97
emende [...]." (Introducción a la sabiduría, 1947, p. 1220).
83
Sabemos, pelo rico
epistolário vivista, que o autor seguiu diligentemente o seu próprio conselho.
84
A importância dos exercícios escritos residia, ainda, no fato de eles
auxiliarem no desenvolvimento de uma boa memória. Cultivá-la seria um meio de se
tornar mais sábio e, também, de ficar mais próximo de Deus. Isso porque, segundo
Vives, recordar, assim como entender ou raciocinar, é uma faculdade da alma, pela
qual somos semelhantes ao Criador e superiores aos animais. Sendo assim, os
discípulos deveriam evitar, de todas as maneiras, o entorpecimento da memória,
confiando-lhe sempre alguma coisa (Introducción a la sabiduría, 1947). Tal
proposição, inclusive, aparece na Didáctica Magna de Comênio, que cita passagens
das obras vivistas "De las disciplinas" e "Introducción a la sabiduría",
85
com a
finalidade de exemplificar o seu pensamento. De acordo com o pedagogo tcheco,
nada se introduz solidamente no espírito "[...] senão as coisas que forem bem
entendidas e cuidadosamente confiadas à memória." (COMÊNIO, 1996, p. 261).
Exercitar a memória é algo que se poderia fazer, segundo Vives, através da
audição, da escrita e da repetição (fala). Essa idéia aparece, mais claramente, no
seguinte trecho:
As encomendas ou recados que devêramos fazer à memória, façam-
se com o silêncio alheio, pois não há necessidade que o façamos
com o nosso, pois não raras vezes se imprime mais profunda e
tenazmente aquilo que decoramos em voz alta, como também
retemos melhor o que ouvimos de outros que o que pessoalmente
temos lido. [...]. Também é muito conveniente pôr por escrito o que
desejamos que a memória retenha [...]. Isso se explica porque a
atenção se detém maior momento no que escrevemos [...]. O que as
crianças tiverem ouvido do preceptor, o repetirão logo a algum dos
condiscípulos [...], e, por fim, ao próprio professor [...]. (De las
disciplinas, 1948, p. 584).
86
83
"Escribe, traduce, contesta por escrito muy a menudo y no te canses de tomar notas; envía en días
alternos o, al menos, cada tres días una carta a alguno que responda y muestra la que tú escribieres
a tu maestro, que te la enmiende [...]."
84
As correspondências de Vives com grandes figuras do Renascimento, tais como Erasmo, Henrique
VIII e Guilherme Budé, entre outros, encontram-se compiladas em: VIVES, J. L. Epistolario. In: Obras
Completas, tomo II, 1948, p. 1670-1786.
85
Para conferir as passagens das obras vivistas citadas por Comênio, ver: VIVES, J. L. De las
disciplinas (parte II, livro III). In: Obras Completas, tomo II, 1948, p. 583; e VIVES, J. L. Introducción
a la sabiduría (aforismos CLXXXIV a CLXXXVIII). In: Obras Completas, tomo I, 1947, p. 1221.
86
“Las encomiendas o recados que debiéramos hacer a la memoria, háganse con el silencio ajeno,
pues no hay necesidad que lo hagamos con el nuestro, pues no raras veces se imprime más profunda
y tenazmente aquello que decoramos en voz alta, como también retenemos mejor lo que oímos de
otros que lo que personalmente hemos leído. [...]. También es muy conveniente poner por escrito lo
que deseamos retenga la memoria [...]. Ello, se explica, porque la atención se detiene mayor rato en