(...)a instância internacional se consolida, de uma maneira ou
de outra, como a principal fonte de referência do ‘nacional’ e do
‘local’ no estabelecimento de sistemas e modelos de construção
do patrimônio cultural e que é certo que a instância
preservacionista internacional está longe de ser um paradigma
absoluto do processo de construção social do patrimônio
cultural, mas sem sombra de dúvida, através, sobretudo da
UNESCO, ela se revela de uma importância fundamental.
Diante deste fato, a problemática que se coloca é ao mesmo
tempo, local, nacional e supranacional.
Além disso, em sua análise da bibliografia
14
, observa que a prática preservacionista é
caracterizada, de um lado, por aqueles que privilegiam conceitos, critérios de seleção e
classificação, além de práticas e instrumentos legais de intervenção, e, de outro, por
aqueles que priorizam a avaliação de políticas e instituições federais locais. Chama
atenção ainda para os estudos acerca da política do ‘patrimônio histórico e artístico
nacional’ surgidos a partir da década de oitenta, como os de Sérgio Miceli
15
, Carlos
Lemos
16
, Joaquim Falcão
17
e Vera Milet
18
, e nos anos noventa, os de Mariza Santos
19
e
Maria Cecília Londres Fonseca
20
, ressaltando que estes últimos não dão ênfase às
14
MEDEIROS, Ana Elisabete de Almeida. Materialidade e Imaterialidade Criadoras: o Global, o
Nacional e o Local na Construção do Patrimônio Mundial: O Bairro do Recife como Caso. Tese
(doutorado). Universidade de Brasília, Brasília, 2002.
15
MICELI, Sérgio. SPHAN: Refrigério da Cultura Oficial. In: Revista do patrimônio Histórico e
Artístico Nacional. Rio de Janeiro: FNPM – SPHAN. MinC, 1987. N. 22. P.66-72 MEDEIROS, Ana
Elisabete de Almeida, Materialidade e Imaterialidade Criadoras: o Global, o Nacional e o Local na
Construção do Patrimônio Mundial: O Bairro do Recife como Caso. Tese (doutorado). Universidade
de Brasília, Brasília, 2002.
16
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Enfim, o fim do IPHAN? In: Folha de São Paulo. Caderno
tendências e Debates. São Paulo, 9 de fevereiro de 1999, p.4. apud MEDEIROS, Ana Elisabete de
Almeida, Materialidade e Imaterialidade Criadoras: o Global, o Nacional e o Local na Construção
do Patrimônio Mundial: O Bairro do Recife como Caso. Tese (doutorado). Universidade de Brasília,
Brasília, 2002.
17
FALCÃO, Joaquim. Política de Preservação e Democracia. In: Revista do patrimônio Histórico e
Artístico Nacional. Brasília: SEC/FNPM/SPHAN, 1984, n° 20, p. 45-59 apud MEDEIROS, Ana
Elisabete de Almeida, Materialidade e Imaterialidade Criadoras: o Global, o Nacional e o Local na
Construção do Patrimônio Mundial: O Bairro do Recife como Caso. Tese (doutorado). Universidade
de Brasília, Brasília, 2002.
18
MILET, Vera. A Teimosia das Pedras – Um Estudo sobre a Preservação Ambiental no Brasil.
Olinda: prefeitura de Olinda, 1988. 229 p. apud MEDEIROS, Ana Elisabete de Almeida, Materialidade
e Imaterialidade Criadoras: o Global, o Nacional e o Local na Construção do Patrimônio Mundial:
O Bairro do Recife como Caso. Tese (doutorado). Universidade de Brasília, Brasília, 2002.
19
SANTOS, Mariza Veloso Motta. Nasce a Academia SPHAN. In Revista do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, n° 24, 1996, Brasília: Ministério da Cultura apud MEDEIROS, Ana Elisabete de
Almeida, Materialidade e Imaterialidade Criadoras: o Global, o Nacional e o Local na Construção
do Patrimônio Mundial: O Bairro do Recife como Caso. Tese (doutorado). Universidade de Brasília,
Brasília, 2002.
20
FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em Processo, Rio de Janeiro: UFRJ, 1997 apud
MEDEIROS, Ana Elisabete de Almeida. Materialidade e Imaterialidade Criadoras: o Global, o
10