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HEPATITE B
Texto extraído da homepage do CDC no site:
http://www.cdc/gov/travel/yellowbk00.pdf
atualizado em 06.04.2000
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Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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CONTEÚDO
Hepatite Viral ............................................................................................................ 3
Vírus da hepatite B ..................................................................................................... 3
Características clínicas .............................................................................................. 4
Complicações ............................................................................................................ 4
Infecção crônica por HBV ......................................................................................... 5
Diagnóstico laboratorial .............................................................................................. 5
Manejo clínico ............................................................................................................ 6
Epidemiologia ............................................................................................................ 6
Reservatório .......................................................................................................... 6
Transmissão .......................................................................................................... 6
Transmissibilidade ................................................................................................ 7
Tendência Secular nos Estados Unidos .................................................................... 7
Estratégias para Prevenção da Hepatite B .................................................................. 8
Vacina Contra Hepatite B ......................................................................................... 9
Características ..................................................................................................... 9
Imunogenicidade e eficácia da vacina .................................................................. 9
Esquema Vacinal e Uso .............................................................................................. 10
Recém-nascidos e crianças .................................................................................. 10
Adolescentes ....................................................................................................... 12
Adultos ................................................................................................................. 12
Outros grupos que podem ser candidatos para a vacina contra hepatite B ......... 13
Teste Sorológico de Receptores de Vacina ............................................................... 14
Teste sorológico pré-vacinação ........................................................................... 14
Teste sorológico pós-vacinação ........................................................................... 14
Os que não responderam a vacina ......................................................................... 15
Acompanhamento pós-exposição ........................................................................ 15
Parceiros sexuais suscetíveis de pessoas com infecção aguda por HBV,
ou portador de hepatite B ..................................................................................... 17
Contatos domiciliares de pessoas com infecção aguda por HBV ....................... 17
Reações Adversas Pós Vacinação ............................................................................. 17
Contra-indicações e Precauções para a Vacinação .................................................... 17
Armazenamento e Manuseio da Vacina .................................................................... 18
Imunoglobulina contra Hepatite B ............................................................................. 17
Triagem Materna ....................................................................................................... 18
Referências Selecionadas ........................................................................................... 19
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Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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HEPATITE VIRAL é um termo comumente usado para várias doenças clinicamente
similares, mesmo etiologicamente e epidemiologicamente distintas. A hepatite A
(formalmente denominada hepatite infecciosa) e a hepatite B (formalmente denominada
hepatite sangüínea) têm sido reconhecidas como entidades distintas desde o início da década
de 40 e pode ser diagnosticada com testes sorológicos específicos. A hepatite Delta é uma
infecção dependente do vírus da hepatite B (HBV). Pode ocorrer como uma co-infecção com
a infecção aguda por HBV ou como superinfecção de um portador de HBV.
A icterícia epidêmica foi descrita por Hipócrates no século V A.C. Os primeiros casos
registrados de hepatite sangüínea, hepatite B, são aqueles que seguiram a administração de
vacina contra varíola contendo linfa humano em trabalhadores de estaleiro na Alemanha em
1883. No início e meado daquele século a hepatite sangüínea foi repetidamente observada
após uso de agulhas e seringas contaminadas. A participação do sangue como veículo para a
transmissão do vírus foi mais enfatizada em 1943, quando Beeson descreveu icterícia entre
sete receptores de transfusões sangüíneas. O antígeno Austrália, mais tarde denominado
antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg), foi primeiramente descrito em 1965, e a
Partícula Dinamarquesa (vírus da hepatite B completo) foi identificada em 1970. A seguir, a
identificação de marcadores sorológicos para a infecção por HBV, ajudou a clarificar a
história natural da doença. Ultimamente, o HBsAg foi preparado em quantidade e agora
consiste o imunógeno em vacinas altamente efetivas para a prevenção da infecção por HBV.
Vírus da Hepatite B
O HBV é um vírus pequeno, duplamente encapsulado, da classe Hepadnaviridae. O vírus
contém numerosos componentes antígenos, incluindo HBsAg, antígeno ao núcleo da hepatite
B (HBcAg), e antígeno e da hepatite B (HBeAg). O vírus contém DNA parcialmente de
duplo filamento. E um enzima polimerase dependente de DNA. O HBV é relativamente
elástico e, em algumas instâncias, tem sido mostrado infectante em superfícies do meio
ambiente por pelo menos um mês a temperatura ambiente.
A infecção por HBV é uma causa estabelecida de hepatite aguda e crônica, cirrose, e
carcinoma hepatocelular primário. O HBV é a causa mais comum de viremia crônica
conhecida, com uma estimativa de 200 a 300 milhões de portadores crônicos em todo o
mundo. É a causa de até 80% dos carcinomas hepatocelulares, e é a segunda entre os
carcinomas humanos conhecidos, sendo a primeira o fumo. Mais de 250.000 pessoas morrem
em todo o mundo a cada ano de doença hepática aguda e crônica associada a hepatite B.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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Vários sistemas de antígeno-anticorpo bem definidos estão associados com a infecção por
HBV. HBsAg, formalmente denominado antígeno Austrália ou antígeno associado a hepatite,
é um determinante antigênico encontrado na superfície do vírus. Também é composto por
partículas subvirais tubulares e esféricas de 22 nm. O HBsAg pode ser identificado no sangue
30 a 60 dias após a exposição ao HBV e persiste por períodos variáveis. O HBsAg não é
infectante. Apenas o vírus completo (Partícula Dane [dinamarquesa]) é infectante. Entretanto,
quando o HBsAg está presente no sangue, o vírus completo também está, e a pessoa pode
transmitir o vírus. Durante a replicação, o HBV produz HBsAg em grande quantidade.
O HBcAg é a proteína da cápsula do núcleo do HBV. O HBcAg não é detectável no sangue
por técnicas convencionais, porém pode ser detectado no tecido hepático em pessoas com
infecção por HBV aguda ou crônica. O HBcAg, uma proteína solúvel, é também encontrada
no núcleo do HBV. O HBeAg é detectado no sangue de pessoas com altos títulos de vírus e
indica alta infectividade. O anticorpo ao HBsAg (Anti-HBs) se desenvolve durante a
convalescença após a infecção aguda por HBV ou seguinte a vacinação contra hepatite B. A
presença de anticorpo HBsAg indica imunidade ao HBV. O anticorpo ao HBcAg (Anti-
HBc) indica infecção por HBV em um momento indefinido do passado. O anticorpo da
classe IgM ao HBcAg (IgM anti-HBc) indica infecção recente com HBV. O anticorpo ao
HBeAg (Anti-HBe) torna-se detectável quando o HBeAg é perdido e está associado com
baixa infectividade do sangue.
Características Clínicas
O curso clínico da hepatite B aguda é indistinguível dos outros tipos de hepatites virais
agudas. O período de incubação varia de 45 a 160 dias (média, 120 dias). Os sinais clínicos
e sintomas ocorrem mais freqüentemente em adultos que em recém-nascidos ou crianças, que
usualmente têm um curso agudo assintomático. Entretanto, aproximadamente 50% dos
adultos que têm infecções agudas são assintomáticos. Quando os sintomas ocorrem em
infecção aguda por HBV, podem ocorrer nos padrões seguintes:
A fase pré-ictérica ou prodrômica dos sintomas iniciais ao início de icterícia normalmente
dura 3 a 10 dias. É caracterizada por início insidioso com mal estar, anorexia, náuseas,
vômitos, dor no quadrante superior direito do abdômen, febre, cefaléia, mialgia, exantema
cutâneo, artralgia e artrite, e urina escura, iniciando 1 a 2 dias após o início da icterícia. A
fase ictérica é variável, porém normalmente dura de 1 a 3 semanas, caracterizada por
icterícia, fezes de cor clara ou cinza, endurecimento hepático e hepatomegalia
(esplenomegalia é menos comum). Durante a convalescença, o mal estar e a fadiga podem
persistir por semanas ou meses, enquanto a icterícia, anorexia e outros sintomas
desaparecem.
A maioria das infecções agudas por HBV em adultos resulta em recuperação completa com
eliminação de HBsAg do sangue e a produção de anti-HBs, criando imunidade para futuras
infecções.
Complicações
Enquanto a maioria das infecções agudas por HBV em adultos resulta em recuperação
completa, a hepatite fulminante ocorre em cerca de 1% a 2% das pessoas, com taxas de
mortalidade de 63% a 93%. Cerca de 200 a 300 americanos morrem de doença fulminante a
cada ano. Embora as conseqüências da infecção aguda por HBV possa ser severa, a maioria
das complicações graves associadas com a infecção por HBV são devido a infecção crônica.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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Infecção crônica por HBV
Aproximadamente 10% de todas as infecções agudas por HBV progridem para infecção
crônica, com o risco de infecção crônica por HBV diminuindo com a idade. Cerca de 90%
dos recém-nascidos que adquirem infecção por HBV de suas mães durante o parto, tornam-se
portadores. Das crianças que se tornam infectadas pelo HBV entre 1 ano e 5 anos de idade,
30% a 50% se tornam portadores. Na idade adulta, o risco de se tornar um portador é 6% a
10%.
Pessoas com infecção crônica são freqüentemente assintomáticas e podem não estar cônscias
de que estão infectados, assim são capazes de infectar outros. A infecção crônica é
responsável pela maioria da morbidade e mortalidade relacionadas ao HBV, incluindo
hepatite crônica, cirrose, insuficiência hepática, e carcinoma hepatocelular. A hepatite
crônica ativa se desenvolve em cerca de 25% dos portadores, e freqüentemente resulta em
cirrose. Uma estimativa de 3.000 a 4.000 pessoas morrem de cirrose relacionada a hepatite B
a cada ano nos Estados Unidos. As pessoas com infecção crônica por HBV estão com risco
maior de 12 a 300 vezes para apresentar carcinoma hepatocelular que os não portadores. Uma
estimativa de 1.000 a 1.500 morrem a cada ano nos Estados Unidos de câncer hepático
relacionado a hepatite B.
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico é baseado nos achados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos. A infecção
por HBV não pode ser diferenciada com base apenas nos sintomas clínicos, e o diagnóstico
definitivo depende dos resultados de testes sangüíneos. Os marcadores sorológicos da
infecção por HBV variam dependendo se a infecção é aguda ou crônica.
O HBsAg é o teste mais comumente utilizado para diagnóstico de infecções agudas por HBV
ou detecção de portadores. O HBsAg pode ser detectado precocemente em 1 a 2 semanas e
tardiamente em 11 ou 12 semanas após a exposição ao HBV quando ensaios sensíveis são
usados. A presença de HBsAg indica que uma pessoa é infectante, independente se a infecção
é aguda ou crônica.
O Anti-HBc (anticorpo de núcleo) se desenvolve em todas as infecções por HBV, aparece
rapidamente após o HBsAg em doença aguda, e indica infecção por HBV em momento
indefinido no passado. O anti-HBc apenas ocorre após a infecção por HBV e não se
desenvolve em pessoas cuja imunidade ao HBV é originária da vacina. O anti-HBc
geralmente persiste por toda a vida e não é marcador sorológico para infecção aguda.
A IgM anti-HBc aparece em pessoas com a doença aguda a partir do início da doença e
indica infecção recente por HBV. A IgM anti-HBc é geralmente detectável 4 a 6 meses após
o início da doença e é o melhor marcador sorológico de infecção aguda por HBV. Um teste
negativo para IgM anti-HBc, juntamente com um teste positivo para HBsAg em uma amostra
única de sangue identifica uma infecção crônica por HBV.
O HBeAg é um marcador de utilidade associado fortemente com o número de partículas
infectivas no sangue e um alto risco de infectividade.
O anti-HBs (anticorpo de superfície) é um anticorpo protetor, neutralizante. A presença de
anti-HBs seguinte a infecção aguda por HBV geralmente indica recuperação e imunidade a
re-infecção. O anti-HBs também pode ser adquirido como resposta imunológica a vacina
contra hepatite B ou passivamente por transferência pela administração de HBIG. Usando
radio-imuno-ensaio (RIA), um mínimo de 10 unidades amostrais proporcionais devem ser
usadas para indicar imunidade. Usando imuno-ensaio enzimático (EIA), o índice positivo
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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recomendado pelo fabricante deve ser considerado em uma verificação apropriada de
imunidade. O nível de anti-HBs pode também ser expresso em Unidades mili-Internacionais
(mil/mL). Dez mil/mL é considerada como indicador de nível de proteção de imunidade.
Manejo Clínico
Não existe terapia específica para infecção aguda por HBV. O interferon é o tratamento mais
efetivo para infecção crônica por HBV e é bem sucedido em 25% a 50% dos casos.
A pessoa com infecção aguda por HBV e portadores devem evitar o contato de outras
pessoas com seu sangue e outros fluidos corporais potencialmente infectantes. Elas não
devem doar sangue, ou compartilhar utensílios de alimentação, escovas de dentes, ou
barbeadores com os membros do domicílio.
No recinto hospitalar, os pacientes com infecção por HBV devem ser manuseados com
Precauções para Sangue/Fluido Corporal (Ver Orientações do CDC para Precauções de
Isolamento em Hospitais). Os trabalhadores de centros de saúde devem empregar precauções
universais para todos os pacientes, independentemente de seus estados de infecções de
transmissão sangüínea.
Epidemiologia
Reservatório
Embora outros primatas possam ser infectados experimentalmente, a infecção por HBV afeta
apenas os humanos. Nenhum hospedeiro ou vetor animal ou inseto é conhecido.
Transmissão
O vírus é transmitido por exposição parenteral ou mucosa a fluidos corporais HBsAg-
positivos de pessoas portadoras ou que têm infecção aguda por HBV. As mais altas
concentrações de vírus estão no sangue e fluidos serosos; os títulos mais baixos são
encontrados em outros fluidos, como a saliva e sêmen. A saliva pode ser um veículo de
transmissão através de mordeduras; entretanto, outros tipos de exposição a saliva, incluindo
beijo, são modos improváveis de transmissão. Parece não existir transmissão do HBV pelas
lágrimas, suor, urina ou fezes.
Nos Estados Unidos, a mais importante via de transmissão é o contato sexual, tanto
heterossexual como homossexual, com uma pessoa infectada. A transmissão fecal-oral parece
não ocorrer. Entretanto, a transmissão entre homossexuais masculinos ocorre possivelmente
via contaminação de lesões assintomáticas da mucosa retal.
A inoculação direta percutânea de HBV por agulhas durante a injeção de drogas é um
importante modo de transmissão. A transmissão do HBV pode também ocorrer por outras
exposições percutâneas, incluindo tatuagem, piercing auricular, e acupuntura, como também
por perfurações ou outros ferimentos provocados por instrumentos afiados manuseados pelo
pessoal da saúde. Estas exposições contribuem com apenas uma pequena proporção de casos
notificados nos Estados Unidos. Lesões da pele sem punção evidente, tais como arranhadura,
abrasão, queimaduras, ou outras lesões, também podem servir como via de entrada.
A contaminação de superfícies mucosas com sangue ou plasma infectante pode ocorrer em
acidentes durante o uso da pipeta bucal, esguicho acidental no olho, ou outro contato direto
com membranas mucosas dos olhos ou boca, como mão-a-boca ou mão-ao-olho quando
contaminada com sangue ou soro infectados. A transferência do material infectado para
lesões de pele ou membranas mucosas via superfícies inanimadas do meio ambiente pode
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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ocorrer através do toque em superfícies de vários tipos de equipamento hospitalar. A
contaminação de superfícies mucosas com secreções infectantes além do soro ou plasma
poderá ocorrer com contato envolvendo sêmen.
A transmissão perinatal de mãe a filho no momento do nascimento é muito eficiente. Se a
mãe for positiva para o HBsAg e HBeAg, 70%-90% dos recém-nascidos se tornarão
infectados. O risco de transmissão perinatal cai para 20% se a mãe for apenas positiva para
HBsAg. Até 90% desses recém-nascidos infectados se tornarão portadores do HBV. Uma
estimativa de 25% desses portadores finalmente morrerão de insuficiência hepática
secundária a hepatite crônica ativa, cirrose ou carcinoma hepatocelular primário.
A freqüência de infecção e padrões de transmissão variam em diferentes partes do mundo.
Aproximadamente 45% da população mundial vive em áreas com uma alta prevalência de
infecção crônica por HBV (8% da população é HBsAg-positiva); 43% nas áreas com uma
prevalência moderada (2% a 7% da população é HBsAg-positiva); e 12% em áreas com uma
baixa prevalência (<2% da população é HBsAg-positiva).
Na China, sudeste da Ásia, maior parte da África, maior parte das Ilhas do Pacífico, países do
Oriente Médio, e a Bacia Amazônica, 8% a 15% da população portam o vírus. O risco
durante toda a vida de adquirir infecção por HBV é >60%, e a maioria das infecções são
adquiridas ao nascer ou durante a primeira infância, quando o risco de desenvolvimento de
infecções crônicas é maior. Nestas áreas, em virtude da maioria das infecções ser
assintomática, ocorre muito pouca notificação da doença aguda, porém as taxas de doença
hepática crônica e câncer hepática nos adultos são muito altas.
Nos Estados Unidos, Europa Ocidental, e Austrália, a infecção por HBV é uma doença de
baixa endemicidade. A infecção ocorre primariamente durante a idade adulta, e apenas 0.1%
a 0.5% da população é portador crônico.
Transmissibilidade
As pessoas com infecção aguda ou crônica por HBV devem ser consideradas infectantes
durante todo o tempo em que o HBsAg estiver presente no sangue. Quando os sintomas
estiverem presentes em pessoas com infecção aguda por HBV, o HBsAg pode ser encontrado
no sangue e fluidos corporais de pessoas infectadas por 1 a 2 meses antes e após o início dos
sintomas.
Tendência Secular nos Estados Unidos
A hepatite tem sido notificável nos Estados Unidos há muitos anos. A hepatite B tornou-se
notificável como uma entidade distinta durante a década de 7
o
, após testes sorológicos para
distinção dos diferentes tipos de hepatite se tornarem amplamente disponíveis.
A incidência de hepatite B notificada atingiu o pico na década de 80, com cerca de 26.000
casos notificados a cada ano. Os casos notificados têm declinado a partir daquela época e
caiu abaixo de 10.000 casos pela primeira vez em 1996. Em 1999, um total provisório de
6.695 casos foi notificado. O declínio nos casos durante a década de 80 e início de 90 é
geralmente atribuído a redução da transmissão entre homossexuais masculinos e usuários de
drogas injetáveis como resultado da prevenção do HIV.
Os casos notificados de infecção por HBV representam apenas uma fração de casos que
ocorrem atualmente. Estimativas mais acuradas da magnitude da infecção por HBV são
derivadas de áreas de vigilância clínica e sorológica intensiva para hepatite. Os dados
oriundos dessas áreas sugerem que >100.000 pessoas se tornam infectadas pelo HBV a cada
ano nos Estados Unidos. Uma estimativa de 1-1.25 milhões de pessoas estão cronicamente
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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infectadas pelo HBV, e >10.000 novas pessoas se tornam cronicamente infectadas a cada
ano.
Cerca de 80% das infecções agudas por HBV ocorre entre adultos. Os adolescentes
participam em aproximadamente 8% das infecções, e a transmissão perinatal e infantil
contribui com aproximadamente 4% cada. A transmissão perinatal contribui para uma
desproporção de 24% das infecções crônicas.
O fator de risco mais comum para infecção por HBV nos Estados Unidos é o contato sexual,
tanto heterossexual (41%), como homossexual (14%). O uso de drogas injetáveis contribui
com 12% dos casos, 4% dos casos ocorre pelo contato domiciliar com um portador crônico, e
os trabalhadores de serviços de saúde contribuem com 2% dos casos. Aproximadamente 25%
de todas as pessoas com infecção por HBV não têm fator de risco conhecido para infecção.
Embora a infecção por HBV não seja comum entre adultos na população geral (o risco de
infecção durante a vida é <20%), é altamente prevalente em certos grupos. O risco de
infecção varia com a ocupação, estilo de vida, ou meio ambiente (ver Tabela 1). Geralmente,
o risco mais alto para infecção por HBV está associado com o estilo de vida, ocupação, ou
meio ambiente nos quais o contato com sangue de pessoas infectadas é freqüente. Além
disso, a prevalência de marcadores HBV para infecção aguda ou crônica aumenta com o
aumento do número de anos de comportamento de alto risco. Por exemplo, uma estimativa de
40% de usuários de drogas injetáveis se tornarão infectados após 10 anos.
Tabela 1: Prevalência da hepatite B em vários grupos populacionais
Prevalência de marcadores sorológicos
de infecção por HBV
Grupo populacional
HBsAg (%) Todos marcadores (%)
Alto risco
Imigrantes/refugiados de áreas de alta endemicidade do HBV
13 70-85
Clientes de instituições para retardados
10-20 35-80
Usuários de drogas parenterais ilícitas
7 60-80
Homossexual masculino ativo
6 35-80
Pacientes de unidades de hemodiálise
3-10 20-80
Contatos domiciliares de portadores de HBV
3-6 30-60
Risco intermediário
Prisioneiros (masculinos)
1-8 10-80
Trabalhadores de serviços de saúde – contato freqüente com sangue
1-2 15-30
Equipe de instituição para retardados mentais
1 10-25
Heterossexuais com parceiros múltiplos
0.5 5-20
Baixo risco
Trabalhadores de serviços de saúde – sem contato freqüente com
sangue ou contato não freqüente
0.3 3-10
Adultos saudáveis (doadores de sangue voluntários de primeira vez)
0.3 3-5
Estratégias de Prevenção da Hepatite B
A vacina contra hepatite B está disponível nos Estados Unidos desde 1981. Entretanto, o
impacto da vacina na doença por HBV tem sido menor que o ideal, e a incidência de casos
notificados de hepatite B é atualmente apenas um pouco menor que antes do licenciamento
da vacina.
A aparente falta de impacto da vacina pode ser atribuída a vários fatores. De 1981 até 1991, a
vacinação tinha como alvo a população sob alto risco de infecção por HBV. Uma grande
proporção de pessoas com infecção por HBV (25% a 30%) negam qualquer fator de risco
para a doença. Essas pessoas não poderão ser identificadas por um meio de triagem que vise
o fator de risco.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
9
Os três principais grupos de risco (heterossexuais com contato com pessoas infectadas ou
parceiros múltiplos, usuários de drogas injetáveis e homossexuais masculinos), não são
alcançados efetivamente por programas direcionados. Os impedimentos para a imunização
desses grupos incluem falta de consciência do risco da doença e suas conseqüências, falta de
programas efetivos do setor público ou privado, e o custo da vacina. A dificuldade em ter
acesso a essas populações é também um problema. Ademais, tem se obtido sucesso limitado
na promoção da vacinação para pessoas de grupos de alto risco devido a rápida aquisição de
infecção após o início do comportamento de alto risco, baixa aceitação inicial da vacina e
baixas taxas de conclusão da série vacinal.
Uma estratégia abrangente de prevenção da hepatite B foi recomendada em 1991, e inclui (a)
teste pré-natal de mulheres grávidas para HBsAg, para identificar recém-nascidos que
requerem imunoprofilaxia para a prevenção da infecção perinatal e para identificar contatos
domiciliares que devem ser vacinados, (b) vacinação de rotina dos recém-nascidos, (c)
vacinação de determinados adolescentes, e (d) vacinação de adultos sob alto risco de
infecção.
Vacina contra Hepatite B
Características
Uma vacina derivada do plasma foi licenciada nos Estados Unidos em 1981. Era produzida
de partículas de 22 nm de HBsAg purificadas do plasma de portadores humanos. A vacina
era segura e efetiva, porém não foi bem aceita, possivelmente devido ao temor não embasado
de transmissão do HBV vivo e outros patógenos de transmissão sangüínea (p. ex., vírus da
imunodeficiência humana). Esta vacina foi removida do mercado americano em 1992.
A vacina recombinante contra hepatite B foi licenciada nos Estados Unidos em julho de
1986, e foi a primeira vacina licenciada nos Estados Unidos produzida por tecnologia de
DNA recombinante. Uma segunda vacina similar foi licenciada em agosto de 1989.
A vacina recombinante é produzida pela inserção de um plasmídio contendo o gene para
HBsAg no levedo comum de pão (Saccharomyces cerevisiae). As células do levedo então
produzem HBsAg, o qual é colhido e purificado. A vacina recombinante contém cerca de
95% de proteína HBsAg (5 a 40 mcg/ml); proteínas derivadas do levedo podem constituir até
5% do produto final, porém nenhum DNA de levedo é detectável na vacina. A infecção por
HBV não pode resultar do uso de vacina recombinante. Considerando que não são
produzidos DNA viral potencialmente infectante ou partículas virais completas no sistema
recombinante. O HBsAg da vacina é adsorvido em hidróxido de alumínio.
A vacina contra hepatite B é produzida por dois fabricantes nos Estados Unidos – Merck and
Company (Recombivax HB) e SmithKlene Beecham (Engerix-B). Ambas as vacinas estão
disponíveis em formulações pediátrica e adulta. Embora o conteúdo antígeno das vacinas
difiram (ver tabela a seguir e no Apêndice A), as vacinas feitas por diferentes fabricantes
são permutáveis. Os promotores devem sempre seguir as recomendações de doses do
fabricante.
As formulações pediátrica e adulta da Recombivax HB estão aprovadas para uso em qualquer
grupo etário. Por exemplo, a formulação para adulto da Recombivax HB pode ser usada na
criança (0,5 ml) e adolescentes (0.5 ml). Entretanto, a Engerix pediátrica é aprovada para uso
apenas em crianças e adolescentes <20 anos de idade. A formulação adulta da Engerix-B não
é aprovada para uso em recém-nascidos e crianças, porém pode ser usada em adolescentes
(11-19 anos de idade) e adultos (ver tabela a seguir e no Apêndice A).
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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Eficácia e imunogenicidade da vacina
Após três doses intramusculares de vacina contra hepatite B, mais de 90% dos adultos
saudáveis e mais de 95% de recém-nascidos, crianças e adolescentes (do nascimento até 19
anos de idade) desenvolvem resposta de anticorpos adequada. Entretanto, existe um declínio
da imunogenicidade específico da idade. Após os 40 anos de idade, aproximadamente 90%
dos receptores respondem a uma série de 3 doses, e aos 60 anos, apenas 75% dos vacinados
desenvolvem títulos de anticorpos protetores.
A vacina é 80% a 100% efetiva na prevenção da infecção ou da hepatite clínica naqueles que
recebem o esquema completo da vacina. Doses maiores de vacina (2 a 4 vezes a dose adulta
normal) ou um aumento do número de doses podem ser necessárias para induzir anticorpos
protetores em uma alta proporção de pacientes de hemodiálise e podem também ser
necessárias em outras pessoas imunocomprometidas.
A dose recomendada da vacina difere, dependendo da idade do receptor, certas circunstâncias
de exposição (p. ex., perinatal), e tipo de vacina (ver tabela). Os pacientes de hemodiálise
devem receber dose de 40 mcg em uma série de três ou quatro doses. A Recombivax HB tem
uma formulação especial para pacientes de diálise que contém 40 mcg/ml.
Tabela 2: Dose recomendada de vacina contra hepatite B
Grupo Vacina
Recombivax HB*
Dose (ml)
Engerix-B*
Dose(ml)
Recém-nascidos+crianças <11 anos de idade
5 µg (0.5) 10 µg (0.5)
Adolescentes de 11-19 anos
5 µg (0.5) 10 µg (0.5)
Adultos >20 anos
10 µg (1.0) 20 µg (1.0)
Pacientes de diálise e outras pessoas imunocomprometidas
40 µg** (1.0 40 µ*** (2.0)
*Calendário normal: Três doses aos 0, 1, 6 meses.
+Recém-nascidos cujas mães são HBsAg-positivas devem também receber imunoglobulina contra hepatite B (HBIG) ao
nascimento.
**Formulação especial para pacientes de diálise.
***Duas doses de 1.0 ml aplicadas em um local em esquema de quatro doses aos 0, 1, 2 e 6 meses.
O músculo deltóide é o local recomendado para a vacinação contra hepatite B em adultos e
crianças, enquanto que a face anterolateral da coxa é recomendada para recém-nascidos e
neonatos. A imunogenicidade da vacina em adultos é mais baixa quando as injeções são
aplicadas na região glútea.
Dados disponíveis mostram que os níveis de anticorpos induzidos pela vacina declinam com
o tempo. Não obstante, a memória imunológica permanece intacta por > 13 anos seguintes a
imunização, e os adultos e crianças com declínio dos níveis de anticorpo ainda estarão
protegidas contra infecção por HBV (doença clínica, antigenia HBsAg, ou elevação
significativa de enzimas hepáticos). A exposição ao HBV resulta na resposta anamnéstica
anti-HBs que previne a infecção por HBV clinicamente significativa. A infecção crônica por
HBV tem sido documentada apenas raramente entre pessoas que responderam a vacina.
Para adultos e crianças com estado imunológico normal, doses de reforço da vacina não são
recomendadas, nem é indicado o teste sorológico de rotina para avaliação do estado dos
vacinados. A necessidade de doses de reforço após intervalos mais longos continuarão a ser
avaliada, assim que informações adicionais se tornarem disponíveis.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
11
Para pacientes de hemodiálise, a necessidade de doses de reforço deve ser avaliada pelo teste
anual de vacinados para verificação dos níveis de anticorpos, e doses de reforço devem ser
administradas quando os níveis de anticorpos caírem abaixo de 10 mil/ml.
Esquema de Vacinação e Uso
Recém-nascidos e crianças
A vacinação contra hepatite B é recomendada para todos os recém-nascidos, e deve ser
incorporada ao esquema vacinal infantil de rotina. Os recém-nascidos e crianças <11 anos de
idade devem receber 0.5 ml (5mcg) de formulações pediátrica e adulta da vacina Recombivax
HB (Merck) ou 0.5 ml (10 mcg) da vacina pediátrica Engerix-B (SmithKline Beecham). A
vacinação primária consiste de três doses intramusculares de vacina com a segunda e terceira
doses aplicadas 1 a 3 e 2 a 17 meses, respectivamente, após a primeira. A primeira dose pode
ser administrada durante o período de recém-nascido, preferivelmente antes da alta
hospitalar, porém não depois de 2 meses de idade.
Em virtude dos títulos mais altos de anti-HBs serem alcançados quando as últimas duas doses
de vacina são espaçadas em no mínimo 4 meses, os esquemas que alcançarem este
espaçamento são de preferência. Entretanto, esquemas com intervalos de 2 meses entre as
doses, os quais correspondem aos calendários para a vacinação de outras crianças, têm sido
mostrado como bons produtores de resposta de anticorpos e podem ser adequados em
populações nas quais é difícil assegurar que os recém-nascidos serão levados para todas as
suas vacinações. Entretanto, a terceira dose deve ser administrada no mínimo 2 meses após a
segunda dose, e deve seguir a primeira dose por pelo menos 4 meses. Para recém-nascidos, a
terceira dose não deve ser administrada antes dos seis meses de idade. Não é necessário
adicionar doses ou reiniciar a série se o intervalo entre as doses for maior que o
recomendado.
Os recém-nascidos prematuros de mães HBsAg-positivas devem receber imunoprofilaxia
com vacina contra hepatite B e imunoglobulina contra hepatite B (HBIG) iniciando ao nascer
ou imediatamente após (ver detalhes abaixo). Para recém-nascidos prematuros de mães
HBsAg-negativas, o momento ideal de vacinação contra hepatite B não está determinado.
Alguns estudos sugerem que as taxas de soroconversão diminuídas devem ocorrer em alguns
recém-nascidos prematuros com baixo peso ao nascer (<2000 gramas) seguinte a
administração de vacina contra hepatite B ao nascer. A vacinação de rotina contra hepatite
não é recomendada para esses recém-nascidos. Os recém-nascidos de baixo peso ao nascer de
mães HBsAg-negativas podem iniciar a série vacinal contra hepatite B no momento de
liberação do berçário, se a criança pesar no mínimo 2000 gramas, e em seguida receber as
vacinas DTaP, IPV e Hib. Quando a vacina contra hepatite B é usada, a dose completa
recomendada deve ser usada. Doses divididas ou reduzidas não são recomendadas.
A vacina contra hepatite B está também disponível na combinação com a vacina contra
Haemophilus influenzae tipo B (Hib) (COMVAX, Merck). Cada dose de COMVAX contém
7.5 microgramas de vacina Hib PRP-OMP (PedvaxHIB), e 5 microgramas de antígeno de
superfície contra hepatite B. A dose de antígeno de superfície contra hepatite B é a mesma da
contida na formulação pediátrica do laboratório Merck. A imunogenicidade da combinação
da vacina é equivalente àquela dos antígenos individuais administrados em locais separados.
As reações adversas seguintes a vacina combinada não são comuns, como também são após a
vacinação com antígenos individuais.
A COMVAX é licenciada para uso aos 2, 4 e 12-15 meses de idade. Deve ser usada sempre
que um ou outro antígeno é indicado e o outro antígeno não estiver contra-indicado.
Entretanto, a vacina não deve ser administrada a lactentes maiores de 6 semanas de idade
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
12
devido ao potencial de supressão da resposta imunológica ao componente Hib. A COMVAX
não deve ser usada para doses ao nascimento ou de um mês de idade para a criança que
estiver usando o esquema de 0, 1, 6 meses da vacina contra hepatite B.
Adolescentes
Todas as crianças não previamente vacinadas com vacina contra hepatite B devem ser
vacinadas aos 11-12 anos de idade com a dose de vacina adequada para a idade. Quando os
programas de vacinação para adolescentes estiverem sendo avaliados, os dados locais devem
ser considerados para determinar o grupo etário ideal para vacinar (p. ex.: pré-adolescentes,
adolescentes jovens), para alcançar as taxas de vacinação mais altas. O esquema vacinal deve
ser flexível e levar em consideração a possibilidade da garantia das três doses de vacina para
esse grupo. Os adolescentes maiores não imunizados devem ser vacinados quando possível.
Aqueles nos grupos de risco para infecção por HBV (p. ex.: os asiáticos e das ilhas do
Pacífico sexualmente ativos) devem ser identificados e vacinados nos locais de assistência a
esse grupo etário (p. ex.: escolas, clínicas de doenças sexualmente transmissíveis, casas de
detenção, centros de tratamento de drogados).
Os adolescentes de 11-19 anos de idade devem receber 0.5 ml (5 mcg) da formulação
pediátrica ou adulta da vacina Recombivax HB (Merck) ou 0.5 ml (10 mcg) da formulação
pediátrica Engerix-B (SmithKline Beecham). A formulação para adultos da vacina Engerix-B
pode ser usada em adolescentes, porém a dose aprovada é de 1.0 ml (20 mcg).
O esquema usual para adolescentes é de duas doses separadas por não menos que 4 semanas,
e a terceira dose 4-6 meses após a segunda dose. Se um esquema antecipado for necessário, o
intervalo mínimo entre as primeiras duas doses é de 4 semanas, e o intervalo mínimo entre a
segunda e terceira doses é de 8 semanas. Entretanto, a primeira e terceira doses devem ser
separadas por não menos que 4 semanas. As doses administradas em intervalos mínimos
menores que esses não devem ser consideradas como parte da série vacinal.
Em 1999, o FDA aprovou um esquema vacinal alternativo contra hepatite B para
adolescentes de 11-15 meses de idade. Este esquema alternativo é constituído de duas doses
de 10 mcg de Recombivax HB. As duas doses devem ser separadas por 4-6 meses. As taxas
de títulos de anticorpos de soroconversão e pós-vacinação foram similares usando este
esquema e o calendário padrão de três doses de 5 mcg de Recombivax-HB. Este esquema
alternativo está aprovado apenas para crianças de 11-15 anos de idade, e para a vacina contra
hepatite B do laboratório Merck.
Adultos
A vacinação de rotina para pré-exposição deve ser considerada para grupos de adultos que
estiverem sob risco aumentado de infecção por HBV. As adultos de 20 anos de idade e mais
devem receber 1.0 ml (10 mcg) da formulação pediátrica ou adulta da vacina Recombivax-
HB (Merck) ou 1.0 ml (20mcg) da formulação adulta Engerix-B (SmithKline Beecham). A
formulação pediátrica da Engerix-B não é aprovada para uso em adultos.
O esquema usual para adultos é de duas doses separadas por não menos que 4 semanas, e
uma terceira dose 4-6 meses após a segunda dose. Se for necessário um esquema
antecipado, o intervalo mínimo entre as primeiras duas doses é de 4 semanas, e o intervalo
mínimo entre a segunda e terceira doses é de 8 semanas. Entretanto, a primeira e terceira
doses devem ser separadas por não menos que 4 semanas. As doses administradas em
intervalos mínimos menores que este não devem ser consideradas como parte da série
vacinal.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
13
Dentre os adultos em situação de risco aumentado para infecção por HBV através de
transmissão sexual estão incluídos os homossexuais masculinos com múltiplos parceiros
sexuais, pessoas diagnosticadas recentemente com uma doença sexualmente
transmissível e prostitutas.
Os usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas estão extremamente sob risco
para infecção por HBV. Todos os usuários de drogas injetáveis que são suscetíveis ao HBV
devem ser vacinados tão logo quanto possível após o início de seus vícios.
Os prisioneiros em cumprimento de longas penas estão sob risco aumentado para infecção
por HBV por causa do uso de drogas injetáveis, atividade homossexual e outros fatores. Os
estabelecimentos de prisão promovem acessibilidade para a vacinação dos prisioneiros com
histórias de comportamento de alto-risco.
As pessoas em hemodiálise estão sob risco aumentado de infecção por HBV devido ao
contato com grandes quantidades de sangue. Embora a vacina contra hepatite B seja menos
efetiva nesses pacientes, é recomendada para todos os pacientes de hemodiálise, suscetíveis.
O risco para os trabalhadores de serviços de saúde contraírem infecção por HBV depende da
freqüência que eles se expõem a sangue ou produtos sangüíneos através de exposições
percutânea ou permucosa. Qualquer trabalhador de serviço de saúde ou da segurança pública
pode estar sob risco para exposição ao HBV, dependendo das tarefas por ele realizada. Se
suas tarefas envolverem contato com sangue ou fluidos corporais contaminados por sangue,
então esses trabalhadores devem ser vacinados. O risco é freqüentemente mais alto durante os
períodos de treinamento. Por essa razão, é recomendado que a vacinação seja concluída
durante o treinamento em escolas de medicina, odontologia, enfermagem, laboratório e outras
profissões afins.
Outros grupos que podem ser candidatos para a vacinação contra hepatite B
Os problemas comportamentais especiais e médicos encontrados em instituições para
incapazes relativos ao desenvolvimento transformam estes em locais de alto risco, e os
clientes e equipe devem ser vacinadas. O risco de infecção por HBV nestas instituições está
relacionado ao contato com sangue e também com mordeduras e contato com lesões de pele e
outros fluidos corporais que contêm HBV. Os clientes e equipe de asilos ou albergues onde
um portador for identificado devem também ser vacinados.
Em certas populações americanas, tais como Nativos do Alasca, das Ilhas do Pacífico, e
imigrantes e refugiados de áreas endêmicas quanto ao HBV, a infecção por esse vírus é
altamente endêmica e a transmissão ocorre primariamente durante a infância. Nesses grupos,
a vacinação de todos os recém-nascidos é de particular importância. Os imigrantes e
refugiados de áreas com alta endemicidade da doença por HBV devem ser triados para HBV
quando do restabelecimento nos Estados Unidos. Se for identificado um portador, todos os
membros domiciliares suscetíveis devem ser vacinados. Mesmo que não se identifique
nenhum portador, a vacinação é recomendada para as crianças suscetíveis menores de 7 anos
de idade devido a alta taxa de disseminação do HBV no meio interfamiliar.
Os adotados, órfãos e menores desacompanhados vindos de países de endemicidade alta
ou intermediária do HBV devem ser triados para HBsAg e, se positivo, seus membros
domiciliares devem ser vacinados.
Os adultos e crianças que planejarem viajar para áreas fora dos Estados Unidos que têm
altas taxas de infecção por HBV devem ser vacinados se eles planejarem permanecer nestas
áreas por mais de 6 meses e ter contato íntimo com a população local. As pessoas que
viajarem por curtos períodos que poderão ter contato sexual com pessoas locais em áreas
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
14
onde a infecção por HBV seja comum devem também ser vacinadas. As pessoas que
viajarem para o exterior que irão realizar procedimentos médicos em áreas onde a infecção
por HBV seja comum estão sob risco muito alto.
Os receptores de determinados produtos sangüíneos, como os hemofílicos, estão sob alto
risco de infecção. A vacinação deve ser iniciada no momento de identificação dos seus
distúrbios sangüíneos.
As pessoas que têm contato casual com portadores em escolas e escritórios estão sob pequeno
risco de aquisição da infecção por HBV e a vacina não é recomendada para eles. A não ser
que exista circunstâncias especiais, como problemas de comportamento (mordedura ou
arranhadura) ou situações médicas (doença cutânea severa) que poderão facilitar a
transmissão, a vacinação de contatos de portadores em centros de cuidados para crianças não
é indicada.
Teste Sorológico de Receptores de Vacina
Teste sorológico pré-vacinação
A decisão de triar receptores potenciais para vacinação quanto a infecção anterior depende do
custo da vacinação, o custo do teste para suscetibilidade, e a prevalência esperada de pessoas
imunes no grupo. A triagem normalmente apresenta bom relação custo-benefício e deve ser
considerada, para os grupos com alto risco de infecção por HBV (prevalência de marcadores
HBV >20%) como homossexuais masculinos, usuários de drogas injetáveis, nativos do
Alasca, nativos das Ilhas do Pacífico, crianças de imigrantes de países endêmicos e membros
familiares de portadores HBsAg. A triagem normalmente não apresenta boa relação custo-
benefício para os grupos com prevalência esperada baixa de marcadores sorológicos para
HBV, como profissionais da saúde em seus anos de aprendizado.
A triagem sorológica não é recomendada antes da vacinação de rotina de recém-nascidos e
crianças.
Teste sorológico pós-vacinação
O teste de imunidade seguinte a vacinação não é recomendado rotineiramente, porém deve
ser considerado para pessoas cujos acompanhamentos subsequentes dependem do
conhecimento de seus estados imunológicos, como pacientes e equipes de diálise, e pessoas
nas quais uma resposta sub-ideal pode ser antecipada, tais como aquelas que receberam
vacina na região glútea. Quando necessário, o teste de pós-vacinação deve ser feito entre 1-2
meses após a conclusão da série vacinal para se obter informação definitiva sobre a resposta a
vacina.
Todos os recém-nascidos de mães HBsAg-positivas devem ser testadas 3-9 meses após suas
terceiras doses de vacina contra hepatite B (ou seja, aos 9-15 meses de idade). Se o HBsAg
não estiver presente e os anticorpos anti-HBs estiverem presentes, as crianças podem ser
consideradas protegidas.
Em 1997, o ACIP e o Comitê Consultivo em Práticas de Controle de Infecção Hospitalar
publicaram recomendações abrangentes para a imunização de trabalhadores de serviços de
saúde. Uma das recomendações foi que os trabalhadores de serviços de saúde que têm
contato com pacientes ou sangue e estão em risco contínuo para ferimentos com
instrumentos afiados ou por agulhas devem ser rotineiramente testados quanto aos
anticorpos após a vacinação. Entretanto, um programa de teste sorológico rápido para
promotores de serviços de saúde anterior a dezembro de 1997 não é recomendado. Estes
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
15
indivíduos devem ser testados quando necessário, se eles tiverem uma exposição significativa
ao HBV (ver a seção profilaxia pós-exposição abaixo).
O teste pós-vacinação de rotina não é recomendado para pessoas sob baixo risco de
exposição, como trabalhadores da segurança pública e trabalhadores de serviços de saúde
sem contato direto com o paciente.
Os que não respondem a vacina
Inúmeros fatores estão têm sido associados com não resposta a vacina contra hepatite B.
Estes incluem fatores ligados a vacina (p. ex., dose, esquema, local da injeção), e fatores
inerentes ao indivíduo. O avanço da idade (>40 anos), o sexo masculino, obesidade, fumante
e doenças crônicas têm sido independentemente associados com a não resposta a vacina
contra hepatite B. Ademais a vacinação daqueles que não responderam a uma série de
vacinação primária administrada no músculo deltóide produz resposta adequada em 15% a
25% após uma dose adicional e em 30% a 50% após três doses adicionais. Para pessoas que
não responderam a série de vacinação primária aplicada no glúteo, os dados sugerem que a
revacinação no braço induz anticorpos adequados em >75%. A revacinação com uma ou mais
doses adicionais deve ser considerada para pessoas que falharam quanto a resposta a
vacinação no deltóide, e é recomendada para aqueles que falharam na resposta a vacinação
no glúteo.
Os trabalhadores de serviços de saúde que não responderam a primeira série de vacina contra
hepatite B devem completar uma segunda série de três doses ou ser avaliado para determinar
se eles são HBsAg-positivos. A segunda série de vacina deve ser administrada no esquema
usual de 0, 1, 6 meses. Um calendário antecipado de doses aplicadas no mês 0, 1 e 4 pode
também ser usado. As pessoas revacinadas devem ser retestadas ao completarem a segunda
série vacinal. As pessoas que forem identificadas como HBsAg-positivas (ou seja, infectadas
de forma aguda ou crônica pelo HBV) devem se orientadas adequadamente. Aqueles que não
responderam a vacina que forem HBsAg-negativos devem ser considerados suscetíveis a
infecção por HBV e devem ser orientados a respeito das precauções para prevenir infecção
por HBV e a necessidade de obter a profilaxia com HBIG para qualquer exposição parenteral
identificada ou provável a sangue HBsAg-positivo (ver tabela).
Acompanhamento Pós-Exposição
A vacina contra hepatite B é recomendada como parte da terapia usada para prevenir a
hepatite B infecção seguinte a exposição ao HBV. A série vacinal contra hepatite B deve ser
iniciada no mesmo momento de outras terapias, concomitantemente com o tratamento com
imunoglobulina contra hepatite B (HBIG).
Os recém-nascidos de mulheres que são HBsAg-positivas (ou seja, infectados de forma
aguda ou crônica pelo HBV) estão sob risco extremamente alto de transmissão do HBV e
infecção crônica pelo HBV. A vacinação contra hepatite B e uma dose de HBIG administrada
no espaço de 14 horas após o nascimento são 85%-95% efetivos na prevenção da infecção
por HBV e infecção crônica. A vacina contra hepatite B administrada isoladamente iniciando
no período de 24 horas após o nascimento é 70%-95% efetivo na prevenção da infecção
perinatal por HBV.
A HBIG (0.5 ml) deve ser administrada IM, preferivelmente no máximo até 12 horas após o
nascimento. A vacina contra hepatite B deve ser administrada por via IM em três doses. A
primeira dose deve ser administrada no mesmo momento da HBIG, porém em local diferente.
Se a vacina não estiver disponível imediatamente, a primeira injeção deve ser administrada
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
16
até 7 dias após o nascimento. A segunda e terceira doses devem ser administradas 1-2 meses
e 6 meses, respectivamente, após a primeira. O teste para HBsAg e anti-HBs é recomendado
dos 9 aos 15 meses de idade (ou 3 a 9 meses após a terceira dose) para monitorar o sucesso
da terapia. Se o estado HBsAg da mãe não for conhecido no momento do nascimento, a
criança deve ser vacinada no máximo até 12 horas do nascimento.
A HBIG administrada ao nascer não interfere com a administração das vacinas oral contra
pólio e contra difteria-tétano-coqueluche administradas aos 2 meses de idade. Doses
subsequentes de vacina contra hepatite B não interferem com o esquema vacinal pediátrico
de rotina.
Os recém-nascidos de mulheres HBsAg-positivas que pesarem menos de 2 kg ao nascerem
devem receber a profilaxia pós exposição como descrito anteriormente. Entretanto, a dose
inicial de vacina (ao nascer) não devem ser considerada no esquema das três doses
requeridas. A próxima dose da série deve ser administrada como descrito para recém-
nascidos de baixo peso ao nascer, quando pesar 2 kg ou aos 2 meses de idade quando forem
administradas outras imunizações de rotina. A terceira dose deve ser administrada aos 6
meses de idade. Estes recém-nascidos devem ser testados para HBsAg e anti-HBs aos 9-15
meses de idade.
Existem poucos dados disponíveis sobre o uso da COMVAX em recém-nascidos de mulheres
com infecção aguda ou crônica pelo vírus da hepatite B (ou seja, HBsAg-positivas). A
COMVAX não está licenciada atualmente para recém nascidos cujas mães são identificadas
como infectadas de forma aguda ou crônica pelo HBV. A COMVAX nunca deve ser
administrada em recém-nascidos <6 semanas de idade. A COMVAX pode ser
administrada ao mesmo tempo das outras vacinas infantis administradas a >6 meses de idade.
As pessoas com exposição inadvertida a sangue HBsAg-positivo onde existir penetração
cutânea ou de membrana mucosa devem ser testadas para anticorpos ao HBsAg e HIV. Em
resposta a Acta de Extensão dos Programas de Saúde Integral de 1988, a Administração de
Saúde e Segurança Ocupacional tem emitido orientações que estabelecem que, após a
identificação e a obtenção do consentimento dos indivíduos dos quais ocorreram as
exposições, uma amostra de sangue deve ser colhida e testada para anticorpos ao HBsAg e
HIV. O acompanhamento dos indivíduos expostos deve levar em conta (1) a vacinação contra
HBV e o estado de resposta a vacina da pessoa exposta, (2) se a fonte de sangue estiver
disponível, e (3) o estado HBsAg da fonte (ver Tabela 3).
Tabela 3 - Profilaxia pós-exposição recomendada para exposição percutânea ou permucosa ao vírus da
hepatite B
Tratamento quando a fonte forEstado vacinal e de
resposta de anticorpos
da pessoa exposta
HBsAg* positivo HBsAg negativo Fonte não testada ou
estado desconhecido
Não vacinado HBIG† x 1; Iniciar a série
vacinal HB§
Iniciar a série
vacinal HB
Iniciar a série vacinal HB
Previamente vacinado
Correspondente¶
Nenhum tratamento Nenhum
tratamento
Nenhum tratamento
Não correspondente HBIG x 2 ou
HBIG x 1 e
Iniciar a vacinação
Nenhum
tratamento
Se conhecida a fonte de alto
risco, tratá-la como se fosse
HBsAg-positiva
Resposta de anticorpos
desconhecida
Testar a pessoa exposta par
anti-HBs**
1. Se adequada¶, nenhum
tratamento
Nenhum
tratamento
Testar a pessoa exposta para
anti-HBs
1. Se adequada¶, nenhum
tratamento.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
17
2. Se inadequada, HBIG x 1 e
reforço vacinal
2. Se inadequada, iniciar a
revacinação
* Antígeno de superfície à hepatite B
†Imunoglobulina contra hepatite B; dose de 0.06 ml/kg por via intramuscular.
§Vacina contra hepatite B.
¶Correspondente é definido como uma pessoa com níveis adequados de anticorpos sangüíneos contra o antígeno
de superfície da hepatite B (ou seja, anti-HBs 10 mil/ml).
** Anticorpos ao antígeno de superfície da hepatite B.
Parceiros sexuais suscetíveis de pessoas com infecção aguda por HBV, ou
portadores de hepatite B
É recomenda uma dose única de HBIG (0.06ml/kg), aplicada em até 14 dias do último
contato sexual. Eles devem também iniciar a série vacinal contra hepatite B, se a profilaxia
puder ser iniciada em até 14 dias do último contato sexual ou se ocorrer contato sexual
contínuo. Alternativamente, para as pessoas que não forem membros de um grupo de alto
risco, uma dose de HBIG pode ser administrada e o parceiro retestado para HBsAg 3 meses
após. Se ainda positivo, então uma segunda dose de HBIG deve ser administrada e a série
vacinal iniciada.
Contatos domiciliares de pessoas com infecção aguda por HBV
Considerando que os recém-nascidos têm contato íntimo com pessoas que prestam cuidados
primários a crianças e que elas têm um alto risco de se tornarem portadoras, a profilaxia com
HBIG e vacina contra hepatite B para lactentes menores de 12 meses de idade é indicada se a
mãe ou o prestador de cuidados primários tiver infecção aguda por HBV. A profilaxia para
outros contatos domiciliares não é indicada, a não ser que eles tenham exposição a sangue
identificável como o compartilhamento de escovas de dentes e lâminas de barbear. Se o
paciente índice se tornar um portador, todos os membros domiciliares devem ser imunizados.
Reações Adversas Pós Vacinação
A reação adversa mais comum seguinte a vacinação contra hepatite B é dor no local da
injeção, relatada em 13% a 29% dos adultos e 3% a 9% das crianças. As queixas sistêmicas
moderadas, como fadiga, cefaléia e irritabilidade têm sido relatadas em 11% a 17% dos
adultos e 0% a 20% das crianças. A febre de baixo grau (>37.7º) tem sido notificada em 1%
dos adultos e 0.4% a 6.4% das crianças. Eventos adversos sistêmicos graves e reações
alérgicas são raramente notificadas seguintes a vacina contra hepatite B.
Contra-indicações e Precauções para a Vacinação
Uma reação alérgica grave a uma dose anterior de vacina contra hepatite B ou a um
componente da vacina é uma contra-indicação a doses posteriores da vacina. Essas reações
alérgicas são raras.
As pessoas com doença aguda moderada a grave não devem ser vacinadas até que
melhorem de sua doenças. Entretanto, doenças leves, como infecções do trato respiratório
superior, não são contra-indicações para a vacinação.
Nenhuma informação está disponível sobre a segurança da vacina na mulher gestante.
Entretanto, considerando que a vacina contém apenas partículas que não causam infecção por
HBV, não deve existir risco. Em contraste, se a mulher gestante adquirir infecção por HBV,
poderá ocorrer doença grave na mãe e infecção crônica no recém-nascido. Desta forma, as
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
18
mulheres gestantes que de outra forma forem elegíveis podem receber a vacina contra
hepatite B.
A vacina contra hepatite B não contém vírus vivo, de forma que ela pode ser usada em
pessoas com imunodeficiência. Entretanto, a resposta a vacinação nessas pessoas pode ser
abaixo do ideal.
Armazenamento e Manuseio da Vacina
A vacina contra hepatite B deve ser armazenada em refrigeração de 2ºC a 8ºC (35ºF-46ºF),
porém não congelada. O congelamento destrói a potência da vacina.
Imunoglobulina contra Hepatite B
A imunoglobulina contra hepatite B (HBIG) é preparada por fracionamento resfriado por
etanol de plasma de doadores selecionadas com altos títulos de anti-HBs; contém um título
anti-HBs de no mínimo 1:100.000 por RIA. É usada para imunização passiva em (1)
exposição acidental (percutânea, de membrana mucosa), (2) exposição sexual a pessoa
HBsAg-positiva, (3) exposição perinatal de recém-nascidos, ou (4) exposição domiciliar de
um lactente com menos de 12 meses de idade a um prestador de cuidados primários com
hepatite B aguda.
Todos os candidatos para HBIG estão, por definição, na categoria de alto risco e devem desta
forma ser consideradas também para a vacinação.
A imunoglobulina (IG) é preparada por fracionamento resfriado por etanol de plasma
armazenado e contém títulos baixos de anti-HBs. Considerando que os títulos são
relativamente baixos, a IG não tem uso válido atualmente para a doença HBV, a não ser que
a imunoglobulina contra hepatite B não esteja disponível.
Triagem Materna
Em 1988, o Comitê Consultivo em Práticas de Imunizações (ACIP), em consulta com o
Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia e a Academia Americana de Pediatria,
recomendou que todas as mulheres gestantes devem ser rotineiramente testadas para HBsAg
durante uma visita prénatal precoce, em cada gestação. Se uma mulher não foi testada
durante o pré-natal, ou os resultados não forem disponibilizados até o momento do parto, o
teste para HBsAg deve ser feito no momento da admissão para o parto. Isto identifica recém-
nascidos de mães HBsAg-positivas para a profilaxia de imediato ao nascer, como também os
seguimentos no primeiro e sexto mês. Também, os membros domiciliares e parceiros sexuais
de portadores de HBV devem ser avaliados quanto a necessidade de vacina contra a hepatite
B.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
19
Referências Selecionadas
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States through universal childhood vaccination. Recommendations of the Advisory
Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR 1991;40(RR-13): 1:25.
CDC. Immunization of health-care workers. Recommendations of the Advisory Comittee on
Immunization Practices (ACIP) and the Hospital Infection Control Practices Advisory
Committee (HICPAC). MMWR 1997; 46(RR-18):1-42
CDC. Immunization of adolescents. Recommendations of the Advisory Committee on
Immunization Practices, the American Academy of Pediatrics, the American Academy of
Family Physicians, and the American Medical Association. MMWR 1996;45 (RR-13):1-16.
CDC. Update: recommendations to prevent hepatitis B virus transmission – United States.
MMWR 1995;44:575-5.
Evans AS, Brachman PS, eds. Viral Infections of Humans. Epidemiology and Control. 3
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edition. New York, NY: Plenum Medical Book Company, 1998.
Levitz RE, Cooper BW, Regan HC. Immunization with high-dose intradermal recombinant
hepatitis B vaccine in healthcare workers who failed to respond to intramuscular vaccination.
Infect. Cont. Hosp. Epid. 1995;16:88-91.
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Clin Micro Ver 1999;12:351-66.
Orenstein WA, Hadler S, Wharton M. Trends in vaccine-preventable diseases. Semin Pediatr
Infect Dis 1997;8:23-33.
Peter G, ed. 1997 Red Book: Report of the Committee on Infectious Diseases. 24
th
ed. Elk
Grove Village, IL: American Academy of Pediatrics, 1997.
Plotkin AS, Orenstein WA, eds. Vaccines. 3nd edition. Philadelphia: W.B. Saunders
Company, 1994;
Wu JS, Hwang LY, Goodman KJ, Beasley RP. Hepatitis B vaccination in high-risk infants:
10-year follow-up. J Infect Dis 1999; 179:1319-25.
Este documento traduzido trata-se de uma contribuição da Coordenação Geral do
Programa Nacional de Imunizações – CGPNI/CENEPI/FUNASA/MS, a todos que se
dedicam às ações de imunizações.
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