13-15 ($OJXpPQDPXOWLGmR GLVVH ³0HVWUHGL]H D PHX LUPmRTXH UHSDUWDFRPLJRD
KHUDQoD´ (OH UHVSRQGHX´+RPHP TXHP PH HVWDEHOHFHX MXL] RX iUELWUR GD YRVVD
SDUWLOKD"´'HSRLVOKHVGLVVH³3UHFDYHLYRVFXLGDGRVDPHQWHGHTXDOTXHUFXSLGH]SRLV
PHVPR QD DEXQGkQFLD D YLGD GR KRPHP QmR p DVVHJXUDGD SRU VHXV EHQV´ é
tradicionado no Evangelho de Tomé, lógion 72,
156
como peça autônoma e, por isso, não
deve ter feito parte originalmente da parábola, e, o v. 21, pode ser uma conclusão
generalizante: “$VVLPpDTXHOHTXH DFXPXODSDUDVLHQmRpULFRSDUD'HXV”; desviando
o acento escatológico para um sentido moralizante.
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Outro elemento que nos ajudará na compreensão da parábola é o significado que
o termo ³LQVHQVDWR” (v.20), tem na época de Jesus: o termo significava “tPSLR” ou “VHP
'HXV”, o que levaria a uma prática individualista, vazia, e à impiedade sem Deus.
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Após estas considerações iniciais, podemos nos deter basicamente na análise da
parábola, sendo ela uma pura narrativa sem nenhuma fórmula de introdução. Jesus
mostra aos seus ouvintes, através das imagens desta parábola e em termos econômicos,
a pseudo-segurança que o acúmulo de bens oferece.
Contudo, o Reino, em sua inevitabilidade, colocará a todos em pé de igualdade,
mas muitos vivem “de costas para ele”, num processo de des-humanização do homem e
numa constância de acúmulo de riquezas.
Assim, o ouvinte-educando se encontra diante da seguinte questão: o dom do
Criador fez com que a terra produzisse grande colheita, o que deveria dar tranqüilidade
156
Logion 72: “'LVVHOKHXPKRPHP)DODFRPPHXVLUPmRVSDUDTXHFRPSDUWLOKHPFRPLJRRVEHQVGH
PHX SDL -HVXV OKH UHVSRQGHX 4XHP PH HQFD UUHJRX GH ID]HU SDUWLOKDV" ( YROWDQGRVH SDUD RV
GLVFtSXORVSHUJXQWRXOKHV4XHPVRXHXSDUDID]HUSDUWLOKDV"”. Ibidem, p. 32.
157
Devido ao caráter secundário da conclusão generalizante para a compreensão global da parábola,
omitimos o presente versículo, já que, pelo dito na conclusão, fala o pregador ou mestre cristão que
explica as palavras do Senhor. Este tipo de compreensão, como já apontamos, reflete a tendência da Igreja
das origens em tirar das parábolas um sentido doutrinal ou exortativo para a comunidade. Adolf Julicher,
em sua obra “História da interpretação das parábolas de Jesus”, escreve que, para facilitar a parênese
eclesiástica, Lucas (sua fonte de pesquisa), faz uso dessa via, enquanto que Mateus preferiu o emprego da
alegoria - cf. Joachim JEREMIAS, $VSDUiERODVGH-HVXV, pp. 110-111.
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cf. Georg BAUDLER, $ILJXUDGH-HVXVQDVSDUiERODV, p. 63.