18
De Marsillac, Mirian de Waele Souchois. Lesão ativa de cárie em esmalte e
perda mineral após o uso e fluoretos em superfície oclusal: Estudo in vitro.
2007. 180f. Tese (Doutorado em Odontologia – Área de concentração
Odontopediatria) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO
O presente estudo in vitro foi dividido em dois artigos. O primeiro artigo foi
realizado para avaliar através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e
pelo teste de microdureza interna (MI) se a metodologia descrita neste
experimento pode ser utilizada na indução de lesão de mancha branca ativa
(MBA) em esmalte dentário humano. Dez molares permanentes humanos foram
utilizados neste experimento in vitro onde foram induzidas lesões de MBA em
superfície lisa e não abrasionadas de esmalte. Uma amostra de superfície lisa
de cada dente foi recoberta com duas camadas de esmalte para unhas, exceto
por uma área medindo 2,5 mm x 1 mm (2,5 mm
2
), delimitada no centro da
amostra. Cada amostra foi exposta individualmente a 10,4 ml de uma solução
desmineralizadora contendo: 0,1 mol/l de ácido lático tamponado; 0,2% de ácido
poliacrílico; 0,03 ppm F; e a solução foi saturada com 50% de hidroxiapatita em
pH 5,0 durante 42 dias (37
o
C) sem agitação. As amostras foram seccionadas no
centro das lesões de MBA e uma metade foi analisada ao MEV e a outra foi
submetida a teste de MI. Resultados: A média de profundidade da lesão de MBA
foi de 80 μm (dp = 78,8) e foi possível detectar ao olho nu uma superfície branca
rugosa e sem brilho. As fotomicrografias feitas com o MEV demonstraram que
embora algumas áreas na superfície das lesões de MBA aparentassem estar
relativamente intactas, outros locais da lesão apresentavam erosão. Um padrão
prismático de dissolução, com o aumento das bainhas dos prismas de esmalte,
foi observado em todas as amostras. Em algumas amostras também foram
observados locais de destruição do centro dos prismas de esmalte. Essa
metodologia pode ser utilizada para induzir lesões de MBA em esmalte dental
humano, porém, quando forem realizados testes de MI, deve ser levada em
consideração a erosão na superfície das mesmas. O segundo artigo determinou
a perda mineral (∆Z) de lesões de MBA artificiais: apenas expostas a um desafio
cariogênico de alto risco (DCAR) ou previamente tratadas com um cimento de
ionômero vidro (CIV) ou um verniz fluoretado (VF), passando depois pelo
mesmo DCAR. Sessenta terceiros molares humanos não irrupcionados foram
secionados na superfície occlusal, em sentido buco-lingual, e desmineralizados
por 42 dias. Uma metade oclusal de cada dente foi alocada para o grupo
controle (D), e a outra foi destinada para grupos experimentais: A (ciclagem de
pH); B (CIV + ciclagem de pH); e C (VF + ciclagem de pH). O teste de
microdureza interna foi realizado. O teste de ANOVA de um critério (p=0.008) e
o teste de Tukey (95%) determinou haver diferença estatística entre os grupos.
Os valores médios para ∆Z foram de 4.983,53 para o grupo A
(b)
; 3.090,93 para
B
(a)
; 4.303,29 para C
(ab)
; e 4505.61 para o grupo D
(b)
. Lesões de MBA, quando
expostas a um DCAR, sofrem uma perda mineral considerável. Quando essas