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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Escola Nacional de Ciências Estatísticas
Programa de Pós-Graduação em Estudos Populacionais e
Pesquisas Sociais
Dissertação de Mestrado
A NUPCIALIDADE COMO UM PROCESSO
DINÂMICO: UMA ABORDAGEM MARKOVIANA.
BRUNO FREITAS CORTEZ
Orientadora
MAYSA SACRAMENTO DE MAGALHÃES
Co-orientadora
AÍDA CECÍLIA GRACIELA VERDUGO LAZO
Rio de Janeiro
2007
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ii
Bruno Freitas Cortez
A nupcialidade como um processo dinâmico: Uma abordagem Markoviana.
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais
(ENCE/IBGE) como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Estudos Populacionais e
Pesquisas Sociais.
Orientadora: Profª Drª Maysa S. de Magalhães
Co-Orientadora: Profª Drª Aida Verdugo Lazo
Rio de Janeiro, 21 de Junho de 2007
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iii
iv
Ficha catalográfica
C828n
CORTEZ, Bruno Freitas
A nupcialidade como um processo
dinâmico: uma abordagem markoviana /
Bruno Freitas Cortez: orientadora, Maysa
Sacramento de Magalhães; co-orientadora:
Aída Cecilia Graciela Verdugo Lazo – Rio
de Janeiro, 2007.
xv, 110f. il.
Inclui bibliografia e anexos.
Dissertação de Mestrado. Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística. Escola Na-
cional de Ciências Estatísticas. Programa
de Pós-Graduação em Estudos Populacio-
nais e Pesquisas Sociais.
1. Estatística. 2. Cadeias de Markov.
3. Tábuas de Vida de Múltiplos Estados
4. Nupcialidade
I. De Magalhães, Maysa Sacramento. II.
Lazo, Aída Cecília Graciela Verdugo. III.
Escola Nacional de Ciências Estatísticas.
Programa de Pós-Graduação em Estudos
Populacionais e Pesquisas Sociais..
CDU 519.2
v
Agradecimentos
À minha família, principalmente à minha mãe, por todo seu esforço e incentivo ao
estudo. Ela foi fundamental.
Às minhas orientadoras, pela oportunidade concedida, confiança e orientação recebida
neste trabalho.
Agradeço também à Maria Beatriz Cunha e ao Ari do Nascimento Silva, sempre
solícitos, quando precisei acessar às bases de dados.
Ao IBGE pela licença e suporte financeiro.
E, finalmente, a todos aqueles que participaram de alguma forma nesta etapa da minha
vida.
vi
Resumo
Os estados civil e conjugal da população são importantes variáveis em estudos
demográficos. Da mesma forma, a transição entre estes estados, ou seja, os padrões de
formação e dissolução de uniões servem como indicadores da estrutura social da população e
de seu potencial de crescimento.
Estudos envolvendo estatísticas descritivas fornecem um panorama geral dos padrões
atuais de nupcialidade, assim como mensuram estas mudanças ao longo do tempo. Por outro
lado, algumas perguntas, tais como: qual a expectativa de vida em cada estado civil da
população, dentre muitas outras, não são tão fáceis de serem respondidas. Neste sentido,
Schoen (1974) argumenta que as tábuas de vida são ferramentas eficazes para a análise de
fenômenos demográficos que podem ser observados em termos de uma coorte.
Nesta dissertação, são construídas tábuas de vida de múltiplos estados, com o intuito
de se analisar a nupcialidade legal, tanto para o Brasil, quanto para cada uma das cinco
Grandes Regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro Oeste), dividindo-se a população
por sexo. As coortes hipotéticas são expostas às taxas de mortalidade, casamento, divórcio,
separação judicial e viuvez, calculadas com base no Censo Demográfico 2000 e nas
Estatísticas do Registro Civil do mesmo ano. O modelo de múltiplos estados considera o
estado civil da população e as possíveis transições entre os mesmos.
P
ALAVRAS
-
CHAVE
:
ESTATÍSTICA
,
CADEIAS DE MARKOV
,
TÁBUAS DE VIDA DE MÚLTIPLOS ESTADOS
,
NUPCIALIDADE
.
vii
Abstract
Civil and marital status are important variables in demographic studies. In the same
way, the transition among these states, that is, the patterns of formation and dissolution of
unions serve as indicators of the social structure of the population and its growth potential.
Descriptive statistics provide a general view of the current nuptiality patterns, as well
as measure these changes throughout the time. On the other hand, some questions, such as:
which is the life expectancy in each civil status, amongst many others, are not easy to be
answered. In this sense, Schoen (1974) argues that the life tables are effective tools for the
analysis of demographic phenomena that can be observed in terms of a cohort.
In this dissertation, multistate life tables are calculated to analyze the legal nuptiality
by sex in Brazil, and for each one of the five Regions (North, Northeast, Southeast, South and
Center West). Hypothetical cohorts are exposured to mortality, marriage, divorce, judicial
separation and widowhood rates, calculated from the demographic census and in the civil
register statistics for the year 2000. The multi-state model considers the civil status of the
population and the feasible transitions among them.
K
EY
-
WORDS
:
STATISTICS
,
MARKOV CHAINS
,
MULTISTATE LIFE TABLES
,
NUPTIALITY
viii
Sumário
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 1
2 – BREVE HISTÓRICO DO USO DAS TÁBUAS DE VIDA DE MÚLTIPLOS ESTADOS NA ANÁLISE
DA NUPCIALIDADE ........................................................................................................................................... 6
3 – FONTES DE DADOS.................................................................................................................................... 11
3.1 – C
ORREÇÃO E AJUSTE DOS DADOS
............................................................................................................. 12
3.1.1 – Sub-registro de óbitos...................................................................................................................... 13
3.1.2 – Ajuste na população censitária....................................................................................................... 15
4 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DA NUPCIALIDADE NO BRASIL..................................................... 18
4.1 – D
IFERENÇAS REGIONAIS
...........................................................................................................................19
4.2 – T
AXAS BRUTAS E GERAIS DE NUPCIALIDADE LEGAL
................................................................................. 20
4.3 – D
ISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR ESTADOS CIVIL E CONJUGAL
............................................................. 23
5 – TÁBUAS DE VIDA ....................................................................................................................................... 28
5.1 – T
ÁBUA DE VIDA SIMPLES
.......................................................................................................................... 28
5.1.1 – Funções da tábua de vida simples .................................................................................................. 29
5.1.2 – Cálculo da tábua de vida simples.................................................................................................... 32
5.2 – T
ÁBUA DE VIDA DE MÚLTIPLOS DECREMENTOS
........................................................................................ 36
5.2.1 – Funções da tábua de vida de múltiplos decrementos ..................................................................... 36
5.2.2 – Cálculo da tábua de vida de múltiplos decrementos ...................................................................... 38
5.3 – T
ÁBUAS DE VIDA DE MÚLTIPLOS ESTADOS
...............................................................................................40
5.3.1 – As tábuas de múltiplos estados como processo de Markov ............................................................ 40
5.3.2 – Funções e cálculo da tábua de vida de múltiplos estados.............................................................. 42
5.3.2 – Estimação dos viúvos na tábua de vida de múltiplos estados ........................................................ 49
6 – ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................................................. 51
6.1 – A
S TRANSIÇÕES ENTRE OS ESTADOS ATIVOS
............................................................................................. 51
6.1.1 – O primeiro casamento..................................................................................................................... 52
6.1.2 – A dissolução do casamento ............................................................................................................. 56
6.1.3 – O recasamento................................................................................................................................. 64
6.2 - A
S TRANSIÇÕES DOS ESTADOS ATIVOS PARA O ABSORVENTE
.................................................................... 70
6.3 – C
ARACTERÍSTICAS DA PERMANÊNCIA NOS ESTADOS
................................................................................ 74
ix
6.4 – E
XPECTATIVAS DE VIDA CONDICIONAIS E TEMPO DE PERMANÊNCIA ATÉ A PRIMEIRA TRANSIÇÃO
............ 79
7 – CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS .............................................................................................. 84
ANEXO ................................................................................................................................................................ 88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 107
x
Lista de Tabelas
Tabela 3.1 - Fatores de correção de óbitos masculinos, por Grandes Regiões do Brasil,
segundo os grupos de idade. Ano 2000. 14
Tabela 3.2 - Fatores de correção de óbitos femininos, por Grandes Regiões do Brasil,
segundo os grupos de idade. Ano 2000. 15
Tabela 3.3 Populações censitárias e taxas de crescimento mensais calculadas, por sexo e
Grandes Regiões. 17
Tabela 4.1 Distribuição percentual da população brasileira unida, por tipo de sua união
1980 a 2000. 18
Tabela 5.1 Sumário de medidas disponíveis na tábua de nupcialidade de múltiplos estados,
com os seis estados considerados nesta dissertação. 48
Tabela 6.1 Média de idade no momento das transições referentes à dissolução do
casamento, por tipo de transição, segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000. 62
Tabela 6.2 Probabilidade de dissolução do casamento, por tipo de dissolução, segundo o
sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000. 63
Tabela 6.3 Probabilidade de recasamento, por estado civil, segundo o sexo - Brasil e
Grandes Regiões 2000. 69
Tabela 6.4 – Razão da probabilidade de óbito entre as populações casada masculina e
feminina, segundo os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 72
Tabela 6.5 Probabilidade do estado civil das pessoas de 15 anos ou mais de idade, no
momento do óbito, segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000. 73
Tabela 6.6 – Proporção esperada da vida, vivida em cada estado civil, a partir dos 15 anos de
idade, segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000. 77
Tabela 6.7 Média de idade, das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por estado civil,
segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000. 78
Tabela 6.8 Expectativa de vida futura nos estados civis, a partir dos 15 anos de idade,
condicionadas ao sexo e o estado civil da pessoa nesta referida idade - Brasil 2000. 80
xi
Tabela 6.9 Expectativa de vida até o momento da primeira transição em cada estado civil
(
)(
#
xe
j
), e expectativa de vida futura em cada estado civil, dado que o indivíduo já se
encontrava naquele estado ( )(
,
x
ij
ε
), segundo o sexo e a idade. 82
Tabela A.1 – Probabilidades de transição entre os estados civis de solteiro para casado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 89
Tabela A.2 Probabilidades de transição entre os estados civis de casado para separado
judicialmente, segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 90
Tabela A.3 Probabilidades de transição entre os estados civis de casado para divorciado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 91
Tabela A.4 Probabilidades de transição entre os estados civis de casado para viúvo,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 92
Tabela A.5 Probabilidades de transição entre os estados civis de divorciado para casado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 93
Tabela A.6 Probabilidades de transição entre os estados civis de viúvo para casado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 94
Tabela A.7 Probabilidades de óbito da população solteira, segundo o sexo e os grupos de
idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 95
Tabela A.8 Probabilidades de óbito da população casada, segundo o sexo e os grupos de
idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 96
Tabela A.9 – Probabilidades de óbito da população separada judicialmente, segundo o sexo e
os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 97
Tabela A.10 Probabilidades de óbito da população divorciada, segundo o sexo e os grupos
de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 98
Tabela A.11 Probabilidades de óbito da população viúva, segundo o sexo e os grupos de
idade - Brasil e Grandes Regiões 2000. 99
Tabela A.12 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Brasil 2000. 100
xii
Tabela A.13 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Norte 2000. 101
Tabela A.14 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Nordeste 2000. 102
Tabela A.15 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Sudeste 2000. 103
Tabela A.16 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Sul 2000. 104
Tabela A.17 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Centro Oeste 2000. 105
Tabela A.18 Razão entre a expectativa de vida no estado de solteiro e expectativa de vida
total, para o Brasil e Grandes Regiões, segundo o sexo e a idade. 106
xiii
Lista de Figuras e Gráficos
Figura 1.1 – Modelo de múltiplos estados de nupcialidade legal. 4
Gráfico 4.1 - Distribuição das uniões das pessoas de 10 anos ou mais, por natureza da união,
no ano 2000. 20
Gráfico 4.2 - Taxas brutas de nupcialidade legal para o Brasil e as Grandes Regiões, 1980 a
2000 20
Gráfico 4.3 - Taxas gerais de nupcialidade legal para o Brasil e as Grandes Regiões, 1980 a
2000 22
Gráfico 4.4 - Distribuição da população brasileira de 15 anos ou mais de idade, por estado
conjugal - 1980 a 2000 23
Gráfico 4.5 - Distribuição da população de 15 anos ou mais de idade, por estado civil, no ano
de 2000 24
Gráfico 4.6 - Distribuição da população masculina de 15 anos ou mais de idade, por estado
civil, no ano de 2000 25
Gráfico 4.7 - Distribuição da população feminina de 15 anos ou mais de idade, por estado
civil, no ano de 2000 26
Gráfico 6.1 - Probabilidade do primeiro casamento, Brasil 2000 53
Gráfico 6.2 - Probabilidade do primeiro casamento, Norte 2000 53
Gráfico 6.3 - Probabilidade do primeiro casamento, Nordeste 2000 53
Gráfico 6.4 - Probabilidade do primeiro casamento, Sudeste 2000 53
Gráfico 6.5 - Probabilidade do primeiro casamento, Sul 2000 53
Gráfico 6.6 - Probabilidade do primeiro casamento, Centro Oeste 2000 53
Gráfico 6.7 - Probabilidade de uma pessoa, com 15 anos de idade, se casar alguma vez 54
Gráfico 6.8 - Média de idade no primeiro casamento legal 55
Gráfico 6.9 - Probabilidade de separação judicial, Brasil 2000 57
xiv
Gráfico 6.10 - Probabilidade de separação judicial, Norte 2000 57
Gráfico 6.11 - Probabilidade de separação judicial, Nordeste 2000 57
Gráfico 6.12 - Probabilidade de separação judicial, Sudeste 2000 57
Gráfico 6.13 - Probabilidade de separação judicial, Sul 2000 58
Gráfico 6.14 - Probabilidade de separação judicial, Centro Oeste 2000 58
Gráfico 6.15 - Probabilidade de divórcio, Brasil 2000 59
Gráfico 6.16 - Probabilidade de divórcio, Norte 2000 59
Gráfico 6.17 - Probabilidade de divórcio, Nordeste 2000 59
Gráfico 6.18 - Probabilidade de divórcio, Sudeste 2000 59
Gráfico 6.19 - Probabilidade de divórcio, Sul 2000 59
Gráfico 6.20 - Probabilidade de divórcio, Centro Oeste 2000 59
Gráfico 6.21 - Probabilidade de viuvez, Brasil 2000 60
Gráfico 6.22 - Probabilidade de viuvez, Norte 2000 60
Gráfico 6.23 - Probabilidade de viuvez, Nordeste 2000 61
Gráfico 6.24 - Probabilidade de viuvez, Sudeste 2000 61
Gráfico 6.25 - Probabilidade de viuvez, Sul 2000 61
Gráfico 6.26 - Probabilidade de viuvez, Centro Oeste 2000 61
Gráfico 6.27 - Probabilidade de recasamento de divorciados, Brasil 2000 66
Gráfico 6.28 - Probabilidade de recasamento de divorciados, Norte 2000 66
Gráfico 6.29 - Probabilidade de recasamento de divorciados Nordeste 2000 66
Gráfico 6.30 - Probabilidade de recasamento de divorciados, Sudeste 2000 66
xv
Gráfico 6.31 - Probabilidade de recasamento de divorciados, Sul 2000 66
Gráfico 6.32 - Probabilidade de recasamento de divorciados Centro Oeste 2000 66
Gráfico 6.33 - Probabilidade de recasamento de viúvos, Brasil 2000 67
Gráfico 6.34 - Probabilidade de recasamento de viúvos, Norte 2000 67
Gráfico 6.35 - Probabilidade de recasamento de viúvos, Nordeste 2000 67
Gráfico 6.36 - Probabilidade de recasamento de viúvos, Sudeste 2000 67
Gráfico 6.37 - Probabilidade de recasamento de viúvos, Sul 2000 68
Gráfico 6.38 - Probabilidade de recasamento de viúvos, Centro Oeste 2000 68
Gráfico 6.39 - Número médio de casamentos, para uma pessoa que está se casando pela
primeira vez 70
1
1 – Introdução
Os estados civil e conjugal da população são importantes variáveis em estudos
demográficos. Atividades econômicas ou mesmo normas sociais, particularmente para as
mulheres, estiveram por muito tempo fortemente ligadas com estas variáveis. Atualmente,
apesar de menor, esta ligação ainda existe, bem como o volume populacional em cada
categoria conjugal tem impactos diferenciados nos benefícios de seguridade social, assim
como em outras áreas das políticas públicas (Lazo, 2002, p.2). Da mesma forma, a transição
entre estes estados, ou seja, os padrões de formação e dissolução de uniões servem como
indicadores da estrutura social da população e de seu potencial de crescimento.
Augusto (2006) aponta que a nupcialidade pode ser entendida exatamente como este
processo das possíveis transições entre os estados legalmente reconhecidos (solteiro, casado,
divorciado e viúvo), na maioria das sociedades. Assim, os demógrafos consideram de grande
importância a análise dos padrões e tendências da nupcialidade, uma vez que os estados civil
e conjugal são um dos aspectos principais da heterogeneidade da população. Não é novidade,
portanto, que pessoas em categorias distintas destas variáveis possam ter igualmente distintos
padrões de migração, mortalidade ou fecundidade.
Lazo (2002) destaca que existe relação entre a nupcialidade e a mortalidade
apontando, por exemplo, que as pessoas casadas vivem, em média, mais do que as solteiras.
Em outras palavras, isto significa que ao se controlar todas as outras variáveis, observa-se que
a mortalidade do grupo dos casados é menor. Existem várias explicações para este fato, tais
como: a suposição de pessoas casadas possuírem um estilo de vida mais regrado e estável, o
suporte mútuo entre os cônjuges em momentos de stress ou doença, dentre outros. A autora
argumenta ainda que este benefício do casamento poderia ser maior para a população
masculina, aumentando até as desigualdades de gênero.
2
Muitos estudos também demonstraram que migração e nupcialidade estão
associadas. Golgher (2004), por exemplo, afirma que o estado civil é um fator que altera a
mobilidade das pessoas. O autor destaca que a população de recém-casados é, de uma forma
geral, mais propensa a migrar do que a de solteiros. Fazendo a ressalva que a existência de
filhos tornaria a migração mais difícil, verifica-se que a presença de um novo cônjuge
diminuiria os custos associados à migração. Entretanto, o mesmo comportamento não é
observado para o grupo das pessoas casadas mais tempo, uma vez que sua propensão a
migrar é, em muitos casos, menor quando comparada à da população solteira.
Tradicionalmente, porém, o tema da nupcialidade possui uma ligação mais estreita
com o da fecundidade. Por muito tempo considerou-se a idade da mulher, no momento do
primeiro casamento, como o início efetivo de sua exposição ao risco de engravidar e ter
filhos. Assim, o ingresso tardio da mulher no casamento, representava uma das formas de
controle da natalidade.
Atualmente, porém, este tipo de relação não pode mais ser considerada válida para
grande parte dos países, sobretudo para os países ocidentais, onde se tem amplo acesso a
meios anticoncepcionais mais modernos e eficientes. Isso não quer dizer, no entanto, que as
taxas de fecundidade tenham deixado de sofrer influência do estado civil ou conjugal das
mulheres. O fato é que a existência de casamento legal não é mais condição primordial para a
ocorrência de nascimentos, assim como o ingresso tardio no casamento, hoje em dia, está
ligado fundamentalmente a escolhas pessoais de ordem econômica ou social.
Estas acentuadas mudanças de comportamento e, por conseguinte, de padrões nupciais
observados nas últimas décadas, que repercutem em questões sociais mais amplas, trazem
consigo uma nova dimensão e importância para o estudo do tema da nupcialidade. Diniz Neto
(2005) aponta que na cultura ocidental, a partir do final do século XX, a ideologia do
casamento, dentre outras que envolvem a identidade das culturas masculina e feminina,
3
começou a ser questionada. Observou-se, então, o aumento das alternativas ao modelo
tradicional de casamento e da dissolução dos mesmos. Em outras palavras, um aumento
sistemático no número de uniões consensuais, separações judiciais e divórcios, contrastando
com a tendência de queda no número de casamentos legais, no Brasil.
Estudos envolvendo estatísticas descritivas, podem fornecer um panorama geral dos
padrões atuais de nupcialidade, assim como mensuram estas mudanças ao longo do tempo.
Por outro lado, algumas perguntas tais como: qual a expectativa de vida em cada estado civil
da população, qual a probabilidade de um casamento terminar em divórcio, ou ainda qual a
probabilidade de re-casamento para uma pessoa que ficou viúva ou divorciada, dentre muitas
outras, não são tão fáceis de serem respondidas.
Neste sentido, Schoen (1974) argumenta que as tábuas de vida são ferramentas
eficazes para a análise de fenômenos demográficos que podem ser observados em termos de
uma coorte. Uma tábua de vida que acompanha uma coorte (real ou hipotética) exposta a um
conjunto de taxas de morte, casamento, divórcio e viuvez, pode responder as perguntas do
parágrafo anterior, bem como permitir uma análise mais profunda nos padrões de
nupcialidade. Este é o caso das tábuas de vida de múltiplos estados, uma vez que as mesmas
permitem estudos considerando-se mais de um estado ativo (ou transiente), e também a
possibilidade de transição dos membros da coorte considerada entre os estados propostos.
Nesta dissertação, serão construídas tábuas de vida de múltiplos estados, com o intuito
de se analisar a nupcialidade legal, tanto para o Brasil, quanto para cada uma das cinco
Grandes Regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro Oeste), dividindo-se a população
por sexo. Assim, serão consideradas doze coortes hipotéticas, expostas às taxas de
mortalidade, casamento, divórcio, separação judicial e viuvez, calculadas com base no Censo
Demográfico 2000 e nas Estatísticas do Registro Civil do mesmo ano.
4
A nupcialidade legal consiste dos casamentos realizados no âmbito civil, civil e
religioso, das separações judiciais e divórcios legais. Portanto as tábuas de vida consideradas
não incluem os casamentos no âmbito religioso, as uniões consensuais e as separações não
judiciais, os quais são eventos não cobertos pelas Estatísticas do Registro Civil. De fato, a
opção de trabalhar com a nupcialidade legal é justamente a possibilidade de se medir as taxas
de uniões e dissoluções legais de uniões, uma vez que existe fonte de dados contendo estas
informações, para o caso brasileiro.
Desta forma, não é possível trabalhar com o estado conjugal da população e suas
transições, uma vez que, por exemplo, uma transferência do estado de solteiro para o de
casado, oriundo de uma união consensual não poderia ser captada. Do mesmo modo, outros
tipos de transições não poderiam ser quantificadas. Então, o modelo multi-estado de
nupcialidade legal utilizado nesta dissertação considerará o estado civil da população, e as
possíveis transições entre os mesmos, disponíveis do Registro Civil. Assim, tomando por base
as cinco categorias para esta variável reconhecidas pelo Censo, é possível esquematizar o
modelo conforme a figura 1.1.
Figura 1.1 – Modelo de múltiplos estados de nupcialidade legal.
5
De acordo com a figura 1.1, verifica-se que o estado inicial é sempre o de solteiro e as
setas indicam o sentido das transições. Assim, a primeira transição possível é para o estado de
casado ou para o estado absorvente (morto). Por outro lado, uma pessoa casada pode passar
para o estado de separado judicialmente, divorciado, viúvo, ou falecer neste estado. Observa-
se ainda que, pela legislação brasileira, é possível uma pessoa divorciada ou viúva casar-se
novamente, contudo uma pessoa separada judicialmente necessita da obtenção do divórcio
antes de poder contrair uma nova união legal. Este modelo define, então, a quantidade de
estados, bem como quantas e quais transições são possíveis entre os mesmos.
Assim, esta dissertação tem como objetivo estudar o método das tábuas de vida de
múltiplos estados e aprofundar o estudo da nupcialidade legal no Brasil, utilizando esta
metodologia. Mais especificamente uma das contribuições desta dissertação é utilizar um
método de cálculo mais refinado (
mean duration at transfer) que é indicado por Schoen
(1988) para dados com intervalos qüinqüenais de idade, em vez do método mais usual e
simples (linear).
Esta dissertação está dividida em sete capítulos. Após esta introdução, no capítulo 2 é
realizado um histórico do uso das tábuas de vida de múltiplos estados na análise da
nupcialidade. O capítulo 3 se aprofunda na questão das fontes de dados utilizadas neste
trabalho. No capítulo 4 é realizada uma análise descritiva sobre alguns pontos da questão da
nupcialidade brasileira, que auxiliarão na contextualização dos resultados das tábuas de vida.
O capítulo 5 apresenta os pormenores dos métodos de tábua de vida utilizados nesta
dissertação, enquanto que no capítulo 6 estão dispostos os seus resultados. Por fim, no
capítulo 7 estão contidas as considerações finais.
6
2 – Breve histórico do uso das tábuas de vida de múltiplos estados na
análise da nupcialidade
Este capítulo tem por objetivo a revisão dos principais estudos envolvendo tábuas de
vida de múltiplos estados, sobretudo no tema de nupcialidade. Embora este método seja
conhecido e utilizado em diversos trabalhos, principalmente na América do Norte e Europa
nas três últimas décadas, o seu uso no Brasil ainda é muito restrito.
Segundo Schoen (1988), o primeiro trabalho utilizando tábuas de vida de múltiplos
estados foi feito por DuPasquier em 1912, em um estudo de seguros por invalidez, onde os
estados ativos eram: “saudável e “incapacitado”. Justamente a presença de mais de um
estado ativo na tábua, o que caracteriza a diferença entre as tábuas de múltiplos estados das
tábuas de vida simples e de múltiplos decrementos, foi a grande contribuição deste trabalho
pioneiro.
No tema da nupcialidade, os primeiros trabalhos a utilizarem esta técnica são da
década de 30. Schoen (1974) aponta que o primeiro registro encontrado refere-se a um
trabalho de Somogyi (1935) com dados de casamentos referentes à população da Itália.
Contudo o autor destaca o de Depoid (1938), que calculou tábuas de vida para a população
francesa e que reconhecia os estados ativos de “solteiro”, “casado pela primeira vez”,
“recasado”, “viúvo” e “divorciado”, como um grande avanço metodológico na época, uma
vez que o modelo de tábua apresentado era muito similar aos usados hoje em dia. Cabe
ressaltar que a forma de cálculo de tal modelo ainda não era sofisticada o suficiente para lidar
com a questão das reentradas populacionais nos estados ativos.
Apesar destes trabalhos, os modelos de múltiplos estados, de uma forma geral, não
atraíram muita atenção até a década de 70, quando os computadores puderam ser utilizados
para o auxílio dos cálculos requeridos para esta técnica. A partir desta época, vários estudos
teóricos começaram a surgir agregando novas contribuições à metodologia de cálculo e
7
construções deste tipo de tábuas, fundamentalmente a partir dos trabalhos publicados por
Schoen (1975) e Rogers e Lendent (1976).
Segundo Willikens
et al (1982), foi exatamente o trabalho de Rogers e Lendent que
introduziu a notação matricial, generalizando os modelos clássicos da demografia matemática,
para populações e modelos de múltiplos estados. Ainda segundo o autor, outra generalização
importante dos conceitos de tábuas de vida de múltiplos estados, se deve aos trabalhos de
Hoem e Fong (1976), e posteriormente, a Hoem (1977). Estes trabalhos, que faziam
aplicações das tábuas para o tema de força de trabalho, abordaram a questão metodológica sob
o ponto de vista dos processos estocásticos. Desta forma, as tábuas de vida de múltiplos
estados foram tratadas, pela primeira vez, segundo um modelo de Cadeias de Markov.
Além destes e de outros estudos posteriores que agregaram importantes contribuições
metodológicas para esta técnica, a partir do fim da década de 70 vários trabalhos com
aplicações práticas das tábuas de vida de múltiplos estados para dados de nupcialidade de
diversos países, também começaram a ser produzidos. Na Europa, citando alguns exemplos,
tem-se para a Suécia o estudo de Schoen e Urton (1979) que contém tábuas de nupcialidade
para o país no período de 1911 a 1973, relativas a coortes nascidas entre 1885 e 1944. Para a
Bélgica cita-se como exemplo, o trabalho de Willikens et al (1982) com enfoque para a
população feminina daquele país para os anos de 1970 e 1971. Koesoebjono (1981) estudou
também o comportamento nupcial da população feminina, mas neste caso para a Holanda,
com dados referentes ao ano de 1978.
Tomando um exemplo mais recente, cita-se o trabalho de Scherbov e van Vianen
(2004), que com base em dados coletados na Rússia, em 1994, sobre a história retrospectiva
de uniões da população de ambos os sexos, calculou tábuas para as coortes nascidas entre os
anos de 1910 a 1970, naquele país. Estes exemplos servem para dimensionar o estudo da
nupcialidade, por meio de tábuas de vida de múltiplos estados, na Europa.
8
Entretanto, os Estados Unidos é o país onde existem mais trabalhos publicados
estudando o tema de nupcialidade utilizando-se tábuas de vida de múltiplos estados. Neste
país, a nupcialidade é estudada, de forma consistente, por meio deste método mais de duas
décadas. Como exemplo, cita-se o trabalho de Espenshade e Braun (1982), que obtém tábuas
de vida por sexo e por cor/raça para a população americana de quatro coortes nascidas entre
os anos de 1890 e 1909. Os dados utilizados são referentes a história de casamentos dos
entrevistados pela “
Current Population Survey” de julho de 1975.
Considerando um trabalho mais recente, Schoen e Standish (2001) calculam tábuas de
nupcialidade, tomando por base os dados referentes às taxas de casamento, divórcio e
mortalidade para a população americana no ano de 1995 e comparando-as com resultados
previamente obtidos para 1988.
Mesmo fora da América do Norte e Europa, vários outros estudos similares vêm sendo
conduzidos. Para a Austrália, por exemplo, Krishnamoorthy (1987) calculou tábuas de vida
para a população feminina com o intuito de estimar a esperança de vida ao nascer, e a
esperança de vida em cada estado conjugal para todos os anos entre 1921 e 1981. Neste caso
os estados considerados pelo autor foram: solteiro, casado, divorciado e viúvo.
Outro exemplo é o trabalho de Schoen e Baj (1983) que não se limitou ao estudo de
um único país. Neste estudo, as tábuas de vida de múltiplos estados foram usadas para
comparar os padrões de nupcialidade de cinco países, quais sejam: Estados Unidos, Bélgica,
Inglaterra (juntamente com o País de Gales), Suécia e Suíça. Os resultados se referem tanto à
população masculina, quanto à feminina, de coortes nascidas entre os períodos de 1808 até
1945.
Por outro lado, este cenário vasto de estudos sobre o tema de nupcialidade, utilizando
a metodologia de tábuas de vida de múltiplos estados, não é encontrado aqui no Brasil. Lazo
(1996) aponta como a primeira contribuição, o trabalho de Goldani (1989) que calculou as
9
tábuas com base nas histórias de uniões contidas na Pesquisa Nacional Por Amostra de
Domicílios (PNAD) do ano de 1984. Foram analisadas duas coortes, tal que uma era real e
referente aos dados retrospectivos das mulheres nascidas na década de 30, e a outra era uma
coorte sintética com base nas taxas de transições observadas para as mulheres de 15 a 54 anos
de idade, na data da entrevista. Embora a população feminina tenha sido alvo de estudo, os
resultados foram calculados levando-se em consideração três categorias distintas da variável
raça/cor, a saber: branca, parda e preta. Deve-se, por fim, ressaltar que os resultados das
tábuas eram apenas parte de um estudo mais amplo sobre a transição da família no Brasil.
Entretanto, não houve continuidade em termos de estudos com aplicações desta
técnica, para o tema da nupcialidade, durante toda a década de 90. O trabalho seguinte
encontrado é de autoria de Freire e Aguirre (2000), onde foram calculadas tábuas de
nupcialidade de múltiplos estados para medir e analisar as probabilidades de transição entre
quatros estados conjugais propostos: solteiro, casado, divorciado e viúvo. Foram levadas em
consideração duas tábuas, correspondentes às populações masculina e feminina, do Brasil,
referentes ao ano de 1991. Os autores utilizaram como fontes de dados o Censo Demográfico
e as Estatísticas do Registro Civil daquele ano.
Posteriormente um estudo de Freire
et al (2006) atualizou o trabalho de Freire e
Aguirre (2000) calculando as mesmas as probabilidades de transição obtidas para o ano de
1991, com base no Censo Demográfico e as Estatísticas do Registro Civil do ano 2000. Porém
neste caso, foi considerada uma quinta categoria de estado conjugal (separado judicialmente),
bem como foram também analisados resultados não para a população total do país, mas
também para população da região Nordeste.
Uma observação importante que deve ser feita é que nestes dois últimos trabalhos
mencionados, os autores referem-se sempre a estados conjugais e a probabilidades de
transição entre estados conjugais. Entretanto são usadas, em ambos os trabalhos, como fonte
10
de dados, as Estatísticas do Registro Civil, assim como os autores afirmam deixar de fora da
análise os casamentos realizados somente no âmbito religioso, as uniões consensuais e as
separações não judiciais. Neste caso fica a dúvida se estes resultados poderiam se referir mais
adequadamente ao estado civil das populações pesquisadas.
No Brasil, além dos trabalhos supracitados, não foram encontrados registros de outros
trabalhos utilizando o método de tábuas de vida de múltiplos estados para o tema da
nupcialidade, ou seja, a potencialidade das tábuas de vida de múltiplos estados ainda foi muito
pouco explorada.
11
3 – Fontes de dados
As fontes de dados básicas utilizadas nesta dissertação são as estatísticas do Registro
Civil do ano 2000 e as informações disponíveis no Censo Demográfico do mesmo ano. De
fato, desde a extinção dos quesitos referentes ao tema de nupcialidade nas Pesquisas
Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD), a partir de 1996, o Censo e o Registro Civil
tornaram-se praticamente as únicas fontes de dados para o estudo deste tema.
As estatísticas do Registro Civil contêm os dados referentes ao total dos registros de
nascimentos, óbitos e casamentos, que são informados pelos Cartórios de Registro Civil de
Pessoas Naturais, e das separações judiciais e divórcios declarados pelas Varas de Família,
Foros ou Varas Cíveis. Por outro lado, deve ser ressaltado que por se tratarem de informações
provenientes de registros administrativos, as uniões consensuais, os casamentos realizados
somente no âmbito religioso, bem como as separações não legais, não são captadas por esta
forma de registro.
Para esta dissertação, utilizaram-se as informações relativas aos registros de:
Casamentos o número total de casamentos registrados no ano, estado civil anterior
ao casamento, idade dos cônjuges ao casar e a localidade do registro do evento.
Separações judiciais - o número total de processos de separação encerrados no ano,
idade dos cônjuges na data do encerramento do processo e local da ação do mesmo.
Divórcios - o número total de processos de divórcio encerrados no ano, idade dos
cônjuges na data do encerramento do processo, tipo do divórcio (direto do casamento,
ou indireto que é proveniente de separação judicial) e local da ação do processo.
Óbitos - o número total de óbitos registrados no ano, estado civil, sexo e idade do
indivíduo na data do óbito e o local de residência do mesmo.
12
A segunda fonte básica de informação para esta dissertação, como foi mencionado
anteriormente, é o Censo Demográfico 2000 e, em particular, as informações disponíveis
sobre o estado civil da população na data de referência do Censo.
Em uma breve retrospectiva histórica, destaca-se que até 1950 as categorias de estado
civil, contidas no Censo, incluíam as informações sobre nupcialidade exclusivamente sob o
aspecto legal. Desta forma, as uniões consensuais não podiam ser medidas, o que levou
autores, como Mortara (1948), a apontar que o número de solteiros estaria superestimado, ao
passo que o total de casados estaria subestimado.
Então, a partir do Censo de 1960, passou-se a pesquisar o estado conjugal das pessoas,
ou seja, o fato das mesmas viverem ou não, em companhia de cônjuge, seja em decorrência de
casamento civil, religioso, ambos, ou de união consensual. O estado civil dos indivíduos era
somente perguntado para os que não viviam em companhia de cônjuge. Finalmente no Censo
2000 foi perguntado pela primeira vez, de forma simultânea e independente, o estado civil e
conjugal das pessoas de 10 anos ou mais de idade.
Para esta dissertação utilizaram-se as informações censitárias sobre o total de
indivíduos em cada estado civil, segundo o sexo, a idade e a localização geográfica de sua
residência. Pelo Censo, obtém-se o número total de pessoas expostas às possíveis transições
entre estados civis, o que corresponde ao denominador das taxas de transição entre estes
estados e, pelo Registro Civil, obtém-se o número total de transições ocorridas entre os
estados civis de cada indivíduo, ou mais especificamente, o numerador das taxas de transições
entre estes estados, as quais serão apresentadas no capítulo 5.
3.1 – Correção e ajuste dos dados
Com os dados disponíveis no Censo Demográfico e Registro Civil do ano 2000, não é
possível aplicar diretamente a metodologia das tábuas de vida de múltiplos estados, que será
13
descrita no capítulo 5. Alguns dados obtidos destas pesquisas necessitam de correções ou
ajustes. Estes procedimentos serão detalhados nesta seção.
3.1.1 – Sub-registro de óbitos
Os dados referentes aos registros de casamentos, separações judiciais e divórcios
disponíveis no Registro Civil e que foram utilizados nesta dissertação, não sofreram
correções, pois são informações oficiais sobre os casamentos e suas dissoluções legais para o
ano 2000. Ou seja, as uniões e as dissoluções de uniões que não constarem no Registro Civil,
não são consideradas legais, logo não fazem parte do âmbito de análise desta dissertação.
Neste sentido, não existe sub-registro de casamentos, de separações judiciais ou de divórcios.
Por outro lado, nem todos os óbitos ocorridos no país são registrados. Assim, o
problema de não registro faz com que surja a necessidade de utilização de fatores de correção
na distribuição e volume dos óbitos, a fim de torná-los mais próximos da realidade. Deve-se
ainda levar em conta que, no Brasil, a qualidade da cobertura do registro de óbitos difere por
regiões, assim como por sexo e idade.
Segundo Albuquerque (2005) a cobertura do registro de óbitos é melhor na Região
Sudeste, seguido das Regiões Sul, Centro Oeste, Norte e a pior cobertura pertence à Região
Nordeste. Por sexo, de modo geral, observa-se uma melhor cobertura de óbitos masculinos do
que de femininos.
No que se refere à variável idade, a cobertura é pior para aos óbitos ocorridos na
população com idades mais baixas, fundamentalmente idades inferiores a 35 anos de idade. A
partir dessa idade, a cobertura melhora gradativamente. Essencialmente esse fenômeno
ocorre, pois quanto maior a idade do indivíduo no momento da ocorrência do óbito, aumenta a
probabilidade do mesmo ter constituído família e ter deixado algum tipo de benefício, como
14
por exemplo, pensão, seguro, dentre outros, o que “incentivaria” o registro do falecimento
pelos beneficiados.
Os fatores de correção de óbitos utilizados nesta dissertação foram calculados por
Albuquerque (2005), sendo que a seleção da metodologia aplicada para a obtenção desses
fatores de correção do sub-registro de óbitos foi uma combinação de duas metodologias:
Growth Balance, e Courbage e Fargues (1979). Os fatores para a correção dos óbitos estão
apresentados nas Tabelas 3.1 e 3.2.
Tabela 3.1 - Fatores de correção de óbitos masculinos, por Grandes Regiões do Brasil,
segundo os grupos de idade. Ano 2000.
Grupos de idade
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
15 a 19 anos
1,523 1,636 1,027 1,058 1,270
20 a 24 anos
1,523 1,636 1,027 1,058 1,270
25 a 29 anos
1,523 1,636 1,027 1,058 1,270
30 a 34 anos
1,523 1,636 1,027 1,058 1,270
35 a 39 anos
1,508 1,620 1,017 1,047 1,257
40 a 44 anos
1,477 1,587 1,000 1,026 1,232
45 a 49 anos
1,447 1,554 1,000 1,005 1,206
50 a 54 anos
1,401 1,505 1,000 1,000 1,168
55 a 59 anos
1,371 1,473 1,000 1,000 1,143
60 a 64 anos
1,325 1,423 1,000 1,000 1,105
65 a 69 anos
1,279 1,374 1,000 1,000 1,067
70 a 74 anos
1,264 1,358 1,000 1,000 1,054
75 a 79 anos
1,249 1,342 1,000 1,000 1,041
80 anos e mais
1,218 1,309 1,000 1,000 1,016
Fonte: ALBUQUERQUE (2005).
15
Tabela 3.2 - Fatores de correção de óbitos femininos, por Grandes Regiões do Brasil, segundo
os grupos de idade. Ano 2000.
Grupos de idade
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
15 a 19 anos
1,684 1,815 1,054 1,123 1,304
20 a 24 anos
1,684 1,815 1,054 1,123 1,304
25 a 29 anos
1,684 1,815 1,054 1,123 1,304
30 a 34 anos
1,684 1,815 1,054 1,123 1,304
35 a 39 anos
1,667 1,797 1,043 1,112 1,291
40 a 44 anos
1,641 1,770 1,028 1,095 1,265
45 a 49 anos
1,616 1,743 1,012 1,078 1,239
50 a 54 anos
1,591 1,716 1,000 1,061 1,200
55 a 59 anos
1,566 1,688 1,000 1,044 1,174
60 a 64 anos
1,540 1,661 1,000 1,027 1,134
65 a 69 anos
1,515 1,634 1,000 1,011 1,095
70 a 74 anos
1,490 1,607 1,000 1,000 1,082
75 a 79 anos
1,465 1,579 1,000 1,000 1,069
80 anos e mais
1,431 1,543 1,000 1,000 1,043
Fonte: ALBUQUERQUE (2005).
Deve ser ressaltado que não se dispõe de fatores de correção de óbitos segundo o
estado civil. Assim sendo, nesta dissertação os óbitos foram corrigidos segundo os fatores
apresentados nas Tabelas 3.1 e 3.2, independentemente do estado civil do falecido.
3.1.2 – Ajuste na população censitária
A data de referência do Censo Demográfico 2000 é o dia primeiro de agosto daquele
ano. Entretanto, para o cálculo das taxas de transição que serão apresentadas e discutidas no
capítulo 5, é necessário o total populacional no meio do período considerado, que para esta
dissertação foi primeiro de julho de 2000. Portanto, precisa-se ajustar o total da população
para a data censitária.
A estimativa do total populacional foi realizada com base nos dados dos Censos
Demográficos de 1991 e de 2000. Uma vez que serão construídas tábuas de vida de múltiplos
16
estados para o Brasil e para cada uma das cinco Grandes regiões, por sexo, se faz necessário o
ajuste para cada um destes casos considerados.
O total populacional para primeiro de julho de 2000 é estimado pela equação (3.1)
apresentada a seguir:
)106exp(
ˆ
199100/7/1
rPopopP =
(3.1)
onde
00/7/1
ˆ
opP
representa a estimativa do total populacional para primeiro de julho de 2000;
1991
Pop é o total populacional extraído do Censo 1991, referente a primeiro de setembro
daquele ano; o valor 106 representa o total de meses entre estas duas datas; r corresponde a
taxa de crescimento populacional mensal e é dada pela equação (3.2).
=
1991
2000
ln
1
Pop
Pop
t
r
(3.2)
onde t representa o total de meses entre as duas pesquisas;
2000
Pop é o total populacional
extraído do Censo 2000; e
1991
Pop é o total populacional extraído do Censo 1991; t é igual a
107, uma vez que a data de referência do Censo Demográfico de 1991 foi primeiro de
setembro daquele ano.
Cabe ressaltar que ao se estimar o total populacional e a taxa de crescimento mensal
para o Brasil e para cada uma das Grandes Regiões independentemente, levando em conta o
sexo, então nas equações (3.1) e (3.2),
00/7/1
ˆ
opP
,
2000
Pop ,
1991
Pop e r representarão tais
valores de acordo com a população considerada. Desta forma, no total serão doze valores
estimados para a população em primeiro de julho, referentes ao Brasil e a cada Grande
Região, por sexo masculino e feminino. Poder-se-ia indexar
00/7/1
ˆ
opP
,
2000
Pop ,
1991
Pop e r
por dois índices, um representando a população considerada e o outro representando o sexo.
A Tabela 3.3 fornece a população censitária para os anos de 1991 e 2000 para o Brasil
e para as Grandes Regiões, segundo o sexo, bem como suas respectivas taxas de crescimento
17
mensais (
r), necessárias para a obtenção da estimativa da população total em primeiro de
julho de 2000 (
00/7/1
ˆ
opP
).
Tabela 3.3 Populações censitárias e taxas de crescimento mensais calculadas, por sexo e
Grandes Regiões.
População no censoSexo e
Região
1991 2000
Taxa de
crescimento
mensal (r)
Homens
Brasil 72.485.122 83.576.015 0,133%
Norte 5.097.408 6.533.555 0,232%
Nordeste 20.783.292 23.413.914 0,111%
Sudeste 30.892.531 35.426.091 0,128%
Sul 10.979.573 12.401.450 0,114%
Centro Oeste 4.732.318 5.801.005 0,190%
Mulheres
Brasil 74.340.353 86.223.155 0,139%
Norte 4.933.148 6.367.149 0,238%
Nordeste 21.714.248 24.327.797 0,106%
Sudeste 31.847.870 36.986.320 0,140%
Sul 11.149.804 12.706.166 0,122%
Centro Oeste 4.695.283 5.835.723 0,203%
Fonte: Censos Demográficos 1991 e 2000.
18
4 – Características gerais da nupcialidade no Brasil
Nos últimos anos, fundamentalmente a partir da década de 80, tem sido possível
observar um crescimento das chamadas uniões consensuais que vem, pouco a pouco,
substituindo as uniões legais na preferência dos casais brasileiros. Este comportamento é
observado com maior intensidade na população mais jovem. Lazo (2002) aponta, por
exemplo, que dentre os jovens de 15 a 19 anos de idade que se declararam unidos, com base
nos dados da PNAD 1995, 73% dos homens e 60% das mulheres viviam em união
consensual. Entretanto deve ser ressaltado que, segundo esta mesma pesquisa, ao se
considerar toda a população, as uniões legais ainda representavam ampla maioria (72,1%) em
relação ao total de uniões
A partir de 1996, as PNADs eliminaram todos os quesitos referentes ao tema de
nupcialidade, porém esta tendência foi confirmada com os resultados do Censo Demográfico
2000. A Tabela 4.1 apresenta a distribuição da população brasileira, que se declarou unida nos
Censos Demográficos de 1980 a 2000, pelo tipo de união declarada.
Tabela 4.1 Distribuição percentual da população brasileira unida, por tipo de sua união
1980 a 2000.
Tipo de União
Ano
Civil e Religioso Civil Religioso União Consensual
1980 63,8 16,3 8,1 11,8
1991 58,1 18,4 5,2 18,4
2000 49,4 17,5 4,4 28,6
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000.
Como pode ser observado, as uniões consensuais que eram apenas 11,8% do total de
uniões em 1980, já representavam 28,6% deste total no ano 2000. Em contrapartida, as uniões
realizadas nos âmbitos civil e religioso e às realizadas apenas no religioso apresentaram
19
expressivas reduções neste mesmo período. Ainda assim, as uniões legais representavam mais
de dois terços do total de uniões (66,9%) segundo o Censo Demográfico 2000.
Com a exclusão dos quesitos de nupcialidade das PNADs, a partir de 1996, as
Estatísticas do Registro Civil passaram a ser a fonte principal de dados sobre casamentos.
Entretanto, como foi comentado no capítulo 3, as uniões consensuais e os casamentos
realizados somente no âmbito religioso, não são captados por esta forma de investigação.
Logo, de acordo com os dados da Tabela 4.1, verifica-se que não existiam informações
disponíveis para quase um terço do total de uniões brasileiras para o ano 2000.
4.1 – Diferenças regionais
Existem ainda diferenças regionais na distribuição dos tipos de uniões. Considerando-
se as uniões legais, isto é, as uniões realizadas somente no âmbito civil ou as realizadas tanto
no civil quanto no religioso, captadas pelo Registro Civil, e as uniões não legais que incluem
as uniões consensuais e as realizadas somente no âmbito religioso, não captadas, tem-se um
cenário do grau cobertura das uniões abrangidas pelo Registro Civil, para o Brasil e as
Grandes Regiões, fornecido no Gráfico 4.1.
De acordo com este gráfico, é possível observar que nas regiões Sul e Sudeste se
apresentaram, no ano 2000, as maiores porcentagens de uniões legais, 73,8% e 73,7%,
respectivamente. Essa porcentagem se reduz para 64,2% na região Centro Oeste, seguida das
regiões Nordeste com 57,3% e Norte com 45,7% de uniões legais. Estes resultados são o
reflexo da queda das taxas de nupcialidade legais observadas nas últimas décadas no Brasil.
20
Gfico 4.1 - Distribuição das uniões das pessoas de 10 anos ou
mais, por natureza da união, no ano 2000.
66,9
57,3
64,2
54,3
73,8
73,7
45,7
42,7
33,1
35,8
26,2
26,3
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste
Porcentagem
Legais Não legais
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.
4.2 – Taxas brutas e gerais de nupcialidade legal
Com base nas Estatísticas do Registro Civil e no Censo Demográfico, Augusto (2006)
calculou as taxas brutas e taxas gerais de nupcialidade legal para o Brasil e Grandes Regiões,
nos anos de 1980, 1991 e 2000, como mostram os Gráficos 4.2 e 4.3.
Gráfico 4.2 - Taxas brutas de nupcialidade legal para o Brasil e as
Grandes Regiões, 1980 a 2000
8,0
7,5
7,1
8,1
8,5
9,3
5,4
5,8
5,9
3,9
2,8
5,1
5,0
4,2
5,0
3,5
3,1
4,3
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro
Oeste
Taxa (por mil habitantes)
1980 1991 2000
Fonte: Augusto (2006)
21
A taxa bruta de nupcialidade legal (TBN
up
) representa a razão entre o número de
casamentos legais ocorridos durante certo período de tempo, normalmente o ano, e a
população média desse período. Com base no Gráfico 4.2, observa-se que ocorreu uma
abrupta queda na TBN
up
, nas duas últimas décadas, tanto para o total do país quanto para as
Grandes Regiões, porém com maior intensidade entre o período de 1980 a 1991. As regiões
Norte e Nordeste foram as que apresentaram, para os três períodos considerados, as menores
TBN
up
, situando-se sempre abaixo da média nacional e com reduções superiores a 50% no
valor desta taxa entre os anos de 1980 e 2000. Vale destacar que exatamente nestas duas
regiões foram observadas as menores proporções de uniões legais, de acordo com o gráfico
4.1.
Em relação às outras três Grandes Regiões destaca-se a acentuada queda da taxa para
região Sul que possuía o maior valor (9,3 por mil) para o ano de 1980, e após uma queda de
aproximadamente 54%, em vinte anos, apresentava a menor TBN
up
(4,2 por mil), em relação
às outras duas Grandes Regiões, no ano 2000.
Contudo, é sabido que a estrutura etária da população influencia o valor desta taxa,
uma vez que seu denominador considera a população total média no período, embora a
população nas idades muito jovens esteja exposta a uma probabilidade nula ou muito pequena
de casamento, inclusive por impedimentos legais. Desta forma, se forem comparadas taxas de
brutas de nupcialidade de duas localidades com proporção de crianças (pessoas com idade
inferior a 10 ou 15 anos de idade, por exemplo) muito distintas, esperar-se-á que a localidade
com maior concentração infantil possua, a priori, uma TBN
up
menor.
Este problema é contornado com a utilização da taxa geral de nupcialidade legal
(TGN
up
), pois embora o seu numerador seja igual ao da TBN
up
, o seu denominador é
composto pela população média com idade igual ou superior a 15 anos, no período
considerado. Cabe ressaltar que isto não implica que a TGN
up
seja totalmente isenta da
22
influência da estrutura etária populacional, uma vez que a partir dos 15 anos de idade as
probabilidades de união em cada grupo etário não são constantes. Ou seja, uma população
com concentração maior de pessoas em idades mais jovens, a partir dos 15 anos (por exemplo
15 a 35 anos), tende a produzir valores mais elevados para esta taxa, do que uma outra
população com maior concentração em idades mais avançadas (por exemplo, a partir dos 35
anos). Deve ser ressaltado que a distribuição da população por outras variáveis também
podem influenciar os valores dessa taxa, como por exemplo, a variável de estado civil, uma
vez que supõe-se que pessoas solteiras, divorciadas ou viúvas estão expostas a distintas
probabilidades de casamento legal. Essa hipótese, inclusive, será investigada no capítulo 6.
Gfico 4.3 - Taxas gerais de nupcialidade legal para o Brasil e as
Grandes Regiões, 1980 a 2000
12,9
14,0
12,6
12,3
14,2
14,6
8,3
8,68,6
6,5
4,9
7,8
7,2
5,8
6,8
5,3
4,9
6,1
0,0
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste
Taxa (por mil habitantes)
1980 1991 2000
Fonte: Augusto (2006)
É possível observar, com base no Gráfico 4.3, que o comportamento da TGN
up
, é
semelhante ao analisado para a TBN
up
. Verifica-se que o ritmo de queda é muito mais
acentuado na década de 80, do que na de 90, assim como as regiões Norte e Nordeste também
apresentaram as menores taxas a partir de 1991.
Contudo deve ser destacado que o ritmo da queda das TGN
up
foi mais acentuado em
relação às TBN
up
,
tanto para o Brasil quanto para as Grandes Regiões, no período de 1980 a
23
2000. A maior queda percentual foi registrada para o Norte (65%) que passou de 14,0 por mil,
para 4,9 por mil no período. Por outro lado, a menor queda percentual registrada foi para o
Sudeste, que ainda assim teve sua taxa reduzida quase à metade passando de 12,3 por mil para
6,8 por mil neste intervalo de vinte anos.
4.3 – Distribuição da população por estados civil e conjugal
É interessante notar, que apesar da expressiva redução de quase 53% na TGN
up
brasileira nas duas últimas décadas, a proporção de pessoas em estado conjugal de casadas
não sofreu grandes alterações, no mesmo período, como mostra o Gráfico 4.4 a seguir.
Gfico 4.4 - Distribuição da população brasileira de 15 anos ou
mais de idade, por estado conjugal - 1980 a 2000
4,3
4,94,9
2,5
57,1
34,2
1,4
31,9
0,7
58,1
4,74,7
0,0
56,6
34,0
0,0
15,0
30,0
45,0
60,0
Solteiro Casado Sep./Desq./Div. Viúvo Sem declaração
Porcentagem
1980 1991 2000
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980, 1991 e 2000.
De acordo com o Gráfico 4.4, observa-se que tanto a proporção de solteiros, quanto a
de casado, registraram pequenas variações entre 1980 e 2000, mas sem apresentar uma
tendência. Caso análogo observa-se na proporção de viúvos. O único incremento contínuo
registrado, a partir da década de 80, foi na proporção de divorciados, desquitados ou
separados judicialmente, fato este decorrente, em grande parte, da promulgação da Lei do
Divórcio ocorrida em 26 de dezembro de 1977.
24
Deve ser destacado que no Gráfico 4.4, o estado conjugal de casado é atribuído a uma
pessoa que vive em união com companheiro(a), sem a necessidade desta união ser legal, ou
seja, a pessoa não tem necessariamente o estado civil de casado. Isto reforça a hipótese de que
as TBN
up
e TGN
up
têm sofrido redução, em parte, pelo aumento das uniões consensuais, as
quais não são incluídas no cálculo dessas taxas. Este fato também evidencia que ao se analisar
dados referentes à nupcialidade legal, como é o caso desta dissertação, é preciso ter uma idéia
da magnitude do fenômeno que não está sendo medido, devido à falta de informação
adequada.
A seguir considera-se a distribuição da população exclusivamente por estado civil,
para ambos os sexos, no ano 2000, uma vez que o estado civil da população somente foi
levantado no Censo 2000 e não consta nos Censos anteriores. O estado civil é a situação da
pessoa em relação ao matrimônio ou à sociedade conjugal, em termos legais. O gráfico 4.5
apresenta a distribuição do estado civil para o Brasil e para as Grandes Regiões, com base nos
dados do Censo Demográfico 2000.
Gfico 4.5 - Distribuição da população de 15 anos ou mais de
idade, por estado civil, no ano de 2000
48,840,1
43,756,7
48,2
61,8
42,2
49,145,2
36,4
32,8
42,4
4,7
5,05,2
2,4
2,1
4,2
4,3
5,85,9
4,4
3,45,2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro
Oeste
Solteiro Casado Separado/Desquitado/Divorciado Viúvo
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.
25
De acordo com os Gráficos 4.4 e 4.5, é possível observar que para população brasileira
no ano 2000, as proporções de pessoas no estado civil de casado estão em um patamar bem
inferior (42,4%), em relação à população brasileira com o estado de conjugal casado (56,6%).
Por outro lado, as proporções de pessoas no estado civil de solteiro (48,2%) são mais elevadas
do que a proporção de pessoas, de ambos os sexos, de mesmo estado conjugal (34,0%), para o
ano considerado. Variações menores ainda podem ser observadas para as outras duas
categorias consideradas (viúvo e separado judicialmente, divorciado ou desquitado). Estes
dados ressaltam, mais uma vez, a importância de ao se estudar a nupcialidade legal no Brasil,
se estar atento aos efeitos que as uniões consensuais podem causar no momento de análise dos
resultados.
Os Gráficos 4.6 e 4.7 apresentam a distribuição do estado civil, para o Brasil e para as
Grandes Regiões, com base nos dados do Censo Demográfico 2000, porém considerando as
populações masculina e feminina.
Gfico 4.6 - Distribuição da população masculina de 15 anos ou
mais de idade, por estado civil, no ano de 2000
51,8
43,346,959,0
51,2
64,5
42,4
50,146,5
37,132,1
43,3
4,0
4,4
4,5
2,0
1,9
3,6
1,8
2,22,1
1,81,62,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro
Oeste
Solteiro Casado Separado/Desquitado/Divorciado Viúvo
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.
26
Gráfico 4.7 - Distribuição da população feminina de 15 anos ou
mais de idade, por estado civil, no ano de 2000
59,0
45,5
54,5
40,8
37,1
45,9
41,6
33,4
35,8 43,9
48,1
42,0
4,7
2,4
2,8
5,9
5,5
5,3
8,3
5,2
6,9
9,4
9,3
6,7
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste
Solteiro Casado Separado/Desquitado/Divorciado Viúvo
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.
Com base nos Gráficos 4.6 e 4.7, observam-se importantes diferenciais em suas
distribuições, tanto por sexo, quanto por localidade geográfica. Para todas as Grandes
Regiões, verifica-se que a proporção de população solteira feminina é menor que a masculina,
por outro lado, as proporções de mulheres separadas, divorciadas, desquitadas e viúvas são
bem maiores. Sabe-se que, em média, as mulheres se casam mais novas do que os homens,
bem como a expectativa de vida feminina é maior e a probabilidade de recasamento feminino
é menor que o masculino, logo isto explica, em parte, sua maior proporção na categoria de
viúvas. Por outro lado uma maior proporção de mulheres na categoria separadas, divorciadas
ou desquitadas, quando comparada com a proporção de homens nestas categorias, também
pode ser resultado de um menor índice de recasamentos femininos. Esta hipótese semais
detalhadamente discutida com os resultados obtidos das tábuas de vida de múltiplos estados.
Também é possível observar pelos Gráficos 4.6 e 4.7 que, para ambos os sexos, as
maiores proporções de solteiros encontram-se nas regiões Norte e Nordeste. Foram
exatamente estas suas regiões que apresentaram os menores valores para as TBN
up
e TGN
up
,
bem como os maiores índices de uniões não legais. Por outro lado, nas regiões Sudeste e Sul
27
foram observadas as maiores proporções de casados, exatamente as duas regiões com as
maiores freqüências relativas de uniões legais.
Contraste semelhante é verificado ao analisar-se a proporção de pessoas com estado
civil de separado, divorciado ou desquitado. Para ambos os sexos é observado que as regiões
Norte e Nordeste apresentam as menores proporções, em contraposição às regiões Sudeste e
Sul com os maiores valores. Este resultado pode ser devido a diferenças nas probabilidades de
dissolução de casamentos, nas probabilidades de recasamentos de divorciados, ou ainda a
união destes dois fatores. Estas hipóteses também serão discutidas mais detalhadamente, no
capítulo 6, onde os resultados obtidos das tábuas de vida de múltiplos estados são
apresentados.
28
5 – Tábuas de vida
Neste capítulo serão apresentadas as idéias gerais, sobre o método de cálculo das
tábuas de vida. Para uma melhor compreensão do método, as principais funções e sua forma
de cálculo serão detalhadas em termos da tábua de vida simples. A partir destas idéias iniciais,
serão apresentadas as generalizações dos conceitos e cálculos necessários para a construção
das tábuas de vida de múltiplos decrementos e das tábuas de vida de múltiplos estados.
A apresentação dos três tipos de tábuas de vida é importante, uma vez que alguns
resultados da tábua de vida de múltiplos estados são obtidos por meio de resultados, ou
aplicação direta de funções, dos outros dois tipos mais simples de tábuas de vida.
5.1 – Tábua de vida simples
O modelo de tábua de vida simples supõe o acompanhamento de um grupo fechado de
indivíduos (coorte) que compartilham uma condição inicial, por exemplo, o nascimento em
um mesmo instante do tempo. Seguindo uma coorte desde o momento de seu nascimento, até
sua completa extinção, será obtido um retrato detalhado de suas funções de sobrevivência. O
número de indivíduos que atingiram determinadas idades, probabilidades de sobrevivência,
tempo vivido pela coorte em um determinado intervalo de idade, e expectativa de vida são
exemplos de funções da tábua.
A coorte considerada pode ser real (ter de fato existido e sido acompanhada), ou
sintética (criada como uma hipótese de trabalho). Uma vez que o acompanhamento de uma
coorte real pode levar muito tempo de observação até sua extinção, dependendo do tipo de
população considerada, estudos com coortes hipotéticas são mais comuns, principalmente, em
estudos de populações humanas. Neste caso, determina-se um período de referência e
considera-se um grupo hipotético que estaria sujeito, por toda a sua vida, às condições de
29
mortalidade observada nesse período. Ou seja, a tábua vai refletir o que aconteceria com uma
coorte caso a mesma estivesse exposta, ao longo da vida, às taxas de mortalidade observadas
no período de referência considerado.
Segundo Schoen (1988), o primeiro trabalho utilizando tábuas de vida foi apresentado
por John Graunt em 1662. Utilizou-se uma fonte de dados paroquial para retratar a
sobrevivência de uma coorte londrina hipotética de 100 pessoas, desde o nascimento até a
morte do seu último membro, no intervalo de idade de 76 a 80 anos. Ainda segundo Schoen,
também foi na Inglaterra que se publicou a primeira tábua de vida oficial, em 1843, poucos
anos após os registros de nascimentos, óbitos e casamentos se tornarem compulsórios naquele
país. Atualmente diversos países publicam tábuas de vida, assim como diversas organizações
ou pesquisadores, as utilizam em muitos estudos, sejam demográficos, atuários, dentre outros.
5.1.1 – Funções da tábua de vida simples
As principais funções utilizadas nas tábuas de vida são o número de sobreviventes, o
número de óbitos, a probabilidade de óbito, o tempo vivido, a taxa central de mortalidade, o
total de anos vividos, a expectativa de vida e a média de anos vividos em um determinado
intervalo de idade para as pessoas que morrem neste intervalo. Estas funções são apresentadas
a seguir.
Número de sobreviventes
Denotado por )(xl , é o número de indivíduos que atingiram a idade exata x
proveniente de um grupo inicial )0(l de nascimentos, chamado muitas vezes de “raiz da
tábua”. Ao trabalhar com coortes reais, o valor de )0(l é proveniente da população, por outro
lado, em estudos com coortes hipotéticas este valor é fixado e, em geral, é alguma potência de
base 10.
30
A função )(xl pode também ser entendida como uma função de sobrevivência (não
crescente) que representa o total de pessoas na idade exata x.
Número de óbitos
Representa o número de óbitos ocorridos entre os indivíduos que atingiram a idade x,
mas não atingiram a idade x+n, e é denotado por ),( nxd . A sua expressão é dada por:
)()(),( nxlxlnxd
+
=
(5.1)
onde )(xl foi definida anteriormente e )( nxl
+
representa o número de sobreviventes na
idade
n
x
+
. De (5.1), tem-se que:
),()()( nxdxlnxl
=
+
(5.2)
Probabilidade de morte
Representa a probabilidade de um indivíduo que atingiu a idade x, não atinja a idade
x+n. Esta probabilidade é dada pela expressão (5.3).
)(
),(
),(
xl
nxd
nxq = (5.3)
Tempo vivido
Representa o tempo, geralmente medido em anos, vivido pelo conjunto de pessoas no
intervalo de idade [x, x+n) e é denotado por )( nxL
+
. A sua expressão para uma coorte
hipotética é dada por:
+=
n
o
dttxlnxL )(),(
(5.4)
ou seja, ),( nxL é a função de sobrevivência acumulada no intervalo etário considerado. Uma
vez que a função de sobrevivência )(xl é desconhecida quando se considera uma coorte
hipotética, não é possível obter ),( nxL pela expressão (5.4), logo o seu cálculo é de forma
31
aproximada. Existem vários métodos para o cálculo desta aproximação, a diferença entre eles
é a hipótese adotada para o comportamento da função de sobrevivência dentro dos intervalos
etários considerados. Na subseção 5.1.2, o método linear e o de duração média na transição,
para a aproximação de ),( nxL serão apresentados.
Taxa central de mortalidade
É denotada por ),( nxm e representa a taxa de mortalidade para cada idade específica
no intervalo [x, x+n), em outras palavras, é a taxa central de mortalidade para o intervalo. Esta
taxa é dada pela expressão (5.5).
),(
),(
),(
nxL
nxd
nxm = (5.5)
Ou seja, a taxa central de mortalidade é a razão do o número total de óbitos observados na
tábua, no intervalo etário considerado, pelo número de anos vividos pelo conjunto de pessoas
no mesmo intervalo.
Total de anos vividos
É denotado por )(xT e representa a soma dos anos vividos, a partir da idade exata x,
pelo conjunto dos sobreviventes nesta idade. Esta função da tábua é dada pela expressão:
=
+=+=
w
t
w
dttxltxLxT
0
0
)()()(
(5.6)
onde w indica que a soma continua até o óbito do último sobrevivente.
Expectativa de vida
Denotada por )(xe , representa o tempo médio de vida restante, para um membro da
coorte considerada, da tábua de vida, a partir da idade exata x. A expectativa de vida é dada
pela expressão (5.7).
32
)(
)(
)(
xl
xT
xe = (5.7)
Em outras palavras, é a razão do total de anos vividos, pelos membros da tábua, a partir da
idade exata x, pelo total destes mesmos membros que atingiram idade x. Deve-se ressaltar que
)0(e é a expectativa de vida ao nascer.
Média de anos vividos em um intervalo de idade para as pessoas que morrem
neste intervalo
Esta função, denotada por ),( nxa , também é conhecida por a de Chiang, devido ao
bioestatístico que a introduziu e estudou suas propriedades, em 1968. Ela representa a média
de anos vividos no intervalo de idade [x, x+n), pelos indivíduos que morreram neste intervalo.
Esta média é dada pela expressão:
),(
)(.),(
),(
nxd
nxlnnxL
nxa
+
= (5.8)
Nota-se que da expressão (5.8) obtém-se uma outra expressão para ),( nxL , além da expressão
(5.4), apresentada a seguir por (5.9).
),().,()(.),( nxdnxanxlnnxL
+
+
=
(5.9)
Observa-se que o termo )(. nxln
+
representa o fato que cada uma das )( nxl
+
pessoas que
sobreviveram ao intervalo etário [x, x+n) viveram n anos e o termo ),().,( nxdnxa representa
o fato que cada uma das ),( nxd pessoas que morreram neste intervalo, viveram, em média,
),( nxa anos.
5.1.2 – Cálculo da tábua de vida simples
Se uma coorte foi efetivamente acompanhada ao longo do tempo, os valores da tábua
podem ser calculados diretamente pelas funções já descritas. Contudo, se a tábua corresponde
33
a uma hipótese de trabalho, para uma coorte hipotética, a função de sobrevivência não é
conhecida a priori. Neste caso, as funções da tábua são calculadas a partir do número de
óbitos ),( nxD e do número total de pessoas no meio do período considerado ),( nxP , no
intervalo de idade [x , x+n) da população observada, ou seja, os valores de ),( nxD e ),( nxP
são obtidos de dados observados na população em um determinado período de tempo.
Com estes dados calcula-se ),( nxM , que é a taxa central de mortalidade observada, na
população, no intervalo de idade [x, x+n) tal que
),(
),(
),(
nxP
nxD
nxM = (5.10)
Uma vez obtido o conjunto dos ),( nxM , Schoen (1988) argumenta que existem duas
questões a serem tratadas. A primeira é como se dará a relação entre as taxas centrais de
mortalidade observadas ),( nxM e as taxas centrais de mortalidade da tábua de vida ),( nxm ,
enquanto que a segunda é referente à relação entre as funções sobrevivência )(l e de tempo
vivido )(L . O autor ainda destaca que estas duas relações podem ser satisfatoriamente
abordadas por mais de uma maneira.
Uma abordagem para a construção de tábua de vida simples é dada pelo Algoritmo
Geral (Schoen e Land, 1979; Schoen, 1982) que se baseia na relação entre as funções
l
e
L
,
buscando uma solução numérica para a expressão (5.4). Nesta abordagem, as taxas centrais de
mortalidade observadas ),( nxM e as da tábua de vida ),( nxm são relacionadas da maneira
mais simples e mais comumente utilizada que é
),(),( nxmnxM
=
(5.11)
ou seja, as mesmas são iguais para todos os grupos etários.
34
A partir deste resultado é possível escrever )(
nxl
+
e ),( nxL em função do valor de
),( nxa . A expressão de )( nxl
+
pode ser reescrita substituindo (5.1), (5.5) e (5.11) em (5.9),
tal que:
),()].,([1
),().,(1
)()(
nxMnxan
nxMnxa
xlnxl
+
=+ (5.12)
de forma análoga é possível reescrever a expressão de )( nxl
+
substituindo (5.1) em (5.9), tal
que:
)()].,([)().,(),( nxlnxanxlnxanxL
+
+
=
(5.13)
A vantagem de escrever ambas expressões em termos de ),( nxa é que se obtém uma
forma geral de cálculo para )( nxl
+
e ),( nxL . A questão passa a ser estimar os valores de
),( nxa para os diferentes grupos etários, uma vez que ao se trabalhar com uma coorte
hipotética este valor não é conhecido. O modo mais simples de estimação seria considerar
),( nxa igual à metade da amplitude do intervalo, ou seja, n/2. Porém, isso implica considerar
a hipótese de linearidade da função de sobrevivência )(xl nos intervalos etários considerados.
Para intervalos pequenos como, por exemplo, intervalos unitários de idade, esta aproximação
pode ser considerada razoável. Todavia para intervalos maiores, como os intervalos
qüinqüenais utilizados nesta dissertação, melhores estimativas de ),( nxa podem ser obtidas.
Schoen (1988) recomenda utilizar o método de “duração média na transição”, que é
uma tradução literal do nome original em inglês mean duration at transfer. O método estima
),( nxa levando em conta os valores de ),( nnxM
, ),( nxM e ),( nnxM
+
. O
desenvolvimento completo deste método está descrito em Schoen (1978). Conforme este
método, o estimador de ),( nxa é dado por:
),(
)](),()(),([
),(
nxd
nxlnxwxlnxu
nxa
+
+
= (5.14)
onde
35
)],(),(38),([
240
),(
2
nnxMnxMnnxM
n
nxu +++= (5.15)
e
)],(6),(72),(14[
240
),(
2
nnxMnxMnnxM
n
nxw ++= (5.16)
A partir deste resultado e com base nas expressões (5.12) e (5.13), obtém-se:
),()],([1
),(),(1
)()(
nxMnxwn
nxMnxu
xlnxl
++
=+ (5.17)
e
)()],([)(),(),( nxlnxwnxlnxunxL
+
+
+
=
(5.18)
Pelas expressões (5.17) e (5.18) é possível observar que tanto )( nxl
+
quanto ),( nxL
estão expressas somente em função da taxa central de mortalidade observada na
população )(M , nos distintos intervalos de idade. Vale ressaltar que as outras funções da
tábua podem ser obtidas a partir destes dois resultados.
Deve-se destacar que estes resultados são utilizados para a obtenção dos valores de
)( nxl
+
e ),( nxL nas idades intermediárias da tábua, geralmente a partir dos 5 anos de idade
até o penúltimo intervalo etário. Substanciais variações das taxas de mortalidade nas idades
iniciais e finais requerem o uso de procedimentos diferentes dos que foram mostrados. Como
nesta dissertação são calculadas tábuas de nupcialidade que se iniciam a partir da idade de 15
anos, apenas os procedimentos especiais para as idades finais são necessários.
Então, para o último intervalo de idade, definido como o correspondente a idades
maiores ou iguais a um valor z qualquer, com base nas equações (5.5) e (5.11) e levando-se
em conta o fato que )(zl é igual a ),(
zd , obtém-se
),(
)(
),(
=
zM
zl
zL (5.19)
de onde se deduz que
36
),(
1
)(
),(
)(
)(
)(
=
==
zMzl
zL
zl
zT
ze (5.20)
5.2 – Tábua de vida de múltiplos decrementos
Nesta dissertação, a tábua de vida de múltiplos decrementos é importante, pois, é a
partir dela que algumas funções da tábua de múltiplos estados, detalhadas na seção 5.3, são
calculadas.
A tábua de vida de múltiplos decrementos pode ser entendida como uma generalização
do modelo de tábua de vida simples, na qual é possível observar mais de um tipo de causas
específicas de decremento, como por exemplo, a mudança do estado de solteiro para o de
casado, ou a mudança do estado de solteiro para o estado de morto. De forma análoga, é
possível considerar a tábua de vida simples, como um caso particular onde o número de
decrementos é igual a um.
5.2.1 – Funções da tábua de vida de múltiplos decrementos
Este modelo parte do pressuposto que se podem definir k (k>1) diferentes causas de
decrementos. Desta forma, o número de decrementos, devido a i-ésima causa, no intervalo de
idade [x, x+n) pode ser definido como ),( nxd
i
. As causas de decrementos são exaustivas e
mutuamente excludentes, logo:
=
=
k
i
i
nxdnxd
1
),(),(
(5.21)
Nota-se que quando 1
=
k , ),( nxd representa o número de óbitos definido na
expressão (5.1).
37
Probabilidade de decremento
Com base nos valores apresentados de ),( nxd
i
é possível obter a probabilidade de
decremento, pela i-ésima causa, no intervalo de idade [x, x+n) denotada por ),( nxq
i
. Esta
probabilidade é dada por
)(
),(
),(
xl
nxd
nxq
i
i
=
(5.22)
Pelas expressões (5.3), (5.21) e (5.22) tem-se a probabilidade de saída do estado
inicial, que neste caso é o único estado ativo da tábua, dada pela expressão (5.23) a seguir
=
=
k
i
i
nxqnxq
1
),(),(
(5.23)
Se 1
=
k , ),( nxq representa a probabilidade de morte definida na expressão (5.3).
Taxa central de decremento
A taxa central de decremento, pela i-ésima causa, no intervalo de idade [x, x+n),
denotada como ),( nxm
i
, é dada por
),(
),(
),(
nxL
nxd
nxm
i
i
=
(5.24)
Pelas expressões (5.5), (5.21) e (5.24) tem-se a taxa central de decremento conjunta é
dada pela expressão (5.25)
=
=
k
i
i
nxmnxm
1
),(),(
(5.25)
Se 1
=
k , ),( nxm representa a taxa central de mortalidade definida na expressão (5.5).
Deve-se destacar que )(xl e ),( nxL são usados nos denominadores de ),( nxq
i
e
),( nxm
i
, respectivamente, pois todas as pessoas estão igualmente expostas aos riscos de
decrementos. Entretanto, como pode ser observado, de um modo geral, as funções desta tábua
38
são as mesmas apresentadas para o caso das tábuas de vida simples, com a diferença de que é
possível separar distintas causas de decrementos.
Interpretação diferente se dá na função )(
xl
i
, que será o número de pessoas que sairão
da tábua, pela i-ésima causa, a partir da idade exata x, tal que
=
+=
w
t
ii
txdxl
0
)()(
(5.26)
As funções ),( nxL (tempo vivido), )(xT (total de anos vividos), ),( nxa (a de
Chiang), )(xe (expectativa de vida) são as mesmas previamente definidas para a tábua de
vida simples. Segundo Preston (2001), geralmente não se define ),( nxL
i
, )(xT
i
, ),( nxa
i
,
)(xe
i
. Isto resulta do fato da função )(xe
i
(para a qual são necessárias as outras três funções)
não ter interpretação direta. Esta função seria a expectativa de vida, a partir da idade x, de
uma pessoa que sairá da tábua pela causa i, contudo esta causa ainda não poderia ser
identificada na idade x. Vale destacar que um problema similar de interpretação teria a função
)(xl
i
, mas esta é calculada pela sua utilização no cálculo de )()( xlxl
i
que representa a
proporção de pessoas, com a idade exata x, que sairão da tábua devido à causa i.
5.2.2 – Cálculo da tábua de vida de múltiplos decrementos
Como foi mencionado anteriormente, se a tábua é criada para uma coorte hipotética,
a função de sobrevivência não é conhecida a priori. Logo, as funções da tábua são calculadas
a partir de dados observados na população em um determinado período de tempo. Desta
forma, uma vez que estas tábuas consideram mais de uma forma de decremento, torna-se
necessário o acesso às informações sobre cada forma de decremento considerado. Os dados
necessários são: o número de decrementos na população, pela i-ésima causa, no intervalo de
39
idade [x, x+n) ),(
nxD
i
e o número total de pessoas no meio do período observado, no
intervalo de idade [x, x+n) da população observada ),( nxP .
Com estes dados calcula-se, de forma análoga ao que foi descrito para as tábuas de
vida simples, ),( nxM
i
, que é a taxa central de mortalidade observada na população, pela i-
ésima causa, no intervalo de idade [x, x+n), tal que
),(
),(
),(
nxP
nxD
nxM
i
i
=
(5.27)
A partir deste ponto, existem vários métodos para se calcular os valores da bua. Os
métodos são, de uma forma geral, análogos aos utilizados na construção das tábuas de vida
simples. Schoen (1988) também tem preferência pela utilização do método de “duração média
na transição”, neste tipo de tábua.
A diferença do método, em relação ao apresentado para as tábuas de vida simples, é a
inclusão de algumas etapas adicionais para o cálculo das novas funções de múltiplos
decrementos. A primeira etapa é a suposição de que todas as taxas centrais de mortalidades
observadas na população são iguais às taxas da tábua, ou seja,
),(),( nxmnxM
ii
= (5.28)
então, com base nas equações (5.11), (5.24) e (5.27), a igualdade (5.28) pode ser reescrita
como
),(
),(
),(
),(
nxd
nxd
nxD
nxD
ii
=
(5.29)
logo, como o valor de ),( nxd pode ser conhecido pelos métodos de cálculo discutidos para a
tábuas de vida simples, então o conjunto dos ),( nxd
i
é obtido reescrevendo a equação tal que
),(
),(
),(),(
nxD
nxD
nxdnxd
i
i
=
(5.30)
40
e, uma vez conhecido este conjunto de valores ),(
nxd
i
, o restante da tábua pode ser calculado
de acordo com as funções previamente apresentadas.
Por fim, vale ressaltar que este modelo de tábuas de vida permite trabalhar com a
hipótese de eliminação de uma ou mais causas de decremento, ou seja, responde a pergunta
hipotética do tipo: “o que acontece com a coorte analisada caso uma ou mais causas de
decremento seja eliminada?”. A idéia é construir uma nova tábua que não contenha a causa,
ou o grupo de causas de decremento selecionado e compará-la com a tábua original.
5.3 – Tábuas de vida de múltiplos estados
Conforme apresentado anteriormente, as tábuas de vida simples permitem o estudo da
transição de um estado ativo ou transiente qualquer (por exemplo, “vivo”), para um estado
absorvente (por exemplo, “morto”) em uma determinada população. Porém, quando se leva
em consideração a presença de apenas um estado ativo (por exemplo, “solteiro”) e dois ou
mais estados absorventes (por exemplo, “casado” e “morto”), utilizam-se tábuas de vida de
múltiplos decrementos.
Por outro lado, as tábuas de vida de múltiplos estados permitem estudos com mais de
um estado ativo e mais de um estado absorvente, bem como a transição dos membros da tábua
entre estados ativos. São exatamente estas duas características que fazem esta técnica
importante, e flexível, para o estudo de vários temas como nupcialidade, força de trabalho, e
migrações inter-regionais, por exemplo.
5.3.1 – As tábuas de múltiplos estados como processo de Markov
As tábuas de vida de múltiplos estados podem ser vistas como um processo de
Markov. Seja uma família de variáveis aleatórias }0:)({
xxS onde os valores possíveis de
41
)(
xS são inteiros e não negativos e a variável aleatória )(xS representa um certo estado na
idade exata x. O espaço de estados é finito, isto é, são assumidos k+1 estados (k>1) tal que o
último estado (k+1)-ésimo é absorvente.
A probabilidade de transição entre os k+1 estados de S é então dada por:
})(|)({),( ixSjnxSPnx
ij
==+=
π
(5.31)
onde ),( nx
ij
π
denota a probabilidade que uma pessoa no estado i com a idade exata x,
esteja no estado j com a idade exata x+n.
Nesta dissertação, que considera os dados de nupcialidade legal, tem-se cinco estados
ativos ou transientes (k=5), uma vez que os estados civis considerados no Censo Demográfico
2000 são: solteiro, casado, separado judicialmente (ou desquitado), divorciado e viúvo. O
estado absorvente representa a morte, e é o sexto estado (k+1=6).
Então, considerando-se todas as possíveis transições teóricas entre os seis estados,
arranjam-se as probabilidades de transição definidas em (5.31), em uma matriz
Π
ΠΠ
Π
(x,n), tal
que:
Π
ΠΠ
Π
(x,n) =
),(......),(
............
),(...),(),(
),(...),(),(
6661
262221
161211
nxnx
nxnxnx
nxnxnx
ππ
πππ
πππ
(5.32)
Nesta, e em todas as matrizes e expressões apresentadas neste capítulo, o índice 1
refere-se ao estado de solteiro, 2 ao de casado, 3 ao de separado judicialmente ou desquitado,
4 ao de divorciado, 5 ao de viúvo e 6 ao de morto.
Especificamente em relação à matriz
Π
ΠΠ
Π
(x,n), é possível observar que cada linha denota
um espaço amostral condicionado a um determinado estado inicial na idade exata x. Por
exemplo, que na primeira linha estão dispostas todas as transições possíveis de pessoas
solteiras na idade exata x. Logo
),(
11
nx
π
é a probabilidade que uma pessoa solteira com a
42
idade exata x, permaneça neste estado até a idade exata x+n; já
),(
12
nx
π
é a probabilidade
que uma pessoa solteira com a idade exata x, esteja casada com a idade exata x+n, e assim por
diante.
É importante notar que na última linha da matriz
Π
ΠΠ
Π
(x,n), tem-se
0),(),(),(),(),(
6564636261
=====
nxnxnxnxnx
πππππ
, pois a probabilidade de transição
do estado absorvente para qualquer estado ativo (ou transiente) é nula. Por outro lado, o valor
),(
66
nx
π
será obrigatoriamente igual a um, pois não é possível sair do estado absorvente.
Observa-se, ainda, que cada linha desta matriz de probabilidades deve somar um.
É também possível expressar os valores de ),( nx
ij
π
por funções da tábua de vida, da
seguinte forma:
)(
)(
),(
xl
nxl
nx
i
ij
ij
+
=
π
(5.33)
tal que )(xl
i
é o mero de pessoas no estado i com idade exata x, e )( nxl
ij
+
é o número de
pessoas que estavam no estado i com a idade exata x, e que com a idade exata x+n estavam no
estado j.
5.3.2 – Funções e cálculo da tábua de vida de múltiplos estados
De uma forma geral, as funções da tábua de vida de múltiplos estados são análogas às
apresentadas para a tábua de vida simples. Tem-se que para qualquer intervalo de idade [x ,
x+n), a igualdade:
l
(x+n) =
l
(x) –
d
(x,n) (5.34)
ou seja, a mesma igualdade observada para as tábuas de vida simples, porém deve-se destacar
que a notação, neste caso, é matricial. Como são considerados seis estados, então
l
(x+n),
l
(x)
43
e
d
(x,n) para um intervalo de idade [x , x+n) são matrizes de dimensão (6x6) e são expressas
como:
l
(x+n)=
++
+++
+++
)(......)(
............
)(...)()(
)(...)()(
6661
262221
161211
nxlnxl
nxlnxlnxl
nxlnxlnxl
(5.35)
que é a matriz que contém os )( nxl
ij
+
especificados anteriormente, ou seja, é a matriz que
representa o fluxo de pessoas entre os estados no intervalo de idade considerado, assim como:
l
(x)=
)(......0
............
0...)(0
0...0)(
6
2
1
xl
xl
xl
(5.36)
que, por sua vez, é a matriz que contém os )(xl
i
, também especificados anteriormente. É
uma matriz diagonal com o quantitativo populacional de pessoas com a idade exata x, para
cada estado i considerado nesta dissertação, e ainda
d
(x,n)=
j
j
j
j
j
j
nxdnxd
nxdnxdnxd
nxdnxdnxd
),(......),(
............
),(...),(),(
),(...),(),(
661
26221
16121
(5.37)
que é uma matriz que apresenta em sua diagonal o total de transições associados a cada estado
i para qualquer outro estado j, e os elementos fora da diagonal são as transições de um estado
específico i para outro estado específico j.
A partir do conjunto de ),( nxd
ij
apresentado, é possível definir a de taxa central de
transição entre qualquer determinado par de estados i e j no intervalo de idade [x , x+n)
considerado, que será denotado por ),( nxm
ij
e, de forma análoga ao cálculo apresentado para
as tábuas de vida simples, será obtido pela expressão:
44
),(
),(
),(
nxL
nxd
nxm
i
ij
ij
= (5.38)
onde ),( nxL
i
é o total de anos vividos pela pessoas do estado i no intervalo de idade [x,x+n).
Entretanto, de posse dos dados observados, é possível apenas calcular o conjunto dos
),( nxM
ij
, que são as taxas centrais de transição entre os estados i e j observados na
população, para o intervalo de idade [x,x+n). Então, de forma análoga às definições
apresentadas para a metodologia de tábua de vida simples, tem-se:
),(
),(
),(
nxP
nxD
nxM
i
ij
ij
= (5.39)
tal que ),( nxD
ij
é o número de transições observadas do estado i para j, no intervalo de idade,
e ),( nxP
i
é o número total de pessoas observadas no estado i, para o mesmo intervalo de
idade, em 1º de julho de 2000 (meio do período).
Os valores para os ),( nxD
ij
são obtidos com base nos dados das Estatísticas do
Registro Civil do ano de 2000, e os valores para os ),( nxP
i
são obtidos com base nos dados
do Censo Demográfico do mesmo ano. Estes valores, depois de calculados, são dispostos
numa matriz de taxas de transição
M
(x,n) de dimensão (6x6), da forma:
M
(x,n) =
j
j
j
j
j
j
nxMnxM
nxMnxMnxM
nxMnxMnxM
),(......),(
............
),(...),(),(
),(...),(),(
661
26221
16121
(5.40)
A partir da construção das matrizes
M
(x,n), proveniente dos dados populacionais
observados, existem vários métodos para a construção da tábua. Schoen (1988) argumenta
que para intervalos unitários de idade, todos os métodos produzem resultados muito similares.
O autor destaca ainda que para intervalos qüinqüenais de idade, em geral, o método de
duração média na transição é mais indicado, do que o método mais usual (linear).
45
Este método, para modelos de múltiplos estados, foi aplicado pela primeira vez por
Schoen (1979). Ele parte do valor ),( nxa
ij
, que é a média de anos vividos no estado i, no
intervalo de idade [x , x+n), pelos indivíduos que se transferem para o estado j neste intervalo,
e analogamente ao que foi apresentado para o caso das tábua de vida simples ele é expresso
por:
),(
)](),()(),([
),(
nxd
nxlnxwxlnxu
nxa
ij
iijiij
ij
+
+
= (5.41)
onde
)],(),(38),([
240
),(
2
nnxMnxMnnxM
n
nxu
ijijijij
+++= (5.42)
e ainda
)],(6),(72),(14[
240
),(
2
nnxMnxMnnxM
n
nxw
ijijijij
++= (5.43)
Uma vez calculados os conjuntos de ),( nxu
ij
e ),( nxw
ij
para o intervalo de idade
[x,x+n), define-se as matizes U(x,n) e W(x,n), ambas com dimensão (6x6) nesta dissertação,
de forma análoga a matriz M(x,n). Com estas duas matrizes, calcula-se a matriz l(x,n) por
meio da igualdade:
l(x+n) = l(x)[I - U(x,n)M(x,n)][I + nM(x,n) + W(x,n)M(x,n)]
-1
(5.44)
que é a forma matricial da igualdade definida para o escalar )( nxl
+
no caso das tábuas de
vida simples.
Do mesmo modo, a forma matricial da igualdade definida para o cálculo da matriz
L(x,n), será análoga a forma de cálculo do escalar ),( nxL apresentado no caso das tábuas de
vida simples, uma vez que:
L(x,n) = n l(x+n) + l(x)U(x,n) + l(x+n)W(x,n) (5.45)
onde
I é uma matriz identidade de ordem k+1, ou seja, nesta dissertação é de ordem 6.
46
Como no caso das tábuas de vida simples, as matrizes
l(x+n) e L(x,n) são obtidas em
função dos valores de ),( nxM
ij
observados na população. Logo, partindo de uma matriz l(b)
qualquer, tal que b é a idade fixada como o início da tábua, as matrizes l(x), l(x+n) e L(x,n),
para todos os intervalos de idade intermediários poderão ser obtidas.
De forma similar às tábuas de vida simples, para o último intervalo de idade, definido
como sendo idades maiores ou iguais a um valor z qualquer, a matriz L(z,∞) também será
calculada de forma análoga ao escalar ),(
zL apresentado, ou seja:
L(z,∞) = l(z)M
-1
(z,∞) (5.46)
porém, a matriz M de dimensão (6x6) definida na equação (5.40) é singular, ou seja, não é
inversível. Para o cálculo de L(z,∞) utiliza-se uma matriz (5x5) que exclui as últimas linha e
coluna, ou seja, exclui-se do cálculo o estado absorvente, uma vez que não faz sentido obter o
total de anos vividos (função L), para pessoas no estado “morto”.
A função )(xT
j
, ou seja, a soma dos anos vividos no estado j, a partir da idade exata
x, pelo conjunto de pessoas que atingiram essa idade exata x, é calculada de forma similar à
definida para as tábuas de vida simples, logo:
=
+=
0
)()(
t
jj
txLxT
(5.47)
Uma vez que em uma tábua de vida de múltiplos estados, usualmente, identifica-se
três tipos de probabilidade de sobrevivência, isto leva a definição de três tipos distintos de
expectativas de vida.
Expectativa de vida futura no estado j
Denotada por )(xe
j
, representa o número médio de anos vividos, no estado j, a partir
da idade x, para todas as pessoas vivas naquela idade exata x. Esta função da tábua é dada
pela expressão:
47
)(
)(
)(
xl
xT
xe
j
j
= (5.48)
tal que )(xl é um escalar, que representa o total de pessoas nos estados transientes, com a
idade exata x. Então, a expectativa de vida de uma pessoa, com a idade exata x, é definida
por:
=
=
k
j
j
xexe
1
)()(
(5.49)
onde, k=5.
Expectativa de vida futura no estado j, para uma pessoa no estado i
Denotada por )(x
ij
ε
, representa o número médio de anos vividos no estado j, a partir
da idade x, para um grupo fechado de pessoas no estado i, com idade exata x. Desta forma,
observa-se que para o cálculo desta função é necessário construir uma nova de tabela baseada
em um grupo fechado de idade x, ou seja, a raiz da tábua será a idade x, e sua matriz l(x) será
diagonal e representará a população no estado i escolhido. Os demais elementos da matriz
serão iguais a zero. Este mesmo procedimento deverá ser realizado, novamente, para cada par
de combinações de idade x e estado i posteriormente escolhido.
Vale ainda ressaltar que a expectativa de vida em todos os estados transientes de uma
pessoa no estado i, com a idade exata x, é definida por:
=
=
k
j
iji
xx
1
)()(
εε
(5.50)
onde k=5.
Média de duração até a 1ª transição
Esta medida reflete o número médio de anos vividos de uma pessoa no estado j, com a
idade exata x, antes de ela sair deste estado pela primeira vez. Observa-se que para o cálculo
desta função não são permitidas reentradas no estado j, logo seu valor será a expectativa de
48
vida de uma tábua de vida de múltiplos decrementos, para o estado ativo j. Neste trabalho esta
função será denotada por
)(
#
xe
j
.
Além das probabilidades de transição, das expectativas de vidas descritas, e da própria
tábua em si, vários outros resultados, tais como mostra a Tabela 5.1, podem ser obtidos por
meio de expressões das funções da tábua. Contudo, a forma destas expressões e o significado
de seus resultados dependerão do modelo proposto, ou seja, os estados que foram definidos e
as possíveis transições entre eles.
Considerando o modelo descrito na Figura 1.1 e relembrando que, em relação aos
estados propostos nesta dissertação, o índice 1 refere-se ao estado de solteiro, 2 ao de casado,
3 ao de separado judicialmente ou desquitado, 4 ao de divorciado, 5 ao de viúvo e 6 ao de
morto, é possível calcular outras medidas como mostra a tabela abaixo.
Tabela 5.1 Sumário de medidas disponíveis na tábua de nupcialidade de múltiplos estados,
com os seis estados considerados nesta dissertação.
(continua)
Medida Cálculo
a) Probabilidade de uma pessoa com 15 anos se casar alguma vez
)15(/
12
ld
(5.51)
b) Probabilidade do casamento terminar por:
.........separação judicial
++ )(/
52421223
dddd
(5.52)
.........divórcio (direto)
++ )(/
52421224
dddd
(5.53)
.........viuvez
++ )(/
52421225
dddd
(5.54)
.........morte
++ )(/
52421226
dddd
(5.55)
c) Nº médio de casamentos para uma pessoa que está casando
++
12524212
/)( dddd
(5.56)
d) Probabilidade do recasamento a partir de:
.........divórcio
+ )(/
342442
ddd
(5.57)
.........viuvez
2552
/ dd
(5.58)
49
Tabela 5.1 Sumário de medidas disponíveis na tábua de nupcialidade de múltiplos estados,
com os seis estados considerados nesta dissertação.
(conclusão)
Medida Cálculo
e) Duração média, a partir dos 15 anos de idade, do(a):
.........casamento
++ )(/)15(
5242122
dddT
(5.59)
.........separação judicial
233
/)15( dT
(5.60)
........divórcio
+ )(/)15(
34244
ddT
(5.61)
........viuvez
255
/)15( dT
(5.62)
f) Prob. de morte a partir dos 15 anos no estado
i
)15(/
6
ld
i
(5.63)
g) Proporção da vida, a partir dos 15 anos, vivida no estado
i
)15(/)15( TT
i
(5.64)
h) Média de idade das pessoas, de 15 anos ou mais, no estado i
+ )15(/)2(
ii
TLnx
(5.65)
i) Média de idade na transição do estado i para j
+
ijij
ddnx /)2(
(5.66)
Fonte: Schoen (1988)
Os somatórios foram realizados sobre o índice x, ou seja, ao longo das idades. Os identificadores de intervalo de idade (x,n)
foram omitidos para simplificar a notação.
5.3.2 – Estimação dos viúvos na tábua de vida de múltiplos estados
Como foi visto no capítulo 3, tomando por base os dados do Registro Civil, é possível
conhecer o total de casamentos, separações judiciais, divórcios e óbitos registrados no país em
um determinado ano. Logo, o número total de ocorrência destes eventos, no ano, pode ser
obtido diretamente ou utilizando um tipo de correção de sub-registro, como é o caso dos
óbitos.
Contudo, não existe registro de viuvez, ou seja, não registro contínuo que
contabilize a transição do estado de casado para viúvo. Então, para se estimar o total de
pessoas que ficaram viúvas durante o ano, utiliza-se o fato de que se uma pessoa ficou viúva é
porque uma outra pessoa casada, do sexo oposto, faleceu. Então, a partir do registro de óbitos
referentes aos indivíduos casados de um determinado sexo, corrigido pelos fatores de correção
explicitados na subseção 3.1.1, é possível estimar o total de pessoas que ficaram viúvas de
50
sexo oposto. Realizado este procedimento para os dois sexos, obtém-se a estimativa do
número total de transições para o estado de viúvo no ano.
Contudo, não basta apenas estimar este total por sexo. As tábuas de vida levam em
conta a idade no momento da transição, e sem o registro do evento é impossível conhecer a
distribuição etária das pessoas no momento em que passaram para o estado de viúvo. Desta
forma, a distribuição também deverá ser estimada.
Nesta dissertação, o procedimento de estimação dessa distribuição será o mesmo
utilizado por Freire (2006). Com base na estrutura etária dos viúvos de um determinado sexo,
que é conhecida tomando por base os dados do Censo Demográfico de 2000, distribui-se a o
total de viúvos e viúvas estimado, a partir do número total de ocorrências do evento óbito de
casado do sexo oposto. Realizado este procedimento para os dois sexos obtém-se a estimativa
do total de transições para o estado de viúvo no ano, segundo os grupos de idade.
51
6 – Análise dos Resultados
Neste capítulo serão apresentados os resultados das tábuas de vida de múltiplos
estados construídas para o Brasil e Grandes Regiões, por sexo, para o ano 2000. Como está
sendo tratada a questão da nupcialidade, a coorte hipotética será considerada a partir dos 15
anos de idade, supondo que todos os seus membros encontram-se no estado inicial de solteiro.
As possíveis transições, a partir dessa idade, seguem o modelo ilustrado na Figura 1.1.
Decidiu-se também trabalhar com grupos qüinqüenais de idade, ao invés de idades simples,
para minimizar os efeitos da atração pelos dígitos terminados em zero e cinco na declaração
de idades no Censo, bem como para agregar um maior volume de dados do Registro Civil e
assim as taxas de transição ),( nxM
ij
tornarem-se mais estáveis. Por fim, o último intervalo
de idade compreende a população de 80 anos ou mais, uma vez que acima deste limite a
quantidade de transições entre os eventos considerados, é muito pequena.
Um dos problemas enfrentados na parte da aplicação desta metodologia foi a não
existência de um software que contivesse algum módulo para o cálculo deste tipo de tábuas.
Embora alguns pesquisadores tenham desenvolvido programas próprios, em diferentes
linguagens, seria necessário entende-los e posteriormente adaptá-los às características
específicas deste trabalho. Então, optou-se por fazer uma programação independente,
utilizando-se os softwares Excel versão office 2003 e R versão 2.2.1.
6.1 – As transições entre os estados ativos
De acordo com o modelo apresentado na Figura 1.1, é possível observar três
importantes tipos de transições entre os estados ativos: a de primeiro casamento, que é a
mudança do estado de solteiro para casado; a de dissolução de casamento, que é a passagem
do estado de casado para o de separado judicialmente, divorciado ou viúvo; e o recasamento,
52
que é a mudança do estado de divorciado ou viúvo para o de casado. Estes três tipos de
transições serão analisados com maior detalhe nesta seção.
6.1.1 – O primeiro casamento
O primeiro casamento legal corresponde ao casamento de uma pessoa com estado civil
prévio de solteiro, ocorrida nos âmbitos civil e religioso, ou somente no âmbito civil.
Os Gráficos 6.1 a 6.6 apresentam as probabilidades de transição
1
do estado civil de
solteiro para o de casado, por sexo e grupos de idade, para as coortes hipotéticas relativas ao
Brasil e às Grandes Regiões, por sexo, no ano de 2000. Verifica-se que em todos casos, a
probabilidade de casamento da população feminina é maior, que a masculina, nos dois grupos
etários iniciais, ou seja, entre 15 e 24 anos. Este cenário se inverte a partir dos 25 anos de
idade, quando a probabilidade de um homem contrair o primeiro casamento legal é sempre
maior que a da mulher. Isto está associado à entrada no casamento mais cedo de mulheres do
que homens.
Outra semelhança encontrada, em todos os recortes geográficos estudados, é o
intervalo de idade em que se concentram as maiores probabilidades de primeiros casamentos:
entre 20 e 24 anos de idade para as mulheres e entre 25 e 29 anos de idade para os homens.
Contudo, se este padrão é comum tanto para o Brasil, quanto para as cinco Grandes
Regiões, os níveis das probabilidades diferem. Verifica-se que, de forma geral, os menores
níveis correspondem às Regiões Norte e Nordeste. Estes resultados são coerentes com os
apresentados no capítulo 4, uma vez que as probabilidades dizem respeito ao casamento legal
e estas duas Grandes Regiões foram as que apresentaram, na mesma ordem, os maiores
índices de uniões não legalizadas.
1
Todas as probabilidades de transição entre os estados civis, contidas nos gráficos deste capítulo, estão tabeladas
no Anexo para uma melhor visualização de seus valores.
53
Por outro lado, os maiores níveis foram observados nas Regiões Sudeste, Sul e Centro
Oeste. As probabilidades de transição nestes três casos estiveram, na maior parte das vezes,
ligeiramente acima da média nacional. Estes resultados também vão de encontro aos
apresentados no capítulo 4, pois eram estas as três Grandes Regiões que apresentaram os mais
elevados índices de uniões legais.
Gfico 6.1 - Probabilidade do primeiro casamento, Brasil 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.3 - Probabilidade do primeiro casamento, Nordeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.5 - Probabilidade do primeiro casamento, Sul 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (e m anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.2 - Probabilidade do primeiro casamento, Norte 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.4 - Probabilidade do primeiro casamento, Sudeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.6 - Probabilidade do primeiro casamento, Centro Oeste
2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (e m anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
O Gráfico 6.7 apresenta uma medida resumo, por recorte geográfico, que é a
probabilidade do indivíduo se casar legalmente alguma vez durante a vida. Esta se calcula de
54
acordo com a expressão (5.51). É a razão entre o número total de primeiros casamentos
observados na tábua de múltiplos estados, sobre a população da raiz na tábua, que
corresponde à população com a idade exata de 15 anos de idade.
Gfico 6.7 - Probabilidade de uma pessoa, com 15 anos de
idade, se casar alguma vez
0,575
0,567
0,591
0,473
0,455
0,545
0,583
0,573
0,603
0,449
0,447
0,541
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro
Oeste
Probabilidade
Homens Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Verifica-se que o diferencial desta probabilidade, por sexo, geralmente é muito
pequeno. Ainda assim, observa-se que nas Regiões Norte e Nordeste, onde as probabilidades
de casamento legal são menores de meio, e situam-se abaixo da média nacional (0,545 para
homens e 0,541 para mulheres), os valores são ainda inferiores para a população feminina,
chegando a 0,447 na região Norte. Por outro lado, nas Regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste,
onde as probabilidades são mais elevadas que a média nacional, os valores para a população
feminina são ligeiramente mais elevados do que para a população masculina.
A análise deste indicador reforça a idéia de que os altos índices de uniões não
legalizadas observadas nas Regiões Norte e Nordeste possuem papel importante na
discrepância das probabilidades calculadas para estas duas Grandes Regiões, em relação ao
resto do país. Assim, em termos gerais, pode-se dizer que o Brasil está dividido em dois
grandes blocos, com relação aos níveis das probabilidades de primeiro casamento legal.
55
A partir das tábuas de nupcialidade de múltiplos estados também é possível obter a
idade média das pessoas no momento da transição, entre dois estados quaisquer, de acordo
com a expressão (5.66). Assim, é possível obter a idade média das coortes consideradas, no
momento do primeiro casamento, como mostra o Gráfico 6.8.
Gráfico 6.8 - Média de idade no primeiro casamento legal
31,0
35,3
30,2
30,9
31,9
30,1
28,3
32,4
29,1
27,7
27,3
28,2
0
10
20
30
40
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste
Idade (em anos)
Homens Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Para o total do país, observa-se que no momento da primeira união legal, a mulher é,
em média, 2,7 anos mais jovem que o seu cônjuge. Este padrão também é verificado nas cinco
Grandes Regiões, uma vez que as diferenças etárias variam entre 2,9 (para o Norte) e 2,5
(para o Sudeste).
Entretanto, observa-se que a Região Norte, que apresentou as menores probabilidades
de primeiro casamento legal no país, possui as maiores idades médias neste evento (35,3 anos
para homens e 32,4 anos para mulheres), valores pouco mais de quatro anos superiores à
media nacional. A Região Nordeste também destaca-se com seus resultados um pouco acima
da média do Brasil (31,9 anos para homens e 29,1 anos para mulheres). Por outro lado, as
médias de idade no momento do primeiro casamento para homens e mulheres das outras três
Grandes Regiões ficam num patamar um pouco menor que a média nacional. Em particular,
56
as regiões Sul e Sudeste apresentam resultados muito próximos entre si, e são as menores
médias regionais. A região Centro Oeste obteve os resultados mais próximos da média do
Brasil.
Deve-se destacar que este comportamento não é inesperado, uma vez que o mesmo
pode ser explicado, em parte, pela tendência das uniões consensuais concentrarem-se mais
intensamente na população jovem, como foi comentado no capítulo 4. Isto significa que, em
muitos casos, os casamentos legais são adiados, fazendo com que uma localidade onde o
índice de uniões consensuais seja maior, também tenha uma maior média de idade no
momento da primeira união legal.
6.1.2 – A dissolução do casamento
A dissolução do casamento legal pode ser resultado da decisão voluntária de um ou
ambos os cônjuges, optando-se pela separação judicial ou pelo divórcio. Também pode ser
resultado de uma decisão não voluntária como é o caso da viuvez. Estes três tipos de
dissolução serão considerados a seguir.
Dissolução por separação judicial
Os Gráficos 6.9 a 6.14 apresentam as probabilidades de transição do estado civil de
casado para o de separado judicialmente, por sexo e grupos de idade, para as coortes relativas
ao Brasil e às Grandes Regiões. Este é o primeiro tipo de dissolução de casamento
considerado.
De acordo com os gráficos, é possível verificar que de forma similar ao
comportamento observado na questão do primeiro casamento, nos dois primeiros grupos
etários (15 a 24 anos), as mulheres estão mais expostas ao risco de separação judicial para
57
todos os recortes geográficos considerados. A partir dos 25 anos, este quadro se inverte e a
probabilidade de separação judicial é maior para os homens.
Observa-se ainda que na população feminina, em todos os casos estudados, a maior
probabilidade de separação é sempre para o grupo de 20 e 24 anos de idade. Este mesmo
comportamento, na população masculina, se apenas para a Região Sudeste, uma vez que
nas demais Grandes Regiões o ápice se encontra no grupo populacional entre 25 e 29 anos de
idade.
Apesar da pequena diferença entre os padrões, os níveis das probabilidades são bem
distintos. Mais uma vez, de forma similar ao comportamento observado na questão do
primeiro casamento, observa-se que os menores valores obtidos são referentes às Regiões
Norte e Nordeste. Por outro lado, as Regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul detêm as maiores
probabilidades de dissolução do casamento por separação judicial, com índices mais elevados
que a média nacional, em quase todos os grupos etários considerados.
Gráfico 6.9 - Probabilidade de separão judicial, Brasil 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.11 - Probabilidade de separação judicial, Nordeste 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.10 - Probabilidade de separação judicial, Norte 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.12 - Probabilidade de separação judicial, Sudeste 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
58
Gráfico 6.13 - Probabilidade de separação judicial, Sul 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.14 - Probabilidade de separação judicial, Centro Oeste
2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Dissolução por divórcio
Os gráficos 6.15 a 6.20, por sua vez, apresentam as probabilidades de transição do
estado civil de casado para o de divorciado. Este é o segundo tipo de dissolução de união
considerada, ou seja, o casamento terminar em divórcio direto, sem antes ter sido alvo de um
processo de separação judicial (divórcio indireto).
Com base nestes gráficos é possível verificar que, fundamentalmente, nos cinco
primeiros grupos etários considerados (até os 39 anos de idade), as mulheres estão mais
expostas ao risco de divórcio direto para todos os recortes geográficos considerados. Somente
a partir dos 40 anos, este panorama se inverte e a probabilidade de divórcio passa a ser mais
elevada para a população masculina.
Observa-se ainda que o divórcio ocorre mais tarde, se comparado à separação judicial.
Para a população feminina, a maior probabilidade de divórcio observa-se entre os 25 e 34
anos de idade nas Regiões Sudeste e Sul; entre os 30 e 39 anos no Norte e Centro Oeste; e dos
25 aos 39 no Nordeste. Este padrão é ainda ligeiramente mais tardio na população masculina,
pois seu ápice se entre os 35 e 44 anos de idade na Região Centro Oeste, e dos 30 aos 39
nas demais Grandes Regiões. Essa diferença está associada à própria diferença de idade ao
casar observada entre homens e mulheres.
Contudo, o que mais chama atenção nestes resultados é o elevado nível destas
probabilidades na Região Centro Oeste. Isto quer dizer que a população casada desta região
59
está mais exposta ao risco do divórcio, do que qualquer outra Grande Região do país. Além
disso, os níveis de divórcio direto não acompanham os das separações judiciais. O caso
extremo é a Região Sul que apresentou uma das maiores probabilidades de dissolução por
separação judicial e uma das menores por divórcio direto.
Gfico 6.15 - Probabilidade de divórcio, Brasil 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.17 - Probabilidade de divórcio, Nordeste 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.19 - Probabilidade de divórcio, Sul 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.16 - Probabilidade de dircio, Norte 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.18 - Probabilidade de dircio, Sudeste 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.20 - Probabilidade de divórcio, Centro Oeste 2000
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Dissolução por viuvez
Por último, considera-se a viuvez que representaria a terceira forma de dissolução de
união legal considerada. Os Gráficos 6.21 a 6.26, contêm as probabilidades de transição do
estado civil de casado para o de viúvo.
60
Com relação a variável sexo, verifica-se que a partir dos 20 anos de idade, para todos
os seis recortes geográficos estudados, as probabilidades de viuvez referentes à população
feminina são mais altas e, essa diferença aumenta com a idade. Este comportamento é
esperado, pois se sabe que os níveis de mortalidade da população masculina são mais
elevados que os femininos, bem como foi observado que os maridos são, em média, mais
velhos que suas esposas.
Também é possível perceber que o vel das probabilidades de viuvez, para a
população masculina é ligeiramente mais elevado nas Regiões Norte e Nordeste, em relação
às demais regiões. A população feminina apresenta comportamento análogo ao dos homens,
com os níveis de viuvez também muito próximos por regiões, porém além das Regiões Norte
e Nordeste, também o Centro Oeste, apresenta valores, em média, um pouco superiores que o
resto do país.
Uma vez que o evento da viuvez está diretamente associado com a mortalidade, estes
resultados são indicativos que, entre os casados, as Regiões Norte e Nordeste possuem níveis
de mortalidade superiores, ao compará-los com os das Regiões Sul e Sudeste. De fato, as
tábuas fornecem também as probabilidades de morte para cada estado civil, contudo este
aspecto será tratado na seção 6.2.
Gfico 6.21 - Probabilidade de viuvez, Brasil 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.22 - Probabilidade de viuvez, Norte 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
61
Gráfico 6.23 - Probabilidade de viuvez, Nordeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.25 - Probabilidade de viuvez, Sul 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.24 - Probabilidade de viuvez, Sudeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.26 - Probabilidade de viuvez, Centro Oeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
A partir de funções da tábua, também é possível fazer uma análise conjunta das três
possibilidades de dissolução de casamento apresentadas. A Tabela 6.1 contém a média de
idade, no momento da transição correspondente a cada uma destas possibilidades, para as
categorias da variável sexo e os recortes geográficos estudados. Os valores da Tabela 6.1
foram calculados a partir da expressão (5.66).
Os dados contidos na referida tabela resumem as análises que foram realizadas com
base nas probabilidades de transição anteriores. Observa-se que as médias de idade da mulher
no momento da separação judicial e divórcio são inferiores as do homem, o que era esperado
uma vez que o padrão das probabilidades masculinas, para estes dois eventos, era mais tardio.
Da mesma forma, verifica-se que as médias de idade de homens e mulheres, no momento da
separação judicial, são inferiores quando comparadas com as do momento do divórcio. Neste
caso também já tinha sido observado que o padrão das probabilidades para o divórcio era mais
tardio.
62
Percebe-se ainda, que a maior média de idade refere-se ao momento da viuvez, o que
pode ser explicado pelas altas probabilidades desta transição nos últimos grupos etários. Estas
médias são ainda um pouco mais elevadas para os homens, o que poderia indicar um peso
maior da distribuição da taxa de mortalidade da população masculina concentrado nas idades
mais jovens, em relação à feminina. Isto geraria um maior número de viúvas relativamente
mais novas, influenciando assim esta média. Esta hipótese, apesar de conhecida, poderá ser
confirmada numa posterior análise das probabilidades de transferência para o estado
absorvente (morto), entre a população casada.
Tabela 6.1 Média de idade no momento das transições referentes à dissolução do
casamento, por tipo de transição, segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Média de idade na transição do estado de casado para:
Sexo e Recorte
Geográfico
Separado Divorciado Viúvo
Homens
Brasil 41,8 45,5 65,7
Norte 42,8 47,5 65,9
Nordeste 41,8 45,5 65,3
Sudeste 41,4 44,9 65,9
Sul 41,7 45,0 65,8
Centro Oeste 43,4 47,8 66,0
Mulheres
Brasil 38,6 42,5 64,5
Norte 39,1 43,7 64,4
Nordeste 38,7 42,6 63,3
Sudeste 38,3 42,0 65,0
Sul 38,6 42,4 65,2
Centro Oeste 39,7 44,3 63,9
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Ao considerar-se a união legal como evento de análise, observou-se é possível sair
deste estado das três formas previamente analisadas: separação judicial, divórcio ou viuvez
(que é o óbito de um dos cônjuges). Contudo, ao se tomar como unidade de análise a pessoa, a
última classe de dissolução será considerada como viuvez, caso o óbito tenha sido de seu
cônjuge, caso contrário surge uma quarta classe que é o próprio óbito do indivíduo.
63
Então, de acordo com as expressões (5.52) até (5.55), calculam-se as probabilidades
para cada uma das possíveis maneiras de dissolução de seu casamento, para um indivíduo
casado de qualquer uma das doze coortes estudadas. Os resultados são apresentados na tabela
6.2.
Um comentário que deve ser feito é que no último intervalo etário da tábua, que neste
trabalho é a partir dos 80 anos, as únicas transições permitidas são dos estados ativos para o
absorvente (falecido), para assim fechar-se a tábua. Isto implica considerar que o término do
casamento de um indivíduo no último grupo de idade somente poderia ser causado pelo seu
próprio óbito. Em que pese o fato das separações judiciais e divórcios serem consideradas
como eventos raros nestas idades, o mesmo não pode ser dito com relação à viuvez, ou seja,
se apenas fossem contabilizadas dissoluções por óbitos, a partir dos 80 anos de idade, esta
categoria estaria sendo superestimada. Assim, foi criada uma quinta categoria denominada
como “após os 80 anos” que é referente às dissoluções do último grupo etário, que não podem
ser medidas.
Tabela 6.2 Probabilidade de dissolução do casamento, por tipo de dissolução, segundo o
sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Probabilidade do casamento terminar em:
Sexo e Recorte
Geográfico
Separação
Judicial
Divórcio Viúvez Morte
Após os 80
anos*
Homens
Brasil 0,079 0,084 0,173 0,451 0,213
Norte 0,024 0,068 0,217 0,456 0,235
Nordeste 0,034 0,079 0,213 0,474 0,198
Sudeste 0,098 0,085 0,154 0,442 0,220
Sul 0,096 0,074 0,159 0,458 0,214
Centro Oeste 0,098 0,133 0,157 0,411 0,201
Mulheres
Brasil 0,081 0,090 0,480 0,253 0,095
Norte 0,023 0,071 0,514 0,293 0,098
Nordeste 0,034 0,087 0,496 0,301 0,082
Sudeste 0,101 0,091 0,472 0,231 0,104
Sul 0,099 0,079 0,476 0,242 0,105
Centro Oeste 0,100 0,145 0,457 0,226 0,073
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
* A dissolução ocorreu após os 80 anos de idade, não podendo ser observada.
64
Com relação às outras quatro classes, com base na Tabela 6.2, verifica-se que existe
uma clara diferença na distribuição de suas probabilidades, por sexo. Na população
masculina, observa-se que é mais provável que o casamento termine por causa do óbito do
indivíduo, explicando então, o porquê da viuvez ser a causa mais freqüente de dissolução da
união, para as mulheres.
Por outro lado, ao compararmos a distribuição, em função dos recortes geográficos,
observa-se que nas Regiões Norte e Nordeste a probabilidade de dissolução do casamento, por
separação judicial, é muito menor que no resto do país. Vale ressaltar que este resultado vai
de encontro, com a análise das probabilidades de transição para o estado civil de separado
judicialmente, as quais tinham se mostrado bem inferiores para estas duas Grandes Regiões,
em relação às demais. Outra característica que também foi observada anteriormente e pode ser
novamente percebida é a maior propensão da população casada legalmente da Região Centro
Oeste contrair o divórcio, quando comparada aos índices do resto do país.
6.1.3 – O recasamento
No Brasil, o recasamento legal, de acordo com o código civil, é possível para pessoas
divorciadas ou viúvas. Nesta subseção serão considerados estes dois tipos de transição para o
estado de casado.
Recasamento de divorciados
As probabilidades de transição do estado civil de divorciado para o de casado, por
sexo e grupos de idade, das coortes consideradas para o Brasil e para as Grandes Regiões
estão apresentadas nos Gráficos 6.27 a 6.32.
65
Nesses gráficos é possível verificar que, de um modo geral, a probabilidade de novo
casamento para um homem divorciado é bem superior, à de uma mulher no mesmo estado
civil, para todos os recortes geográficos considerados. Além, disto observa-se que apesar
desta probabilidade começar a se reduzir, para ambos os sexos, a partir dos 30 anos de idade,
a redução para a população feminina é mais drástica, uma vez que nas idades mais avançadas
esses valores quase nulos.
Com relação aos grupos etários é importante ressaltar que a população divorciada
entre 15 e 19 anos de idade é pequena, e fica ainda mais reduzida ao ser discriminada por sexo
e Grandes Regiões. Assim, as elevadas flutuações nos valores das probabilidades observadas,
para este grupo de pessoas, devem ser entendidas como uma conseqüência desta questão.
Se não levarmos em consideração este primeiro grupo de idade, verifica-se que para a
população feminina, a maior probabilidade se observa entre os 25 e 29 anos de idade, para as
Regiões Norte, Nordeste e Sudeste, e entre 20 e 24 anos nas demais Grandes Regiões. Este
padrão é ligeiramente mais tardio na população masculina, pois seu ápice está entre os 30 e 34
anos na Região Norte, entre os 25 e 29 anos no Nordeste, Sudeste e Centro Oeste, e constante
dos 20 aos 29 anos na Região Sul.
Também é possível perceber que o nível das probabilidades, para a população
masculina, é mais baixo na Região Sul, em relação às demais. Com relação à população
feminina, os níveis são um pouco mais altos nas Regiões Sudeste e Centro Oeste, enquanto o
Nordeste apresenta, em média, as menores probabilidades de recasamento para divorciadas.
De uma forma geral, o Centro Oeste apresenta os níveis mais altos de recasamento entre todas
as Grandes Regiões. Neste último caso, deve ser ressaltado que esta região também
apresentou as maiores probabilidades de transição do estado de casado para o de divorciado.
Então, permite-se levantar a hipótese de que este maior volume de divorciados que volta ao
mercado matrimonial, aumente a possibilidade de recasamento dos mesmos.
66
Gráfico 6.27 - Probabilidade de recasamento de divorciados, Brasil
2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.29 - Probabilidade de recasamento de divorciados,
Nordeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.31 - Probabilidade de recasamento de divorciados,
Sul 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.28 - Probabilidade de recasamento de divorciados, Norte
2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.30 - Probabilidade de recasamento de divorciados,
Sudeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.32 - Probabilidade de recasamento de divorciados,
Centro Oeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Recasamento de viúvos
As probabilidades de transição do estado civil de viúvo para o de casado são
apresentadas nos gráficos 6.33 a 6.38. Também se verifica, para a população viúva, que a
probabilidade de uma nova união legal é consideravelmente maior para os homens, do que
para as mulheres. Este diferencial é ainda mais acentuado, em relação ao observado para a
população divorciada, se levarmos em conta que para todas as Grandes Regiões e, por
conseguinte para o Brasil, a partir dos 40 anos de idade o índice de recasamento de uma viúva
é quase nulo.
67
Cabe ressaltar mais uma vez que no primeiro grupo etário, temos uma proporção de
população de viúvas e viúvos muito é pequena. Assim, mais uma vez as elevadas flutuações
nos valores de suas probabilidades, devem ser entendidas como uma conseqüência desta
restrição.
Apesar deste problema, observam-se que as probabilidades de recasamento de viúvas,
ao longo dos grupos etários são sempre decrescentes. Por outro lado, para os homens o ponto
de máximo se observa entre os 25 e 29 anos de idade para a Região Sudeste, e entre os 20 e
24 anos para as demais Grandes Regiões.
Com exceção deste segundo grupo etário, verifica-se que o nível das probabilidades,
para a população masculina da Região Norte é inferior às demais e, sobretudo, se comparada
com a Região Sudeste que detém, de uma forma geral, os maiores índices registrados. Em
relação à população feminina, observa-se que os níveis das probabilidades são ligeiramente
mais elevados nas Regiões Sudeste e Centro Oeste e um pouco mais baixos na Região
Nordeste, em relação às demais.
Gfico 6.33 - Probabilidade de recasamento de viúvos,
Brasil 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.35 - Probabilidade de recasamento de vvos,
Nordeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gfico 6.34 - Probabilidade de recasamento de vvos,
Norte 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.36 - Probabilidade de recasamento de viúvos,
Sudeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
68
Gfico 6.37 - Probabilidade de recasamento de vvos,
Sul 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Gráfico 6.38 - Probabilidade de recasamento de vvos,
Centro Oeste 2000
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79
Grupo de idade (em anos)
Probabilidade
Homens
Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000
Também é possível obter uma medida resumo das probabilidades de recasamento de
divorciados e viúvos, conforme as expressões (5.57) e (5.58). Os resultados para o Brasil e
para as Grandes Regiões, por sexo, estão contidos na Tabela 6.3. Estas probabilidades resumo
levam em consideração a estrutura etária da população, em cada um dos estados considerados
(divorciado e viúvo) das coortes.
Uma característica apontada anteriormente, e que pode ser percebida novamente, é a
maior probabilidade de nova união legal para a população masculina divorciada ou viúva, em
relação à feminina de mesmo estado civil. Verifica-se também que os divorciados, de ambos
os sexos, têm mais chance de se casarem novamente que os viúvos.
Inclusive, esta tabela mostra que a probabilidade resumo de recasamento de viúvos
parece, num primeiro momento, bem menor se comparada às observadas por grupos etários.
Contudo, deve-se levar em conta que a grande concentração populacional de viúvos está nas
idades mais avançadas, onde as probabilidades eram muito pequenas. Ainda há um outro fator
que é a questão de, na prática, essa probabilidade dizer respeito somente às pessoas com 20
anos ou mais de idade, que na raiz da tábua (primeiro grupo de idade), todos possuem
estado civil de solteiro, logo por hipótese não ocorrem estes tipos de transições.
Com relação às Grandes Regiões, confirmam-se as análises realizadas anteriormente.
Para a população feminina, divorciada ou viúva, a probabilidade de recasamento é mais alta
nas Regiões Sudeste e Centro Oeste (em torno de 0,30 para divorciadas e 0,01 para viúvas), e
69
mais baixas no Nordeste (0,20 para divorciadas e 0,004 para viúvas). Para os homens
divorciados, ao contrário das mulheres, observam-se as maiores probabilidades nas Regiões
Norte e Nordeste (pouco maior que 0,60) e a menor na Região Sul (0,528). Com relação aos
viúvos a probabilidade de recasamento é maior no Sudeste (0,081) e menor no Norte (0,053).
Tabela 6.3 – Probabilidade de recasamento, por estado civil, segundo o sexo - Brasil e
Grandes Regiões 2000.
Probabilidade do recasamento a partir de
Sexo e Recorte
Geográfico
Divórcio Viúvez
Homens
Brasil 0,588 0,072
Norte 0,622 0,053
Nordeste 0,609 0,061
Sudeste 0,598 0,081
Sul 0,528 0,064
Centro Oeste 0,595 0,074
Mulheres
Brasil 0,279 0,008
Norte 0,256 0,007
Nordeste 0,202 0,004
Sudeste 0,307 0,010
Sul 0,262 0,007
Centro Oeste 0,282 0,011
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Uma outra medida que pode ser obtida por meio das funções da tábua de vida de
múltiplos estados é o número médio de casamentos esperados, das pessoas que estão se
casando legalmente pela primeira vez, conforme a expressão (5.56). Então, se não fossem
permitidos recasamentos, o valor desta medida teria que ser igual a um. Logo, quanto maior
for este valor, maior será o número de recasamentos de divorciados e viúvos, em relação ao
número de primeiros casamentos. Os resultados obtidos, por sexo, para o Brasil e Grandes
Regiões estão dispostos no Gráfico 6.39.
Verifica-se que para todos os recortes geográficos considerados, o valor desta média
para a população masculina é superior à feminina. Isto reforça o fato apontado
anteriormente, que o volume de uniões de homens divorciados ou viúvos é maior, que o das
70
mulheres de mesmo estado civil. No que diz respeito às Grandes Regiões, novamente se
destacam os maiores índices de recasamentos no Centro Oeste e Sudeste, e os menores nas
Regiões Norte e Nordeste.
Gfico 6.39 - Número médio de casamentos, para uma pessoa
que es se casando pela primeira vez
1,09
1,06
1,07
1,11
1,08
1,14
1,06
1,04
1,05
1,02
1,02
1,04
1,00
1,04
1,08
1,12
1,16
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro
Oeste
Número médio
Homens Mulheres
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
6.2 - As transições dos estados ativos para o absorvente
Como foi possível observar, de acordo com a figura 1.1, outro tipo de transição
possível é a passagem de qualquer estado ativo para o absorvente (morto). Desta forma, ao se
estudar este conjunto de transições, é possível tanto obter um panorama geral sobre a questão
da mortalidade por estado civil, quanto elucidar algumas questões levantadas anteriormente,
com relação à análise dos fluxos populacionais entre os estados ativos.
As tabelas A.7 até A.11 do Anexo contém as probabilidades de morte da população
referentes a cada uma das categorias da variável estado civil, segundo o sexo e os grupos de
idade, para o Brasil e Grandes Regiões. Com base nestes resultados verifica-se que a
probabilidade de morte da população solteira é, geralmente, maior do que a da casada, assim
como tinha sido comentado no capítulo 1. A única exceção é para o primeiro grupo etário,
71
porém deve-se levar em consideração que a população casada legalmente menor de 20 anos
de idade é muito pequena.
Essa diferença entre as probabilidades de morte de solteiros e casados também se
observa na população de outros estados civis. Excluindo os primeiros grupos de idade, onde o
número de separados judicialmente, divorciados e viúvos é pequeno, temos que a
probabilidade de morte dos solteiros é maior independentemente do sexo e recorte geográfico.
Com relação à variável sexo, percebe-se que a probabilidade de óbito da população
masculina é maior que a feminina, para quase a totalidade de combinações das categorias de
sexo, estado civil e recortes geográficos considerados. Este resultado indica que os níveis de
mortalidade da população masculina são maiores, o que influencia no diferencial, por sexo,
das probabilidades de transição do estado de casado para o de viúvo, como já tinha sido
comentado anteriormente.
Cogitou-se também que uma maior concentração de óbitos, na população jovem, de
homens casados, poderia influenciar na menor média de idade da população viúva feminina,
em relação à masculina. Então, obteve-se a razão entre as probabilidades de óbito da
população casada masculina e feminina, para o Brasil e as Grandes Regiões, segundo os
grupos de idade, conforme mostra a Tabela 6.4.
Verifica-se, de acordo com a referida tabela, que a razão de probabilidade é sempre
maior do que um, ou seja, a probabilidade de óbito masculino é sempre superior ao feminino,
conforme já tinha sido destacado. Contudo, o fato interessante é que esta razão é maior entre
os 15 e 19 anos de idade, e vai diminuindo ao longo dos demais grupos etários, tanto para o
total do país, quanto para cada uma das cinco Grandes Regiões. Assim, é possível deduzir que
a população casada masculina está, proporcionalmente, mais exposta ao risco de óbito em
idades mais jovens do que a feminina, o que também influencia nos diferenciais das
probabilidades de transição para o estado de viúvo, entre os sexos.
72
Tabela 6.4 Razão da probabilidade de óbito entre as populações casada masculina e
feminina, segundo os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Uma outra hipótese previamente levantada foi que as Regiões Norte de Nordeste,
poderiam apresentar um nível de mortalidade da população casada maior, em relação ao Sul e
Sudeste, o que influenciaria a discrepância das probabilidades de transição para o estado de
viúvo entre estas quatro Regiões. De fato a Tabela A.8 do Anexo, mostra que para todos os
grupos de idade da população feminina casada, as probabilidades de óbitos relativas ao Norte
e Nordeste são as maiores observadas, já para os homens este mesmo comportamento é
observado até os 59 anos de idade. Então, conclui-se que a análise da transição entre os
estados de casado para viúvo e de casado para falecido, devem ser analisados em conjunto
para um melhor entendimento dos fenômenos observados nos mesmos.
Uma outra medida que pode ser obtida por meio das funções da tábua, é a
probabilidade de morte, a partir dos 15 anos de idade, em cada estado civil. Seu cálculo é
realizado tomando-se a razão dos óbitos, por estado civil, pelo tamanho total da coorte, como
mostra a expressão (5.63). Os resultados para o Brasil e as Grandes Regiões, por sexo, estão
dispostos na Tabela 6.5.
Grandes Regiões
Grupos de
idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
15 a 19 anos 4,4 3,2 4,4 3,9 4,0 9,4
20 a 24 anos 2,9 2,5 2,6 3,2 3,0 2,9
25 a 29 anos 2,5 2,2 2,5 2,7 2,0 2,7
30 a 34 anos 2,4 2,4 2,3 2,5 2,0 2,5
35 a 39 anos 2,0 1,9 2,0 2,1 1,8 2,1
40 a 44 anos 1,9 1,8 1,8 2,0 1,8 1,9
45 a 49 anos 1,8 1,4 1,7 1,9 1,8 1,7
50 a 54 anos 1,7 1,5 1,5 1,8 1,7 1,8
55 a 59 anos 1,7 1,5 1,5 1,9 1,8 1,7
60 a 64 anos 1,6 1,2 1,3 1,7 1,8 1,6
65 a 69 anos 1,6 1,3 1,3 1,7 1,7 1,5
70 a 74 anos 1,4 1,3 1,2 1,6 1,6 1,3
75 a 79 anos 1,4 1,3 1,3 1,5 1,5 1,3
80 anos ou + 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
73
Tabela 6.5 Probabilidade do estado civil das pessoas de 15 anos ou mais de idade, no
momento do óbito, segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Probabilidade, no momento do óbito, de possuir estado de:
Sexo e Recorte
Geográfico
Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
Brasil 0,441 0,395 0,033 0,032 0,098
Norte
0,537 0,334 0,010 0,016 0,103
Nordeste
0,518 0,342 0,015 0,021 0,105
Sudeste
0,392 0,433 0,043 0,038 0,095
Sul
0,418 0,410 0,045 0,034 0,093
Centro Oeste
0,407 0,402 0,041 0,052 0,098
Mulheres
Brasil 0,443 0,196 0,035 0,053 0,273
Norte
0,541 0,179 0,010 0,029 0,241
Nordeste
0,541 0,176 0,014 0,038 0,231
Sudeste
0,377 0,212 0,046 0,064 0,301
Sul
0,411 0,206 0,047 0,053 0,284
Centro Oeste
0,396 0,185 0,043 0,090 0,286
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Verifica-se que as maiores probabilidades de morte no estado civil de casado, são
referentes às Regiões Sudeste e Sul. Deve ser destacado ainda, que excetuando-se o Sudeste,
para as outras quatro regiões e para a média nacional o valor máximo dessa probabilidade se
concentra no estado de solteiro. De forma análoga, foi observado que a Região Sudeste
registrou as maiores probabilidades de primeiro casamento, e a Região Sul apresentou a maior
proporção de pessoas casadas legalmente. Logo, é possível concluir que, nestas duas regiões,
uma maior população casada, em relação à população dos demais estados civis, exposta à
probabilidade de morte neste estado.
Nas Regiões Norte e Nordeste, o resultado de maior probabilidade de morte no estado
de solteiro era esperado uma vez que nas mesmas observaram-se as mais baixas
probabilidades de primeiro casamento legal e as maiores proporções de população solteira.
Neste mesmo sentido, uma outra particularidade observada é que a Região Centro
Oeste, que registrou as maiores probabilidades de divórcio, obteve também a maior
probabilidade de óbito neste estado civil.
74
Com relação a variável sexo, percebe-se que na população masculina a probabilidade
do indivíduo ter estado civil de viúvo, no momento do óbito, é bem menor se comparada à
mesma probabilidade da população feminina, para todos os recortes geográficos considerados.
Este diferencial também era esperado, uma vez que foi observada uma probabilidade de
transição para a viuvez bem mais elevada entre as mulheres e probabilidade recasamento de
viúvas inferior ao de viúvos. Se ainda for levado em conta que o evento da viuvez feminina
implica no óbito de um homem casado, conclui-se que este mesmo fenômeno explica o valor
da probabilidade do estado civil de casado, no momento do óbito, ser mais elevado para a
população masculina.
Observa-se também que entre os homens a probabilidade do indivíduo ter estado civil
de divorciado, no momento do óbito, é sempre menor se comparada à mesma probabilidade
entre as mulheres. Deve-se levar em consideração que a probabilidade de recasamento da
população divorciada masculina é maior, em relação à feminina, o que acarreta em uma
menor proporção de homens divorciados na população.
6.3 – Características da permanência nos estados
Até este ponto foram analisadas características referentes às transições entre os estados
civis. Entretanto as tábuas de vida de múltiplos estados também possuem funções que
permitem medir as características de permanência de um indivíduo, em cada um destes
estados.
Com relação ao tempo médio de permanência nos estados, foram calculadas as
expectativas de vida, a partir da idade exata de 15 anos e idades qüinqüenais subsequentes em
cada categoria da variável estado civil, segundo o sexo e os recortes geográficos selecionados.
Estes resultados estão dispostos nas tabelas A.12 até A.17 do Anexo.
75
Analisando-se estes resultados, por sexo, verifica-se que as expectativas de vida a
partir dos 15 anos, para a população feminina nos estados de divorciada e viúva são maiores,
enquanto que no estado de casada são menores, em relação à população masculina. Este
comportamento é observado, de uma forma geral, independentemente da idade ou recorte
geográfico considerado.
Deve-se levar em consideração que as mulheres viúvas e divorciadas apresentaram
menores probabilidades de recasamento, em relação aos homens de mesmo estado civil. Isto
implica que a expectativa de vida futura seja maior nestes estados, e menor para o estado de
casado. Outro fator também observado foi que a população feminina apresentou maior
probabilidade de viuvez, fazendo com que a expectativa de vida neste estado também
aumente.
No estado de solteiro verifica-se, para esta medida, um valor consistentemente maior
para as mulheres, nos recortes geográficos e idades estudadas. Todavia a expectativa de vida
futura feminina total obtida com a soma dos cinco estados - também é maior. Assim,
visando uma melhor comparação, calculou-se a razão entre a expectativa de vida no estado de
solteiro em relação à expectativa de vida total, de ambos os sexos, e os resultados estão
expostos na tabela A.18 do Anexo. Observa-se então, que as razões referentes ao sexo
feminino são, na maioria das vezes, inferiores às masculinas de mesma idade e recorte
geográfico. Desta forma, a diferença verificada nos valores absolutos não representa, de fato,
uma maior propensão feminina a permanecer neste estado, em termos relativos.
Em relação aos diferenciais por recorte geográfico, observa-se que as Regiões Norte e
Nordeste apresentam, para todos os grupos e idade e ambos os sexos, os maiores valores para
a expectativa de vida futura no estado de solteiro e os menores para o estado de casado. Por
outro lado, para o estado de viúvo, estas duas Grandes Regiões registraram os maiores índices
76
desta medida, para o sexo masculino, e os menores para a população feminina, quando
comparados com as demais localidades estudadas.
A Região Sudeste, por sua vez, apresentou os menores valores para a expectativa de
vida futura no estado de solteiro e os maiores para o estado de casado. Destaca-se ainda a
Região Centro Oeste com os índices mais altos desta medida para os estados de divorciado,
enquanto as maiores expectativas de vida futura para o estado de separado judicialmente são
observadas na Região Sul.
Estes resultados são, de um modo geral, conseqüências do que foi observado em
análises anteriores, ou seja, a menor predominância de uniões legais (seja primeira união ou
recasamento) nas Regiões Norte e Nordeste em relação às demais, especialmente ao Sudeste,
bem como o maior índice de divórcios registrados no Centro Oeste. Em outras palavras, é
possível concluir que estas características distintas, nas probabilidades de transição entre
estados, possuem papel determinante no tempo de permanência dos indivíduos nos mesmos.
Verifica-se ainda que o comportamento dos valores das expectativas de vida futura,
em cada estado, é diferente ao longo das idades. Para o estado de solteiro, temos que os
índices diminuem mais rapidamente a partir da raiz da tábua (15 anos), uma vez que o
primeiro casamento é também a primeira transição possível entre dois estados ativos. De
forma análoga temos que os valores para o estado de viúvo se mantêm praticamente
constantes, até os 65 anos de idade, pois a transição para este estado é a mais tardia, em média
de idade, conforme foi observado na Tabela 6.1.
Neste sentido, alguns diferenciais por sexo também são observados. Com relação ao
estado de divorciado, percebe-se que os valores para a população masculina decrescem a
partir dos 40 anos, que é justamente o grupo que corresponde idade média de a transição para
este estado. Entretanto, para as mulheres esta diminuição é estagnada, ou em alguns casos
observa-se até um incremento neste valor, nas idades finais. Este comportamento distinto
77
pode ser explicado pelas diferenças, entre os sexos, previamente analisadas das probabilidades
para o evento de recasamento de divorciados.
Uma medida resumo do tempo de permanência nos estados, obtida por meio de
funções da tábua é a proporção esperada de vida, vivida em cada um deles. Ela é calculada
com base na expressão (5.64), e seus resultados por sexo e recorte geográfico estão dispostos
na tabela 6.6.
Tabela 6.6 Proporção esperada de vida, em cada estado civil, a partir dos 15 anos de idade,
segundo o sexo - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Proporção da vida, vivida no estado de:
Sexo e Recorte
Geográfico
Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
Brasil 0,528 0,385 0,026 0,029 0,033
Norte 0,639 0,299 0,010 0,015 0,037
Nordeste 0,596 0,333 0,013 0,019 0,038
Sudeste 0,480 0,423 0,032 0,035 0,030
Sul 0,504 0,405 0,035 0,027 0,029
Centro Oeste 0,491 0,396 0,032 0,047 0,034
Mulheres
Brasil 0,503 0,319 0,030 0,047 0,101
Norte 0,611 0,250 0,009 0,040 0,091
Nordeste 0,588 0,269 0,015 0,035 0,094
Sudeste 0,450 0,349 0,038 0,057 0,106
Sul 0,474 0,346 0,040 0,040 0,100
Centro Oeste 0,457 0,321 0,035 0,078 0,109
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
De uma forma geral, verifica-se que a proporção da vida a partir dos 15 anos, vivida
nos estados de solteiro e casado é maior para os homens, enquanto que a proporção que se
vivida nos estados de divorciado e viúvo é menor, quando comparadas com as referentes da
população feminina, tanto para o Brasil, quanto para cada uma das cinco Grandes Regiões. A
principal explicação para esses resultados é a maior probabilidade de recasamento de homens,
independente de serem divorciados ou viúvos.
Ao se analisar estes resultados, por recortes geográficos observa-se, mais uma vez, que
as Regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores proporções esperada de vida no estado de
78
solteiro e menores no de casado. Relação análoga é observada na proporção esperada de vida
nos estados de separado judicialmente e divorciado entre as Regiões Norte e Nordeste de um
lado, e as Regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste com os maiores valores, pelo outro. As
primeiras com menores proporções que a segunda. Destaca-se ainda a Região Centro Oeste
com as maiores proporções da vida vivida no estado de divorciado (0,047 para homens e
0,078 para mulheres).
Outro indicador que se pode obter a partir das tábuas de vida de múltiplos estados é a
média de idade dos indivíduos, por estado civil, das doze coortes estudadas, como mostra a
Tabela 6.7. Esta medida é obtida a partir da expressão (5.65), e refere-se à população com 15
anos ou mais de idade, uma vez que esta é a raiz da tábua.
Tabela 6.7 – Média de idade, das pessoas de 15 anos ou mais, por estado civil, segundo o sexo
- Brasil e Grandes Regiões 2000.
Média de idade no estado de:
Sexo e Recorte
Geográfico
Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
Brasil 37,2 49,7 54,8 56,1 71,0
Norte 39,5 51,5 62,3 58,2 72,2
Nordeste 38,4 49,4 58,7 55,3 71,4
Sudeste 36,0 49,7 52,8 56,0 70,7
Sul 36,7 49,4 56,2 55,3 70,6
Centro Oeste 36,3 49,6 55,8 59,0 71,7
Mulheres
Brasil 40,5 45,9 57,1 63,7 72,4
Norte 41,7 47,3 59,0 71,8 72,3
Nordeste 41,0 45,6 61,8 64,0 71,8
Sudeste 40,3 45,9 55,6 63,7 72,7
Sul 40,4 45,8 57,1 61,1 72,6
Centro Oeste 39,5 45,0 55,6 65,0 72,4
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Verifica-se na Tabela 6.7, que com exceção do estado de casado, as médias de idade
da população masculina nos demais estados são inferiores às femininas. A maior diferença
observada da média de idade entre homens e mulheres é no estado de divorciado. A média de
idade dos homens neste estado é 7,6 anos menor que das mulheres (56,1 e 63,7 anos
79
respectivamente, no Brasil). Com relação às Grandes Regiões esta diferença chega a 13,6
anos na Região Norte. Estes resultados podem ser explicados, pelas baixas probabilidades das
mulheres recasarem após o divórcio, quando comparadas aos homens do mesmo grupo etário,
conforme visto na Tabela 6.3.
Comparando os estados civis, observa-se que as menores médias de idade se verificam
para a população solteira, o que era esperado uma vez que este é o estado inicial das coortes
estudadas. A segunda menor média de idade refere-se ao estado de casado, o qual é o destino
da primeira transição possível entre estados ativos, apesar de ser possível chegar ao mesmo
vindo de outros estados como divorciado ou viúvo. Por outro lado a maior média de idade é
referente ao estado de viúvo, que é o destino da transição mais tardia.
6.4 – Expectativas de vida condicionais e tempo de permanência até a primeira transição
Como foi descrito no capítulo 5, as tábuas de vida de múltiplos estados permitem o
cálculo de outros tipos de expectativas de vida. Neste caso será descrita a expectativa de vida
condicional. Supondo um grupo de pessoas no estado j e idade x, é possível medir sua
expectativa de vida em cada um dos estados ativos do modelo. Em outras palavras, seria uma
expectativa de vida condicional, dado a idade e o estado inicial considerado.
Neste sentido, as expectativas de vida para a população de 15 anos de idade,
analisadas na seção 6.3, podem ser consideradas como um caso particular destas expectativas
condicionais, uma vez que a coorte inicial (ou raiz da tábua) representa uma população de 15
anos, no estado de solteiro.
Na Tabela 6.8 se ilustra um conjunto de expectativas de vida referentes à população do
Brasil, supondo diferentes estados iniciais, por sexo, e considerando a idade de 20 anos. Cabe
ressaltar que estes resultados têm como objetivo somente ilustrar as mudanças que poderiam
ocorrer na expectativa de vida condicionada a determinado estado inicial. Este caráter
80
ilustrativo se deve ao fato que ao longo desta dissertação se supôs que a coorte inicial é de 15
anos e está no estado de solteiro.
Tabela 6.8 Expectativa de vida futura nos estados civis, a partir dos 20 anos de idade,
condicionadas ao sexo e o estado civil da pessoa nesta referida idade - Brasil 2000.
Sexo e estado civil
aos 20 anos de idade
ε
solteiro
(20)
ε
casado
(20)
ε
sep.judic
.
(20)
ε
divorciado
(20)
ε
viúvo
(20)
Homens
Solteiro 24,7 20,7 1,4 1,5 1,8
Casado 0,0 42,8 3,8 3,9 3,1
Sep. Judicialmente 0,0 17,2 22,1 13,7 1,8
Divorciado 0,0 33,0 2,3 14,3 2,8
Viúvo 0,0 27,4 1,9 2,1 17,8
Mulheres
Solteiro 30,1 17,4 1,5 2,5 5,7
Casado 0,0 39,1 4,7 7,1 11,1
Sep. Judicialmente 0,0 8,9 28,3 25,7 3,7
Divorciado 0,0 22,8 1,9 32,6 7,9
Viúvo 0,0 9,9 0,9 1,4 45,2
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Observa-se na Tabela 6.8 que, de uma forma geral, as expectativas de vida futura em
cada estado civil, a partir dos 20 anos de idade, sofrem grandes variações em função do estado
inicial do indivíduo. Dentre os fatores que promovem este diferencial, é possível destacar a
própria forma do modelo de nupcialidade legal utilizado neste trabalho, e apresentado na
figura 1.1, onde não são permitidos retornos ao estado de solteiro. Desta forma, se o estado
inicial considerado é casado, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, a expectativa de
vida no estado de solteiro é obrigatoriamente igual a zero.
Também se percebe uma maior expectativa de vida nos estados em que o indivíduo se
encontra na idade inicial considerada. Deve ser ainda ressaltado que a expectativa de vida
total, ou seja, a soma das expectativas de vida nos cinco estados, varia conforme o estado
inicial considerado, uma vez que as probabilidades de óbito diferem em função desses
estados, como foi discutido na seção 6.2.
81
O tempo médio de permanência futuro num estado até o momento da primeira
transição foi outra função especificada no capítulo 5. A diferença desta função, em relação às
expectativas de vida condicionais analisadas anteriormente, é que a mesma não permite
reentradas no estado analisado, uma vez que é calculada por meio de tábuas de vida de
múltiplos decrementos.
Assim, o tempo médio de permanência no estado de solteiro até o momento da
primeira transição, para qualquer idade x ( )(
#
xe
solteiro
), será sempre igual à expectativa de vida
neste estado, dado que na idade x considerada, a pessoa está no estado de solteiro
( )(
,
x
solteirosolteiro
ε
), porque este estado não permite reentradas, de acordo com o modelo
apresentado na figura 1.1. De forma análoga, para os outros estados onde reentradas são
permitidas, o valor da função )(
,
x
jj
ε
será sempre igual ou superior ao valor de
)(
#
xe
j
, e
quanto maior a diferença entre os dois, maior será o tempo médio de permanência neste
estado j, em posteriores reentradas no mesmo.
A Tabela 6.9 contém os valores das funções
)(
#
xe
j
e )(
,
x
jj
ε
da população brasileira,
para cada um dos estados civis, por sexo e idades entre 15 e 80 anos. Com base nesta tabela,
observa-se que a diferença entre
)(
#
xe
j
e )(
,
x
jj
ε
, dentro de um mesmo estado j, tende a
diminuir com o avançar da idade. Este comportamento deve-se ao fato da probabilidade de
um indivíduo transitar alguma vez durante a sua vida para outro estado ativo, e
consequentemente poder retornar para o inicial, salvo o caso de solteiro onde não retorno,
diminui com o passar dos anos. Assim, tem-se que no último grupo etário considerado a
diferença entre as duas funções é nula, uma vez que são apenas consideradas saídas para o
estado absorvente.
82
Tabela 6.9 – Expectativa de vida até o momento da primeira transição em cada estado civil
(
)(
#
xe
j
), e expectativa de vida futura em cada estado civil, dado que o indivíduo já se
encontrava naquele estado ( )(
,
x
ij
ε
), segundo o sexo e a idade.
Sexo e grupos
de idade
e
#
sol
(x)
*
e
#
cas
(x)
ε
cas,cas
(x)
e
#
sep
(x)
ε
sep,sep
(x)
e
#
div
(x)
ε
div,div
(x)
e
#
viu
(x)
ε
viu,viu
(x)
Homens
15 anos 28,8 42,4 46,7 24,6 25,4 11,2 13,6 17,5 19,7
20 anos 24,7 38,9 42,8 21,2 22,1 11,8 14,3 15,5 17,8
25 anos 24,4 35,9 39,1 19,6 20,2 12,3 14,4 18,2 20,2
30 anos 25,8 33,1 35,5 20,4 20,7 14,5 16,0 21,4 23,0
35 anos 26,0 30,3 32,0 21,6 21,8 16,7 17,6 22,6 23,8
40 anos 24,5 27,3 28,5 22,1 22,1 17,7 18,3 22,3 23,3
45 anos 22,2 24,2 25,0 21,7 21,7 17,4 17,8 20,8 21,6
50 anos 19,6 21,1 21,6 20,7 20,7 16,6 16,8 19,0 19,6
55 anos 16,8 17,9 18,2 19,2 19,2 15,2 15,3 17,0 17,4
60 anos 14,2 14,8 15,1 17,5 17,5 13,8 13,9 14,8 15,1
65 anos 11,7 12,0 12,2 15,8 15,8 12,4 12,5 12,6 12,8
70 anos 9,2 9,6 9,6 13,9 13,9 11,1 11,1 10,5 10,6
75 anos 7,1 7,3 7,4 12,3 12,3 9,6 9,6 8,5 8,5
80 anos 5,1 5,4 5,4 11,1 11,1 8,7 8,7 6,6 6,6
Mulheres
15 anos 31,6 41,1 43,2 30,9 31,6 28,0 31,8 35,5 40,5
20 anos 30,1 37,3 39,1 27,7 28,3 29,4 32,6 41,9 45,2
25 anos 31,4 34,4 35,6 28,6 29,0 31,8 34,1 42,7 45,0
30 anos 32,7 31,4 32,2 30,8 31,0 35,6 37,0 42,2 43,7
35 anos 31,8 28,3 28,7 32,2 32,3 37,9 38,7 39,9 40,9
40 anos 29,5 25,0 25,3 32,4 32,5 38,5 38,8 36,9 37,5
45 anos 26,5 21,7 21,8 31,3 31,3 37,4 37,6 33,3 33,8
50 anos 23,2 18,3 18,4 29,4 29,4 35,8 35,9 29,7 29,9
55 anos 19,9 15,0 15,1 26,9 26,9 33,6 33,7 25,9 26,1
60 anos 16,7 11,9 12,0 24,0 24,0 31,0 31,1 22,2 22,3
65 anos 13,5 9,2 9,2 21,0 21,0 28,4 28,4 18,7 18,7
70 anos 10,6 6,8 6,8 18,0 18,0 25,6 25,6 15,4 15,4
75 anos 7,9 4,7 4,7 15,2 15,2 23,3 23,3 12,4 12,4
80 anos 5,5 2,7 2,7 13,0 13,0 21,6 21,6 9,9 9,9
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
*
e
#
sol
(x) = ε
sol,sol
(x)
Com relação à variável sexo, verifica-se que para o estado de casado a diferença entre
os valores de
)(
#
xe
j
e )(
,
x
jj
ε
, da população masculina é pelo menos duas vezes maior, em
relação à feminina, para todas as idades consideradas. Ao avançar a idade, observa-se que a
razão entre estas diferenças por sexo aumenta, uma vez que já aos 35 anos de idade os valores
83
destas duas funções são muito semelhantes para as mulheres ( )35(
#
cas
e =28,3;
)35(
,
cascas
ε
=28,7), enquanto que para os homens essa diferença é quatro vezes maior
( )35(
#
cas
e =30,3; )35(
,
cascas
ε
=32,0). Este resultado é mais um reflexo das menores
probabilidades de recasamento observadas na população feminina à medida que a idade
aumenta.
Para a população separada judicialmente, divorciada e viúva, verifica-se que nas
idades iniciais os diferenciais entre os valores de
)(
#
xe
j
e )(
,
x
jj
ε
são menores para os
homens, porém este quadro se inverte a partir dos 30 anos de idade. O ponto em comum, em
relação à população casada, é o fato da diferença entre os valores das duas referidas funções
diminuírem mais rapidamente, com o avanço da idade, entre as mulheres. Isto pode ser
explicado pelo fato que para um indivíduo deixar um destes três estados e poder retornar ao
mesmo futuramente, necessita passar pelo menos uma vez pelo estado de casado, ou seja, aqui
também as baixas probabilidades femininas de recasamento nas idades mais avançadas
explicam este comportamento.
84
7 – Conclusão e trabalhos futuros
Esta dissertação teve como principal objetivo o estudo das tábuas de vida de múltiplos
estados assim como a análise da nupcialidade legal no Brasil, utilizando esta metodologia. Na
análise também foram consideradas as cinco Grandes Regiões, visando ampliar o estudo da
nupcialidade legal no país.
Inicialmente foi realizada uma revisão metodológica, sobre a construção das tábuas de
vida, considerando desde a tábua de vida simples, seguida da tábua de vida de múltiplos
decrementos e, por último, a tábua de vida de múltiplos estados.
Na construção das tábuas de vida de múltiplos estados foi utilizado o método de
duração média na transição que é indicado por Schoen (1988) para dados com intervalos
qüinqüenais de idade. O recorte temporal foi o ano 2000, pelo fato de se dispor, pela primeira
vez, de informação sobre o estado civil de toda a população brasileira.
A análise da nupcialidade foi iniciada com uma revisão das características gerais no
Brasil, entre os anos de 1980 e 2000. Neste período foi observado um acentuado declínio das
taxas brutas e gerais de nupcialidade, acompanhado da diminuição da proporção de uniões
legais tanto no Brasil, como em cada uma das cinco Grandes Regiões, mas mantendo-se os
casamentos legais ainda como majoritários.
Verificou-se também que, apesar destas transformações apontadas, a distribuição da
população brasileira, segundo o estado conjugal, pouco se alterou nesse período. Por outro
lado, com base nos dados do Censo 2000, observou-se que a distribuição da população
segundo os estados conjugal e civil eram substancialmente distintas entre si. Deve-se levar em
consideração que o estado civil da pessoa é a situação em termos legais, enquanto que o
estado conjugal é a situação de fato que a pessoa vive, podendo ou não coincidir com a
situação legal ou com o estado civil.
85
Na análise regional verificou-se que no Sul, Sudeste e Centro Oeste apresentaram-se
os maiores valores para as taxas bruta e geral de nupcialidade, no período, assim como as
maiores proporções de uniões legais entre 1980 e 2000. Nestas três regiões também se
observaram as maiores proporções de pessoas com 15 anos ou mais, no estado civil de casado,
e as menores no estado civil de solteiro, segundo o Censo 2000.
Ao analisar estes resultados por sexo, observou-se que entre os homens, a proporção
da população com estado civil de solteiro é maior do que entre as mulheres, por outro lado, as
proporções da população masculina nos estados de separado, divorciado, desquitado e viúvos
são bem menores que a feminina.
A partir dos resultados obtidos nas tábuas de vida de múltiplos estados, observou-se
com relação ao primeiro casamento, uma divisão regional em dois blocos, tal que as menores
probabilidades de transição do estado de solteiro para o de casado são referentes às Regiões
Norte e Nordeste e as maiores probabilidades foram observadas nas Regiões Sudeste, Sul e
Centro Oeste. Verificou-se também que a probabilidade de casamento da população feminina
é maior do que a masculina, até os 24 anos idade. A partir de então a probabilidade de um
homem contrair o primeiro casamento legal é sempre maior que a da mulher.
De forma semelhante, observou-se que as menores probabilidades de dissolução do
casamento por separação judicial, estão nas Regiões Norte e Nordeste, enquanto as Regiões
Sudeste, Centro Oeste e Sul detêm as maiores probabilidades. Também se verificou que nos
dois primeiros grupos etários as mulheres estão mais expostas ao risco de separação judicial
que os homens. A partir dos 25 anos, este quadro se inverte e a probabilidade de separação
judicial é maior para os últimos.
Contudo, o nível das probabilidades nas dissoluções do casamento por divórcio direto
não acompanha o das separações judiciais. As maiores probabilidades foram observadas na
Região Centro Oeste, enquanto a Região Sul, que apresentou uma das maiores probabilidades
86
de dissolução por separação judicial, revelou uma das menores probabilidades por divórcio
direto. Observou-se ainda que o divórcio direto ocorre, em média, mais tarde se comparado à
separação judicial.
Com relação à dissolução do casamento por viuvez foi possível perceber que o nível
das probabilidades de transição do estado de casado para viúvo, para a população masculina, é
ligeiramente mais elevado nas Regiões Norte e Nordeste, em relação às demais Grandes
Regiões. Para a população feminina, além das Regiões Norte e Nordeste, também a Centro
Oeste, apresentou valores, em média, um pouco superiores que o resto do país. Verificou-se
também que a partir dos 20 anos, as probabilidades de viuvez referentes à população
feminina, são mais altas, em relação à masculina, e essa diferença aumenta com a idade.
Na questão do recasamento de divorciados, observou-se que o nível das probabilidades
de transição do estado de divorciado para o de casado, na população masculina, é mais baixo
na Região Sul, em relação às demais. Com relação à população feminina, os níveis são um
pouco mais altos nas Regiões Sudeste e Centro Oeste, enquanto o Nordeste apresenta, em
média, as menores probabilidades. Deve-se destacar ainda que, de uma forma geral, a
probabilidade de recasamento para um homem divorciado é bem superior à de uma mulher no
mesmo estado civil.
Com relação ao recasamento de viúvos verificou-se, de uma forma geral, que o nível
das probabilidades de transição de viúvo para casado, da população masculina na Região
Norte é inferior às demais e, sobretudo, se comparada com a Região Sudeste que detém as
maiores probabilidades registradas. Em relação à população feminina, observou-se que os
níveis das probabilidades são ligeiramente mais elevados nas Regiões Sudeste e Centro Oeste
e um pouco mais baixos na Região Nordeste, em relação às demais. Também se verificou,
para a população viúva, que a probabilidade de uma nova união legal é consideravelmente
maior para os homens, do que para as mulheres.
87
Analisou-se também um outro tipo de transição possível que é a passagem de qualquer
estado ativo para o estado absorvente, ou seja, as probabilidades de morte. Verificou-se que a
probabilidade de morte da população solteira é, geralmente, a maior entre todos os estados
civis, independentemente do sexo e recorte geográfico considerado. Com relação à variável
sexo, observou-se que a probabilidade de óbito da população masculina é, de uma forma
geral, maior que a feminina.
Além das transições entre estados, foram observadas características do tempo de
permanência de um indivíduo, em cada um destes estados. De uma forma geral, as Regiões
Norte e Nordeste apresentam as maiores proporções esperadas de vida no estado de solteiro e
as menores no de casado. Por outro lado, a Região Sudeste possui comportamento inverso
com a maior proporção esperada de vida no estado de casado e menor no de solteiro, enquanto
que o Centro Oeste destaca-se com as maiores proporções esperadas de vida no estado de
divorciado, para ambos os sexos.
Verificou-se ainda que a proporção da vida, a partir dos 15 anos, vivida nos estados de
solteiro e casado é maior para os homens, do que para as mulheres, enquanto que a proporção
que será vivida nos estados de divorciado e viúvo é menor para os primeiros.
Tanto o estudo das tábuas de vida de múltiplos estados como os resultados obtidos, a
partir do uso desta metodologia, mostram o potencial de análise que poderá ser desenvolvido
em futuros trabalhos. Um exemplo ilustrativo deste potencial são as medidas apresentadas na
seção 6.4, que no âmbito desta dissertação somente foi incluído um exemplo, mas que pode
ser desenvolvido para outras idades ou Grandes Regiões do país, ampliando os métodos de
análise da nupcialidade no Brasil.
Outro estudo relevante seria a inclusão da componente migratória, principalmente para
a análise relativa às Grandes Regiões, uma vez que as metodologias de tábuas de vida
descritas nesta dissertação consideram populações fechadas.
88
ANEXO
89
Tabela A.1 – Probabilidades de transição entre os estados civis de solteiro para casado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0209 0,0140 0,0201 0,0224 0,0234 0,0223
20 a 24 anos 0,1534 0,0897 0,1323 0,1709 0,1732 0,1677
25 a 29 anos 0,1987 0,1185 0,1569 0,2333 0,2212 0,2058
30 a 34 anos 0,1475 0,1017 0,1101 0,1786 0,1553 0,1608
35 a 39 anos 0,0912 0,0773 0,0689 0,1082 0,0889 0,1072
40 a 44 anos 0,0576 0,0575 0,0450 0,0650 0,0555 0,0705
45 a 49 anos 0,0393 0,0441 0,0326 0,0430 0,0333 0,0504
50 a 54 anos 0,0314 0,0394 0,0297 0,0309 0,0279 0,0369
55 a 59 anos 0,0286 0,0335 0,0297 0,0271 0,0216 0,0321
60 a 64 anos 0,0269 0,0356 0,0277 0,0245 0,0212 0,0297
65 a 69 anos 0,0237 0,0303 0,0247 0,0211 0,0213 0,0221
70 a 74 anos 0,0206 0,0317 0,0203 0,0184 0,0183 0,0201
75 a 79 anos 0,0172 0,0207 0,0173 0,0158 0,0160 0,0161
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
Mulheres
15 a 19 anos 0,1006 0,0658 0,0869 0,1087 0,1180 0,1222
20 a 24 anos 0,1760 0,1024 0,1352 0,2079 0,2056 0,1876
25 a 29 anos 0,1643 0,1011 0,1166 0,2058 0,1821 0,1681
30 a 34 anos 0,1066 0,0806 0,0761 0,1331 0,1094 0,1193
35 a 39 anos 0,0656 0,0597 0,0469 0,0792 0,0651 0,0805
40 a 44 anos 0,0432 0,0454 0,0346 0,0481 0,0419 0,0537
45 a 49 anos 0,0323 0,0351 0,0275 0,0346 0,0303 0,0433
50 a 54 anos 0,0263 0,0330 0,0244 0,0268 0,0247 0,0309
55 a 59 anos 0,0222 0,0323 0,0229 0,0199 0,0187 0,0232
60 a 64 anos 0,0147 0,0222 0,0131 0,0156 0,0131 0,0158
65 a 69 anos 0,0101 0,0145 0,0085 0,0106 0,0104 0,0142
70 a 74 anos 0,0061 0,0151 0,0054 0,0054 0,0048 0,0083
75 a 79 anos 0,0034 0,0082 0,0027 0,0032 0,0040 0,0050
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
90
Tabela A.2 Probabilidades de transição entre os estados civis de casado para separado
judicialmente, segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0061 0,0057 0,0037 0,0095 0,0035 0,0059
20 a 24 anos 0,0286 0,0093 0,0116 0,0386 0,0327 0,0298
25 a 29 anos 0,0296 0,0104 0,0139 0,0370 0,0333 0,0333
30 a 34 anos 0,0258 0,0100 0,0113 0,0320 0,0295 0,0299
35 a 39 anos 0,0235 0,0084 0,0101 0,0291 0,0264 0,0290
40 a 44 anos 0,0197 0,0062 0,0084 0,0245 0,0224 0,0236
45 a 49 anos 0,0149 0,0045 0,0061 0,0185 0,0172 0,0201
50 a 54 anos 0,0102 0,0038 0,0041 0,0123 0,0117 0,0159
55 a 59 anos 0,0066 0,0022 0,0030 0,0079 0,0077 0,0103
60 a 64 anos 0,0040 0,0015 0,0020 0,0045 0,0047 0,0082
65 a 69 anos 0,0025 0,0008 0,0015 0,0028 0,0029 0,0050
70 a 74 anos 0,0015 0,0007 0,0009 0,0015 0,0021 0,0041
75 a 79 anos 0,0010 0,0005 0,0004 0,0012 0,0011 0,0016
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
Mulheres
15 a 19 anos 0,0209 0,0079 0,0094 0,0287 0,0242 0,0261
20 a 24 anos 0,0312 0,0117 0,0133 0,0403 0,0362 0,0341
25 a 29 anos 0,0278 0,0098 0,0125 0,0346 0,0315 0,0326
30 a 34 anos 0,0243 0,0080 0,0100 0,0309 0,0271 0,0294
35 a 39 anos 0,0212 0,0069 0,0089 0,0266 0,0244 0,0250
40 a 44 anos 0,0167 0,0054 0,0064 0,0210 0,0190 0,0213
45 a 49 anos 0,0117 0,0029 0,0045 0,0145 0,0141 0,0163
50 a 54 anos 0,0078 0,0026 0,0034 0,0095 0,0091 0,0116
55 a 59 anos 0,0047 0,0018 0,0020 0,0054 0,0060 0,0087
60 a 64 anos 0,0027 0,0008 0,0014 0,0032 0,0033 0,0044
65 a 69 anos 0,0018 0,0005 0,0012 0,0018 0,0021 0,0040
70 a 74 anos 0,0009 0,0003 0,0006 0,0009 0,0012 0,0021
75 a 79 anos 0,0005 0,0003 0,0003 0,0005 0,0007 0,0019
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
91
Tabela A.3 Probabilidades de transição entre os estados civis de casado para divorciado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0014 0,0006 0,0011 0,0014 0,0018 0,0036
20 a 24 anos 0,0108 0,0062 0,0088 0,0124 0,0103 0,0143
25 a 29 anos 0,0188 0,0133 0,0181 0,0200 0,0169 0,0233
30 a 34 anos 0,0214 0,0177 0,0205 0,0224 0,0177 0,0293
35 a 39 anos 0,0212 0,0180 0,0213 0,0217 0,0174 0,0311
40 a 44 anos 0,0196 0,0173 0,0186 0,0199 0,0165 0,0309
45 a 49 anos 0,0170 0,0151 0,0153 0,0174 0,0146 0,0283
50 a 54 anos 0,0132 0,0130 0,0116 0,0132 0,0112 0,0243
55 a 59 anos 0,0106 0,0100 0,0097 0,0106 0,0089 0,0192
60 a 64 anos 0,0077 0,0071 0,0072 0,0075 0,0062 0,0160
65 a 69 anos 0,0065 0,0054 0,0071 0,0055 0,0050 0,0176
70 a 74 anos 0,0043 0,0045 0,0050 0,0035 0,0031 0,0116
75 a 79 anos 0,0025 0,0027 0,0022 0,0024 0,0016 0,0080
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
Mulheres
15 a 19 anos 0,0045 0,0029 0,0045 0,0048 0,0042 0,0052
20 a 24 anos 0,0174 0,0112 0,0163 0,0191 0,0149 0,0235
25 a 29 anos 0,0218 0,0174 0,0213 0,0230 0,0181 0,0296
30 a 34 anos 0,0225 0,0198 0,0223 0,0232 0,0179 0,0340
35 a 39 anos 0,0213 0,0197 0,0216 0,0213 0,0172 0,0326
40 a 44 anos 0,0185 0,0170 0,0168 0,0189 0,0162 0,0299
45 a 49 anos 0,0156 0,0127 0,0137 0,0161 0,0132 0,0274
50 a 54 anos 0,0120 0,0108 0,0108 0,0120 0,0105 0,0223
55 a 59 anos 0,0088 0,0091 0,0081 0,0084 0,0073 0,0179
60 a 64 anos 0,0069 0,0057 0,0074 0,0061 0,0060 0,0152
65 a 69 anos 0,0060 0,0041 0,0068 0,0050 0,0049 0,0169
70 a 74 anos 0,0032 0,0020 0,0039 0,0026 0,0023 0,0111
75 a 79 anos 0,0018 0,0021 0,0022 0,0018 0,0008 0,0032
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
92
Tabela A.4 – Probabilidades de transição entre os estados civis de casado para viúvo, segundo
o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0124 0,0114 0,0181 0,0105 0,0093 0,0119
20 a 24 anos 0,0012 0,0011 0,0011 0,0013 0,0007 0,0014
25 a 29 anos 0,0011 0,0026 0,0016 0,0008 0,0010 0,0010
30 a 34 anos 0,0021 0,0029 0,0031 0,0018 0,0015 0,0021
35 a 39 anos 0,0035 0,0047 0,0047 0,0030 0,0028 0,0034
40 a 44 anos 0,0065 0,0085 0,0088 0,0057 0,0055 0,0056
45 a 49 anos 0,0103 0,0121 0,0134 0,0089 0,0092 0,0093
50 a 54 anos 0,0169 0,0215 0,0218 0,0148 0,0144 0,0163
55 a 59 anos 0,0259 0,0312 0,0332 0,0230 0,0221 0,0253
60 a 64 anos 0,0416 0,0489 0,0519 0,0370 0,0376 0,0385
65 a 69 anos 0,0584 0,0671 0,0755 0,0508 0,0527 0,0577
70 a 74 anos 0,0810 0,1062 0,0983 0,0721 0,0724 0,0805
75 a 79 anos 0,1081 0,1169 0,1313 0,0983 0,0971 0,1118
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
Mulheres
15 a 19 anos 0,0019 0,0028 0,0031 0,0015 0,0012 0,0014
20 a 24 anos 0,0020 0,0031 0,0028 0,0017 0,0015 0,0022
25 a 29 anos 0,0033 0,0049 0,0047 0,0029 0,0025 0,0034
30 a 34 anos 0,0065 0,0083 0,0091 0,0056 0,0052 0,0067
35 a 39 anos 0,0114 0,0152 0,0151 0,0103 0,0093 0,0125
40 a 44 anos 0,0200 0,0246 0,0242 0,0182 0,0175 0,0223
45 a 49 anos 0,0317 0,0348 0,0376 0,0297 0,0280 0,0340
50 a 54 anos 0,0517 0,0594 0,0586 0,0489 0,0462 0,0570
55 a 59 anos 0,0798 0,0835 0,0892 0,0761 0,0734 0,0886
60 a 64 anos 0,1222 0,1215 0,1313 0,1190 0,1138 0,1324
65 a 69 anos 0,1814 0,1822 0,1925 0,1739 0,1759 0,2010
70 a 74 anos 0,2633 0,2737 0,2677 0,2588 0,2533 0,2881
75 a 79 anos 0,3749 0,3811 0,3662 0,3756 0,3792 0,3890
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
93
Tabela A.5 Probabilidades de transição entre os estados civis de divorciado para casado,
segundo o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,2401 0,4602 0,3802 0,1701 0,1974 0,1818
20 a 24 anos 0,3063 0,2479 0,3217 0,3047 0,3149 0,2811
25 a 29 anos 0,3849 0,3120 0,3659 0,4007 0,3134 0,4726
30 a 34 anos 0,3411 0,3474 0,3490 0,3522 0,2787 0,3740
35 a 39 anos 0,2693 0,2733 0,2595 0,2830 0,2046 0,3310
40 a 44 anos 0,2039 0,2147 0,2032 0,2094 0,1678 0,2387
45 a 49 anos 0,1785 0,1896 0,1713 0,1869 0,1344 0,2251
50 a 54 anos 0,1594 0,1701 0,1615 0,1599 0,1392 0,1905
55 a 59 anos 0,1575 0,1550 0,1646 0,1587 0,1316 0,1969
60 a 64 anos 0,1525 0,1632 0,1624 0,1571 0,1252 0,1600
65 a 69 anos 0,1457 0,1750 0,1506 0,1447 0,1350 0,1547
70 a 74 anos 0,1282 0,1301 0,1403 0,1236 0,1279 0,1329
75 a 79 anos 0,1232 0,1619 0,1419 0,1157 0,1175 0,1164
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
Mulheres
15 a 19 anos 0,1805 0,1206 0,2289 0,1525 0,2637 0,0948
20 a 24 anos 0,2034 0,1754 0,1387 0,2164 0,2156 0,2508
25 a 29 anos 0,2184 0,2151 0,1649 0,2335 0,2116 0,2234
30 a 34 anos 0,1707 0,1692 0,1291 0,1840 0,1540 0,1871
35 a 39 anos 0,1245 0,1144 0,0872 0,1378 0,1012 0,1536
40 a 44 anos 0,0889 0,0796 0,0605 0,0976 0,0756 0,1090
45 a 49 anos 0,0733 0,0821 0,0497 0,0786 0,0659 0,0906
50 a 54 anos 0,0587 0,0506 0,0405 0,0622 0,0570 0,0763
55 a 59 anos 0,0445 0,0369 0,0306 0,0478 0,0463 0,0482
60 a 64 anos 0,0364 0,0366 0,0204 0,0440 0,0315 0,0285
65 a 69 anos 0,0248 0,0146 0,0103 0,0288 0,0288 0,0222
70 a 74 anos 0,0161 0,0146 0,0068 0,0196 0,0155 0,0175
75 a 79 anos 0,0079 0,0095 0,0043 0,0079 0,0138 0,0054
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
94
Tabela A.6 – Probabilidades de transição entre os estados civis de viúvo para casado, segundo
o sexo e os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,1067 0,0141 0,1554 0,0955 0,0707 0,0387
20 a 24 anos 0,3092 0,4034 0,4471 0,2425 0,2644 0,2670
25 a 29 anos 0,2868 0,1625 0,2723 0,3457 0,2460 0,2480
30 a 34 anos 0,1871 0,1366 0,1454 0,2226 0,1679 0,1797
35 a 39 anos 0,1279 0,0658 0,1029 0,1501 0,1204 0,1273
40 a 44 anos 0,0914 0,0565 0,0558 0,1151 0,0742 0,1076
45 a 49 anos 0,0811 0,0573 0,0563 0,0995 0,0702 0,0774
50 a 54 anos 0,0670 0,0469 0,0462 0,0831 0,0553 0,0695
55 a 59 anos 0,0578 0,0401 0,0421 0,0690 0,0510 0,0632
60 a 64 anos 0,0485 0,0395 0,0404 0,0545 0,0441 0,0528
65 a 69 anos 0,0430 0,0312 0,0324 0,0494 0,0402 0,0504
70 a 74 anos 0,0319 0,0177 0,0273 0,0372 0,0276 0,0317
75 a 79 anos 0,0206 0,0153 0,0176 0,0228 0,0206 0,0190
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
Mulheres
15 a 19 anos 0,2311 0,1832 0,1518 0,2592 0,3146 0,4030
20 a 24 anos 0,1085 0,0828 0,0944 0,1274 0,0863 0,1084
25 a 29 anos 0,0773 0,0771 0,0445 0,0933 0,0758 0,0895
30 a 34 anos 0,0498 0,0521 0,0247 0,0654 0,0346 0,0648
35 a 39 anos 0,0301 0,0275 0,0132 0,0386 0,0261 0,0386
40 a 44 anos 0,0194 0,0192 0,0080 0,0248 0,0164 0,0244
45 a 49 anos 0,0145 0,0161 0,0064 0,0179 0,0126 0,0185
50 a 54 anos 0,0104 0,0069 0,0042 0,0134 0,0081 0,0165
55 a 59 anos 0,0065 0,0058 0,0031 0,0081 0,0067 0,0058
60 a 64 anos 0,0043 0,0030 0,0016 0,0056 0,0038 0,0055
65 a 69 anos 0,0027 0,0030 0,0009 0,0033 0,0029 0,0032
70 a 74 anos 0,0011 0,0007 0,0005 0,0016 0,0007 0,0013
75 a 79 anos 0,0005 0,0004 0,0001 0,0007 0,0005 0,0005
80 anos ou + 0 0 0 0 0 0
95
Tabela A.7 Probabilidades de óbito da população solteira, segundo o sexo e os grupos de
idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0108 0,0106 0,0108 0,0115 0,0080 0,0127
20 a 24 anos 0,0175 0,0182 0,0197 0,0174 0,0122 0,0185
25 a 29 anos 0,0215 0,0207 0,0246 0,0211 0,0158 0,0236
30 a 34 anos 0,0282 0,0252 0,0329 0,0274 0,0222 0,0288
35 a 39 anos 0,0370 0,0298 0,0403 0,0382 0,0305 0,0383
40 a 44 anos 0,0499 0,0392 0,0523 0,0518 0,0460 0,0506
45 a 49 anos 0,0668 0,0474 0,0685 0,0716 0,0607 0,0684
50 a 54 anos 0,0860 0,0683 0,0852 0,0881 0,0925 0,0935
55 a 59 anos 0,1108 0,0822 0,1037 0,1208 0,1291 0,1136
60 a 64 anos 0,1489 0,1185 0,1354 0,1631 0,1818 0,1615
65 a 69 anos 0,1930 0,1502 0,1780 0,2129 0,2321 0,1987
70 a 74 anos 0,2741 0,2486 0,2586 0,2981 0,3058 0,2726
75 a 79 anos 0,3807 0,3445 0,3677 0,4035 0,4108 0,4121
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
Mulheres
15 a 19 anos 0,0041 0,0053 0,0045 0,0035 0,0034 0,0048
20 a 24 anos 0,0055 0,0072 0,0070 0,0045 0,0042 0,0057
25 a 29 anos 0,0075 0,0086 0,0088 0,0064 0,0068 0,0080
30 a 34 anos 0,0107 0,0113 0,0120 0,0097 0,0095 0,0114
35 a 39 anos 0,0154 0,0149 0,0179 0,0145 0,0132 0,0143
40 a 44 anos 0,0230 0,0212 0,0280 0,0203 0,0205 0,0221
45 a 49 anos 0,0340 0,0326 0,0404 0,0296 0,0287 0,0385
50 a 54 anos 0,0487 0,0459 0,0574 0,0420 0,0434 0,0507
55 a 59 anos 0,0685 0,0590 0,0768 0,0610 0,0630 0,0761
60 a 64 anos 0,1020 0,0906 0,1133 0,0892 0,0987 0,1094
65 a 69 anos 0,1461 0,1374 0,1585 0,1293 0,1428 0,1667
70 a 74 anos 0,2174 0,2153 0,2398 0,1873 0,2145 0,2277
75 a 79 anos 0,3292 0,3309 0,3551 0,2873 0,3294 0,3523
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
96
Tabela A.8 Probabilidades de óbito da população casada, segundo o sexo e os grupos de
idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0147 0,0240 0,0191 0,0105 0,0067 0,0236
20 a 24 anos 0,0088 0,0115 0,0121 0,0079 0,0049 0,0086
25 a 29 anos 0,0096 0,0110 0,0141 0,0088 0,0055 0,0092
30 a 34 anos 0,0117 0,0156 0,0161 0,0105 0,0082 0,0120
35 a 39 anos 0,0160 0,0187 0,0223 0,0144 0,0114 0,0167
40 a 44 anos 0,0229 0,0251 0,0309 0,0211 0,0179 0,0230
45 a 49 anos 0,0330 0,0342 0,0420 0,0311 0,0269 0,0340
50 a 54 anos 0,0468 0,0449 0,0559 0,0449 0,0408 0,0476
55 a 59 anos 0,0693 0,0702 0,0775 0,0670 0,0640 0,0700
60 a 64 anos 0,0968 0,0885 0,0995 0,0959 0,0977 0,0977
65 a 69 anos 0,1397 0,1305 0,1388 0,1390 0,1456 0,1369
70 a 74 anos 0,1943 0,1885 0,1947 0,1912 0,2058 0,1859
75 a 79 anos 0,2789 0,2692 0,2779 0,2760 0,2950 0,2611
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
Mulheres
15 a 19 anos 0,0033 0,0075 0,0043 0,0027 0,0017 0,0025
20 a 24 anos 0,0030 0,0046 0,0046 0,0025 0,0016 0,0030
25 a 29 anos 0,0038 0,0049 0,0056 0,0032 0,0028 0,0035
30 a 34 anos 0,0050 0,0065 0,0070 0,0042 0,0041 0,0048
35 a 39 anos 0,0078 0,0098 0,0110 0,0067 0,0062 0,0081
40 a 44 anos 0,0124 0,0137 0,0175 0,0107 0,0100 0,0124
45 a 49 anos 0,0186 0,0240 0,0254 0,0160 0,0152 0,0198
50 a 54 anos 0,0279 0,0297 0,0378 0,0244 0,0243 0,0265
55 a 59 anos 0,0406 0,0476 0,0519 0,0355 0,0362 0,0421
60 a 64 anos 0,0617 0,0748 0,0748 0,0556 0,0556 0,0623
65 a 69 anos 0,0894 0,0997 0,1083 0,0809 0,0849 0,0887
70 a 74 anos 0,1346 0,1484 0,1592 0,1225 0,1263 0,1420
75 a 79 anos 0,1990 0,2149 0,2213 0,1863 0,1911 0,2031
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
97
Tabela A.9 Probabilidades de óbito da população separada judicialmente, segundo o sexo e
os grupos de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
* Nas Estatísticas do Registro Civil, não houve registro de óbitos para pessoas separadas judicialmente, com este grupo de idade e
sexo, para esta Grande Região.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0626 0,1219 0,0890 0,0601 0,0248 *
20 a 24 anos 0,0133 0,0331 0,0112 0,0182 0,0050 0,0087
25 a 29 anos 0,0153 0,0095 0,0130 0,0183 0,0093 0,0177
30 a 34 anos 0,0199 0,0138 0,0160 0,0227 0,0159 0,0207
35 a 39 anos 0,0269 0,0166 0,0178 0,0314 0,0223 0,0277
40 a 44 anos 0,0386 0,0236 0,0280 0,0429 0,0345 0,0412
45 a 49 anos 0,0516 0,0371 0,0402 0,0576 0,0437 0,0536
50 a 54 anos 0,0669 0,0535 0,0478 0,0759 0,0597 0,0620
55 a 59 anos 0,0877 0,0375 0,0670 0,1030 0,0697 0,0867
60 a 64 anos 0,1186 0,0654 0,0780 0,1353 0,1154 0,1092
65 a 69 anos 0,1491 0,1006 0,1111 0,1725 0,1315 0,1272
70 a 74 anos 0,1965 0,1208 0,1307 0,2350 0,1745 0,1645
75 a 79 anos 0,2532 0,1462 0,1631 0,3106 0,2234 0,2855
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
Mulheres
15 a 19 anos 0,0057 0,0186 0,0081 0,0048 0,0045 *
20 a 24 anos 0,0035 0,0067 0,0028 0,0041 0,0020 0,0043
25 a 29 anos 0,0048 0,0081 0,0022 0,0048 0,0045 0,0082
30 a 34 anos 0,0055 0,0028 0,0049 0,0059 0,0044 0,0069
35 a 39 anos 0,0089 0,0032 0,0085 0,0098 0,0071 0,0091
40 a 44 anos 0,0125 0,0079 0,0106 0,0140 0,0094 0,0141
45 a 49 anos 0,0173 0,0166 0,0096 0,0197 0,0153 0,0187
50 a 54 anos 0,0235 0,0138 0,0154 0,0275 0,0191 0,0252
55 a 59 anos 0,0344 0,0292 0,0226 0,0398 0,0316 0,0305
60 a 64 anos 0,0521 0,0395 0,0361 0,0625 0,0384 0,0525
65 a 69 anos 0,0735 0,0656 0,0374 0,0899 0,0570 0,0865
70 a 74 anos 0,1119 0,0827 0,0741 0,1270 0,1147 0,1159
75 a 79 anos 0,1691 0,1408 0,1108 0,1880 0,1926 0,2099
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
98
Tabela A.10 Probabilidades de óbito da população divorciada, segundo o sexo e os grupos
de idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
* Nas Estatísticas do Registro Civil, não houve registro de óbitos para pessoas divorciadas, com este grupo de idade e sexo, para
esta Grande Região.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,1484 0,0089 0,0039 0,3114 0,0007 0,0023
20 a 24 anos 0,0545 0,0015 0,0178 0,0940 0,0042 0,0150
25 a 29 anos 0,0231 0,0018 0,0161 0,0325 0,0111 0,0097
30 a 34 anos 0,0186 0,0072 0,0181 0,0230 0,0112 0,0098
35 a 39 anos 0,0194 0,0150 0,0200 0,0209 0,0154 0,0186
40 a 44 anos 0,0248 0,0223 0,0322 0,0237 0,0244 0,0203
45 a 49 anos 0,0335 0,0253 0,0363 0,0328 0,0358 0,0314
50 a 54 anos 0,0409 0,0305 0,0517 0,0358 0,0511 0,0397
55 a 59 anos 0,0572 0,0454 0,0709 0,0497 0,0755 0,0464
60 a 64 anos 0,0852 0,0581 0,0918 0,0795 0,1077 0,0725
65 a 69 anos 0,1171 0,0847 0,1249 0,1078 0,1486 0,1097
70 a 74 anos 0,1504 0,1333 0,1592 0,1354 0,1993 0,1364
75 a 79 anos 0,2296 0,1339 0,2463 0,2190 0,2861 0,1992
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
Mulheres
15 a 19 anos 0,0192 * 0,0005 0,0484 * *
20 a 24 anos 0,0058 * 0,0033 0,0091 0,0024 *
25 a 29 anos 0,0048 0,0055 0,0048 0,0060 0,0029 *
30 a 34 anos 0,0046 0,0033 0,0059 0,0042 0,0050 0,0041
35 a 39 anos 0,0061 0,0017 0,0064 0,0060 0,0067 0,0063
40 a 44 anos 0,0074 0,0087 0,0084 0,0068 0,0081 0,0075
45 a 49 anos 0,0114 0,0185 0,0118 0,0103 0,0131 0,0122
50 a 54 anos 0,0178 0,0137 0,0246 0,0145 0,0229 0,0189
55 a 59 anos 0,0254 0,0239 0,0344 0,0191 0,0352 0,0317
60 a 64 anos 0,0364 0,0403 0,0294 0,0328 0,0511 0,0422
65 a 69 anos 0,0527 0,0142 0,0611 0,0430 0,0825 0,0563
70 a 74 anos 0,0840 0,0448 0,1011 0,0735 0,1180 0,0588
75 a 79 anos 0,1257 0,0904 0,1186 0,1182 0,1716 0,1174
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
99
Tabela A.11 Probabilidades de óbito da população viúva, segundo o sexo e os grupos de
idade - Brasil e Grandes Regiões 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
* Nas Estatísticas do Registro Civil, não houve registro de óbitos para pessoas viúvas, com este grupo de idade e sexo, para esta
Grande Região.
Grandes Regiões
Sexo e grupos
de idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 a 19 anos 0,0586 0,0737 0,0736 0,0538 0,0510 *
20 a 24 anos 0,0520 0,0422 0,1100 0,0291 0,0490 0,0218
25 a 29 anos 0,0459 0,0346 0,0847 0,0448 0,0059 0,0158
30 a 34 anos 0,0515 0,0389 0,0711 0,0531 0,0257 0,0380
35 a 39 anos 0,0569 0,0415 0,0693 0,0630 0,0331 0,0453
40 a 44 anos 0,0573 0,0475 0,0611 0,0602 0,0476 0,0572
45 a 49 anos 0,0644 0,0438 0,0674 0,0702 0,0502 0,0691
50 a 54 anos 0,0837 0,0563 0,0944 0,0885 0,0762 0,0578
55 a 59 anos 0,1047 0,0792 0,1036 0,1098 0,0987 0,1082
60 a 64 anos 0,1318 0,0939 0,1203 0,1384 0,1392 0,1364
65 a 69 anos 0,1791 0,1416 0,1525 0,1909 0,1943 0,1677
70 a 74 anos 0,2376 0,1813 0,2193 0,2433 0,2685 0,2209
75 a 79 anos 0,3212 0,2729 0,2816 0,3326 0,3665 0,3020
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
Mulheres
15 a 19 anos 0,0224 0,0428 0,0295 0,0484 0,0228 0,0006
20 a 24 anos 0,0154 0,0082 0,0174 0,0091 0,0140 0,0154
25 a 29 anos 0,0195 0,0324 0,0179 0,0060 0,0175 0,0094
30 a 34 anos 0,0137 0,0112 0,0131 0,0042 0,0075 0,0135
35 a 39 anos 0,0180 0,0062 0,0192 0,0060 0,0140 0,0120
40 a 44 anos 0,0209 0,0171 0,0258 0,0068 0,0171 0,0187
45 a 49 anos 0,0264 0,0286 0,0309 0,0103 0,0257 0,0319
50 a 54 anos 0,0335 0,0324 0,0378 0,0145 0,0317 0,0343
55 a 59 anos 0,0450 0,0437 0,0482 0,0191 0,0434 0,0443
60 a 64 anos 0,0668 0,0788 0,0690 0,0328 0,0702 0,0649
65 a 69 anos 0,0913 0,0999 0,0975 0,0430 0,0902 0,0886
70 a 74 anos 0,1345 0,1450 0,1358 0,0735 0,1411 0,1357
75 a 79 anos 0,2040 0,2041 0,1987 0,1182 0,2179 0,2053
80 anos ou + 1 1 1 1 1 1
100
Tabela A.12 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Brasil 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Expectativa de vida futura no estado de
Sexo e
idade Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
15 anos 28,8 21,0 1,4 1,6 1,8
20 anos 24,2 21,2 1,4 1,6 1,8
25 anos 20,1 20,6 1,4 1,6 1,8
30 anos 16,8 19,3 1,4 1,6 1,9
35 anos 14,1 17,6 1,4 1,5 1,9
40 anos 11,9 15,7 1,2 1,5 1,9
45 anos 10,0 13,8 1,1 1,3 2,0
50 anos 8,3 12,0 1,0 1,2 2,0
55 anos 6,7 10,2 0,9 1,0 2,1
60 anos 5,3 8,4 0,7 0,9 2,1
65 anos 4,1 6,7 0,6 0,7 2,1
70 anos 3,0 5,2 0,5 0,6 2,0
75 anos 2,1 3,7 0,5 0,5 1,8
80 anos 1,3 2,5 0,4 0,4 1,4
Mulheres
15 anos 31,6 20,0 1,9 3,0 6,4
20 anos 27,0 19,6 1,9 3,0 6,4
25 anos 23,1 18,4 1,9 3,0 6,4
30 anos 19,9 16,7 1,8 2,9 6,5
35 anos 17,2 14,7 1,7 2,8 6,5
40 anos 14,8 12,6 1,6 2,7 6,5
45 anos 12,6 10,6 1,4 2,5 6,5
50 anos 10,6 8,6 1,3 2,4 6,6
55 anos 8,7 6,7 1,1 2,2 6,5
60 anos 7,0 5,0 1,0 2,0 6,4
65 anos 5,4 3,4 0,9 1,9 6,2
70 anos 4,0 2,1 0,7 1,8 5,8
75 anos 2,8 1,0 0,7 1,7 5,2
80 anos 1,7 0,3 0,6 1,8 4,4
101
Tabela A.13 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Norte 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Expectativa de vida futura no estado de
Sexo e
idade Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
15 anos 35,3 16,5 0,5 0,8 2,1
20 anos 30,7 16,6 0,5 0,9 2,1
25 anos 26,5 16,4 0,5 0,9 2,1
30 anos 22,8 15,7 0,5 0,9 2,2
35 anos 19,6 14,6 0,5 0,9 2,2
40 anos 16,7 13,2 0,5 0,8 2,2
45 anos 14,2 11,8 0,5 0,8 2,3
50 anos 11,8 10,3 0,5 0,7 2,3
55 anos 9,7 8,7 0,4 0,6 2,4
60 anos 7,7 7,2 0,4 0,5 2,4
65 anos 6,0 5,8 0,4 0,4 2,4
70 anos 4,4 4,3 0,4 0,4 2,3
75 anos 3,1 3,1 0,4 0,3 2,1
80 anos 1,9 2,1 0,4 0,3 1,7
Mulheres
15 anos 37,9 15,5 0,5 2,5 5,6
20 anos 33,2 15,2 0,5 2,5 5,7
25 anos 29,0 14,5 0,5 2,5 5,7
30 anos 25,3 13,4 0,5 2,5 5,7
35 anos 21,9 12,0 0,5 2,5 5,8
40 anos 18,9 10,5 0,5 2,4 5,8
45 anos 16,1 8,9 0,4 2,4 5,8
50 anos 13,5 7,4 0,4 2,3 5,8
55 anos 11,2 5,8 0,3 2,3 5,8
60 anos 9,0 4,3 0,3 2,2 5,7
65 anos 7,0 3,0 0,3 2,2 5,6
70 anos 5,2 1,8 0,2 2,3 5,2
75 anos 3,7 0,9 0,2 2,6 4,8
80 anos 2,4 0,3 0,2 3,2 4,1
102
Tabela A.14 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Nordeste 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Expectativa de vida futura no estado de
Sexo e
idade Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
15 anos 31,7 17,7 0,7 1,0 2,0
20 anos 27,1 17,8 0,7 1,0 2,1
25 anos 23,0 17,4 0,7 1,0 2,1
30 anos 19,7 16,4 0,7 1,0 2,2
35 anos 16,9 15,0 0,7 1,0 2,2
40 anos 14,4 13,4 0,6 0,9 2,3
45 anos 12,3 11,9 0,6 0,9 2,3
50 anos 10,3 10,3 0,6 0,8 2,4
55 anos 8,5 8,8 0,5 0,7 2,5
60 anos 6,8 7,2 0,5 0,6 2,5
65 anos 5,3 5,7 0,4 0,5 2,5
70 anos 3,9 4,3 0,4 0,4 2,4
75 anos 2,7 3,0 0,4 0,3 2,2
80 anos 1,7 1,9 0,4 0,2 1,8
Mulheres
15 anos 35,4 16,1 0,9 2,1 5,6
20 anos 30,7 15,8 0,9 2,1 5,7
25 anos 26,7 14,8 0,9 2,1 5,7
30 anos 23,2 13,4 0,8 2,1 5,7
35 anos 20,1 11,9 0,8 2,0 5,8
40 anos 17,3 10,2 0,8 1,9 5,8
45 anos 14,8 8,6 0,7 1,8 5,9
50 anos 12,4 7,0 0,7 1,7 5,9
55 anos 10,2 5,5 0,6 1,6 5,9
60 anos 8,2 4,0 0,6 1,5 5,8
65 anos 6,4 2,7 0,6 1,4 5,7
70 anos 4,7 1,6 0,5 1,4 5,4
75 anos 3,2 0,8 0,5 1,4 5,0
80 anos 1,9 0,3 0,6 1,5 4,4
103
Tabela A.15 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Sudeste 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Expectativa de vida futura no estado de
Sexo e
idade Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
15 anos 26,4 23,3 1,8 1,9 1,7
20 anos 21,7 23,4 1,8 1,9 1,7
25 anos 17,6 22,9 1,8 2,0 1,7
30 anos 14,4 21,4 1,7 2,0 1,7
35 anos 12,0 19,4 1,6 1,9 1,8
40 anos 10,0 17,3 1,5 1,8 1,8
45 anos 8,3 15,2 1,3 1,6 1,8
50 anos 6,8 13,1 1,1 1,4 1,9
55 anos 5,5 11,1 1,0 1,2 1,9
60 anos 4,3 9,3 0,8 1,0 1,9
65 anos 3,3 7,5 0,6 0,9 1,9
70 anos 2,4 5,8 0,5 0,7 1,9
75 anos 1,6 4,2 0,4 0,6 1,6
80 anos 1,0 2,8 0,4 0,5 1,2
Mulheres
15 anos 29,2 22,7 2,5 3,7 6,9
20 anos 24,6 22,2 2,5 3,7 6,9
25 anos 20,7 20,8 2,4 3,7 7,0
30 anos 17,7 18,8 2,3 3,6 7,0
35 anos 15,3 16,5 2,2 3,5 7,0
40 anos 13,2 14,2 2,0 3,3 7,1
45 anos 11,3 11,9 1,8 3,1 7,1
50 anos 9,6 9,7 1,6 2,9 7,1
55 anos 8,0 7,5 1,3 2,7 7,0
60 anos 6,5 5,6 1,1 2,5 6,8
65 anos 5,1 3,8 1,0 2,3 6,6
70 anos 3,9 2,3 0,8 2,1 6,1
75 anos 2,8 1,1 0,7 2,0 5,4
80 anos 1,9 0,4 0,6 2,0 4,3
104
Tabela A.16 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Sul 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Expectativa de vida futura no estado de
Sexo e
idade Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
15 anos 28,0 22,5 2,0 1,5 1,6
20 anos 23,2 22,5 2,0 1,5 1,6
25 anos 19,0 21,8 2,0 1,5 1,6
30 anos 15,8 20,2 1,9 1,5 1,7
35 anos 13,2 18,3 1,8 1,5 1,7
40 anos 11,1 16,2 1,7 1,4 1,7
45 anos 9,2 14,1 1,5 1,2 1,7
50 anos 7,5 12,1 1,4 1,1 1,8
55 anos 6,0 10,3 1,2 0,9 1,8
60 anos 4,6 8,5 1,1 0,8 1,8
65 anos 3,5 6,9 0,9 0,6 1,8
70 anos 2,5 5,3 0,9 0,5 1,8
75 anos 1,7 3,9 0,8 0,4 1,6
80 anos 1,1 2,6 0,8 0,3 1,1
Mulheres
15 anos 30,1 22,0 2,5 2,6 6,3
20 anos 25,5 21,4 2,5 2,6 6,4
25 anos 21,7 20,0 2,5 2,6 6,4
30 anos 18,7 18,0 2,4 2,5 6,4
35 anos 16,2 15,9 2,2 2,4 6,4
40 anos 13,9 13,6 2,1 2,3 6,5
45 anos 11,9 11,4 1,9 2,1 6,5
50 anos 10,0 9,3 1,7 1,9 6,5
55 anos 8,2 7,3 1,5 1,7 6,4
60 anos 6,6 5,4 1,3 1,6 6,3
65 anos 5,1 3,7 1,1 1,4 6,1
70 anos 3,8 2,2 1,0 1,2 5,7
75 anos 2,6 1,1 0,8 1,1 5,1
80 anos 1,6 0,4 0,7 1,1 4,2
105
Tabela A.17 Expectativa de vida nos estados civis, por estado, segundo o sexo, a partir da
idade exata considerada – Região Centro Oeste 2000.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Expectativa de vida futura no estado de
Sexo e
idade Solteiro Casado Separado Divorciado Viúvo
Homens
15 anos 27,2 21,9 1,8 2,6 1,9
20 anos 22,5 22,1 1,8 2,6 1,9
25 anos 18,4 21,5 1,8 2,7 1,9
30 anos 15,2 20,2 1,8 2,7 2,0
35 anos 12,7 18,4 1,7 2,6 2,0
40 anos 10,6 16,4 1,6 2,5 2,0
45 anos 8,8 14,4 1,4 2,3 2,1
50 anos 7,2 12,4 1,3 2,1 2,1
55 anos 5,8 10,6 1,1 1,9 2,2
60 anos 4,6 8,7 1,0 1,7 2,2
65 anos 3,5 7,0 0,9 1,5 2,2
70 anos 2,6 5,4 0,8 1,3 2,2
75 anos 1,7 3,9 0,7 1,2 2,0
80 anos 1,1 2,6 0,7 1,2 1,6
Mulheres
15 anos 29,2 20,6 2,2 5,0 7,0
20 anos 24,7 20,0 2,2 5,0 7,0
25 anos 20,8 18,7 2,2 5,0 7,1
30 anos 17,8 16,8 2,1 4,9 7,1
35 anos 15,2 14,7 2,0 4,8 7,1
40 anos 13,0 12,6 1,8 4,6 7,2
45 anos 10,9 10,4 1,6 4,4 7,2
50 anos 9,1 8,4 1,4 4,1 7,2
55 anos 7,4 6,5 1,2 3,8 7,2
60 anos 5,9 4,7 1,1 3,6 7,1
65 anos 4,5 3,1 0,9 3,4 6,8
70 anos 3,3 1,8 0,8 3,2 6,4
75 anos 2,3 0,9 0,6 3,2 5,8
80 anos 1,4 0,3 0,5 3,4 5,0
106
Tabela A.18 Razão entre a expectativa de vida no estado de solteiro e expectativa de vida
total, para o Brasil e Grandes Regiões, segundo o sexo e a idade.
Fonte: Censo Demográfico 2000, Estatísticas do Registro Civil 2000.
Grandes Regiões
Sexo e
idade
Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul C. Oeste
Homens
15 anos 0,527 0,639 0,597 0,479 0,504 0,491
20 anos 0,482 0,604 0,556 0,430 0,457 0,442
25 anos 0,442 0,571 0,520 0,383 0,414 0,397
30 anos 0,410 0,542 0,493 0,350 0,384 0,363
35 anos 0,386 0,519 0,472 0,327 0,362 0,340
40 anos 0,370 0,500 0,456 0,309 0,346 0,320
45 anos 0,355 0,480 0,439 0,294 0,332 0,303
50 anos 0,339 0,461 0,422 0,280 0,314 0,287
55 anos 0,321 0,445 0,405 0,266 0,297 0,269
60 anos 0,305 0,423 0,386 0,249 0,274 0,253
65 anos 0,289 0,400 0,368 0,232 0,255 0,232
70 anos 0,265 0,373 0,342 0,212 0,227 0,211
75 anos 0,244 0,344 0,314 0,190 0,202 0,179
80 anos 0,217 0,297 0,283 0,169 0,186 0,153
Mulheres
15 anos 0,502 0,611 0,589 0,449 0,474 0,456
20 anos 0,466 0,581 0,556 0,411 0,437 0,419
25 anos 0,438 0,556 0,532 0,379 0,408 0,387
30 anos 0,416 0,534 0,513 0,358 0,390 0,366
35 anos 0,401 0,513 0,495 0,344 0,376 0,347
40 anos 0,387 0,496 0,481 0,332 0,362 0,332
45 anos 0,375 0,479 0,465 0,321 0,352 0,316
50 anos 0,359 0,459 0,448 0,311 0,340 0,301
55 anos 0,345 0,441 0,429 0,302 0,327 0,284
60 anos 0,327 0,419 0,408 0,289 0,311 0,263
65 anos 0,303 0,387 0,381 0,271 0,293 0,241
70 anos 0,278 0,354 0,346 0,257 0,273 0,213
75 anos 0,246 0,303 0,294 0,233 0,243 0,180
80 anos 0,193 0,235 0,218 0,207 0,200 0,132
107
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