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todos”. Nessa mesma linha de pensamento, dentro de uma perspectiva artística,
Godoy (1988, p.42) define que “a arte de ensinar consiste em definir uma atitude
educativa e escolher, com acerto, as técnicas de ensino que correspondem aos
objetivos que o docente se propõe a alcançar”.
Em outras palavras, o ensinar e o aprender integram-se na utilização da
técnica mais adequada para o grupo de alunos em questão. A arte de ensinar,
portanto, consiste no educador saber escolher a técnica e os recursos mais
adequados ao seu público.
A “didática”, portanto, depende da pedagogia, ou seja, depende da área
onde os saberes são, em última instância, normas, regras, disposições, caminhos
e/ou métodos. O termo “pedagogia”, tomado em um sentido estrito, designa a
norma em relação à educação. “Que é que se deve fazer, e que instrumentos
didáticos se deve usar, para a educação?” – essa é a pergunta que norteia toda e
qualquer corrente pedagógica, o que deve estar na mente do pedagogo.
Às vezes, toma-se a palavra “pedagogia” em um sentido lato; trata-se da
pedagogia como o campo de conhecimentos que abriga o que se chama de
“saberes da área da educação” – como a filosofia da educação, a didática, a
educação e a própria pedagogia, tomada, então, em sentido estrito. Mas, de fato,
é em um sentido estrito que a pedagogia deve interessar, pois, quando se amplia
a extensão do termo, o que resta pouco nos ajuda a entender o quadro no qual se
dá a diferenciação dos saberes relativos ao ensino. A pedagogia, em um sentido
estrito, está ligada às suas origens na Grécia antiga. Aqueles que os gregos
antigos chamavam de “pedagogo” era o escravo que levava a criança para o local
da relação ensino-aprendizagem; não era exclusivamente um instrutor, ao
contrário, era um condutor, alguém responsável pela melhoria da conduta geral do
estudante, moral e intelectual. Em outras palavras, o escravo pedagogo tinha a
norma para a boa educação; se, por acaso, precisasse de especialistas para a
instrução – e é certo que precisava –, conduzia a criança até lugares específicos,
os lugares próprios para o “ensino de idiomas, de gramática e cálculo”, de um
lado, e para a “educação corporal”, de outro.
A história da pedagogia nascia como uma história ideologicamente
orientada. Tratava-se de uma história persuasiva, por um lado, e teoricista, por