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à família, à propriedade, ao trabalho, aos direitos e deveres dos estamentos
sociais, bem como adotava penalidades baseadas na “Lei do Talião”.
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Porém, antes do surgimento da escrita, já existiam as pinturas
rupestres e inúmeros conhecimentos (sobre como preservar o fogo, plantar
e colher, fazer ferramentas e armas com ponta de sílex, construir uma
roda etc.), assim como, já existiam os rudimentos das atuais formas de
transmissão e de reutilização de conhecimentos, seja por meio da manu-
tenção das tradições orais ou pela memorização de “textos religiosos”, o
que tornou possível a preservação e a difusão, não só de informações e
conhecimentos, mas de uma variedade de patrimônios e identidades
culturais.
Durante o século 15 houve a invenção da tipografia (a impressão
com caracteres móveis, criada por Johannes Gensfleisch Gutenberg),
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que, casualmente, proporcionou o sucesso do protestantismo, à época,
mas que, principalmente, permitiu a popularização dos jornais (importantes
veículos difusores de informações, formadores de opinião e de cidadania,
mas também utilizados como instrumentos de propaganda e de manipulação
política), dos livros e da leitura, ou seja, ocasionou uma verdadeira revolução
na formas e na velocidade com que eram transmitidas idéias, informações
e conhecimentos.
Mais recentemente, as invenções do rádio (Guglielmo Marconi,
em 1874), do telefone (Alexander Graham Bell, em 1876) e da televisão
(John Logie Baird, em 1925), cujos efeitos foram alavancados com o
advento das redes mundiais de telecomunicações, fizeram com que a
humanidade experimentasse as maiores transformações nas formas de
apropriação dos materiais cognitivos e simbólicos criados pelos distintos
grupamentos humanos.
Atualmente, impulsionada pela utilização do computador eletrônico
(inventado por John Mauchly, em 1946)
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, vivenciamos uma intensa proli-
feração de aplicações e de usos das TIC, que consolidaram a idéia da
“instantaneidade das atividades humanas”, ou seja, da capacidade de propa-
gação e de utilização “em tempo real” de idéias e conhecimentos, tanto
na busca de informações como no aprendizado e nos resultados obtidos,
seja por indivíduos, por organizações ou por sociedades inteiras.
Então, a “gestão do conhecimento” é uma prática e um conceito já
muito antigo que só agora foi guindado à situação de paradigma para a
gestão de empresas e de organizações públicas?
Conforme Terra (2001, p. 245), a “gestão do conhecimento é, em
seu significado atual, um esforço para fazer com que o conhecimento de
uma organização esteja disponível para aqueles que dele necessitem dentro
dela, quando isso se faça necessário, onde isso se faça necessário e na
forma como se faça necessário, com o objetivo de aumentar o desempenho
humano e organizacional”.