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1 INTRODUÇÃO
Reconhecido como um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil, o
café, além de gerar divisas para o país, possui grande função social sendo um fator de fixação
de mão de obra no campo e um grande gerador de empregos. Atualmente, no Brasil, cerca de
3,5 bilhões de cafeeiros são cultivados em aproximadamente 350 mil propriedades agrícolas,
ocupando diretamente quase 1,5 milhões de trabalhadores.
Entre os maiores produtores mundiais de café estão Brasil, Colômbia, México,
Guatemala, Indonésia, Vietnã, Costa do Marfim, Índia, Uganda e Etiópia onde predomina o
plantio do café robusta (Coffea arábica). No final da década de 70 a área cultivada com café
no mundo era de 10 milhões de hectares, evoluindo para 13,5 milhões de hectares no final dos
anos 80, quando começou a diminuir. Hoje, situa-se em torno de 11,5 milhões de hectares.
Segundo a FAO (Food Agricultural Organization), atualmente o Brasil é o maior
produtor, com 29% da produção mundial de café. Em segundo lugar aparecem Indonésia e
Vietnã com cerca de 10% cada e, em terceiro lugar, a Colômbia com cerca de 9,5%.
Apesar da América do Sul ser a região do mundo que produz mais café, nas últimas
duas décadas, contudo, enquanto a produção mundial cresceu a uma taxa geométrica de
0,89% ao ano, a brasileira diminuiu 0,26%, e a da Colômbia, 0,08%. Na África, a produção
tem permanecido relativamente estável ao longo do tempo, com o crescimento da produção e
produtividade em alguns países e decréscimo em outros. Nas regiões da América Central e
Caribe o crescimento verificado até o início dos anos 90 parece ter atingido um ápice e se
mantido a partir daí. Expressivo foi o crescimento verificado na produção dos países da Ásia,
onde a região como um todo, tem mostrado taxas de crescimento de 6,2% ao ano, nas duas
últimas décadas, merecendo atenção o Vietnã que, na década de 80, produzia 18 mil toneladas
e em 1999 passou a produzir cerca de 487 mil toneladas de café.
Com relação ao consumo de café torrado e moído o Brasil representa 13% do consumo
mundial do produto e 51% do que todos os países produtores consomem em conjunto. No
Brasil, o consumo “per capta” é de aproximadamente 4,11 quilos/ano, padrão muito próximo
do que é observado nos Estados Unidos e Europa. A Finlândia lidera o ranking, com consumo
médio de 12,4 kg/hab/ano, seguida pela Suécia com 11,4 kg/hab/ano, Noruega com 11,3
kg/hab/ano e a Dinamarca com 10,5 kg/hab/ano. Os EUA, com uma demanda anual de 18
milhões de sacas de 60 kg, destaca-se como o maior consumidor, contudo o consumo “per
capta” é de apenas 4,01 kg/hab/ano. Na Alemanha e na França, grandes consumidores, o
consumo “per capta” é de 7,6 e 5,7 kg/hab/ano respectivamente. Na Itália, Espanha e Reino
Unido, o consumo “per capta” de café é de 4,8 kg/hab/ano, 4,3 e 2,5 kg/hab/ano,
respectivamente.
O Brasil e países exportadores têm despendido esforços no intuito de aumentar o
consumo do café no mundo através de políticas de incentivo à exportação do produto. Por
outro lado, outros países estão investindo no aprimoramento da qualidade, buscando produtos
diferenciados e, conseqüentemente, de maior valor agregado. No Brasil, a Associação
Brasileira das Indústrias do Café (ABIC), criou o selo de pureza em 1989, visando
proporcionar ao consumidor a segurança em adquirir um café livre de impurezas, sem
adulteração ou fraudes. Este selo, porém, não garante a qualidade da bebida.
Em 2005 a Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), propôs a criação de
um Programa de Qualidade do Café, onde foram determinados critérios para a classificação