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A partir da descrição acima pode-se especular que tipo de liderança as Pastorais
da Juventude conseguem desenvolver nos jovens que fazem parte de sua organização
e que diferença as lideranças possuem, em relação ao desejo atual do mercado que
prima por líderes que sejam capazes de serem bem sucedidos, que mantenham o
controle do trabalho e que possam ser capazes de manipular ferramentas para agilizar
sua ação e evitar o desperdiço de tempo e recursos.
As Pastora
is
da Juventude defendem que seus líderes sejam capazes de serem
protagonista
s, multiplicadores, jovens evangelizando Jovens que estejam formados
integralmente. Teria espaço hoje na Igreja Católica para esse tipo de liderança que a
pastoral deseja? A conjuntura eclesial tem revelado que bispos e pastores
às
vezes
querem fiéis que digam amém, que sejam obedientes às normas e regras. Os que
assim se portarem terão espaço, pois a tendência da Igreja Católica é de centralidade
cada vez maior na postura de obediência, de respeito a autoridade e a hierarquia.
No que diz respeito às motivações as lideranças jovens das pastorais da
juventude para participarem, teve a finalidade de levantar as causas, eixos de atuação
e as motivações dos jovens que estão na busca de construir o capital social
19
. As
19
- O capital social é um dos conceitos mais difundidos na análise política, econômica e social dos
últimos anos segundo Schmidt. Capital social quer dizer a maneira como as pessoas estabelecem a
construção da democracia a partir de fatores de natureza subjetiva, a partir da confiança, da
solidariedade recíproca que se constroem na convivência, no estabelecimento de redes, de normas,
valores e cooperação entre as pessoas em busca de objetivos comuns.
Para João Pedro Schmidt, a idéia do capital social inclui diferentes metodologias e abrange
relações e organizações formais e informais. Essas metodologias são verificadas através dos níveis de
confiança que se estabelecem entre as pessoas, as atitudes favoráveis à cooperação com os outros. A
intensidade de relações familiares, vizinhança e a participação comunitária e religiosa. Possibilita medir o
grau de envolvimento das pessoas em organizações da sociedade civil com suas diferentes
manifestações (recreativas, esportivas, culturais, de classe), o envolvimento dos cidadãos em
voluntariado e filantropia. Bem como o grau de compromisso que estas pessoas conseguem estabelecer
nas questões cívicas, nos protestos, reivindicações, partidos e grupos de pressões (SCHMIDT, 2004, p.
147). Assim este conceito permite
levantar
as percepções dos jovens da pastoral da juventude nas
questões respondidas na pesquisa de campo. Pois a organização a que eles pertencem é uma
capacidade de se associar para a cooperação interna cujos objetivos finais
são
o de construir uma