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da física, não nos dão a ideia da criação nova, mas somente de uma modificação da matéria.
Reunir e separar, eis os únicos elementos que o espirito humano acha, ao analisar a ideia da
reprodução; e é também uma reprodução de valor» (valor-de-uso, se bem que aqui o próprio Verri,
na sua polémica contra os fisiocratas, não saiba de que espécie de valor fala) «e de riqueza, se a
terra, o ar e a água se transformam, nos campos, em cereal, ou se a mão do homem converte a
secreção de um insecto em seda, ou se alguns bocados de metal se organizam de modo a formar
um despertador» (Pietro Verri: Meditazioni sulla Economia politica, impresso pela primeira vez em
1773 na edição dos economistas de Custodi, parte moderna, t. XV, p. 21, 22). (retornar ao texto)
13 cf. Hegel, Philosophie des Rechts, § 190. (retornar ao texto)
14 O leitor deve notar que não se trata aqui do salário ou do valor que o operário recebe por um dia
de trabalho, mas do valor da mercadoria na qual se traduz o seu dia de trabalho. Aliás, a categoria
do salário ainda não existe nesta fase da nossa exposição. (retornar ao texto)
15 Para demonstrar que «somente o trabalho é a medida definitiva e real com ajuda da qual o valor
de todas as mercadorias pode ser avaliado e comparado em todos os tempos», diz A. Smith:
«iguais quantidades de trabalho devem ter, em todos os tempos e em todos os lugares, o mesmo
valor para o próprio trabalhador. No seu estado normal de saúde, de força e de actividade, e com o
grau médio de habilidade que possua, ele tem sempre de ceder a mesma porção do seu repouso,
da sua liberdade e da sua felicidade» (Wealth of Nations, Liv. I, C. V., p. 104, 105). Por um lado, A.
Smith confunde aqui (embora nem sempre) a determinação do valor da mercadoria através da
quantidade de trabalho gasto na sua produção com a determinação do seu valor através valor do
trabalho, procurando portanto demonstrar que iguais quantidades de trabalho têm sempre o mesmo
valor. Por outro lado, é certo que pressente que o trabalho, na medida em que se representa no
valor das mercadorias, é apenas um dispêndio de força humana de trabalho; mas concebe este
dispêndio exclusivamente como uma abnegação, como sacrificio do repouso, da liberdade e da
felicidade, e não, ao mesmo tempo, como afirmação normal da vida. Mas também é certo que ele
tem em vista o trabalhador assalariado moderno. Um dos predecessores de A. Smith, já por nós
citado, afirma muito mais acertadamente: «Um homem ocupou-se durante uma semana em
fornecer uma coisa necessária à vida (...) Quem lhe der uma outra em troca dela, não pode avaliar
melhor qual seja o seu equivalente exacto do que calculando o que lhe custou exactamente o
mesmo trabalho e o mesmo tempo: o que, de facto, não passa da troca do trabalho de um homem
gasto numa coisa durante um certo tempo pelo trabalho de um outro homem gasto numa outra
coisa durante o mesmo tempo» (Some Thoughts on the Interest of money in general p. 39). [Nota à
4.. edição: A língua inglesa tem a vantagem de possuir duas palavras diferentes para estes dois
aspectos distintos do trabalho. O trabalho que cria valores-de-uso e é qualitativamente determinado
chama-se «work», em oposição a «labour»; o trabalho que cria valor e que só é avaliado
quantitativamente chama-se «labour», em oposição a «work», F. E.] (retornar ao texto)
16 Os poucos economistas que, como S. Bailey, procuraram fazer a análise da forma-valor, não
podiam chegar a nenhum resultado: primeiramente, porque confundiam sempre o valor com a sua
forma; em segundo lugar, porque, sob a influência grosseira do burguês prático, se preocuparam
desde o inicio exclusivamente com o aspecto quantitativo. «O poder de dispor da quantidade (...) é
o que faz o valor» (S. Bailey, Money,..., 1837, p. 11). [14] (retornar ao texto)
16ª [Um dos primeiros economistas que, depois de William Petty, se apercebeu da natureza do
valor, o famoso Benjamin Franklin, diz: «Uma vez que o comércio nada mais é que a troca de um
trabalho por outro trabalho, é pelo trabalho que se avalia mais exactamente o valor de todas as
coisas» (The Works of B. Franklin, ed. Sparks, Boston, 1836, Vol. II, p. 267). Ao avaliar o valor das
coisas «pelo trabalho», Franklin não se apercebeu do facto de ter abstraído da diversidade dos
trabalhos permutados, e que, portanto, os reduziu ao mesmo trabalho humano. Diz o que não
entende. Fala primeiro de «um trabalho», depois de «outro trabalho», finalmente de «trabalho»,
simplesmente, como substância do valor de todas as coisas.] [15] (retornar ao texto)
17 De certo modo, passa-se com o homem o mesmo que com a mercadoria. Como não vem ao
mundo com um espelho, nem como um filósofo fichtiano, cujo Eu de nada tem necessidade para se
afirmar [:«eu sou eu»], ele vê-se e reconhece-se somente num outro homem. Também este último
lhe parece, em carne e osso, a forma fenomenal do género humano. [Somente pela sua relação
com o homem Paulo, como seu semelhante, é que o homem Pedro se vê a si mesmo como
homem. Desse modo, também o Paulo de carne e osso, na sua materialidade paulina, surge para
Pedro como a forma de manifestação do género homem.] (retornar ao texto)
18 O termo valor é utilizado aqui, como já aconteceu algumas vezes atrás, por [valor