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que antes não era monitorado e se processava em quase sua totalidade pelo black,
passa a compor as estatísticas de câmbio da autoridade monetária.
TABELA 2 - Movimento de Câmbio do Segmento Flutuante - 1989 a 2003
US$ Milhões
Ano Ingressos Remessas Saldo
1989 1.350,7 1.153,6 197,2
1990 3.678,1 8.370,3 -4.692,2
1991 6.522,3 11.513,1 -4.990,8
1992 6.415,0 9.970,0 -3.555,0
1993 11.418,0 17.239,0 -5.821,0
1994 12.476,1 16.367,1 -3.891,0
1995 22.475,6 24.398,4 -1.922,8
1996 5.102,0 19.515,2 -14.413,2
1997 5.568,4 29.452,5 -23.884,1
1998 7.530,6 39.284,1 -31.753,5
1999 9.057,1 20.235,4 -11.178,4
2000 8.522,6 17.525,6 -9.003,1
2001 8.415,3 16.280,2 -7.864,9
2002 9.556,5 17.531,5 -7.975,0
2003 13.117,9 10.754,1 2.363,8
Total
131.206,3 259.590,3 -128.384,0
Fonte: Bacen, 2005.
O mercado dual de câmbio permite, ainda, uma menor indução à fuga de
capitais e à fraude aos controles cambiais, já que dispõe de um segmento, em que a
conversibilidade apresenta grau superior de liberdade; neste caso, a redução do
mercado paralelo a casos marginais, após o processo de flexibilização, respalda a
hipótese levantada finalmente, e sem qualquer pretensão de esgotar o assunto,
permite, pelo menos nos moldes inicialmente propostos, uma maior autonomia na
condução das políticas monetária e cambial. Ou seja, ao não se comprometer, no
mercado de taxas flutuantes, a fornecer repasse e cobertura a posição cambial, a
autoridade monetária minora a possibilidade de uma expansão "autônoma" da base
monetária, assim como uma interferência mais incisiva, por parte do mercado, nos
níveis de reserva.
Já em relação às implicações negativas, o câmbio duplo é particularmente
eficaz em majorar o aparato burocrático, uma vez que requer um cerrado
acompanhamento para manter estanques os segmentos. Ademais, ao manter uma
taxa controlada (e aqui, voltamos a ressaltar que o comentário pertence a período