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Ao identificar grupos humanos como "dependentes da tradição" (tradicionais), a primeira
idéia que surge é a de que haveria alguns que não se enquadram nessa designação
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, cuja
utilização passou a ser cada vez mais comum no âmbito dos órgãos públicos e do
movimento ecológico em geral, especialmente a partir da década de 1970. “Na realidade, a
expressão ‘população tradicional’ surge no contexto da criação das Unidades de
Conservação” explica Rinaldo Arruda, antropólogo e professor da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP): “Mas falta precisão, pois foi usada inicialmente sem
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De acordo com Antônio Carlos Diegues, diretor técnico do Nupaub, e Rinaldo Arruda são treze as
comunidades de populações consideradas tradicionais não-indígenas brasileiras ameaçadas pelo avanço da
civilização urbano-industrial.
Caboclos ou ribeirinhos amazônicos - Englobam, além das populações amazônicas que dependem dos rios
locais, os seringueiros e castanheiros da região. Mesclam atividades extrativistas com agricultura, caça e
pesca.
Praieiros - Moradores da faixa litorânea compreendida entre o Piauí e o Amapá, também são chamados de
pescadores artesanais, mas possuem características sócio-culturais que os diferenciam de outras comunidades,
como caiçaras ou jangadeiros. Dependem da pesca, mas complementam a renda com trabalhos agrícolas,
extrativismo e turismo.
Babaçueiros - Populações extrativistas que vivem da coleta do babaçu e da utilização dessa palmeira.
Encontram-se espalhados por uma área de cerca de 200 mil quilômetros quadrados, basicamente entre os
estados do Piauí e do Maranhão.
Sertanejos ou vaqueiros - Ocupam a orla descontínua do Agreste, avançando até as caatingas e atingindo o
cerrado. Desenvolvem uma economia pastoril, associada à produção açucareira, voltada ao fornecimento de
carne, couro e bois de serviço.
Jangadeiros - São os pescadores que habitam a faixa costeira situada entre o sul da Bahia e o Ceará.
Recebem esse nome por utilizar a jangada para desenvolver sua atividade no mar.
Pescadores artesanais - Estão espalhados pelo litoral do país e dependem basicamente da pesca, ainda que
exerçam outras atividades econômicas, como o extrativismo vegetal, o artesanato e a pequena agricultura.
Caiçaras - Comunidades formadas pela mescla etnocultural de indígenas, colonizadores portugueses e, em
menor grau, escravos africanos. Sua forma de vida baseia-se na agricultura itinerante, na pequena pesca, no
extrativismo vegetal e no artesanato. Ocupam o litoral norte catarinense e a costa de Paraná, São Paulo e Rio
de Janeiro.
Açorianos - Descendentes de imigrantes portugueses provenientes principalmente das ilhas dos Açores e da
Madeira. Vivem da pesca e da agricultura no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Campeiros - População de gaúchos descendentes dos índios guaranis e dos colonizadores portugueses e
espanhóis. Vivem nos pampas e nas coxilhas do Rio Grande do Sul, desenvolvendo a pecuária extensiva.
Caipiras ou sitiantes - São as comunidades, em grande parte de meeiros e parceiros, que sobrevivem em
nichos entre as monoculturas do sudeste e do centro-oeste, desenvolvendo atividades agropecuárias em
pequenas propriedades, destinadas à subsistência familiar e ao mercado.
Varjeiros ou ribeirinhos não-amazônicos - Denominação de populações que vivem às margens de rios e
várzeas, sobretudo do São Francisco, mas que se aplica também a ribeirinhos de outros rios, como o Paraná.
Além da pesca, pecuária e artesanato em cerâmica, combinam atividades agrícolas, principalmente o plantio
do arroz, com extrativismo da mata - de onde retiram mel, ervas medicinais e madeira para fabricação das
embarcações.
Quilombolas - Descendentes de escravos negros que sobrevivem em enclaves comunitários, muitas vezes
antigas fazendas deixadas por outros proprietários. Desenvolvem atividades vinculadas à pequena agricultura,
artesanato, extrativismo e pesca, que variam de acordo com a região em que estão situados.
Pantaneiros - Habitantes do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul cuja subsistência se baseia em atividades
agropastoris em fazendas ou pequenas propriedades à beira dos rios (MONTEIRO-FILHO, 2006).