QUADRO 4
Comparação das principais características dos dois últimos paradigmas tecno-
econômicos.
PARADIGMA FORDISMO TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO
Início e término
1920/30 a 1970/80 1970/80 a ?
Principais inovações técnicas
Motores à explosão, prospecção,
extração e refino de petróleo e minerais
e produção de derivados.
Microeletrônica, tecnologia digital,
tecnologias da informação.
Principais inovações
organizacionais
Sistemas de produção em massa,
“fordismo”, “fordismo periférico
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”,
automação.
Computadorização, “sistematização” e
flexibilização, interligações em redes,
“just in time”, inteligência competitiva,
gestão do conhecimento.
Lógica de produção quanto ao
uso de fatores-chave
Intensiva em energia e materiais. Intensiva em informação e
conhecimento, preservação ambiental e
de recursos.
Padrões de produção
preponderantes
Aumento significativo da oferta de
bens e de serviços, padronização,
hierarquização, departamentalização,
veloz obsolescência de processos e
produtos, cultura do descartável,
concorrência individual e formação de
cartéis.
Transmissão e acesso rápidos a
enormes volumes e informação,
customização, interligação em redes,
cooperativismo, aceleração da
obsolescência de processos, bens e
serviços, experiências virtuais,
aceleração do processo de globalização
sob domínio do “oligopólio mundial”
com maior hegemonia dos EUA.
Setores alavancadores de
crescimento
Indústria de automóveis, caminhões e
tanques, indústria petroquímica,
indústria aeroespacial, indústria de
bens duráveis.
Informática e telecomunicações,
equipamentos eletrônicos, de
telecomunicações e robótica, serviços
de informação e outros tele-serviços.
Infra-estrutura
Auto-estradas, aeroportos. Info-vias, redes, sistemas e softwares
dedicados.
Outras áreas crescendo
rapidamente
Microeletrônica, energia nuclear,
fármacos, telecomunicações.
Biotecnologia, atividades espaciais,
nanotecnologia.
Principais setores atingidos
negativamente pelas mudanças,
sofrendo importantes
transformações
Setores produtores de materiais
naturais (madeira, vidro e outros de
origem vegetal e mineral), formas e
vias de transporte convencionais
(navegação fluvial e marítima)
Setores intensivos em energia,
minerais e outros, recursos não
renováveis (geologia, mineração e
produção de materiais convencionais),
meios de comunicação tradicionais.
(correio, telefone)
Forma de intervenção e políticas
governamentais
Controle, planejamento, propriedade,
regulação e welfare state.
Monitoração e orientação, coordenação
de informações e de ações e promoção
de interações, desregulação e nova
regulação, new new deal.
Fonte: adaptado de LASTRES & ALBAGLI , 1999.
Percebe-se o reconhecimento, por parte de um grande número de estudiosos, que a
informação e o conhecimento são os elementos centrais, cruciais e fundamentais da nova
ordem mundial. TAPSCOTT (1997) captou, sistematizou e descreveu as doze grandes
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Fordismo Periférico, de acordo com NABUCO (1996), é definido como a segmentação do mercado de
trabalho fordista, separando-se geograficamente, entre centro e periferia, as fases de concepção e fabricação
qualificada, da fase de montagem e execução desqualificada. Esta última, evidentemente, sempre que
possível, tem sido transferida às regiões menos desenvolvidas, onde o grau de exploração do trabalho é
institucionalmente maior e as políticas reguladoras, quer sejam trabalhistas, ambientais, técnicas, legais ou
institucionais, dentre outras, são turvas e facilmente manipuláveis e mutáveis.
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