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nascentes e contaminava os cursos d’água, por lei devem ser protegidos. Mas qual é a
alternativa para proprietários que possuem diversas nascentes, rios e grandes declividades em
seus terrenos? Uma das soluções, segundo Schäffer; Prochnow (2002) é o turismo, ou mais
especificamente o ecoturismo considerado uma alternativa de obtenção de capital juntamente
com proteção ambiental. Uma forma de aproveitamento do tempo livre da sociedade e de
proporcionar o relaxamento do caótico mundo das cidades, onde concreto, prédios, carros,
poluição sonora, visual e olfativa estressam o cidadão possibilitando a este uma aproximação
com a natureza. Este aproveitamento deve ocorrer de forma “sustentável”, com algumas
regras para a prática do turismo. E a facilidade atual para a mobilidade nos transportes auxilia
ainda mais o crescimento deste mercado (BENI, 2000).
Além disso, as histórias contadas por avós, bisavós enfim pelas pessoas de mais idade,
relembrando os tempos em que a área rural era praticamente dominante sobre a urbana,
incutem a curiosidade nas crianças. Há décadas atrás se encontrava com mais facilidade
animais selvagens, árvores gigantes, bosques, pomares, pássaros, flores, que atualmente não
são visíveis na área urbana com exceção dos parques, zoológicos onde se podem visualizar
alguns desses. Muitas crianças nascidas em centros urbanas, não têm idéia de como funciona,
por exemplo, uma fazenda, de como vivem e se comportam os animais sem ser pela mídia.
Atualmente é rara à existência deste contato, nem todas as cidades são possuidoras de parques
e zoológicos que realmente demonstrem o habitat animal e vegetal.
E devido a esses diversos aspectos é que vem crescendo a procura pelo
desenvolvimento e conhecimento do turismo rural e do ecoturismo.
Para a existência dessa prática, ou seja, para que o cidadão se desloque da moradia é
necessário haver motivações. Segundo os psicólogos as motivações podem ser: visuais,
auditivas, apetitivas ou tendênciais nas quais se incluem os interesses, temores, desejos,
nostalgias, afetos, ódios, fobias, amores, fome e necessidades. O fenômeno turístico pode ser
tanto vocacional ou cultural, quanto comercial, de saúde, sentimental, por trânsito e outros
(BENI, 2000).
O desejo e a curiosidade do homem por conhecer novas paisagens, de evadir-se,
mudar de lugar, transplantar-se para outros solos são tendências dos seres humanos, pode ser
que estejam ligadas ao período em que a espécie era nômade. Ou mesmo a idealização do
paraíso como o de Adão e Eva descrito no livro de Gênesis, permitem ao homem sonhar com
lugares, que na maioria das vezes são representados por “paisagens naturais” (AOUN S.,
2003). O que vale é que este desejo acaba auxiliando no crescimento do turismo. As empresas