subsídios para a Polícia
Civil na formação policial, em relação à questão de gênero e da violência de gênero, para que
o atendimento oferecido pela Delegacia da Mulher seja feito por policiais realmente especiali-
zados.
Palavras-chave: ACD, representação, Delegacia da Mulher, Polícia Civil.
ABSTRACT
The institution of Women‟s Police Station represents an advance in the repression
and the facing of gender violence that has been regarded as a serious social problem. How-
ever, because of the lack of understanding about gender matters by the police officers the
Women‟s Police Station most of times is limited about the type of work it offers. Therefore,
the present assignment aimed at investigating the Women‟s Police Station representations to
the police officers from the 19
th
region of the Polícia Civil in Santa Catarina state. The re-
search was developed through the Critical Discourse Analysis perspective and the social ac-
tors representation model proposed by Theo van Leeuwen. The corpus was composed of
questionnaires applied to the police officers about their representations of the Women‟s Police
Station. The analysis of the collected data allowed concluding that the police officers repre-
sent the Women‟s Police Station as an important and active police station in the Polícia Civil,
as much as it allowed observing the presence of common sense believes in the police officers
discourse about the Women‟s Police Station. The research results may help the Polícia Civil
on the police officers training on gender and on gender violence, in order to offer a special-
ized job by the police officers at the Women‟s Police Station.
Key words: CDA, representation, Women‟s Police Station, Polícia Civil.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação do modelo tridimensional de Fairclough (MEURER, 2005). ........ 22
Figura 2 Sistema de representação de atores sociais de Theo van Leeuwen (1997, p. 66). . 29
Figura 3 - Mapa de distribuição das Regiões Policiais Civis do Estado de Santa Catarina. ... 48
Figura 4 - Categorização dos atores sociais ligados à DM. ..................................................... 75
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Atores sociais presentes no discurso dos policiais da 19ª Região Policial Civil. . 51
Quadro 2 - Ocorrências de inclusão e exclusão no discurso dos policiais da 19ª Região. ..... 58
Quadro 3- Ativação e passivação dos atores sociais mais freqüentemente representados. ..... 63
Quadro 4 - Visões da DM para os participantes da pesquisa .................................................. 89
Quadro 5 - Atendimento da DM de Araranguá em termos de seus atributos. ........................ 91
Quadro 6 - Sugestões de treinamentos para a DM e para as delegacias em geral ................ 102
Quadro 7 - Benefícios proporcionados pela Delegacia da Mulher ....................................... 107
Quadro 8 Subclassificação dos benefícios promovidos pela DM ...................................... 108
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Carreiras policiais da 19ª região e policiais participantes da pesquisa. ................... 47
Tabela 2 - Policiais da 19ª região que trabalharam ou não na Delegacia da Mulher .............. 77
Tabela 3 - Policiais que trabalhariam ou não na Delegacia da Mulher. .................................. 77
Tabela 4 - Policiais que conhecem ou não a expressão „gênero‟ no contexto da DM. ........... 83
Tabela 5 Opiniões dos policiais sobre treinamentos para o trabalho realizado na DM. ....... 97
Tabela 6 - Policiais que concordam ou não com homens no efetivo policial da DM. .......... 103
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 12
1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................................... 16
1.2 QUESTÕES DE PESQUISA ...................................................................................................................... 17
1.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................... 17
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................................................................. 18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................ 20
2.1 ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO .......................................................................................................... 20
2.2 REPRESENTAÇÕES ............................................................................................................................... 24
2.3 REPRESENTAÇÕES DE ATORES SOCIAIS: O MODELO DE VAN LEEUWEN ................................................ 25
2.4 VIOLÊNCIA DE GÊNERO ........................................................................................................................ 30
2.5 A DELEGACIA DA MULHER ................................................................................................................... 32
3 METODOLOGIA ...................................................................................................................................... 39
3.1 TIPOS DE PESQUISA .............................................................................................................................. 39
3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .................................................................................................. 40
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ...................................................................................................................... 44
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................................................... 48
4 A REPRESENTAÇÃO DE ATORES SOCIAIS NO DISCURSO ........................................................ 50
4.1 CATEGORIAS DE REPRESENTAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS ...................................................................... 52
4.2 O PROCESSO DE EXCLUSÃO DE ATORES SOCIAIS................................................................................... 53
4.3 PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ATORES SOCIAIS .................................................................................... 59
4.3.1 Mulheres ........................................................................................................................................ 60
4.3.2 Agressores ..................................................................................................................................... 62
4.4 PERSONALIZAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS ............................................................................................... 65
4.5 CATEGORIZAÇÃO: FUNCIONALIZAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO ............................................... 68
4.6 MAPEAMENTO DAS REPRESENTAÇÕES NO DISCURSO DOS POLICIAIS .................................................... 72
5 CRENÇAS E PRÁTICAS POLICIAIS ................................................................................................... 76
5.1 CRENÇAS DO SENSO COMUM SOBRE QUEM DEVE TRABALHAR NA DM................................................. 79
5.2 A NATUREZA DA DM EM RELAÇÃO A OUTRAS DELEGACIAS .................................................................. 85
5.3 AS ATRIBUIÇÕES E OS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA DM ....................................................................... 91
5.4 A NECESSIDADE (OU NÃO) DE TREINAMENTOS ..................................................................................... 96
5.5 A PRESENÇA MASCULINA NO EFETIVO POLICIAL DA DM ..................................................................... 103
5.6 O PAPEL DA DM NA COMUNIDADE ...................................................................................................... 106
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 114
6.1 A IDÉIA INICIAL ................................................................................................................................. 114
6.2 RETOMANDO AS QUESTÕES DE PESQUISA........................................................................................... 116
6.3 CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO POLICIAL ............................................................................. 120
6.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ................................................. 121
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................ 123
ANEXO A ........................................................................................................................................................... 127
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................................................................... 127
ANEXO B ........................................................................................................................................................... 129
RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS .......................................................................................................... 129
12
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa analisa as representações da Delegacia da Mulher, um órgão
oficial instituído com o objetivo específico de combater o fenômeno da violência contra a
mulher, presentes no discurso de Policiais Civis.
O interesse pelas concepções dos membros da Polícia Civil sobre a Delegacia da
Mulher surgiu em decorrência de minha atuação como policial civil, a partir do ano de 1993.
Minha inserção na Polícia Civil, e o desempenho da função policial por um curto período na
Delegacia da Mulher, levaram-me a questionar as representações desse órgão pelos membros
da corporação, e que ligações essas representações têm com a atuação dos agentes policiais
dentro das DMs e com a eficácia dessa delegacia no combate à violência de gênero, definida
por Maria Luiza Heilborn como “uma violência específica originária do próprio caráter das
relações entre os sexos”. Ainda segundo Heilborn, “há pelo menos duas ordens de fenômenos
abarcados sob esse título [violência contra a mulher]: a violência sexual e a violência conju-
gal, aí compreendendo relações afetivas que antecedem ao crime” (HEILBORN, 1987, p. 13).
Numa veia mais oficial, a Organização das Nações Unidas (BRASIL, 2005b, p. 01) define
violência contra a mulher como “qualquer ato de violência baseado na diferença de gênero,
que resulte em sofrimento e danos físicos, sexuais e psicológicos da mulher; inclusive amea-
ças de tais atos, coerção e privação da liberdade seja na vida pública ou privada”. Para poder
problematizar as representações discursivas ligadas às Delegacias da Mulher, o primeiro pas-
so foi voltar-me para a questão da violência contra mulher e os caminhos históricos percorri-
13
dos, tanto por organismos não governamentais quanto por agências oficiais, até a instituição
da Delegacia da Mulher em 1985.
A violência como mecanismo de conquista e manutenção do poder está presente
em diferentes ambientes sociais, e tem raízes muito antigas. A violência contra a mulher, as-
sim como outros tipos de violência social, também é resultado de um processo de construção
sócio-histórica. Segundo Silva (1992), em qualquer período da história da sociedade brasilei-
ra, por exemplo, é possível encontrar registros de abusos físicos contra as mulheres. A partir
da década de 80, quando a violência contra a mulher passou a ser problematizada no espaço
público, surgindo um discurso sobre o tema, grupos sociais específicos mobilizaram-se para
denunciar e pedir a punição dos agressores. A partir dessas pressões sociais surgiu o órgão
policial denominado “Delegacia de Polícia de Proteção da Mulher” para atender especialmen-
te mulheres vítimas de crimes cometidos contra as mulheres ligados ao seu sexo e gênero, a
fim de realizar a função do Estado de assegurar “a assistência à família na pessoa de cada um
dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”,
(Constituição Brasileira, artigo 226, parágrafo 8º).
Segundo Ardaillon (1987), em seu significado mais freqüente a expressão “vio-
lência contra a mulher” refere-se ao uso de força física, psicológica ou intelectual para obrigar
pessoa do sexo feminino a fazer algo que não deseja fazer; significa constranger, incomodar,
ou impedir a mulher de manifestar seu desejo e sua vontade. Como parte de um continuum
que pode envolver desde pressão e chantagens psicológicas, ameaças de diversas naturezas,
espancamentos ou até mesmo a morte, a violência contra a mulher constitui-se claramente
como uma violação dos direitos humanos, mas está de tal forma arraigada na cultura humana
que freqüentemente se de forma cíclica, como um processo regular e mais ou menos tole-
rado em diferentes comunidades.
14
A violência contra a mulher, muitas vezes acionada ou acirrada pela influência de
outros elementos (dificuldades econômicas, ciúmes, separação, uso de drogas, etc.), quando
localizada no âmbito da família, gera comportamentos agressivos contra os membros mais
frágeis do grupo familiar (crianças, mulheres, idosos). Em resumo, seja ela de natureza sexual
e/ou conjugal, a violência contra a mulher pode ser compreendida como uma forma de restri-
ção à liberdade feminina, envolvendo repressão física ou moral (SILVA, 1992).
Um dos aspectos da violência de gênero
1
é a relação que esse fenômeno mantém
com a linguagem, uma vez que, por ser um dos principais componentes de qualquer cultura, a
linguagem é uma das grandes disseminadoras de padrões discriminatórios e sexistas. No es-
copo dessa pesquisa, gênero é entendido como um construto social que designa as diferenças
sociais e culturais que definem os papéis destinados a homens e mulheres em cada sociedade.
Segundo Cameron (2002), a linguagem codifica as preocupações e os valores culturais trans-
mitidos de geração em geração. Em geral, as línguas são sexistas por representarem o mundo
de um ponto de vista masculino, de acordo com crenças estereotipadas sobre as mulheres, os
homens, e a relação entre eles. Assim, considerando que a existência humana é em grande
parte conduzida por eventos lingüísticos, podemos dizer que é através da linguagem que as
representações sobre os gêneros são construídas, difundidas, mantidas ou alteradas dentro dos
grupos sociais (CAMERON, 2002, p. 9).
É importante dizer, entretanto, que a linguagem por si não é sexista, mas as
convenções que regem seu uso o são. Ainda segundo Cameron (2002), o sexismo da lingua-
gem é um fenômeno multifacetado que adquire diferentes formas em diferentes práticas soci-
ais, com histórias e características próprias e particulares. A exemplo disso podemos citar as
representações da violência de gênero encontradas em discursos públicos e privados. Um caso
1
Embora algumas teóricas feministas distingam as expressões “violência contra a mulher” e “violência de gêne-
ro”, neste trabalho essas duas expressões estão sendo usadas como sinônimos.
15
de estupro noticiado na imprensa por vezes enfatiza muito mais a selvageria ou o modo de
agir do agressor do que o sofrimento causado à vítima, como se esse fosse um aspecto secun-
dário. Quando uma mulher sofre uma agressão sexual, por exemplo, muitas vezes ela é parci-
almente responsabilizada como provocadora da ação de que foi vítima (HEILBORN, 1987).
Nos julgamentos de crimes sexuais, é comum a condenação do desvio de conduta da mulher
(FIGUEIREDO, 2000).
Dentre os mecanismos de combate à violência contra a mulher, um dos espaços
oficiais que oferecem atendimento a mulheres vítimas é a Delegacia da Mulher (DM), prova-
velmente o primeiro órgão do poder público ao qual a vítima recorre. A DM é uma Delegacia
de Polícia considerada “especializada” uma vez que foi instituída para atender um público
específico, ou seja, mulheres vítimas de qualquer tipo de violência de gênero.
A implantação das DMs foi uma relevante conquista social e um passo importante
no combate à violência contra a mulher no Brasil. Essas delegacias surgiram como uma res-
posta oficial à questão da violência de gênero, oferecendo um espaço de proteção à mulher
vítima de violência, de punição para homens agressores, e de publicização da violência contra
a mulher como um problema social. Entretanto, apesar da importância desse órgão, ao longo
da minha experiência profissional observei que o trabalho das DMs em Santa Catarina é con-
sideravelmente comprometido por ter lugar num cenário de desconhecimento conceitual e
instrumental sobre a questão da violência de gênero, de preconceitos e de noções equivocadas,
incluindo não só o público que procura essa delegacia, mas também a própria instituição poli-
cial, alcançando o corpo de funcionários que a compõem.
16
1.1 JUSTIFICATIVA
A violência de gênero e a Delegacia da Mulher já foram temáticas de outros estu-
dos em áreas como a Antropologia e a Sociologia; porém, a intersecção desses temas com a
linguagem é relativamente nova (OSTERMANN, 2003a; 2003b; 2003c; COSTA, 2004 e PI-
SONI, 2006). Acredito que a investigação da representação da Delegacia da Mulher pelos
policiais civis poderá oferecer contribuição e estímulo para o debate acerca da funcionalidade
desta Delegacia de Polícia, bem como produzir teorizações e dados que poderão ser utilizados
em programas de capacitação específica para policiais sobre violência de gênero.
Para Krempel (2001), o problema da violência de gênero pode ser entendido como
endêmico, até mesmo como uma questão de saúde pública, uma vez que as mulheres vítimas
de violência, ao procurarem socorro nos serviços de saúde, apresentam maiores índices de
doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, abortos espontâneos, problemas
ginecológicos, dores de cabeça, abuso de drogas e álcool, depressão, etc. Em face desse qua-
dro, a implantação das Delegacias da Mulher no Brasil foi uma grande conquista, inclusive
dentro do quadro internacional (muitos países desenvolvidos não dispõem de uma delegacia
especial para lidar com crimes de violência contra a mulher). Porém, apesar de seus vinte anos
de existência, a atuação da Delegacia da Mulher ainda não atende completamente os objetivos
a que se propõe. A demanda social que os índices de violência contra a mulher requerem ain-
da não foi atendida pelos serviços prestados por estas delegacias especializadas (BRASIL,
2005a; BRASIL, 2004; BOSELLI, 2003; SILVA, 1992). Uma das possíveis explicações para
as deficiências na atuação das DMs frente à questão da violência contra a mulher é a desin-
formação do próprio corpo policial, e os conceitos equivocados que circulam dentro da corpo-
ração referentes a essa questão. Os resultados de minha pesquisa podem auxiliar a instituição
17
policial a localizar e entender as lacunas existentes, e a desenvolver políticas internas para
preenchê-las, resultando no aumento da qualidade e eficiência dos atendimentos das DMs.
1.2 QUESTÕES DE PESQUISA
Em face do quadro descrito nas seções anteriores, o presente estudo tem por obje-
tivo responder às seguintes questões de pesquisa:
(1) Qual a representação da Delegacia da Mulher para os policiais da 19ª Região
da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina?
(2) A representação das Delegacias da Mulher apresentada pelos funcionários des-
sa delegacia especializada se enquadra nos objetivos do órgão?
(3) Como os policiais da 19ª região vêem a questão do treinamento e/ou capacita-
ção para atuação na Delegacia da Mulher?
(4) compatibilidade entre as representações da Delegacia da Mulher para o
movimento feminista e a Polícia Civil?
1.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
Esta pesquisa teve como propósito principal investigar a representação da Delega-
cia da Mulher no contexto da Polícia Civil catarinense, e foi efetivada através da análise de 71
questionários
2
respondidos por policiais civis pertencentes a diversas carreiras policiais, com
exercício da função pública nas delegacias de polícia da 19ª região policial. Os questionários
foram organizados por carreiras policiais, em ordem alfabética, e numerados aleatoriamente
2
Esses questionários serão explicitados detalhadamente no capítulo metodológico.
18
(ver anexo B). O discurso dos policiais presente nas respostas dos questionários foi analisado
do ponto de vista lingüístico e social, ou seja, foram analisados não só os recursos lingüísticos
utilizados pelos participantes da pesquisa para criar representações discursivas dos principais
grupos sociais ligados à DM, mas também as implicações desses recursos em termos das prá-
ticas discursivas dos participantes, e das práticas sociais mais amplas nas quais eles estão in-
seridos.
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
O presente trabalho está organizado em sete capítulos, incluindo esta introdução.
O segundo capítulo foi destinado à Fundamentação Teórica e está dividido em quatro seções:
1) Análise crítica do discurso (ACD); 2) Representações; 3) Violência de Gênero, e 4) Dele-
gacia da Mulher. No primeiro momento faço uma abordagem sobre a adequação da aborda-
gem da ACD para a análise de elementos lingüísticos presentes nos textos, e suas ligações
com problemas sociais. Em seguida apresento o conceito de „representação‟, primeiramente
de forma mais genérica, partindo em seguida para uma subseção mais específica em que a-
bordo o modelo de análise proposto por Theo van Leeuwen (1997), que serviu de ferramenta
para a dimensão descritiva dos dados da pesquisa. A terceira seção trata da violência de gêne-
ro, na qual conceituo termos centrais e discuto a participação dos movimentos feministas no
enfrentamento desse problema. A última seção discute a Delegacia da Mulher, apresentando
informações acerca de sua implantação, abrangência e funcionalidade.
O terceiro capítulo é destinado à metodologia da pesquisa, e nele descrevo a cole-
ta dos dados e a metodologia de análise. Nele faço referência aos participantes da pesquisa,
contextualizando o espaço geográfico em que a pesquisa foi desenvolvida, bem como descre-
vo o questionário.
19
O quarto capítulo tem o propósito de descrever e analisar, em nível micro, os da-
dos coletados no que se refere à representação de atores sociais presentes no discurso dos po-
liciais civis. O capítulo 5, também analítico, apresenta ainda a análise macrolingüística dos
dados coletados, com um enfoque voltado para as implicações sociais das práticas discursivas
dos participantes da pesquisa. Meu olhar nesse momento volta-se para as crenças presentes no
discurso dos policiais civis da 19ª região relativas à DM em termos de sua especificidade, da
necessidade de treinamentos especiais, da presença de policiais homens em seu efetivo, e de
seu papel na comunidade.
O último capítulo é destinado às considerações finais da pesquisa. Nesse momento
as questões de pesquisa são retomadas, respondidas e discutidas. As conclusões obtidas a par-
tir da análise das categorias de atores sociais identificadas nos questionários aplicados aos
sujeitos de pesquisa, bem como das crenças identificadas no discurso dos policiais, são reto-
madas. Apresento também, no capítulo final, as contribuições da pesquisa para a formação e
capacitação de policiais civis, além de implicações para futuras pesquisas na área.
20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente capítulo tem o propósito de apresentar a literatura referente à área pes-
quisada, servindo de base teórica para o desenvolvimento do trabalho. A primeira seção abor-
da a Análise Crítica do Discurso; a segunda trata das representações, tanto do ponto de vista
genérico quanto do ponto de vista específico da representação de atores sociais no discurso. A
terceira seção aborda a violência de gênero, e a última seção do capítulo é destinada à Delega-
cia da Mulher.
2.1 ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO
Segundo Fairclough (2003a) a Análise Crítica do Discurso (doravante ACD) é
uma abordagem apropriada para investigações nas ciências sociais. Trata-se de uma perspec-
tiva teórica que interpreta a linguagem como ação social, com interesse particular nas relações
de poder, de controle e de discriminação que são estabelecidas, mantidas e manifestas pela
linguagem. Fairclough (1995) define a ACD como uma alternativa de análise do discurso vol-
tada para a conscientização de como a linguagem é utilizada para reforçar desigualdades soci-
ais, e para a análise de mudanças em organizações sociais. Para compreender essas relações, a
ACD analisa os aspectos lingüísticos e semióticos dos processos e problemas sociais. Seu
21
foco de atenção não é o uso da linguagem por si, mas o caráter lingüístico dos processos e das
estruturas sociais e culturais.
A ACD investiga as relações entre as estruturas sociais e culturais e os processos
sociais ao se ocupar das propriedades que os textos individuais adquirem nestas relações, ana-
lisando a forma como são interpretados e recebidos, e que efeitos sociais produzem (FAIR-
CLOUGH e WODAK, 1997). Nesse sentido, a ACD pode contribuir, por exemplo, para a
investigação das diferentes formas de discriminação de gênero mediadas pela linguagem e
representadas nos discursos de policiais civis.
Alguns termos são importantes para o entendimento desse campo de pesquisa, tais
como: discurso, prática discursiva, prática social, ideologia, poder e texto. As definições e
explicações desses conceitos, apresentados a seguir, baseiam-se na concepção de discurso e
no modelo tridimensional de análise propostos por Fairclough (1992). Segundo esse modelo,
todo evento discursivo é considerado ao mesmo tempo como texto (falado ou escrito), como
prática discursiva (processos de produção, distribuição e consumo textuais), e como prática
social (tipos de ação social).
Para Fairclough (1992), o discurso é socialmente constitutivo, pois é moldado e
restringido pela estrutura social como um todo, pela classe social dos indivíduos, e pelas rela-
ções específicas mantidas entre eles dentro de instituições específicas. Por outro lado, o dis-
curso também ajuda a construir o social, apresentando três efeitos constitutivos: ele contribui
para a criação de conhecimentos e crenças, para a construção de relações sociais e, ainda, para
a formação de identidades sociais e posições de sujeito.
Segundo Fairclough (1992), a prática discursiva refere-se à produção, distribuição
e consumo textuais que ocorrem em contextos sociais específicos, sendo influenciada por fa-
tores sociais. A prática discursiva pode ser constituída de maneira convencional contribuindo
para reproduzir a sociedade (através das identidades sociais, das relações sociais e dos siste-
22
mas de conhecimento e crença) sem que haja mudanças, ou de forma criativa, contribuindo
para a transformação social. Diferentemente das práticas sociais, que são de ordem econômi-
ca, política, cultural e ideológica, as práticas discursivas são de ordem interacional lingüística,
sendo moldadas de forma consciente ou inconsciente pelas estruturas sociais e pelas relações
de poder. Para um melhor entendimento do modelo de análise de discurso aqui adotado, a
concepção tridimensional proposta por Fairclough (1992) é representada diagramaticamente
na figura 1.
Figura 1 - Representação do modelo tridimensional de Fairclough (MEURER, 2005).
A prática social, por sua vez, tem relação com os conceitos de ideologia e poder.
Conforme Fairclough (1992), as ideologias são formas de significar ou construir a realidade,
neste caso, o mundo físico, as identidades sociais, as relações sociais. Estas, por sua vez, são
construídas através das práticas discursivas, que contribuem para a produção, reprodução ou
transformação das relações de dominação. Para a ACD, as ideologias estão textualmente loca-
23
lizadas: o processo de interpretação textual envolve a produção de sentidos, que por sua vez
podem gerar ainda outros sentidos, de acordo com o grau de manipulação ideológica.
Apesar da capacidade da linguagem para materializar as ideologias, Fairclough
(1992) questiona se todo discurso é ideológico. Segundo o autor, as práticas discursivas são
investidas ideologicamente à medida que fazemos uso de significações que reproduzem rela-
ções de poder. Entretanto, nem todos os discursos têm a mesma carga ideológica.
Quanto ao conceito de poder, Wodak (2004) afirma que ele envolve relações de
diferença, particularmente os efeitos dessas diferenças nas estruturas sociais. As diferenças de
poder são codificadas e determinadas pelo discurso e pelo gênero textual.
3
A ACD preocupa-
se com o poder como condição central da vida social, não só no que se refere à noção de lutas
pelo poder e pelo controle, mas também no que diz respeito à intertextualidade e à recontex-
tualização de discursos que competem entre si.
Resta ainda falar sobre a dimensão textual da concepção tridimensional do discur-
so. Nessa dimensão, o texto é considerado como um conjunto de traços do processo de produ-
ção, ou um conjunto de pistas para o processo de interpretação, e representa apenas uma parte
do discurso. A análise textual pode envolver as categorias de vocabulário, gramática, coesão e
estrutura textual (FAIRCLOUGH, 1992). O vocabulário diz respeito às palavras individuais;
a gramática, à combinação das palavras nas orações e frases; a coesão, à ligação das orações
e frases; e a estrutura textual às propriedades maiores de organização textual. Na análise tex-
tual, a oração é vista como multifuncional, resultante da combinação de significados ideacio-
nais, interpessoais e textuais. Esses significados têm origem na Gramática Sistêmica Funcio-
nal proposta por Halliday (2004).
3
Na Língua Inglesa existem dois termos distintos para referir-se às categorias gênero social (gender) e gênero
textual (genre), o que não acontece na Língua Portuguesa. Daí a necessidade de diferenciar esses dois cons-
trutos em português através das qualificações social e textual.
24
2.2 REPRESENTAÇÕES
Para Hall (apud CALDAS-COULTHARD e van LEEUWEN, 1997, p. 61), repre-
sentação é:
O processo através do qual membros de uma cultura usam sistemas de significação
para produzir significado... Objetos, pessoas, eventos no mundo não têm em si
mesmos qualquer significado fixo, final ou verdadeiro. Somos nós, em sociedade,
que atribuímos significado às coisas e ao mundo que nos rodeia. Os significados,
conseqüentemente, irão sempre mudar, de uma cultura ou período para outro.
Um dos sistemas de significação mais largamente utilizados é a linguagem verbal.
Através da análise das práticas discursivas de uma determinada instituição podemos investigar
como seus membros constroem representações do social, como, por exemplo, a representação
da Delegacia da Mulher para a Polícia Civil, objeto desta pesquisa.
Segundo Kress (1989), o uso da linguagem tem relações estreitas com fenômenos
sociais, pois as pessoas falam, escrevem, lêem e ouvem de maneira socialmente determinada,
de acordo com a categoria social em que estão inseridas. Em face disso, as representações
lingüísticas são afetadas por valores sociais e, assim, determinadas maneiras de ver a realida-
de se sobressaem em relação a outras, criando significados ideológicos de acordo com as con-
dições históricas e culturais de um determinado contexto.
As representações correspondem à metafunção ideacional da linguagem (HAL-
LIDAY, 2004), que nos permite construir uma imagem mental da realidade. Fairclough
(2003b), com base na Gramática Sistêmica Funcional, afirma que os significados representa-
cionais podem ser de três tipos: processos, participantes e circunstâncias. Os processos ge-
ralmente são verbos, os participantes podem ser sujeitos ou objetos diretos ou indiretos dos
verbos, e as circunstâncias podem ser constituídas de vários elementos adverbiais, como lu-
gar, tempo, etc.
25
A representação de eventos sociais é constituída de vários elementos: atividades,
pessoas (com suas crenças, valores, histórias, etc.), relações sociais e institucionais, objetos,
meios (como os tecnológicos, por exemplo), tempo e lugares, além da linguagem e outros
tipos de semioses. Nesse trabalho centrarei minha análise dos recursos de representação nos
participantes (humanos e institucionais) presentes nos discursos dos policiais civis. A análise
textual, de um ponto de vista representacional, pode apontar quais participantes foram excluí-
dos e quais foram incluídos em um determinado texto. A análise dos padrões de exclu-
são/inclusão pode revelar que elementos o escritor/falante considerou ir/relevantes o suficien-
te para serem excluídos ou incluídos, além de tentar interpretar quais as justificativas para
tanto (FAIRCLOUGH, 2003b).
A representação dos participantes (atores sociais) envolve um número de escolhas
que incluem: ativo/passivo, pessoal/impessoal, nomeado/classificado, específico/genérico,
exclusão/inclusão e a utilização de pronomes em oposição aos nomes.
Nessa perspectiva, a análise das representações que os membros da Polícia Civil
constroem a respeito dos grupos sociais ligados à Delegacia da Mulher pode ajudar a entender
como essa instituição e seus membros vêem a questão da violência contra a mulher, e apontar
a presença de mitos, preconceitos, estereótipos e lacunas conceituais existentes dentro da cor-
poração.
2.3 REPRESENTAÇÕES DE ATORES SOCIAIS: O MODELO DE VAN LEEUWEN
Theo van Leeuwen (1997) propõe um modelo minucioso de descrição sócio-
semântica das formas pelas quais os atores sociais podem ser representados nos discursos.
Cada uma das escolhas representacionais propostas pelo autor está ligada a realizações lin-
26
güísticas específicas. O sistema de representação dos atores sociais proposto por van Leeuwen
parte de duas categorias gerais: a exclusão e a inclusão dos atores no discurso.
Os atores são excluídos quando os agentes dos processos descritos não são expli-
citados, ficando encobertos por diferentes estratégias discursivas. Segundo van Leeuwen, a
exclusão de atores sociais pode sugerir que: i) os participantes são irrelevantes; ii) eles podem
ser suprimidos uma vez que fazem parte do contexto; iii) eles foram deixados de fora proposi-
talmente, uma vez que não podem ser claramente identificados; ou iv) o escritor/falante não
os quis identificar. Os atores sociais incluídos, por sua vez, podem ser personalizados ou im-
personalizados; determinados ou indeterminados; genericizados ou especificados.
O processo de exclusão dos atores sociais no discurso pode ser realizado de duas
maneiras: pela supressão ou pelo encobrimento. Na supressão não referências, em qual-
quer parte do texto, ao agente em questão; quando ocorre encobrimento, os atores sociais po-
dem não ser mencionados em relação a alguma atividade específica, mas são referidos indire-
tamente no texto, permitindo ao leitor/a identificá-los de alguma forma. Segundo van Leeu-
wen (1997, p.181), quando encobertos, os atores sociais não estão totalmente excluídos, so-
mente pouco visíveis, ou seja, são empurrados para segundo plano.
A supressão de um ator social pode ser realizada pelo apagamento do agente da
passiva, pela utilização de orações infinitivas que funcionam como participante gramatical,
pela retirada dos beneficiários de uma ação, ou ainda pela utilização de nominalizações. A
nominalização é o processo no qual uma unidade gramatical passa a funcionar como um subs-
tantivo ou um sintagma nominal, tendo sido construída a partir de outra classe gramatical (por
exemplo, a partir de um verbo) (TRASK, 2004, p. 207). O encobrimento de um ator social
pode ser realizado através da construção de orações passivas com o agente explícito, ou da
ocorrência de elipses no texto.
27
O processo de inclusão dos atores sociais no discurso pode partir da análise de papéis
ativos e passivos desempenhados pelos atores. A ativação é a representação dos atores sociais
como forças ativas e dinâmicas numa atividade; por outro lado, a passivação é a representa-
ção desses atores como submetidos às atividades, ou como receptores delas (van LEEUWEN,
1997).
Referindo-se ao modelo de van Leeuwen, Fairclough (2003, p.150) afirma que na ati-
vação os atores sociais são representados como agentes das ações, como aqueles que fazem as
coisas acontecerem. Na perspectiva sistêmico-funcional (HALLIDAY, 2004), a ativação pode
ser realizada através de papéis gramaticais ocupados pelos participantes dentro de estruturas
de transitividade em que os atores sociais ativos são codificados como: i) atores em processos
materiais; ii) comportantes em processos comportamentais; iii) experienciadores em proces-
sos mentais; e. iv) portadores em processos relacionais.
O processo de passivação, por sua vez, requer outra classificação: o ator social passi-
vado pode ser sujeito ou beneficiado dos processos verbais, sendo que este beneficiamento
pode ser positivo ou negativo. Assim como na ativação, a sujeição pode ocorrer de várias
formas: i) quando o ator social é a extensão em um processo material; ii) quando é fenômeno
num processo mental; ou iii) quando é atributo num processo relacional atributivo (HALLI-
DAY, 2004). A beneficialização acontece quando o participante beneficiado é beneficiário
em relação a um processo material, ou é receptor em relação a um processo verbal.
Um dos primeiro aspectos a serem considerados na inclusão dos atores sociais no
discurso é se as escolhas lexicais promovem a personalização ou impersonalização dos ato-
res. Quando os atores sociais são personalizados as escolhas representacionais tratam-nos
como seres humanos, realizados através de pronomes pessoais ou possessivos, nomes próprios
ou substantivos. Quando impersonalizados, os atores sociais são representados através de
28
substantivos abstratos ou através de substantivos concretos cujos significados não incluem a
característica semântica humana.
Os atores sociais personalizados podem ser também representados como determi-
nados ou indeterminados, genericizados ou especificados. A determinação ocorre quando a
identidade do ator social é de alguma forma especificada; a indeterminação pode ser realizada
através da representação dos atores sociais por pronomes indefinidos, usados numa função
nominal, pela representação dos atores como indivíduos ou grupos não-especificados e „anô-
nimos‟, ou ainda por agregação, quando os atores são reunidos em grupos que não podem ser
identificados.
Os atores sociais determinados podem ainda ser categorizados, ou seja, represen-
tados por termos de identidades e funções que partilham com os outros. Os atores sociais ca-
tegorizados podem ainda ser distinguidos por funcionalização e identificação. A funcionaliza-
ção ocorre quando os atores são referidos em termos de uma atividade profissional. A identi-
ficação permite que os atores sociais sejam representados por aquilo que são. Esse tipo de
representação dos atores sociais permite ainda a subdivisão em identificação relacional, que
diz respeito às relações pessoais que os atores têm entre si.
Outro fator importante na representação dos atores sociais é a escolha entre refe-
rência genérica e específica, quando os atores podem surgir como classes ou como indivíduos
específicos e identificáveis. Para van Leeuwen (1997), quando as entidades são genericizadas,
as classes constituem o real, e nelas os participantes específicos são „espécimes‟ dessas clas-
ses. A genericização pode realizar-se através do plural sem artigo, ou do singular com artigo
definido ou indefinido. No processo de especificação os atores sociais podem ser categoriza-
dos por individualização, quando forem referidos como indivíduos, ou por assimilação quan-
do forem referidos como grupos. A individualização realiza-se pela singularidade, enquanto
29
que a assimilação pela pluralidade, pela utilização de um substantivo contável, ou por um
substantivo que denote um grupo de pessoas.
Os atores sociais podem ainda ser referidos em termos que os qualificam, proces-
so definido por van Leeuwen como avaliação. A avaliação realiza-se através do conjunto de
substantivos e expressões idiomáticas que denotam juízo de valor positivo ou negativo. Na
figura 2, a seguir, é possível visualizar o sistema de representação de atores sociais proposto
por van Leeuwen.
Figura 2 Sistema de representação de atores sociais de Theo van Leeuwen (1997, p. 66).
30
2.4 VIOLÊNCIA DE GÊNERO
O termo violência de gênero engloba todo o tipo de relação social hierarquizada
que traz em sua origem o desejo de preservação da organização social de gênero (SAFFIOTI e
ALMEIDA, 1996). A categoria “gênero”, por sua vez, remete a uma ampla discussão sobre o
contexto das relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres. Assim,
para as autoras, o conceito de nero “se situa na esfera social, diferente do conceito de sexo,
posicionado no plano biológico” (p. 183). A criação do construto teórico de gênero e, mais
especificamente, do conceito de violência contra a mulher ou violência de gênero, implica-
ram também na criação de uma categoria política, ancorada num sistema discursivo produzido
pelos movimentos feministas (HEILBORN, 1987). A partir desse(s) discurso(s), as definições
sobre o que é uma mulher ou o que é um homem e quais são seus papéis na sociedade desco-
laram-se dos corpos físicos e das características anatômicas, situando-se num nível simbólico,
na produção cultural das sociedades.
Dentro dessa perspectiva, um dos principais fatores de perpetuação da violência
de gênero é a questão cultural, entendida como sua base de sustentação. A atribuição de pa-
péis sociais, na qual o modelo central de superioridade é o masculino, foi construída como
parte de um processo histórico e vem sendo mantida ao longo dos tempos. As relações de po-
der entre os gêneros e a subordinação das mulheres tornaram-se tão arraigadas em todas as
sociedades humanas que a dominação masculina (incluindo a violência contra a mulher) pas-
sou a ser apresentada e até mesmo entendida em muitos grupos sociais como natural e inques-
tionável.
Uma das modalidades de violência de gênero que expressa de forma mais clara e
contundente a desigualdade nas relações entre homens e mulheres em vel privado é a vio-
lência conjugal. Nessa modalidade, o marido ou o parceiro é o principal agressor da mulher.
31
Isso indica que o espaço doméstico é palco para o exercício da violência de gênero rotinizada,
pois permite ao agressor acesso privilegiado à vítima. O que promove a diferenciação deste
tipo de violência dos outros tipos vislumbrados pela justiça criminal é exatamente a caracte-
stica de habitualidade. Teles e Melo compreendem a violência de gênero como o tipo de
violência mais praticado no plano conjugal, e assim a definem (2002, p. 25):
Violência de gênero ocorre entre homens e mulheres que se amam ou se amaram, se
relacionam ou se relacionaram na intimidade. O agressor conhece bem os hábitos, os
sentimentos e maneiras de agir e reagir de sua vítima, o que a torna mais vulnerável
aos seus ataques.
A vítima da violência conjugal está envolvida num contexto de dominação e vio-
lência simbólica exercida através da adesão inconsciente dos dominados aos esquemas de
dominação masculina (BOURDIEU apud BOSELLI, 2003, p. 16). Segundo o autor, homens e
mulheres estão imersos em uma mesma cultura que naturaliza a determinação de papéis e de
formas „adequadas‟ de comportamento masculino e feminino. As representações acerca do
papel feminino “adequado” incluem as concepções de fragilidade, dependência e submissão,
que dão ao homem o direito de tutela sobre a mulher, uma vez que ao papel masculino é atri-
buído o exercício do poder nas relações conjugais.
A passagem da violência contra a mulher de problema privado para problema pú-
blico deu-se por força do movimento feminista, como resultado da luta de diferentes grupos
de mulheres para produzir um novo tipo de percepção da violência de gênero, apresentando-a
como um problema grave, com características profundamente nocivas à convivência social
(SOARES, 1999).
As ações dos grupos feministas a partir dos anos 80 forçaram a criação de orga-
nismos oficiais e políticas públicas voltadas para a temática da violência contra a mulher. Em
1982, um grupo de mulheres filiadas ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), em São Paulo, resolve aliar-se ao Estado e lutar pela implementação de um orga-
32
nismo estadual com políticas sociais direcionadas a combater discriminações contra a mulher.
A partir dessa iniciativa surge em 1983, no estado de São Paulo, o Conselho Estadual da Con-
dição Feminina, seguido, nos anos posteriores, pela criação do Conselho Nacional e dos Con-
selhos Municipais da Mulher (BOSELLI, 2003). Esses organismos abriram espaço para a cri-
ação da Delegacia da Mulher, que discutirei a seguir.
2.5 A DELEGACIA DA MULHER
A criação do Conselho Nacional, em 1985, alçou a discussão da violência contra a
mulher às altas esferas de poder no país, na tentativa de que o combate a esse tipo particular
de violência fosse identificado pelo poder público como uma luta necessária. Nessa época, a
grande conquista do movimento feminista, aliado a grupos oficiais de defesa dos direitos da
mulher, como o Conselho Estadual da Condição Feminina, foi a implantação, no ano de 1985,
da primeira Delegacia de Polícia especializada no atendimento a mulheres vítimas de violên-
cia, no Estado de São Paulo (BOSELLI, 2003).
A criação da Delegacia da Mulher pretendeu tornar pública e abrangente a discus-
são sobre a violência de nero, especialmente a violência conjugal. A partir de então, a ques-
tão da violência contra a mulher tomou outras dimensões, e os movimentos brasileiros em
defesa da mulher aliaram-se a movimentos mundiais, levando a ONU a reconhecer a violência
contra a mulher como um tema legítimo dos direitos humanos, e a instituir o dia 25 de no-
vembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher (BOSELLI,
2003).
O estado de São Paulo, o primeiro a reconhecer a necessidade e a importância da
Delegacia da Mulher, atualmente concentra cerca de 40% do total destas delegacias especiali-
33
zadas implantadas no Brasil. Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Segu-
rança Pública, em 2003 o país contava com aproximadamente 400 unidades no território na-
cional, com pelo menos uma unidade por estado. Em Santa Catarina, encontram-se em fun-
cionamento onze Delegacias da Mulher, instaladas nas cidades de Florianópolis, Joinville,
Blumenau, Itajaí, Lages, Balneário Camboriú, Criciúma, Tubarão, Rio do Sul, Concórdia e
Araranguá
4
, município sede da 19ª Região Policial Civil, alvo dessa pesquisa.
A institucionalização da Delegacia da Mulher foi a mais ampla política pública
brasileira relacionada à violência de gênero. Como mencionado anteriormente, a idéia inicial
de sua implantação partiu do movimento feminista, que serviu como suporte, através da expe-
riência obtida anteriormente com o SOS-Mulher, em São Paulo, entidade totalmente idealiza-
da e organizada por organismos de luta feministas daquele estado (GREGORI, 1993).
Com a criação da Delegacia da Mulher esperava-se que a violência de gênero, até
então invisível e sem importância social, viesse a se tornar pública e notória, e que esta dele-
gacia especializada contribuísse para uma melhor distribuição da justiça e para a promoção da
cidadania de uma categoria discriminada, além de reelaborar o significado da violência atra-
vés da perspectiva de gênero (SOARES, 1999). Entretanto, o funcionamento das Delegacias
da Mulher não tem atendido a essa expectativa. O que se percebe no meio policial é que as
questões relativas à categoria gênero não são do conhecimento da maioria dos policiais, cujas
atividades profissionais são freqüentemente pautadas por estereótipos agregados culturalmen-
te.
O objetivo da Delegacia da Mulher era a viabilização de um espaço com condi-
ções adequadas para que as mulheres pudessem denunciar a violência sofrida e receber um
tratamento especializado. Para isso, imaginou-se que o quadro de funcionários deveria ser
4
Dados obtidos na Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Santa Catarina, através de contato telefônico
mantido com funcionários do setor.
34
composto exclusivamente por mulheres (OSTERMANN, 2003a), o que permitiria às vítimas
sentirem-se mais seguras, uma vez que estariam sendo atendidas por pessoas que compreen-
deriam melhor as angústias femininas. De acordo com a normatização das delegacias especia-
lizadas de atendimento à mulher (BRASIL 2005a, p. 10):
São atribuições das delegacias da mulher prevenir, registrar, investigar e reprimir as
infrações penais, cometidas contra as mulheres vítimas de violência doméstica e de
gênero, por meio de acolhimento com escuta ativa, realizada por delegadas
5
e equipe
de agentes policiais, profissionalmente qualificadas e com compreensão do fenôme-
no da violência de gênero.
A partir da implantação dessa delegacia de polícia especializada, as mulheres pas-
saram a denunciar seus agressores em escala muito maior, o que promoveu certo dimensio-
namento e publicização da questão da violência contra a mulher. Os números referentes à vio-
lência de gênero no Brasil ainda são precários; porém, uma pesquisa realizada em 2001 pela
Secretaria Nacional de Direitos Humanos e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
aponta que, no ano de 1999, foram registradas 469.800 ocorrências policiais de violência con-
tra a mulher no Brasil, dentre estas 113.727 referentes a casos de espancamentos e 107.999
referentes a ameaças. Estes números foram coletados apenas entre as delegacias especializa-
das que atenderam ao chamado da pesquisa, excluindo-se os registros efetuados nas delegaci-
as comuns (TELES e MELO, 2002). Segundo dados do Relatório Nacional Brasileiro
6
(apud
5
A carreira policial de Delegado/a de Polícia foi utilizada no texto da normatização das delegacias especializa-
das de atendimento à mulher apenas no gênero feminino, além disso, na página quatorze desse mesmo docu-
mento uma menção ao atendimento às mulheres que deverá ser realizado “preferencialmente por policiais
do sexo feminino”.
6
Segundo nota publicada no site oficial do Ministério da Justiça
(http://www.mj.gov.br/noticias/2002/outubro/RLS221002-cedaw.htm), acessado em 20 set. 2006, o Relatório
Nacional Brasileiro é um documento divulgado em 2002, pelo Ministério da Justiça, desenvolvido por mulheres
de organizações não governamentais, que trás um balanço da situação social, política, econômica e jurídica da
mulher brasileira. O Relatório faz parte da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher (CEDAW), que tem como principal objetivo a promoção da igualdade de gênero. A Convenção
foi ratificada pelo Congresso Nacional em 1984 e assinada por 170 países. O texto completo desse relatório não
foi localizado, apesar de muitas tentativas feitas, o que resultou a impossibilidade de incl-lo na lista de referên-
cia da pesquisa.
35
DIAS, 2005), a cada quinze segundos uma mulher é agredida no Brasil; matematicamente
falando, isso corresponde a um número de 5.760 mulheres sendo espancadas diariamente.
A procura expressiva pelo atendimento da Delegacia da Mulher, a partir de sua
criação, permitiu traçar o perfil da vítima. Todos os dados indicam que a violência contra a
mulher é um fenômeno democrático na medida em que atinge todas as classes sociais, etnias e
idades (BOSELLI, 2003).
Em 2005, a Delegacia da Mulher completou 20 anos de existência. Infelizmente,
como membro da instituição, parece-me que durante este tempo poucas foram as mudanças
observadas no cotidiano das DMs e das demais delegacias. Passado o momento de euforia
inicial da criação do órgão, do qual se esperava muito, inúmeras expectativas não foram cum-
pridas. Em mais de dez anos de experiência policial, pude perceber um nível bastante baixo de
motivação entre os policiais que desempenham suas funções na Delegacia da Mulher, bem
como dos policiais das outras delegacias com relação ao trabalho da DM. É possível perceber
um quadro de desencanto, ou mesmo de apatia, em relação à função social que as DMs exer-
cem no contexto da violência contra a mulher. Especulo que esta desmotivação seja decorren-
te da frustração experimentada por muitos policiais de, com freqüência, não poder oferecer às
mulheres vítimas de violência de gênero que buscam a DM uma solução adequada para seus
problemas. Atualmente a questão que mais difere a DM das outras delegacias está no público
que a procura (somente mulheres vítimas de violência de gênero). Entretanto, em razão de ser
uma delegacia especializada, o que deveria diferenciá-la das outras delegacias de polícia seria
também o tipo de serviço prestado. A portaria que define as atribuições das Delegacias da
Mulher é diferente em vários estados do Brasil. Em Santa Catarina, a Delegacia da Mulher
atende crianças, adolescentes e mulheres. Crianças, na condição de vítimas de adultos; ado-
lescentes, vítimas e infratores penais; e mulheres, vítimas de crimes cometidos contra o gêne-
ro feminino.
36
Uma característica das DMs catarinenses que contraria a idéia inicial da Delegacia
da Mulher é a presença masculina nos efetivos policiais desses órgãos. Entretanto, como ilus-
trarei no capítulo analítico dessa dissertação, pouco adianta que o efetivo policial de uma DM
seja totalmente composto por mulheres se estas se comportarem perante as vítimas de maneira
preconceituosa e desinteressada, ou seja, não basta que a funcionária seja mulher para estar
sensibilizada com as questões de gênero tratadas na DM (OSTERMANN, 2003a; 2003c; PI-
SONI, 2006). Em minha prática profissional, pude observar que os homens autores de violên-
cia de gênero muitas vezes não se sentem intimidados quando procurados por mulheres poli-
ciais (no caso de entrega de intimações ou condução de alguém à delegacia, por exemplo). Por
outro lado, o mesmo não acontece quando esses serviços são feitos por policiais homens. A-
inda que meu comentário ratifique os padrões culturalmente determinados de „superioridade‟
masculina, em minha opinião trata-se de um aspecto positivo, a fim de que os agressores pos-
sam perceber que também seus pares sociais (do sexo masculino) estão envolvidos no comba-
te à violência contra a mulher.
Com relação ao treinamento e capacitação do efetivo das Delegacias da Mulher,
os movimentos feministas que lutaram para a estruturação das DMs sempre acreditavam que a
estrutura e o funcionamento desse órgão requeriam que as agentes fossem treinadas na pers-
pectiva de gênero, para que os preconceitos relacionados à violência contra a mulher não fos-
sem reproduzidos e o atendimento realizado fosse profissional e especializado (SAFFIOTI,
2004).
Entretanto, apesar de constar do ideário inicial de criação das DMs, o projeto de
familiarização dos policiais com as questões de gênero e de capacitação sobre as questões
relativas a essa temática não se concretizou. Apesar de as Academias de Polícia estarem pre-
37
sentes em todos os estados brasileiros, seus currículos não contêm disciplinas específicas para
a formação de policiais especializados para o trabalho em Delegacias da Mulher
7
.
Diante de um quadro de desconhecimento quase que institucional sobre as impli-
cações sociais e culturais da violência contra a mulher, e sobre o campo de debates teóricos e
de movimentos não-governamentais voltados para essa temática, a eficácia e a qualidade dos
atendimentos realizados pelo órgão que foi criado especialmente para combater a violência de
gênero estão seriamente comprometidos. A impotência sentida por muitos policiais diante dos
crimes, das vítimas e dos agressores que atendem contribui para o desencantamento de muitos
policiais acerca das atividades que desempenham na DM, uma vez que pouca funcionalidade
é atribuída ao serviço que prestam. Para alguns policiais a ineficiência da DM é latente, eles
percebem que o desempenho de suas funções está aquém da expectativa das vítimas, porém
não têm condições por si próprios de mudar a situação, uma vez que se trata de um problema
institucional. Além destes, também aqueles policiais que ainda não despertaram para essa
questão e, infelizmente, desempenham suas funções mecanicamente, alienados das implica-
ções sociais de suas práticas policiais. Assim, penso que cabe a Polícia Civil redimensionar a
funcionalidade desta delegacia especializada, promovendo, entre outras ações, a capacitação
adequada aos seus funcionários, e fiscalizando as manifestações sexistas por parte de policiais
no efetivo das DMs que, por vezes, referem-se às vítimas com expressões que as fazem sentir-
se culpadas por terem sido agredidas.
Dado o quadro acima descrito é possível traçar um caminho para a análise do dis-
curso de Policiais Civis acerca de suas representações sobre a Delegacia da Mulher. Fairclou-
gh (2003a, p. 184) propõe que, para realizarmos uma investigação crítica do discurso, deve-
mos:
7
No início do ano de 2006, a ACADEPOL (Academia da Polícia Civil de Santa Catarina), promoveu um curso
de formação policial para recém-aprovados em concurso público para a Polícia Civil. Nessa ocasião, pela
primeira vez, a violência contra a mulher foi abordada no centro de formação, em forma de palestra, dentro
da disciplina intitulada Abordagem sócio-psicológica da violência”.
38
1. Focalizar um problema social que tenha um aspecto semiótico;
2. Identificar os obstáculos que impedem que ele seja abordado através da análise:
Da rede de práticas nas quais o problema está localizado;
Da relação semiótica que ele mantém com outros elementos da prática(s)
social(ais) onde se insere;
Do discurso (isto é, da própria semiose), o que inclui a análise lingüística.
3. Considerar se a ordem social (a rede de práticas) depende desse problema para
existir.
4. Identificar as possíveis formas de superar os obstáculos.
Esse modelo analítico enquadra-se bastante bem em meu desenho de pesquisa,
uma vez que estou interessada em investigar, nas representações discursivas de membros da
força policial sobre a DM, explicações do porquê os policiais que nela atuam sentem-se impo-
tentes e insatisfeitos com o desempenho dessa delegacia (o problema social), e do porquê a
DM ainda não atingiu seus objetivos originais de dar publicidade à violência de gênero, auxi-
liar no processo de ressignificação das relações e papéis de gênero na sociedade, e promover
maior distribuição da justiça para as mulheres. Para tanto, procurei identificar, nas práticas
discursivas dos policiais civis, a forma como eles representam o fenômeno da violência de
gênero e o papel das DMs frente a esse problema, com a finalidade de investigar as relações
dessas representações semióticas com outras práticas sociais e com o próprio discurso polici-
al, através da análise estrutural, interacional, interdiscursiva, lingüística e semiótica. O tipo de
análise proposto pela ACD possibilita também considerar se a ordem social (as práticas soci-
ais) necessita de alguma forma da violência de gênero e da baixa eficácia das DMs no aten-
dimento e combate a esse tipo de violência; e, finalmente, identificar possíveis formas de con-
tribuir para a superação dos obstáculos que o problema encontra.
No próximo capítulo, identificarei o tipo de pesquisa realizada para essa disserta-
ção, descreverei o corpus de pesquisa, assim como a forma e o instrumento de coleta dos da-
dos, os participantes, e o modelo de análise que utilizei nos capítulos analíticos.
39
3 METODOLOGIA
O presente capítulo apresenta a metodologia adotada para a realização deste traba-
lho, bem como os participantes que fizeram parte da pesquisa e a descrição dos instrumentos
de coleta e procedimentos de análise dos dados obtidos.
3.1 TIPOS DE PESQUISA
O presente trabalho enquadra-se no desenho metodológico de pesquisa qualitati-
va, que, segundo Merriam (apud RAUEN, 2006, p. 163), é o tipo de pesquisa cujas caracterís-
ticas centrais são investigar a interação de indivíduos nos seus ambientes sociais, com objeti-
vos de compreender situações específicas, em contextos particulares de interação. Como este
tipo de pesquisa busca também entender o problema investigado sob a perspectiva dos parti-
cipantes, ele envolve pesquisa de campo e descreve profundamente processos, sentidos e co-
nhecimentos.
40
3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário. Para sua elabo-
ração foram seguidas as orientações propostas por Rauen (2002, p. 127) quanto às seções que
esse documento deve conter: cabeçalho, questões de caracterização do informante e o corpo
de questões (ver questionários em anexo).
No cabeçalho, identifiquei-me como policial civil e mestranda em Ciências da
Linguagem pela UNISUL e apresentei o tema da pesquisa: o papel da Delegacia da Mulher
para a 19ª Região Policial Civil de Santa Catarina. Em seguida, informei que o questionário
era anônimo e que os dados obtidos seriam usados apenas para fins acadêmicos, além de enfa-
tizar a importância da participação de cada um dos policiais.
No item de caracterização do informante, solicitei que os participantes informas-
sem a função que desempenham na Polícia Civil, o sexo, o tempo de serviço na instituição e o
órgão policial em que trabalham, informações estas que objetivavam apenas a contextualiza-
ção dos sujeitos no campo da pesquisa.
No corpo das questões, foram apresentadas onze perguntas dos seguintes tipos:
uma questão fechada
8
, quatro questões abertas
9
e seis questões abertas e fechadas
10
.
A primeira pergunta do questionário apresentado aos policiais da 19ª Região foi
assim elaborada: Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos
vários setores e delegacias existentes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de
trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes, de roubo a banco, etc.; quais as
8
As perguntas fechadas caracterizam-se pela restrição da liberdade de resposta, pois o informante responde
conforme as instruções dadas pelo pesquisador, são conhecidas como dicotômicas, por permitirem duas alter-
nativas de resposta: sim ou não (RAUEN, 2002, p. 128).
9
As perguntas abertas caracterizam-se pela liberdade dada ao informante para a resposta. Ibidem, p. 128.
10
As perguntas abertas e fechadas permitem uma ampliação das opções por parte do informante, e uma compre-
ensão mais profunda das respostas por parte do investigador. Ibidem, p. 129.
41
atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras delegacias? O objetivo
desta pergunta era investigar como os participantes concebiam a Delegacia da Mulher em
termos de sua especialização.
A segunda pergunta apresentada era: Como você o funcionamento da Delega-
cia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à comunidade, do tipo de
trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da Delegacia da Mulher, etc. A ex-
pectativa com relação às respostas a esta pergunta era que os participantes falassem a respeito
da funcionalidade dos serviços prestados pela Delegacia da Mulher à comunidade que a pro-
cura, objetivando assim verificar como os policiais vêem o serviço policial realizado na DM,
bem como se identificavam aspectos positivos ou deficiências nos serviços prestados pela
Delegacia da Mulher.
A questão três (Você acha que a Delegacia da Mulher traz benefícios para a co-
munidade? Em caso afirmativo, que benefícios são esses?), aberta e fechada, objetivava veri-
ficar se os policiais da 19ª Região viam a Delegacia da Mulher como uma instituição impor-
tante para a comunidade onde está inserida, e, em caso afirmativo, que tipo de benefícios ela
proporciona.
A quarta questão (Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?) foi a úni-
ca questão completamente fechada do questionário, e, como toda questão fechada, pretendia
construir um contexto para a investigação. O objetivo específico dessa questão era verificar
quantos policiais da 19ª região policial tinham trabalhado em uma Delegacia da Mulher, e
se havia maior incidência de mulheres entre os policiais que trabalham ou trabalharam na
DM.
A questão cinco do questionário (Caso você não tenha trabalhado numa Delega-
cia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta), também aberta e fechada, tinha
relação com a de número quatro. Além de saber quantos funcionários da 19ª Região policial já
42
tinham tido alguma experiência de trabalho em uma Delegacia da Mulher, eu desejava saber
quantos policiais, dentre aqueles não haviam trabalhado na DM, estariam dispostos a trabalhar
nessa delegacia. Interessava-me saber se haveria algum tipo de rejeição ou mesmo aversão ao
desempenho da atividade policial na DM, ou se os policiais se mostrariam abertos à possibili-
dade de trabalhar nesse órgão.
A sexta pergunta (Na sua opinião, por que a comunidade procura a Delegacia da
Mulher?) tinha por objetivo verificar a concepção dos policiais a respeito dos motivos que
levam a comunidade a procurar a Delegacia da Mulher, a fim de verificar como os policiais
percebem a relação entre comunidade e DM, e se a representação dessa relação corresponde
aos propósitos oficiais desse órgão policial.
O objetivo da pergunta sete (Qual é sua opinião sobre a presença de homens no
efetivo policial da Delegacia da Mulher?) era verificar o que os policiais pensam a respeito de
homens trabalharem nas Delegacias da Mulher, a fim de constatar se os policiais dessa região
partilham da idéia inicial, apresentada pelos movimentos feministas que idealizaram a Dele-
gacia da Mulher na década de oitenta, e da própria normatização das delegacias especializadas
de atendimento à mulher (BRASIL, 2005a), de que esse órgão deveria ter um efetivo prefe-
rencialmente composto por mulheres, ou se eles acreditam que os homens também pudessem
(ou até mesmo devessem) desempenhar funções na Delegacia da Mulher.
As perguntas de números oito a onze foram do tipo aberto e fechado. A oitava
pergunta era: Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treina-
mento específico para atividades policiais em delegacias de trânsito, Delegacia da Mulher e
do menor, centrais de polícia, ou em setores que trabalham especificamente no combate ao
tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc? ( ) sim ( ) não. Se sua respos-
ta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? Essa pergunta tinha o objetivo de verificar se o
curso de formação policial promovido pela Academia da Polícia Civil de Santa Catarina ofe-
43
rece algum tipo de preparação para as atividades policiais em delegacias especializadas em
determinadas atividades. Minha premissa, baseada em meu próprio curso de formação para
Escrevente Policial, realizado em 1993, era que a formação inicial envolvia apenas aborda-
gens gerais a respeito das atividades policiais civis. Entretanto, era preciso verificar se os ou-
tros cursos de formação anteriores e posteriores ao que eu mesma participei oportunizaram
treinamentos específicos aos policiais civis
11
.
Uma vez que a formação policial ocorre após o indivíduo ser aprovado em con-
curso público, no início de sua carreira, e consiste de conhecimentos gerais necessários ao
desempenho da função policial em qualquer delegacia de polícia do Estado (OSTERMANN,
2003), o objetivo da pergunta nove (Você acha que treinamentos específicos para o desempe-
nho das funções nas unidades policiais mencionadas na questão anterior são úteis aos polici-
ais? Justifique sua resposta.) era verificar se os policiais reconheciam a importância e a utili-
dade de treinamentos especiais para o desempenho da função policial em setores específicos
da Polícia Civil, denominados setores ou delegacias especializados, como é o caso das Dele-
gacias de Trânsito, DFR (Delegacia de Furtos e Roubos), DAS (Delegacia Anti-Seqüestro),
DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), Delegacia de Furto e Roubo de Veículos,
DPTUR (Delegacia de Proteção ao Turista), e da DM.
11
Segundo informações prestadas por email pela Coordenadoria de Assuntos Pedagógicos da ACADEPOL os
cursos de formação de policiais anteriores ao ano de 2006, eram organizados a partir da seguinte grade disci-
plinar: Armamento e Tiro, Criminalística, Defesa Pessoal, Direção Defensiva, Investigação Policial, Noções
de Direito Constitucional e Administrativo, Noções de Direito Penal, Noções de Medicina Legal, Primeiros
Socorros, Redação Oficial e Técnicas Operacionais Policiais. A partir de 2006, a SENASP (Secretaria Na-
cional de Segurança Pública) sugere uma matriz curricular para ser implantada em todas as academias de po-
lícia do país, que é organizada a partir de eixos articuladores que estruturam os conteúdos formativos, e em
áreas temáticas que contemplam os conteúdos indispensáveis à formação do profissional da segurança públi-
ca, capacitando-os para o exercício de sua função. Nesses termos a grade curricular do último curso de for-
mação, realizado de março a agosto de 2006, apresentava as seguintes disciplinas: Abordagem sócio-
psicológica da violência, Armamento e tiro, Criminalística, Defesa Pessoal, Direção Policial Defensiva e Tá-
tica, Ética, Cidadania e Direitos Humanos, Fundamentos da Polícia Comunitária, Gestão de processos do tra-
balho policial, Informática policial, Investigação policial, Legislação penal aplicada, Primeiros socorros, Pro-
dução textual policial, Psicologia e relações de trabalho, Qualidade no atendimento ao cidadão, Sistema de
Segurança Pública no Brasil, e Técnicas operacionais policiais.
44
O objetivo da questão dez (Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha
que o policial precisaria de algum treinamento específico? ( ) sim - Que tipo? ( ) não Por
quê?) era verificar a percepção dos policiais a respeito da necessidade (ou não) de treinamen-
tos específicos, para o trabalho policial na Delegacia da Mulher.
A décima-primeira e última pergunta, era: No contexto dos crimes de violência
contra a mulher, que o da alçada da Delegacia da Mulher, você ouviu falar na palavra
“gênero”? Caso tenha ouvido, como você definiria este conceito? Seu objetivo era verificar
o conhecimento dos policiais participantes a respeito das questões de gênero envolvidas nas
ações criminosas atendidas pelas Delegacias da Mulher. Minha experiência policial levava-me
a suspeitar que o conceito de gênero, embora central para a compreensão da natureza e das
funções da DM, não era do conhecimento da maioria dos policiais civis pertencentes à região
policial investigada.
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
No que tange à entrada no campo de pesquisa, à coleta de dados e à análise lin-
güística que se seguiu, minha formação dupla como lingüista e como policial foram elementos
facilitadores da pesquisa: primeiro, como membro da Polícia Civil, e em virtude do meu co-
nhecimento da instituição, tive acesso privilegiado aos sujeitos de pesquisa e uma melhor
compreensão do cenário (infra-estrutura da Polícia Civil, condição de trabalho dos policiais,
etc.) no qual os dados foram coletados; segundo, meus conhecimentos conceituais sobre as
ligações entre linguagem e gênero permitiram-me investigar de maneira teoricamente estrutu-
rada a forma como policiais da 19ª região policial civil representam a Delegacia da Mulher e
outros grupos de atores sociais a ela ligados. Sobre o envolvimento pessoal do pesquisador
nos trabalhos na área de gêneros, Saffioti (apud SILVA, 1992, p. 23) afirma que:
45
Contam, enormemente, no que tange ao êxito da investigação, a sensibilidade e a a-
gilidade mental do pesquisador, assim como o uso adequado de suas vivências. Com
respeito aos estudos sobre mulher, geralmente realizados por mulheres, o aproveita-
mento das vivências pessoais, [...] passa a ser um ingrediente fundamental da per-
cepção seletiva e da interpretação dos dados.
A coleta de dados foi realizada durante os meses de outubro de 2005 e janeiro de
2006. Os questionários foram encaminhados a todos os Policiais Civis que compõem a 19ª
Região Policial Civil de Santa Catarina. Alguns dos questionários foram entregues aos parti-
cipantes da pesquisa em mãos por mim, outros foram encaminhados por email, e a grande
maioria dos questionários foi encaminhada às Delegacias de Polícia da 19ª Região, através de
um espaço próprio localizado na Delegacia Regional de Polícia
12
.
A 19ª Região Policial Civil catarinense conta com 104 policiais pertencentes às
carreiras de Comissário de Polícia
13
(feminino e masculino), Delegado de Polícia
14
(feminino
e masculino), Escrevente Policial
15
(feminino e masculino), Escrivão de Polícia
16
(feminino e
masculino), Inspetor de Polícia
17
(feminino), Investigador Policial
18
(feminino e masculino),
12
Essa delegacia é a unidade policial administrativa, e, portanto, é o ponto de chegada e partida de todos os do-
cumentos endereçados às delegacias de polícia da região, bem como a todos os policiais. Na DRP, como é
chamada a delegacia regional de polícia, existe um armário com gavetas específicas para todas as delegacias
da região. Quando os policiais vão até a DRP, é imprescindível verificar se algum documento na gaveta
para ser levado à unidade policial. Foi nessas gavetas que deixei grande parte dos questionários aplicados na
pesquisa. Os questionários foram encaminhados em envelopes fechados para as distintas delegacias.
13
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de qualquer curso superior, com atribuição de realizar
atividades investigatórias da unidade policial sob supervisão superior e auxiliar a autoridade policial no de-
sempenho das atribuições desta (SANTA CATARINA, DO-SC nº 17.962).
14
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de Bacharel em Direito. É atribuição do delegado de
Polícia planejar, programar, organizar, dirigir, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de polícia
judiciária, de apuração de infrações penais e de polícia administrativa (SANTA CATARINA, DO-SC
17.962).
15
Carreira de nível médio, com atribuição de exercer serviços auxiliares à atividade do Escrivão de Polícia
(SANTA CATARINA, DO-SC nº 17.962).
16
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de qualquer curso superior, com atribuição de coordenar
as atividades cartorárias da unidade policial (lavrar e subscrever os autos e termos de sua competência, ado-
tados na atividade de polícia judiciária, de forma continua, providenciando sua tramitação normal) e auxiliar
a autoridade policial no desempenho das atribuições desta (SANTA CATARINA, DO-SC nº 17.962).
17
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de curso superior, com currículo mínimo de quatro
anos, com atribuição de coordenar as atividades investigatórias e administrativas da unidade policial e auxili-
ar a autoridade policial no desempenho das atribuições desta (SANTA CATARINA, DO-SC 17.962). A
19ª região tem apenas uma mulher ocupante desta função.
46
Médico Legista
19
(masculino), Perito Criminalístico
20
(feminino e masculino), Psicóloga Poli-
cial
21
(feminino), Técnico Criminalístico
22
(masculino), e Técnico em Necropsia
23
(feminino).
Entre os policiais encontram-se 46 (incluindo a presente pesquisadora) mulheres e 58 homens.
Desse total, 71 sujeitos participaram da pesquisa
24
, sendo estes 40 homens e 31
mulheres, como podemos ver na tabela 1, na página seguinte.
A 19ª região localiza-se no extremo sul do Estado de Santa Catarina, é composta
de 15 municípios, e foi escolhida como base da pesquisa uma vez que é nela que estou inseri-
da como Policial Civil. No município sede dessa região policial, Araranguá, encontra-se insta-
lada a única Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher da região. A DM de Araranguá foi
criada pelo Decreto nº. 3360, de 31 de maio de 1989, com competência para desenvolver os
procedimentos legais relativos à apuração de atos infracionais, conforme o previsto no Estatu-
18
Carreira de vel médio, com atribuição de realizar serviços auxiliares de investigação de delitos execução de
diligências e outros serviços complementares às atividades policiais civis (SANTA CATARINA, DO-SC
17.962).
19
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de Medicina. Aos médicos legistas compete realizar
exames médico-periciais de lesões corporais, conjunção carnal e/ou cadavéricos.
20
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de curso superior em áreas técnicas. Aos peritos crimi-
nalísticos compete realizar perícias criminais de qualquer natureza.
21
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de Bacharel em Psicologia. Aos psicólogos policiais
compete realizar avaliações psicológicas, atendimento em psicoterapia, perícias psicológicas e demais ativi-
dades correlatas. Coordenar as atividades de atendimento psicológico aos servidores da Polícia Civil e da Se-
cretaria da Segurança Pública (SANTA CATARINA, DO-SC nº 17.962).
22
Carreira de nível superior, para portadores de diploma de qualquer curso superior, com atribuições auxiliar o
perito criminalístico na realização das perícias.
23
Carreira de nível médio, com atribuição de auxiliar as atividades do médico legista. Em 2005 o setor denomi-
nado Polícia Técnica (grupo a que pertencem às carreiras de médico legista, perito criminalístico, técnico
criminalístico e técnico em necropsia) deixou de pertencer à Polícia Civil, para formar a uma outra instituição
o Instituto Geral de Perícias. O desmembramento ocorreu durante a coleta de dados da pesquisa, por isso os
sujeitos de pesquisa foram aqui mantidos, porém, documentos oficiais acerca das atribuições de cada carreira
ainda não estão disponíveis.
24
A fim de preservar o anonimato dos participantes da pesquisa, as carreiras policiais foram reagrupadas, for-
mando grupos maiores que incluem algumas vezes homens e mulheres da mesma carreira, carreiras perten-
centes ao grupo Polícia Técnica, além da junção das policiais Inspetora e Psicólogas ao grupo de Investigado-
ras. Dessa forma temos na carreira de Comissário 17 participantes, Delegado 05 participantes, Escrevente 12
participantes, Escrivão 12 participantes, Investigador 17 participantes, Técnico 08 participantes.
47
to da Criança e do Adolescente; e, apurar os ilícitos criminais referentes à prática de violência
contra a mulher, conforme dispõe a Resolução Nº. 007/GAB/CPC/SSP/2003
25
.
Carreiras Policiais
Nº. Policiais na 19ª Região
Nº. de policiais participantes da pesquisa
Comissária
03
03
Comissário
20
14
Delegada
02
01
Delegado
04
04
Escrevente Mulher
17
09
Escrevente Homem
07
03
Escrivã
12
07
Escrivão
06
05
Inspetora
01
01
Investigadora
05
05
Investigador
15
09
Médico Legista
03
03
Perito criminalístico M
01
-
Perito criminalístico H
02
01
Psicóloga
02
02
Técnico criminalístico H
01
01
Técnico em Necropsia M
03
03
TOTAL
104
71
Tabela 1- Carreiras policiais da 19ª região e policiais participantes da pesquisa.
Para um melhor entendimento da localização geográfica da região, o mapa das re-
giões policiais civis do estado é representado na figura 3, na página seguinte.
25
A Resolução . 007/GAB/CPC/SSP/2003 define como atribuição da Delegacia de Polícia de Proteção à Mu-
lher a apuração dos ilícitos criminais referentes à prática de violência física e moral contra a mulher, cujo su-
jeito ativo do delito seja pessoa do sexo masculino, bem como a apuração de ilícitos criminais referentes à
prática de violência sexual contra a mulher, cujos sujeitos ativos sejam pessoas do sexo masculino ou femini-
no.
48
19ª Região Policial
Figura 3 - Mapa de distribuição das Regiões Policiais Civis do Estado de Santa Catarina.
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Em termos teóricos, pesquisei a origem e a abrangência da ACD como campo de
pesquisa, selecionando dentro desse campo o modelo tridimensional de análise proposto por
Fairclough (1992). Como parte do levantamento teórico, também investiguei a literatura sobre
violência de gênero e sobre a Delegacia da Mulher.
Com relação à análise dos dados, visto que meu interesse era investigar, no dis-
curso dos policiais civis, as representações da Delegacia da Mulher, selecionei o modelo de
representação de atores sociais proposto por van Leeuwen (1997) para realizar a etapa de mi-
croanálise do corpus (dimensão descrição textual, segundo o modelo tridimensional ver
capítulo 2, seção 2.1).
49
Quanto à etapa de macroanálise (dimensão explicação e interpretação, segundo o
modelo tridimensional), analisei as crenças dos policiais sobre a DM, assim como as ligações
dessas crenças com práticas e estruturas mais amplas de poder (por exemplo, relações de po-
der e de gênero, ideologias).
50
4 A REPRESENTAÇÃO DE ATORES SOCIAIS NO DISCURSO
No presente capítulo, analiso, de acordo com o sistema de categorias sócio-
semânticas proposto por van Leeuwen (1997) (ver cap. 2, seção 2.2.1), as representações de
atores sociais ligados à DM presentes no discurso dos policiais civis da 19ª região policial
catarinense.
Em seu modelo, van Leeuwen propõe uma rede de sistemas através dos quais os
atores sociais, ou seja, agentes ou pessoas, são representados no discurso. É importante ressal-
tar que essa classificação, além de preocupar-se com o aspecto lingüístico das representações
dos atores sociais, também observa os aspectos sociológicos envolvidos, uma vez que o termo
„ator social‟ não parte somente de critérios lingüísticos, investigados através de características
lexicogramaticais (HALLIDAY, 2004) como as noções de „agente‟ e „paciente‟ em processos
verbais, por exemplo, mas envolve também a categoria sociológica, ou seja, o que van Leeu-
wen propõe é “um inventário sócio-semântico dos modos pelos quais os atores sociais podem
ser representados” (1997, p. 169). Dessa forma, as escolhas representacionais dos „agentes‟
num dado discurso têm relação com papéis, atividades, identidades e formas de agrupamento
usados pelo produtor textual para nomear pessoas e instituições.
51
A taxionomia utilizada neste trabalho, adaptada do modelo de van Leeuwen, per-
mitiu a visualização dos principais grupos de atores sociais presentes no discurso dos policiais
civis a respeito da Delegacia da Mulher, apontados no quadro abaixo:
Atores sociais
Nº. de ocorrências selecionadas no corpus
Mulheres
339
Delegacia da Mulher
240
Policiais
233
Comunidade
75
Agressores
50
Quadro 1 - Atores sociais presentes no discurso dos policiais da 19ª Região Policial Civil.
Como podemos ver no quadro 1, os atores sociais mencionados pelos policiais fo-
ram as mulheres, a Delegacia da Mulher, os policiais, a comunidade e os agressores, nessa
ordem. A categoria mulheres foi reservada exclusivamente para o público-alvo da Delegacia
da Mulher, ou seja, as mulheres vítimas de violência de gênero que buscam atendimento poli-
cial na DM. Nesta categoria incluem-se os termos mulher, vítima e mulheres vítimas, através
dos quais os policiais se referiram às pessoas atendidas pela DM. A categoria Delegacia da
Mulher refere-se ao órgão policial civil instituído com o objetivo de atender mulheres vítimas
de violência de gênero. Selecionei do corpus de pesquisa todas as orações ou períodos nos
quais os policiais referiram-se a este órgão policial, através de termos ou expressões como
Delegacia da Mulher, DM, DP, DPCAPM, DPCAM, Delegacia de proteção à mulher, espe-
cializada ou ainda delegacia, seja definindo, avaliando ou mencionando o tipo de atividade
policial desenvolvida. Na categoria policiais estão incluídos os policiais civis de maneira
geral, ou seja, policiais de ambos os sexos que trabalham/trabalharam na DM, assim como os
que trabalham em outras delegacias e nunca desempenharam funções policiais na Delegacia
da Mulher. No corpus da pesquisa esta categoria pode ser identificada através de locuções
nominais como: policiais civis, mulheres policiais, policiais homens, as/os policiais, funcio-
52
nários, policiais do sexo feminino/masculino, todo policial, o profissional, além de mulheres e
homens, em se tratando de policiais.
A categoria comunidade fica definida como a população em geral que procura a
Delegacia da Mulher, nas cidades onde essas delegacias estão instaladas. Incluem-se aqui não
somente mulheres vítimas, mas os agressores e familiares de maneira geral; no corpus foram
selecionadas ocorrências em que constavam os vocábulos sociedade, pessoas, familiares, to-
dos fazendo referência ao grupo comunidade. O grupo agressores refere-se à categoria dos
homens autores dos atos de violência física, moral ou sexual praticados contra mulheres. Uma
vez que este tipo de violência é predominantemente praticado por pessoas do sexo masculino,
em certos excertos os agressores também foram chamados de autores, homens, companheiros,
o marido, pessoas, além da palavra agressor
26
. Além dos atores sociais aqui elencados, ou-
tros atores aparecem de forma menos freqüente no corpus da pesquisa, como a Polícia e ou-
tras delegacias. Em função da limitação de tempo, vou ater-me especialmente à representação
dos atores de maior relevância na manifestação dos policiais dentro do cenário da Delegacia
da Mulher, ou seja, mulheres e agressores, e eventualmente, comentar a representação dos
demais atores mencionados no quadro 1.
4.1 CATEGORIAS DE REPRESENTAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS
O sistema proposto por van Leeuwen para investigar a representação de pessoas e
grupos parte de duas categorias sócio-semânticas básicas: inclusão e exclusão dos atores soci-
26
É importante ressaltar aqui que o próprio instrumento de coleta de dados utilizado para a pesquisa (o questio-
nário) fazia menção a alguns dos atores sociais listados no quadro 1: policiais (uma vez), comunidade (três
ocorrências) e Delegacia da Mulher (doze ocorrências), o que provavelmente pode ter influenciado a presen-
ça e a representação desses atores no discurso dos policiais.
53
ais no discurso. Quando os atores são excluídos os agentes dos processos descritos não são
explicitados, ficando encobertos por diferentes estratégias discursivas. Quando os atores soci-
ais estão incluídos no discurso eles podem ser representados de forma personalizada ou im-
personalizada; determinada ou indeterminada; genericizada ou especificada, como explicarei
adiante.
4.2 O PROCESSO DE EXCLUSÃO DE ATORES SOCIAIS
O processo de exclusão dos atores sociais no discurso pode ocorrer por duas vias:
supressão ou encobrimento. Na supressão não referências, em qualquer parte do texto, ao
agente em questão; no encobrimento, os atores sociais podem não ser mencionados em rela-
ção a alguma atividade específica, mas são referidos indiretamente no texto, permitindo ao
leitor/a identificá-los de alguma forma. Uma das formas de supressão de um ator social é o
apagamento do agente da passiva, como podemos ver nos exemplos abaixo:
4.1. Delegacia da Mulher (...) órgão especializado que tem como atribuições apurar delitos come-
tidos apenas contra as mulheres, e isto é o que diferencia das outras delegacias (S-55 Investiga-
dor).
4.2. A mulher ainda é vista como a culpada quando algo dá errado em sua vida conjugal (...) (S-30
Escrevente).
4.3. É sabido que o atendimento diferenciado é mais humano e menos humilhante para as mulhe-
res e menores, estimulando maior número de registro de ocorrências (S-62 Técnico).
O uso da voz passiva pode ser motivado pela intenção de omitir o agente da ação, pro-
positalmente ou não, ainda que por vezes esse agente seja evidente por si mesmo, irrelevante,
ou até desconhecido (FAIRCLOUGH, 1992, p. 226). A passiva sem agente permite ao produ-
tor do texto ofuscar a relação de agenciamento, e, por conseguinte, a causalidade e a respon-
sabilidade por determinadas ações, como podemos ver no excerto 4.1 acima (“delitos cometi-
54
dos apenas contra as mulheres”), em que o „agente‟ dos crimes cometidos contra mulheres
não é explicitado.
Nos exemplos 4.2 e 4.3, por sua vez, os atores sociais podem ter sido suprimidos
por não poderem ser claramente identificados, que o papel de agente dos processos mentais
„ver‟ e „saber‟ (sobre processos verbais, cf. Halliday, 2004) pode ser ocupado por mais de um
ator social, por exemplo: a mulher pode ser vista como culpada (ex. 4.2) pela comunidade,
pelos agressores, pelos policiais e, inclusive, pelas próprias mulheres; o mesmo acontece com
o exemplo seguinte: é sabido que o atendimento é diferenciado (ex. 4.3), no qual é possível
interpretar que as mulheres, os policiais, a comunidade e até mesmo os agressores sabem
disso. O importante aqui é lembrar que a ambigüidade criada pela supressão do agente deixa a
interpretação em aberto, não sendo possível dizer se ela tem como objetivo encobrir o agente,
ou se não foi possível ou importante para o enunciador especificá-lo.
A supressão também pode ser realizada pela utilização de orações infinitivas que
funcionam como participante gramatical, como nos excertos abaixo:
4.4. [É atribuição da DM] atender ocorrência, tendo a mulher como vítima, lidar com menores in-
fratores, problemas familiares, agressão, violência sexual, etc. (S-54 Investigador).
4.5. atribuição da DM] apurar a autoria de crimes praticados por homens, contra a vida e aos
costumes da mulher (S-37 Escrivão).
4.6. [Acredito ser requisito para trabalhar na DM] fazer um curso de aperfeiçoamento específico
nesta área (S-20 Delegado).
A categoria policiais foi suprimida nos três exemplos apresentados acima. Nos
excertos 4.4 e 4.5 os respondentes referiam-se à Delegacia da Mulher. Uma vez que a DM é
um organismo composto por policiais, talvez os sujeitos da pesquisa tenham decidido pessoa-
lizá-la, dando a ela atribuições que são na verdade realizadas por agentes policiais humanos
(atender ocorrências, apurar a autoria de crimes, fazer cursos de aperfeiçoamento). Entretanto,
a supressão da categoria „policiais‟ é bastante alta no corpus (86 ocorrências), o que represen-
ta um apagamento sistemático do agenciamento desses atores dentro das DMs, e, portanto, a
55
diminuição de sua responsabilidade (uma espécie de proteção corporativa). Apesar desse me-
canismo corporativo de auto-proteção de policiais, as relações de poder dentro da Polícia Ci-
vil são bastante hierarquizadas. No último exemplo, temos a resposta de um delegado, cujo
papel no quadro funcional é organizar e gerir os trabalhos dos demais policiais. Embora, nos
três exemplos acima, os sujeitos tenham optado por processos materiais
27
(apurar, atender e
fazer) (cf. HALLIDAY, 2004) para falar sobre as atribuições dos policiais da DM, na mani-
festação do delegado essa escolha, ainda que inconsciente, não me parece aleatória. Na hie-
rarquia policial civil é o/a delegado/a quem tem autoridade para determinar o que os subordi-
nados devem fazer, o que indica que a prática social do cotidiano policial está sendo reprodu-
zida na resposta desse sujeito de pesquisa, reforçando a noção de que as relações de poder são
mantidas e manifestas através da linguagem (FAIRCLOUGH, 2003a).
A supressão dos atores sociais também acontece através de nominalizações. As
nominalizações podem ser vistas como uma forma de omitir ou disfarçar quem são os atores
sociais de diferentes processos no discurso, enfatizando o processo em si, mais do que os par-
ticipantes (KRESS, 1989). De acordo com Fowler (1991, p. 79), o discurso burocrático e for-
mal é caracterizado pelo uso desse recurso. O discurso dos policiais civis aqui analisado pode
ser visto como um exemplo de discurso burocrático: embora as respostas dos sujeitos de pes-
quisa não possam ser comparadas a documentos oficiais, elas são diretamente influenciadas
pelo discurso burocrático e oficial que esses sujeitos utilizam em suas práticas discursivas
diárias nas Delegacias de Polícia, através da produção e do consumo de documentos oficiais
como registros de ocorrências, relatórios, portarias, textos jurídicos, etc.
27
O sistema de transitividade especifica os diferentes tipos de processos que são reconhecidos em uma língua e
as estruturas pelas quais eles são expressos, permitindo assim a análise de quem faz o quê para quem e em quais
circunstâncias. Segundo Halliday (2004), o sistema de transitividade é dividido em processos, participantes e
circunstâncias. Os principais processos são denominados mentais, materiais, verbais e relacionais, e dizem
respeito às escolhas verbais que são feitas em um enunciado. Os processos materiais referem-se a verbos de
ação, por exemplo, fazer, dar, agir e atuar.
56
O corpus de pesquisa apresenta um número relevante de nominalizações, como é
o caso dos substantivos atendimento e treinamento, que apareceram 157 e 59 vezes, respecti-
vamente, ora suprimindo os atores policiais, ora mulheres, além do substantivo trabalho, que
ocorreu 60 vezes, também suprimindo os atores policiais, como podemos ver nos exemplos a
seguir:
4.7. Os benefícios [da DM para a comunidade] são inúmeros, basta destacar o atendimento espe-
cializado às vítimas de violência doméstica resultando em procedimentos que fazem decrescer este
tipo de violência (S-9 Comissário).
4.8. [Em relação à utilidade da Delegacia da Mulher]: Atendimento à comunidade. Acho essenci-
al, sendo que em toda comarca deveria existir uma DM ou pelo menos um setor específico ao a-
tendimento da mulher, criança e adolescente (S-23 Escrevente).
4.9. O policial durante o período da Academia adquiri
28
instruções normais [gerais], e para traba-
lhar na delegacia da mulher seria interessante um treinamento específico, tratando-se da mulher e
do adolescente (S-35 Escrivão).
4.10. Não acompanho de perto o trabalho [da DM de Araranguá], mas parece pouco produtivo; se
resume somente a registrar e dar encaminhamento as ocorrências que chegam a delegacia (S-2
Comissário).
As nominalizações apresentadas nos excertos acima caracterizam tanto a remoção
das pessoas que praticam as ações de atender, trabalhar e treinar, como a dos atores que são
afetadas por elas, impersonalizando assim o discurso. O processo de impersonalização permi-
te que a identidade dos atores sociais seja disfarçada, ou mesmo ocultada (van LEEUWEN,
1997). A nominalização expressa através do vocábulo atendimento, amplamente utilizado
pelos policiais para se referirem à atividade de atender o público, impersonaliza totalmente
essa função primordial das DMs, como se o atendimento se promovesse automaticamente e
não contasse com a participação de agentes humanos, nesse caso dos policiais. No último ex-
certo, a nominalização trabalho também exclui do discurso qualquer ator social; mais uma
vez, parece que o trabalho realiza-se por conta própria. Essa nominalização cria um distanci-
amento entre o enunciador (um policial), a instituição policial e os agentes humanos que efe-
28
As respostas aos questionários fornecidas pelos participantes da pesquisa foram mantidas na íntegra. Os pro-
blemas de linguagem apresentados não foram observados.
57
tivamente realizam esse trabalho (outros policiais). É possível especular que, por estar tecen-
do um comentário negativo a respeito das atividades da DM (que seriam pouco produtivas),
essa participante procure preservar sua face e o esprit de corps através de uma nominalização
que abstrai a ação de seus agentes humanos (atender pessoas, realizar investigações, etc.),
transformando-a num estado de coisas (o trabalho). É preciso lembrar, porém, que no instru-
mento de coleta de dados para a pesquisa os substantivos trabalho e treinamento foram utili-
zados uma e quatro vezes, respectivamente, o que pode ter influenciado essas nominalizações
utilizadas pelos sujeitos de pesquisa.
Outra forma de suprimir os atores sociais do discurso é através da retirada dos be-
neficiários de uma ação, como nos exemplos a seguir:
4.11. Como em qualquer profissão a especialização resulta numa melhoria da qualidade dos
serviços prestados [referindo-se à importância de treinamentos para atividades específicas na Po-
lícia] (S-21Delegado).
4.12. Sim [referindo-se à possibilidade de trabalhar na DM], uma vez que me fosse oferecido al-
gum curso de capacitação para prestar um bom serviço nesse tipo de delegacia (S-43 Escrivão).
4.13. Sim [referindo-se à importância de treinamentos para atividades específicas na Polícia], pois
cada atendimento tem suas peculiaridades, e uma pessoa treinada com certeza desempenhará suas
funções de forma a buscar a melhores soluções (S-57 Investigador).
4.14. Todo tipo de treinamento é benéfico [Referindo-se à importância de treinamentos para ati-
vidades específicas na Polícia] (S-61 Investigador).
Os exemplos apresentados não mencionam os atores sociais que se beneficiam das
atividades citadas (prestar serviços, buscar soluções, receber treinamentos, servir de facha-
da), permitindo ao leitor mais de uma interpretação. É impossível afirmar se a estratégia dis-
cursiva foi utilizada conscientemente para atingir este propósito, ou não. Os excertos sugerem
que tanto as mulheres e/ou a comunidade quanto os policiais e Delegacia da Mulher poderi-
am ser beneficiários das ações de „receber treinamento/capacitação‟ e „prestar melhores servi-
ços/buscar soluções‟.
A segunda via de exclusão dos atores sociais é o processo de encobrimento. O en-
cobrimento, ou colocação dos atores sociais em segundo plano no discurso, dá-se, dentre
58
outras formas, através da construção de orações passivas com o agente explícito. Vejamos
alguns exemplos de passivas retirados do corpus:
4.15. A DM de Araranguá é importante, pois trabalha diretamente com menores e mulheres, desa-
fogando outras delegacias deste tipo de ocorrência e o atendimento é feito por mulheres, o que
facilita principalmente ao público feminino (S-11 Comissário).
4.16. O objetivo principal da DM é o atendimento à mulher realizado exclusivamente (ou quase)
por policial feminina (S-38 Escrivão).
4.17. [A]s mulheres agredidas por companheiros sentem-se mais a vontade para denunciar (S-
11 Comissário).
4.18. Acredito que as vítimas se sentem menos constrangidas quando são atendidas por mulheres
(...) (S-40 Escrivão).
O processo de encobrimento dos atores sociais ocorre de forma semelhante ao
processo de supressão. Em ambos os casos, os atores são postos em segundo plano, porém,
em graus diferentes; as formas de exclusão reduzem a quantidade de vezes em que os atores
sociais são referidos explicitamente nos textos. O quadro abaixo mostra as categorias de ato-
res sociais analisadas na pesquisa e o número de ocorrências de inclusão e exclusão de cada
uma delas.
Atores sociais
Incluídos
Suprimidos
Encobertos
Mulheres
321
11
07
Delegacia da Mulher
230
06
04
Policiais
193
86
05
Comunidade
69
03
03
Agressores
30
15
05
Quadro 2 - Ocorrências de inclusão e exclusão no discurso dos policiais da 19ª Região.
As representações discursivas incluem ou excluem os atores sociais para servir os
interesses e propósitos dos produtores textuais em relação aos leitores a quem se dirigem (van
LEEUWEN, 1997, p. 180). Podemos ver, no quadro 2, que a tendência dos participantes foi
de incluir, mais do que excluir, em seu discurso, os principais grupos de atores sociais ligados
à DM. Entretanto, embora o grupo de atores sociais „policiais‟ tenha sido o terceiro grupo
59
mais representado do discurso dos policiais investigados (193 inclusões), ele foi, ao mesmo
tempo, o mais suprimido (86 supressões). É possível que o fato de eu ser membro da corpora-
ção investigada, e ser também a leitora dos questionários produzidos pelos policiais que parti-
ciparam dessa pesquisa, tenha de alguma maneira impactado a inclusão e/ou exclusão dos
atores sociais envolvidos, especialmente no que diz respeito ao grupo „policiais‟. Isso eviden-
cia que, ainda que os policiais tenham sido um grupo central de atores sociais no discurso dos
sujeitos de pesquisa, também a presença de certo protecionismo corporativo entre os poli-
ciais pesquisados, realizado semanticamente através de uma incidência maior de supressões e
encobrimentos do grupo „policiais‟.
4.3 PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ATORES SOCIAIS
Segundo o modelo proposto por van Leeuwen, a segunda categoria básica de re-
presentação do atores sociais é a inclusão. A análise das estratégias de inclusão de atores so-
ciais no discurso pode começar pela identificação dos papéis ativos e passivos que são atribu-
ídos e desempenhados por esses atores nos textos.
As duas principais categorias de atores identificadas nos discursos dos policiais
civis serão apresentadas a seguir em termos dos processos de ativação e passivação.
60
4.3.1 Mulheres
Dentre as representações de atores sociais relacionados à Delegacia da Mulher, a
categoria mulheres foi apresentada 37 vezes na forma ativa, contra 46 vezes na forma passi-
va
29
, o que indica que, na visão de grande parte dos policiais pesquisados, a mulher desempe-
nha papel passivo nos crimes ligados ao seu gênero, assim como nos processos policiais ins-
taurados pela DM. Os exemplos a seguir apresentam a categoria mulheres representada na
forma ativada:
4.19. O atendimento que a mulher busca na DM é específico e o assunto geralmente, delicado e
íntimo (S-30 Escrevente).
4.20. [A]s vítimas sabem que ali m um tratamento diferenciado dos demais órgãos policiais (no
que tange a mulher) (S-17 Comissário).
4.21. Sim [a DM traz benefícios à comunidade], facilita para a mulher vir fazer a denúncia por se
sentir mais a vontade já que será atendida por mulheres (S-41 Escrivão).
4.22. É muito mais fácil irmos em uma Delegacia registrar uma ocorrência de furto ou outros do
que uma mulher denunciar que é vítima de agressões físicas ou morais (S-47 Investigador).
Na representação dos policiais, as mulheres desempenham um papel ativo (princi-
palmente através de processos materiais) quando procuram atendimento na Delegacia da Mu-
lher; nesse aspecto, a mulher é a atriz do processo. Mas as mulheres também foram identifi-
cadas por seus atributos (processos relacionais “é vítima de agressões”), ou por processos
29
Como comentei no início desse capítulo, o sistema de representação de atores sociais proposto por van Leeu-
wen é de orientação sócio-semântica, ou seja, baseia-se na noção de agenciamento sociológico, que não cor-
responde necessariamente à noção de agenciamento lingüístico/gramatical. Portanto, dizer que um determi-
nado ator social é representado de forma ativa ou passiva, desse ponto de vista, não é o mesmo que dizer que
esse ator ocupa o papel gramatical de agente ou de paciente em orações na voz ativa ou passiva.
61
mentais, como quando os policiais referiam-se às percepções das mulheres (“as vítimas sa-
bem”)
30
.
Em se tratando da forma passivada, as mulheres foram representadas como o su-
jeito do processo em 29 ocasiões, contra 21 vezes em que apareceram como beneficiário.
Conforme eu disse anteriormente, este beneficiamento pode ser positivo ou negativo. No caso
da representação da categoria mulheres, foi possível identificar onze ocorrências de benefici-
amento positivo contra dez negativos. Vejamos alguns exemplos:
4.23. Porque a mulher vítima de qualquer tipo de agressão, muitas vezes procura mais uma pes-
soa que lhe dê atenção e lhe ouça do que uma ação policial propriamente dita (S-39 Escrivão).
4.24. [O] público-alvo, as mulheres, são beneficiadas com atendimento personalizado, por poli-
ciais mulheres, na maioria das vezes, tem mais capacidade para dirimir dúvidas e proceder de for-
ma mais eficaz nos delitos envolvendo mulheres (S-42 Escrivão).
O excerto 4.23 apresenta um exemplo de beneficiamento por passiva sociológica,
uma vez que é o vocábulo vítima que caracteriza a passivação, e não um outro aspecto lin-
güístico
31
.
Em todas as ocasiões em que a mulher foi representada como sujeito dessa passi-
vação, houve a utilização da passiva reflexiva com a partícula apassivadora „se‟, denotando,
assim, que a ação foi realizada pelo próprio sujeito, no caso as mulheres, o que o torna tam-
bém beneficiário da ação. Vejamos um exemplo:
4.25. A delegacia da mulher é útil, porque as mulheres sentem-se mais a vontade em procurar
uma delegacia onde sabe que onde sabe que ali vai ser atendida por mulheres (S-51 Investigador).
Os policiais da 19ª região representaram as mulheres como vítimas, porém vítimas
que atuam, uma vez que buscam socorro e atendimento no órgão policial instituído com o
30
Na representação da categoria mulheres através da ativação foram encontrados 3 processos relacionais, 4
processos verbais, 4 processos mentais e 20 processos materiais.
62
propósito de proteger as mulheres. Apesar da condição de vítimas que lhes é atribuída, as mu-
lheres são representadas como agentes que buscam soluções ou intervenção com relação à
violência sofrida. Entretanto, é apenas nessa capacidade que as mulheres atuam (procurando a
DM, fazendo denúncias, etc.). Os sujeitos de pesquisa não representaram as mulheres como
agentes de outros processos ou ações que pudessem impactar as desigualdades de gênero,
como questionar suas relações conjugais, seus papéis sociais, ou buscar outras alternativas
para o combate da violência de gênero além da proteção policial.
4.3.2 Agressores
Os agressores foram representados 18 vezes de forma ativada, e seis vezes na
forma passivada, todas elas com os agressores como beneficiários das ações. Vejamos os e-
xemplos a seguir:
4.26. Muitas vezes o homem agride a mulher para mostrar que é “macho” (S-26 Escrevente) ati-
vação.
4.27. Às vezes é necessário [a presença de homens no efetivo policial da DM], os homens que vem
detidos respeitam mais o policial homem (S-48 Investigador) ativação.
4.28. [A DM traz benefícios à comunidade] assim, conseqüentemente, mais homens serão puni-
dos pelos crimes cometidos contra mulheres (S-38 Escrivão) passivação por beneficiação.
4.29. [É atribuição da DM] atendimento à violência doméstica a qual deveria dar um atendimento
personalizado e sistematizado às vítimas e/ou autores (S-67 Técnico) - passivação por benefici-
ação.
Um dado interessante na análise da categoria agressores foi a escolha verbal dos
processos de ativação. Para se referirem aos agressores, os participantes da pesquisa utiliza-
31
Foram encontradas 9 ocorrências de passiva sociológica no corpus da pesquisa, referindo-se à categoria mu-
lheres.
63
ram os seguintes processos verbais: agredir, violar, praticar, julgar, resistir, acatar, respei-
tar, ser e estar
32
. Nas representações dos agressores que envolviam as mulheres, os verbos
selecionados foram agredir, violar, julgar, como no exemplo 4.26 acima. Porém, quando os
atores estavam sendo representados em relação aos policiais, os verbos selecionados foram
respeitar, acatar ou resistir, como no exemplo 4.27. Ou seja, fica clara a representação de
poder dos agressores em relação às suas vítimas, e a sua falta de poder em relação aos polici-
ais. A ação dos homens sobre as mulheres foi marcada de forma gramatical, através de verbos
materiais, e de forma sociológica, através de expressões como "violência do homem sobre a
mulher", "autores de crimes", "autores de delitos". A maior incidência de ativação na repre-
sentação dos agressores também corrobora o papel social ativo atribuído a esse grupo social,
ou seja, no contexto da Delegacia da Mulher, é a ação dos agressores e a vitimização das mu-
lheres que justifica a existência das DMs.
No quadro a seguir é possível visualizar com que freqüência os atores sociais fo-
ram representados pelos policiais civis de forma ativada e passivada:
Atores sociais
Ativados
Sujeitos
Beneficiados
Mulheres
37
29
17
Agressores
18
02
04
Delegacia da Mulher
77
02
06
Policiais
49
22
16
Comunidade
21
03
34
Quadro 3- Ativação e passivação dos atores sociais mais freqüentemente representados.
A análise dos papéis ativos e passivos atribuídos pelos policiais civis aos atores
sociais indica que alguns atores foram representados predominantemente na forma ativada. A
categoria comunidade, por outro lado, foi representada como um ator passivo no contexto da
Delegacia da Mulher.
Já a categoria mulheres requer uma análise mais minuciosa. Embora as mulheres
32
No processo de representação ativa da categoria agressores foram identificados 6 processos materiais, 2 pro-
cessos relacionais e 2 processos mentais.
64
tenham sido representadas 37 vezes de forma ativada, se somarmos os dois subtipos de passi-
vação (sujeição e beneficiamento), temos um total superior a 37: 46. Ou seja, as mulheres
foram tratadas como objetos da representação (sujeição) ou como beneficiárias da ação de
outros (da DM, dos policiais, etc.) com mais freqüência do que representadas de forma ativa.
A DM e os policiais, por outro lado, são marcadamente ativos (agem sobre as mulheres, os
agressores e a comunidade), assim como a categoria agressores, embora essa última tenha
recebido um número menor de representações ativadas (os agressores agem basicamente so-
bre as mulheres). No discurso dos policiais, a atuação da Delegacia da Mulher e dos policiais
juntos corresponde, ao menos teoricamente, a uma força maior do que a do grupo agressores.
Entretanto, podemos nos perguntar por que, se a DM e os policiais são representa-
dos como mais ativos (numericamente falando) do que os agressores, a violência de gênero
permanece um grave e constante problema social? Essa reflexão me remete à proposta meto-
dológica de Fairclough (2003a) de considerar, dentro de uma pesquisa em análise crítica do
discurso, se a ordem social (as práticas sociais) depende ou necessita do problema investiga-
do. Como resposta a essa pergunta, acredito que a violência contra a mulher constitui uma
forma de manutenção de poder do gênero masculino sobre o feminino. Caso a união das ações
dos grupos de atores sociais Delegacia da Mulher, policiais, e até mesmo mulheres, fosse
mais eficaz no combate à violência de gênero, o poder masculino estaria ameaçado, o que não
tem acontecido, segundo os números da violência contra a mulher no Brasil (cf. Relatório
Nacional Brasileiro, nota 6). Nessa linha, agir de forma eficaz contra a violência e gênero no
Brasil seria uma forma de combater uma das expressões da hegemonia masculina, o que não
parece ser interessante para as elites masculinas hegemônicas. Nesse sentido, é possível com-
preender porque a Delegacia da Mulher, apesar dos 20 anos de existência, ainda não conse-
guiu atingir resultados satisfatórios no atendimento das demandas sociais que lhe deram ori-
gem.
65
4.4 PERSONALIZAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS
Um dos primeiros aspectos a serem analisados em termos de inclusão dos atores
sociais no discurso são as categorias personalização e impersonalização. Na construção do
discurso, os atores sociais podem ser identificados ou não como seres humanos através da
escolha lexical de categorias semânticas pertencentes a esse grupo (VAN LEEUWEN, 1997).
A análise do corpus revelou que todos os atores sociais relacionados à DM foram representa-
dos como personalizados, conforme podemos ver nos exemplos a seguir:
4.30. A Delegacia da Mulher é uma especializada para o atendimento da mulher, da criança e do
adolescente. Hoje existe este espaço com condições adequadas para que as mulheres possam de-
nunciar e receber um tratamento adequado (S-20 Delegado).
4.31. A Delegacia da Mulher tem por princípios assegurar tranqüilidade à população feminina ví-
tima de violência, através das atividades de prevenção e repressão dos delitos praticados contra a
mulher (S-7 Comissário).
4.32. Sim, trabalharia [na DM], para nós profissionais da segurança, temos que estar preparados
para qualquer trabalho. No caso da Delegacia da Mulher haveria necessidade de uma preparação
mais específica (S-8 Comissário).
4.33. A comunidade a DM como um órgão exclusivo para o atendimento a mulheres. Apesar
de nem sempre ser assim, as mulheres esperam que haja um atendimento diferenciado daquele de
outra DP (S-38 Escrivão).
4.34. Certos tipos de diligência seria necessário a presença de um policial operacional masculino;
tais como, atender ocorrências onde o marido alterado (muitas vezes embriagado) oferece resis-
tência em sua condução até a DM (S-54 Investigador).
Os exemplos de personalização apresentados acima foram realizados pela utiliza-
ção do nome próprio Delegacia da Mulher, dos pronomes pessoais e possessivos nós e sua, e
dos substantivos mulheres, profissionais, comunidade e marido. Uma vez que todos os vocá-
bulos mencionados, com exceção de Delegacia da Mulher, são termos utilizados para desig-
nar pessoas, a personalização é facilmente identificada. Com relação à Delegacia da Mulher é
possível dizer que, mesmo se tratando de uma expressão que designa um objeto em sua essên-
cia inanimado (uma delegacia de polícia), a Delegacia da Mulher existe de maneira fun-
66
cional devido ao conjunto de pessoas que interagem através dela, ou seja, policiais, vítimas,
agressores. Apesar de essas pessoas terem sido muitas vezes suprimidas ou encobertas no
discurso dos policiais, conforme ilustrei na seção 4.2 deste capítulo é através da menção a elas
que a Delegacia da Mulher é personalizada.
Os atores sociais personalizados podem ainda ser categorizados em determinados
ou indeterminados, genericizados ou especificados. Vejamos alguns exemplos de determina-
ção dos atores sociais ligados à DM:
4.35. [Sobre quais são as atribuições da DM] Atendimento específico para as mulheres vítimas de
crimes contra a pessoa e os costumes, no âmbito da polícia judiciária (S-12 Comissário).
4.36. O que diferencia a DM de outras delegacias é o atendimento (quando esfuncionando) de
ocorrências envolvendo menores de idade, e mulheres quando estas são vítimas de violências fí-
sicas e morais e os autores forem homens de maior idade (S-6 Comissário).
Os excertos acima atribuem aos atores sociais características que de alguma forma
os definem e diferenciam, como é o caso de: mulheres vítimas de violências físicas e morais e
homens de maior idade. Há, porém, casos em que os atores foram representados de maneira
indeterminada, como nos exemplos a seguir:
4.37. Muitas mulheres acreditam que seu problema pode ser resolvido pela especializada (S-6
Comissário).
4.38. As pessoas que procuram uma delegacia de polícia querem no mínimo ser bem atendidas (S-
32 Escrevente).
4.39. É um trabalho [o da DM] onde os funcionários terão que saber lidar com as questões particu-
lares e íntimas das pessoas, muitas, das quais, que numa delegacia normal não confidenciariam
situações de que foram vítimas (S-8 Comissário).
O corpus da pesquisa apresenta um número muito maior de ocorrências de atores
sociais determinados do que indeterminados, o que indica que os policiais percebem os atores
sociais ligados a DM mais como identificáveis do que como anônimos. Entretanto, outra for-
ma de representar os atores incluídos no discurso é nominá-los, representando-os em termos
67
de uma identidade única, ou categorizá-los, designando-os em termos de identidades e fun-
ções compartilhadas entre os membros de um grupo de atores sociais (VAN LEEUWEN,
1997). Os dados indicam que, embora os policiais tenham, de forma geral, identificado os
atores sociais ligados à DM, essa identificação ocorreu em termos de categorias identitárias
ou funcionais, e não em termos da singularização de indivíduos, como apontam os exemplos a
seguir:
4.40. Quem procura a “Delegacia da Mulher” são as mulheres e estas procuram devido ao nome
[da delegacia] (S-06 Comissário).
4.41. Normal [a presença de homens no efetivo da DM], porque os agressores nem sempre estão
dispostos a cooperarem usando assim de violência contra policiais mulheres (S-09 Comissário).
Os grupos de atores sociais categorizados pelos sujeitos da pesquisa foram as mu-
lheres e os agressores (categorias identitárias). A categorização implica em não observar as
diferenças individuais desses grupos. A categoria mulheres, assim como as outras, é formada
por indivíduos com vários tipos de particularidades, que simplesmente deixam de ser obser-
vadas e levadas em consideração na medida em que todos os membros são incluídos em uma
categoria geral, como se compartilhassem uma essência comum independente de variáveis
como idade, escolarização, vel sócio-econômico, etnia, etc. É provável que a tendência de
categorizar os atores sociais funcione como um entrave que impede que os policiais civis per-
cebam a necessidade de atendimentos diversificados, até mesmo personalizados, para as dife-
rentes pessoas que buscam atendimento policial, tanto na Delegacia da Mulher como em ou-
tras Delegacias.
68
4.5 CATEGORIZAÇÃO: FUNCIONALIZAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E AVALIA-
ÇÃO
Ainda com relação à categorização, os atores sociais podem também ser represen-
tados como funcionalizados, identificados e/ou avaliados. Os atores são funcionalizados
quando são mencionados em termos de uma atividade, algo que fazem como uma ocupação
ou papel. A identificação ocorre quando os atores sociais são definidos não em termos do que
fazem, mas em termos do que são, de forma mais ou menos permanente. Por fim, os atores
sociais podem ser categorizados em termos interpessoais e não ideacionais, ou seja, eles po-
dem ser identificados através de termos avaliativos como bons ou maus, amados ou odiados,
eficientes ou ineficazes (VAN LEEUWEN, 1997).
As categorias mulheres e agressores também foram identificadas relacionalmente
quando relacionadas uma a outra, conforme exemplo a seguir:
4.42 [A comunidade procura a DM] porque existem muitas mulheres vítimas de agressões de
seus companheiros (S-04 Comissário).
A representação da mulher como vítima é sempre uma forma de identificar essa
categoria de atores sociais com a categoria de agressores, e vice-versa, uma vez que são as
práticas sociais desses dois grupos de atores que permitem a identificação das mulheres como
timas, e a constituição de „vítima‟ necessariamente requer um agressor. É na relação entre
mulheres e homens que elas são representadas como vítimas e eles como agressores.
As mulheres e os agressores foram altamente categorizados no discurso dos poli-
ciais, que muitas vezes os incluíram em grupos generalizados: mulher, homem e pessoas, res-
pectivamente. A categorização desses grupos também adota uma perspectiva essencialista,
uma vez que todos os seus componentes são tratados como iguais, sem qualquer menção a
características individuais. Segundo Woodward (apud SILVA, 2000, p. 12) uma definição
69
essencialista procura identificar nos grupos sociais sua característica universal, ou seja, aquilo
que os membros do grupo mais têm em comum, e que permite diferir-lhes de outros grupos,
como o fato de ser mulher, por exemplo. Com base em minha experiência profissional na
DM, posso dizer que os membros da categoria agressores diferem em termos de escolaridade,
de relação empregatícia, de idade, etc. O mesmo se aplica às categorias mulheres, igualmente
atravessadas por variáveis como as mencionadas em relação ao grupo agressores.
Em oposição à referência por categorização, existe a possibilidade de nomeação
dos atores nos discursos. A única categoria nomeada foi Delegacia da Mulher. É possível que
a representação desse ator social pelo recurso de nomeação tenha origem na própria natureza
da pesquisa, uma vez que o questionário tratava da DM especificamente. Os outros atores são
vistos em termos de grupos coadjuvantes em relação a esse ator social. É interessante ressaltar
também que, além da nomeação da Delegacia da Mulher, houve apenas um outro caso de
nomeação, que pode ser visualizado no excerto a seguir:
4.43. Nunca trabalhei em Delegacia da Mulher, mas de outro tanto, nesta DP “X”
33
por exemplo
uma policial, a escrevente Maria, que colabora, em muito, no atendimento de ocorrências en-
volvendo mulheres e, pelo que percebo, as mulheres, principalmente vítimas, demonstram mais li-
berdade em denunciar a relatar determinados fatos, quando são atendidas por policial mulher (S-42
Escrivão).
Segundo van Leeuwen (1997, p. 201), a utilização do nome próprio não é o único
recurso para a referência por nomeação. Por exemplo, se, num determinado contexto, apenas
um ator social desempenha certa função, é possível nomear esse ator social através de sua
função específica e única. Acredito que a resposta do policial acima indica que, mesmo in-
consciente, a nomeação em questão foi uma maneira de prestigiar a policial que realiza os
atendimentos „de ocorrências envolvendo mulheres‟. Vale lembrar, entretanto, que essas ocor-
33
A fim de preservar o anonimato dos participantes desta pesquisa, os nomes de pessoas e cidades foram substi-
tuídos por nomes fictícios.
70
rências não envolvem somente mulheres, mas também homens, uma vez que eles são a maio-
ria dos agressores.
Não sendo determinados, os atores sociais podem ser classificados como generi-
cizados ou especificados. Vejamos os exemplos a seguir:
4.44. [A DM] exerce uma função social importante perante a comunidade, pois serve de referência
e suporte para mulheres vítimas de violência doméstica além de servir como lugar para encami-
nhamento para outros órgãos públicos (S-21 Delegado).
4.45. Sim, trabalharia [na DM], para nós profissionais da segurança, temos que estar preparados
para qualquer trabalho. No caso da Delegacia da Mulher haveria necessidade de uma preparação
mais específica (S-08 Comissário).
4.46. Atendimento específico à mulher, feito em geral por mulheres policiais (S-14 Comissário).
Os excertos apresentados apontam a representação dos atores sociais mulheres e
policiais de maneira genericizada, ou seja, novamente os indivíduos do grupo são tratados
como se fossem iguais. No excerto 4.46 houve a especificação da categoria policiais, ali apre-
sentada como mulheres policiais, porém é como se esse grupo também fosse homogêneo.
De acordo com van Leeuwen (1997), os atores sociais podem ainda ser referidos
de forma avaliativa positiva ou negativa. A categoria de atores sociais mulheres foi referida
pelos policiais de forma avaliativa predominantemente como negativa. Os termos negativos
utilizados para definir essa categoria foram: vítima, vítima de violência física, moral, domésti-
ca, vítima de agressão, de lesão, de abuso sexual, de maus tratos, constrangida, ferida, agre-
dida, ameaçada, queixosa, culpada, estuprada, humilhada, objeto do parceiro, frágil, passi-
va, submissa, incapaz e carente. Do ponto de vista policial, foram identificados apenas quatro
atributos positivos para a categoria mulheres: protegida, atendida, privilegiada e encorajada.
Ou seja, se esses atributos forem pensados na perspectiva dos policiais, eles serão positivos,
uma vez que a função policial estará sendo desempenhada de forma satisfatória. Vejamos
alguns exemplos:
71
4.47. [Atribuição da DM], atendimento diferenciado ao público feminino, normalmente vítima de
lesões, maus tratos (S-63 Técnico).
4.48. A mulher no conceito “gênero” em nossa cultura é vista e tida com um ser frágil, passiva,
submissa, por isso quando é vítima de violência o agressor a julga incapaz de se defender (S-52
Investigador).
4.49. O trabalho é importante para as mulheres pois se sentem mais encorajadas para denunciar os
casos onde são vítimas de agressão (S-10 Comissário).
A Delegacia da Mulher, por outro lado, recebeu um número maior de atributos
positivos do que negativos. Entre os atributos considerados positivos encontram-se os seguin-
tes: especializada, especializada no atendimento à mulher, especializada em problemas do-
mésticos, delegacia especial, de extrema importância, importante, órgão diferenciado, espe-
cializado, necessário, referencial, de grande conceito na sociedade, representativa, refúgio,
ponto de apoio, útil e promissora. Todas as expressões negativas atribuídas à Delegacia da
Mulher referiram-se à unidade de Araranguá, o que indica uma insatisfação dos policiais com
o funcionamento dessa delegacia em particular. Entre os termos negativos encontram-se: não
está preparada, não é diferente das outras, inoperante, pouco produtiva, para fazer média,
só para servir de fachada, sucateada, deveria ser mais reconhecida pela instituição. Vejamos
alguns exemplos:
4.50. A DM de Araranguá, eu acho inoperante, pois falta delegada, funcionários, plantão (S-65
Técnico).
4.51. A delegacia da mulher não está preparada para atender de forma adequada a todas as o-
corrências que a ela chegam. Na maioria das vezes este atendimento é falho, não por vontade ou
vontade dos funcionários que ali atuam, mas pela falta de qualificação, de material humano
e institucional (S-49 Investigador).
4.52. [A DM] é uma delegacia especializada e de grande conceito na sociedade (S-60 Investiga-
dor).
A representação do ator social Delegacia da Mulher construída por referências
avaliativas positivas corrobora os dados encontrados na análise dos padrões de ativação e
72
passivação dos atores sociais (ver seção 4.3. desse capítulo), que indicou que as representa-
ções ativas da DM feitas pelos policiais são geralmente de cunho positivo, atribuindo-lhe um
caráter ativo, atuante e socialmente importante.
Os atributos utilizados para a categoria „agressores‟ foram os seguintes: estão em
conflito com a lei, autor do delito, infrator, macho, pessoas de natureza violenta, agressivos,
marido alterado, nem sempre estão dispostos a cooperar, são violentos com as mulheres po-
liciais, respeitam mais os policiais homens, não acatam as ordens de mulher, detidos e con-
duzidos pela Polícia Militar. O único atributo considerado positivo do ponto de vista policial,
para se referir aos agressores foi: „serão punidos‟. Vejamos alguns exemplos:
4.53. Muitas vezes o homem agride a mulher para mostrar que é “macho” (S-26 Escrevente).
4.54. É necessário [homens no efetivo policial das DMs] para determinadas diligências onde en-
volve embriagues e em muitas outras situações de autores agressivos (S-50 Investigador).
4.55. [A DM traz benefícios à comunidade?] Certamente que sim. A mulher certamente terá mais
“coragem” em comparecer a uma delegacia especializada para denunciar a autoria do delito em
que foi vítima. Assim, conseqüentemente, mais homens serão punidos pelos crimes cometidos
contra mulheres (S-38 Escrivão).
A categoria agressores foi avaliada de forma predominantemente negativa, pro-
vavelmente porque, no contexto social da DM, esses atores sociais são vistos como os „vi-
lões‟; e são geralmente representados de forma negativa.
4.6 MAPEAMENTO DAS REPRESENTAÇÕES NO DISCURSO DOS POLICIAIS
A análise dos recursos utilizados para representar os atores sociais no discurso dos
policiais civis da 19ª região foi desenvolvia a partir da taxionomia proposta por van Leeuwen
(1997).
73
Em termos de ativação e passivação, alguns atores sociais, como a Delegacia da
Mulher, os policiais e os agressores, foram representados mais vezes de forma ativa do que
passiva, enquanto outros, como a categoria comunidade, foi representada como um ator passi-
vo no contexto da Delegacia da Mulher.
A categoria mulheres, por outro lado, foi bastante representada como ativa, porém
apenas no que se refere a procurar a DM (buscar atendimento, fazer denúncias). Entretanto,
foi mais freqüente a representação passiva das mulheres: como objetos da representação (su-
jeição) ou como beneficiárias da ação de outros (da DM, dos policiais, etc.). A representação
majoritariamente ativa da DM e os policiais, por outro lado, parece não garantir um atendi-
mento eficaz das vítimas nem um impacto sensível no enfrentamento da violência de gênero
(os próprios policiais mostram-se descrentes e descontentes com a atuação da DM de Araran-
guá).
Com relação à inclusão dos atores sociais, pode-se afirmar que todas as categorias
foram personalizadas. As categorias mulheres e agressores foram representadas de forma
determinada, categorizada, identificada de maneira relacional, avaliada, além de genericiza-
das. A categoria policiais foi determinada, categorizada, funcionalizada e avaliada, e ainda,
genericizada. A comunidade foi indeterminada, avaliada e especificada por assimilação, e a
Delegacia da Mulher foi determinada, nomeada e avaliada.
A análise dos dados aponta para uma forte tendência dos sujeitos de representar os
atores sociais de forma coletiva, generalizando os grupos, o que resulta no apagamento das
características individuais de seus membros e indica falta de percepção de diferenças indivi-
duais intra-grupais. Essa tendência de generalizar e coletivizar os membros dos grupos men-
cionados baseou-se muitas vezes em conhecimentos do senso comum e numa visão essencia-
lista dos principais atores sociais atendidos pela DM diferentes mulheres e diferentes ho-
74
mens -, o que provavelmente compromete a compreensão do trabalho social a ser realizado
pela Delegacia da Mulher, e a qualidade do atendimento aí oferecido.
Na figura 4, a seguir, é possível visualizar as categorias utilizadas nos discursos
dos policiais civis da 19ª região policial civil catarinense para representar os atores sociais
ligados à Delegacia da Mulher.
No capítulo seguinte analisarei o discurso dos policiais civis da 19ª região com o
propósito de investigar suas práticas discursivas e sociais, cobrindo, assim, as dimensões de
„interpretação‟ e „explicação‟ delineadas no modelo tridimensional de análise crítica do dis-
curso proposto por Fairclough (1992).
75
Excluíd os
Supressão
Figura 4 - Categorização dos atores sociais ligados à DM.
76
5 CRENÇAS E PRÁTICAS POLICIAIS
Neste capítulo proponho-me a analisar os questionários respondidos pelos polici-
ais civis da 19ª região com o propósito de verificar que crenças existentes em suas práticas
profissionais e sociais se traduzem em seu discurso. Essa análise será feita à luz da proposta
metodológica da ACD, especialmente no que diz respeito à dimensão práticas discursivas e
práticas sociais do modelo tridimensional de análise crítica do discurso (FAIRCLOUGH,
1992).
Dos 71 policiais civis da 19ª Região que atenderam ao chamado da pesquisa, 26
declararam já ter trabalhado na Delegacia da Mulher, contra 45 que disseram não terem traba-
lhado nesse tipo de delegacia. Dentre os que já trabalharam encontram-se 21 mulheres e seis
homens. Entre os policiais que nunca trabalharam na DM encontram-se dez mulheres e 35
homens. Vale lembrar que, dos 35 homens policiais que nunca trabalharam em uma DM, en-
contram-se as carreiras policiais de médico legista e perito criminalístico (quatro participantes
da pesquisa), funções que não estão associadas a nenhuma delegacia de polícia em particular
uma vez que pertencem ao grupo denominado Polícia Técnica. A função policial denominada
„Técnico em Necropsia‟ também pertence ao grupo da Polícia Técnica, porém, as três técnicas
em necropsia da 19ª região atuaram na Delegacia da Mulher, simultaneamente ao trabalho
77
realizado no Instituto Médico Legal, local específico para o desempenho de sua função técni-
ca.
Os números apontados na pesquisa parecem indicar uma preferência da instituição
por policiais do sexo feminino para as atividades na Delegacia da Mulher: mesmo entre os
policiais que não trabalharam nessa DP, as mulheres estão em menor número, como podemos
ver na tabela abaixo:
Policiais
Já trabalharam
Na DM
Não trabalharam
na DM
Função
incompatível
Total
Comissário
03
14
-
17
Delegado
03
02
-
05
Escrevente
05
07
-
12
Escrivão
03
09
-
12
Investigador
09
08
-
17
Técnico
03
01
04
08
Total
26
41
04
71
Tabela 2 - Policiais da 19ª região que trabalharam ou não na Delegacia da Mulher
Entre os policiais que informaram não terem trabalhado na DM, dez eram mulhe-
res e 35 eram homens. Quando perguntados acerca da possibilidade de trabalhar nessa delega-
cia, duas mulheres disseram que não gostariam de trabalhar na DM, seis disseram que traba-
lhariam se fosse necessário, e outras duas policiais não responderam a pergunta. Entre os
homens que informaram não ter trabalhado na DM, 20 dos 35 responderam que trabalhariam,
e 15 disseram que não trabalhariam. A tabela abaixo apresenta esses números:
Policiais que não
trabalharam na DM
Trabalhariam na
DM
Não trabalhariam
na DM
Não
Responderam
Total
Comissário
09
05
-
14
Delegado
02
-
-
02
Escrevente
04
01
02
07
Escrivão
08
01
-
09
Investigador
03
05
-
08
Técnico
-
05
-
05
Total
26
17
02
45
Tabela 3 - Policiais que trabalhariam ou não na Delegacia da Mulher.
78
Entre os sujeitos de pesquisa que responderam afirmativamente à possibilidade de
trabalhar na DM encontram-se os seguintes depoimentos:
5.1. É claro que haveria a necessidade de um aperfeiçoamento específico (S-38 Escrivão).
5.2. Sim, trabalhar na DP da Mulher, exigiria um preparo maior na parte de suporte psicológico às
vítimas, precisaria de algum curso ou palestra (S-40 Escrivão).
5.3. Sim, trabalharia, para nós profissionais da segurança, temos que estar preparados para qual-
quer trabalho. No caso da Delegacia da Mulher haveria necessidade de uma preparação mais espe-
cífica (S-08 Comissário).
5.4. Sim, uma vez que me fosse oferecido algum curso de capacitação para prestar um bom serviço
nesse tipo de delegacia (S-43 Escrivão).
Essas respostas indicam claramente que os policias sentem a necessidade de trei-
namento e capacitação específica para o trabalho na Delegacia da Mulher. Podemos concluir,
portanto, que não somente os documentos oficiais (BRASIL, 2005) e a literatura específica
sobre a DM (e.g. SAFFIOTI, 2004) recomendam a capacitação dos agentes policiais para o
desempenho de funções nessas delegacias, como o próprio corpo policial sente esta necessi-
dade. Apesar de não terem clareza sobre que treinamentos específicos seriam necessários,
uma expectativa entre os sujeitos de pesquisa que ainda não trabalharam numa DM de que
algum tipo de capacitação deva ser oferecido para preparar os policiais para atuarem nesta
delegacia especializada.
Os policiais que disseram que não trabalhariam na DM justificaram suas posições
declarando que o trabalho realizado não é atrativo para eles, demonstrando desinteresse, e
até mesmo aversão, pelas questões de gênero, como podemos ver nos exemplos abaixo:
5.5. Não gosto do tipo de ocorrência (S-56 Investigador).
Não, porque eu não me adaptaria com esta função (S-07 Comissário).
Não, pessoalmente não tem nenhum atrativo para mim (S-02 Comissário).
Acho que é difícil trabalhar em ambientes que possuem muitas mulheres (S-34 Escrevente).
79
5.1 CRENÇAS DO SENSO COMUM SOBRE QUEM DEVE TRABALHAR NA DM
A falta de treinamento específico para atuar na DM foi percebida por muitos poli-
ciais. Entretanto, essa percepção tem diferentes origens, desde noções essencialistas sobre
quem deve trabalhar nessa delegacia, passando por noções do senso comum, até alguns poli-
ciais que demonstraram mais esclarecimento sobre a necessidade de treinamentos técnicos e
teóricos. A resposta a seguir denota a crença que somente as mulheres policiais recebem trei-
namento especial para atuar na DM:
5.9. Nós, policiais do sexo masculino, não conseguiríamos dar a devida atenção a tais casos, pois
não obtivemos treinamento especializado (S-55 Investigador).
Algumas respostas apontam para a crença na necessidade de aptidão pessoal (ou
vocação) do funcionário para o exercício da função em setores especializados, como podemos
ver abaixo:
5.10. As pessoas devem ser aptas para trabalhar num órgão dessa grandeza (S-44 Escrivão).
5.11. Pessoas para trabalharem em delegacias especializadas devem ter no mínimo vocação para a
área afim (S-68 Técnico).
5.12. O policial que trabalha na DM deve ter alguma afinidade em lidar com problemas familiares,
conjugais, agressões, abusos sexuais, menores infratores, e outros que requerem cuidados especi-
ais, etc (S-54 Investigador).
A resposta abaixo também sugere que talvez alguns policiais estariam „natural-
mente‟ mais aptos do que outros para trabalharem na DM:
5.13. Sim, nós policiais somos „pau para toda obra‟, mas tenho que ser submetido antes a uma ava-
liação competente (S-13 Comissário).
Ou seja, com a expressão „pau para toda obra‟ o participante sugere que o efetivo
policial está preparado para qualquer atividade; assim, não haveria problemas em desempe-
nhar as funções na Delegacia da Mulher, apesar de ter concluído sua participação referindo-se
80
à submissão a uma avaliação, o que denota a crença que de alguns policiais estariam mais
aptos de que outros, e uma avaliação do perfil indicariam essa aptidão específica.
As justificativas de dois Comissários para não trabalharem na DM reafirmam a
noção, já chavão, de que os homens teriam mais dificuldade em lidar com questões do mundo
privado, da intimidade:
5.14. Não, porque o cotidiano de denúncias é repetitivo e é muito constrangedor para um policial
homem tratar destes assuntos de foro íntimo (S-04 Comissário).
5.15. Não, não gosto de trabalhar com menores infratores e ter que resolver problemas de casais
(S-11 Comissário).
Essas duas respostas, embora fornecidas por pessoas diferentes, têm algo em co-
mum: o primeiro participante se refere ao fato de ser constrangedor para o policial tratar de
assuntos de foro íntimo‟, provavelmente referindo-se a denúncias de crimes de natureza se-
xual, ou ligados à conjugalidade; o segundo refere-se a ter que resolver „problemas de casais‟.
Em resumo, osassuntos de foro íntimo” e os problemas de casais” nada mais são do que os
casos de violência de gênero (violência praticada por um homem contra uma mulher). Isso
demonstra falta de conhecimento conceitual sobre as questões de gênero, e indica que, na au-
sência desses conhecimentos, os policiais trabalham com base em conhecimentos e noções do
senso comum, como não se deve interferir em brigas de casais” e é constrangedor para um
homem tratar de assuntos relacionados à „intimidade‟ das mulheres”. É provável que essa
seja precisamente uma das dificuldades encontradas por esses dois policiais, intervir na ação
de indivíduos de seu próprio gênero (os homens agressores), coibindo atos que talvez esses
próprios policiais homens não considerem socialmente repreensíveis.
O sujeito abaixo, por outro lado, consegue perceber que o interesse individual do
policial em trabalhar na DM não elimina a necessidade de aperfeiçoamento profissional nessa
área específica:
81
5.16. Sim, seria uma nova fase profissional dedicada a um trabalho especializado, fazendo-se ne-
cessário o estudo diário sobre o comportamento das vítimas (mulheres) e principalmente dos auto-
res dos crimes (S-19 Delegado).
Talvez a preocupação desse sujeito com o aperfeiçoamento profissional esteja li-
gada à sua função: o/a Delegado(a) de Polícia é a maior autoridade da Instituição, o que re-
quer uma constante atualização dos saberes envolvidos em sua atividade profissional. O dele-
gado acima também foi o único sujeito de pesquisa que se referiu a um trabalho em parceria
entre a DM e outros organismos envolvidos no atendimento à mulher em situação de violên-
cia, embora não tenha mencionado que organismos são esses: interessante também o traba-
lho parceiro com outros profissionais vinculados a DPCAM”.
Entre as respostas afirmativas quanto à possibilidade de trabalhar na DM, algumas
estão baseadas numa visão generalista do trabalho da Delegacia da Mulher, como as seguin-
tes:
5.17. É uma delegacia igual às outras, somente o atendimento se restringe à mulher, criança e ado-
lescente (S-20 Delegado).
5.18. Sim, como em qualquer outra Unidade Policial (S-37 Escrivão).
5.19. Não vejo diferença entre atender esta ou aquela ocorrência de crime que envolva pessoas do
sexo masculino ou do sexo feminino, maiores, menores, seja ela de competência da “especializa-
da” ou de qualquer outra delegacia (S-06 Comissário).
5.20. Sim, sou policial e devo cumprir com minha obrigação profissional em qualquer delegacia do
estado de Santa Catarina (S-10 Comissário).
5.21. Sou profissional, não devo escolher este ou aquele serviço (S-14 Comissário).
5.22. Sim, como policial civil me sinto capacitado para trabalhar nos diversos setores da Polícia
Civil (S-12 Comissário).
Para esses policiais, o trabalho desenvolvido na Delegacia da Mulher não difere
dos serviços prestados pela Polícia Civil nas outras Delegacias, ou seja, nem todas as respos-
tas afirmativas à pergunta seis (Caso vonão tenha trabalhado numa delegacia da Mulher,
você trabalharia? Justifique sua resposta.) indicam compreensão da especificidade da DM,
muito menos das questões de gênero.
Um dos participantes apresentou a seguinte resposta:
82
5.23. Sim, porque além de atendimento à vítima, tem o serviço externo, como intimações, Fórum,
e quanto ao registro do Boletim, ficaria com a policial, que está preparada para atender determi-
nado caso (S-16 Comissário).
A resposta do policial indica a crença sexista de que a presença masculina na DM
seria destinada à realização dos serviços externos, e que somente as mulheres receberiam ca-
pacitação especial para o atendimento às mulheres vítima de violência.
Contrariando minhas expectativas iniciais, pude verificar que alguns policiais ho-
mens manifestam simpatia pelo trabalho realizado na DM, como podemos ver nos seguintes
excertos do corpus:
5.24. Sim, trabalharia com entusiasmo e desempenharia as minhas funções neste órgão com com-
petência (S-15 Comissário).
5.25. Sim, eu gosto de resolver fatos que envolvam conciliações (S-53 Investigador).
5.26. Sim, ajudaria no sentido até de aconselhamento (S-32 Escrevente).
Duas mulheres escreventes também demonstraram sensibilidade pelo trabalho da
DM:
5.27. Deve ser gratificante poder ajudar mulheres, crianças e adolescentes quando vítimas (S-23
Escrevente).
5.28. Sim, [trabalharia na DM] poderia auxiliar às vítimas na busca da conscientização (S-27 Es-
crevente).
Por outro lado, uma das policiais que atualmente trabalha na DM de Araranguá,
manifestou-se da seguinte maneira:
5.29. Quero desesperadamente sair deste setor, pois hoje a delegacia de proteção à mulher de Ara-
ranguá, infelizmente é mera fachada (S-03 Comissário).
A policial mostra insatisfação em permanecer na DM de Araranguá que, a seu ver,
não atende aos propósitos do órgão policial. A expressão é mera fachada” demonstra a cren-
ça de que a DM de Araranguá sugere ser algo que realmente não é, o que incomoda a policial,
causando insatisfação e sensação de fracasso e frustração, que podem ser resultado do tipo de
83
atendimento que esta unidade policial vem oferecendo à população, visto pela respondente
como inadequado.
Com relação às questões de gênero relacionadas ao trabalho policial desenvolvido
nas DMs, minha hipótese inicial de que os policiais as desconheciam (ao menos em nível teó-
rico, conceitual) foi constatada nas respostas apresentadas à questão onze do questionário:
“No contexto dos crimes de violência contra a mulher que são da alçada da delegacia da
Mulher, você ouviu falar na palavra gênero”? Caso tenha ouvido, como você definiria
este conceito?”. A tabela a seguir apresenta os números relativos a essa pergunta:
Policiais
Disseram conhecer
a expressão “gêne-
ro”
Disseram desconhecer
a expressão “gênero”
Responderam
de forma
diferente
Não respon-
deram
Total
Comissário
04
13
-
-
17
Delegado
01
03
01
-
05
Escrevente
01
07
01
03
12
Escrivão
03
09
-
12
Investigador
02
14
01
-
17
Técnico
-
06
-
02
08
Total
11
52
03
05
71
Tabela 4 - Policiais que conhecem ou não a expressão „gênero‟ no contexto da DM.
Do total de 71 sujeitos da pesquisa, apenas onze responderam que conheciam a
expressão gênero dentro do contexto dos crimes atendidos pela Delegacia da Mulher. Anali-
sando-se as respostas desses sujeitos, pôde-se perceber que apenas três delas (apresentadas a
seguir) demonstram algum conhecimento sobre o termo „gênero‟ e sua relação com os aten-
dimentos das DMs, enquanto que as oito respostas restantes referem-se ao referido termo de
forma mais genérica.
5.30. Delitos cujas apurações são exclusivas da especializada, como por exemplo: violência sexual
(S-06 Comissário).
5.31. Sim, a questão gênero acho que é voltado ao comportamento social, igualdade dos gêneros,
coisa que na lei existe, mas na realidade não acontece. Muitas vezes o homem agride a mulher
para mostrar que é “macho” (S-26 Escrevente).
5.32. Sim. Gênero de crime próprio contra a mulher. Ex.: estupro (art.213 CP), só a mulher pode
ser vítima deste crime (S-12 Comissário).
84
É interessante notar, no exemplo 5.32 que, embora o policial saiba citar crimes de
gênero (ex. estupro), ele parece tomar a palavra „gênero‟ como „tipo‟, como indica sua ex-
pressão “gênero de crime próprio contra a mulher”.
As respostas abaixo (incluídas no total de policiais que responderam conhecer o
termo) indicam uma compreensão um pouco mais ampla do conceito de gênero:
5.33. Gênero é a classificação daquilo que se está falando. A mulher no conceito “gênero” em nos-
sa cultura é vista e tida com um ser frágil, passiva, submissa, por isso quando é vítima de violência
o agressor a julga incapaz de se defender (S-52 Investigador).
5.34. Sim [conheço a expressão gênero], são seres ou objetos com as mesmas características, no
caso da Delegacia da Mulher, são as pessoas do sexo feminino. É também a violência de sexo, do
homem sobre a mulher, do desempenho da mulher dentro da instituição policial (S-08 Comissá-
rio).
5.35. [Gênero] refere-se a questões de identificação social e papel do indivíduo na sociedade (S-46
Escrivão).
5.36. No contexto da violência contra a mulher, penso tratar de agrupamento de pessoas que te-
nham caracteres comuns, ou que enfrentam as mesmas dificuldades (S-18 Delegada).
5.37. Sim, [gênero é o] modo ou maneira como devemos tratar o assunto referente a violência con-
tra a mulher (S-36 Escrivão).
As respostas abaixo não condizem com a pergunta onze, bem como não demons-
tram conhecimento algum sobre o conceito de nero, dentro do contexto de violência contra
a mulher.
5.38. Gênero, define sexo masculino e feminino; menino X menina (S-35 Escrivão).
5.39. Sim, entendo [gênero] como uma categorização de classes (masculino ou feminino) (S-66
Técnico).
5.40. Sim. Gênero é a reunião de espécies que possuem caracteres comuns entre si. O conjunto de
pessoas que apresentam qualidades semelhantes, indistinto da sua camada social (S-13 Comissá-
rio).
Os demais policiais responderam não ter conhecimento algum sobre a palavra gê-
nero. Os dados indicam que o desconhecimento das questões relativas ao gênero, e até mesmo
do que seja „gênero social‟, é endêmico entre os policiais civis, e que a Polícia Civil precisa
85
adotar uma abordagem específica que ajude a diminuir a falta de esclarecimento e de infor-
mação de seu efetivo a respeito de um conceito (e um campo de estudos e pesquisas) essencial
para o trabalho policial desenvolvido dentro das Delegacias da Mulher. Considerando-se que
a formação e a capacitação policial promovida pela Academia da Polícia Civil é direcionada a
policiais de todas as regiões do estado, o desconhecimento das questões de gênero apresenta-
do pela 19ª região policial possivelmente verifica-se também em outras regiões policiais, uma
vez que todos passam pelo mesmo centro de formação profissional
34
.
5.2 A NATUREZA DA DM EM RELAÇÃO A OUTRAS DELEGACIAS
Quando questionados acerca das atribuições da DM, 21 participantes da pesquisa,
incluindo todos os policiais que atuam nessa especializada, responderam que era o atendimen-
to exclusivo à mulher que diferenciava a DM de outras delegacias de polícia. Outros 32 sujei-
tos responderam que a DM se ocupa de atendimentos à mulher, a crianças e adolescentes, e
dez outros participantes apresentaram respostas diversas da expressão „mulher, criança e ado-
lescente‟.
A expressão „especializada‟ foi utilizada para definir a atribuição da DM por 24
dos 71 policiais que participaram da pesquisa, como apontam os exemplos a seguir:
34
Em Maio de 2006 a SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública) em parceria com a Secretaria Espe-
cial de Políticas para as Mulheres, implantou o curso à distância “Mulher tima de Violência Doméstica” para
agentes de Segurança Pública de todo o Brasil, dentro do projeto SEAT (Segurança e Educação ao Alcance de
Todos) desenvolvido pela SENASP. O curso tem carga horária de 40 horas, é disponibilizado totalmente na
modalidade à distância e objetiva definir a violência contra a mulher, listar fatores geradores da violência, identi-
ficar os tipos de crimes relacionados à violência contra a mulher elencados no Código Penal Brasileiro, identifi-
car a legislação pertinente para esse tipo de problema, apresentar a conduta policial assertiva nesse tipo de aten-
dimento e destacar a importância do respeito dos profissionais da Segurança Pública para com as vítimas e a-
gressores de violência doméstica. O projeto SEAT oferece gratuitamente vários outros cursos aos profissionais
da Segurança Pública no país e cada profissional inscreve-se para o curso de seu interesse. Segundo informações
prestadas por email pelo gestor do Telecentro de Santa Catarina, até 30 de setembro de 2006 51 policiais civis
catarinenses concluíram o curso “Mulher Vítima e Violência Doméstica”. Dentre eles, oito eram policiais da
19ª região e 4 eram mulheres policiais da DM de Araranguá. Eu mesma participei do curso “Mulher Vítima de
Vioncia Doméstica” na sua primeira edição no mês de maio de 2006, e no mês seguinte fui indicada para atuar
como tutora do curso.
86
5.41. A comunidade procura a DM porque [a delegacia] é especializada (S-28 Escrevente).
5.42. A diferença [entre a DM e as outras Delegacias] é que a Delegacia da Mulher é uma delega-
cia especializada e o seu atendimento é específico (S-60 Investigador).
5.43. [A comunidade procura a DM] por ser uma delegacia especializada (S-61 Investigador).
5.44. Atualmente os serviços prestados por esta especializada está deixando muito a desejar; Não
está se fazendo quaisquer serviços perante à comunidade (S-03 Comissário).
5.45. Ë uma Delegacia especializada, específica para atendimento da mulher vítima de violência
(S-41 Escrivão).
Entretanto, nenhum dos sujeitos de pesquisa esclareceu exatamente em que a de-
legacia é especializada, o que nos indica que a utilização desse termo pelos policiais é apenas
formal e não conceitual, ou seja, eles têm conhecimento de que existem, no quadro da Polícia
Civil, algumas delegacias especializadas, mas seu conhecimento sobre o tipo de trabalho es-
pecífico nelas desenvolvido limita-se ao nome de cada uma dessas delegacias (Delegacia de
Trânsito, Delegacia de Furtos e Roubos, Delegacia de Combate ao Narcotráfico, Delegacia
Anti-Seqüestro).
Os policiais referiram-se ao trabalho desenvolvido na Delegacia da Mulher usan-
do os seguintes atributos: atendimento/trabalho especializado, específico, qualificado, perso-
nalizado, exclusivo, humanizado, sistematizado, diferenciado, além de utilizarem a expressão
especialização no tratamento da vítima, como podemos observar nos exemplos abaixo:
5.46. O atendimento diferenciado e exclusivo a mulher e adolescente a atribuição que difere a
DM das demais delegacias] (S-02 Comissário).
5.47. O atendimento especializado, diferenciado e especialmente falando de mulher para mulher
[é a atribuição que difere a DM das demais delegacias] (S-04 Comissário).
5.48. Um atendimento específico e qualificado para o fim real desta instituição que é a ação da
Polícia Judiciária no combate a violência contra a mulher e o adolescente [é a atribuição que difere
a DM das demais delegacias] (S-09 Comissário).
Contudo, nenhum desses policiais esclareceu o que esses atributos significavam
em termos práticos ou teóricos. Uma investigadora da DM referiu-se a atendimentos de vio-
lência doméstica, restringindo os serviços da DM aos casos dessa natureza:
87
5.49. [São atribuições da DM:] atendimento à violência doméstica a qual deveria dar um atendi-
mento personalizado e sistematizado às vítimas e/ou autores (S-67 Investigador).
Considerando que a DM de Araranguá também tem a função de atender crianças e
adolescentes vítimas ou infratores penais, a resposta da participante subentende um conheci-
mento obtido através de sua prática no cotidiano da DM, ou seja, de que os casos de violência
doméstica são mais numerosos do que os atendimentos a crianças e adolescentes. Além disso,
a respondente, ao afirmar que a DM “deveria dar um atendimento personalizado”, através do
verbo modalizador “dever” no futuro do pretérito deixa subentendido que o atendimento ofe-
recido no momento não é personalizado, o que corrobora os resultados da microanálise reali-
zada no capítulo anterior, de que os policiais percebem os atores sociais relacionados à DM de
forma genérica e coletivizada. Podemos concluir que os atendimentos realizados pela DM não
são personalizados exatamente porque os atores sociais nela envolvidos (policiais, mulheres
vítimas de violência de gênero e homens agressores) não são vistos pelos próprios policiais de
maneira individualizada, o que acaba impactando a forma como o público que procura esse
órgão é atendido.
A resposta mais distante da visão da DM como delegacia especializada foi:
5.50. Não muita diferença. Porque também em outras delegacias a mulher é atendida e é feito
os procedimentos cabíveis, nesta porém, a mulher sente-se mais segura (S-71 Técnico).
Essa falta de distinção pode ser em parte justificada pelo fato de essa resposta ter
sido dada por uma funcionária deslocada do Instituto Médico Legal para a Delegacia da Mu-
lher. Entretanto, o deslocamento de funcionários de um setor para outro e de uma delegacia
para outra é uma prática comum na Polícia Civil, principalmente dada à escassez de funcioná-
rios. Essas remoções acontecem de acordo com a necessidade dos distintos órgãos, que muitas
vezes precisam de substitutos para policiais que estão afastados temporariamente por licenças,
88
férias ou outras razões
35
. Assim, qualquer funcionário pode ser, a qualquer instante, removido
para uma delegacia especializada (a DM, por exemplo), o que reforça a necessidade de uma
formação específica para a atuar nessas delegacias especializadas.
Uma outra funcionária da Delegacia da Mulher de Araranguá apresentou a seguin-
te resposta com relação à atribuição da DM:
5.51. Particularmente acredito que a DM, especialmente de Araranguá, já prestou serviços mais re-
levantes à comunidade, hoje, sucateada em termos de estrutura humana, apenas cumpre papel ad-
ministrativo, no entanto, em estando uma DM em pleno funcionamento, com toda a estrutura hu-
mana necessária, o trabalho é diferenciado na medida em que a mulher sente-se, ao menos teori-
camente, protegida e “privilegiada”, depois de tantos anos de não ter onde ir, ao ter um atendimen-
to voltado para si. Nos dias de hoje ainda, principalmente em cidades com valores tão provincianos
como é o nosso caso, mulheres sofrem todo tipo de agressões e constrangimentos, não em seus
lares e de companheiros do sexo oposto mas também de seus pares na sociedade como um todo (S-
30 Escrevente).
A menção da policial a respeito da mulher sentir-se protegida e privilegiada
pode ser interpretada como um desejo de que a DM promova esse tipo de sensação na vítima,
demonstrando a sensibilidade da funcionária em relação ao trabalho desenvolvido nesse ór-
gão. Entretanto, ao referir-se às mulheres que sofrem todo tipo de agressões e constrangi-
mentos, principalmente em cidades com valores provincianos", a policial demonstra desco-
nhecimento a respeito da extensão do fenômeno da violência de gênero, que atinge todas as
classes sociais, idades e etnias, independente do lugar onde as mulheres vivam (cf. TELES e
MELO, 2002; BOSELLI, 2003; SOARES, 2005).
Analisando as respostas dos sujeitos de pesquisa sobre as funções/atribuições da
Delegacia da Mulher e suas especificidades, pude identificar quatro visões distintas da Dele-
gacia da Mulher, apresentadas no quadro a seguir:
35
O Estatuto da Polícia Civil, Lei n.º 6.843, de 28 de julho de 1986, prevê a remoção de funcionários a pedido e
ex oficio.
89
Visões distintas da Delegacia da Mulher
Número de sujeitos de pesquisa
que compartilham dessa visão
1) A DM é uma delegacia voltada para o atendimento da mulher, da criança e
do adolescente
26
2) A Delegacia da Mulher é uma delegacia voltada para o atendimento a crian-
ças e adolescentes e a casos de violência contra a mulher
17
3) A DM é uma delegacia para a mulher
10
4) A DM é uma delegacia para o atendimento de casos de violência praticados
contra a mulher
9
TOTAL
36
62
Quadro 4 - Visões da DM para os participantes da pesquisa
Um dos sujeitos de pesquisa referiu-se à Delegacia da Mulher da seguinte forma:
5.52. Uma especializada para o atendimento da mulher, da criança e do adolescente. Hoje existe
este espaço com condições adequadas para que as mulheres possam denunciar e receber um trata-
mento adequado (S-20 Delegado).
Entretanto, essa noção de que a DM é um espaço com condições adequadas para o
atendimento à mulher não é compartilhada por algumas das funcionárias da DM, que demons-
tram insatisfação com a situação da Delegacia da Mulher de Araranguá, como podemos ver
nos exemplos abaixo:
5.53. Atualmente os serviços prestados por esta especializada está deixando muito a desejar; hoje a
delegacia de proteção a mulher de Araranguá, infelizmente é mera fachada. (S-03 Comissário).
5.54. O trabalho é deficiente fazendo somente o básico sem agregar algum valor mais educati-
vo/preventivo sistematizado. Está limitado às questões burocráticas legais convencionais sem pre-
ocupação com inovação e melhoria no serviço prestado (S-67 Técnico).
5.55. Particularmente acredito que a DM, especialmente de Araranguá, já prestou serviços mais re-
levantes à comunidade, hoje, sucateada em termos de estrutura humana, apenas cumpre papel ad-
ministrativo (S-30 Escrevente).
As opiniões sobre a precariedade dos serviços da DM de Araranguá são partilha-
das também por policiais que não trabalham na DM, como no exemplo abaixo:
5.56. Em nossa Região realmente o serviço é precário, deixando muito a desejar, tanto na falta de
funcionários quanto na falta de condições (S-28 Escrevente).
36
As respostas de outros nove sujeitos de pesquisa (cinco mulheres e quatro homens) não se enquadraram exa-
tamente em nenhuma das quatro representações da Delegacia da Mulher apontadas acima.
90
Se compararmos os últimos quatro exemplos (opiniões negativas sobre o funcio-
namento da DM) com a descrição da DM apresentada pelo S-20, exemplo 5.52 acima (opini-
ão positiva sobre o funcionamento da DM expressa por um delegado), temos representações
totalmente opostas e contrárias. Entretanto, considerando que os delegados ocupam os cargos
mais altos da Polícia Civil e, de certa forma, funcionam como porta-vozes da instituição, é
possível inferir que a declaração deste participante representa a concepção ideal da DM para a
Polícia Civil, concepção que não é compartilhada por muitas policiais que efetivamente traba-
lham nesta delegacia, nem mesmo por algumas policiais que atuam em outras delegacias.
As respostas sobre as atribuições da DM fornecidas pelos funcionários 19ª Região
Policial corroboram minha suspeita de que conceitos equivocados e falta de conhecimento a
respeito dessa delegacia são comuns, inclusive entre policiais que atuam na própria Delegacia
da Mulher, o que pôde ser verificado até mesmo nos cargos mais altos ocupados pelos polici-
ais.
A normatização das delegacias especializadas de atendimento à mulher estabelece
que “são atribuições das delegacias da mulher prevenir, registrar, investigar e reprimir as in-
frações penais, cometidas contra as mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero”
(BRASIL 2005a, p. 10). Apesar do teor desse documento, podemos ver nas repostas dos poli-
ciais pesquisados sobre as atribuições da DM, e sobre a forma como eles concebem e definem
essa delegacia (ver quadro 4 acima), que, embora muitos policiais declarem saber que a DM
foi criada para atender às mulheres, e alguns tenham ciência de que esse atendimento está
ligado a casos de violência contra a mulher, nenhum deles especificou que tipo de casos são
esses, ou que tipo de violência é essa (apenas três usaram o adjetivo „sexual‟, que indica uma
compreensão insipiente dos crimes atendidos pela DM). Parece claro que aos policiais civis
da 19ª região (e provavelmente de muitas outras áreas do estado de SC) falta o conhecimento
mais básico a respeito da DM, ou seja, qual é a natureza das questões específicas que estão
91
sob a jurisdição desta delegacia. Isso indica um nível grave de desconhecimento e despreparo
policial sobre “o fenômeno da violência de gênero”, usando as próprias palavras retiradas do
texto da normatização das delegacias especializadas de atendimento à mulher, e nos permite
concluir que esse desconhecimento impacta negativamente a qualidade do atendimento ofere-
cido à comunidade pelas DMs, e sua capacidade de atuar no combate à violência de gênero.
5.3 AS ATRIBUIÇÕES E OS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA DM
Quando perguntados sobre as atribuições específicas da DM, 46 sujeitos de pes-
quisa responderam a essa questão referindo-se às Delegacias da Mulher de maneira geral,
enquanto 22 teceram comentários específicos sobre a Delegacia da Mulher de Araranguá. Este
último grupo de policiais qualificou o funcionamento da DM de Araranguá através dos se-
guintes atributos:
Atendimentos da DM de Araranguá
Atributos positivos
Nº. de
ocorrências
Atributos negativos
Nº. de
ocorrências
Bom
03
Deficiente
01
Normal
02
Deixa a desejar
01
Razoável
02
Amador
01
Um grande avanço
01
Falho
01
Uma grande conquista
01
Pouco produtivo
01
De padrão aceitável
01
Ineficiente
01
Parcial
01
Resumido ao registro de ocorrências
01
Já foi melhor
01
Poderia ser mais eficaz
01
Poderia ser melhor
02
Precário
03
Só de fachada
03
Inoperante
01
Total
10
Total
19
Quadro 5 - Atendimento da DM de Araranguá em termos de seus atributos.
Pode-se perceber, no quadro acima, que os policiais utilizaram mais atributos ne-
gativos do que positivos para descrever o atendimento específico da DM, ou seja, o trabalho
92
desenvolvido por esta delegacia não satisfaz as expectativas de grande parte dos policiais da
19ª região. É interessante ressaltar que, na avaliação da categoria de ator social denominada
Delegacia da Mulher explorada no capítulo anterior (seção 4.4) houve um predomínio de a-
tributos positivos. Os sujeitos de pesquisa utilizaram 70 atributos positivos para referirem-se à
DM, contra apenas oito negativos, sendo que esses últimos referiam-se exclusivamente a ma-
nifestações a respeito da DM de Araranguá. O quadro 5 acima também apresenta atributos
utilizados pelos policiais para avaliar o atendimento policial oferecido à comunidade pela DM
de Araranguá. Nessa avaliação há uma maior incidência de atributos negativos, confirmando a
insatisfação apontada dos policiais, no capítulo anterior, com as atividades da DM de Araran-
guá. Isso significa que, embora os policiais não tenham clareza quanto à natureza específica
dos serviços oferecidos pela DM para a comunidade, eles reconhecem a importância desse
órgão de forma genérica, e dispõem de um padrão implícito de funcionamento e atendimento
„ideal‟ da DM. Entretanto, muitos parecem compartilhar de um sentimento de frustração pelo
não cumprimento desse padrão em Araranguá (provavelmente a única DM com a qual tiveram
contato pessoal), e pelo que consideram a ineficácia dos serviços oferecidos pela DM desse
município.
Um dos aspectos negativos apontados por alguns dos policiais é a questão da limi-
tação dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos na DM de Araranguá, como podemos ver
nos seguintes exemplos:
5.57. Pela razão em que fora implantada, acho que deveria ser mais atuante; não se reservar so-
mente ao atendimento ao público e instauração de procedimentos policiais (S-07 Comissário).
5.58. Poderiam prestar outros serviços, além de simplesmente os registros de boletins de ocorrên-
cias (S-01 Comissário).
5.59. Se resume a registrar e dar encaminhamento as ocorrências que chegam a delegacia (S-02
Comissário).
5.60. O trabalho é deficiente fazendo somente o básico. Está limitado às questões burocráticas le-
gais convencionais (S-67 Técnico).
93
As respostas dos participantes sugerem que muitos policiais vêem a DM como
pouco atuante, e estão conscientes de que os serviços prestados deveriam ir além dos serviços
padrão, ou seja, muitos respondentes entendem que a DM deveria ter outras atribuições além
do mero registro de ocorrências e da condução de procedimentos policiais como instauração
de Termos Circunstanciados
37
ou Inquéritos Policiais
38
.
Um dos participantes identificou o horário de atendimento da Delegacia da Mu-
lher de Araranguá, que funciona das 08 às 18 horas, como um entrave ao seu bom funciona-
mento:
5.61. Funciona como se os crimes de competência da DM, ocorressem nos horários de expedi-
ente de segunda à sexta-feira (S-06 Comissário).
A resposta do participante pode ser entendida como uma sugestão para que da DM
funcione num esquema de plantão 24 horas, visto que as vítimas podem precisar de atendi-
mento a qualquer hora. Essa posição reflete as diretrizes para o funcionamento das Delegacias
da Mulher, publicadas na proposta de Normatização das Delegacias Especializadas de Aten-
dimento a Mulher, organizada em 2005 pela Secretaria Especial de Política para Mulheres
(BRASIL, 2005a, p. 17):
Considerando a natureza dos serviços [da DM], é premente a necessidade de garantir
atendimento permanente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, instituindo o
atendimento qualificado nas 24 horas diárias e de forma ininterrupta, em especial
nas unidades que são únicas no município.
37
Termo Circunstanciado é um procedimento policial instaurado pela autoridade policial a fim de formalizar e
comunicar ao Poder Judiciário a ocorrência de uma infração penal considerada de “menor potencial ofensi-
vo”, ou seja, conforme definição na Lei 9.099/95, contravenções penais ou crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a um ano, ou ainda, conforme dispõe a Lei 10.259/01, crimes que a lei comine pena
máxima não superior a dois anos (BRASIL, 2006).
38
O Inquérito Policial é um procedimento que formaliza a investigação policial realizada pela Polícia Civil. É o
procedimento legal que se destina a reunir todos os elementos e circunstâncias de um fato delituoso e reúne
todas as diligências realizadas pela autoridade policial na busca do esclarecimento de uma infração penal
(THOMÉ, 1997).
94
No exemplo 5.57 acima, ao utilizar a expressão “pela razão em que fora implan-
tada”, o sujeito de pesquisa manifesta a importância que atribui à DM. Essa importância tam-
bém é expressa pelo Sujeito 13:
5.62. Serviço relevante, mas o efeito, o resultado, nem sempre é eficaz (S-13 Comissário).
O número reduzido de funcionários também é citado como um entrave ao bom
funcionamento da DM:
5.63. O funcionamento da DM em Araranguá poderia ser melhor, caso houvesse mais funcionários
(S-11 Comissário).
A Delegacia da Mulher de Araranguá conta atualmente com cinco funcionários, e
à época da coleta de dados contava com seis funcionários. De acordo com a proposta de Nor-
matização das Delegacias Especializadas de Atendimento a Mulher (BRASIL 2005a, p. 18), o
quadro necessário de pessoal para um município de até cem mil habitantes (caso do município
de Araranguá, que possui cerca de 60.000 mil habitantes) é de 11 funcionários para a Delega-
cia da Mulher.
Segundo Saffioti (2004, p. 89), a idéia de criação das delegacias especializadas no
atendimento à mulher apresenta originalidade e intenção de oferecer às vítimas de violência
de gênero um tratamento diferenciado, o que necessariamente requer conhecimento acerca das
questões de gênero por parte dos policiais que atuam nessa delegacia. A autora lembra ainda
que a idéia original da formação de diretrizes a serem seguidas por todas as DMs, a fim de se
assegurar um tratamento de boa qualidade a todas as vítimas que buscam esse serviço, não foi
implementada pelos poderes públicos brasileiros. Esse plano inicial incluía a orientação de
que a primeira escuta da vítima fosse realizada não por um/a policial, mas por um/a assistente
95
social ou psicóloga, num lugar reservado, com condições de realizar uma triagem dos casos e
um posterior encaminhamento a outros serviços que deveriam operar em rede com a DM,
como orientação jurídica e apoio psicológico.
Um outro participante também se mostrou insatisfeito com o funcionamento da
DM, e conseguiu identificar inconsistências neste funcionamento quando comparado ao ideá-
rio de sua criação. Este sujeito chegou a sugerir medidas para a melhoria deste quadro:
5.64. Falta especialização no atendimento à mulher vítima, que é atendida como numa delegacia
comum, [...] é encaminhada a um cartório e ao IML como qualquer vítima. Somente em alguns ca-
sos recebe atendimento psicológico diferenciado. Primeiro atendimento e registro em sala separa-
do do plantão e com sigilo. Procedimentos exames e perícias sigilosas, individuais e dentro da de-
legacia. Atendimento psicológico continuado e com qualidade (S-12 Comissário).
Entretanto, este foi o único sujeito de pesquisa que demonstrou interesse pelo tra-
balho desenvolvido na Delegacia da Mulher aliado ao conhecimento das especificidades desse
trabalho, o que lhe permitiu apontar falhas e sugerir mudanças.
O único sujeito de pesquisa que utilizou a expressão delegacia especializada nos
crimes contra a mulherfoi o sujeito 7. Outros policiais haviam se manifestado a respeito
da especialização da Delegacia da Mulher, mas nenhum outro sujeito havia especificado do
que trata esta especialização. Talvez esse entendimento de “especializada nos crimes contra a
mulherseja partilhado por outros policiais, que não o mencionaram por entender que, quan-
do se fala em Delegacia da Mulher, subentende-se que essa seja sua especialização. Porém, o
que fica mais evidente quando os policiais referem-se à DM como „delegacia especializada‟ é
que esta especialização está relacionada à mulher e não ao tipo de crime praticados contra as
mulheres.
96
5.4 A NECESSIDADE (OU NÃO) DE TREINAMENTOS
A qualificação profissional para atuação na DM é uma exigência dos próprios do-
cumentos oficiais, como podemos ver no seguinte no trecho da normatização das delegacias
especializadas de atendimento à mulher citado (BRASIL 2005a, p. 10, destaque meu): “aco-
lhimento com escuta ativa, realizada por delegadas e equipe de agentes policiais, profissio-
nalmente qualificadas e com compreensão do fenômeno da violência de gênero”. Alguns su-
jeitos de pesquisa conseguiram relacionar a qualificação dos funcionários que trabalham na
DM com o padrão e a qualidade de atendimento oferecido por esse órgão, como indicam os
seguintes exemplos:
5.65. Funcionamento necessário, mas muitas vezes deixa a desejar, por falta de qualificação e es-
trutura adequada aos atendimentos que ali chegam (S-25 Escrevente).
5.66. Falta especialização no atendimento à mulher vítima (S-12 Comissário).
5.67. O atendimento é apenas razoável, pelo fato da entidade não dispor de pessoal qualificado e
equipamentos de trabalho suficientes (S-44 Escrivão).
Dentre todos os 71 sujeitos da pesquisa, apenas oito declararam não ver a necessi-
dade de treinamentos específicos para o trabalho policial realizado em delegacias ou setores
especializados da Polícia Civil (questão 9). Um desses sujeitos não justificou sua resposta, e o
outro declarou o seguinte:
5.68. É preciso mais que isso, é preciso que os policiais coloquem em prática os ensinamentos e
que sejam orientados e supervisionados pelos seus superiores (S-04 Comissário).
A utilização dos termos orientados e supervisionados pelos seus superioresin-
dica que este policial não julga importante ser autônomo na atividade policial. Essa postura
não condiz com a realidade das práticas policiais; muitos policiais trabalham sozinhos em
delegacias de municípios pequenos, ou durante os plantões e, freqüentemente, precisam deci-
97
dir o que fazer por conta própria, uma vez que esperar pela decisão ou orientação de um supe-
rior pode levar tempo e impedir o êxito da ação policial.
A manifestação desse comissário pode estar ligada ao fato de ele sempre ter atua-
do em delegacias comuns, para as quais os ensinamentos básicos fornecidos pela Academia
da Polícia Civil parecem ser suficientes, e jamais em uma especializada, o que provavelmente
o teria levado a mudar sua opinião sobre a necessidade de capacitação específica.
Na tabela 5, a seguir, apresento a posição dos policiais civis a respeito da necessi-
dade de treinamentos específicos para o desempenho da função policial na Delegacia da Mu-
lher em números:
Policiais
Concordam com
treinamentos específicos
para o trabalho na DM
Não concordam com
treinamentos específicos para
o trabalho na DM
Total
Comissário
15
02
17
Delegado
04
01
05
Escrevente
10
02
12
Escrivão
12
-
12
Investigador
15
02
17
Técnico
07
01
08
Total
63
08
71
Tabela 5 Opiniões dos policiais sobre treinamentos para o trabalho realizado na DM.
Entre as justificativas apresentadas pelos policiais que não concordam com a ne-
cessidade da realização de treinamentos específicos para o trabalho policial desenvolvido na
DM encontram-se as seguintes:
5.69. Não, o profissional da PC é preparado para as funções de Polícia judiciária num todo (S-18
Delegado).
5.70. Não, porque a delegacia da mulher não é diferente de outras delegacias (S-54 Investigador).
5.71. o, é só saber lidar com o povo e compreendê-lo. Principalmente as mulheres, pois quando
vem em uma delegacia, é porque precisam mesmo (S-71 Técnico).
5.72. Não, porque todo policial tem a obrigação de, no mínimo, saber o que é crime e como proce-
der (S-03 Comissário).
5.73. Não, porque o trabalho é igual a outra delegacia (S-08 Comissário).
98
5.74. Não, porque os policiais possuem certo conhecimento para resolver questões que são tra-
tadas na DM (S-34 Escrevente).
5.75. Não. O bom policial desempenha suas funções em qualquer Delegacia (S-31 Escrevente).
5.76. Não. A questão não é que o policial precisa de algum tipo de treinamento específico para tra-
balhar na DM e, sim, que tal treinamento é necessário para lidar com as ocorrências envolvendo
mulheres, independente do nome que tenha a Delegacia onde se trabalha (S-58 Investigador).
A resposta apresentada no excerto 5.76, apesar de ter sido negativa, denota uma
visão da necessidade de treinamentos específicos para lidar com problemas relacionados à
violência contra a mulher. É possível que este policial esteja querendo dizer que os treinamen-
tos relacionados ao atendimento à mulher são importantes não para o desempenho da fun-
ção na DM, mas para as delegacias em geral, uma vez que nos municípios onde não existe
uma Delegacia da Mulher as delegacias da área atendem aos casos de violência contra a mu-
lher e, portanto, os policiais de qualquer delegacia devem estar capacitados para esse tipo de
atendimento.
As respostas afirmativas a essa pergunta, entretanto, foram muito mais freqüentes
do que as negativas. Alguns policiais referiram-se à importância de o/a policial participar de
cursos relacionados com a função que ocupa ou vai ocupar. Vejamos alguns exemplos:
5.77. Penso que [os treinamentos específicos] serão úteis na medida em que o policial for destaca-
do para trabalhar naquela repartição. Nada adianta um curso específico para um policial que ficará
anos lotado numa delegacia do interior (S-10 Comissário).
5.78. Sim, todo policial deveria ter uma formação na Academia da Polícia, específica a delegacia
em que trabalha (S-20 Delegado).
5.79. Sim, pois o policial estaria apto para o atendimento a que foi designado (S-25 Escrevente).
5.80. Sim, após assumir suas funções, assim deverá receber treinamento de acordo com a fun-
ção que exercerá, para um maior desempenho em seu trabalho (S-36 Escrivão).
5.81. Acho que sim [são válidos], mas este treinamento deveria ser ministrado, depois que o poli-
cial for enviado para a delegacia, pois assim saberá qual o setor que irá atuar (S-49 Investiga-
dor).
99
Estes policiais acreditam que o treinamento específico será melhor aproveitado e
aplicado na atividade diária de cada policial se realmente tiver relação com a função que o
funcionário ocupa.
Outros policiais manifestaram-se a respeito da qualidade dos trabalhos dos polici-
ais que participam de treinamentos específicos, como apontam os excertos apresentados a
seguir:
5.82. É com treinamentos específicos que o profissional vai realizar um trabalho eficiente e eficaz
(S-03 Comissário).
5.83. Como em qualquer profissão a especialização resulta numa melhoria da qualidade dos servi-
ços prestados (S-21 Delegado).
5.84. Treinar e qualificar os policiais para o desempenho das funções nas unidades policiais é bási-
co à busca da eficiência nos trabalhos policiais (S-42 Escrivão).
5.85. Quanto mais o profissional estiver treinado para uma função específica, melhor serão os re-
sultados na prática (S-45 Escrivão).
5.86. Todo serviço especializado deve ter funcionários treinados para um melhor desempenhar su-
as funções. O exemplo vem do setor privado. As grandes empresas treinam seus funcionários antes
de colocá-los em setores especializados (S-12 Comissário).
Duas mulheres policiais encontraram na pergunta 10 um espaço para mencionar o
trabalho desenvolvido pela Delegacia da Mulher, referindo-se aos treinamentos específicos da
seguinte maneira:
5.87. Sim, a violência contra a mulher apresenta particularidades, e para o enfrentamento desta
problemática os policiais necessitam de orientação (S-27 Escrevente).
5.88. Sim, todo e qualquer conhecimento e/ou treinamento é de fundamental importância para o
policial, pois quando é preparado fica mais fácil de trabalhar com a realidade da DM (S-70 Técni-
co).
É importante lembrar, entretanto, que ainda que essas participantes trabalhem na
Delegacia a Mulher, é possível que ambas tenham relacionado à pergunta 10 ao restante do
questionário, e tenham percebido o interesse da pesquisadora na questão dos treinamentos
específicos para a Delegacia da Mulher, o que as teria influenciado a adotar uma posição fa-
vorável aos treinamentos específicos.
100
Duas respondentes que também trabalham na Delegacia da Mulher responderam à
questão dez (sobre a necessidade ou não de treinamentos específicos para as delegacias espe-
cializadas) da seguinte maneira:
5.89. Evidentemente que sim, pois exige um atendimento personalizado, por isto ela é considerada
uma delegacia especializada, ao menos no nome (S-67 Investigador).
5.90. fazem muito tempo que muitos policiais não tem aulas operacionais e principalmente, au-
las de tiro (S-71 Técnico).
A participante 67 parece acreditar que, para oferecer atendimentos personalizados,
os policiais precisam receber treinamentos específicos. A resposta da participante do grupo
técnico, por outro lado, demonstra desconhecimento e desinformação acerca dos cursos ofere-
cidos pela Academia da Polícia Civil, embora o site da ACADEPOL
39
ofereça informações
atualizadas a respeito dos cursos em andamento, incluindo a possibilidade de os policiais ins-
creverem-se para participar daqueles que estejam sendo oferecidos no momento. Os treina-
mentos a que a pergunta se referia não se relacionam àqueles mencionados por essa policial,
considerados básicos a todas as carreiras policiais, e oferecidos com bastante freqüência na
Academia da Polícia Civil. A necessidade maior está em cursos ou treinamentos para ativida-
des específicas em setores particulares da Polícia Civil. Podemos mais uma vez especular se
essa falta de esclarecimento não está ligada à transferência dessa policial do IML para a Dele-
gacia da Mulher.
Ainda sobre a necessidade ou não de treinamentos específicos para as delegacias
especializadas, entre as respostas dos sujeitos de pesquisa que ocupam os postos mais altos na
instituição encontra-se a seguinte:
5.91. O profissional dever acrescer suas habilidades, durante sua trajetória profissional, indepen-
dente de treinamentos ou não na Acadepol (S-18 Delegado).
39
www.acadepol.sc.gov.br
101
O participante acima acredita que o próprio policial deve buscar capacitação para
sua atividade policial, independente da oferta de treinamentos pela ACADEPOL. Entretanto,
considerando-se que as demais carreiras policiais com freqüência não dispõem nem da forma-
ção acadêmica (os delegados são formados em Direito, enquanto que para as demais carreiras
de nível superior são aceitos quaisquer outros cursos universitários, e muitas outras carreiras
exigem apenas o ensino médio) e nem do padrão salarial dos delegados, é irreal supor que a
grande massa do efetivo policial irá buscar, individualmente, cursos extras (e provavelmente
pagos) de formação profissional específica e continuada.
Outro sujeito de pesquisa, apesar de sua formação acadêmica superior, também
mostrou compartilhar da crença de senso comum na necessidade de „vocação‟ para o desem-
penho de atividades específicas dentro da Polícia Civil:
5.92. A vocação torna-se uma ferramenta fundamental (S-19 Delegado).
Destaco essa opinião porque é dos delegados de polícia (os dirigentes das delega-
cias) que se espera maior discernimento a respeito das questões relativas ao trabalho policial.
Esse trabalho, assim como o de qualquer profissional em outras áreas, requer treinamento e
fundamentação teórica que subsidie as ações policiais. O fato de o policial gostar do que faz
não exclui a necessidade de formação teórica e prática para o desempenho de suas funções.
Sessenta e três sujeitos de pesquisa manifestaram-se afirmativamente a respeito da
necessidade de treinamento especial para o trabalho na Delegacia da Mulher e apresentaram
sugestões de cursos que acreditam ser úteis para o aperfeiçoamento da atividade policial de-
senvolvida na DM. A análise das sugestões apresentadas indica que elas podem ser divididas
em dois grandes grupos: sugestões aplicáveis ao trabalho desenvolvido na DM especificamen-
te e sugestões aplicáveis ao trabalho policial de maneira geral, como mostra o quadro apresen-
tado ao final da seção.
102
As sugestões elencadas como treinamentos específicos para o trabalho policial na
DM sugerem que muitos policiais entendem a Delegacia da Mulher como uma delegacia es-
pecializada em crimes cometidos contra a mulher, apesar de não terem sido bem sucedidos em
definir essa especialização na questão 1 (Considerando os diversos tipos de atividades polici-
ais desempenhadas nos vários setores e delegacias existentes na Polícia Civil atualmente,
como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes, de roubo a
banco, etc., quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Dele-
gacias?).
As sugestões elencadas como treinamentos gerais, entretanto, embora importantes
para a capacitação e o aperfeiçoamento do trabalho policial em geral, são necessidades de
todos os policiais, não especificamente dos policiais que atuam na Delegacia da Mulher. É
possível especular que alguns policiais tenham mencionado essas capacitações aqui porque
encontraram, no questionário de pesquisa, um espaço para expressar a necessidade que sen-
tem de certos treinamentos gerais para o desempenho de suas funções. Porém, no que tange à
Delegacia da Mulher, as sugestões de treinamentos gerais são mais um indício da falta de
compreensão da natureza das atividades policiais desenvolvidas na DM, ou seja, por terem
pouca clareza da especificidade das atribuições da DM, alguns policiais foram capazes de
sugerir capacitações e treinamentos gerais para o desempenho policial.
Treinamentos específicos para a DM
Treinamentos gerais
Crimes envolvendo mulheres
Direitos da mulher
Estudo da legislação vigente sobre a mulher
Leis sobre o assunto
Medicina legal aplicada aos tipos de crimes
específicos
Políticas públicas
Primeiros socorros
Resolução de conflitos
Treinamentos específicos para o atendimen-
to à vítima e ao agressor
Violência doméstica
Violência sexual
Direitos humanos
Qualidade no atendimento
Relações Humanas
Criminologia
Controle emocional
Assistência social
Psicologia
Relações inter- pessoais
Trabalho em equipe
Polícia comunitária
Quadro 6 - Sugestões de treinamentos para a DM e para as delegacias em geral
103
5.5 A PRESENÇA MASCULINA NO EFETIVO POLICIAL DA DM
Quando questionados a respeito da presença masculina no efetivo policial das
DMs (questão 7), dos 71 sujeitos da pesquisa 56 disseram ser favoráveis à presença de ho-
mens no efetivo da DM, enquanto que somente 12 policiais se mostraram contrários (três su-
jeitos de pesquisa não responderam a essa questão), como demonstra a tabela a seguir:
Policiais
Concordam com
homens no efetivo
policial da DM
Não concordam com ho-
mens no efetivo policial da
DM
Não responderam
Total
Comissário
13
03
01
17
Delegado
05
-
-
05
Escrevente
09
03
-
12
Escrivão
10
02
-
12
Investigador
15
02
-
17
Técnico
04
02
02
08
Total
56
12
03
71
Tabela 6 - Policiais que concordam ou não com homens no efetivo policial da DM.
Um dos policiais que se manifestou contra a presença de homens no efetivo poli-
cial da DM apresentou a seguinte justificativa:
5.93. Inútil. Pois acabam somente virando guarda-costas ou motoristas das policiais mulheres (S-
58 Investigador).
Mesmo entre os policias que concordam com a presença masculina nas Delegacias
da Mulher encontram-se respostas que se assemelham à do sujeito acima, ou seja, muitos po-
liciais definem o papel masculino nas DMs como o de „segurança‟, opinião compartilhada por
outros 14 respondentes. Alguns sujeitos de pesquisa referiram-se à presença masculina como
importante para serviços externos à Delegacia, por exemplo, cumprimento de ordens de pri-
são, entrega de intimações, investigações, além de garantir a segurança das mulheres policiais.
104
Outros se referiram à importância da „força física‟ masculina em diligências nas quais os au-
tores dos delitos sejam agressivos ou violentos, conforme demonstram os excertos a seguir:
5.94. Auxiliaria muito [a presença de homens no efetivo da DM] no caso de cumprimento de man-
dados e para tratar direto com o agressor, por hora sempre homem (S-04 Comissário).
5.95. Se for para aumentar a segurança das colegas, acho necessário [a presença de homens na
DM] (S-07 Comissário).
5.96. Deveria haver homens naquela DP, porém para acompanhamento e segurança (S-11 Co-
missário).
5.97. A presença de policiais do sexo masculino nesta especializada, é favorável apenas em dili-
gências de campo, onde estes darão um melhor apoio a mulher policial (S-55 Investigador).
5.98. Importante [a presença de homens no efetivo policial da DM], principalmente na hora de
uma “forcinha” física, que muitas vezes se faz necessário (S-70 Técnico).
5.99. Certos tipos de diligência seria necessário a presença de um policial operacional masculino;
tais como buscas e apreensões de menores (muitas vezes estes menores são maiores e mais fortes
que muitos adultos), atender ocorrências onde o marido alterado (muitas vezes embriagado) ofere-
ce resistência em sua condução até a DM, recuperar furtos (praticados por menores) em mãos de
receptadores, muitas vezes violentos e cumprir MPs (S-54 Investigador).
A linguagem utilizada pelos policiais reproduz padrões sexistas no que se refere
ao papel destinado aos indivíduos do sexo masculino, aqui identificados como portadores de
força física, provedores de segurança e garantidores de respeito aos procedimentos policiais.
Percebe-se, nos exemplos acima, a reprodução das relações de poder entre policiais do gênero
masculino e feminino, assim como da noção de senso comum de que a mulher pertence ao
mundo do espaço privado, dos cuidados, da afetividade, estando, portant, reservadas às mu-
lheres policiais da DM atividades ligadas a esse mundo (acolhida e escuta das vítimas, aten-
dimentos internos, dar orientações, servir como mediadoras), enquanto que aos policiais ho-
mens as ligadas ao mundo público, da ação física (trabalhos externos como fazer diligências,
dar voz de prisão, enfrentar situações que envolvam perigo físico, impor respeito através da
força física).
A análise dos dados indicou que a questão da capacitação para o desempenho da
função policial na Delegacia da Mulher é latente entre os policiais pesquisados, visto que ela
105
voltou à tona nas respostas de muitos sujeitos à questão 7 (sobre a presença ou não de homens
no efetivo policial da DM). Vejamos os exemplos a seguir:
5.100. Tendo qualificação, deve ter [policiais homens na DM] sim (S-13 Comissário).
5.101. Não vejo problemas [no trabalho de policiais homens na DM], desde que preparados para
trabalhar em tal unidade policial (S-19 Delegado).
5.102. Não tenho objeção [ao trabalho de policiais homens na DM], desde que sejam preparados
para o trabalho (S-27 Escrevente).
5.103. [O trabalho de policiais homens na DM é] Importante. Sendo o policial preparado para tra-
balhar (S-56 Investigador).
5.104. Desde que [os policiais homens] fossem treinados para o trabalho seria muito interessante
(S-67 Técnico).
É importante ressaltar que, embora vários policiais ressaltem a necessidade de
treinamento especial para policiais homens que forem trabalhar em uma DM, nenhum sujeito
de pesquisa manifestou-se sobre a necessidade de as policiais mulheres receberem capacitação
especial para o desenvolvimento de suas atividades na DM, mais uma evidência da crença
essencialista de que a mulher, por natureza, está apta para tratar de assuntos referentes ao
gênero feminino.
Alguns policiais da 19ª região não são contrários à presença de homens no efetivo
policial das Delegacias da Mulher. Vejamos alguns exemplos:
5.105. A diferença de sexo não significa que o homem não saiba desempenhar um bom serviço
numa DM (S-36 Escrivão).
5.106. Existem homens que tem bom discernimento em resolver problemas em todas as áreas (S-
45 Escrivão).
5.107. O sexo não faz a diferença, faz a diferença é o profissional (S-53 Investigador).
No ideário de criação das Delegacias da Mulher, imaginou-se que elas constituiri-
am um espaço destinado a denúncias de violência contra a mulher feitas a policiais do sexo
feminino, o que permitiria à vítima sentir-se mais segura para relatar seus problemas (cf. BO-
SELLI, 2003; TELES, 2003; SOARES, 1999). Com o passar dos anos, entretanto, houve a
106
necessidade de incluir homens nos quadros da Delegacia da Mulher para aumentar o número
de funcionários. Alguns estados brasileiros ainda mantêm um quadro de funcionários exclusi-
vamente feminino nas DMs; em Santa Catarina, a inclusão de homens no quadro das DMs
depende da necessidade de cada repartição. Entretanto, ainda hoje alguns policiais se opõem à
presença masculina nessas delegacias exatamente pela questão da sensação de insegurança da
vítima no momento da denúncia:
5.108. Acho que as mulheres não gostariam de contar seus problemas para um homem (S-02 Co-
missário).
5.109. Sou contrário à presença de homens no ambiente de trabalho da Delegacia da Mulher. Uma
mulher não se sente segura em relatar fatos para um homem. Elas se sentem envergonhadas, prin-
cipalmente quando precisam contar detalhes que envolvam a intimidade sexual (S-44 Escrivão).
5.110. A criação dessas delegacias seria (em tese) para a mulher ser atendida por outra mulher, o
que não acontece em muitos casos (S-65 Técnico).
5.111. [Minha opinião é] Contrária, descaracteriza a DM (S-62 Técnico).
5.6 O PAPEL DA DM NA COMUNIDADE
Dos 71 sujeitos de pesquisa, apenas três não se manifestaram a respeito da Dele-
gacia da Mulher trazer benefícios (ou não) à comunidade. Cinco policiais disseram que a DM
não traz benefícios à comunidade, sendo que somente dois desses apresentaram justificativas
para suas respostas, como podemos ver nos exemplos a seguir:
5.112. A comunidade só dá valor ao nosso trabalho, quando resolvemos o seu problema (S-
11Comissário).
5.113. Não, o que interessa é o preparado do policial para atuar e as situações vividas nos casos em
que a DM age e não haver um DP somente da mulher, uma unidade em si (S-58 Investigador).
107
Os outros 62 policiais disseram acreditar que a Delegacia da Mulher traz benefí-
cios à comunidade. Os benefícios mencionados estão relacionados no quadro abaixo, agrupa-
dos em: benefícios para as mulheres, benefícios para a comunidade e benefícios para a polí-
cia e/ou Estado.
Benefícios para as mulheres
Benefícios para a comunidade
Benefícios para a Polícia/Estado
A privacidade da vítima no
trato do seu problema
Ajuda as mulheres a expressa-
rem-se com mais intimidade
Atendimento exclusivo à mu-
lher, a criança e ao adolescente
É um ponto de referência às
vítimas
O atendimento em um órgão
específico permite a mulher,
criança e adolescente sentirem-
se mais seguros e protegidos
Oferece apoio psicológico às
mulheres vítimas, bem como
aos menores infratores
Oferece atendimento personali-
zado
Orientação às mulheres víti-
mas, bem como criança e ado-
lescente;
Protege a mulher e o adoles-
cente
Resgate da auto-estima da
mulher
Atendimento especiali-
zado
Auxílio na melhoria da
qualidade de vida da
comunidade
Conscientização
É mais um espaço em
que a comunidade pode
pedir socorro
É mais uma representa-
ção social construída
pela comunidade
É uma delegacia a mais
no município
Esclarecimento com
relação a direitos
Orientação conjugal
Orientação psicológica
É uma delegacia a mais no
município
Encaminhamento dos casos à
autoridade judiciária
Oferecer segurança para a
efetivação das denúncias de
violência
Ponto de apoio para o início
de trabalhos sociais, para
diminuir as violências sofri-
das por mulheres e crianças
e adolescentes
Possibilidade de evitar-se
que crimes aconteçam
Realização de procedimentos
policiais, promovendo a di-
minuição dos números da vi-
olência
São funcionários a mais no
âmbito da segurança
Abre um espaço de busca dos
direitos e a responsabilidade
do Estado em direcionar e
vigorar as leis
Quadro 7 - Benefícios proporcionados pela Delegacia da Mulher
A relação dos benefícios oferecidos pela DM à comunidade admite ainda outra
classificação: benefícios baseados em noções do senso comum; benefícios que apontam para
um melhor entendimento da atuação da DM e seu papel social; e aqueles que não pertencem a
nenhum dos dois grupos anteriores. Esses dados estão relacionados no quadro abaixo:
108
Benefícios baseados em noções
Do senso comum
Benefícios que apontam para
um melhor entendimento da
atuação da DM e seu papel
social
Outros benefícios
Atendimento especializado
Atendimento em um órgão especí-
fico permite a mulher, criança e
adolescente sentirem-se mais segu-
ros e protegidos.
Oferece apoio psicológico às mu-
lheres vítimas, bem como aos me-
nores infratores.
Oferece atendimento personalizado
Orientação conjugal
Orientação psicológica
Ponto de apoio para o início de
trabalhos sociais, para diminuir as
violências sofridas por mulheres e
crianças e adolescentes.
Protege a mulher e o adolescente
A privacidade da vítima no
trato do seu problema
Abre um espaço de busca
dos direitos e a responsabi-
lidade do Estado em dire-
cionar e vigorar as leis
Ajuda as mulheres a ex-
pressarem-se com mais in-
timidade
Oferecer segurança para a
efetivação das denúncias de
violência
Resgate da auto-estima da
mulher
Orientação às mulheres
vítimas, bem como criança
e adolescente
Conscientização
Esclarecimento com rela-
ção a direitos
Atendimento exclusivo à
mulher, a criança e ao ado-
lescente
É uma delegacia a
mais no município
Encaminhamento dos
casos à autoridade ju-
diciária
Possibilidade de evi-
tar-se que crimes a-
conteçam
É mais um espaço em
que a comunidade po-
de pedir socorro
É mais uma represen-
tação social construí-
da pela comunidade
Auxílio na melhoria da
qualidade de vida da
comunidade
É um ponto de refe-
rência às vítimas
Quadro 8 Subclassificação dos benefícios promovidos pela DM
O benefício oferecer segurança para a efetivação das denúncias de violência”,
na segunda coluna do quadro 8, demonstra que o policial que o apontou consegue ver o papel
da DM no combate à violência de gênero.
O benefício realização de procedimentos policiais, promovendo a diminuição
dos números da violência”, por outro lado, demonstra desconhecimento a respeito dos núme-
ros da violência contra a mulher. Segundo Dias (2005), ocorre a cada 15 segundos um caso de
violência de gênero no Brasil, considerando-se apenas os números apresentados pelas DMs,
sem contar as ocorrências de violência contra a mulher registradas em delegacias comuns e os
casos que não chegam ao conhecimento da Polícia.
109
Ao responder à pergunta sobre os benefícios trazidos pela DM para a comunidade,
um do participante declarou que:
5. 114 Os profissionais recebem uma qualificação específica para este atendimento, os usuários
daquelas delegacias serão melhor atendidos, orientados e encaminhados, conforme sua necessida-
de (S-43 Escrivão).
Essa resposta é mais uma evidência da crença dos policiais de outras delegacias de
que o atendimento da DM é realmente especializado, não só no que tange ao tipo de problema
que essa delegacia atende, mas também com relação ao tipo de atendimento que oferece, visto
que seus funcionários são capacitados para tanto.
Entre os sujeitos de pesquisa, alguns declaram que a DM poderia oferecer ainda
mais benefícios. O S-01 (Comissário), por exemplo, afirmou que as policiais deveriam ter
uma maior participação e maior responsabilidade social com os clientes que precisam dos
serviços da DM”, talvez sugerindo que a DM fosse mais engajada com a problemática da vio-
lência contra a mulher e trabalhasse em rede com outros setores, como as secretarias munici-
pais de Saúde e do Bem Estar Social, os centros de atendimento jurídico gratuito, etc.
A manifestação do S-03 (Comissário) - a comunidade que tem o privilégio de ter
um trabalho realmente atuante de uma especializada desse porte, só tem a ganhar, embora
indique a importância e relevância que a funcionária atribui a esse órgão (através da expressão
intensificadora desse porte‟), permite a interpretação, provocada pelo uso modalizador
40
do
advérbio realmente”, que a DM de Araranguá não é atuante. Na continuidade de sua respos-
ta, essa participante declarou o seguinte:
5.115 Quando se o devido valor e comprometimento a esta delegacia muitos crimes realmente
poderiam ser evitados, tanto no presente, quanto no futuro; e também poderia oferecer uma quali-
dade de vida mais humana para essas famílias vitimadas pela violência doméstica. (S-03 Comissá-
rio).
40
Sobre modalidade, ver Halliday, 2004.
110
A expressão quando se também modaliza e enfraquece os benefícios sociais
produzidos pela DM, indicando que não tem sido dada a importância que essa delegacia me-
rece. Essa resposta, entretanto, não nos permite especificar se quem não valor à DM é a
instituição „Policial Civil‟, a comunidade em geral, ou mesmo se ambas. O S-67 (Técnico),
por outro lado, aborda esse mesmo ponto, atribuindo o problema à Polícia Civil:
5.116 Apesar da pouca valorização interna, acredito que a comunidade sente-se de alguma forma
amparada por este serviço especializado (S-67 Técnico).
Essa resposta, apesar de indicar que a falta de valorização da DM está ligada à
própria Polícia Civil, não esclarece se a valorização internarefere-se à chefia da Polícia,
aos policiais civis de maneira geral, ou ao corpo de funcionários da Delegacia da Mulher.
Uma outra policial da DM também demonstrou desapontamento com o trabalho:
5.117 [A comunidade procura a DM] porque ainda acredita que é feito alguma coisa, para sanar
seus problemas. É triste e indignante mas é a realidade. Mas também não vamos ser utópicos em
dizer que a sociedade não percebe o retorno de um trabalho, isto é afirmado com os dados estatís-
ticos, onde apenas 2% (dois) por cento dos casos de violência chegam a nosso conhecimento, isto,
nada mais é do eu uma resposta “silenciosa” das vítimas de violência doméstica. (S-03 Comissá-
rio).
Esse sujeito de pesquisa parece acreditar que os baixos números de denúncias de
casos de violência contra a mulher são resultados da atuação insatisfatória das DMs. Essa par-
ticipante acredita que não a comunidade percebe a inoperância das DMs (“mas também
não vamos ser utópicos em dizer que a sociedade não percebe o retorno de um trabalho”),
como também que essa ineficácia na proteção das vítimas de violência contra a mulher faz
com o baixo número de vítimas que “ainda” procuram as DMs torne-se ainda menor no futu-
ro. Considerando-se que se trata de uma policial dos quadros da Delegacia da Mulher da 19ª
Região, a posição dessa participante é a um só tempo preocupante e promissora. É preocupan-
te porque se espera que ao menos os policiais que atuam nas DMs tenham algum grau de oti-
mismo e engajamento com relação ao trabalho que desempenham. Por outro lado, considero
111
essa posição promissora porque o fato de essa representante da DM conseguir apontar falhas
no funcionamento do órgão (ainda que de forma pouco clara, expressando uma frustração
difusa) significa que ela está desejosa de mudanças e aberta para possibilidades de aperfeiço-
amento pessoal e institucional.
O S-13 (Comissário) declarou que a comunidade procura a DM porque o serviço
é gratuito”, perpetuando a idéia equivocada que a violência acontece entre as famílias de
baixa renda. A literatura específica aponta que a violência contra a mulher atinge todas as
classes sociais (cf. BOSELLI, 2003; SOARES, 2005).
O S-12 (Comissário), por sua vez, é bastante realista ao avaliar o atendimento das
vítimas que procuram a DM:
5.118 Na maioria das vezes, [a vítima] recebe o atendimento de uma delegacia comum. Fila pra
registro no plantão e todo mundo escutando que ela foi estuprada. (S-12 Comissário)
As palavras desse policial demonstram preocupação com o tipo de atendimento
oferecido às vítimas de violência sexual. Vale ressaltar aqui que o documento de normatiza-
ção das delegacias especializadas de atendimento a mulher (BRASIL, 2005a, p. 15) recomen-
da que as mulheres em situação de violência sejam acolhidas na delegacia com “atendimento
humanizado, em ambiente adequado, com sala reservada, para manter a privacidade da mu-
lher e do seu depoimento”. Entretanto, essa não é a situação observada na DM de Araranguá,
onde o primeiro atendimento é feito na entrada da delegacia, local em que várias pessoas a-
guardam atendimento sentadas nos bancos lá dispostos, enquanto ouvem outras vítimas relata-
rem às policiais suas queixas.
O S-21 (Delegado) menciona a representatividade que a Delegacia da Mulher tem
na sociedade:
5.119. Em muitos dos casos ela é o único órgão público (referencial) que a vítima possui. A Dele-
gacia da Mulher nesse sentido é muito representativa perante a sociedade (S-21 Delegado).
112
Esse é, de fato, um aspecto positivo das DMs que precisa ser mantido e explorado.
A DM está presente em apenas onze municípios do estado de SC e, em alguns deles, talvez
ela seja verdadeiramente o único espaço de proteção à mulher em situação de violência, como
é o caso do município de Araranguá
41
. Nos demais municípios do estado em que não existem
DMs, dificilmente encontrar-se-ão outras instituições de apoio à mulher vítima de violência,
daí a relevância da DM no combate à violência de gênero. Esse papel social de espaço de
combate à violência de gênero e de proteção às vítimas que a DM ocupa em muitas comuni-
dades precisa ser mantido e ampliado. Nesse sentido, o excerto a seguir parece ser bastante
pertinente:
5.120. [A comunidade procura a DM porque a DM é] bastante divulgado na mídia (S-26 Escreven-
te).
De fato, de acordo com a Secretaria Especial de Polícias para as Mulheres
42
, entre
os anos de 2003 e 2005 foi elaborada uma série de iniciativas de intervenção nos meios de
comunicação, com o objetivo de combater, através da dia, as visões estereotipadas dos pa-
péis sociais de homens e mulheres, através da produção de campanhas de esclarecimento e
estímulo à mudança comportamental.
Uma outra participante respondeu da seguinte maneira:
41
Em contato telefônico mantido com policiais civis das Delegacias da Mulher de Santa Catarina busquei in-
formações acerca da existência de centros de referência para o atendimento às mulheres vítima de violência nas
demais cidades do estado. Além de Araranguá, as seguintes cidades não dispõem de qualquer outra organização
para os atendimentos dessas vítimas: Criciúma, Concórdia, Rio do Sul e Lages. As cidades de Balneário Cambo-
riú e Blumenau dispõem de “Casas de Passagem” que oferecem abrigo a mulheres em situação de risco. Esses
dois municípios, além dos municípios de Itajaí e Tubarão, têm apoio do programa “Sentinela”, com atendimento
de psicólogos e assistentes sociais, mantido pelas prefeituras municipais e especialmente destinado à crianças e
adolescentes, mas que devido à demanda tem atendido também mulheres vítimas de violência. As cidades de
Joinville e Florianópolis dispõem de casas abrigo, centros públicos de atendimento oferecidos pelas prefeituras,
além de contarem com organizações não governamentais que oferecem atendimento e apoio às vítimas de vio-
lência doméstica.
42
BRASIL. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as mulheres. Balanço das ações do governo federal no
enfrentamento à violência contra a mulher de 2003 a 2005. Brasília, s/d.
113
5.120. [A comunidade procura a DM] par fazer valer os seus direitos, para sentir-se vingada, para
terem sentimento de segurança (S- 67 Técnica).
Essa resposta é interessante porque pode resultar dos atendimentos que essa poli-
cial realiza na DM, um atendimento específico ligado à sua atividade policial técnica. É pos-
sível que visão da DM como um espaço para a vítima de violência de nero sentir-se „vinga-
da‟ tenha sido apresentada por alguma das vítimas que a procuram para aconselhamento psi-
cológico. Considerando-se que a delegacia é também um espaço de repressão aos agressores,
uma maneira que a vítima encontra de vingar-se da violência sofrida é a denúncia aos órgãos
policiais. Essa idéia da respondente encontra respaldo em Gregori (1992), que considera o
fator relacional como parte da realização de denúncias na DM, ou seja, muitas mulheres agre-
didas travam com seus parceiros um jogo de poder através da denúncia à Polícia.
A análise das práticas discursivas dos policiais civis da19ª região revelou as cren-
ças policiais a respeito da Delegacia da Mulher, baseadas principalmente em noções do senso
comum, como é o caso da crença na condição „natural‟ das policiais mulheres para o trabalho
na DM, e da crença de que os homens policiais não têm condições de atender adequadamente
as vítimas de violência de gênero, cabendo-lhes a execução de atividades externas ao ambien-
te da delegacia, assim como às mulheres policiais compete às tarefas do serviço interno da
repartição. Essas crenças manifestadas no discurso dos policiais acabam por reproduzir não
somente valores estereotipados com relação aos papéis atribuídos socialmente ao gênero mas-
culino e feminino, como também as relações de poder estabelecidas entre os gêneros.
114
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo proponho-me a refletir sobre o desenvolvimento desta pesquisa. I-
nicialmente volto meu olhar para as razões que me levaram a investigar as representações da
Delegacia da Mulher para a instituição policial. Em seguida, retomo as questões de pesquisa e
teço considerações sobre as percepções obtidas a partir da análise do discurso dos policiais
civis. Refiro-me ainda às dificuldades encontradas durante esta trajetória e, por último, apre-
sento sugestões para futuras pesquisas sobre a Delegacia da Mulher no campo teórico da aná-
lise crítica do discurso, em especial na interface entre linguagem e gênero.
6.1 A IDÉIA INICIAL
O interesse em pesquisar a temática da Delegacia da Mulher é decorrente de mi-
nha prática policial. Durante anos, observei que as atividades policiais desenvolvidas na De-
legacia de Mulher, particularmente em Araranguá, eram realizadas de forma automatizada, ou
seja, havia uma rotina de trabalhos a serem feitos a partir do registro da ocorrência pela víti-
ma, operacionalizada pelas policiais. Eu mesma trabalhei na Delegacia da Mulher de Araran-
guá por pouco mais de um ano, experiência que confirmou a suspeita de engessamento da
estrutura policial que nos impedia de oferecer atendimento especializado às vítimas que nos
procuravam. Naquele momento, entretanto, a percepção das limitações do trabalho policial
115
desenvolvido na Delegacia da Mulher, tanto por mim quanto por outras colegas policiais, não
era suficiente para que pudéssemos identificar o que nos impedia de trabalhar de forma dife-
renciada das outras delegacias. Somente quando me interessei pela a temática da violência
contra a mulher e passei a ler sobre o tema (neste momento eu já não estava mais trabalhando
na Delegacia da Mulher) é que comecei a entender que nos faltavam conhecimentos teóricos,
conceituais, sobre as questões de gênero que estão no cerne dos problemas apresentados pelas
pessoas que procuram ajuda na Delegacia da Mulher. Foram também as leituras que me fize-
ram perceber que organismos externos à polícia atribuem à Delegacia da Mulher uma impor-
tância social que não é partilhada pelo próprio efetivo da Polícia Civil. Surgiu então a iniciati-
va de investigar academicamente estas lacunas dentro da instituição, com o propósito de apre-
sentar dados e considerações sobre as questões relativas à compreensão da Delegacia da Mu-
lher para os policiais civis.
A abordagem da análise crítica do discurso apresentou-se como uma ferramenta
adequada para essa pesquisa, uma vez que pode ser utilizada para investigação nas diversas
áreas das ciências sociais, analisando as relações entre texto, discurso e prática social, especi-
almente porque as práticas sociais correspondem às maneiras habituais, em tempos e espaços
particulares, pelas quais as pessoas utilizam os recursos de que dispõem (incluindo aqui os
lingüísticos e discursivos) para interagirem (FAIRCLOUGH, 2003, p. 206). Além disso, a
prática social articula elementos da vida - ações, interações, relações sociais e pessoas - com
seus valores, crenças, atitudes, etc. Assim, a ACD mostrou-se bastante adequada ao design
desta pesquisa, uma vez que eu pretendia investigar, através do discurso dos policiais civis,
como essa categoria concebe a DM, e interpretar o impacto dessas concepções na qualidade
do atendimento oferecido nas Delegacias da Mulher.
O conceito de representação foi fundamental para esse trabalho. É através do dis-
curso que constituímos maneiras particulares de representar aspectos do mundo, seja com
116
relação às relações sociais, ao mundo material, às crenças, e assim por diante. Os discursos
diferem de acordo com as diferentes percepções de mundo de seus enunciadores, percepções
que estão associadas às relações que as pessoas mantêm com o mundo real e com suas identi-
dades pessoais e sociais e, ainda, com as relações que estabelecem com outras pessoas. Sele-
cionei como ferramenta de análise micro-textual o modelo de representação de atores sociais
proposto por Theo van Leeuwen (1997), que me permitiu explorar a forma como os policiais
referiam-se aos principais atores sociais ligados à DM, não do ponto de vista gramatical
(através de estruturas lingüísticas que expressam a noção de agenciamento), mas também do
ponto de vista semântico, através da noção de agenciamento sociológico (expresso não por
meio da sintaxe, mas da construção de significados).
Os outros dois grandes temas abordados na fundamentação teórica - violência de
gênero e Delegacia da Mulher foram essenciais como forma de contextualizar histórica e
socialmente a DM e os crimes que estão sob a sua alçada.
6.2 RETOMANDO AS QUESTÕES DE PESQUISA
O presente estudo foi norteado por quatro questões de pesquisa: a) Qual a repre-
sentação da Delegacia da Mulher para os policiais da 19ª Região da Polícia Civil do Estado
de Santa Catarina? b) A representação das Delegacias da Mulher apresentada pelos funcio-
nários dessa delegacia especializada se enquadra nos objetivos do órgão? c) Como os polici-
ais da 19ª região vêem a questão do treinamento e/ou capacitação para atuação na Delega-
cia da Mulher? d) compatibilidade entre as representações da Delegacia da Mulher para
o movimento feminista e a Polícia Civil?
Em relação à primeira pergunta, a análise dos dados coletados indicou que os po-
liciais civis da 19ª região policial catarinense representam a Delegacia da Mulher como um
117
órgão atuante e importante na instituição policial, em virtude do tipo de atendimento que se
propõe a prestar à comunidade. Porém, apesar de a DM ter sido representada de forma positi-
va, o trabalho policial que vem sendo realizado na Delegacia da Mulher de Ararangfoi re-
presentado geralmente como negativo. Esse descompasso demonstra que, ainda que os polici-
ais percebam, em teoria, a Delegacia da Mulher como uma delegacia útil à comunidade, o
exemplo de DM ao qual eles tiveram e têm acesso está distante do modelo de delegacia da
mulher „ideal‟ partilhado, ainda que de forma nebulosa e pouco clara, por esses policiais.
O termo „especializada‟, atribuído oficialmente à Delegacia da Mulher e utilizado
com freqüência no discurso dos policiais, não foi definido com precisão por nenhum dos par-
ticipantes, o que indica desconhecimento do corpo policial acerca da especialidade da DM, ou
seja, a compreensão do termo „especializada‟ é apenas formal, estando limitada ao nome ofi-
cial dessa unidade da Polícia Civil.
Embora muitos policiais tenham declarado saber que a DM foi criada para atender
às mulheres, as representações feitas pelos policiais mostram pouca clareza em relação a esse
atendimento estar ligado a casos de violência praticados especificamente contra a mulher, e
que tipo de violência é essa, indicando, assim, a falta do conhecimento mais básico a respeito
da DM, ou seja, que esta delegacia foi criada para combater o fenômeno da violência de ne-
ro.
A análise dos dados indicou também uma forte tendência dos policiais de repre-
sentarem os atores sociais relacionados à Delegacia da Mulher de forma generalizada. Essa
tendência (baseada muitas vezes em conhecimentos do senso comum e numa visão essencia-
lista dos atores envolvidos) resulta no apagamento das características individuais dos mem-
bros dos grupos sociais ligados à DM e impede a percepção de diferenças individuais intra-
grupais, o que provavelmente compromete a compreensão do trabalho social a ser realizado
nessa delegacia, e a qualidade do atendimento ali oferecido.
118
Em relação à segunda pergunta de pesquisa: A representação das Delegacias da
Mulher apresentada pelos funcionários dessa delegacia especializada se enquadra nos obje-
tivos do órgão?”, a análise dos dados coletados indica que a representação apresentada pelos
funcionários da DM de Araranguá não se enquadra aos objetivos para os quais a DM foi insti-
tuída
43
. Apesar de todos os seis funcionários lotados na DM na época da coleta de dados dis-
porem de um padrão implícito de funcionamento e atendimento „ideal‟ para esta delegacia, e
de alguns parecem compartilhar de um sentimento de frustração pelo não cumprimento desse
padrão e pelo que consideram a ineficácia dos serviços oferecidos, suas respostas indicam um
nível grave de desconhecimento e despreparo acerca das questões de gênero, imprescindíveis
para o trabalho desenvolvido na DM e que deveria ser do conhecimento desses policias, con-
forme recomenda a literatura especializada e os documentos oficiais que instituíram essa de-
legacia. É importante ressaltar que este quadro não poderia ser diferente, considerando que
não oficialmente nenhum tipo de capacitação e/ou treinamento específico para preparar os
policiais civis do estado de SC para o desempenho de funções na DM.
O desconhecimento da especificidade dos trabalhos da DM apresentado por seus
próprios funcionários é preocupante, uma vez que se espera que ao menos os policiais que ali
atuam tenham clareza sobre o papel social desempenhado pela delegacia, além de algum grau
de otimismo e engajamento com relação ao trabalho que realizam. Por outro lado, a percepção
de que há falhas e limitações no trabalho desenvolvido na DM de Araranguá, ainda que mani-
festa de forma pouco precisa por algumas de suas funcionárias, é um fato promissor, pois sig-
nifica que elas estão desejosas de mudanças e abertas para possibilidades de aperfeiçoamento
pessoal e institucional.
43
Repito aqui, para fins de comparação, a definição das atribuições da Delegacia da Mulher apresentada na nor-
matização das delegacias especializadas de atendimento à mulher: “prevenir, registrar, investigar e reprimir
as infrações penais, cometidas contra as mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero, por meio de
acolhimento com escuta ativa, realizada por delegadas e equipe de agentes policiais, profissionalmente quali-
ficadas e com compreensão do fenômeno da violência de gênero” (BRASIL, 2005a, p. 10).
119
Em se tratando da terceira pergunta: Como os policiais da 19ª região vêem a
questão do treinamento e/ou capacitação para atuação na Delegacia da Mulher?”, o quadro
apresentado é bastante promissor, uma vez que a maioria dos sujeitos de pesquisa compreende
a necessidade de treinamentos e/ou capacitações especiais para a atuação na DM. Apesar de
não terem clareza sobre que treinamentos específicos seriam necessários, uma expectativa
de que algum tipo de capacitação deva ser oferecida para preparar os policiais para atuarem
nesta delegacia especializada.
Ainda que os policiais não tenham sido bem sucedidos em definir a especialização
do trabalho da DM, algumas sugestões de treinamentos específicos sugerem que muitos poli-
ciais compreendem, ao menos, que a Delegacia da Mulher é uma delegacia especializada em
crimes cometidos contra a mulher. A partir dessa compreensão mínima podem ser oferecidos
cursos ou palestras que familiarizem os policiais civis com o conceito de violência de gênero,
e suas implicações para o trabalho realizado na DM.
Em relação à última pergunta - compatibilidade entre as representações da
Delegacia da Mulher para o movimento feminista e a Polícia Civil?- os dados obtidos indi-
cam que, embora os documentos oficiais mostrem um alinhamento entre os objetivos iniciais
da DM traçados pelo movimento feminista e os organismos federais ligados à mulher e à se-
gurança pública (cf. BRASIL, 2002, 2004, 2005a e b), no nível da Polícia Civil catarinense,
particularmente no que diz respeito a seu efetivo, essa compatibilidade não existe. Em outras
palavras, a Delegacia da Mulher foi criada por força dos movimentos feministas que reco-
mendavam que os policiais fossem treinados para o trabalho que deveriam realizar na DM,
fato que não aconteceu na Polícia Civil catarinense. O desconhecimento das questões relativas
ao gênero é endêmico entre todas as carreiras policiais, inclusive entre policiais que atuam na
própria Delegacia da Mulher, para quem esse conhecimento é de fundamental importância.
Nesse sentido, é impostergável que a Polícia Civil catarinense (e talvez brasileira) adote uma
120
abordagem específica que ajude a diminuir a falta de esclarecimento e de informação de seu
efetivo a respeito de uma área de estudos que é essencial para o trabalho policial desenvolvido
dentro das Delegacias da Mulher.
Os movimentos feministas também sugerem que o trabalho da DM seja realizado
em rede com outros organismos governamentais e não governamentais que atendem as víti-
mas da violência de gênero. Observa-se, porém, que poucos são os municípios que contam
com essa rede de organismos, bem como poucos são os municípios que têm uma Delegacia da
Mulher. Nesse sentido, a implantação das DMs constitui apenas uma medida isolada, sendo
de pequena eficácia sem o apoio de uma rede de serviços que possa oferecer atendimento só-
cio-psicológico e jurídico às mulheres vítimas de violência de gênero.
A maneira como os participantes da pesquisa referiram-se à Delegacia da Mulher,
sua seleção de estratégias discursivas, reflete e constrói a forma como os policiais civis inter-
pretam os acontecimentos relacionados à DM e seus principais personagens, ao mesmo tempo
em que reflete e reforça suas posições sociais e circunstâncias de trabalho dentro da Polícia
Civil. Os discursos originam-se na sociedade e têm conseqüências sociais, podendo contribu-
ir, como no caso examinado, para construir e perpetuar noções equivocadas a respeito dos
papéis sociais atribuídos a homens e mulheres e, principalmente, sobre as funções de um ór-
gão público tão relevante como é o caso da Delegacia da Mulher, idealizada para combater e
prevenir um problema endêmico e de graves conseqüências sociais: a violência contra a mu-
lher.
6.3 CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO POLICIAL
A presente pesquisa apontou uma lacuna na instituição policial que requer uma
abordagem específica para preenchê-la, ou seja, a aquisição de conhecimentos sobre as ques-
121
tões de gênero, se não por todos os policiais civis, ao menos por aqueles que trabalham nas
DMs, ou em municípios onde não haja uma DM instalada, nos quais os atendimentos referen-
tes à violência contra a mulher são feitos em delegacias comuns.
Entretanto, os resultados dessa pesquisa apontam não para a existência de des-
conhecimento e despreparo teórico e conceitual, mas também indicam que os próprios polici-
ais estão cientes da necessidade de capacitação para o atendimento de casos de violência con-
tra a mulher, tanto que são capazes de fazer sugestões nesse sentido. Isso significa que os po-
liciais civis estão abertos e dispostos não só para serem introduzidos ao campo dos estudos de
gênero, como também para utilizarem suas experiências profissionais na co-construção de
conhecimentos nessa área, desde que lhes sejam ofertadas oportunidades para discutir, debater
e aprender em conjunto.
Acredito que a presente pesquisa possa contribuir para a instituição policial, uma
vez que aplica conhecimentos acadêmicos e científicos a problemas da prática diária dos poli-
ciais civis, a partir do olhar de um membro da corporação. Nesse sentido, o interesse da pes-
quisa não está apenas em apontar falhas e/ou lacunas na instituição que comprometem a qua-
lidade do trabalho policial desenvolvido nas Delegacias da Mulher, mas em levantar questões
pontuais que requerem reflexão institucional, com o intuito de contribuir para que a atividade
policial realizada na Delegacia da Mulher seja efetivamente profissional, e que o atendimento
oferecido seja realmente „especializado‟.
6.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
No que tange às limitações da pesquisa, dois aspectos a serem considerados são: o
tempo e a dimensão do corpus. Em relação ao tempo, é preciso considerar a dificuldade em
conciliar as atividades acadêmicas com a carga horária de trabalho do pesquisador. A dimen-
122
são do corpus, por sua vez, estendeu a discussão dos temas da pesquisa, o que requisitou um
redimensionamento que pudesse se enquadrar no desenho de pesquisa para um programa de
mestrado. Ainda assim, restaram alguns aspectos que não puderam ser considerados, e que eu
gostaria de deixar como propostas para futuras pesquisas:
A investigação do impacto das variáveis sexo, atuação na DM, função na Polícia Civil
e até mesmo tempo de serviço na forma como os sujeitos representam a Delegacia da
Mulher e os demais grupos sociais a ela associados.
A triangulação dos dados de pesquisa, investigando também o discurso das mulheres e
homens atendidos pela DM.
A combinação do questionário com outras ferramentas de coleta de dados, como en-
trevistas e narrativas pessoais.
A comparação entre a representação da DM nos documentos oficiais, para os policiais
civis que efetivamente atuam nessa delegacia, e para os representantes de altos esca-
lões da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública.
Certa de que sempre haverá possibilidades de ampliação desta pesquisa e de ou-
tras pesquisas nessa área, as sugestões apresentadas foram vislumbradas como extensão do
trabalho ora concluído.
123
REFERÊNCIAS
ARDAILLON, Danielle; DEBERT, Guita Grin. Quando a vítima é mulher: análise de jul-
gamentos de crimes de estupro, espancamento e homicídio. Brasília: CNDM, 1987.
BENEVIDES, Araceli Sobreira. Leitura e construção de identidades na formação docente.
Linguagem em Discurso, v.4, n. 1. p. 11-35, 2002.
BOSELLI, Giane Cristini. Instituições, gênero e violência: um estudo da Delegacia da Mu-
lher e do Juizado Criminal, 2003. Dissertação - (Mestrado em Ciências Sociais) - Faculdade
de Filosofia e Ciências, UNESP.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em outubro de
1988. 35 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
BRASIL. Código de Processo Penal. 43 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional da Segurança Pública. Departamento de
pesquisa, análise da informação e treinamento de pessoal. Perfil organizacional das Delega-
cias Especiais de Atendimento à Mulher, Brasília, 2004.
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Rede Nacional de
Educação a Distância para Segurança Pública. Curso Atendimento à Mulheres Vítimas de
Violência Doméstica. Márcia Bucelli Salgado e Tereza Cristina Albieri Baraldi. Disponível
em: < http://senasp.dtcom.com.br/> Acesso em: 12 nov. 2006. Acesso restrito ao conteúdo
com login e senha.
BRASIL. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as mulheres. Normatização das De-
legacias especializadas de atendimento a Mulher. Brasília, 2005a.
124
BRASIL. Senado Federal. Gabinete da Senadora Ideli Salvatti. Direitos da mulher. Brasília:
Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2002.
BRASIL. Senado Federal. Subsecretaria de pesquisa e opinião pública. Relatório de pesqui-
sa: violência doméstica contra a mulher. Brasília, 2005b.
BRASIL. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as mulheres. Balanço das ações do
governo federal no enfrentamento à violência contra a mulher de 2003 a 2005. Brasília,
s/d.
CALDAS-COULTHARD, Carmen Rosa; van LEEUWEN, Theo. Discurso crítico e gênero no
mundo infantil: brinquedos e a representação de atores sociais. Linguagem em Discurso, v.4,
n. esp. p. 11-33, 2004.
CAMERON, Deborah (Org). The feminist critique of language: a reader. 2
nd
edition. Lon-
don: Routledge, 2002.
COSTA, Caroline Comunello da. An evoking feature of three all-female institutions: the
use of preference organization in assessment turns, 2004. Trabalho de conclusão de curso -
(Graduação em Letras) Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS.
DIAS, Maria Berenice. Quinze segundos. Disponível em:
<http://www.mariaberenicedias.com.br/>. Acesso em 20 jul. 2005.
FAIRCLOUGH, Norman. Dirscourse and social change. London: Polity Press, 1992 [ed.br.:
Discurso e Mudança Social. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001].
_____. Critical discourse analysis. London: Longman, 1995.
_____. El análisis crítico del discurso como método para la investigación en ciencias sociales.
In: WODAK, Ruth; MEYER, Michael. Métodos de análisis crítico del discurso. Barcelona:
Gedisa, 2003a p. 179-203.
_____. Analysing discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003b.
FAIRCLOUGH, Norman; WODAK, Ruth. Critical discourse analysis. In: van DIJK (Ed.)
Discourse and social interaction. London: Sage, 1997, p. 258-284.
FIGUEIREDO, Débora Carvalho de. Victims and villains: gender representations, surveil-
lance and punishment in the judicial discourse on rape, 2000. Tese (Doutorado em Le-
125
tras/Inglês e Literatura correspondente) Curso de Pós-Graduação em Letras/Inglês e Litera-
tura correspondente, Universidade Federal de Santa Catarina.
FOWLER, R. Language in the news: Discourse and ideology in the press. London: Rou-
tledge, 1991.
GREGORI, Maria Filomena. Cenas e queixas: um estudo sobre as mulheres, relações violen-
tas e a prática feminista. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
HALLIDAY, M.A.K. An introduction to functional grammar. 3. ed. London: Arnold,
2004.
HEILBORN, M.A. Cidadania para as mulheres. Ciência Hoje, Encarte especial: Violência,
jan/fev. 1987, p. 13-15.
KREMPEL. Letícia Massula. O acesso das mulheres à Justiça. Cadernos Themis: gênero e
direito. Porto Alegre, set. 2001. Opinião, p. 84-93.
KRESS, Gunther. Linguistic processes in sociocultural practice. Oxford: Oxford University
Press, 1989.
MEURER, José Luiz. Gêneros textuais na análise crítica de Fairclough. In: MEURER, J.L,
BONINI, A. & MOTTA-ROTH, D. (Orgs.) Gêneros textuais: teorias, métodos, debates. São
Paulo: Parábola, 2005.
OSTERMANN, Ana Cristina. Communities of practice at work: gender, facework and the
power of habitus at an all-female police station and a feminist crisis intervention center in
Brazil. Discourse and society. V. 14, n.4, p. 473-505, 2003a.
_____. Localizing power and solidarity: pronoun alternation at an all-female police station
and a feminist crisis intervention center in Brazil. Language in Society. V. 32, n. 3, p. 351-
381, 2003b.
_____. A ordem interacional: a organização de fechamento de interações entre profissionais e
clientes em instituições de combate à violência contra a mulher. Alfa: revista de Lingüística,
v. 46, p. 39-54, 2003c.
PISONI, Thaís Dutra. Vocatives and identities in three female institutions in Brazil, 2006.
Trabalho de conclusão de curso - (Graduação em Letras) Universidade do Vale do Rio dos
Sinos, UNISINOS.
RAUEN, Fábio José. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Editora Unisul, 2002.
126
_____. Roteiros de pesquisa. Rio do Sul: Nova Era, 2006.
SAFFIOTI, Heleieth; ALMEIDA, Suely Souza de. Violência de gênero: poder e impotência.
Rio de Janeiro: Revinter, 1995.
SAFFIOTI. Heleieth I.B. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Editora Fundação Per-
seu Abramo, 2004.
SANTA CATARINA Diário Oficial do Estado, nº 17.962, 09 de setembro de 2006.
SILVA, Marlise Vinagre. Violência contra a mulher: quem mete a colher? São Paulo: Cor-
tez, 1992.
SOARES, Bárbara Musumeci. Mulheres invisíveis: violência conjugal e as novas políticas de
segurança. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
_____. Enfrentando a violência contra a mulher: orientações práticas para profissionais e
voluntários(as). Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2005.
TELES, Maria Amélia de Almeida; MELO, Mônica de. O que é violência contra a mulher.
Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 2002.
THOMÉ, Ricardo Lemos. Contribuição à prática de polícia judiciária. Florianópolis: Ed.
do autor, 1997.
TRASK, R.L. Dicionário de linguagem e lingüística. Tradução Rodolfo Ilari. São Paulo,
Contexto, 2004.
van LEEUWEN, Theo. A representação dos atores sociais. In: PEDRO, E. R. (org.) Análise
crítica do discurso: uma perspectiva sociopolítica e funcional. Lisboa: Caminho, 1997.
WODAK, Ruth. Do que trata a ACD um resumo de sua história, conceitos importantes e
seus desenvolvimentos. Linguagem em (Dis)curso, v. 4, n. esp. p. 223-243, 2004.
127
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
128
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA UNISUL
COMISSÃO ÉTICA EM PESQUISA CEP UNISUL
TERMO DECONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O projeto intitulado: “A representação da Delegacia da Mulher para policiais civis
da 19ª região policial catarinense”, em nível de Dissertação de Mestrado, tem o objetivo de
investigar o papel da delegacia da mulher para a Polícia Civil.
O trabalho consiste na análise das respostas apresentadas pelos policiais civis em atua-
ção na 19ª região policial catarinense a um questionário elaborado pela pesquisadora, que se
compromete a manter sob absoluto sigilo o nome do participante, de modo a caracterizá-lo
como anônimo.
Dados da pesquisadora: Márcia Cristiane Nunes Scardueli
Documentos: RG.: 239724/SC - CPF: 822924349-20
Dados da orientadora: Profa. Dra. Débora de Carvalho Figueiredo
Programa de pós-graduação em Ciências da Linguagem da UNISUL
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de
forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu
respeito serão sigilosos. Eu compreendo que as respostas por mim fornecidas ao questionário
que me foi apresentado serão analisadas com o propósito de verificar quais são as minhas re-
presentações acerca da Delegacia da Mulher. Declaro que fui informado que poderia ter-me
recusado a autorizar a utilização das respostas, antes da assinatura desse termo de consenti-
mento.
Nome por extenso:
RG.:
Local e data:
Assinatura:
Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Commitee, Sheffield Health Authority, UK;
(2) Comitê de Ética em pesquisa CEFID UDESC, Florinaópolis, BR.
129
ANEXO B
RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS
130
Sujeito de pesquisa nº 01
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Araranguá e
Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desenvolvimento de minha
pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da Delegacia da Mulher na 19ª Região
Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados obtidos serão usados apenas para fins acadêmi-
cos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a vontade para expressar sua opinião livremente. Sua parti-
cipação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: O que diferencia as atividades da Delegacia da Mulher, são a competência e atendimento à mulher vítima,
crianças e adolescentes vítimas e estes últimos, para apurar os conflitos com a lei. (Ato Infracionais)
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Ineficiente. Poderiam prestar outros serviços, além de simplesmente o registros de boletins de ocorrências,
que seriam primordiais para as pessoas e funcionamento da DM.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: As policiais deveriam ter uma participação e maior responsabilidade social com, os clientes que
precisam dos serviços da DM.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Sim. Por várias vezes, inclusive sai definitivamente da DM no dia 15 de setembro de 1995, às 12h 15, em
razão de que, ninguém quer nada com o serviço” e não tem o engajamento, comprometimento e eficiência
com a Instituição e com as pessoas que precisam da DM.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Não tem outras alternativas e são encaminhadas por outras Unidades Policiais e Judiciais.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher? R: Seria muito
bom. Nós, policiais do sexo feminino, não podemos ter essa visão machista acerca dos colegas de serviço.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: Sim. Um Policial Civil, tem a obrigação
de saber fazer de tudo um pouco. Conhecer na íntegra todos os serviços prestados pela Polícia Judiciária,
além da função que exerce e, não só registrar boletins de ocorrência e colocar nas “gavetas”.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim. Primeiramente ser solidário e ter compaixão das pessoas, adaquelas que
estão em conflitos com a lei, isso vale para qualquer setor. E dar prioridade aos atendimentos com crianças e
adolescentes, mulheres, vítimas de violência doméstica, inclusive treinamentos para atuar junto ao agressor,
com outros profissionais de áreas correspondentes, em virtude de que, as ações são multidisciplinar.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Simplesmente sob o ponto de vista funcional, não sei o que quer dizer,
perdoe minha ignorância.
131
Sujeito de pesquisa nº 02
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 7 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( X ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?R:
O atendimento diferenciado e exclusivo a mulher e adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Não acompanho de perto o trabalho, mas parece pouco produtivo; se resume somente a registrar e dar
encaminhamento as ocorrências que chegam a delegacia.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses?
R: Sim, poder atender exclusivamente a mulher e adolescente.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não, pessoalmente não tem nenhum atrativo para mim, sinceramente é uma Delegacia que trata de assun-
tos muito complicados e difíceis de resolver, a maior parte é um trabalho social e psicológico.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?R: Procurando uma ajuda mais para
uma assistência social e psicológica
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acho que as mulheres não gostariam de contar seus problemas para um homem.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: Sim, porque teríamos uma base concreta,
e não aprenderíamos por conta própria e pelo, as vezes mais exemplos dos colegas, porque se vícios na
instituição nós continuaremos a fazê-los por falta de parâmetros.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, porque teríamos uma base concreta, e não aprenderíamos por conta própria e
pelo, as vezes mais exemplos dos colegas, porque se vícios na instituição nós continuaremos a fazê-los por
falta de parâmetros.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
132
Sujeito de pesquisa nº 03
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 8 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( X ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A Delegacia de Proteção a Mulher tem um papel diferente e peculiar, que a difere das outras delegacias; suas
funções estão voltadas ao atendimento da mulher vítima, sob todos os aspectos; A mulher tem um atendimen-
to especial e humanizado, e s, e nós desta especializada nos empenhamos para sanar seus problemas e
também prestar esclarecimentos legais e encaminhá-las, muitas vezes a outro órgão, como por exemplo, assis-
tência judiciária gratuita do Fórum, em casos de Ação de Separação, conselho tutelar, assistentes sociais, etc.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Atualmente os serviços prestados por esta especializada está deixando muito a desejar; Não está se fazendo
quaisquer serviços perante à comunidade; Infelizmente não existem policiais par se fazer alguma coisa que
seja, estamos trabalhando em duas policiais: uma escrivã e uma comissária, o que é desumano! Na minha
opinião a delegacia de proteção a mulher é a mais importante de todas as outras delegacias, pois, além da
mulher também trabalhamos com menores, então, qualquer um que tenha uma visão um pouco mais apurada
pode verificar o quanto de informações que se pode adquirir em um simples contato, por exemplo com uma
mulher vítima de agressões de um traficante, onde ela vem nos procurar e com certeza se ela se achar prote-
gida e amparada, ela poderá nos fornecer informações das mais valiosas possíveis e o mesmo acontece com
menor infrator, se tivermos um bando de dados e acompanhamentos com estes adolescentes muitos crimes
poderão deixar de ocorrer em um futuro bem próximo.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sem sombra de dúvidas, a comunidade que tem o privilégio de ter um trabalho realmente atuan-
te de uma especializada desse porte, só tem a ganhar; Quando se dá o devido valor e comprometimento a esta
delegacia muitos crimes realmente poderiam ser evitados, tanto no presente, quanto no futuro; E também
poderia salientar que não crimes potencialmente evitáveis, mas também uma qualidade de vida mais hu-
mana para essas famílias vitimadas pela violência doméstica.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Sim, em Joinville, onde havia uma psicóloga especializada e específica, que fazia um trabalho com os
companheiros alcoólatras das vítimas e também com suas respectivas famílias; Quando o problema era alcoo-
lismo, o que é um dos maiores agravantes das agressões, fazia-se uma intimação para esse agressor e come-
çava-se um trabalho para livrá-lo dessa doença; Era um projeto onde no início existem apenas umas quatro
pessoas e que, depois de um curto espaço de tempo a sala tornou-se inadequada, isto é, pequena demais; tam-
bém existia acompanhamentos semanalmente com as mulheres vítimas. aqui nesta comarca, infelizmente
nossas psicólogas limitam-se a ser intermediadoras de um possível procedimento policial ou não (T.C.), não
há uma integração efetiva na causa dos fatos, há sim uma forte vontade de “empurrar com a barriga”.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não só trabalharia, como trabalho! Mas no meu caso quero desesperadamente sair deste setor, pois, hoje a
delegacia de proteção a mulher de Araranguá, infelizmente é mera fachada; Está funcionando tão somente
para não perder uma verba federal, o que é DEPLORÁVEL.
133
Continuação Sujeito 03
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque ainda acredita que é feito alguma coisa, para sanar seus problemas; É triste e indignante mas é a
realidade; Mas também não vamos ser utópicos em dizer que a sociedade não percebe o retorno de um traba-
lho, isto, é afirmado com os dados estatísticos, onde apenas 2%(dois) por cento dos casos de violência chegam
a nosso conhecimento, isto, nada mais é do eu uma resposta “silenciosa” das vítimas de violência doméstica.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: É extremamente essencial, mas é pena que em nosso quadro funcional ainda existam policial que acham
que vão perder sua masculinidade trabalhando em uma delegacia de proteção à mulher; Também tive a
honra de trabalhar com policiais homens no plantão e a experiência foi ótima, porque o atendimento muitas
vezes tem mais resultado com um homem do que uma mulher, isto é extremamente relativo; não é admis-
sível dizer que não compete aos homens trabalhar em uma delegacia da mulher por eles o saberem atender
uma mulher. Perdão da palavra mas é assinar um atestado de mediocridade e burrice.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
R: Meu treinamento foi direcionado a investigações ao tráfico de drogas, e algumas noções em roubo a ban-
cos, anti-seqüestros...
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Indiscutivelmente, pois é com treinamentos específicos que o profissional vai realizar um trabalho eficiente
e eficaz.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo?
R: Um treinamento específico, para que na hora do atendimento, o profissional tenha um feeling a saber
discernir, abordar os problemas de uma forma que não haja um constrangimento da vítima, em todos os as-
pectos.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não, embora depois deste questionamento me inteirei deste referido conceito.
134
Sujeito de pesquisa nº 04
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 17 anos
Órgão em que trabalha: ( X ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( X ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: O atendimento especializado, diferenciado e especialmente falando de mulher para mulher.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Por se tratar de uma delegacia especializada a procura da mulher para fazer as denúncias aumentou em
muito.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim da mulher ter segurança em denunciar os maus tratos e agressões.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Porque o cotidiano de denúncias são repetitivas e é muito constrangedor para um policial homem
tratar destes assuntos de foro íntimo.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque existem muitas mulheres vítimas de agressões de seus companheiros.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Auxiliaria muito no caso de cumprimento de mandados e para tratar direto com o agressor, por hora sem-
pre homem.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
R: Sim apenas o fundamental.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Não. É preciso mais que isso, é preciso que os policiais coloquem em prática os ensinamentos e que sejam
orientados e supervisionados pelos seus superiores.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim Treinamento, estudo da legislação vigente sobre a mulher e adolescente,
monitoramento até o respaldo da autoridade para exercer tal função.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
135
Sujeito de pesquisa nº 05
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 17 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: O atendimento específico à mulher e ao menor e adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É uma grande conquista, haja vista que no passado, a mulher e também o menor e adolescente, serem
“obrigados” a serem atendidos em uma só delegacia.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Responde a pergunta dois, pois o menor e adolescente, e a mulher, tem tratamento diferenciado
do homem e “deixa” mais a vontade como tratamento humano.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Não é nada pessoal, e nem machista, porém não me sentiria bem em trabalhar em uma DM
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque sabem do tratamento diferenciado. Sabem que “podem” extrapolar um pouco mais, pois são trata-
das por “mulheres”
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: É extremamente essencial, haja vista a fragilidade feminina. Não tem pulso firme!
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Lógico, pois quanto mais formação e treinamentos específicos, mais policiais polivalentes teremos, o que é
ótimo.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Controle emocional maior; mais compreensão, educação com e mulher (vítima), e
principalmente o menor.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
136
Sujeito de pesquisa nº 06
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 24 anos
Órgão em que trabalha: ( X ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: O que diferencia a DM de outras delegacias é o atendimento (quando está funcionando) de ocorrências
envolvendo menores de idade, e mulheres quando estas são vítimas de violências físicas e morais e os autores
forem homens de maior idade. E não atende outros casos como crime de trânsito, roubo a bancos, etc.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O funcionamento seria mais eficaz se as pessoas, quando precisassem do serviço da especializada”, não
tivessem que recorrer a outras delegacias, às vezes o DP e outras vezes a central. Funciona como se os crimes
de competência da DM, em nossa região, ocorressem nos horários de expediente de segunda à sexta-feira.
Quanto ao trabalho dos funcionários é semelhante a outras delegacias. “Cada caso é um caso”.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: É mais uma porta que as pessoas tem para baterem, no momento eu precisam da polícia.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: o, mas não tenho problema em atender os casos
de competência da DM quando esta não está funcionando.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Atualmente, como a DM está funcionando, mais de 2/3 do meu horário de trabalho atendo as atribui-
ções da delegacia da mulher. No início de minha carreira policial atendia todos os casos (A DM chegou bem
depois). Não vejo diferença entre atender esta ou aquela ocorrência de crime que envolva pessoas do sexo
masculino ou do sexo feminino, maiores, menores, seja ela de competência da “especializada” ou de qualquer
outra delegacia.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Quem procura a Delegacia da Mulher” são as mulheres e estas procuram devido ao nome. Muitas mu-
lheres acreditam que seu problema só pode ser resolvido pela especializada.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Vejo como necessário, pois em muitas ocorrências da DM necessidade da presença masculina, assim
como há necessidade da presença feminina no DP ou na CP.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Quando me formei
fui habilitado para exercer minha função em qualquer unidade policial e com qualquer tipo de ocorrência
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
137
Continuação Sujeito 06
R: Todas as instruções são válidas, mesmo sendo específicas. Mas o policial não deve ser habilitado para
atender somente esta ou aquela ocorrência policial.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( X ) não Por que? R: porque todo policial tem a obrigação de, no mínimo, saber o que
é crime e como proceder. E nos casos que tiver dúvida perguntar ao superior.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Delitos cujas apurações são exclusivas da especializada, como por exem-
plo: violência sexual.
138
Sujeito de pesquisa nº 07
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: A Delegacia da Mulher tem por princípios assegurar tranqüilidade à população feminina vítima de violên-
cia, através das atividades de prevenção e repressão dos delitos praticados contra a mulher.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Pela razão em que fora implantada, acho que deveria ser mais atuante; não se reservar somente ao aten-
dimento ao público e instauração de procedimentos policiais.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, auxiliar as mulheres agredidas, seus autores e familiares a encontrarem o caminho da não
violência, através do trabalho educativo, preventivo e curativo nos crimes contra a mulher segundo o Código
Brasileiro.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não, porque eu não me adaptaria com esta função.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque entende ser uma delegacia especializada nos crimes contra a mulher.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Se for para aumentar a segurança das colegas, acho necessário.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento especí-
fico para atividades policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, cen-
trais de polícia, ou em setores que trabalham especificamente no combate ao tráfico de entor-
pecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Recebi o treinamen-
to básico das atribuições do policial civil, necessitando de aperfeiçoamento periódico
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, acho que devemos saber um pouco de tudo, evidentemente que para determinadas funções é necessá-
rio treinamento específico.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo?
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
139
Sujeito de pesquisa nº 08
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 27 anos
Órgão em que trabalha: ( X ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: As atribuições são as de atender as pessoas que para se dirigem a fim de tentarem resolver seus proble-
mas, que na totalidade são mulheres, as quais tem seus direitos violados por homens, através de agressão
física ou moral, normalmente por familiares. O que diferencia é o público que recorre a esta especializada,
maioria mulheres e as pessoas responsáveis de atender que também são mulheres.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É um trabalho interessante, diferenciado dos demais, por tratar-se de vítimas do sexo feminino, as quais
quando vão até a delegacia é porque não têm mais onde se socorrer. É um trabalho onde os funcionários
terão que saber lidar com as questões particulares e íntimas das pessoas, muitas, das quais, que numa delega-
cia normal não confidenciariam situações de que foram vítimas.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, depois de sua instalação muitos crimes que não eram denunciados porque as vítimas ti-
nham vergonha ou medo, passaram ao conhecimento das autoridades.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não, apenas fiz algumas diligências no sentido de dar apoio.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, trabalharia, para nós profissionais da segurança, temos que estar preparados para qualquer trabalho.
No caso da Delegacia da Mulher haveria necessidade de uma preparação mais específica.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para que ela desencadeie um processo de justiça e apure os atos criminosos a que as pessoas foram víti-
mas, seja individual ou coletivamente.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não teria nenhum problema, mas acharia que deveria se sobressair número maior de mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Recebi todo treina-
mento que a atividade policial requer, mas no caso de atendimento a mulher, nenhum treinamento com mais
especificidade. Não sei se necessitaria, porque como profissional da segurança acho que não teria nenhum
problema de trabalhar na Delegacia da Mulher.
140
Continuação Sujeito 08
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim porque as mudanças ocorrem rapidamente, uma situação que outrora era resolvida de uma forma,
hoje pode ser de outra. O policial deve estar sempre se aperfeiçoando, através de cursos, treinamentos, inter-
câmbios com outras delegacias e até outros estados.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( X ) Não Por que? R: Porque o trabalho é igual a outra delegacia, porém qualquer
treinamento além dos oferecidos pela Academia de Polícia, seria importante, principalmente noções básicas
de assistência social, psicologia e leis.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim, são seres ou objetos com as mesmas características, no caso da Dele-
gacia da Mulher, são as pessoas do sexo feminino. É também a violência de sexo, do homem sobre a mulher,
do desempenho da mulher dentro da instituição policial.
141
Sujeito de pesquisa nº 09
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 26 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Um atendimento específico e qualificado para o fim real desta instituição que é a ação da Polícia Judiciá-
ria no combate a violência contra a mulher e o adolescente.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Vejo e analiso de forma bem promissora, uma vez que esta instituição foi criada para combater o que antes
era tabu em nossa sociedade, onde a mulher calava-se diante da violência e o mais importante, a qualificação
dos funcionários que sempre estão dispostos a resolver os problemas.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Os benefícios são inúmeros, basta destacar o atendimento especializado à vítimas de violência
doméstica resultado em procedimentos que fazem decrescer este tipo de violência.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Tive o prazer de ser o primeiro policial civil masculino a trabalhar numa delegacia de proteção a mulher e
ao adolescente no Brasil.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: XXXXXXX
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por acharem conveniente e acreditarem no resultado.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Normal. Às vezes uma mulher tem mais com fiança em relatar seus problemas a um homem que esteja
pronto para lhe ouvir e também porque os agressores nem sempre estão dispostos a cooperarem usando assim
de violência contra policiais mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Todo treinamento faz com que os policiais se especializem mais e possam resolver os problemas de
maneira concensa.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: No mínimo um treinamento de relações humanas.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Desconheço.
142
Sujeito de pesquisa nº 10
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA - Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Penso que as delegacias da Mulher (e menores), cumprem um papel importantíssimo e acredito que suas
atribuições são inerentes aos casos em que pelo menos uma das partes seja do sexo feminino, ou envolva
mulher.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Fica prejudicada minha resposta pois trabalho num município onde não existe Delegacia da Mulher e, a
de Araranguá dista no mínimo 50 quilômetros de distância. Porém visitei a Delegacia da Mulher de Ara-
ranguá e, quando a CP funcionava naquele prédio pude observar os casos envolvendo mulheres e menores
que ali chegavam. Na época o funcionamento era o de uma delegacia normal, tinha plantão, cartório, delega-
do específico. Não sei se o funcionamento é o mesmo nos dias atuais, mas acredito que com a CP de Araran-
guá o atendimento deva ter mudado um pouco. O trabalho é importante para as mulheres pois se sentem mais
encorajadas para denunciar os casos onde são vítimas de agressão.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios são esses? R: Acredito que
sim, pois certamente os casos onde são vítimas diminuirão na cidade onde estiver instalada.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Sou policial e devo cumprir com minha obrigação profissional em qualquer delegacia do estado de
Santa Catarina.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Penso que não é toda a comunidade que procura a delegacia da mulher, mas para quem a procura é por-
que o caso que pretendem ver solucionado diz respeito à mulher ou ao menor.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Um pouco constrangedor para as mulheres queixosas.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: Penso que serão úteis na medida em que
o policial for destacado para trabalhar naquela repartição. Nada adianta um curso específico para um polici-
al que ficará anos lotado numa delegacia do interior. Claro que um curso abrangente sempre terá seu valor.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Não sei, mas penso que a ACADEPOL tenha cursos específicos para o caso.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já viu
falar na palavra “gênero”? R: Não.
143
Sujeito de pesquisa nº 11
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Por ser uma especializada, a DM trabalha exclusivamente com adolescentes e mulheres vítimas.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O funcionamento da DM em Araranguá poderia ser melhor, caso houvesse mais funcionários. A DM de
Araranguá é importante, pois trabalha diretamente com menores e mulheres, desafogando outras delegacias
deste tipo de ocorrência e o atendimento é feito por mulheres, o que facilita principalmente ao público femi-
nino.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não, a comunidade só dá valor ao nosso trabalho, quando resolvemos o seu problema.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Não gosto de trabalhar com menores infratores e ter que resolver problemas de casais.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: A comunidade tem entendimento que toda ocorrência envolvendo mulheres ou menores tem que ser aten-
dido naquela DP.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Deveria haver homens naquela DP, porém para acompanhamento e segurança. Todo atendimento deve
ser feito por mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Um treinamento específico para o seu setor de trabalho seria legal, porém o policial de hoje tem que
saber de tudo um pouco.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Não especificamente de treinamentos mas de conhecimento profundo do ECA e CP.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
144
Sujeito de pesquisa nº 12
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 17 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Atendimento específico para as mulheres vítimas de crimes contra a pessoa e os costumes, no âmbito da
polícia judiciária. Prestar atendimento de Polícia Judiciária para as crianças e adolescentes vítimas de crimes
contra a pessoa e os costumes. Apurar a autoria de crimes praticados por menores no rito estabelecido pelo
ECA.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Falta especialização no atendimento à mulher vítima, que é atendida como numa delegacia comum. Regis-
tra a ocorrência num plantão e é encaminhada a um cartório e ao IML como qualquer vítima. Somente em
alguns casos recebe atendimento psicológico diferenciado. Falta especialização: primeiro atendimento e re-
gistro em sala separado do plantão e com sigilo. Procedimentos exames e perícias sigilosas, individuais e
dentro da delegacia. Atendimento psicológico continuado e com qualidade.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, Aumenta as denúncias de vítimas mulheres e vítimas menores de idade. Quanto apuração
de delitos praticados por menores, acho que deveria ser de competência de outra delegacia especializada.
Delegacia do Menor Infrator.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Como policial civil me sinto capacitado para trabalhar nos diversos setores da Polícia Civil. No caso
em questão, não cabe a um homem prestar o primeiro atendimento a uma mulher vítima de crime específico,
devido ao fato do constrangimento da diferença de sexo.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Na esperança de ter um atendimento diferenciado, com maior eficiência nos procedimentos e soluções,
mas na maioria das vezes, recebe o atendimento de uma delegacia comum. Fila pra registro no plantão e todo
mundo escutando que ela foi estuprada.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Com a exceção do atendimento personalizado à vítima mulher, as outras atividades e diligências põem ser
executadas por homens, por exemplo: investigação, cumprimento de ordens e mandados, intimações, serviços
escriturários e cartorais, etc.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Efetuamos estágio
na DPCAPM de Florianópolis e aulas para o combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a banco e anti-
seqüestro. Na época não se falava em delegacia de Trânsito, mas participei de estágio na Central de Flagrante
do Estreito em Florianópolis, algo semelhante as centrais de polícia da atualidade.
145
Continuação Sujeito 12
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Todo serviço especializado deve ter funcionários treinados para um melhor desempenhar suas fun-
ções. O exemplo vem do setor privado. As grandes empresas treinam seus funcionários antes de colocá-los em
setores especializados.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Psicologia aplicada, Qualidade no atendimento; relações Humanas; Estudo da
Legislação específica; Primeiros socorros avançado; Medicina legal aplicada aos tipos de crimes específicos.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim. Gênero de crime próprio contra a mulher. Ex.: estupro (art.213
CP), só a mulher pode ser vítima deste crime.
146
Sujeito de pesquisa nº 13
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Araranguá e Mestranda do
Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desenvolvimento de minha pesquisa respondendo o questio-
nário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da Delegacia da Mulher na 19ª Região Policial do Estado de Santa Catarina. O ques-
tionário é anônimo, e os dados obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-
se a vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Atendimento à mulher e do menor (e outros).
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Serviço relevante, mas o efeito, o resultado, nem sempre é eficaz.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios são esses? R: A delegacia da
mulher foi criada para atender com exclusividade a mulher, a criança e o adolescente, devido aos problemas sociais, crise, desemprego,
geram a falência da moral e da família. Esta DP sofre um desgaste devido a evolução desses problemas, ficando a atribuição dos feitos da
DP, como um paliativo, nem sempre resultados definitivos.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não, mas em uma DPMu, onde não tem DP da Mulher, atendemos a todos sem distinção.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Nós policiais somos “pau para toda obra”, mas tenho que ser submetido antes a uma avaliação com-
petente.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque ela procura esta unidade que foi criada para resolver seus conflitos, e o serviço é gratuito e prome-
te resolvê-los.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Tendo qualificação, deve ter sim, pois quando existe uma desavença em uma família; faz-se presente nas
partes, geralmente, um homem como autor do delito e o policial vai ajudar a dar mais segurança também
para a mulher policial.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim, teorias, pouca
prática que com o tempo vão caindo no esquecimento. Esforço-me para não ser ultrapassado pela evolução
dos tempos.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, são úteis, mas todo treinamento deve ser atualizado constantemente, e periodicamente, o policial deve
ser submetido a uma avaliação para ver se ele não parou no tempo, se está apto ou não para a função.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, uma avaliação psicológica para ver se ele tem condição, se ele tem vocação,
para exercer aquela função, e treinamentos para trocas de experiências, incentivo a ler bons livros, e valori-
zando o policial, caso contrário ele vem a somar para a falência mais rápida do sistema.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim. Gênero é a reunião de espécies que possuem caracteres comuns entre
si. O conjunto de pessoas que apresentam qualidades semelhantes, indistinto da sua camada social.
147
Sujeito de pesquisa nº 14
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 7 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Atendimento específico à mulher e a criança, feito em geral por mulheres policiais, evitando maiores cons-
trangimentos.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Acho que seja um atendimento direcionado, por isso, gerando maiores resultados.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, assim as mulheres agredidas por companheiros sentem-se mais a vontade para denunciar.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sou profissional, não devo escolher este ou aquele serviço.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Creio que por sentir-se mais a vontade por, em geral, ser atendidas por policiais mulheres.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não vejo de forma positiva, uma vez que a DM foi criada para gerar menos constrangimento às mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, se há DP especializada deveria por óbvio haver treinamento.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? XXX
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
148
Sujeito de pesquisa nº 15
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( X ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: A Delegacia da Mulher é um órgão diferenciado, porque a mulher quando vem a delegacia está constran-
gida, ferida. E a delegacia da mulher é especializada neste tipo de atendimento.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O tipo de trabalho entre a DM e DP é semelhante, porém o primeiro é especializado, centrado naquele
foco.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Traz benefícios quando põe em igualdade homens e mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, trabalharia com entusiasmo e desempenharia as minhas funções neste órgão com competência.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para reativar os seus direitos mais elementares, que na maioria das vezes não são respeitados.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Sem dúvida é importante, porque os homens procuram solucionar o direito das mulheres qdo são violados.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: trânsito, entorpecente, me-
nor.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, porque se prepara e trabalha especificamente naquela função.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, direito penal, psicologia e estatuto.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
149
Sujeito de pesquisa nº 16
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atendimento direcionado a violência contra a mulher, ao menor e adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O atendimento é bom, conforme a pergunta anterior, atende a mulher, o menor e adolescente, bem como
termo Circunstanciado, BOC, Auto de Prisão em Flagrante, intimações e registro de ocorrência, que geral-
mente são procurados por mulheres.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirma-
tivo, que benefícios são esses? R: Sim, pois é direcionado a mulher, menor e adolescente, ge-
ralmente elas primeiramente procuram este órgão informações, ou registrar sua queixa.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, porque além de atendimento à vítima, tem o serviço externo, como intimações, Fórum, e quanto ao
registro do Boletim, ficaria com a policial, que já está preparada atender determinado caso.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Na minha opinião a violência contra a mulher e ao menor sempre existiu, atualmente com as campanhas
em televisão e jornais, trouxe a mulher e ao menor, mais liberdade em denunciar; em procurar uma Delega-
cia, e quando vão ao órgão competente, sentem-se mais confiante pelo atendimento (expor seu problema).
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Nada impede, já que existem serviços externos, auxiliar em prisões, e a polícia precisa de um trabalho com
conjunto, pois quem sai ganhando é a comunidade, e para ela não importa quem atendeu, e sim a solução de
seus problemas.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades policiais em
delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que trabalham especificamente no
combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim (X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Não, referente a Delegacia
da Mulher, Trânsito, conforme o meu cargo, Comissário de Polícia, tivemos aulas direcionadas ao operacio-
nal, tiros e primeiros socorros.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: Sim, pois não sabemos os problemas que
vamos encontrar no dia-a-dia, polícia tem que estar informada e preparada para tal ocorrência.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, a policial que está naquele órgão, tem que ter uma especialização ao atendi-
mento, já que outros cargos, também exigem cursos para tal função.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não, nunca ouvi falar.
150
Sujeito de pesquisa nº 17
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: COMISSÁRIO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 24 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Além de apurar os delitos cometidos contra a mulher e os cometidos por adolescentes, tem uma função
social muito importante, este é o diferencial.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Não posso opinar sobre algo que desconheço. A proposta é ótima, pois, é o local onde as vítimas sabem que
ali têm um tratamento diferenciado dos demais órgãos policiais (no que tange a mulher).
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Todo e qualquer órgão que trata especificamente de uma clientela, trás benefícios à comunida-
de.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, porém acredito que não seria bom policiais do sexo masculino trabalharem na DM. As vítimas se
sentem como em outra DP qualquer.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Devido ao tratamento diferenciado ou seria o (...) [ilegível]
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Negativo.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Isso é uma falha,
seriam tantos.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: A única coisa que é inalienável, inapropriável, etc... (aquilo que ninguém pode nos retirar) é o que apren-
demos.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, como já disse é um órgão voltado ao aspecto social.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
151
Sujeito de pesquisa nº 18
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: DELEGADO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 22 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Aproximação de problemas sociais afetos a pessoa humana.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Trabalho que envolve assistencialismo, muitas vezes diverso do que é proposto. Com o advento da lei
9.099/95, as atividades desenvolvidas pela DM tiveram desnível para baixo, pois alguns profissionais do direi-
to, inclusive colegas da PC, quando referem-se ao TC lavrado contra o agressor, dizem somente pagarás
uma cesta básica”.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Porém deverão prestar serviços nesta especializada, profissionais dedicados e desejoso de
fazer trabalhos bem feitos, muitos deles não afetos a Polícia judiciária.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: A comunidade procura muitas vezes a DM, por necessidade de alguém para as ouvir, pois na maioria dos
casos, as seqüelas das agressões já estão cicatrizadas, as dependências físicas e afetivas ainda não estão sendo
tratadas, por isso, precisam de alguém que as ouça, para a contar de então, passar a resgatar o seu “eu”.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não tenho a opor, o que importa é que o profissional da Segurança Pública, esteja no lugar certo, fazendo
o que lhes é prazeroso.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Penso que é interessante, porém o profissional dever acrescer sua habilidades, durante sua trajetória pro-
fissional, independente de treinamentos ou não na Acadepol.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Não. O profissional da PC é preparado para as funções de Polícia
judiciária num todo, porém o administrador, deverá ter habilidade em colocar o profissional equilibrado para
desenvolver tal função.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: No contexto da violência contra a mulher, penso tratar de agrupamento de
pessoas que tenham caracteres comuns, ou que enfrentam as mesmas dificuldades.
152
Sujeito de pesquisa nº 19
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: DELEGADO DE POLÍCIA
Sexo: ( X ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 2 anos e 6 meses
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( X ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Espera-se que os profissionais que trabalhem na DPCAMs tenham mais aptidão, paciência e atenção em
atender mulheres e adolescentes ainda mais, tais DPs por serem especializadas, possuem profissionais como
psicólogos que orientam e atendem as vítimas e autores de delitos.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Acredito que a comunidade, em especial a mulher, deseja que a DPCAM continue existindo, porque tal unidade, a
princípio, dá tratamento especial e diferenciado as suas tuteladas. Orientação psicológica; encaminhamento das vítimas e
entidades ou órgãos parceiros de ajuda a mulher; retirada de certa burocracia existente em outras DPs, etc, fazem a dife-
rença.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Como dito anteriormente, traz maior sensação de segurança às mulheres; atendimento
especializado; orientação psicológica, etc.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, seria uma nova fase profissional dedicada a um trabalho especializado, fazendo-se necessário o estu-
do diário sobre o comportamento das vítimas (mulheres) e principalmente dos autores dos crimes. Interessan-
te também o trabalho parceiro com outros profissionais vinculados a DPCAM.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Segurança, melhor atenção, respeito.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não vejo problemas, desde que preparados para trabalhar em tal unidade policial.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Com certeza, cada DP necessita de profissionais com treinamento e aptidão para o desempenho de um bom serviço policial. A vocação
torna-se uma ferramenta fundamental.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Em atendimento (relações interpessoais), conhecimento comporta-
mental das vítimas e autores, etc.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
153
Sujeito de pesquisa nº 20
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: DELEGADO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 21 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: A Delegacia da Mulher é uma especializada para o atendimento da mulher, da criança e do adolescente.
Hoje existe este espaço com condições adequadas para que as mulheres possam denunciar e receber um tra-
tamento adequado.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É um atendimento voltado para o serviço psico-social e educativo. O serviço que a Delegacia da Mulher
presta é atender, orientar e acompanhar a demanda de mulher, crianças e adolescentes vítimas de violência.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Com delegacias especializadas ao atendimento a mulher, visa melhorar a qualidade de atendi-
mento e serviços prestados a comunidade.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois é uma delegacia igual as outras somente o atendimento se restringe a mulher, criança e adoles-
cente.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por que as mulheres se acham mais a vontade em procurar um delegacia que atende somente elas.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Eu concordo com a presença de homens no efetivo policial da DM, mas com uma ressalva de aproxima-
damente 20%, pois o policial homem é mais respeitado por outro homem infrator.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Todo policial deveria ter uma formação na Academia da Polícia, específica a delegacia em que traba-
lha.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Fazer um curso de aperfeiçoamento específico nesta área; Treinamento específico
para as atividades policiais.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
154
Sujeito de pesquisa nº 21
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: DELEGADO DE POLÍCIA
Sexo: ( X ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 2 anos e 4 meses
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( X ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Seria a especialização no tratamento a vítima, no caso, a mulher. As outras delegacias acima citadas são
especializadas no crime na qual investigam.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Exerce uma função social importante perante a comunidade, pois serve de refer6encia e suporte para
mulheres vítimas de violência doméstica além de servir como lugar para encaminhamento para outros órgãos
públicos.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, pois temos que analisar que a delegacia da mulher não faz somente serviços de “polícia”
propriamente ditos, ela auxilia às vezes numa melhora da qualidade de vida da comunidade na qual está inse-
rida.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: XXXXX
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Pois em muitos dos casos ela é o único órgão público (referencial) que a vítima possui. A delegacia da
mulher nesse sentido é muito representativa perante a sociedade.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: É necessário, porém em número reduzido comparado ao das mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, como em qualquer profissão a especialização resulta numa melhoria da qualidade dos serviços pres-
tados.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
(X ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Curso de direitos humanos, vitimologia, criminologia.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não
155
Sujeito de pesquisa nº 22
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: DELEGADO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 26 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: É que a função da DM é direcionada ao amparo às mulheres vítimas e apuração de atos praticados por
adolescentes infratores.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Eu acho que a DM fica restrita aos serviços de cartório e no simples registro de BOs. As funções (...) ex-
trapola o ambiente da delegacia.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: O único benefício é que as mulheres se sentem mais a vontade em serem atendidas.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não gostaria de trabalhar mais, pois, a função fica um tanto bitolada aos problemas corriqueiros envol-
vendo famílias, que na verdade é social.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para fazer valer seus direitos, porém, deveria procurar muito mais. A intimidação e a vergonha são alguns
entraves.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: As vezes é necessário, pois, ainda vivemos numa sociedade machista, em que os homens não acatam muito
as ordens de mulher.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, desde que o policial exerça suas funções exclusivamente a determinado setor, pois, caso contrário,
deve o policial exercer sua função no âmbito geral.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, Deverá o policial usar de muita psicologia, pois, as vítimas as vezes necessitam
de muita orientação, do que propriamente ação.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Na DM não se fala em gênero e sim em crime específico.
156
Sujeito de pesquisa nº 23
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X) feminino Tempo de serviço na PC: 11 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atendimento especializado à mulher, criança e adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Atendimento á comunidade. Acho essencial, sendo que em toda comarca deveria existir uma DM ou pelo
menos um setor específico ao atendimento da mulher, criança e adolescente.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, pois a mulher, criança e adolescente sentem-se mais seguros e protegidos sendo atendidos
em um órgão específico para o atendimento deles.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois deve ser gratificante poder ajudar mulheres, crianças e adolescentes quando vítimas. E, traba-
lhando na DM, se teria mais condições de se aperfeiçoar neste tipo de trabalho.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque buscam proteção e apoio das policiais, o que na maioria das vezes não acontece.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Com certeza deveria ter. Nas ocorrências em que há violência, os autores respeitam mais os homens. Nos-
sa sociedade ainda é muito machista
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois saímos da academia, sem preparo algum. Entendo que na academia deveriam ter aulas práticas,
ao invés de se ficar sentado numa cadeira ouvindo.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim Primeiro aulas de educação e bons modos (o que muitas vezes
não acontece entre as próprias policiais. Imagine com o público!) Falando sério: deveriam ter bastante trei-
namento e especialização, bem como apoio psicológico, pois não é fácil atender e vivenciar tantos problemas e
não se envolver.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R:o.
157
Sujeito de pesquisa nº 24
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atendimento especializado e específico a mulheres, crianças e adolescentes.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Funcionamento necessário, mas muitas vezes deixa a desejar, por falta de qualificação e estrutura ade-
quada aos atendimentos que ali chegam.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Mesmo sem a devida estrutura, procura atender da melhor maneira e encaminhar os casos
de violência as vítimas para os órgãos de competência.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: XXXXXX
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para resolver ou amenizar os delitos de violência contra mulheres e crianças.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não vejo problema desde que seja a “presença”, um ou outro funcionário, mas não um efetivo completo de
homens para atendimento.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R:Sim, pois, o policial estaria apto para o atendimento a que foi designado.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Psicológico, relações humanas, conhecer bem os direitos da mulher
e crianças (adolescentes).
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
158
Sujeito de pesquisa nº 25
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: É diretamente focada para a defesa da integridade física e psicológica da mulher.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Ë um trabalho, na maioria das vezes muito mais social do que policial. Acho que o mais importante de
todos. Cuidar, tratar das causas.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, o resgate da auto-estima da mulher.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque sentem-se mais a vontade para expressar seus sentimentos e dúvidas, já que são atendidas também
por mulheres.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: É importante também, mas não acredito que seja válido na linha de frente, diretamente ligado ao público.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Porque o policial vai agir com muito mais segurança.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: Psicológico.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: xxxxxxxxx
159
Sujeito de pesquisa nº 26
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 10 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( x ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Delegacia que trata do conflito da sociedade, no seio da instituição familiar.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Espaço de cidadania para a comunidade, dar oportunidade de denúncia e enfrentamento da problemática.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, abre um espaço de busca dos direitos e a responsabilidade do Estado em direcionar e vigo-
rar as leis, cunho de conscientização
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, poderia auxiliar às vítimas na busca da conscientização e em contrapartida as vítimas se tornarem
sujeitos de sua história.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Bastante divulgado na mídia, e acreditam que lá os seus direitos vão falar mais alto.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não tenho objeção, desde que sejam preparados para o trabalho.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, a violência contra a mulher apresenta particularidades, e para o enfrentamento desta problemática os
policiais necessitam de orientação.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: Sim. Leis sobre o assunto, estatísticas e, por fim um treinamen-
to técnico, ou seja instrumentalizado para poder lida com a questão “relacionamento”.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim, a questão gênero acho que é voltado ao comportamento social, igual-
dade dos gêneros, coisa que na lei existe, mas na realidade não acontece. Muitas vezes o homem agride a
mulher para mostrar que é “macho”.
160
Sujeito de pesquisa nº 27
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 19 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( x ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: A proteção às mulheres e adolescentes.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Em nossa Região realmente o serviço é precário, deixando muito a desejar, tanto na falta de funcionários
quanto na falta de condições.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Com certeza, principalmente no atendimento às mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para tentar resolver problemas que geralmente não consegue resolver, é claro.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Negativa, acho que o nome já diz tudo, a mulher é suficientemente capaz de resolver.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Com certeza, mesmo para aperfeiçoamento em nossas funções.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: Sim. Atendimentos às mulheres que sofrem ameaças, e até
mesmo para poder protegê-las dos que as atentam.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R:Não.
161
Sujeito de pesquisa nº 28
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 17 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( x ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: O atendimento exclusivo as mulheres vítimas de violência e o atendimento ao menor, seja ele vítima ou
infrator
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Para uma cidade com a proporção de Araranguá, o atendimento está razoável. As funcionárias registram
boletins de ocorrência de violência contra a mulher (ameaças, lesões, estupro, ato libidinoso, etc), e tamm
quando as crianças são vítimas de agressões ou violências sexuais. Fazem os procedimentos referentes a estes
crimes.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta. R: Não.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: A comunidade procura a DM porque é especializada.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não seria bom. As mulheres não se sentiriam a vontade, assim como as crianças vítimas de abusos ou
violências. Se bem que a força masculina é necessária em alguns momentos, pois impõe respeito.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Fiz academia há cerca de 18 anos, e o preparo foi bem fraco. Sei que teria condições de apreender, se
fosse deslocada para uma outra função. Mas acho que o Policial deveria sair da Academia já preparado para
qualquer atividade.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: Psicológico
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: xxxxxxxxx
162
Sujeito de pesquisa nº 29
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 25 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( x ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
É uma delegacia especializada no atendimento da mulher vítima, sendo diferenciada em vista do envolvimen-
to emocional e a necessidade de tratamento humanitário.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Existem algumas deficiências. No meu entendimento nas Delegacias de Mulher, deveria sempre existir
atendimento social e psicológico, e se possível, atendimento de um representante da OAB, para esclarecer
seus direitos.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Acho que a Delegacia da Mulher traz muitos benefícios a mulher vítima, visto que esta recebe
tratamento especializado, se sentindo mais confiante em denunciar, o que leva a coibir futuras agressões e
maus tratos.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Pelo fato de serem atendidas por Mulheres Policiais, a vítima se sente mais a vontade para relatar seus
problemas, e tem esperança de lá ser compreendida.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: No atendimento deveriam haver apenas Mulheres Policiais, mas concordo que poderia haver também
policiais homens, os quais poderiam trabalhar nas investigações e cumprimento de mandados de Intimação e
Condução Coercitiva, dos indiciados.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, visto que as unidades policiais mencionadas têm trabalhos especializados e específicos, e o policial
tem treinamento mais generalizado.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: Sim. Curso de atendimento social e psicológico do gênero.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim. Gênero é a peculiaridade que envolve os trabalhos especializados.
163
Sujeito de pesquisa nº 30
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 13 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( x ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Particularmente acredito que a DM, especialmente de Araranguá, prestou serviços mais relevantes à
comunidade, hoje, sucateada em termos de estrutura humana, apenas cumpre papel administrativo, e não foi
“fechada” por atender a interesses político-eleitoreiros de autoridades das mais diversas áreas a começar pela
própria chefia da PC; no entanto, em estando em uma DM em pleno funcionamento, com toda a estrutura
humana necessária, o trabalho é diferenciado na medida em que a mulher sente-se, ao menos teoricamente,
protegida e “privilegiada”, depois de tantos anos de não ter onde ir, ao ter um atendimento voltado para si.
Nos dias de hoje ainda, principalmente em cidades com valores tão provincianos como é o nosso caso, mulhe-
res sofrem todo tipo de agressões e constrangimentos, não só em seus lares e de companheiros do sexo oposto
mas também de seus pares na sociedade como um todo. A mulher ainda é vista como a culpada quando algo
errado em sua vida conjugal, e é grande o constrangimento que sente ao ter que recorrer a um órgão pú-
blico para tratar de assuntos tão íntimos quanto são as agressões físicas, psicológicas, morais, emocionais.
Com uma estrutura adequada, a DM pode proporcionar a esta mulher espaço próprio, profissionais conhece-
dores e comprometidos com esse trabalho específico, e dessa maneira oferecer sim um atendimento diferenci-
ado e que possa produzir ao fim resultados positivos na comunidade
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Sempre levando-se em conta a estrutura necessária para tal, a DM pode levar à comunidade em que presta
seus serviços, vários tipos de atividades que tragam reais benefícios a seus membros; geralmente, engajam-se
seus funcionários numa gama imensa de atividade, ou tem, se houver interesse, um universo de setores em
que pode atuar, tais como: prevenção de conflitos domésticos dos mais diversos tipos, incluindo necessari-
amente a questão da educação dos filhos, tão problemática nos dias de hoje, na conscientização da comuni-
dade quanto aos problemas da saúde pública que levam quase que obrigatoriamente à segurança, como o são
o problema da droga, alcoolismo, etc, na realização de audiências de conciliação dirigidas por profissionais
com competência para tal.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Quando consegue desenvolver um trabalho de qualidade, com comprometimento efetivo e de
competência, sim. Se um conflito familiar, por exemplo, é solucionado, ganha a família toda, núcleo básico
da comunidade e por extensão, há uma melhoria na qualidade de vida dessa comunidade.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta. R: xxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Na busca de um atendimento adequado a problemática vivida naquele momento, na ânsia de encontrar um
fim para problemas que não conseguem solucionar a contento sem ajuda externa, na busca de autoridades
que possam pôr ordem em sua vida acreditando que não podem exercer s, autoridades em suas próprias
vidas.
164
Continuação Sujeito 30
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: O atendimento que a mulher busca na DM é específico e o assunto geralmente, delicado e íntimo, portanto
ela se sente constrangida quando encontra um homem, no entanto, sabendo-se que a DM trabalha por vezes
com pessoas de natureza “violenta” e com a problemática dos menores, os quais nos dias de hoje demonstram
um grande conhecimento do ECA, resulta difícil às mulheres policiais exercerem sozinhas todas as atividades
necessárias ao bom funcionamento dos trabalhos, sendo assim, acredito que homens seriam sim, de grande
ajuda no efetivo das DMs.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Evidentemente. Desde o início tenho repetido, os anseios da comunidade são em relação a um trabalho de
qualidade que somente poderá ser oferecido de fato, quando os profissionais envolvidos estejam engajados
num processo de desenvolver atividades que possam apresentar resultados positivos e de relevância para esta
comunidade, e na minha opinião isso acontecerá quando o corpo profissional está capacitado e preparado
emocionalmente para tal.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) Não Por que? R: Sim. Como disse que questão anterior, que se ter um enga-
jamento, uma busca de qualidade. Imagino que a Academia poderia oferecer cursos específicos, palestras,
encontros entre funcionários de Dms de todas as regiões, mesmo que aos poucos, para uma troca de experi-
ências. Que os funcionários poderiam (por exemplo) estagiar em outras DMs durante algum tempo (visando
trazer práticas positivas, levar conhecimento e trocar experiências) o que seria de grande valia para o traba-
lho final.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não tenho recordação sobre o assunto.
165
Sujeito de pesquisa nº 31
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 13 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( x ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: O atendimento específico a mulher e ao menor.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A Delegacia da Mulher presta os mesmos serviços que qualquer outro distrito.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Na expectativa de resolver seus problemas.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não deveria, pois inibe, constrange as mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( x ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Para quem trabalha em CP, no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a banco e anti-seqüestro se faz
necessário o treinamento específico, para própria segurança do policial.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( x ) Não Por que? R: o. O bom policial desempenha suas funções em qualquer
Delegacia.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
166
Sujeito de pesquisa nº 32
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 19 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( x ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atendem casos em que envolve a mulher como a vítima de maus tratos e menores.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à comunidade,
do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É um atendimento parcial em razão de não permanecer um policial de plantão 24 horas. A DM deveria atender melhor
as vítimas que procuram aquele órgão, visto que é prioridade desta delegacia este tipo de ocorrência. Muitas delegacias da
região atendem ocorrências que deveriam ser encaminhadas diretamente para a DM para prosseguimento do fato.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, ajuda as mulheres no sentido de se expressarem com mais intimidade.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim, por alguns meses.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, embora seja um trabalho mais voltado para a polícia feminina, mesmo assim ajudaria no sentido a
de aconselhamento.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: É uma resposta que a mulher quer dar a comunidade que ela na maioria das vezes é vítima.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acredito que este trabalho está mais voltado para a polícia feminina, a presença do policial masculino
seria mais uma força que elas poderiam contar em algumas ocorrências.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades policiais em
delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que trabalham especificamente no
combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( x ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim, atividade policial em dele-
gacia de trânsito e atividade no sentido de atender bem as pessoas que procuram delegacias para registro de ocorrências.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, as pessoas que procuram uma delegacia de polícia querem no mínimo ser bem atendidas. Atender
bem não significa resolver o crime, prender o delinqüente, mas sim, saber conversar com a vítima acompa-
nhá-la até o local do crime e até dar um conselho edificante.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, conhecer a situação, entender de causas que envolvam mulhe-
res, menores, para depois de treinados passar para elas alguma sugestão positiva ou encaminhá-las aos ór-
gãos competentes conforme o caso.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Desconheço esta situação.
167
Sujeito de pesquisa nº 33
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
O tratamento com a mulher e o menor.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Desde que foi criado, a idéia da delegacia da mulher com seus objetivos específicos, e inclusive uma dele-
gada, seria a forma ideal.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, com certeza uma mulher sentiria-se mais a vontade em relatar assuntos de ordem íntima
com outra mulher.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, mesmo achando que a delegacia da mulher fosse preferencialmente às mulheres.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque a mulher se sente mais a vontade para relatar assuntos íntimos a outra mulher.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Na falta de efetivo do sexo feminino.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, para não cometer erros.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, relações humanas.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: XXXXXX
168
Sujeito de pesquisa nº 34
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCREVENTE POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A única diferença é no atendimento específico as mulheres e menores.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Igual as outras. Serviço à comunidade que a DM presta, não tenho conhecimento.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Acho que é difícil trabalhar em ambientes que possuem muitas mulheres.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque o estado procurou dar um atendimento específico nos casos em que a mulher e menores são víti-
mas, ao invés de ter especializado mais as policiais e ficado estas nas DPs.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não vejo nenhum problema mas porque não as mulheres estarem juntas na DP com os homens.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, já que a cada dia que passa, os policiais são cobrados pela sociedade das possibilidades de solucionar
os problemas e para isso precisa-se de treinamentos com freqüência.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: o Porque os policiais possuem certo conhecimento para
resolver questões que são tratadas na DM.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não tenho conhecimento.
169
Sujeito de pesquisa nº 35
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 19ª Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 21 anos
Órgão em que trabalha: ( X ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A Delegacia da mulher, diferencia-se das demais Delegacias, referente o trânsito e da DEIC.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Vejo o funcionamento da delegacia da Mulher normal, sendo desempenhado por funcionários competen-
tes.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: A Delegacia da Mulher presta benefícios para a comunidade, no sentido de proteger a mulher e
o adolescente.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para melhor conhecimento de proteção e segurança.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Sempre é bom a presença de um homem policial na delegacia da Mulher, para auxiliar no efetivo diário,
exemplo, não somente o menor agressivo, mas homem contra a mulher.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim, durante minha
formação policial na Academia.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Todos os treinamentos são interessantes.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim O policial durante o período da Academia adquiri instruções
normais, e para trabalhar na delegacia da mulher seria interessante um treinamento específico, tratando-se
da mulher e do adolescente.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que o da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Gênero, define sexo masculino e feminino; menino X menina.
170
Sujeito de pesquisa nº 36
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino (X ) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atendimento específico.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Muitas vezes agimos como assistente social, pois não atuamos sempre como policiais.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, na orientação às mulheres vítimas, bem como criança e adolescente, encaminhando-os aos
órgãos competentes.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para receber atendimento mais adequado, qualificado.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não acho problema algum, pois temos que ver o profissional e não o homem ou a mulher.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, após assumir suas funções, só assim deverá receber treinamento de acordo com a função que exerce-
rá, para um maior desempenho em seu trabalho.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, relações humanas e principalmente receber orientações refe-
rentes aos direitos da mulher.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim. Modo ou maneira como devemos tratar o assunto referente a vion-
cia contra a mulher.
171
Sujeito de pesquisa nº 37
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 11 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Apurar os atos infracionais praticados por criança e adolescentes, aplicando as medidas previstas no ECA.
Apurar a autoria de crimes praticados por homens, contra a vida e aos costumes da mulher.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Considero útil e essencial, pois é grande o número de casos relacionados à mulher e menores, necessitan-
do de um atendimento diferenciado.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Penso que sim, justamente por esse trabalho diferenciado que presta, oferecendo apoio psicológico
às mulheres vítimas, bem como aos menores infratores, ajudando-os, na maioria dos casos, a se livrarem dos
vícios, e conseqüentemente da prática de delitos.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, como em qualquer outra Unidade Policial.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque estão informados de que lá receberão atendimento apropriado.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Penso que não deve haver restrição, pois o treinamento inicial, no curso de formação da Academia é igual
para todos.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, porque os policiais estarão mais aptos a desempenhar tais funções.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Entre outros, na área da psicologia, à fim de poder dar sua
contribuição pessoal para ajudar a reverter o quadro social dramático em que se encontram, principalmente,
nossas crianças e adolescentes
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não recordo.
172
Sujeito de pesquisa nº 38
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Araranguá e
Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desenvolvimento de minha
pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da Delegacia da Mulher na 19ª Região
Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados obtidos serão usados apenas para fins acadêmi-
cos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a vontade para expressar sua opinião livremente. Sua parti-
cipação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( X ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A DPCAPM visa atender mulheres vítimas de crimes diversos, em especial aos delitos de lesão corporal, ame-
aça, estupro, etc, bem como as ocorrências envolvendo crianças e adolescentes.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Não tenho qualquer experiência de trabalho na DM, pois minha comarca sequer existe esta especializada.
Acredito que o objetivo principal da DM é o atendimento à mulher realizado exclusivamente (ou quase) por
policial feminina. A mulher vítima terá maior facilidade em comunicar a ocorrência quando atendida por
outra mulher, principalmente em casos de estupro.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Certamente que sim. A mulher certamente terá mais “coragem” em comparecer a uma delega-
cia especializada para denunciar a autoria do delito em que foi vítima. Assim, conseqüentemente, mais ho-
mens serão punidos pelos crimes cometidos contra mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, sem problema algum. Apesar de nunca ter trabalhado em DM, sou eu a única escrivã atualmente na
comarca, sendo que os casos envolvendo estupros sempre são para mim distribuídos. Temos vários exemplos
que as vítimas ficaram constrangidas ao prestarem depoimento para policial do sexo masculino. É claro que
haveria a necessidade de um aperfeiçoamento específico.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: A comunidade vê a DM como um órgão exclusivo para o atendimento a mulheres. Apesar de nem sempre ser assim, as
mulheres esperam que haja um atendimento diferenciado daquele de outra DP.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não vejo a necessidade de policiais homens na DM.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades policiais em
delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que trabalham especificamente no
combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Obviamente que sim. Como existe grande movimentação de pessoal de uma DP para outra, é necessários
todos os policiais participarem de cursos específicos (em todas as áreas).
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Principalmente curso que trata o lado psicológico e emocional
das pessoas (aí incluindo o policial, vítima, autor, criança, adolescente).
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não ouvi falar. Trata-se dos “tipos”de delitos que são atendidos na
DM???
173
Sujeito de pesquisa nº 39
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 24 anos
Órgão em que trabalha: ( X ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Um atendimento mais humanizado para a mulher vítima de agressão.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Eu vejo como um grande avanço para as mulheres terem uma delegacia especializada.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Eu acredito que vários são os benefícios, porém um é de fundamental importância, serem
atendidas e ouvidas por policiais mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque a mulher vítima de qualquer tipo de agressão, muitas vezes procura mais uma pessoa que lhe d6e
atenção e lhe ouça do que uma ação policial propriamente dita.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Eu não tenho nada contra, desde que o primeiro atendimento, feito no momento da ocorrência seja feito por uma mulher.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, porque quanto mais aprendemos, mais podemos aplicar no desempenho de nossas funções.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Um treinamento mais voltado para o lado psicológico.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
174
Sujeito de pesquisa nº 40
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Araranguá e
Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desenvolvimento de minha
pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da Delegacia da Mulher na 19ª Região
Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados obtidos serão usados apenas para fins acadêmi-
cos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a vontade para expressar sua opinião livremente. Sua parti-
cipação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 2 anos e oito meses
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( x ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existentes na Polícia
Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes, de roubo a banco, etc;
quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R: Nunca trabalhei numa DP-
CAPM, mas acredito que a principal atribuição da DP da Mulher é atender as mulheres, crianças e adoles-
centes, vítimas de violência doméstica e outros crimes, dando atenção especial, uma vez que geralmente
quando estas vítimas recorrem a DP é porque não tem outra saída, buscam além de atendimento, proteção.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à comunidade,
do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A DM funciona côo outro órgão da polícia civil, pom atende especificamente as mulheres, crianças e
adolescentes, com intuito de garantir segurança e proteção as vítimas de crimes como estupro, atentado vio-
lento ao pudor, violência doméstica entre outros.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: sim, segurança, proteção, esclarecimento com relação a direitos, ECA,.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, como policial minha função é “segurança pública”, trabalhar na DP da Mulher, exigiria um preparo
maior na parte de suporte psicológicas vítimas, precisaria de algum curso ou palestra, mas acredito que teria
condições de desempenhar um bom trabalho.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: para tentar solucionar seu problema com relação a crimes de que é vítima. Sensação de proteção.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acredito que as vítimas se sentem menos constrangidas quando são atendidas por mulheres, mas quanto a
proteção, acredito que também se sintam seguras por serem atendidas por homens e mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Na verdade na Aca-
demia, no curso de formação, votem uma noção da instituição como um todo, depois de lotado é que você
vai desempenhar um trabalho específico e receber alguns cursos de capacitação.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, todo curso de atualização e capacitação, torna os policiais mais aptos a realizarem seu trabalho, e a
resposta é sentida pela população que recebe um atendimento melhor.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Palestras com psicólogos e conhecimento dos direitos da Mu-
lher, da criança e adolescente (DPCAPM).
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
175
Sujeito de pesquisa nº 41
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( X ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
É uma Delegacia especializada, específica para atendimento da mulher vítima de violência.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A delegacia da Mulher visa atender a vítima de violência, desde o registro de ocorrência e lavratura de
termos específicos para encaminhamento ao Fórum (crime), dando orientação e encaminhamento específico
(hospital, assistente social, advogado, psicólogo, Conselho Tutelar).
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, facilita para a mulher vir fazer a denúncia por se sentir mais a vontade já que será atendi-
da por mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sempre trabalhei em Delegacia da Mulher.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.R: xxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por acreditar que a delegacia vai ajudar a resolver seus problemas, depois de terem procurado outros mei-
os de resolve-los e não obter êxito.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acho importante para serviços externos.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois torna mais fácil o atendimento tendo o conhecimento específico do assunto.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Atendimento à vítima, encaminhamento, etc.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
176
Sujeito de pesquisa nº 42
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
rang e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 7 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Ambiente e atendimento personalizado e preparado ao atendimento das mulheres.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Acompanhei muito pouco os trabalhos da Delegacia da Mulher, que em nossa região, encontra-se instala-
da em Araranguá mas, pelo que tenho percebido, além do atendimento ao público, instauração de feitos poli-
ciais etc., o acompanhamento psicológico das vítimas mulheres é muito importante no complemento de de-
terminadas situações por que passam as vítimas mulheres.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Na área de atuação, indiscutível os benefícios que a DM traz à comunidade pois, sendo uma
Delegacia especializada em determinadas ocorrências cujas vítimas são mulheres, a meu ver, já explica por si
a importância, uma vez que o público-alvo, as mulheres, são beneficiadas com atendimento personalizado,
por policiais mulheres, na maioria das vezes, tem mais capacidade para dirimir dúvidas e proceder de forma
mais eficaz nos delitos envolvendo mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Nunca trabalhei em Delegacia da Mulher, mas de
outro tanto, nesta DPMu de São João do Sul por exemplo há uma policial, a escrevente Ana Lúcia, que colabora,
em muito, no atendimento de ocorrências envolvendo mulheres e, pelo que percebo, as mulheres, principalmente
vítimas, demonstram mais liberdade em denunciar a relatar determinados fatos, quando são atendidas por polici-
al mulher.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Nunca trabalhei numa DM e acredito que não teria problemas em trabalhar em Delegacia da Mulher pois
entendo que no ambiente de trabalho homens e mulheres devem interagirem-se de forma a quebrar paradig-
mas o que, naturalmente e conseqüentemente, transmitira mais confiança ao público-alvo, a mulher. É lógico
que em determinadas situações, as mulheres... (INCOMPLETO).
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por entender que naquele local, poderia existir menos constrangimento e mais atenção às ocorrências
envolvendo mulheres.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Ajudaria a quebrar o preconceito do atendimento com policial masculino, o que ainda constrange algumas
mulheres e ajudaria a quebrar o tabu de que mulher deve ser atendida por mulher.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
177
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: É consabido que a polícia está passando por profundas transformações, principalmente estruturais. Nesse
ínterim, entendo que é fundamental que o policial seja qualificado, treinado para trabalhar em determinadas
funções inclusive, adequando o perfil daquele policial às necessidades da instituição e do cidadão, no público-
alvo. Muitos policiais são chamados de relapsos, preguiçosos, indolentes mas, na maioria das vezes, o que
percebo, são reclamações dos próprios policiais de que não são valorizados. Tenho como exemplo colegas que
eram taxados de “vadios” mas quando foram designados para funções específicas, foram elogiados. Há escri-
vães que são operacionais e investigadores que se adaptam em cartórios e etc... Treinar e qualificar os polici-
ais para o desempenho das funções nas unidades policiais é básico à busca da eficiência nos trabalhos polici-
ais e, ter Delegados líderes é a engrenagem necessária par dar continuidade ao processo.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: No geral, o policial é um “clínico geral”. Como a DM é especializa-
da, entendo que o policial deveria receber treinamento ligado à área de assist6encia social (pois às vezes so-
mos juiz de paz, assistente social, “padre”), qualidade no atendimento do público feminino e treinamentos
específicos para que o policial entenda como proceder no atendimento à mulheres/vítimas em determinadas
situações. Treinamentos psicológicos também são muito importantes, ao meu ver.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, vojá
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Desconheço o assunto.
178
Sujeito de pesquisa nº 43
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 7 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
As atribuições da DM é uma delegacia especializada com a finalidade de atender as ocorrências quem envol-
vem a mulher, a criança e o adolescente. E neste atendimento, ela no se difere muito da DPCº, onde trabalho,
porque a DPCº das cidades onde não DM, atendem também as ocorrências quem envolvem a mulher, a
criança e o adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Cada Comarca do estado deveria ter uma DM e o apenas nalgumas cidades, visto a importâncias destas
delegacias. Não tenho conhecimento da qualidade do serviço prestado, mas acredito que os profissionais
sejam qualificados com cursos de atualização para realizarem o atendimento do qual as DMs necessitam.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, com o foi dito na resposta anterior, se os profissionais recebem uma qualificação específicas
para este atendimento, os usuários daquelas delegacias serão melhor atendidos, orientados e encaminhados, con-
forme sua necessidade.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, uma vez que me fosse oferecido algum curso de capacitação para prestar um bom serviço nesse tipo
de delegacia.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque ela existe e para são mandadas as pessoas quando naquela cidade a DM existe e as pessoas
procuram outra delegacia.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher? R: Necessária. A
diferença de sexo não significa que o homem não saiba desempenhar um bom serviço numa DM.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, são úteis. Para cada função, para o bom atendimento do cidadão é necessário capacitação e aperfei-
çoamento.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Qualidade no atendimento, relações humanas, psicologia.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
179
Sujeito de pesquisa nº 44
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 20 anos
Órgão em que trabalha: ( x ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existentes na Polícia
Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes, de roubo a banco, etc;
quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R: É atribuição dessa delegacia
investigar e apurar delitos cujas vítimas sejam mulheres, citando os casos de lesão corporal, ameaça, atentado
violento ao pudor, dentre outros.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à comunidade,
do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O atendimento é apenas razoável, pelo fato da entidade não dispor de pessoal qualificado e equipamentos
de trabalho suficientes. Os funcionários da Delegacia da Mulher devem gostar do trabalho que fazem e prin-
cipalmente demonstrar carinho e segurança par as pessoas que procuram o órgão em busca de solução para
os seus problemas. Não basta ser mulher para exercer a função policial numa Delegacia da Mulher, tem que
ter sensibilidade e capacitação para tratar os delitos cujas vítimas são mulheres.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. A Delegacia da Mulher funciona como o primeiro refúgio. É paraque a mulher se diri-
ge para buscar ajuda. São muitos os benefícios que a Delegacia traz para a comunidade, desde a orientação
psicológica, conjugal, até o encaminhamento dos casos para solução da autoridade judiciária.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Como mencionei, as pessoas devem ser aptas para trabalhar num órgão dessa grandeza. Eu não
me julgo competente para tal.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher? R: Porque espera poder ser bem aten-
dida, bem como acredita que pode ter uma solução para os seus problemas.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Sou contrário a presença de homens no ambiente de trabalho da delegacia da Mulher. Uma mulher não se
sente segura em relatar fatos para um homem. Elas se sentem envergonhadas, principalmente quando preci-
sam contar detalhes que envolvam a intimidade sexual.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades policiais em
delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que trabalham especificamente no
combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Com certeza. Na realidade o que acontece atualmente na Polícia Civil é o seguinte: O tempo de curso na
academia é curto. O policial aprende superficialmente sua função. Na verdade ele aprende é no dia-a-dia
quando assume sua função na delegacia.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Treinamento psicológico e de bom relacionamento com o público.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
180
Sujeito de pesquisa nº 45
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 7 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Porque tratam de delitos, crime e situações envolvendo especialmente mulheres.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É fundamental a qualquer cidade. Acho que os serviços estão dentro de um padrão aceitável, contudo
como em todas as áreas são necessários aperfeiçoamentos.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, pois direcionam os serviços para uma delegacia específica, facilitando a elucidação dos
mesmos.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, porque o dinamismo dentro da segurança pública é fundamental, e também porque trabalhando nu-
ma delegacia da mulher, possa observar melhor os problemas relacionados a crimes ou delitos que envolvam
mulheres.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque sabe que pode resolver seu problema. Expondo a outra mulher, e também porque tem conhecimen-
to que é o local adequado.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Não acho nenhum problema nisto. Haja vista que existem homens que tem bom discernimento em resolver
problemas em todas as áreas.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( x ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Algumas noções de
trânsito; algumas noções de abordagens a residências.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois quanto mais o profissional estiver treinado para uma função específica, melhor serão os resulta-
dos na prática.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Voltado às questões familiares, sociais e humanas.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
181
Sujeito de pesquisa nº 46
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 20 anos
Órgão em que trabalha: ( x ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
O atendimento específico aos crimes e contravenções relacionados à mulher e ao adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Vejo bastante útil e proveitoso para a comunidade, pois presta atendimento especial às mulheres e adoles-
centes.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: As Policiais Civis que ali trabalham tem maior sensibilidade no trato e atendimento das ocor-
rências relacionadas.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Gosto de me relacionar e/ou trabalhar com colegas do sexo oposto.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque as mulheres agem com o coração na maioria das vezes.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Deve ter sempre algum PC masculino na DM, para impor mais as ordens que a Lei determina.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Fiz ACADEPOL em
1984, na época foi dado treinamento geral, o houve treinamento específico dos assuntos acima relaciona-
dos.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois especializa o policial para exercer com mais sabedoria seu mister.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, estudar o ECA e as Leis/crimes contra as mulheres, os proce-
dimentos que cada casa requerem, etc.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: refere-se a questões de identificação social e papel do indivíduo na socie-
dade).
182
Sujeito de pesquisa nº 47
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR DE POLÍCIA
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 13 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( X ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Sua competência
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Bom. Mas deveria ser mais reconhecido dentro da própria instituição (PC), mais funcionários, etc.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Pelo tipo de serviço que presta ou oferece a comunidade. É muito mais fácil irmos em uma
Delegacia registrar uma ocorrência de furto ou outros do que uma mulher denunciar que é tima de agres-
sões físicas ou morais, por isso é necessário esta Especializada para que a vítima se sinta mais protegida e
mais a vontade.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher? R: Quando da necessidade, pela com-
petência
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Como qualquer outro policial, não faz diferença ser homem ou mulher, sóo pode ser somente homens,
devido ao constrangimento da vítima na hora da denúncia.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim! Para melhor atendimento e assistência às vítimas.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo?
R: Usa-se muito a psicologia e o bom senso nos atendimentos às vítimas e também a seus filhos.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não.
183
Sujeito de pesquisa nº 48
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 17 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
O atendimento a mulher de forma mais específica, bem como atenção especial a violência contra a criança e
o adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É de fundamental importância uma vez que a mulher se sente mais protegida ao ser atendidas numa dele-
gacia que visa protegê-la.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, melhora a imagem da mulher vítima, uma vez que é atendida por mulheres que pelo menos
em tese devam vê-las como vítimas em potencial.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque busca apoio, proteção e espera ser atendidas bem, coisa que em certas delegacias não acontece.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Às vezes é necessário, os homens que vem detidos respeitam mais o policial homem.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Muito, quando entramos na academia não somos devidamente preparados para as diversas situações que
iremos enfrentar.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim apoio psicológico para saber atender e aconselhar as vítimas,
e também para não nos envolvermos a ponto de introjetarmos os sofrimentos das vítimas, e outros como defe-
sa pessoal mais concentrada.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não. Desconheço este termo.
184
Sujeito de pesquisa nº 49
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 10 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
O atendimento a mulher de forma mais específica, bem como atenção especial a violência contra a criança e
o adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A delegacia da mulher não está preparada para atender de forma adequada a todas as ocorrência que a ela
chegam. Na maioria das vezes este atendimento é falho, não por vontade ou má vontade dos funcionários que
ali atuam, mas pela falta de qualificação, de material humano e institucional.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sempre existem benefícios, apesar das dificuldades. Ela serve como ponto de apoio para o início
de trabalhos sociais, para diminuir as violências sofridas por mulheres e crianças e adolescentes.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para que sejam problemas sejam resolvidos de forma mais qualificada.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: É de suma importância, pois casos em que para se conter o “agressor”, como em casos de violência
contra a mulher, a abordagem deve ser enérgica.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Não, os treinamentos
não foram específicos, mas sim generalizados e superficiais.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim conhecimento dos direitos da mulher, conhecimento do ECA,
psicologia.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
185
Sujeito de pesquisa nº 50
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 13 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A DM presta atendimento a mulher e ao menor infrator.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A DM presta vários tipos de trabalho do crime ao psicológico, mas infelizmente não existe efetivo suficien-
te e o atendimento é precário.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, pois tem muitas mulheres que se sentem constrangidas e quando necessário não procuram
outra delegacia.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta. R: xxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque se sentem mais a vontade em um órgão eu é único para sua defeza.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: É necessário para determinadas diligências onde envolve embriagues e em muitas outras situações de
autores agressivos.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: Sim.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, psicologia.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que o da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
186
Sujeito de pesquisa nº 51
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 12 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atender somente mulheres vítimas, crianças, adolescentes vítimas e infratores.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O funcionamento é igual a todas as delegacias. A delegacia da mulher é útil, porque as mulheres sentem-
se mais a vontade em procurar uma delegacia onde sabe que ali vai ser atendida por mulheres.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não. Acho que é uma delegacia como outra qualquer.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta. R: xxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Algumas porque preferem ser atendidas por mulheres, outras porque acham que por ser uma delegacia
especializada vai ser resolvido todos os seus problemas, e na verdade não existe nenhuma lei diferenciada
para proteger a mulher.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acho necessário.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Durante a formação
que é de 4 meses foi recebido um treinamento em geral, o policia sai da academia sabendo um pouco de tudo,
até porque em 4 meses não dá para sair totalmente treinado. Isso acontece é depois no dia a dia.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Inclusive em Florianópolis existe uma academia (ACADEPOL), que convoca os policiais para trei-
namento. Acho interessante, pois tem policiais com muitos anos de profissão que estão retornando para a
academia.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( X ) não por que? R: Não. Porque a delegacia da mulher não é diferente de outras
delegacias. Todas as delegacias tem que ter policiais treinados a dar um bom atendimento aos que procuram
uma delegacia.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Desconheço a palavra “gênero”.
187
Sujeito de pesquisa nº 52
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( ) masculino ( x ) feminino Tempo de serviço na PC: 14 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
As DMs foram criadas pra atender as mulheres vítimas, violência doméstica, sexual, etc., com serviços e aten-
dimentos específicos à mulher.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Poderia ser melhor o atendimento, na maioria dos locais onde está instalada a DM não possui lugar pró-
prio para abrigar a mulher vítima. O trabalho desempenhado, na medida do possível, é bom e a DM é muito
útil para a comunidade e principalmente para a mulher.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: O local de atendimento e a forma como a mulher é atendida, o tratamento é diferenciado, dei-
xando a mulher mais tranqüila para expor seu problema.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta. R: xxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Em alguns casos para expor os problemas domésticos, violência, desabafar e procurar ajuda
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Importante, estamos na luta pela igualdade, o certo é que mais homens tenham este envolvimento com o
problema da mulher vítima.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( x ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim. Registro de ocor-
rência, investigação, defesa pessoal, abordagens, treinamento com arma.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: E como, a teoria que se aperfeiçoa na
prática, sempre, tudo o que se faz tem a sua utilidade, nada é em vão.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, aprender a lidar com o problema da violência doméstica, sem
rotular ou discriminar a mulher, um atendimento mais humanitário.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Gênero é a classificação daquilo que se está falando. A mulher no concei-
to “gênero” em nossa cultura é vista e tida com um ser frágil, passiva, submissa, por isso quando é vítima de
violência o agressor a julga incapaz de se defender.
188
Sujeito de pesquisa nº 53
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( X ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Entendo que as atribuições da Delegacia da Mulher, são conciliações, orientações aos casais, visto que, existe
muita falta de informação, sobre o convívio no matrimônio. Esta falta de informação trás, os desentendimen-
tos, agressões, físicas e verbais. Portanto, o profissional para trabalhar nesta seara, tem que estar, de bem,
com o psicológico. Em outras Delegacias trabalha-se direto com o marginal, mas muitos são ex-presidiários,
na maioria das vezes, temos que usar a força para conter certos ânimos.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Reporto-me a resposta a cima
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Entendo que sim. O atendimento é específico sobre a causa, portanto é uma Delegacia especiali-
zada em problemas domésticos.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Eu gosto de resolver fatos que envolva tipo conciliações, que nas Delegacia as partes deveriam ter
uma resposta para o ocorrido.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por tratar-se de uma delegacia especializada, no atendimento a mulher e adolescentes.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: O sexo não faz a diferença, faz a diferença é o profissional.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim no combate
ao tráfico de drogas e roubos.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Todo tipo de treinamento são válidos. A instituição policial, trabalha com resultados imediatos, muitos
querem o amanhã, que fosse feito ontem, no final, ocorre extress, mau atendimento e conseqüência perda do
controle emocional.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim O psicológico.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não sei.
189
Sujeito de pesquisa nº 54
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( X ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atender ocorrência, tendo a mulher como vítima, lidar com menores infratores, problemas familiares, agres-
são, violência sexual, etc. Requer uma DP especializada.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É um trabalho diferente das demais DPs, pois as policiais lidam com vítimas do sexo feminino e mores de
idade. Essas vítimas vão até a DM a procura de uma solução para os seus problemas, sendo estes: conjugais,
vítimas de agressões por parte dos companheiros, pais ou irmãos, abusos sexuais, ameaças, as policiais atuam
no sentido de amenizarem os sofrimentos e tentarem resolver seus problemas.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Traz e muito, pois antes das DMs existirem, as mulheres vítimas de agressões sofridas pelos
maridos, etc, ou vítimas de abusos sexuais, tinham receio e procurar uma DP, pois sentiam-se constrangidas
em expor seus problemas a um policial homem. Hoje elas tem ao seu dispor, policiais femininas, psicólogas
policiais, toda uma estrutura voltada a elas.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não, mas periodicamente auxiliamos a DM.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Pois o policial que trabalha na DM deve ter alguma afinidade em lidar com problemas familiares,
conjugais, agressões, abusos sexuais, menores infratores, e outros que requerem cuidados especiais, etc.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: As mulheres sentem-se mais a vontade em expor seus problemas a uma policial, psicóloga policial, e sabem
que é uma delegacia especializada em resolver “problemas”com mulheres e menores.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Certos tipos de diligência seria necessário a presença de um policial operacional masculino; tais como
buscas e apreensões de menores (muitas vezes estes menores são maiores e mais fortes que muitos adultos),
atender ocorrências onde o marido alterado (muitas vezes embriagado) oferece resistência em sua condução
até a DM, recuperar furtos (praticados por menores) em mãos de receptadores, muitas vezes violentos e cum-
prir MPs.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Apenas noções. O
policial ainda está muito despreparado para certas situações.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: O policial deve estar preparado para to-
das as diligências que vier a acontecer. O treinamento dos policiais deveria acontecer com mais freqüência.
190
CONTINUAÇÃO DO SUJEITO 54
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim Ter conhecimento para lidar com problemas conjugais, vio-
lência sexual, crimes envolvendo mulheres e menores. O policial deveria ter mais preparo, psicológico, assis-
tência social e conhecimentos de leis específicas.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: A mulher que se sente inferior ao seu parceiro na relação conjugal, ela é
agredida, humilhada se sente um objeto na mão do seu “parceiro”.
191
Sujeito de pesquisa nº 55
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 15 anos
Órgão em que trabalha: ( X ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Como o nome mesmo diz “Delegacia da Mulher, este é um órgão especializado que tem como atribuições
apurar delitos cometidos apenas contra as mulheres, e isto é o que diferencia das outras delegacias.
2) Como você vê o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Há algum tempo atrás o funcionamento desta especializada era bem melhor, já que funcionava em regime
de plantão e todos os casos que aconteciam referente às mulheres eram para lá conduzidos, sendo que nos dia
de hoje, após as 18 horas, tais casos são encaminhados para a central de Polícia, entretanto, os trabalhos
realizados pelas funcionárias são de extrema necessidade para a comunidade, eis que são procedimentos que
devem ser apreciados por tais funcionárias, pois conseguem lidar com o assunto de forma mais precisa e
adequada com relação à vítima, já que todas são mulheres.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Os benefícios são muitos dentre eles pode-se citar que: é uma delegacia a mais no municí-
pio; são funcionários a mais no âmbito da segurança; que os procedimentos nela realizados, se fossem reali-
zados por outra delegacia qualquer, com certeza levaria mais tempo para serem encaminhados ao seu destino
final e é claro o benefício maior que é a privacidade que uma vítima tem no trato com seu problema.
4) Você trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Por algum tempo trabalhei junto à delegacia da
mulher em conjunto com o 1ºDP, e por muitas vezes atendi casos da DM e era perceptível o quanto a vítima
“mulher” se sentia retraída por ser atendida por um policial, principalmente no momento em que deveria
relatar seu problema. Não é nada agradável para uma mulher ter que expor seu problema a alguém do sexo
masculino, que os fatos que a trazem a esta especializada, geralmente são muito constrangedores. Entre-
tanto, sempre que a mim cabia tal atendimento, procurei fazê-lo de forma agradável à vítima, deixando-a
desinibida e, assim, com seguindo realizar todos os procedimentos necessários relativos àquele fato.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Em meu entendimento, um policial não tem o mesmo tino que uma policial para atender uma vítima
mulher. Geralmente quando uma mulher procura tal especializada, com certeza ela deve ter passado por
problemas anteriores, e o que ela precisa realmente é de um atendimento especializado, e s, policiais do
sexo masculino, não conseguiríamos dar a devida atenção a tais casos, pois não obtivemos treinamento espe-
cializado.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Pelo atendimento especializado que a delegacia propõe.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Em minha opinião, a presença de policiais do sexo masculino nesta especializada, é favorável apenas em
diligências de campo, onde estes darão um melhor apoio a mulher policial.
192
CONTINUAÇÃO DO SUJEITO 55
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Acho válido e de grande necessidade todo tipo de treinamento em todos os setores da segurança, por-
que um policial hoje pode estar em uma determinada delegacia onde, por exemplo, trabalha com crimes e
amanhã poderá estar em uma outra que trabalha no setor de trânsito, sendo que desta maneira se tiver o
treinamento adequado, poderia suprir a necessidade do momento.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Durante minha formação policial na ACADEMIA, meu treinamento
foi restrito e específico na área de presídios e penitenciárias, entretanto, penso que todo policial deve ter o
treinamento especializado para cada setor da segurança e, em tratando de uma delegacia da mulher, este
treinamento deve ser diferenciado, pois esta delegacia cuida de casos específicos, como por exemplo dos cri-
mes contra os costumes e violência contra a mulher.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Nunca ouvi falar nesta palavra com relação aos crimes contra a mulher.
193
Sujeito de pesquisa nº 56
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Ocorrências em geral de violência contra a mulher e menor.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Atualmente não vejo nada. Porque está abandonada. Não tem recursos humanos para funcionar. “Facha-
da”, não tem administração.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, caso funcione. Dedicação especial aos casos da repartição.
4) Você trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: o, porém é comum atendimento de ocorrência na
central, visto que pessoas conduzidas pela polícia Militar sempre são dirigidas para a central.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não. Não gosto do tipo de ocorrência.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para resolver os seus problemas, com um policial mais qualificado.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Importante. Sendo o policial preparado para trabalhar.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, melhor preparado para trabalhar.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, gostar.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não.
194
Sujeito de pesquisa nº 57
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 08 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( x ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Especificamente um atendimento voltado as mulheres, que sentem-se mais a vontade para expor seus proble-
mas.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Importante,pois presta atendimento diferenciado.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Pois nas mais diversas vezes, as mulheres não procuram delegacias visto que, sentem-se cons-
trangidas, e com a DP da Mulher, tornou-se mais amplo o atendimento de ocorrências envolvendo mulheres.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: XXXXXX
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Devido ao tipo de atendimento voltado as mulheres e também as inúmeras campanhas que tem sido feitas
contra a violência contra a mulher.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Importante, pois alguns casos existe a necessidade do uso de força e nesse caso a presença de homens é
imprescindível.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, pois cada atendimento tem suas peculiaridades, e uma pessoa treinada com certeza desempenha
suas funções de forma a buscar a melhores soluções.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que?
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não.
195
Sujeito de pesquisa nº 58
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 07 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( x ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A DM diferencia-se por ser atendimento exclusivo à mulher-vítima e, em algumas cidades também ao adoles-
cente infrator.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Vejo com muita restrição, pois estes policiais poderiam ser qualificados para realizarem o mesmo atendi-
mento diferenciado, porém, redistribuídos em outras unidades, nas quais contribuiriam com mais atribuições,
pois a carência de efetivo é grande em todas as PCs do Brasil, não sendo necessária uma especializada.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não, completando o item 2, o que interessa é o preparado do policial par atuar e as situações
vividas nos casos em que a DM age e não haver um DP somente da mulher, uma unidade em si.
4) Você trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não, Mas, sim, em cidades onde prestávamos apoio
aquele órgão.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não gostaria. Acho uma função limitada, assim como numa Delegacia somente de trânsito.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque é obrigada. Se o mesmo atendimento fosse dado na central de Polícia, o povo iria dirigir-se para lá,
como ocorre em alguns casos, mas então são orientados à procurar a DM.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Inútil. Pois acabam somente virando guarda-costas ou motoristas das policiais mulheres e, muitas vezes,
acomodam-se naquele história do “plantão”, podendo ser aproveitados nas DPs.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Apenas uma noção
geral. O aprendizado vem com o tempo e a experiência.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim. Sou a favor de diversos tipos de treinamentos, mas sou contra certos tipos de especializadas, pois
umas “elitizam” demais e outras fazem o policial acomodar-se.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( x ) não por que? R: Não. A questão não é que o policial precisa de algum tipo de trei-
namento específico para trabalhar na DM e, sim, que tal treinamento é necessário para lidar com as ocorrên-
cias envolvendo mulheres, independente do nome que tenha a Delegacia onde se trabalha.
196
CONTINUAÇÃO DO SUJEITO 58
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não. Nunca me “apeguei” a conceitos ou palavras, como também não sou
contra atendimentos especializados, sou sim, contra delegacias especializadas, que prejudicam quem trabalha
no restante da Polícia, haja vista serem poucos policiais, principalmente no interior. O caso de Araranguá é
um exemplo. Ali, existe, 1ºDP, DM, DRP e Central. Então me pergunto: não é mais fácil, com exceção da
DRP, criar uma delegacia única e com mais policiais. Fica mais fácil de coordenar tudo com menos burocra-
cia, pois quando um procedimento ou BO é feito numa DP e é competência de outra, na mesma cidade, quan-
to tempo e papel é gasto para remeter para a unidade a que compete.
197
Sujeito de pesquisa nº 59
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Do primeiro atendimento ser realizado por mulher, pois de mulher, fica mais fácil denunciar os fatos.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Precário, atualmente não é valorizado este tipo de atendimento diferenciado.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, pois as mulheres ficam mais livres para relatarem suas agressões.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Atualmente não, porque não existe uma polícia de segurança pública relacionada a Delegacia da Mulher.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Procura porque é um atendimento diferenciado realizado por mulher.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Seria positivo, pois após o primeiro atendimento, a parte de investigação ficaria a cargo da investigação
masculina, mas não há investigação nas delegacias, quanto mais na DPCAPM.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, hoje somos “clínicos gerais” ou “especialistas em plantão”, fazemos tudo no improviso, deveria haver
cursos específicos para cada atuação.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Primeiramente noções de investigação, depois todas aquelas
matérias complementares referente ao atendimento ao público feminino.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não.
198
Sujeito de pesquisa nº 60
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 20 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
(x ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
A diferença é que a Delegacia da Mulher é uma delegacia especializada e o seu atendimento é específico.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A Delegacia da Mulher é um órgão necessário, pois presta um serviço diferenciado, destinado exclusiva-
mente às mulheres e menores vítimas de crimes e menores infratores.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. O benefício principal é a especialização dos funcionários da delegacia da mulher.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não. Até o momento nunca trabalhei.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim. Trabalharia pois é uma delegacia especializada e de grande conceito na sociedade.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque precisam de apoio ou para denunciar um crime e a competência das respectivos crimes é da dele-
gacia da Mulher.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acho que a Delegacia da Mulher é um órgão especializado que somente deve ser exercido por mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Acho muito importante porque prepara o policial para o desempenho daquela atividade.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. No atendimento às mulheres e menores vítimas e infratores.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não, nunca ouvi falar.
199
Sujeito de pesquisa nº 61
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR POLICIAL
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( x ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Deveriam todas as delegacias da Mulher, terem uma psicóloga de plantão, junto com uma mulher delegada.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Todos os trabalhos visam a legalidade da família. A família é a base da sociedade.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirma-
tivo, que benefícios são esses? R: Sim, presta um trabalho voltado para o social.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Sim, visaria o atendimento para a conciliação das partes.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por ser uma delegacia especializada.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Somente para apoio, nos momentos de prisão.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, todo tipo de treinamento é benéfico.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim, voltado par ao lado psicológico do policial.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
200
Sujeito de pesquisa nº 62
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 18 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( X ) Outro Especificar IML
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Atendimento diferenciado e especializado à mulher e ao menor de idade.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: É sabido que o atendimento diferenciado é mais humano e menos humilhantes para as mulheres e meno-
res, estimulando maior número de registro de ocorrências.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim, atendimento diferenciado e mais humanizado.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Não (legista não comporta esse função).
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para registrar agressões (físicas ou morais), abusos sexuais, etc.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Contrária descaracteriza a DM.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, cada função tem rotinas e abordagens diferentes da outra.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, psicológico.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não.
201
Sujeito de pesquisa nº 63
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 19ª Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 1 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( x ) Outro Especificar IML
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Atendimento diferenciado ao público feminino, normalmente vítima de lesões, maus tratos.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Acho que dá respostas mais rápidas a esse público, não conheço em mais detalhes.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: XXXXXX
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Atendimento especializado, empatia, identificação.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Necessária.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: XXXXX
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: XXXXX
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: XXXXXX
202
Sujeito de pesquisa nº 64
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( x ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 1 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( X ) Outro Especificar IML
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: E a delegacia do homem? Do Corneado?
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Havia uma delegada que gostava de se aparecer e acatava tudo que diziam contra qualquer um do sexo
oposto; encaminhando tudo ao fórum com versões tendenciosas mesmo com provas em contrário.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Não.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher?
R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Prejudicado.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Queixa de agressões, lesões e assunto sexual.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Indiferente.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Não.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: Sim, aprender a identificar se o que as mulheres queixam-se na versão deles, real-
mente condiz com os fatos. Muitas se fazem de vítimas.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
203
Sujeito de pesquisa nº 65
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( X ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: 23 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: Pelo que sei a delegacia da Mulher é para atendimento dos casos que a mulher é vítima de maus tratos,
agressões, etc, e de menores vítimas ou infratores.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A DM de Araranguá, eu acho inoperante, pois falta delegada, funcionários, plantão.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses?
R: Uma Delegacia da Mulher bem aparelhada pode ser benéfica à comunidade; como atendimento a mulher
e ao menor, um atendimento diferenciado de outras delegacias, seria uma delegacia especializada para tal.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: A delegacia da mulher deveria ter como funcionários do sexo feminino, que não é o meu caso.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher? R: Principalmente as mulheres mais
carentes, procuram o local tentando algum tipo de ajuda para seus problemas, que as vezes nem são da alça-
da deste DP.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Deveria ser evitado, normalmente vejo delegados no comando dessas delegacias, o que acho um erro, pois
a criação dessas delegacias seria (em tese) para a mulher ser atendida por outra mulher, o que não acontece
em muitos casos. Como as mulheres tendo certo tipo de dificuldade, com menor infrator, etc, por exemplo e
precisam de auxilio masculino, o que pode ser solicitado a outra delegacia ou a PM.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Todo e qualquer treinamento específico para determinada atividade é útil, mas infelizmente muitos trei-
nam ou são treinados para uma coisa e colocados em outra.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo? R: O policial vai trabalhar com certos tipos de problemas e nada mais correto que ser
treinado para tal.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
204
Sujeito de pesquisa nº 66
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 19 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
O atendimento especializado ao menor infrator e às vítimas de violência.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc. R:
Vejo como um atendimento “amador”, ou seja, cada funcionário age de forma bem particular. Ainda não
um preparo técnico profissional que favoreça a uniformidade da atividade.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. Apesar da pouca valorização interna, acredito que a comunidade sente-se de alguma forma
amparada por este serviço especializado.
4) Você trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Esporadicamente faço atendimento às crianças víti-
mas de abuso sexual.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque é orientada para isso.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Acho mais indiciada a presença de mulheres no atendimento ao público, o que não impede a presença de
homens em outras funções (se elas existem).
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( x ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim, recebi treina-
mento para a delegacia de trânsito, mais especificamente para a área de avaliação psicológica.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Com certeza, pois dão maiores conhecimentos, segurança no trabalho e responsabilidade com a função
exercida.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Além das normas específicas desta delegacia, é muito impor-
tante um treinamento adequado às vítimas de qualquer natureza.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Sim, entendo como uma categorização de classes (masculino ou femini-
no).
205
Sujeito de pesquisa nº 67
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: INVESTIGADOR
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 19 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( X ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especificar ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Atendimento à violência doméstica a qual deveria dar um atendimento personalizado e sistematizado às víti-
mas e/ou autores.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: O trabalho é deficiente fazendo somente o básico sem agregar algum valor mais educativo/preventivo sis-
tematizado. Está limitado às questões burocráticas legais convencionais sem preocupação com inovação e
melhoria no serviço prestado.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: É um ponto de referência às vítimas, é mais uma representação social construída pela comunidade
do que ações efetivas através dor registro de ocorrência, a vítima se sente menos vítima.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Apenas nesta.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para fazer valer os seus direitos, para sentir-se vingada, para ter um sentimento de segurança.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Desde que fossem treinados para o trabalho serias muito interessante pois não pode haver discriminação
de gênero neste trabalho.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim (x) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta. R: Evidentemente que sim, pois exige um
atendimento personalizado, por isto ela é considerada uma delegacia especializada, ao menos no nome.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Sobre violência doméstica, políticas públicas, resolução de con-
flitos, desenvolvimento inter e intrapessoal; trabalho compartilhado em equipe; visão sistêmica; polícia comuni-
tária; Direitos Humanos.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Dentro a própria DM não. Em textos literários sim.
206
Sujeito de pesquisa nº 68
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( X ) masculino ( ) feminino Tempo de serviço na PC: XXX
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DP ( X ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( ) Outro Especifica ______
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias?
R: A apuração de ocorrência relativas a menores e mulheres, quando estes são as vítimas.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Não tenho conhecimento das atividades realizadas pela DM neste Município. Penso que, deve ser útil a
manutenção desta delegacia no município/comarca.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirma-
tivo, que benefícios são esses?
R: Na prática não sei, pois não conheço o trabalho realizado, Em tese, a DM deveria trazer segurança aos
lares da comunidade, com as ações pertinentes a este tipo de atividade especializada.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Não.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: A princípio não. Pessoas para trabalharem em delegacias especializadas devem ter no mínimo vocação
para a área afim.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Porque é a delegacia especializada para resolver o tipo de problema demandado.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Sem restrições, desde que, seja mesclado com mulheres.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sem sombra de dúvida. As atividades policiais devem ser executadas por pessoas capacitadas, devendo
atingir o mínimo de eficiência exigido pela função.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( X ) sim - Que tipo?
R: Relacionado a atividade preponderante desta delegacia especial
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”?
R: Não.
207
Sujeito de pesquisa nº 69
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da 1ª Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 16 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( X ) Outro Especificar IML
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Ela é especializada, para mulher, criança e adolescente.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Proteção a Mulher; proteção a criança e adolescente.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Poderia até dar mais benefícios. As mulheres acham mais coragem em saber que tem um órgão
que as protegem.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: xxxxxxxxx
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Por que ela sabe que a Delegacia pode garantir a prestação de serviço em que elas buscam.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Tem mulheres que se sentem constrangidas em comentar seus problemas a eles.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Deveria ter sempre treinamentos específicos.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Psicológico, porque são problemas repetitivos, e para lidar com
problemas repetitivos você pode entrar em questionamento consigo mesmo.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: XXXXXXXXX
208
Sujeito de pesquisa nº 70
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 10 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( X ) Outro Especificar IML
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Proteger a criança e a mulher.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: Acho que a DM é de extrema importância para a comunidade, mas infelizmente nossa DM só está funcio-
namento para fazer uma “média”, isto é, só serve de fachada.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Quando funciona devidamente acho que sim, pois é importante a vítima, principalmente nos
casos das mulheres terem um local adequado para o atendimento e principalmente terem certeza no êxito
para cada problema.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim, na DM da 19ªDRP.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Hoje não trabalho mais e me sinto a vontade para dizer que o gostaria de passar novamente por tal ex-
periência, digo isso pois acho complicado trabalhar com menores infratores onde a lei os protege de forma
errada.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Procura achando que terá solução para o seu caso.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Importante, principalmente na hora de uma “forcinha” física, que muitas vezes se faz necessário.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( ) sim ( X ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu?
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Sim, todo e qualquer conhecimento e/ou treinamento é de fundamental importância para o policial, pois
quando é preparado fica mais fácil de trabalhar com a realidade da DM.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( x ) sim - Que tipo? ( ) não por que? R: Sim. Conhecer melhor as leis em geral e também treinamento para
a forma de atendimento das vítimas e de como lidar com as situações.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
209
Sujeito de pesquisa nº 71
Meu nome é Márcia Cristiane Nunes Scardueli, sou Escrevente Policial da Delegacia de Polícia de Ara-
ranguá e Mestranda do Curso de Ciências da Linguagem da UNISUL. Solicito sua colaboração para o desen-
volvimento de minha pesquisa respondendo o questionário abaixo, que tem como objetivo investigar o papel da
Delegacia da Mulher na 1Região Policial do Estado de Santa Catarina. O questionário é anônimo, e os dados
obtidos serão usados apenas para fins acadêmicos, ou seja, para minha pesquisa de mestrado. Portanto, sinta-se a
vontade para expressar sua opinião livremente. Sua participação é importante!
Função na Polícia Civil: TÉCNICO
Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino Tempo de serviço na PC: 10 anos
Órgão em que trabalha: ( ) DP ( ) DPCº ( ) DRP ( ) CIRETRAN ( ) DPCAPM
( ) Central de Polícia ( ) DPMu ( X ) Outro Especificar IML
1) Considerando os diversos tipos de atividades policiais desempenhadas nos vários setores e delegacias existen-
tes na Polícia Civil atualmente, como as delegacias de trânsito, os setores específicos da DEIC de entorpecentes,
de roubo a banco, etc; quais as atribuições da Delegacia da Mulher que a diferenciam das outras Delegacias? R:
Não há muita diferença. Porque também em outras delegacias a mulher é atendida e é feito os procedimentos
cabíveis, nesta porém, a mulher sente-se mais segura.
2) Como você o funcionamento da Delegacia da Mulher? Responda em termos do serviço que a DM presta à
comunidade, do tipo de trabalho que os funcionários da DP fazem, da utilidade da delegacia da mulher, etc.
R: A delegacia da mulher é útil como todas; as mulheres e crianças sentem-se protegidas.
3) Você acha que a delegacia da mulher traz benefícios para a comunidade? Em caso afirmativo, que benefícios
são esses? R: Sim. As mulheres tem mais segurança em relação aos homens.
4) Você já trabalhou em alguma Delegacia da Mulher? R: Sim.
5) Caso você não tenha trabalhado numa Delegacia da Mulher, você trabalharia? Justifique sua resposta.
R: Trabalharia e estou trabalhando, porque gosto muito de fazer as mulheres se sentirem seguras. Pelo me-
nos é o que nós passamos.
6) Na sua opinião, por que a comunidade procura a delegacia da Mulher?
R: Para se sentirem seguras, principalmente também, a criança violentada dentro de sua própria casa.
7) Qual é sua opinião sobre a presença de homens no efetivo policial da Delegacia da Mulher?
R: Nada a opor.
8) Durante a formação policial na Academia, você recebeu algum tipo de treinamento específico para atividades
policiais em delegacias de trânsito, delegacia da mulher e do menor, centrais de polícia, ou em setores que traba-
lham especificamente no combate ao tráfico de entorpecentes, roubo a bancos, anti-seqüestros, etc?
( X ) sim ( ) não - Se sua resposta foi “sim”, que tipo de treinamento recebeu? R: Sim. Abordagem,
aulas de tiro ao alvo e operacional.
9) Você acha que treinamentos específicos para o desempenho das funções nas unidades policiais mencionadas
na questão anterior são úteis aos policiais? Justifique sua resposta.
R: Muito. Porque já fazem (sic) muito tempo que muitos policiais não tem aulas operacionais e principalmen-
te, aulas de tiro.
10) Para trabalhar na Delegacia da Mulher, você acha que o policial precisaria de algum treinamento específico?
( ) sim - Que tipo? ( X ) não por que? R: Não. É só saber lidar com o povo e compreendê-lo. Principalmente
as mulheres, pois quando vem em uma delegacia, é porque precisam mesmo.
11) No contexto dos crimes de violência contra a mulher, que são da alçada da delegacia da Mulher, você já
ouviu falar na palavra “gênero”? R: Não.
210
Este trabalho foi digitado conforme o Modelo:
“Dissertação”
do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem
da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL
desenvolvido pelo Prof. Dr. Fábio José Rauen.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo