157
pessoas têm que ter mais habilidade, questão de responsabilidade, ou até estrutura, porque as
pessoas mexem mais com faca aqui, tanto é que as questões das máquinas que você colocou,
maquinários é importante mas não consegue tirar a mão-de-obra das pessoas de dentro do posto de
serviço porque é faca, está desossando, é carregamento, é no abate, está tirando o couro. Então são
coisas que a máquina ainda não faz, precisa de ajuda de serra, de algumas coisas assim, mas não
consegue estar tirando o funcionário ou a pessoa do setor do trabalho. Está começando a acontecer
uma maior exigência frente à escolaridade, por isso que nós estamos trazendo de primeira a quarta
(para ser ofertado na empresa).
Indústria de confecções
R: Na área administrativa até que houve, já na área operário, melhorou muito pouco. Em alguns
setores nós temos, nós temos já os cargos pré-determinados com o grau de escolaridade, em outros
setores não. Vamos pegar, nossa indústria de confecções: nós temos um setor que é o de costureira.
Costureira tem que ser alfabetizada, porque é uma classe que, sabendo ler e escrever, para nós está
tudo certo, então não exige algo mais. Aí você pega já as pessoas que faz cronoanálise – marca os
tempos das roupas – , aí ela é uma pessoa que tem que ter um grau de escolaridade já de 2º grau,
pelo menos, tem que estar completo, e já tem que ter um curso de informática e etc. Isso mudou de
uns três anos para cá.
Cooperativa agroindustrial
R: Bastante alteração. A empresa vem sendo certificada, algumas fábricas já estão certificadas pela
ISO, pela qualidade. E um dos requisitos da qualidade, o qual foi proposto por nós mesmos, do
Recursos Humanos, é o grau de escolaridade. Temos pessoas analfabetas trabalhando? Tínhamos,
já não temos mais, porque estas pessoas estão sendo alfabetizadas e instruídas aqui no próprio
campus da empresa. Nós temos a escola aqui dentro. Quem não quer esse crescimento pessoal,
infelizmente muitas pessoa vão ser desligadas e já foram desligados. Hoje, para um nível
operacional, braçal, produção mesmo, se exige pelo menos o primeiro grau. Contrata pessoa com
menos do que o 1º grau? Até que contrata. Mas a gente firma já na hora da assinatura dos papéis,
ali no RH, a inscrição dela no CES
. A pessoa não estuda no horário de trabalho, é um horário
complementar; tem aula de manhã, tarde e noite, são horários complementares. A empresa oferece
vale de transporte para ela vir estudar.
(...) Foi uma verificação da própria empresa, que esta questão da qualidade atenderia a ISO, mas
não só a isso, mas atenderia mais a qualidade de trabalho, pessoas mais esclarecidas, pessoas que
tenha um linguajar um pouco diferenciado, ela tenha capacidade de entender, isso repercute, ...,
resultados né.
A gente oferece oportunidade para as pessoas, mas infelizmente as pessoas não se interessam. Eu
falo assim, olha, você tem interesse, você quer voltar a estudar? Ai dona, eu não sirvo mais para
isso. Ele vai embora sem o trabalho.
Empresa varejista I
R: Há um tempo atrás, primeiro grau. Ninguém colocava a escolaridade como requisito,.Hoje a
escolaridade é um requisito, em todas as funções, nós procuramos ter os funcionários com o
segundo grau completo. Nós conseguimos uma parceria com o CES, nós conseguimos colocar os
funcionários, realmente, pelo menos com o 2º grau completo. Nós vamos retomar esta parceria
com o CES
estão tentando oferecer os cursos dentro da empresa. Agente vai tentar fazer esta
parceria.
Eu acho que é o mercado. Por mais que a gente tenta contratar dentro do requisito, é muito difícil,
como um açougueiro; é muito difícil encontrar um com segundo grau completo. A questão das
novas tecnologias, você precisa de pessoas que estejam capacitadas realmente, precisam saber ler
bem,; a questão da comunicação, o supermercado hoje é auto-serviço, a gente procura fazer com
que o nosso atendente não seja apenas um repositor, mas que ele saiba atender.
Pode-se perceber que o modelo toyotista de produção, o qual se pauta na
qualidade e na flexibilidade de gestão, impera entre as empresas analisadas, embora elas não
tenham abandonado por completo os antigos modelos.