que se refere à formação, implicando em sair do “paradigma dominante” baseado na
racionalidade técnica, onde o professor é um executor de tarefas planejadas por especialistas,
para se buscar um modelo de paradigma emergente, ou da profissionalização, no qual o
professor é construtor da sua própria identidade profissional.
Pimenta (2005), ressalta que a identidade profissional se constrói, pois, a partir da
significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão; da
revisão das tradições, mas também completa a autora dizendo, da reafirmação de práticas
consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Constrói-se, também, pelo
significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere à atividade docente no seu dia-
a-dia a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de
suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua
vida o ser professor, assim como a partir de sua rede de relações com outros professores, nas
escolas, nos sindicatos e em outros agrupamentos.
Por outro lado a situação dos professores face a sua identidade profissional é
problemática, pois enquanto as profissões tradicionais são seletivas no recrutamento de seus
membros, segundo critérios bem definidos, a docência para Ramalho, Nuñez e Gauthier
(2004), é uma atividade de massas. As profissões, geralmente, retém um conjunto de
conhecimentos que lhes são característicos. A docência, como atividade democrática, por sua
natureza, se orienta para socialização do saber e do conhecimento, embora o exercício da
atividade exija competências específicas.
A massificação da atividade docente foi um fator que influenciou negativamente a
qualidade dos serviços desta atividade, pois não suscitou respostas positivas, capazes de
resolver os efeitos indesejáveis provocados por tal massificação. Completa as autoras dizendo
que, a profissionalização do professor define-se, em parte, por características objetivas. É
também uma identidade, uma forma de representar a profissão, as suas responsabilidades, a
sua formação contínua, a sua relação com outros profissionais. A profissionalização aumenta
quando, na profissão, a implementação de regras preestabelecidas cede lugar a estratégias
orientadas por objetivos e por uma ética.
Então, surgem os questionamentos segundo Cunha, com relação à identidade do
professor. Cunha nos questiona: Que professor se faz necessário diante de tantas dificuldades
com relação aos bebês? Qual necessidade formativa do professor em uma escola que colabora
para o processo emancipatório? Que professor se faz necessário para que o aluno incorpore o
processo civilizatório com seus avanços e desafios, diante de uma sociedade capitalista?