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FENOLOGIA E PRODUÇÃO DA GOIABEIRA ‘PALUMA’ SUBMETIDA
A DIFERENTES ÉPOCAS E INTENSIDADES DE PODA DE
FRUTIFICAÇÃO
LUIZ AUGUSTO LOPES SERRANO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
JUNHO – 2007
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FENOLOGIA E PRODUÇÃO DA GOIABEIRA ‘PALUMA’ SUBMETIDA
A DIFERENTES ÉPOCAS E INTENSIDADES DE PODA DE
FRUTIFICAÇÃO
LUIZ AUGUSTO LOPES SERRANO
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como parte das exigências para
obtenção do título de Doutor em Produção
Vegetal”
Orientadora: Profª. Cláudia Sales Marinho
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
JUNHO – 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca do CCTA / UENF 035/2007
Serrano, Luiz Augusto Lopes
Fenologia e produção da goiabeira ‘Paluma’ submetida a diferentes
épocas e intensidades de poda de frutificação / Luiz Augusto Lopes
Serrano. – 2007.
100 f. : il.
Orientadora: Cláudia Sales Marinho
Tese (Doutorado em Produção Vegetal) – Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias. Campos dos Goytacazes, RJ, 2007.
Bibliografia: f. 94 – 100.
1. Psidium guajava 2. Fenologia 3. Irrigação 4. Crescimento do fruto
5. Qualidade do fruto I. Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro. Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias. II.
Título.
CDD – 634.421
FENOLOGIA E PRODUÇÃO DA GOIABEIRA ‘PALUMA’ SUBMETIDA
A DIFERENTES ÉPOCAS E INTENSIDADES DE PODA DE
FRUTIFICAÇÃO
LUIZ AUGUSTO LOPES SERRANO
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como parte das exigências para
obtenção do título de Doutor em Produção
Vegetal”
Campos dos Goytacazes, 04 de junho de 2007
ii
DEDICO
AO MEU FILHO JO AUGUSTO: NOVA RAO DA MINHA VIDA;
À
MINHA ESPOSA ANA PAULA;
AOS MEUS PAIS CLIMENE E LAUDO;
A
OS MEUS AVÓS MARIA E EROTIDES;
A
OS MEUS SOGROS JOSÉ GOMES E ZILDA;
A
OS MEUS IRMÃOS, CUNHADAS (OS) E SOBRINHAS (OS).
iii
BIOGRAFIA
Luiz Augusto Lopes Serrano, filho de Climene Maria Lopes Serrano e
Laudo de Campos Serrano Neto, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 1976.
Em 1990, concluiu o 1° Grau na Escola Estadual Engenheiro Orlando
Flores, e em 1993 concluiu o 2° Grau na Escola São Paulo, ambas em Muriaé,
MG.
No ano 2000, graduou-se em Agronomia pela Universidade Federal de
Viçosa (UFV) em Viçosa, MG.
Em 2003, tornou-se Mestre em Produção Vegetal (Linha de pesquisa
Manejo e Propagação de Plantas) pela Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) em Campos dos Goytacazes, RJ, iniciando em
seguida o curso de Doutorado na mesma área.
Em 2005, por meio de concurso público, ingressou como Pesquisador em
Manejo de Culturas no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural (INCAPER), estando lotado no Centro Regional de
Desenvolvimento Rural Nordeste, Rodovia BR 101 norte, Km 151, caixa postal 62,
CEP 29900-970, Linhares, ES.
i
v
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pela vida, pela proteção e por tudo;
Ao Senhor Jesus Cristo: nosso Salvador;
A Nossa Senhora de Fátima e de Aparecida;
À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), pela
oportunidade concedida para a realização do curso;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão da bolsa e do auxílio de bancada;
À Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (FAPES)
pelos recursos concedidos ao projeto realizado no Estado do Espírito Santo;
Ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
(INCAPER) pelo apoio para a conclusão do curso;
À Professora Cláudia Sales Marinho, pela orientação, compreensão,
apoio e amizade;
Aos Professores Elmar Alfenas Couto e Eduardo Fontes Araújo, um
agradecimento especial;
Aos Engenheiros agrônomos Marcelo Gabetto e Silva, Edivan Moreira
Arêdes, Juares Ogliari, Ruimário Inácio Coelho, José Barbosa Duarte Júnior,
Carlos Magno Magalhães da Silva, Alessandro Coutinho Ramos, Edson Alves de
Lima e Rodrigo Almeida Muniz pela amizade e companheirismo durante o curso;
v
Aos Professores Edenio Detmann, Eliemar Campostrini, Almy Junior
Cordeiro de Carvalho, Elias Fernandes de Sousa e Alexandre Pio Viana, pelas
sugestões dispensadas ao trabalho;
À Professora Deborah Guerra Barroso, por sua ajuda à condução do
experimento em São Francisco de Itabapoana, RJ;
Aos produtores rurais Luiz Cláudio Macedo Ramos (São Francisco de
Itabapoana, RJ), Oribes Storch e Carlito Côrrea Nascimento (Pedro Canário, ES);
Aos Técnicos agrícolas bolsistas da UENF Wellington Moço da Costa e
Paulo Roberto Mota dos Santos pela amizade e ajuda na realização do
experimento realizado em São Francisco de Itabapoana, RJ;
Aos Engenheiros agrônomos pesquisadores do INCAPER Inorbert de
Melo Lima, Marlon Vagner Valentim Martins, Cláudio Pagotto Ronchi, Flávio
Dessaune Tardin, José Mauro de Souza Balbino e Rossini Brito Pereira
(CRISTALCOOP) pela ajuda na realização do experimento realizado em Pedro
Canário, ES;
Aos motoristas da UENF/CCTA pela compreensão das viagens aos
sábados;
Ao glorioso time “Lembrança Futebol Clube” do Parque dos Prazeres em
Campos dos Goytacazes, RJ, em que a raça e a luta a cada jogo, os 33 gols
marcados, além dos grandes colegas lá deixados, ficarão eternamente em minha
Lembrança.
vi
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................viii
ABSTRACT..............................................................................................................xi
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................01
2. OBJETIVOS.......................................................................................................03
3. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................04
3.1. Aspectos econômicos da cultura da goiabeira............................................04
3.2.A cultura da goiabeira nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.07
3.3. Origem e aspectos botânicos da goiabeira.................................................08
3.4. Exigências climáticas da goiabeira.............................................................11
3.5. Fenologia da goiabeira................................................................................13
3.6. Poda de frutificação na goiabeira................................................................17
3.7. Manejo da irrigação na cultura da goiabeira...............................................22
4. ARTIGO N° 1. Caracterização fenológica e produtiva da goiabeira 'Paluma' sob
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação no Norte Fluminense...27
Resumo..............................................................................................................27
Abstract..............................................................................................................28
Introdução..........................................................................................................29
Material e Métodos.............................................................................................31
Resultados e Discussão.....................................................................................38
Conclusões.........................................................................................................54
Referências........................................................................................................55
vii
5. ARTIGO N° 2. Caracterização fenológica e produtiva da goiabeira 'Paluma' sob
diferentes sistemas de cultivos, épocas e intensidades de poda de frutificação no
Norte Capixaba.......................................................................................................59
Resumo..............................................................................................................59
Abstract..............................................................................................................60
Introdução..........................................................................................................61
Material e Métodos.............................................................................................63
Resultados e Discussão.....................................................................................68
Conclusões.........................................................................................................86
Referências........................................................................................................88
6. RESUMO E CONCLUSÕES..............................................................................91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................94
viii
RESUMO
SERRANO, Luiz Augusto Lopes; Engenheiro Agrônomo, D.Sc. ; Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Junho de 2007; Fenologia e
produção da goiabeira ‘Paluma’ submetida a diferentes épocas e intensidades de
poda de frutificação. Orientadora: D.Sc. Cláudia Sales Marinho.
O conhecimento da fenologia da goiabeira é imprescindível para o planejamento
de todas as atividades relacionadas à produção e comercialização dos frutos. A
goiabeira tem boa resposta à poda de frutificação, porém se esta for realizada em
épocas e intensidades impróprias pode haver decréscimo na produção de frutos.
O trabalho teve como objetivos principais a avaliação da fenologia e da produção
da goiabeira em diferentes ambientes, submetida a diferentes épocas e
intensidades de poda de frutificação. Em 2004/2005, foi realizado um experimento
em pomar de goiabeira ‘Paluma’ irrigada, com sete anos de idade, em São
Francisco do Itabapoana (21°17’54”S; 41°09’47”O; 23 m), região Norte do Estado
do Rio de Janeiro (RJ). Foram avaliadas as características fenológicas e
produtivas das plantas podadas em quatro épocas (14/08/2004; 09/10/2004;
18/12/2004 e 22/02/2005), e submetidas a três intensidades de poda (curta,
média e longa). Todos os ramos da planta foram podados de acordo com o seu
diâmetro, os ramos finos foram submetidos à poda curta, os ramos de diâmetro
médio foram submetidos à poda média e os ramos grossos foram submetidos à
poda longa. Em 2005/2006, outro experimento foi realizado em pomar de
ix
goiabeiras ‘Paluma’, com 15 meses de idade, em Pedro Canário (18°03’27”S;
40°06’04”O; 118 m), região Norte do Estado do Espírito Santo (ES). Foram
avaliadas as características fenológicas e produtivas das plantas cultivadas em
condições de sequeiro e de irrigação, em quatro épocas de poda de frutificação
(10/11/2005, 09/12/2005, 13/01/2006 e 10/02/2006), e submetidas a três
intensidades de poda (curta, média e longa). Todos os ramos das plantas foram
podados de acordo com a intensidade da poda adotada, sem considerar seu
diâmetro. As duas regiões experimentais são classificadas como tropical chuvosa
com clima de bosque (Am), e apresentam solo classificado como Argissolo
Amarelo distrófico. O ciclo da goiabeira ‘Paluma’, entre a poda até a colheita dos
frutos, variou entre 168 a 210 dias no RJ, e entre 182 a 203 dias no ES, sendo
que os maiores ciclos ocorreram quando se realizou a poda em fevereiro. Após a
poda, o final do florescimento ocorreu entre 70 a 84 dias no RJ, e entre 70 a 77
dias no ES. A queda fisiológica dos frutos, nas duas regiões, ocorreu até os 56
dias após o final da antese. Em ambos experimentos, o fruto apresentou um
padrão de crescimento seguindo uma curva sigmóide dupla, na qual as três fases
que caracterizam esta curva perduraram por 42 dias cada, sendo que o início da
maturação dos frutos ocorreu, no máximo, aos 112 dias após o final da antese. A
poda longa proporcionou os maiores números de brotos emitidos, de ramos
estabelecidos, de ramos produtivos e vegetativos. No RJ, o maior número de
frutos por ramo podado ocorreu nas plantas submetidas à poda longa em agosto,
enquanto no ES ocorreu nas plantas submetidas à poda longa em fevereiro. No
RJ o maior índice de pegamento de frutos ocorreu nas plantas podadas em
dezembro, e no ES nas plantas submetidas às podas média e longa em fevereiro.
Quando a poda de frutificação foi realizada de acordo com o diâmetro de cada
ramo da planta, não foi constatada diferença no tamanho dos frutos em relação à
intensidade de poda, entretanto quando não se considerou o diâmetro do ramo
para a prática da poda, as plantas submetidas à poda curta apresentaram as
menores produções e número de frutos por planta, com conseqüente aumento no
peso médio dos frutos. No RJ, os maiores frutos foram produzidos pelas plantas
podadas em dezembro, enquanto no ES nas plantas podadas em dezembro e
janeiro. A produção de frutos no RJ foi maior nas plantas podadas em dezembro,
e no ES nas plantas submetidas às podas médias e longas em fevereiro. A
irrigação proporcionou maiores números de brotos emitidos e de ramos
x
estabelecidos, bem como aumentos de produção, de número de frutos por planta,
e no tamanho e peso médio dos frutos. A intensidade da poda de frutificação não
influenciou os teores de sólidos solúveis totais, acidez total titulável e ratio dos
frutos, enquanto a irrigação e a época de poda influenciaram.
xi
ABSTRACT
SERRANO, Luiz Augusto Lopes, D.Sc., Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, June 2007; Phenology and yield of the ‘Paluma’ guava
tree subjected the different fructification pruning times and intensities. Prof.
Adviser: D.Sc. Cláudia Sales Marinho.
The knowledge of the guava tree phenology is indispensable for the planning of all
the activities related to the fruits yield and commercialization. The guava tree has
positive answers to the fructification pruning, however if it is not realized in
appropriate times and intensities, a yield decrease may occur. This work had as
objectives to evaluate the phenology and yield of the guava tree in different
environments, submitted to different times and intensities of fructification pruning.
In 2004/2005, an experiment was realized in irrigated 'Paluma' guava tree orchard,
with seven years old, in São Francisco do Itabapoana (21°17’54”S; 41°09’47”W;
23 m), Rio de Janeiro State (RJ), Brazil. It was evaluated the phenologyc
characteristics, the fruits and branches growth, and the plants yields in four
fructification pruning times (August 14, 2004; October 09, 2004; December 12,
2004 and February 22, 2005) submitted to three pruning intensities (heavy,
medium and light), made in agreement with the diameter of each branch of the
plant. In 2005/2006, another experiment was realized in 'Paluma' guava tree
orchard with 15 months old, in Pedro Canário (18°03’27”S; 40°06’04”W; 118 m),
Espírito Santo State (ES), Brazil. It was evaluated the phenologyc and yield
xii
characteristics of the plants, and the fruits growth and quality of the plants
cultivated in irrigated and without irrigated conditions, in four fructification pruning
times (November 10, 2005; December 09, 2005; January 13, 2006 and February
10, 2006) submitted to three pruning intensities (heavy, medium and light), made
in all the branches of the plants, independent of the diameter of the same ones.
The 'Paluma' guava tree cycle, among the pruning until the harvested, varied
among 168 to 210 days in RJ, and among 182 to 203 days in ES, with largest
cycles happened in February. After the pruning, the blooming finish in RJ
happened among 70 to 84 days, and among 70 to 77 days in ES. The fruits
physiologic fall, in both areas, happened until the 56 days after the blooming finish.
The guava fruit growth curve was shown to be double sigmoidal rather, with three
periods of 42 days each. The beginning fruits maturation happened, at the most, to
the 112 days after blooming finish. The light pruning provided the largest numbers
of emitted sprouts, of established branches, of productive and vegetative
branches. In RJ, the largest number of fruits for pruned branch happened in the
plants submitted to the light pruning in August, while in ES happened in the plants
submitted to the light pruning in February. In RJ, the largest index of fruits set
happened in the plants pruned in December and in ES in the plants submitted to
the medium and light pruning in February. When the fructification pruning was
realized in agreement with the diameter of each branch of the plant, difference
was not verified in fruits size in relation to the intensity pruning. However, when the
same intensity pruning was realized in all the branches of the plants, those
submitted to the heavy pruning presented the smallest productions and number of
fruits for plant, with consequent increase in the fruits medium weight. In RJ, the
largest fruits were produced by the plants pruned in December, while in ES the
same was observed in the plants pruning in December and January. In RJ, the
yield was larger in plants pruned in December, while in ES in the plants submitted
to the medium and light pruning in February. The irrigation provided larger
numbers of emitted sprouts and of established branches, as well as production
increases, of number of fruits for plant, and fruits size and medium weight. Total
soluble solids, titratable acidity and ratio were not affected by pruning intensity;
however, those characteristics were affected by cultivate systems and pruning
time.
1. INTRODUÇÃO
A importância econômica da cultura da goiabeira (Psid ium guajava L.) se
dá em virtude das várias formas de aproveitamento de seu fruto. A goiaba é
considerada pelos nutricionistas uma das mais completas e equilibradas frutas no
que diz respeito ao valor nutritivo e, devido às suas qualidades sensoriais, é
apreciada tanto na forma fresca como industrializada em forma de doces em
pasta, compotas, geléias, sorvetes e sucos. Destaca-se em sua composição os
teores de fibras, açúcares totais, potássio, vitamina A, vitamina C (até 492 mg por
100 g do fruto fresco), vitaminas do complexo B, β-caroteno e licopeno (Soubihe
Sobrinho, 1951; Purseglove, 1968; Pereira, 1995; Choudhury et al., 2001).
A goiaba é um fruto de fácil agregação de valor econômico (Rozane et al.,
2003) e o retorno do investimento ocorre a partir do terceiro ano após o plantio
(Agrianual, 2005). É uma frutífera importante do ponto de vista social por ser
cultivada por pequenos produtores que utilizam, na sua grande maioria, mão-de-
obra familiar e por ser geradora de empregos no meio rural e industrial, mantendo
a mão-de-obra rural empregada por períodos mais longos (Ide et al., 2001).
Atualmente, devido principalmente à globalização, os produtores de
goiaba e/ou empresários rurais precisam enfrentar a concorrência mundial.
Devem atualizar-se com as novas t
2
qualidade mercadológica, produzir a baixo custo, com constância de
fornecimento, confiança e baixo risco de perda de competitividade (Choudhury et
al., 2001).
A produção da goiabeira está relacionada com o florescimento e a
frutificação, podendo variar em função de fatores genéticos, ambientais e de
manejo dos pomares (Corrêa et al., 2002). Assim, torna-se importante conhecer a
fenologia da planta em cada situação de cultivo, pois este conhecimento auxiliará
o produtor na programação dos tratos culturais e de épocas mais favoráveis à
colheita dos frutos (Pereira e São José, 1987).
A fenologia de uma planta baseia-se nas observações de estádios de
desenvolvimento externamente visíveis (fenofases) e na cronologia dos eventos
fenológicos, proporcionando informações ecológicas importantes sobre a duração
média das diferentes fenofases da espécie em uma determinada área e local
(Larcher, 2000).
A goiabeira responde muito bem à poda de frutificação quando associada
à irrigação e adubação, podendo, em regiões de clima tropical, florescer e
frutificar continuamente durante todo o ano (Shigeura e Bullock, 1976; López
García e Pérez-Pérez, 1977). Nesse caso é possível colher até três safras em
dois anos, estimulando a oferta de empregos no setor industrial e permitindo ao
produtor a comercialização de seus produtos na entressafra (Piza Junior, 1997;
Gonzaga Neto et al., 2001). Entretanto, Gonzalez e Sourd (1982) constataram
que a realização da poda de frutificação em épocas e em intensidade impróprias
pode reduzir a produção de goiabas.
Devido à escassez de dados sobre a fenologia, produção e resposta da
goiabeira à prática da poda de frutificação nas regiões produtoras dos Estados do
Rio de Janeiro e Espírito Santo, esse trabalho teve como objetivo principal a
caracterização fenológica e produtiva da goiabeira ‘Paluma’ submetida a
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação em diferentes ambientes.
2. OBJETIVOS
1- Avaliar e caracterizar as fases fenológicas e a produção da goiabeira ‘Paluma’
cultivada em São Francisco do Itabapoana, região Norte do Estado do Rio de
Janeiro, submetida a diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação;
2- Avaliar e caracterizar as fases fenológicas, a produção e a qualidade dos frutos
da goiabeira ‘Paluma’ cultivada em Pedro Canário, região Norte do Estado do
Espírito Santo, em ambiente irrigado e de sequeiro, submetida a diferentes
épocas e intensidades de poda de frutificação.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Aspectos econômicos da cultura da goiabeira
A cultura da goiabeira, devido à facilidade de seu cultivo em diversos tipos
de solos e climas, tem importância mundial por contribuir na economia de vários
países tropicais e subtropicais. O cultivo da goiabeira favorece milhões de
pessoas pelo alto valor nutricional de seus frutos quando consumido in na t u r a, e
pela possibilidade de processamento na produção de sucos, geléias e doces.
Além disso, outras partes da goiabeira são utilizadas na composição de remédios
naturais (Medina, 1988; Yadava, 1996).
No Brasil, apesar da goiaba ser uma das frutas tropicais mais populares e
de maior aceitação, o consumo da fruta in natura é considerado pequeno,
variando de 300 a 380 gramas anuais per capita (Zambão e Bellintani Neto, 1998;
Choudhury et al., 2001), o que pode equivaler ao consumo de apenas um fruto
por habitante por ano.
A produção da goiaba em escala industrial no Brasil teve início na década
de 70, quando grandes áreas tecnificadas foram implantadas, com produção
direcionada para o mercado nacional e internacional, na forma in natura,
industrializada (doces e sucos) e desidratada (Choudhury et al., 2001).
5
Destacam-se como os maiores produtores mundiais a Índia, o Paquistão,
o Brasil, o Egito, a Venezuela, os Estados Unidos, a África do Sul, o México, a
Austrália e o Quênia (Pereira e Nachtigal, 2002).
A participação do Brasil no mercado internacional da goiaba in natura é
pequena, contudo com a tendência mundial no aumento do consumo de frutas in
natura e de sucos naturais essa participação tende a aumentar (Zambão e
Bellintani Neto, 1998). Entre 1994 e 1996, o Brasil exportou 297 toneladas de
goiaba in natura, e entre 2004 e 2006, houve um aumento para 384,3 toneladas
(IBRAF, 2007). Os principais compradores da goiaba brasileira são França,
Holanda, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, Canadá, Cabo Verde, Suíça,
Angola e Uruguai (IBRAF, 2007).
Os derivados de goiaba de maior aceitação nos mercados nacional e
internacional são a polpa do purê enlatado, o suco concentrado, a goiabada e os
doces em pasta (Choudhury et al., 2001).
Dados do IBGE (2007) mostram que, no ano de 2005, o Brasil produziu
345 mil toneladas de goiaba em uma área de 16,3 mil hectares, perfazendo uma
produtividade de 21,2 t ha
-1
. A goiabeira é cultivada em todas as regiões do Brasil,
sendo o Nordeste e o Sudeste os maiores produtores regionais e Pernambuco
(123,4 mil toneladas) e São Paulo (117,9 mil toneladas) os maiores produtores
estaduais. A cultura tamm é explorada de forma expressiva em Goiás, Bahia,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Espírito
Santo.
O rendimento médio da produção nacional é considerado baixo, pois
pomares de goiabeiras ‘Paluma’ e ‘Rica’ podem atingir a média anual de 50 t ha
-1
(Pereira e Nachtigal, 2002). Os rendimentos observados no Distrito Federal (36,93
t ha
-1
) e em Goiás (36,05 t ha
-1
) estão bem acima do nacional (IBGE, 2007).
Gonzaga Neto et al. (2001) em Pernambuco, e Zanini e Pavani (1997) em São
Paulo, relataram a obtenção de produções de frutos de 200 kg por planta por ano,
equivalente a uma produtividade anual de, aproximadamente, 76 t ha
-1
, se
considerar um pomar com espaçamento de 6,5 x 4,0 m.
Até o início da década de 90, o mercado brasileiro de goiaba sempre
esteve dividido em dois segmentos: o de goiabas in natura e o de goiabas para a
indústria. A partir deste período, com a introdução de cultivares de dupla aptidão,
a goiabeira passou a ser explorada em três sistemas de produção bastante
6
distintos, em virtude da dedicação que exigem do produtor, do planejamento da
cultura, do capital envolvido e do destino da produção. Esses três sistemas são
classificados como cultura de goiaba de mesa (para consumo in natura), cultura
de goiaba para a indústria e cultura mista. O sistema de cultura mista visa atender
aos dois mercados simultaneamente, tornando-se uma alternativa bastante
interessante para os produtores, uma vez que os frutos de melhor qualidade são
destinados ao mercado de fruta in natura, e o restante é destinado às indústrias
para processamento (Piza Junior, 1997).
Segundo Kavati (1997), para o mercado de fruta in natura, uma das
características mais importantes é o tamanho do fruto. As goiabas maiores
exercem maior atração sobre o consumidor, alcançando, por isso, melhor preço
de mercado. Já o mercado industrial tem preferência por frutos de tamanho médio
(Chitarra et al., 1981).
Consideram-se como parâmetros ideais de qualidade para a prática da
colheita, a coloração da casca do fruto (verde-amarelada); a firmeza do fruto (10 a
12 kgf cm
-2
); a densidade do fruto (0,98 a 1,11 g cm
-3
); o teor de sólidos solúveis
totais (9 a 10°Brix); a acidez total titulável (0,30 a 0,40% em ácido cítrico) e o ratio
– relação entre o teor de sólidos solúveis totais e a acidez total titulável – (25 a
30) (Choudhury et al., 2001).
Na CEAGESP, a goiaba é classificada, quanto ao peso, em três classes
que separam frutos acima de 180 g, frutos entre 150 a 180 g e frutos abaixo de
150 g. Os frutos de melhor categoria devem apresentar polpa colorida (mínimo
50% da área) e casca de coloração verde, sem manchas, lesões e danos
mecânicos (Choudhury et al., 2001).
O preço pago pela indústria é, aproximadamente, três vezes menor que o
pago pelo mercado da fruta in natura (mercado de mesa). Entretanto, os gastos
de manutenção de pomares destinados à produção de frutos para a indústria são
menores devido ao menor rigor com a qualidade da fruta. Além disso, a produção
de frutos é maior, pois o desbaste de frutos não é realizado e porque as
variedades indicadas para a indústria apresentam maior potencial produtivo
(Rozane et al., 2003). Na CEAGESP, em 2004, o preço médio pago pela goiaba
de mesa foi de R$ 0,62 kg
-1
, enquanto o preço médio pago pela indústria ficou em
torno de R$ 0,17 kg
-1
(Agrianual, 2005).
7
Os maiores volumes de goiaba comercializados na CEAGESP, na
CEASA-RJ e na CEASA-MG são registrados no primeiro semestre do ano. A
maior oferta ocorre entre os meses de janeiro a abril, quando os preços são mais
baixos. Os melhores preços, por sua vez, são obtidos entre os meses de agosto a
novembro (Agrianual, 2005).
3.2. A cultura da goiabeira nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo
As possibilidades de expansão da cultura da goiabeira nos Estados do
Rio de Janeiro e do Espírito Santo são bastante favoráveis, tendo em vista o
crescimento da demanda de goiaba pelas indústrias de processamento e de
envasamento de sucos prontos para beber, que estão instaladas ou em fase de
instalação, tanto no Espírito Santo como nos Estados vizinhos (Ide et al., 2001;
INCAPER, 2003).
Como o Estado do Espírito Santo conta com a segunda maior indústria de
sucos prontos para beber do Brasil, a qual adquire anualmente cerca de 10 mil
toneladas de polpa de goiaba, através de importação das regiões produtoras de
São Paulo, a possibilidade de absorção da produção de frutos dos pomares
capixabas torna-se altamente viável (INCAPER, 2003).
Segundo o IBGE (2007), o Estado do Rio de Janeiro produziu em 2005,
9.609 toneladas de goiaba em 578 hectares, perfazendo um rendimento de
apenas 16,62 t ha
-1
. Há no Estado duas principais regiões produtoras, uma que se
concentra na produção de frutas para o consumo in natura, destacando-se os
municípios de Itaguaí, Seropédica e Cachoeiras de Macacu, em cujos pomares
predominam as variedades ‘Ogawa’ e ‘Pedro Sato’; e uma região que pratica a
cultura do tipo mista, abrangendo os municípios de São Francisco do Itabapoana,
São João da Barra e Campos dos Goytacazes, que, com o cultivo predominante
da goiabeira ‘Paluma’, atendem a demanda das indústrias produtoras de doce na
região e abastecem o mercado de frutas frescas (Almeida, 1999; Ide et al., 2001).
O Estado do Espírito Santo produziu em 2005, 5.377 toneladas de goiaba
em 243 hectares, perfazendo uma produtividade de 22,1 t ha
-1
. Os maiores
produtores estaduais são os municípios de Santa Teresa, São Roque do Canaã e
Colatina (IBGE, 2007).
8
Com o intuito de dar um novo impulso no agronegócio frutícola capixaba,
a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca
(SEAG/ES) em parceria com outras entidades, propôs a criação do “Pólo de
produção de goiaba para indústria no Estado do Espírito Santo”. O
desenvolvimento do Pólo de goiaba teve seu início em 2003, no distrito de Cristal
do Norte, município de Pedro Canário, tendo como meta o plantio de
aproximadamente 300 hectares da variedade ‘Paluma’ (120.000 mudas), para ser
obtida uma produção em torno de 10,5 mil toneladas anuais, quando toda área
plantada estiver na fase adulta (INCAPER, 2003).
3.3. Origem e aspectos botânicos da goiabeira
Segundo Soubihe Sobrinho (1951), a goiabeira é de origem americana,
estando o local de origem compreendido entre o Sul do México e o Brasil.
Pertencente à família Myrtaceae e ao gênero Ps id iu m , é considerada
economicamente a frutífera mais importante deste gênero (Zayas, 1968) e desta
família (Brown e Wills, 1983). É classificada como Ps id ium guajava L., e todas as
variedades comerciais são diplóides com número básico de cromossomos igual a
11 (Purseglove, 1968), não havendo distinção de espécies em função da forma ou
coloração dos frutos (Pereira e Nachtigal, 2002).
A goiabeira é largamente cultivada nas regiões tropicais e subtropicais do
mundo, sendo que nas Américas é cultivada entre as latitudes de 30
o
N e 30
o
S,
que compreende desde o Sul da Califórnia e Flórida (EUA) até o Sul do Brasil e
Norte da Argentina (Hayes, 1945; Zambão e Bellintani Neto, 1998). Na Europa é
cultivada na França (Provença), Espanha (Cerdeña) e Itália (Nápoles e Sicília). É
comum na África tropical sendo cultivada na Tunísia, Congo, Senegal, Costa do
Marfim, Angola, Madagascar e África do Sul. Na Ásia é cultivada na China, Índia
(Uttar Pradesh e Bihar), Paquistão (Shariqpur, Kasur e Lahore), Malásia (Perak,
Johore, Selangor), Ceilão, Vietnã e Indonésia. Tamm é cultivada na Oceania,
principalmente na Austrália (Queesland) e no Tahiti (Singh et al., 1967; Brown e
Wills, 1983; Haag, 1986; Manica et al., 2000).
A goiabeira é um arbusto ou uma árvore de pequeno porte (Koller, 1979),
que pode atingir de 3 a 10 m de altura por 5 a 6 m de diâmetro de copa, variando
9
de acordo com as condições locais (Purseglove, 1968; Medina, 1988; Zambão e
Bellintani Neto, 1998).
A goiabeira possui elevado potencial de multiplicação tanto via sexuada
como assexuada (Rey, 1998a). A propagação sexuada aumenta a longevidade do
pomar, porém provoca atraso na frutificação e eleva o porte da planta dificultando
os tratos culturais. A propagação assexuada é a mais empregada nos cultivos
comerciais, pois confere precocidade no início de produção bem como a obtenção
de pomares homogêneos, sendo a estaquia o método mais utilizado atualmente
(Gonzaga Neto et al., 1993; Pereira e Nachtigal, 2002).
A goiabeira apresenta denso sistema radicular, característica que lhe
favorece na concorrência com outras espécies (Rey, 1998b). As raízes mais finas
da goiabeira (<1,0 mm de espessura) constituem aproximadamente 77% do total
do sistema radicular, estando presente tanto nas camadas superficiais como nas
camadas mais profundas (Medina, 1988). Apenas as goiabeiras propagadas via
sementes apresentam raiz pivotante, de crescimento rápido com dimensões
bastante superiores às ramificações laterais. Entretanto, em pomares adultos tem-
se verificado que as raízes secundárias laterais, surgidas na raiz principal próxima
em nível do solo, desenvolvem-se de tal forma que praticamente equivalem-se à
raiz pivotante (Pereira e Martinez Junior, 1986).
Ao verificar a distribuição do sistema radicular da goiabeira ‘Rica’
produzida a partir de estaquia herbácea, com 12 anos de idade, Fracaro e Pereira
(2004) verificaram um vigoroso sistema radicular sem a caracterização da raiz
principal. No entanto, a planta apresentou diversas raízes espessas com bom
aprofundamento em volta do tronco em um raio de 0,8 m; distribuição homogênea
das raízes primárias, principalmente próximas ao tronco e; grande número de
raízes primárias até a profundidade de 0,4 m. Em Petrolina, PE, embora tenham
sido encontradas raízes até 1,2 m de profundidade e até 2,4 m do tronco,
constatou-se que 80% do sistema radicular da goiabeira ‘Paluma’ em cultivo
irrigado, com 2,5 anos de idade, estava presente até 0,94 m de profundidade e
até 1,23 m distante do tronco (Ferreira, 2004).
A casca do caule da goiabeira adulta, de cor castanho-arroxeada, é fina,
lisa e brilhante, muito aderente quando viva e se solta em lâminas quando seca
(Medina, 1988). Na casca do caule existe entre 28 a 30% de tanino (Pereira e
Martinez Junior, 1986). O tronco, nem sempre cilíndrico, é normalmente curto,
10
devido à tendência de ramificação precoce e abundante apresentada pela planta
(Medina, 1988; Manica et al., 2000). O diâmetro médio do tronco varia em torno
de 15 a 25 cm (Zambão e Bellintani Neto, 1998).
Os ramos novos da goiabeira, surgidos na primavera, são quadrangulares
de coloração inicial amarelo-esverdeado e quando maduros são cilíndricos e
marrom-escuros. Podem atingir comprimento médio de 60 a 150 cm e crescem
paralelamente ou perpendicularmente ao solo, e é neles que surgem as
inflorescências, o que caracteriza a goiabeira como planta que produz em ramo
do ano (Pereira, 1995).
As folhas da goiabeira são de coloração verde-amarelada, ligeiramente
lustrosas na face superior e pubescentes na inferior (Piza Junior e Kavati, 1994),
são opostas, de formato elíptico-oblongo, coreáceas e semicaducifólias, caindo
após a maturação e se renovando no início da primavera (Pereira, 1995). A forma
e o tamanho das folhas são bastante variáveis e servem para a diferenciação de
variedades, apresentando comprimento variável entre 5 e 15 cm e largura entre 3
e 7 cm (Purseglove, 1968). As nervuras são deprimidas na face superior da folha
e salientes na face inferior (Piza Junior e Kavati, 1994).
As flores da goiabeira são hermafroditas, heteroclamídeas, actinomorfas e
epígenas. Não apresentam glândulas nectaríferas, mas possuem numerosas
glândulas de óleo essencial. O cálice é constituído por quatro a cinco sépalas,
brancas na face superior e verdes na inferior, com pontuações translúcidas e
concrescentes desde a prefloração. A corola apresenta quatro a cinco pétalas
alvas, com pontuações translúcidas, ligeiramente pubescentes, imbricadas, com a
base larga, dialipétalas, galeatiformes e caducas. O androceu é composto por
numerosos estames (cerca de 350) e o gineceu por um ovário ínfero, tri ou
tetralocular, com numerosos óvulos (Soubihe Sobrinho, 1951).
A inflorescência da goiabeira é do tipo dicásio. A gema lateral florífera
está presente na axila das folhas do ramo em crescimento, que surge
naturalmente ou após a poda (Soubihe Sobrinho, 1951; Pereira, 1995). Essa
gema desabrocha e uma inflorescência se desenvolve trazendo um botão floral na
extremidade do eixo que possui na base duas brácteas opostas onde podem
aparecer, ainda, dois botões floríferos laterais formando um total de três flores,
entretanto é mais comum a presença de apenas um botão florífero por
inflorescência (Soubihe Sobrinho, 1951).
11
A goiabeira apresenta uma taxa de autofecundação significativamente
maior que a taxa de fecundação cruzada. Entretanto, a taxa de fecundação
cruzada é considerada alta, entre 25,7 a 41,3%, considerando-se 36,6% como
índice médio (Soubihe Sobrinho e Gurgel, 1962), caracterizando a goiabeira como
uma espécie autógama-alógama (Medina, 1988).
A goiaba é uma baga globosa (Pereira, 1995), ovóide ou piriforme
(Medina, 1988), que varia, conforme a variedade, no tamanho, forma, aroma,
sabor, espessura e coloração de polpa (Gonzaga Neto et al., 2001). Quando
madura, a goiaba apresenta coloração da casca variando entre verde (“de vez”) a
amarela (maduro), com peso entre 50 a 800 g, dependendo da variedade e dos
tratos culturais dispensados à planta (Pereira, 1995), e é coroada pelos lobos
persistentes do cálice (Piza Junior e Kavati, 1994). A goiaba apresenta padrão
climatérico de respiração, e quanto mais maduro o fruto maiores são as taxas de
produção de CO
2
e etileno (Brown e Wills, 1983; Mercado-Silva et al., 1998).
A polpa da goiaba é sucosa, doce e fragrante, tendo entre 1 a 2 cm de
espessura (Pereira, 1995), correspondendo a, aproximadamente, 65% do peso do
fruto (Zambão e Bellintani Neto, 1998).
As sementes da goiaba são de formato reniforme ou achatadas, duras,
com tamanho de 2 a 3 mm (Zambão e Bellintani Neto, 1998) e emmero
variável conforme o cultivar, podendo ultrapassar 2% do peso total da fruta
(Pereira e Nachtigal, 2002). São classificadas como monoembriônicas e
ortodoxas, retendo sua viabilidade por aproximadamente um ano, e germinam
dentro de duas a três semanas (Soubihe Sobrinho, 1951; Medina, 1988).
3.4. Exigências climáticas da goiabeira
A goiabeira é considerada uma planta rústica devido à sua flexibilidade de
adaptação às variações do ambiente (Rey, 1998c), adaptando-se a climas
tropicais e subtropicais (Rathore, 1976; Pereira, 1995). Segundo Haag (1986), o
cultivo da goiabeira pode ser feito nos seguintes tipos climáticos, descritos por
Köppen: Am (Tropical chuvoso), Af (Floresta tropical), Aw (Savana tropical), Bs
(Semi-árido), Cf (Subtropical úmido sem estação seca), Cfa (Cf com verão
quente), Cw e Cwa (Subtropical com inverno seco).
12
A goiabeira vegeta e produz desde o nível do mar até 1.700 m de altitude,
tanto em regiões de clima úmido quanto em regiões de clima seco (Gonzaga Neto
et al., 2001). Na Índia, são encontrados goiabais acima de 1.000 m de altitude; na
Jamaica, acima de 1.200 m; na Costa Rica, acima de 1.400 m; e no Equador,
acima de 2.300 m (Morton, 1987). No entanto a produção é afetada à medida que
a temperatura decresce (Kavati, 1997).
A goiabeira é considerada resistente à seca e às altas temperaturas,
podendo tolerar temperaturas de até 46°C (Singh et al., 1967), mas é tamm
sensível ao frio não tolerando geada. Geadas rigorosas provocam queimas das
folhas e dos ramos, tornando inviável a recuperação dos pomares atingidos
(Medina, 1988). Temperaturas abaixo de 12°C limitam a produção por inibir a
emissão de novos brotos (Gonzaga Neto et al., 2001). A temperatura de -4°C é
considerada letal para a planta (Sentelhas et al., 1996).
Considera-se como faixa ideal de temperatura média do ar para o cultivo
da goiabeira, o intervalo entre 23°C e 28°C (Medina, 1988; Piza Junior e Kavati,
1994; Gonzaga Neto et al., 2001), e 25°C como temperatura média anual ótima
(Pereira, 1995). Rathore (1976) e Singh et al. (1996) na Índia, e Mercado-Silva
(1998) no México, constata.2(o)-02JsJs
13
o crescimento, a floração e a frutificação. O ponto de saturação fotossintética para
as folhas da goiabeira é elevado, situando-se em torno de 925 µmol m
-2
s
-1
(Gonzaga Neto et al., 2001). A resposta da copa da goiabeira em níveis de
radiação solar é característica de plantas C
3
(Walker et al., 1979).
Recomenda-se que o cultivo seja feito em terrenos protegidos dos ventos
e com boa insolação (Piza Junior e Kavati, 1994). Os ventos fortes são
prejudiciais às folhas e flores, deixando-as ressecadas. Os ventos frios e as
geadas podem levar a planta à morte (Zambão e Bellintani Neto, 1998). Apesar
de ser considerada resistente à inundação, a goiabeira não prospera em terrenos
pantanosos, encharcados ou úmidos, ficando raquíticas e doentes (Zayas, 1968;
Koller, 1979; Medina, 1988).
Os solos areno-argilosos, de textura leve, profundos e bem drenados,
ricos em matéria orgânica, com pH entre 5,0 e 6,5 são os mais recomendados
para o cultivo da goiabeira (Pereira, 1995). As plantas jovens de goiabeira são
sensíveis à salinidade com drástica redução da área foliar (Távora et al., 2001);
redução da matéria seca total e da relação entre a parte aérea e a raiz (Ferreira et
al., 2001). Em goiabeiras adultas, a salinidade reduz o crescimento dos ramos, o
conteúdo de clorofila nas folhas, a taxa fotossintética e a transpiração (Ali-Dinar et
al., 1999).
3.5. Fenologia da goiabeira
O conhecimento da fenologia é baseado nas observações de estádios de
desenvolvimento externamente visíveis (fenofases), como, por exemplo,
emergência das gemas, desenvolvimento das folhas, floração e desenvolvimento
dos frutos. A organização das datas fenológicas proporciona informações
ecológicas importantes sobre a duração média das diferentes fenofases das
distintas espécies em uma área, e sobre o local e as diferenças determinadas
pelo clima nas datas de início dessas fases (Larcher, 2000).
A observação do comportamento de uma mesma variedade em diferentes
ambientes é muito importante na avaliação de suas características genéticas
(Corrêa et al., 2002).
14
Rovira (1988), na Venezuela, classificou o ciclo de vida produtivo da
goiabeira em quatro fases. A primeira fase compreenderia o período de
crescimento, entre dez meses e dois anos de idade. A segunda fase
corresponderia ao período de plena produção, dos três aos cinco anos de idade.
A terceira fase compreenderia o período de produção, dos cinco aos oito anos de
idade. A quarta fase corresponderia à senilidade, iniciada a partir dos nove anos
de idade. Entretanto, Purseglove (1968), Koller (1979) e Pereira e Martinez Junior
(1986) relatam a existência de pomares de 15 a 30 anos de vida útil.
Freqüentemente, a frutificação da goiabeira oriunda da propagação
sexuada (sementes) começa no segundo ou terceiro ano após o plantio no local
definitivo. Já a frutificação da goiabeira oriunda da propagação assexuada
(estaquia e ou enxertia), inicia-se a partir de 7 ou 8 meses após o plantio
(Gonzaga Neto et al., 2001) e a produção inicia-se no máximo no segundo ano
após o plantio (Piza Junior, 1997).
Em regiões que as estações do ano são bem definidas, os períodos
específicos de frutificação e florescimento são observados devido às variações na
temperatura e ou na precipitação pluvial (Medina, 1988). Nas regiões Sudeste e
Centro-Oeste do Brasil, em condições naturais, o surgimento de novas brotações
ocorre, predominantemente, no início do período chuvoso (setembro a outubro),
ocasião em que as folhas maduras são substituídas por novos brotos que contêm
gemas floríferas e vegetativas. As brotações não são uniformes, razão pela qual a
florada ocorre durante o período de setembro a novembro em diversos surtos e a
maturação dos frutos no período de janeiro a março (Pereira e Martinez Junior,
1986; Piza Junior e Kavati, 1994).
Quando se pratica a poda de frutificação, o florescimento nos ramos
podados ocorre três a quatro meses após essa operação (Piza Junior, 1994).
Soubihe Sobrinho (1951) verificou que a as flores desabrocharam aos 57
dias após o surgimento dos botões florais, e que as pétalas e os estames
começaram a cair no mesmo dia da abertura da flor, perdurando,
aproximadamente, 5 dias para a sua queda total. Este autor observou, ainda, que
os frutinhos verdes surgiram aos 72 dias após o surgimento dos botões florais.
O comportamento das plantas quanto ao florescimento e frutificação pode
variar em função de vários fatores, entre eles os genéticos e os ambientais. O
manejo dos pomares, como o espaçamento entre plantas, as fertilizações e a
15
poda, dentre outros, podem interferir no padrão de florescimento e de frutificação
(Corrêa et al., 2002).
As flores localizadas do meio para a base do ramo são as que têm
maiores possibilidades de produzir frutos maduros e, na maioria dos casos, o
botão do eixo principal é o que floresce primeiro e o que tem maior probabilidade
de vingamento, além de alcançar o maior tamanho. Por isso este fruto é
selecionado para permanecer na planta por ocasião do raleio de frutos, que é
feito, geralmente, para frutos destinados à exportação, pois estes devem ser
uniformes quanto ao tipo e classe (Soubihe Sobrinho, 1951; Medina, 1988;
Pereira, 1995; Piza Junior, 1997).
O pegamento final dos frutos da goiabeira, dado pela relação entre o
número de botões florais surgidos e o número de frutos colhidos (Pereira, 1995),
está em torno de 12% (Corrêa et al., 2002) a 22% (Soubihe Sobrinho, 1951),
podendo diferir de um ano para outro, dependendo das condições climáticas, ciclo
da planta, ataque de pragas, etc (Soubihe Sobrinho, 1951). Menzel e Paxton
(1986) verificaram em sete variedades de goiabeira cultivadas na Austrália, que a
abscisão de flores e frutos novos estão correlacionados positivamente com o
número de flores e frutos por ramo. Segundo Nagar e Raja Rao (1986), as
concentrações endógenas de auxinas, giberelinas e citocininas tamm estão
associadas com a fixação dos frutos.
Soubihe Sobrinho (1951) verificou que a maior queda de frutos novos
ocorre após a floração e que a partir desta fase, a queda dos frutos verdes é
pequena. A queda de frutos novos na goiabeira pode representar um sério
problema nos pomares comerciais, pois há registro de cultivares, nos quais,
apesar de o índice de frutificação inicial ser em torno de 54%, apenas 6% do total
dos frutos da planta chegam à maturação (Singh e Sehgal, 1968; Manica et al.,
2000).
A curva de crescimento da goiaba, proposta por Rathore (1976), foi
definida como uma sigmóide dupla, apresentando três fases distintas de
crescimento. A primeira fase foi caracterizada por um crescimento acelerado,
principalmente nos períodos quentes, tendo início alguns dias após a antese e
prosseguindo por 45 a 60 dias, dependendo das condições climáticas. A segunda
fase, relativamente lenta, apresentou duração entre 30 a 60 dias, quando ocorreu
o amadurecimento e o endurecimento das sementes. A terceira fase foi
16
caracterizada por um incremento exponencial da taxa de crescimento do fruto,
quando ocorreu a mudança de coloração externa do fruto, que passou do verde
para o amarelo. Pereira e São José (1987) no Brasil, Mercado-Silva et al. (1998)
no México, e Cañizares et al. (2003) na Venezuela, também observaram que os
padrões de crescimento das goiabas ‘Rica’, ‘Média China’ e ‘Río Chiquito’
seguiram uma curva do tipo sigmóide dupla.
O período que vai do florescimento à maturação dos frutos é muito
variável, possibilitando a classificação das variedades em três grupos: precoces,
meia-estação e tardias (Pereira e Martinez Junior; 1986; Pereira, 1996). No Brasil,
a maturação dos frutos da goiabeira ocorre entre 90 e 140 dias após a antese
(Gomes, 1972; Pinto, 1975; Pereira e São José, 1987). Quando se pratica a poda
de frutificação, a maturação dos frutos ocorre entre 180 a 240 dias após a
realização desta (Gonzaga Neto et al., 2001).
Nos Estados Unidos, a maturação dos frutos da goiabeira ocorre dos 90
aos 150 dias após a antese e a produção de goiabas se concentra nos meses do
verão (Purseglove, 1968; Morton, 1987; Campbell e Malo, 1994; Yadava, 1996).
Zeledon e Wan Fuh (1994) relatam que na Costa Rica a colheita dos frutos da
goiabeira se dá após 120 dias da antese. Mercado-Silva et al. (1998), no México,
observaram que o período entre a antese e a maturação dos frutos da goiabeira
‘Média China’ variou de 130 (primavera-verão) a 190 dias (outono-inverno). Na
Venezuela, Cañizares et al. (2003) verificaram que a maturação da goiaba ‘Río
Chiquito’ ocorreu aos 154 dias após a antese.
Singh et al. (1967) relatam que, no Nordeste Indiano, é verificado um
período de 150 dias da antese até a colheita.
Para determinar a fenologia da goiabeira ‘Paluma’, em Petrolina, PE,
Teixeira et al. (2003) e Ferreira (2004) dividiram o ciclo entre a poda de
frutificação até a colheita em cinco fases distintas. A primeira fase correspondeu à
brotação e crescimento vegetativo. A segunda fase correspondeu ao crescimento
vegetativo e ao florescimento. A terceira fase foi caracterizada pelo período que
ocorre a queda fisiológica dos frutos. A quarta fase correspondeu ao período de
crescimento dos frutos. A quinta fase compreendeu a época de maturação e de
colheita dos frutos.
17
3.6. Poda de frutificação na goiabeira
A característica fundamental dos modelos de produção de goiaba é a
utilização de um método de poda, denominado “poda de frutificação”,
desenvolvido por agricultores de origem japonesa, que, quando associado à
irrigação e ao adequado manejo de adubação, possibilita a obtenção de frutos ao
longo de todo o ano (Piza Junior, 1997).
A goiabeira é uma das poucas espécies tropicais que devem ser podadas
periódica e sistematicamente, pois as flores surgem somente nas novas
brotações terminais emergentes, independentemente da época do ano (Zayas,
1968). A prática da poda atua como estímulo à brotação, uma vez que os cortes
realizados nos tecidos geram estímulos de crescimento nas células cambiais e
nas células dos meristemas (Samish, 1954; Faust, 1989).
A poda de frutificação na goiabeira consiste no encurtamento dos ramos
que já produziram frutos, distribuindo-os adequadamente pela planta (Piza Junior,
1997). Cria-se, assim, o estímulo necessário à produção de uma nova vegetação
com novas gemas produtivas permitindo a obtenção de colheitas em épocas
desejadas (Shigeura e Bullock, 1976) desde que haja disponibilidade de água e
temperatura adequada para o crescimento e desenvolvimento dos frutos.
Faust (1989) e Sousa (2005) afirmam que a poda de frutificação
regulariza e melhora a frutificação da planta, diminuindo o excesso de vegetação
e proporcionando um equilíbrio no número de ramos frutíferos, evitando-se, dessa
maneira, a superprodução da planta, que pode reduzir a qualidade dos frutos e
acarretar na decadência rápida das plantas.
Goiabeiras podadas tendem a apresentar maior produção de frutos do
que as não podadas e, em uma mesma área, pode-se cultivar um maior número
de plantas resultando em obtenção de maior produtividade (Hayes, 1945;
Castellano et al., 1998).
Quando as plantas não são podadas, ou se a poda é realizada de forma
inadequada, há um aumento na estrutura vegetativa da planta, causando pesado
sombreamento e decréscimo no desenvolvimento das gemas frutíferas, em que
estas se desenvolverão somente no topo e lados da planta onde incidência da
luz solar (Mika, 1986), e, como conseqüência, a produção será concentrada nas
18
extremidades dos ramos periricos, tornando a colheita mais trabalhosa (Singh et
al., 1967; Piza Junior, 1994).
A produtividade de uma cultura está relacionada à quantidade total de luz
recebida durante a estação de crescimento; com água e nutrientes suficientes,
quanto mais luz a cultura receber, mais alta será a biomassa (Ort e Baker, 1988).
Robinson et al. (1993) afirmam que com melhores resultados na interceptação da
luz pela planta há um incremento na taxa fotossintética favorecendo o aumento no
rendimento.
A prática da poda pode influenciar a área foliar, a estrutura da folha, e
melhorar a interceptação e distribuição da luz dentro da copa da planta,
promovendo efeitos diretos e indiretos na fotossíntese. Inicialmente, uma poda
drástica resulta em menor área foliar, mas posteriormente, devido ao crescimento
rápido dos brotos, a área foliar é restabelecida. Há pequena evidência de que a
poda pode estimular a atividade fotossintética das folhas, devido ao alongamento
das folhas e ao tamanho das células do mesófilo, ao aumento no conteúdo de
clorofila e ao prolongamento do período diário da abertura dos estômatos. A poda
aumenta a atividade dos tecidos de crescimento (meristema) e, deste modo, a
demanda por fotossintatos (Mika, 1986).
Du Preez e Welgemoed (1988) verificaram que quando se praticou
adequadamente a poda na goiabeira, as plantas podadas apresentaram maior
produção em relação às plantas não podadas. Singh et al. (2001) observaram em
goiabeiras ‘Sardar’ e ‘Allahabad Safeda’, que as maiores produções de frutos
ocorreram em plantas podadas que receberam maior fluxo de fótons
fotossintéticos.
Assim, o objetivo da poda é intervir na parte aérea da árvore, de forma a
expor o maior número possível de folhas ao sol, já que aquelas situadas na
sombra têm balanço energético negativo. Deste modo, ramos muito próximos
entre si, bem como aqueles mal situados ou dirigidos para o interior da copa
devem ser eliminados (Piza Junior, 1994).
Embora a goiabeira responda satisfatoriamente à poda de frutificação, a
época e a intensidade de poda são fatores de importância que devem ser
considerados (Gonzaga Neto et al., 2001). Quando a poda é realizada em épocas
e ou em intensidades impróprias, esta pode influenciar negativamente na
produção de frutos, fato já observado porpez García e Pérez-Pérez (1977) em
19
Porto Rico, Gonzalez e Sourd (1982) em Cuba, Gomes et al. (1979) e Lopes et al.
(1984) no Brasil e Singh et al. (2001) na Índia.
Gonzalez e Sourd (1982) realizaram um ensaio de poda em cinco
cultivares de goiaba e verificaram que os maiores rendimentos ocorreram nas
plantas não podadas. A influência negativa da poda sobre a produção de frutos foi
atribuída à época e à intensidade da poda praticada.
Havendo temperatura e luminosidade ideais para a cultura, a goiabeira
em cultivo irrigado poderá ser podada em qualquer período do ano, porém a
época de realização da poda de frutificação vai depender, basicamente, do
período em que se pretende colher e comercializar os frutos (Gonzaga Neto et al.,
2001). Geralmente, a poda é realizada cerca de 180 a 190 dias antes do período
que se pretende colher (Frutiséries, 1998; Frutiséries, 1999).
Para o Brasil, Pereira (1995) e Piza Junior (1997) recomendam, por
razões exclusivamente econômicas, os meses de outubro a fevereiro como a
melhor época para realização da poda de frutificação, de modo a se evitar que a
safra coincida com os períodos de maior oferta da fruta.
A goiabeira pode apresentar problemas ou falhas de brotação nos meses
de temperatura mais amena, normalmente, entre os meses de maio a julho
(Pereira e Martinez Junior, 1986). Observa-se tamm, que a poda das plantas
em fase de vegetação (setembro a novembro em condições naturais) implica na
eliminação de folhas, que são os órgãos que realizam a síntese das substâncias
orgânicas, e que apesar das folhas remanescentes aumentarem a eficiência
fotossintética, isto não é suficiente para repor a produção de fotossintatos nos
níveis anteriores, decorrendo daí um efeito debilitador da poda (Piza Junior,
1994).
Carvalho et al. (1971) observaram em Jundiaí, SP, que a poda de
frutificação realizada próxima a agosto e setembro favoreceu um aumento
significativo na produção da goiabeira ‘IAC-4’.
Gomes et al. (1979) verificaram em Conceição dos Ouros, MG, que a
época de realização da poda de frutificação influenciou o peso médio da goiaba
‘IAC-4’. As plantas podadas em novembro produziram frutos de menor peso
médio em relação às plantas podadas nos outros meses do ano.
Lopes et al. (1984) realizaram a poda de frutificação em goiabeiras ‘IAC-
4’, cultivadas em Novo Hamburgo, RS, entre os meses de maio a outubro e não
20
constataram diferenças significativas quanto ao número de frutos por planta, peso
médio dos frutos e produção total da planta. Estes autores atribuíram este fato às
condições climáticas ocorridas durante o período de formação e maturação dos
frutos, principalmente ao prolongado período de seca e de frio.
Na Índia, Singh et al. (2001) verificaram que a poda realizada em
goiabeiras ‘Sardar’ e ‘Allahabad Safeda’ em abril, maio e junho aumentou o
número de brotos emitidos e a porcentagem de floração quando comparada às
podas realizadas em fevereiro e março. As maiores produções ocorreram nas
plantas podadas em maio e junho.
Hojo et al. (2007) verificaram na goiabeira ‘Pedro Sato’ cultivada em
Lavras, MG, que a época de poda de frutificação influenciou a produção de frutos.
As plantas podadas em junho tiveram maior produção de frutos quando
comparadas àquelas podadas em setembro, dezembro e março.
A intensidade da poda leva em consideração a idade, o porte, o vigor da
planta e do ramo que constitui a unidade de produção uma vez que dele emergirá
a nova brotação que conterá as gemas floríferas (Sousa, 2005). Como a poda
envolve cortes de numerosos brotos e galhos pequenos, se realizada
incorretamente, ela poderá induzir a uma excessiva brotação na planta,
dificultando a penetração de luz para os órgãos responsáveis pela produção de
frutos no interior da copa (Mika, 1986).
O comprimento final dos ramos podados depende de diversos fatores
com os quais o produtor deve se familiarizar, como o hábito de crescimento e de
frutificação da variedade nas condições de clima e solo em que está sendo
cultivada. Condições favoráveis a um intenso crescimento vegetativo prejudicam a
emissão de ramos frutíferos, logo, em síntese, variedades vigorosas, pomares
fartamente adubados e ocorrência de calor e umidade indicam a necessidade de
uma poda mais longa (desponte), enquanto variedades de crescimento mais
lento, pomares parcialmente adubados com nitrogênio e poda feita nos meses de
inverno requerem uma poda mais severa (encurtamento dos ramos) (Piza Junior,
1994).
López García e Pérez-Pérez (1977) observaram que a poda severa dos
ramos (a 30,5 cm do ápice) proporcionou decréscimo na produção dos frutos da
goiabeira ‘Corriente’ quando comparada às plantas não podadas e àquelas
submetidas à poda longa (a 10,2 cm do ápice).
21
Gomes et al. (1979) verificaram que a poda mais severa dos ramos (a 10
cm da base) na goiabeira ‘IAC-4’ promoveu decréscimo na produção de frutos
quando comparada às plantas não podadas e àquelas que foram submetidas à
poda longa (desponte dos ramos).
Gopikrishna (1981) estudou o efeito da intensidade da poda sobre o
florescimento e frutificação da goiabeira ‘Sardar’, e constatou que a poda severa
dos ramos (a 25 cm do ápice) reduziu a produção de flores e o número de frutos
produzidos, porém incrementou o tamanho dos frutos.
Yunus (1991) verificou em goiabeira ‘JP 1’ que aquelas submetidas à
poda mais leve dos ramos (desponte) apresentaram significativo incremento na
produção de frutos quando comparadas às plantas submetidas às podas mais
severas.
Pereira (1990) afirma que goiabais, cuja produção destina-se à indústria,
as plantas devem ser levemente podadas, uma vez que o que interessa é o
volume de produção por planta ou por área e não o tamanho individual dos frutos.
Assim deve prevalecer uma poda leve nos ramos (desponte) e a eliminação de
ramos velhos improdutivos. Em goiabais em que a produção dos frutos se
destinada ao mercado de frutas frescas, deve-se adotar podas mais severas com
maior eliminação de ramos, uma vez que, diminuindo a produção, induz-se o
mesmo efeito do raleamento de frutos o que contribui para a produção de frutos
maiores.
A poda de frutificação pode ser classificada como total ou contínua.
Enquanto a poda total consiste no encurtamento simultâneo de todos os ramos da
planta em uma mesma época, na poda contínua o encurtamento dos ramos é
feito no momento da colheita do fruto, o que pode ocorrer em épocas diferentes
na mesma planta (Piza Junior, 1997).
Quando se adota a poda contínua, o período de frutificação pode ser
prolongado e o comércio da fruta pode ser feito durante todo o ano (Sampaio,
1989). Quando a poda total é adotada, é possível concentrar a época de colheita,
o que poderá facultar a oferta de um maior volume de frutas, em um menor
espaço de tempo (Gonzaga Neto et al., 2001).
Guerra e Bautista (1999) afirmam que podas sucessivas incrementam
rapidamente o aparecimento de ramos potencialmente produtivos. Sampaio
(1989) constatou que a poda contínua aplicada em goiabeiras novas enxertadas,
22
propiciou produção de frutos o ano inteiro e gerou produção superior aos
tratamentos de poda total.
Quando se adota a poda total, não é recomendável deixar a planta
completamente desfolhada. Recomenda-se deixar intacto alguns ramos por
planta, que terão a função de manter elevada a taxa de transpiração em níveis
adequados para assegurar a uniformidade da brotação, a produção de uma maior
quantidade de ramos frutíferos e também a redução de danos causados pelo sol
aos tecidos expostos do tronco e da base das pernadas (Piza Junior, 1994).
Em regiões que permitem a realização da poda durante todo o ano, a
poda total em uma mesma planta é feita após um mês do término da colheita dos
frutos. Assim, haverá tempo para a planta acumular reservas necessárias para a
próxima brotação e frutificação (Piza Junior, 1997).
3.7. Manejo da irrigação na cultura da goiabeira
Apesar da goiabeira ser considerada planta tolerante à seca (Medina,
1988; Zanini e Pavani, 1997), a viabilidade na exploração comercial da cultura
será alcançada se as plantas receberem periodicamente aplicações adequadas
de água (Zayas, 1968), desde o viveiro de mudas e durante todo o cultivo no
campo (Soares, 2001). Ademais, a irrigação em goiabais submetidos à poda de
frutificação e o adequado manejo de adubação, possibilita a obtenção de três
colheitas em dois anos e permite ao produtor planejamento da época mais
oportuna para colheita dos frutos (Zanini e Pavani, 1997).
Segundo Medina (1988), Piza Junior e Kavati (1994) e Pereira (1995), o
número e o peso dos frutos da goiabeira são dependentes tamm da
disponibilidade de água no solo. Observa-se que em pomares irrigados as
goiabeiras apresentam maior precocidade na produção (Gonzaga Neto et al.,
1991; Lal, 1996); maior produtividade (Lal, 1996; Singh et al. 1997); frutos de
maior tamanho (Lal, 1996); e melhor desenvolvimento da planta (El-Khoreiby e
Salem, 1989, citado por Sousa, 1997).
Em Pernambuco, pomares de goiabeiras não irrigados, quando bem
conduzidos, produzem em média, a partir do sexto ano, 20 a 60 kg por planta por
ano, enquanto a média histórica de pomares irrigados está acima de 120 kg por
23
planta por ano, sendo que algumas plantas apresentam produção superior a 200
kg por planta por ano (Gonzaga Neto et al., 2001).
O déficit hídrico reduz o crescimento celular com conseqüente redução no
comprimento dos ramos, resultando em plantas pequenas com pouca biomassa
(Doorenbos e Kassam, 1994). A falta de água disponível no solo na época de
elevada necessidade da goiabeira, como na fase de grande crescimento
vegetativo, quando surgem novas brotações de ramos e folhas durante o período
de intenso florescimento, fixação dos frutos e desenvolvimento dos mesmos pode
provocar uma intensa queda de flores, resultando em frutos pequenos e menor
produção por planta e por área (Manica et. al, 2000).
Singh et al. (1997) verificaram em goiabeiras ‘Sardar’ e ‘Allahabad
Safeda’ cultivadas na Índia, que quando o conteúdo relativo de água na planta
atingiu a faixa de 48,4% a 60,2% houve indução de abscisão de flores. O estresse
hídrico associado a altas temperaturas e à maior velocidade do vento favoreceu a
ocorrência das maiores taxas de abscisão.
O excesso de água durante o período final de amadurecimento, causa um
decréscimo na qualidade dos frutos colhidos, os quais apresentam menor aroma
e polpa excessivamente aguada, tendo, também, prejudicado a conservação pós-
colheita dos frutos (Lara Rodrigues e Borys, 1983; Manica et al., 2000).
Sousa (1997), ao estudar a influência da irrigação sobre o florescimento
da goiabeira ‘Ogawa 3’ com seis anos de idade, cultivada no Norte Fluminense,
verificou que tanto o déficit hídrico quanto o excesso de água no solo interferiram
no início e no prolongamento do período da floração. Este mesmo autor, tamm
constatou influência da lâmina total de água aplicada na relação entre o número
de botões florais e o número de ramos emitidos. De modo geral, considerou-se
que a irrigação foi benéfica para a cultura durante as fases de emissão e
estabelecimento dos brotos novos, sendo estimada uma lâmina total de 1.480 mm
de água para a produção ótima econômica.
Chirinos-Torres et al. (2006), na Venezuela, constataram que o aumento
na lâmina total de água aplicada incrementou o desenvolvimento vegetativo e a
produtividade da goiabeira ‘Criolla Roja Dominicana’.
Patil et al. (1993) constataram em goiabeiras de 17 anos de idade,
cultivadas na Índia, que as melhores produções foram obtidas quando se
aplicaramminas de irrigação correspondente a 80% da evaporação do tanque
24
classe A até a fase de desenvolvimento dos frutos e de 60% na fase de
maturação e colheita.
O conhecimento dos órgãos vegetativos e reprodutivos durante o ciclo
fenológico e a maneira de condução da cultura em relação à poda são
importantes para se projetar e manejar a irrigação. Culturas podadas
intensamente têm redução do volume de copa e, conseqüentemente, menores
valores de consumo de água nesse período (Zanini e Pavani, 1997).
Silva et al. (2002), na Paraíba, verificaram que a transpiração média diária
por planta de goiabeira ‘Paluma’ de 3 anos de idade, durante o período de
irrigações regulares no pomar, variou de 38,7 L dia
-1
na planta de maior área
foliar, a 19,8 L dia
-1
na planta de menor área foliar. Após a poda realizada no
pomar, as transpirações diárias médias nas plantas de maior e menor área foliar
foram reduzidas a 12,2 L dia
-1
e 9,1 L dia
-1
, respectivamente. O consumo hídrico
de cada uma das plantas em todo o período estudado, correspondente apenas à
transpiração foi de 2.327,4 L/planta e 1.262,9 L/planta, correspondente às plantas
de maior e menor área foliar, respectivamente, o qual foi afetado pela área foliar e
pela demanda atmosférica local.
O potencial hídrico de folhas e ramos da goiabeira diminui
progressivamente durante o dia. Os maiores valores de potencial hídrico são
verificados pela manhã (7:00 às 8:00 hs) enquanto os menores são verificados no
início da tarde (12:00 às 15:00 hs), com posterior reidratação da planta (Urdaneta
et al., 2003).
As necessidades hídricas de uma cultura são normalmente expressas
mediante a taxa de evapotranspiração, em mm dia
-1
ou em mm acumulado em um
determinado período (Doorenbos e Kassam, 1994). Em Petrolina, PE, Teixeira et
al. (2003) verificaram que a evapotranspirão acumulada da goiabeira ‘Paluma’
(ETpc) de 2,25 anos de idade e irrigada por microaspersão, foi de 906 mm no
período de 200 dias, compreendendo desde a poda de frutificação (junho) até o
término da colheita (dezembro), correspondendo a um valor médio de 4,53 ± 0,68
mm dia
-1
. Valores mínimos (2,83 mm dia
-1
) foram constatados entre as fases de
crescimento vegetativo até o início do florescimento e o valor máximo (5,51 mm
dia
-1
) ocorreu durante a fase de intenso crescimento dos frutos.
Em Petrolina, PE, Ferreira (2004) constatou que a goiabeira ‘Paluma’ de
2,5 anos de idade, irrigada por microaspersão, o consumo total de água no
25
mesmo período de 200 dias (entre a poda até a colheita) variou de 679,17 a
691,38 mm, apresentando valores médios de 3,63 a 3,70 mm dia
-1
. Moura (2001)
constatou em goiabeira ‘Paluma’ de 2,75 anos de idade, valores mínimo e
máximo de evapotranspiração (ETpc) de 2,9 e 6,3 mm dia
-1
, respectivamente.
O estudo da distribuição do sistema radicular da goiabeira nos diversos
tipos de solo, conforme as diversas modalidades de sistemas de irrigação, é de
fundamental importância, por influir na escolha correta da modalidade de
irrigação, no manejo adequado de água e no manejo racional e eficiente da
nutrição das plantas (Soares, 2001).
Estudos conduzidos em um pomar de goiabeiras com 12 anos de idade,
sem irrigação, em um solo areno-argiloso na Índia, mostraram que 82% a 93%
das raízes se encontravam a 0,6 m de profundidade, e 85% a 92% das raízes se
encontravam a até 2,4 m do tronco (Purohit e Mukherjee, 1974). Resultados
semelhantes foram encontrados por Patil e Patil (1996) em pomares de goiabeiras
com 17 anos de idade em cultivo irrigado por bacias na Índia. Ghosh (1974),
tamm na Índia, constatou em solo silte-argiloso, que as raízes de goiabeiras de
15 anos de idade se encontravam em uma taxa de 87% a até 0,75 m de
profundidade e na taxa de 77% a até 1,5 m do tronco.
Diferentes sistemas de irrigação podem ser utilizados na cultura da
goiabeira, devendo a escolha do sistema levar em consideração o clima, a
disponibilidade de água, a topografia, o custo, a disponibilidade de mão-de-obra,
dentre outros (Soares, 2001).
No Brasil, os sistemas de irrigação mais utilizados nos pomares de
goiabeiras são por superfície; por aspersão convencional e localizada (Manica et
al., 2000), sendo as localizadas por microaspersão e gotejamento as mais
recomendadas (Zanini e Pavani, 1997). Estes sistemas têm por objetivo aplicar
água diretamente sobre a região radicular, em pequena intensidade e alta
freqüência, mantendo a umidade do solo próxima da ideal (Mantovani et al.,
2003).
A irrigação localizada apresenta grande uniformidade e eficiência de
aplicação de água, menor consumo de água e menor necessidade de mão-de-
obra, entretanto o investimento inicial é considerado alto (Zanini e Pavani, 1997),
porém se mostra economicamente viável para a cultura da goiabeira (Sousa,
1997). No gotejamento, aplicam-se vazões menores, de 2 a 10 L por hora, gota a
26
gota, e na microaspersão, aplicam-se vazões maiores na forma pulverizada, na
faixa de 20 a 150 L por hora (Mantovani et al., 2003).
Devido à escassez de pesquisas sobre a necessidade efetiva de água
nas diferentes fases do ciclo produtivo da goiabeira, nos projetos de irrigação no
Brasil, Pereira (1995) recomenda a previsão de aplicação de 50 a 100 L por
planta por dia.
Zanini e Pavani (1997) descrevem que, na região de Monte Alto, SP, o
sistema mais comumente utilizado é o de microaspersão, com um emissor por
planta, com vazão de 42,9 L por hora trabalhando sob pressão de operação de 2
kgf cm
-2
(20 m.c.a.). Este sistema tamm é o mais utilizado no “Pólo de goiaba
para a indústria no Espírito Santo”, com um emissor por planta (vazão aproximada
de 45 L por hora) funcionando durante 1 hora por dia, com exceção dos dias
chuvosos. No Estado do Rio de Janeiro, a microaspersão vem sendo adotada
para solos arenosos e o gotejamento para solos médios e argilosos (Ide et al.,
2001).
Lara Rodrigues e Borys (1983) relatam que em algumas áreas de
produção do México, a goiabeira é cultivada sob irrigação com requerimento de
água de 35, 50 e 75 L por planta por dia durante o primeiro, segundo e terceiro
ano, respectivamente.
4. ARTIGO 1
CARACTERIZAÇÃO FENOLÓGICA E PRODUTIVA DA GOIABEIRA ‘PALUMA’
SOB DIFERENTES ÉPOCAS E INTENSIDADES DE PODA DE FRUTIFICAÇÃO
NO NORTE FLUMINENSE
RESUMO - A duração dos diferentes estádios fenológicos da goiabeira pode
variar de acordo com o manejo da cultura e com as condições ambientais do seu
local de cultivo. Esse conhecimento é essencial para aplicação das boas práticas
agrícolas na cultura. Neste trabalho são apresentados dados sobre a fenologia e
produção da goiabeira ‘Paluma’ submetida a diferentes épocas e intensidades de
poda de frutificação em São Francisco do Itabapoana, RJ, região Norte
Fluminense. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente
casualizado, e os tratamentos foram distribuídos em esquema de parcelas
subdivididas, com as parcelas compostas pelas épocas de poda (14/08/2004,
09/10/2004, 18/12/2004 e 22/02/2005), e as subparcelas pelas intensidades de
poda de frutificação (curta, média e longa). As intensidades da poda de
frutificação foram realizadas de acordo com o diâmetro dos ramos. Os ramos
finos foram submetidos à poda curta; os ramos com diâmetro médio foram
submetidos à poda média e os ramos grossos foram submetidos à poda longa. Os
dados obtidos foram submetidos a análises de variância, e as médias foram
28
comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Nas condições do
experimento, o ciclo da goiabeira ‘Paluma’, da poda à colheita dos frutos, variou
de 168 dias (poda em outubro) a 210 dias (poda em fevereiro). O maior número
de brotos emitidos ocorreu quando a poda foi realizada em dezembro e fevereiro.
A poda longa, realizada em agosto, induziu maior número de ramos produtivos e
maior número de frutos por ramo. A poda longa, independentemente da época,
induziu os maiores números de brotos emitidos, ramos estabelecidos, ramos
produtivos, e ramos vegetativos. Aos 112 dias após o final da antese, o maior
índice de pegamento de frutos foi observado nas plantas podadas em dezembro.
No geral, a intensidade da poda de frutificação não afetou o comprimento e o
diâmetro dos frutos. Os maiores valores de comprimento, diâmetro e número de
folhas dos ramos estabelecidos ocorreram em ramos submetidos à poda longa.
As plantas submetidas à poda em dezembro foram as que apresentaram maior
produção de frutos, e as podadas em fevereiro apresentaram os frutos mais
pesados. Conclui-se que a época e a intensidade da poda influenciam as
características fenológicas e produtivas da goiabeira ‘Paluma’ no Norte
Fluminense.
Termos para indexação: Psidium guajava L., fenologia, crescimento dos frutos,
crescimento dos ramos.
'PALUMA' GUAVA TREES PHENOLOGICAL AND YIELD
CHARACTERIZATION UNDER DIFFERENT TIMES AND INTENSITIES OF
FRUCTIFICATION PRUNING IN NORTH OF RIO DE JANEIRO STATE, BRAZIL
ABSTRACT – The objective of this work was to evaluate the effects of different
fructification pruning times and intensities on the phenological and yield
characteristics of ‘Paluma’ guava trees in São Francisco do Itabapoana, north of
Rio de Janeiro State, Brazil. The experimental design was a completely
randomized in a splitplot scheme. The main plots were the pruning times (August
14, 2004; October 09, 2004; December 18, 2004; and February 22, 2005), and the
splitplots were the pruning intensities (heavy, medium and light). The branches
were pruning in agreement with the diameter: fine branches were submitted to the
29
heavy pruning; branches with medium diameter were submitted to the medium
pruning and thick branches were submitted to the light pruning. The cycle of
'Paluma' guava tree, between the pruning and the beginning harvested, varied of
168 days (it prunes in October) to 210 days (it prunes in February). The largest
number of emitted sprouts happened when the pruning was accomplished in
December and February, not having difference among the pruning times in the
number of established branches. The pruning in August caused larger number of
branches productive, larger number of fruits for branch and smaller number of
vegetative branches. The light pruning provided the largest numbers of emitted
sprouts, established branches, productive branches, fruits for branch and
vegetative branches. The largest index of fruits set was observed in the plants
pruned in December. The largest length of the fruit was observed in the plants
pruned in December while the largest fruit diameter was observed in the plants
pruning in December, October and August. The growth and diameter of the fruits
were not affected by pruning intensity. The established branches appeared
starting from the pruning in August were the ones that presented smaller growth.
The largest growth of the established branches occurred in branches submitted to
the light pruning. The largest yield and higher fruit weight occurred in plants
subjected to pruning in December and February, respectively.
Index terms: Psidium guajava L.; phenology; fruits growth; branches growth.
INTRODUÇÃO
O cultivo da goiabeira representa importante papel no desenvolvimento
socioeconômico do Estado do Rio de Janeiro, com mais de 300 produtores
dedicando-se à atividade, sendo 33,5% na região Metropolitana, 44,8% no Norte
Fluminense e 21,7% nas demais regiões (Ide et al., 2001). Em 2005, o Estado do
Rio de Janeiro foi o quinto maior produtor nacional de goiaba, com 9.609
toneladas colhidas em 578 hectares, sendo a região Norte Fluminense
responsável por, aproximadamente, 25% dessa produção (IBGE, 2007).
No Norte Fluminense o cultivo da goiabeira ‘Paluma’ atende
simultaneamente às demandas das indústrias produtoras de doce e ao mercado
de frutas frescas (Almeida, 1999). A característica fundamental deste modelo de
30
produção mista é a utilização de um método de poda, denominado “poda de
frutificação”, desenvolvido por agricultores de origem japonesa, que possibilita a
obtenção de frutos ao longo de todo o ano (Piza Junior, 1997), desde que
associado à irrigação e ao manejo adequado da adubação (Gonzaga Neto et al.,
2001).
Embora a goiabeira responda satisfatoriamente à poda de frutificação, a
época e a intensidade da poda são aspectos que devem ser considerados
(Gonzaga Neto et al., 2001), pois a goiabeira pode apresentar problemas ou
falhas de brotação quando esta é realizada em épocas e intensidades impróprias
(Gonzalez e Sourd, 1982).
Em Cuba, Gonzalez e Sourd (1982) constataram influência negativa da
poda sobre a produção de frutos, fato atribuído à época e à intensidade da poda
praticada. Em Novo Hamburgo, RS, Lopes et al. (1984) realizaram a poda de
frutificação em goiabeiras entre os meses de maio a outubro e não constataram
diferenças significativas na produção total da planta, fato atribuído ao prolongado
período de seca e frio ocorrido durante o período de formação e maturação dos
frutos.
Gomes et al. (1979), Gopikrishna (1981) e Yunus (1991) verificaram que
podas severas dos ramos da goiabeira promoveram decréscimo na produção de
frutos.
A caracterização dos estádios de desenvolvimento externamente visíveis
(fenofases) durante o ciclo anual das plantas perenes é imprescindível para a
aplicação das boas práticas agrícolas no manejo da cultura. O conhecimento da
fenologia, em condições específicas de cultivo, permite maior precisão na
programação dos tratos culturais e fitossanitários e, conseqüentemente, maior
eficiência das práticas de manejo.
Diante das exigências do mercado consumidor e com a tendência mundial
de adoção de boas práticas agrícolas exigidas, principalmente na Produção
Integrada de Frutas, os produtores têm adotado uma série de medidas, que visam
à redução no uso indiscriminado de produtos químicos, tais como o
monitoramento e a prevenção de incidência de pragas e doenças, épocas e
horários de aplicação de água, defensivos agrícolas e adubos, dentre outros.
Dependendo das condições climáticas, algumas fases que compreendem
o crescimento vegetativo e reprodutivo da goiabeira são mais propícias aos
31
ataques de pragas e doenças. Por exemplo, o fungo Puccinia psidii agente causal
da ferrugem, afeta tecidos jovens em desenvolvimento, tais como folhas, botões
florais, frutos e ramos, ocasionando perdas que podem chegar a 100% sob
condições favoráveis (Goes et al., 2004). Segundo estes autores o controle desta
doença, quando realizado com a aplicação de produtos cúpricos, deve ser feito
em frutos com até 25 mm de diâmetro. Outro fato importante na cultura é a
prevenção de ataque de pragas como o gorgulho da goiabeira (Conotrachelus
psid ii) e as moscas das frutas (Ceratitis sp. e Anastrepha sp.), que pode ser
realizada com o ensacamento dos frutos ainda novos (Manica et al., 2000).
A recomendação do momento certo de aplicação de fertilizantes em
diversas culturas, visando aumentar a eficiência no aproveitamento dos produtos,
pode ser realizada de acordo com a marcha de absorção dos nutrientes, estando
associada com o estádio fenológico da planta. Como exemplo, pode-se citar que
Haag et al. (1993) verificaram que as maiores extrações de macronutrientes pelos
frutos da goiabeira acontecem entre 60 a 75 dias após o início do crescimento
destes, logo as plantas devem ser corretamente adubadas antes desta fase.
Dessa forma, a predição da época em que ocorrerão as diversas
fenofases é imprescindível para o planejamento de todas as atividades
relacionadas à produção e comercialização da goiaba.
Assim, esse trabalho teve como objetivo principal a caracterização
fenológica e produtiva da goiabeira ‘Paluma’ submetida a diferentes épocas e
intensidades de poda de frutificação na região Norte Fluminense.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em pomar irrigado de goiabeiras ‘Paluma’,
oriundas de propagação vegetativa, com sete anos de idade, em espaçamento
7,0 x 6,5 m, localizado no distrito de Praça João Pessoa, Município de São
Francisco de Itabapoana, região Norte Fluminense, a 21
o
17’54”S, 41
o
09’47”O e
23 m de altitude. A região é classificada, segundo Köppen, como tropical chuvosa
e clima de bosque (Am). O solo da área é classificado como Argissolo Amarelo
distrófico, com camada superficial arenosa, horizonte B textural e relevo suave
ondulado.
32
O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado,
com duas repetições, e os tratamentos foram distribuídos em esquema de
parcelas subdivididas, com as parcelas compostas pelas épocas de poda
(14/08/2004, 09/10/2004, 18/12/2004 e 22/02/2005), e as subparcelas pelas
intensidades da poda de frutificação.
As intensidades da poda de frutificação foram realizadas de acordo com o
diâmetro do ramo a ser podado: P1 – ramos finos (até 4 mm de diâmetro) foram
submetidos à poda curta (deixando-se até três nós no ramo); P2 – ramos com
diâmetro médio (4 a 6 mm) foram submetidos à poda média (deixando-se de três
a cinco nós no ramo); e P3 – ramos grossos (acima de 6 mm de diâmetro) foram
submetidos à poda longa (deixando-se mais de seis nós no ramo). Todos os
ramos de crescimento da planta foram podados de acordo com seus respectivos
diâmetros. Durante a realização da poda foram eliminados todos os frutos e flores
presentes nas plantas.
Na Foto 1, são apresentadas as conformações da planta antes e após a
realização da poda de frutificação. As três intensidades de poda dos ramos
avaliadas são mostradas na Foto 2.
Em cada época de poda, foram selecionadas seis plantas semelhantes
quanto ao porte, vigor e sanidade, localizadas no centro de cada talhão. Nestas
plantas, foram marcados oito ramos que foram submetidos à mesma intensidade
de poda (dois ramos por quadrante à altura de 1,5 m). Assim, cada planta
constituiu-se em uma parcela e em cada época de poda foram avaliadas duas
plantas por intensidade de poda de frutificação.
Os dados de temperatura média do ar e a precipitação efetiva da região
durante o período do experimento foram obtidos na estação climatológica do
Laboratório de Engenharia Agrícola da UENF, localizada em Campos dos
Goytacazes, e são apresentados na Figura 1. Os dados climáticos são referentes
aos períodos entre a poda e a colheita dos frutos de cada época de poda avaliada
no experimento. As médias de temperatura das épocas de poda 1 (agosto), 2
(outubro), 3 (dezembro) e 4 (fevereiro) foram de 23,6°C; 24,4°C; 23,5°C e 22,8°C,
respectivamente. As umidades relativas médias do ar, a partir das épocas de
poda 1, 2, 3 e 4, foram de 79,6%; 80,6%; 82,4% e 81,5%, respectivamente. As
precipitações efetivas acumuladas a partir das épocas de poda 1, 2, 3 e 4 foram
de 911,9 mm; 940,4 mm; 1034,1 mm e 673,9 mm, respectivamente.
33
Foto 1. Goiabeira ‘Paluma’ antes (A) e após (B) a poda de frutificação, em São
Francisco do Itabapoana, RJ.
Foto 2. Intensidades da poda de frutificação realizadas nos ramos da goiabeira
‘Paluma’, em São Francisco do Itabapoana, RJ.
34
Figura 1. Dados climáticos da região no período de realização do experimento.
Nos períodos que antecediam as podas de frutificação, foram realizadas
amostragens de solo em cada talhão do experimento para a realização de
análises químicas nas profundidades de 0 a 20 cm e de 21 a 40 cm, seguindo as
recomendações de Natale et al. (1996). As análises foram realizadas no
Laboratório de Solos da UFRRJ, Campus Leonel Miranda, em Campos dos
Goytacazes-RJ, e os resultados são apresentados na Tabela 1.
Em cada talhão, após a poda, quando as plantas estavam na fase de
pleno florescimento, foram retiradas amostras de folhas em todas as plantas
avaliadas para realização da análise química foliar. O procedimento de
amostragem foi efetuado conforme metodologia descrita por Natale et al. (1996).
As análises foliares foram realizadas no Laboratório de Nutrição Mineral de
Plantas da UENF, e os resultados são apresentados na Tabela 2.
A interpretação dos resultados e as recomendações de calagem e
adubações foram feitas de acordo com o Programa de Recomendação de
Adubação e Calagem para a Cultura da Goiabeira (Natale et al., 1996).
0
35
70
105
140
175
210
245
280
315
350
Ago
s
to/
2004
S
ete
m
bro/2004
Outubr
o/
2004
Novembro/2004
D
ezem
br
o/
2004
Janeiro/
200
5
Fevereiro/2005
Março/2005
A
br
i
l
/
2005
M
ai
o/
2005
Junho/2005
Jul
ho/
2005
Agost
o/
2005
S
et
em
bro/2
005
Outubro/2005
mm
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
o
C
Precipitação (mm) T°C média
Época 2
Época 1
Época 3
Época 4
35
Tabela 1. Características químicas de amostras de solo de cada talhão do
experimento, em São Francisco de Itabapoana, RJ.
pH P K Na M.org. Ca Mg Al H+Al SB T t m V
Camadas
(cm)
(H
2
O) ------(mg dm
-3
)------ g dm
-3
---------------------------(cmol
c
dm
-3
)--------------------------- ------(%)----
É1 (Aot(r)-3. do36./(o)158c(1)7.0(o)3(0(1)7.4(1)7.7())]TJE20.868648.26)14621 -7244 refBT7.92 0 0 7.93 154626864968403 Tm0 Tc0 Tw( )TJET99.6T9.924084.11 -0844 refBT7.92 0 0 7.921231.67389.7603 Tm-0.0107 Tc-0.4627 Tw0 ---11.4( )-
36
que apresentava pelo menos dois pares de folhas completamente desenvolvidas
(Sousa, 1997).
A caracterização fenológica da goiabeira ‘Paluma’ proposta neste trabalho
foi dividida em oito fases distintas avaliadas em intervalos de 14 dias a partir da
execução da poda: 1- início da brotação e estabelecimento dos ramos; 2-
florescimento (antese); 3- queda fisiológica dos frutos; 4- crescimento dos frutos
na fase I; 5- crescimento dos frutos na fase II; 6- crescimento dos frutos na fase
III; 7- início da maturação dos frutos (surgimento do primeiro fruto maduro); e 8-
colheita concentrada dos frutos. O ciclo total considerado foi o período
compreendido desde a realização da poda até o início da colheita concentrada
dos frutos.
As fases de crescimento dos frutos foram definidas conforme
especificações de Rathore (1976), que apresenta a curva de crescimento da
goiaba, como uma sigmóide dupla, caracterizada por três fases distintas: I –
período de rápido crescimento, iniciando-se logo após a antese; II – período de
crescimento relativamente lento, quando as sementes amadurecem e; III –
período de crescimento exponencial, quando ocorre a mudança na cor da casca e
a maturação do fruto.
Antecedendo o início da antese, época de abertura das flores, foi
determinado o número de botões florais (NB) nos ramos estabelecidos produtivos.
A partir do final da antese (Foto 3), o número de frutos (NF) nestes mesmos
ramos foi avaliado a cada 14 dias até o início da maturação, ocorrida aos 112 dias
após o final da antese. Com estes dados, calculou-se o índice de pegamento de
frutos (IPF), utilizando-se a fórmula proposta por Corrêa et al. (2002):
IPF=[(NF/NB)x100].
Além do número de frutos foram avaliados, também, nas mesmas datas, o
comprimento (eixo paralelo ao pedúnculo) e o diâmetro (eixo perpendicular ao
pedúnculo) dos frutos surgidos nos ramos podados marcados; e o comprimento,
diâmetro (a 1 cm da base) e o número de folhas dos ramos estabelecidos. Para
medição do comprimento dos ramos, foi utilizada uma trena graduada em
milímetros, sendo a medição feita da base até a extremidade do ramo, e para as
outras medições foi utilizado um paquímetro digital (Foto 4).
37
Foto 3. Período inicial (A) e final da antese (B) da goiabeira ‘Paluma’.
Foto 4. Medições do comprimento (A) e do diâmetro (B) dos frutos da goiabeira
‘Paluma’.
Foi realizada a colheita de todos os frutos das plantas avaliadas para
determinação da produção total das plantas em cada época de poda. Tamm foi
determinado o peso médio dos frutos através da pesagem daqueles colhidos nos
ramos marcados das plantas avaliadas.
A irrigação do pomar foi feita por microaspersão, com emissores
autocompensantes com vazão aproximada de 47 L por hora, sendo utilizado um
emissor por planta. Com exceção dos dias chuvosos, a irrigação foi realizada
diariamente, deixando o sistema ligado por duas horas.
Para o controle de plantas daninhas na área experimental foi realizada a
aplicação dirigida de glifosato na linha de plantio e roçagem nas entrelinhas.
Também foram realizadas pulverizações para a prevenção e controle da ferrugem
38
(Puccini psidii) e controle do gorgulho da goiabeira (Conotrachelus psid ii), praga
de alta infestação nas duas primeiras épocas de poda.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Todas as análises
foram feitas com o programa estatístico SAEG 9.0 (UFV, 2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas condições do experimento, o ciclo total da goiabeira ‘Paluma’, da
poda ao início da colheita concentrada dos frutos, variou entre 168 a 210 dias (84
a 126 dias após o final da antese) (Tabela 3). O ciclo mais precoce ocorreu no
período de maior temperatura média do ar (poda em outubro), e o ciclo mais
longo ocorreu no período de menor temperatura média do ar (poda em fevereiro).
O intervalo de 14 dias entre as avaliações não permitiu detectar diferenças no
ciclo fenológico entre as intensidades de poda adotadas, entretanto pôde-se
observar ligeira precocidade nos inícios das fenofases nos ramos submetidos às
podas média e longa em relação aos ramos submetidos à poda curta.
Tabela 3. Fenofases da goiabeira ‘Paluma’, em quatro épocas de poda de
frutificação, em São Francisco do Itabapoana, RJ.
Época de poda
Fase Fenofase
Agosto/04 Outubro/04 Dezembro/04 Fevereiro/05
Dias após a poda (DAP)
1
Início da brotação e
estabelecimento dos ramos
14 a 28 14 a 56 14 a 63 14 a 35
2
Florescimento (antese)
28 a 70 56 a 84 63 a 84 35 a 84
Dias após o final da antese (DAA)
3
Queda fisiológica dos frutos
0 a 56 0 a 42 0 a 28 0 a 42
4
Crescimento dos frutos (Fase I)
0 a 56 0 a 56 0 a 42 0 a 56
5
Crescimento dos frutos (Fase II)
56 a 84 56 a 84 42 a 84 56 a 98
6
Crescimento dos frutos (Fase III)
84 a 126 84 a 126 84 a 126 98 a 140
7
Início da maturação de frutos
84 70 98 112
8
Colheita concentrada dos frutos
112 a 140 84 a 112 112 a 140 126 a 154
TOTAL Ciclo total (DAP) 182 168 196 210
39
Em Petrolina, PE, Teixeira et al. (2003) e Ferreira (2004) verificaram que o
ciclo fenológico da goiabeira ‘Paluma’, da poda até a colheita dos frutos, teve
duração de 200 dias. Considerando o período entre o final da antese (floração)
até o início da maturação dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, Silva et al. (1998), em
Sousa, PB, observaram duração entre 121 a 128 dias, Pereira e São José (1987),
em Jaboticabal, SP, entre 126 a 140 dias; Feldberg et al. (1997), também em
Jaboticabal, aos 165 dias; e Souza Júnior et al. (2002), em Monte Alegre do Sul,
SP, aos 136 dias, sendo esse último observado após a florada natural ocorrida
em setembro.
Em Cardoso Moreira, RJ, região Norte Fluminense, Murakami et al. (2002)
tamm observaram aumento no ciclo da videira ‘Itália’ (Vit is vinifera) em relação
ao atraso na execução da poda realizada em abril, maio, junho e julho.
Apesar de apresentarem temperaturas médias semelhantes, a diferença
entre os ciclos das plantas podadas em agosto e dezembro deve-se à
precocidade e concentração do florescimento ocorrido na primeira época, fato
provavelmente relacionado com o estímulo natural de florescimento da goiabeira
que ocorre do final do inverno ao início da primavera (Manica et al., 2000).
A fenofase compreendida pelo surgimento de botões florais até o final do
florescimento variou entre 28 a 84 dias após a poda (DAP) (Tabela 3). Pereira e
São José (1987) verificaram que o período compreendido entre a emissão do
botão floral e a antese da goiabeira ‘Paluma’ foi cerca de 35 dias. Teixeira et al.
(2003) e Ferreira (2004) observaram o pleno florescimento da goiabeira ‘Paluma’
entre o 70º e 77º DAP.
Em São Francisco do Itabapoana, RJ, Sousa (1997) constatou, em
goiabeiras ‘Ogawa 3’ podadas em maio, q0.2.499(i)-14.7(l)-14.6( de)19.ão flimenventaenaa
40
com a temperatura média do período. No Rio Grande do Sul, Nienow e Floss
(2002) constataram que os fatores climáticos (temperatura e precipitação)
interferiram na dispersão das datas de floração e brotação de cultivares e
seleções de pessegueiros (Prunus persica).
O florescimento das plantas podadas em agosto e em fevereiro foi mais
precoce quando comparado ao das plantas podadas em outubro e dezembro. As
plantas podadas em agosto foram submetidas ao estímulo natural de
florescimento, verificado nessa época do ano. Houve a ocorrência de um veranico
nos dias que antecederam a realização da poda em fevereiro, fato que, aliado à
alta temperatura do ar na época de emissão e crescimento da nova brotação,
pode ter favorecido a precocidade do florescimento (Figura 1).
Na Índia, Singh et al. (1997) verificaram que há possibilidade de regular a
produção da goiabeira através do estresse hídrico aplicado à planta, induzindo
novos surtos de florescimento. Este fato tamm já foi constatado em limeira
ácida ‘Tahiti’ (Citrus latifolia) por Pire e Rojas (1999) e Cruz et al. (2006), que
observaram aumento gradativo no número de flores com o aumento da
intensidade do estresse hídrico na época que precede a florada. Esta indução
tamm já foi observada em mangueira ‘Tommy Atkins’ (Mangifera indica) por
Fonseca et al. (2005) e em laranjeiras (Citrus sinens is) por Ribeiro et al. (2006).
Maiores períodos de estresse hídrico favorecem a baixa síntese de
giberelinas devido à paralisação e ou redução do sistema radicular, propiciando
maior emissão de flores (Cruz et al., 2006).
A duração do período de florescimento foi menor nas plantas podadas em
outubro e dezembro, épocas em que o florescimento ocorreu em meses de alta
temperatura. Bustan e Goldschmidt (1998) observaram que quanto maior foi a
temperatura durante a época de florescimento do pomeleiro (Citrus paradisi)
menor foi a duração do período de florescimento.
Em todas as épocas as novas brotões surgiram com maior intensidade
a partir dos 14 DAP (Tabela 3), entretanto, em épocas de maior temperatura
média do ar, foi observado início da brotação já na primeira semana após a poda.
A época e a intensidade de poda de frutificação influenciaram as
características botânicas avaliadas após a poda (Tabela 4), sendo constatada
efeito da interação entre os fatores apenas para os números de ramos
estabelecidos e produtivos (Tabela 5). O maior número de brotos emitidos ocorreu
41
nas plantas podadas em outubro e em fevereiro, não havendo diferença entre as
outras duas épocas de poda (Tabela 4).
Tabela 4. Médias de número de brotos emitidos (NBE), porcentagem de ramos
estabelecidos (%RE), porcentagem de ramos produtivos (%RP),
número de ramos vegetativos (NRV) e porcentagem de ramos
vegetativos (%RV), da goiabeira ‘Paluma’, submetida a diferentes
épocas e intensidades de poda de frutificação, em São Francisco do
Itabapoana, RJ
(1)
.
Tratamentos NBE % RE % RP NRV %RV
Época de poda
Agosto/04 3,19 B 71,43 A 65,56 A 0,50 C 30,28 B
Outubro/04 4,06 A 54,28 C 23,75 B 1,50 AB 70,00 A
Dezembro/04 3,46 B 61,80 B 40,63 AB 1,19 BC 59,38 AB
Fevereiro/05 4,19 A 62,99 B 12,60 B 1,96 A 87,40 A
d.m.s. 0,47 3, 96 29,37 0,71 37, 77
Intensidade de poda
Curta 2,38 C 63,23 19,27 1,08 B 74,48
Média 3,16 B 60,31 43,49 1,02 B 54,95
Longa 5,64 A 64,34 44,14 1,77 A 55,86
d.m.s. 0,63 n. s. n.s. 0,58 n. s.
Média geral 3,72 62,63 35,63 1,29 61,76
CV (%) 11,81 18,07 60,96 31,73 40,38
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
Tabela 5. Interações entre as épocas e as intensidades de poda de frutificação,
em relação ao número de ramos estabelecidos (NRE) e número de
ramos produtivos (NRP) da goiabeira ‘Paluma’, em São Francisco do
Itabapoana, RJ
(1)
.
NRE NRP
Intensidade de poda
Época de poda
curta média longa curta média longa
Agosto/04
1,00 Ca 1,75 Ba 3,88 Aa 0,25 Ca 1,44 Ba 3,44 Aa
Outubro/04
1,38 Ba 1,62 Ba 3,56 Aa 0,06 Ba 0,44 Ba 1,56 Ab
Dezembro/04
1,56 Ba 1,44 Ba 2,81 Ab 0,75 Aa 0,56 Aa 0,94 Ab
Fevereiro/05
1,56 Ba 2,12 Ba 3,31 Aab 0,12 Aa 0,44 Aa 0,56 Ab
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Em todas as épocas de poda foi observado maior número de ramos
estabelecidos nos ramos submetidos à poda longa, e dentro dessa intensidade de
poda, o menor número de ramos estabelecidos ocorreu nas plantas podadas em
dezembro (Tabela 5).
Singh et al. (2001), ao estudarem a inflncia da época de poda em
goiabeiras ‘Sardar’ e ‘Allahabad Safeda’ na Índia, verificaram que a poda
42
realizada em fevereiro e março promoveu maior emissão de brotos quando
comparadas com as podas realizadas entre abril e junho, entretanto as podas
realizadas em fevereiro e março não propiciaram boa frutificação no inverno.
O número de ramos produtivos também variou em função das épocas e
intensidades de poda, sendo observado o maior valor quando se realizou a poda
longa dos ramos em agosto (Tabela 5). Nas podas realizadas em dezembro e
fevereiro não houve diferença no número de ramos produtivos em relação à
intensidade da poda de frutificação.
As maiores porcentagens de ramos estabelecidos e produtivos e o menor
número e porcentagem de ramos vegetativos ocorreram nos ramos podados em
agosto (Tabela 4). Segundo Carvalho e Zanette (2004), a redução do crescimento
não impede o acúmulo de reservas que serão utilizadas no período de emissão
do novo fluxo vegetativo. Assim, devido à natureza da goiabeira em emitir novas
brotações e florescimento nesta época do ano, a maior parte de sua reserva
acumulada passou a ser utilizada após a realização da poda para a emissão e
crescimento da nova brotação.
Em Miracema, RJ, região Noroeste Fluminense, Martelleto et al. (2002)
verificaram em pinheiras podadas entre dezembro e abril, que as podas de
janeiro, fevereiro e março induziram a maior média de brotação, fato ocorrido
possivelmente pela maior temperatura do ar ocorrida logo após as podas nestas
épocas. Estes autores tamm observaram que o número de flores por broto
emitido decresceu com a queda da temperatura média, sendo os maiores valores
observados quando a poda foi efetuada em dezembro e janeiro, épocas de
temperaturas mais altas. Os menores valores foram observados nas podas
realizadas em março e abril.
Fato semelhante também foi observado em Macaé, RJ, região Norte
Fluminense, por Sudo-Martelleto et al. (2002). As pinheiras podadas em janeiro
apresentaram emergência de maior número de brotos enquanto as podadas no
final de março apresentaram menor número. A emergência de menor número de
brotos após a poda efetuada no final de março foi atribuída à ocorrência das
baixas temperaturas e ventos frios ocorridos no período posterior à poda.
Os ramos submetidos à poda longa emitiram maior número de brotos,
seguidos dos submetidos à poda média e curta (Tabela 4). Isto pode ser
explicado pelo fato dos ramos submetidos à poda longa apresentarem maior
43
comprimento e, conseqüentemente, maior mero de gemas após a realização da
poda. Amorim (1997) observou em goiabeira ‘Pirassununga Vermelha’, que
quando se deixou maior número de pares de folhas no ramo por ocasião da poda
de frutificação, foi verificado maiores números de brotos emitidos e produtivos.
Apesar dos números de ramos estabelecidos, ramos produtivos e
vegetativos serem maiores nos ramos submetidos à poda longa, as porcentagens
dos mesmos em relação a cada tipo de ramo podado não diferiram (Tabela 4).
Isto demonstra que o maior número de ramos estabelecidos ocorreram em função
do maior número de gemas presentes nos ramos submetidos à poda longa.
O comportamento da média do número de frutos por ramo estabelecido, a
partir do final da antese até o início da maturação dos frutos, é apresentado na
Tabela 6. Verificou-se a mesma tendência ocorrida para o número de ramos
produtivos, em que os maiores valores ocorreram nos ramos submetidos à poda
longa em agosto. O maior número de frutos ocorridos em agosto se deve,
provavelmente, à tendência de floração e frutificação natural da goiabeira nesta
época.
Tabela 6. Média do número de frutos por ramo podado da goiabeira ‘Paluma’,
submetida a diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação,
em São Francisco do Itabapoana, RJ.
Dias após o final da antese (DAA)
Tratamentos
0 14 28 42 56 70 84 98 112
Época de poda
Agosto/04
7,58 7,17 6,75 4,35 2,06 1,83 1,83 1,81 1,63
Outubro/04
1,38 1,04 0,77 0,73 0,65 0,60 0,60 0,73 0,44
Dezembro/04
1,27 0,94 0,81 0,73 0,73 0,73 0,73 0,52 0,73
Fevereiro/05
0,90 0,75 0,67 0,54 0,52 0,50 0,44 0,44 0,40
Intensidade de poda
Curta
0,55 0,42 0,39 0,38 0,22 0,20 0,20 0,20 0,20
dia
2,09 1,84 1,77 1,19 0,69 0,66 0,66 0,66 0,59
Longa
5,70 5,16 4,59 3,23 2,06 1,89 1,84 1,77 1,59
dia geral
2,78 2,47 2,25 1,60 0,99 0,92 0,90 0,88 0,80
CV (%)
26,32 28,41 31,39 32,78 38,93 41,66 43,50 35,24 35,37
Houve interação entre as épocas e as intensidades de poda de
frutificação para o número de frutos por ramo estabelecido em todos os intervalos
de avaliação. Na Tabela 7, são apresentados os valores observados em três
importantes fases do ciclo de frutificação: logo após o final da antese (0 DAA),
44
após a queda fisiológica dos frutos (56 DAA) e na época de maturação dos frutos
(112 DAA).
Feldberg et al. (1997) observaram aos 100 DAA, que o número de frutos
por ramo da goiabeira ‘Paluma’ podada no final de agosto, variou de 0 a 7, com
média de 1,54 fruto/ramo/planta. Aos 112 DAA, os valores observados neste
trabalho estão dentro da faixa descrita por Feldberg et al. (1997), entretanto
valores acima da média relatada por esses autores foram observados apenas
quando se realizou a poda longa no mês de agosto (Tabela 7).
Tabela 7. Interação entre as épocas e as intensidades de poda de frutificação, em
relação ao número de frutos por ramo podado da goiabeira ‘Paluma’,
em São Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Dias após o final da antese (DAA)
0
56
112
Intensidade de poda
Época de
poda
Curta Média Longa Curta Média Longa Curta Média Longa
Agosto/04
0,75 Ca 5,12 Ba 16,88 Aa 0,12 Ba 0,94 Ba 5,12 Aa 0,06 Ca 0,88 Ba 3,94 Aa
Outubro/04
0,06 Ba 0,69 Bb 3,06 Ab 0,00 Ba 0,50 ABa 1,44 Ab 0,00 Ba 0,38 ABa 0,94 Ab
Dezembro/04
1,19 Aa 1,25 Ab 1,69 Ab 0,62 Ba 0,69 ABa 0,88 Ab 0,62 Aa 0,69 Aa 0,88 Ab
Fevereiro/05
0,19 Aa 1,31 Ab 1,19 Ab 0,12 Ba 0,62 Aa 0,81 Ab 0,12 Ba 0,44 ABa 0,62 Ab
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Lötter (1990), na África do Sul, observou na goiabeira ‘Fan Retief’ que a
realização de poda severa na primavera reduziu o número de brotos novos e o
número de frutos, e que os melhores resultados foram obtidos em ramos
submetidos à poda longa.
Piza Junior (1997) afirma que quanto mais severo for o encurtamento do
ramo, mais estreita será a relação C:N nos tecidos próximos à gema, razão pela
qual este crescimento é mais vigoroso e menos frutífero. Sousa (2005) afirma,
ainda, que a poda curta resulta quase sempre em ramos vigorosos, nos quais a
seiva circula com grande intensidade o que compete com a frutificação. A
produção de gemas floríferas depende da acumulação de fotossintatos nos
tecidos que as originarão.
O índice de pegamento de frutos (IPF), em nenhum intervalo de
avaliação, foi influenciado pela interação entre as épocas e as intensidades da
poda de frutificação. Aos 112 DAA, o maior IPF ocorreu quando se praticou a
45
poda em dezembro, não havendo diferença entre as outras épocas de poda
(Tabela 8).
Tabela 8. Índice de pegamento de frutos da goiabeira ‘Paluma’, em %, submetida
a diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação, em São
Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Dias após o final da antese (DAA)
Tratamentos 0 14 28 42 56 70 84 98 112
Época de poda
Agosto/04 70,83 A 67,05 A 64,60 A 45,30 22,46 18,91 18,91 18,81 17,15 B
Outubro/04 39,58 B 30,56 B 24,06 B 21,72 19,38 18,59 18,59 16,96 14,01 B
Dezembro/04 56,25 AB 39,27 AB 35,90 AB 34,51 32,43 32,43 32,43 32,43 32,43 A
Fevereiro/05 31,25 B 26,65 B 23,00 B 20,07 17,99 17,57 16,53 16,53 15,69 B
d. m.s. 27, 92 34,28 33, 93 n.s . n.s . n. s. n.s n.s 14,23
Intensidade de poda
Curta 25,00 B 18,75 B 17,58 B 16,02 B 11,33 B 10,55 B 10,55 B 10,55 B 10,55
dia 54,69 A 47,02 A 44,02 AB 36,22 AB 25,83 AB 25,25 AB 25,25 AB 25,25 AB 23,07
Longa 68,75 A 56,87 A 49,08 A 38,97 A 32,03 A 29,83 A 29,05 A 27,75 A 25,85
d. m.s. 24, 99 25,97 27, 23 22,62 17, 74 17, 34 18, 34 17, 12 n.s
Média geral 49,48 40,88 36,89 30,40 23,06 21,88 21,62 21,18 19,82
CV (%) 35,35 44,47 51,67 52,08 53,85 55,50 59,40 56,58 57,97
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
Na maioria dos intervalos de avaliação, o IPF foi menor nos ramos
submetidos à poda curta, entretanto aos 112 DAA não foi detectada diferença
significativa (Tabela 8). Segundo Borba et al. (2005), plantas ou ramos
submetidos à poda mais leve apresentam maior frutificação efetiva, ou seja, maior
fixação de frutos, por apresentar maiores quantidades de reservas. A limitação de
carboidratos bem como a baixa mobilização de reservas (amido) é considerada
como um fator limitante na fixação de frutos cítricos (Ruiz et al., 2001).
A média geral do IPF aos 112 DAA foi superior a de 14,11%, observada
por Feldberg et al. (1997), e de 18,7% observada por Corrêa et al. (2002), ambas
em goiabeira ‘Paluma’ cultivada no Estado de São Paulo.
Foi observado que a queda de frutos novos ocorreu até os 56 DAA
(Tabela 3). A partir desta data, houve uma estabilização na queda dos frutos
novos com menor variação entre os intervalos de avaliação (Figura 2). Feldberg et
al. (1997) e Corrêa et al. (2002) observaram maior queda de frutos na goiabeira
‘Paluma’ no período compreendido entre o 21
o
e o 42
o
DAA.
As curvas de crescimento dos frutos, tanto a de comprimento quanto à de
diâmetro, apresentaram semelhança ao padrão de uma sigmóide dupla (Figura 3),
a mesma tendência observada por Rathore (1976) e Pereira e São José (1987).
46
Figura 2. Índice de pegamento de frutos (IPF) da goiabeira ‘Paluma’, a partir do
final da antese até o início da colheita dos frutos, em São Francisco do
Itabapoana, RJ.
Figura 3. Crescimento geral dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, a partir do final da
antese até o início da maturação, em curva sigmoidal dupla, em São
Francisco do Itabapoana, RJ.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Comprimento (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 14284256708498112
Dias após o final da antese
Diâmetro (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 142842567084 98112
Dias após o final da antese
IPF (%)
E1 E2 E3 E4
47
No geral, foi observado que a fase I de crescimento dos frutos ocorreu até
os 42 DAA, a fase II entre o 42º e 84º DAA e a fase III do 84º ao 126º DAA
(Tabela 3), o que equivale a uma duração de 42 dias em cada época. No Estado
de São Paulo, tamm em goiabeiras ‘Paluma’, Pereira e São José (1987)
observaram que os três períodos que caracterizam o crescimento dos frutos em
curva do tipo sigmoidal levaram, cronologicamente, 65, 48 e 20 dias,
respectivamente. Pereira (1996), em Visconde do Rio Branco, MG, constatou que
as três fases de crescimento da goiaba ‘Pirassununga Branca’ duraram cerca de
84, 28 e 42 dias, respectivamente.
Nas plantas podadas em dezembro, a fase de rápido crescimento dos
frutos (fase I) teve menor duração, enquanto a fase de crescimento lento (fase II)
teve maior duração, com conseqüente atraso no início da maturação dos frutos
(Tabela 3). A maior duração da fase II de crescimento dos frutos das plantas
podadas em dezembro e fevereiro ocorreu, provavelmente, devido ao período
desta fenofase ter sido observado a partir de abril, mês em que se observou início
da queda no valor da temperatura média do ar (Figura 1). Du Preez e Welgemoed
(1988) também verificaram aumento na duração da segunda fase de crescimento
dos frutos da goiabeira, quando estes se desenvolveram no período de inverno.
Não foi constatado efeito da interação entre as épocas e as intensidades
de poda sobre o comprimento dos frutos. O maior comprimento dos frutos aos
112 DAA ocorreu nas plantas podadas em dezembro, não havendo diferença
entre as outras épocas de poda (Tabela 9).
Como o ciclo da goiabeira ‘Paluma’ foi maior quando a poda foi realizada
em fevereiro (Tabela 3), os frutos produzidos nesta época apresentaram
crescimento até os 126 DAA, alcançando nesta data a média de 76,75 mm,
semelhante à média obtida pelos frutos produzidos a partir da poda em dezembro.
Em nenhum intervalo de avaliação foi observada diferença no
comprimento dos frutos em relação à intensidade da poda (Tabela 9), fato
contrário ao observado em goiabeiras na Índia (Gopikrishna, 1981) e na África do
Sul (Lötter, 1990). Segundo Mika (1986), podas mais severas causam decréscimo
no número de frutos e como resultado, ocorre um incremento no tamanho dos
frutos devido ao aumento na relação entre fonte (folha) e dreno (fruto). Este
comportamento é comumente observado quando se adota o mesmo tipo de poda
em todos os ramos da planta. No presente trabalho a poda foi realizada de acordo
48
com o diâmetro individual de cada ramo, assim a planta não ficou totalmente
desfolhada, proporcionando, provavelmente, uma recuperação mais rápida da
planta devido ao ajuste no equilíbrio da relação entre fonte e dreno.
Tabela 9. Comprimento dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, em mm, submetida a
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação, em São
Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Dias após o final da antese (DAA)
Tratamentos 0 14 28 42 56 70 84 98 112
Época de poda
Agosto/04 18,35 B 25,11 C 33,27 B 38,33 39,79 41,67 47,60 56,70 AB 69,58 B
Outubro/04 20,53 A 27,06 BC 35,18 AB 39,19 40,60 42,17 50,03 60,66 A 69,89 B
Dezembro/05 18,37 B 30,18 A 36,05 A 37,92 40,30 42,46 51,15 60,63 A 75,46 A
Fevereiro/06 17,98 B 27,92 AB 34,20 AB 39,24 41,04 42,50 45,92 53,87 B 66,71 B
d. m.s. 0,8 3 2,7 9 2,60 n.s n.s n.s n.s 4, 38 4,2 1
Intensidades de poda
Curta 18,47 28,38 35,83 39,05 40,29 42,18 47,84 56,87 72,01
dia 18,73 27,90 34,67 39,17 41,24 43,24 50,72 59,94 71,35
Longa 19,23 26,42 33,53 37,80 39,76 41,18 47,47 57,08 67,87
d. m.s. n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s
Média geral 18,81 27,57 34,68 38,67 40,43 42,20 48,68 57,96 70,41
CV ( %) 10,29 12,97 12,56 11,86 13,50 11,33 12,08 11,98 9,52
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
Quanto ao diâmetro dos frutos, foi observada interação entre as épocas e
as intensidades da poda de frutificação apenas aos 112 DAA (Tabela 10). Nesta
data de avaliação, os frutos oriundos dos ramos submetidos à poda longa em
agosto apresentaram menor diâmetro em relação às outras intensidades de poda
e em relação a todas as épocas de poda.
Tabela 10. Interação entre as épocas e as intensidades de poda de frutificação,
sobre o diâmetro (mm) dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, aos 112 dias
após o final da antese, em São Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Intensidade de poda
Época de poda
Curta Média Longa
Agosto/04
67,08 Aa 68,39 Aa 50,47 Bb
Outubro/04
63,67 Aa 63,96 Aa 61,46 Aab
Dezembro/04
66,91 Aa 65,62 Aa 70,01 Aa
Fevereiro/05
53,79 Aa 59,47 Aa 61,72 Aab
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
49
O crescimento dos frutos quanto ao diâmetro, desde o final da antese até
o início da maturação, é apresentado na Tabela 11. Aos 126 DAA, os frutos
produzidos a partir da poda em fevereiro (ciclo mais longo) obtiveram média de
67,76 mm, valor semelhante ao constatado nas outras épocas.
Tabela 11. Diâmetro dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, em mm, submetida a
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação, em São
Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Dias após o final da antese (DAA)
Tratamentos 0 14 28 42 56 70 84 98 112
Época de poda
Agosto/04 12,51 C 19,05 C 28,19 B 33,13 34,59 36,39 42,12 AB 53,08 A 61,98
Outubro/04 14,75 A 21,07 B 28,78 AB 32,51 33,96 35,72 43,41 AB 55,18 A 63,03
Dezembro/04 13,60 B 24,64 A 30,58 A 32,44 33,76 36,30 44,49 A 54,98 A 67,51
Fevereiro/05 13,02 BC 23,05 A 28,89 AB 33,15 34,52 35,80 39,23 B 46,18 B 58,33
d. m.s. 1, 08 1,9 7 1,9 0 n.s n.s n. s 4,7 4 5,93 5,77
Intensidade de poda
Curta 13,32 23,87 A 31,19 A 34,27 35,06 36,80 42,93 53,55 62,86
dia 13,36 22,04 AB 29,16 AB 33,09 34,48 36,67 43,84 53,26 64,36
Longa 13,73 19,94 B 27,02 B 31,07 33,08 34,69 40,17 50,26 60,92
d. m.s. n.s 3,21 3,52 n.s n.s n.s n.s n. s n. s
Média geral 13,47 21,95 29,11 32,81 34,21 36,05 42,31 52,36 62,71
CV (%) 8,51 10,24 8,47 8,47 8,20 7,11 7,39 7,44 6,91
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
O crescimento dos brotos novos durou entre 28 e 63 DAP de acordo com
a época de poda (Tabela 3), e mesmo quando se iniciou o florescimento os ramos
continuaram seu crescimento vegetativo (Tabelas 12, 13 e 14).
Tabela 12. Comprimento dos ramos estabelecidos da goiabeira ‘Paluma’, em cm,
submetida a diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação,
em São Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Dias após o final da antese (DAA)
Tratamentos 0 14 28 42 56 70 84 98 112
Época de poda
Agosto/04 8,20 B 9,84 B 11,04 B 11,92 B 12,53 B 12,84 B 13,09 B 13,23 B 13,47 B
Outubro/04 14,41 A 17,45 A 18,61 A 20,05 A 20,66 A 21,07 A 21,57 A 22,25 A 22,67 A
Dezembro/04 14,36 A 15,29 A 15,89 A 16,10 AB 16,26 AB 16,47 AB 16,57 AB 16,78 AB 17,01 AB
Fevereiro/05 13,53 A 15,83 A 17,29 A 17,90 A 18,17 AB 18,32 AB 18,44 AB 18,59 AB 18,97 AB
d. m.s. 2,9 3 3,85 4,7 2 5,1 9 5,89 6,32 6,52 6, 53 6,3 5
Intensidade de poda
Curta 9,62 C 11,12 B 11,76 B 12,41 B 12,63 B 12,76 B 12,91 B 13,03 B 13,15 B
dia 12,40 B 14,18 B 15,27 B 15,87 B 16,27 B 16,45 B 16,57 B 16,79 B 17,14 B
Longa 15,86 A 18,50 A 20,10 A 21,19 A 21,83 A 22,31 A 22,78 A 23,33 A 23,80 A
d. m.s. 2,5 6 3,1 3 3,7 8 4,25 4,5 6 4,78 4,9 4 5,1 4 5,2 1
Média geral 12,63 14,60 15,71 16,49 16,91 17,17 17,42 17,72 18,03
CV (%) 14,17 14,99 16,85 18,04 18,87 19,49 19,85 20,32 20,22
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
50
Tabela 13. Diâmetro dos ramos estabelecidos da goiabeira ‘Porr
51
Para as características de crescimento dos ramos estabelecidos
(comprimento, diâmetro e número de folhas) não foi observada interação entre as
épocas e as intensidades de poda em nenhum intervalo de avaliação.
A partir do final da antese até a maturação dos frutos, houve um
acréscimo de 42,76% no comprimento dos ramos, 37,06% no diâmetro e 35,87%
no número de folhas. O maior crescimento dos ramos estabelecidos ocorreu
naqueles surgidos em ramos submetidos à poda longa (Tabelas 12, 13 e 14), com
aumento de 50,06%; 41,32% e 45,56% para o comprimento, diâmetro e número
de folhas, respectivamente. Os menores incrementos ocorreram nos ramos
estabelecidos oriundos da poda curta, 36,69%; 34,69% e 29,59% para o
comprimento, diâmetro e número de folhas, respectivamente.
Lötter (1990), na África do Sul, ao estudar o hábito vegetativo da
goiabeira ‘Fan Retief’ em relação a métodos de poda, verificou que a realização
de poda severa proporcionou menor crescimento dos novos brotos (ramos). Dias
et al. (2003), em Tanhaçu, BA, ao estudarem a influência da poda de produção
realizada em junho em ramos de diferentes diâmetros da pinheira, observaram
que as brotações provenientes de ramos mais grossos apresentaram crescimento
superior às brotações provenientes de ramos mais finos.
Na última avaliação realizada (112 DAA), as médias de comprimento e
diâmetro dos ramos surgidos na goiabeira ‘Paluma’ foram menores que os
observados por Pereira (1996) aos 224 DAP, em que os comprimentos médios
dos ramos surgidos foram de 38,7; 38,7; 52,1; 39,1; 48,2 e 25,6 cm e os
diâmetros médios dos ramos foram de 4,69; 4,18; 5,56; 5,91; 6,45 e 3,88 mm para
as variedades ‘Pirassununga Vermelha’, ‘Industrial de Montes Claros’,
‘Pirassununga Branca’, ‘Brune Branca’, ‘Tetraplóide de Limeira’ e ‘IAC-4’ podadas
em fevereiro.
Os resultados obtidos que mostram maior crescimento dos ramos
estabelecidos oriundos dos ramos mais grossos submetidos à poda longa,
sugerem que quanto maior a reserva e o número de folhas mantidas nos ramos
podados maior será o crescimento dos novos ramos surgidos, havendo uma
relação direta entre a fonte e o dreno no mesmo ramo podado.
A diferença observada com relação ao crescimento dos ramos entre as
intensidades de poda, parece estar ligada à menor área foliar da planta logo após
a poda, afetando seu equilíbrio entre fonte e dreno, em que cada ramo podado
52
supria as necessidades das novas brotações surgidas em si. Segundo Larcher
(2000), o sentido da translocação de fotoassimilados segue o gradiente de
concentração entre os centros que necessitam dos assimilados (drenos) e os
centros de síntese ou de mobilização dos assimilados (fontes), sendo que as
folhas totalmente desenvolvidas suprem preferencialmente os centros
consumidores mais próximos.
O menor crescimento dos ramos estabelecidos ocorreu nas plantas
podadas em agosto, enquanto o maior foi observado nos ramos podados em
outubro, entretanto não diferenciando das podas realizadas em dezembro e
fevereiro (Tabelas 12, 13 e 14). Segundo Gardea et al. (1994), temperaturas mais
elevadas promovem a redução dos inibidores e favorece os promotores de
crescimento.
Nogueira (2002) constatou em pinheira que as podas realizadas em
agosto e setembro proporcionaram maior crescimento dos ramos em relação às
plantas podadas em maio, junho e julho, indicando que a planta promove mais
lentamente o surgimento de novas brotações em condições de temperaturas
baixas. Fracaro et al. (2004) também relatam a dificuldade na emissão e
desenvolvimento de brotos novos em videiras ‘Niagara Rosada’ quando podadas
em épocas de ocorrência de temperaturas baixas, e maior crescimento dos ramos
novos quando estes coincidem com épocas de temperatura elevadas.
A maior produção de frutos foi obtida pelas plantas podadas em
dezembro, enquanto o maior peso médio dos frutos ocorreu naqueles produzidos
a partir da poda realizada em fevereiro (Tabela 15).
Tabela 15. Produtividade da goiabeira ‘Paluma’, em diferentes épocas de poda de
frutificação, em São Francisco do Itabapoana, RJ
(1)
.
Época de poda Produção média frutos (kg/planta) Peso médio dos frutos (g)
Agosto/04
90,67 B 129,81 C
Outubro/04
73,83 C 133,50 C
Dezembro/04
102,00 A 171,45 B
Fevereiro/05
74,33 C 218,57 A
d.m .s. 11,30 36,86
Média geral 85,21 163,33
CV (%) 8,27 33,08
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
53
No geral, o maior número de frutos por ramo foi obtido pelas plantas
podadas em agosto (Tabelas 6 e 7), entretanto estes não obtiveram o maior
tamanho (Tabelas 9 e 10) devido, provavelmente, à menor relação entre fonte
(folha) e dreno (fruto), pois nesta época constatou-se menor desenvolvimento dos
ramos estabelecidos (Tabelas 12, 13 e 14).
Nas plantas podadas em dezembro, foi observado maior índice de
pegamento de frutos (Tabela 8) e maior comprimento dos frutos maduros (Tabela
9), que associados ao crescimento satisfatório dos ramos estabelecidos,
proporcionaram a obtenção da maior produção (Tabela 15).
Quando se realizou a poda em fevereiro, os ramos apresentaram baixo
número de frutos (Tabela 6), baixo índice de pegamento de frutos (Tabela 8) e,
comparando-se com as demais épocas, satisfatório crescimento dos ramos
estabelecidos (Tabelas 12, 13 e 14), o que propiciou provável aumento na relação
entre fonte e dreno, favorecendo o aumento no peso médio dos frutos. Este fato
corrobora com as informações de Mika (1986) e as constatações de Gopikrishna
(1981) e Lötter (1990) ao observarem que o decréscimo no número de frutos
propicia incremento no tamanho destes.
Os resultados obtidos são diferentes das observações de Manica et al.
(1981), que avaliaram quatro épocas de poda de frutificação (maio, junho, julho,
agosto) nas goiabeiras ‘Pirassununga Vermelha’ e ‘IAC-4’ na Região da Zona da
Mata de Minas Gerais; e das observações de Lopes et al. (1984), em Novo
Hamburgo, RS, que avaliaram o efeito de seis épocas de poda (maio, junho, julho,
agosto, setembro e outubro) na goiabeira ‘IAC-4’. Ambos não constataram efeito
de diferentes épocas de poda sobre a produção e peso médio dos frutos.
Estes resultados podem servir de base para que os produtores de goiaba
da região Norte Fluminense possam realizar a pulverização de produtos cúpricos
para a prevenção da ferrugem (Puccinia psiddi) até 14 dias após o final do
florescimento, evitando assim o efeito indesejável destes produtos em fruto novos.
Ademais, como o ciclo de produção da goiabeira varia entre 168 a 210 dias, os
produtores poderão planejar com maior precisão qual será a época de colheita
dos frutos.
54
CONCLUSÕES
Nas condições do experimento realizado em São Francisco do
Itabapoana, Região Norte Fluminense, conclui-se que:
1- A duração do ciclo da goiabeira ‘Paluma’, da poda à colheita dos frutos, varia
de acordo com a época de realização da poda de frutificação, perdurando entre
168 a 210 dias;
2- O florescimento da goiabeira ‘Paluma’ é mais precoce quando se realiza a
poda de frutificação em agosto e fevereiro, entretanto a duração do período de
florescimento é menor quando se pratica a poda em outubro e dezembro;
3- O período de queda fisiológica dos frutos da goiabeira ‘Paluma’ e a duração
das fenofases correspondentes às épocas de crescimento dos frutos são
influenciados pela época de poda;
4- A poda longa realizada em agosto resulta em maior número de ramos
produtivos e maior número de frutos por ramo;
5- A poda realizada em agosto proporciona menor crescimento dos ramos da
goiabeira ‘Paluma’;
6- A poda de frutificação longa, independente da época, proporciona maiores
números de ramos estabelecidos e produtivos da goiabeira ‘Paluma’; bem como o
maior crescimento destes;
7- A intensidade da poda de frutificação, realizada de acordo com o diâmetro de
cada ramo da planta, não afeta o crescimento e o diâmetro dos frutos da
goiabeira ‘Paluma’;
8- A goiabeira ‘Paluma’ quando submetida à poda de frutificação em dezembro
apresenta maior produção de frutos, e quando podada em fevereiro apresenta
frutos mais pesados.
55
REFERÊNCIAS
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frutificação sobre indicadores fenológicos e de produção da goiabeira. Tese
(Mestrado em Fitotecnia) – Viçosa – MG, Universidade Federal de Viçosa –
UFV, 51p.
Amorim, D.A. (1997) Efeito do tamanho da fonte, em brotações frutíferas de
goiabeiras (Psid ium guajava L.), no crescimento e na qualidade dos frutos
produzidos na entressafra. Tese (Mestrado em Fitotecnia) – Viçosa – MG,
Universidade Federal de Viçosa – UFV, 60p.
Borba, M.R.C., Scarpare Filho, J.A., Kluge, R.A. (2005) Teores de carboidratos
em pessegueiros submetidos a diferentes intensidades de poda verde em
clima tropical. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, 27 (1):68-72.
Bustan, A., Goldschmidt, E.E. (1998) Estimating the cost of flowering in a
grapefruit tree. Plant, Cell and Environment, 21:217-224.
Carvalho, R.I.N.; Zanette, F. (2004) Conteúdo de carboidratos em gemas e ramos
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5. ARTIGO 2
CARACTERIZAÇÃO FENOLÓGICA E PRODUTIVA DA GOIABEIRA ‘PALUMA’
SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO, ÉPOCAS E INTENSIDADES DE
PODA DE FRUTIFICAÇÃO NO NORTE CAPIXABA
RESUMO – O objetivo deste trabalho foi avaliar a fenologia, a produção e a
qualidade dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, em diferentes sistemas de cultivo,
épocas e intensidades de poda de frutificação, em Pedro Canário, região Norte
Capixaba. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, em esquema
de parcelas sub-subdivididas. As parcelas foram os sistemas de cultivo irrigado e
sequeiro; as subparcelas foram as épocas de poda (10/11/2005, 09/12/2005,
13/01/2006 e 10/02/2006); e as sub-subparcelas foram as intensidades de poda
(curta, média e longa). A duração do ciclo entre a poda até a colheita dos frutos,
variou de 182 a 203 dias. O sistema de cultivo influenciou os números de brotos
emitidos e de ramos estabelecidos, e as porcentagens de ramos produtivos e
vegetativos. A época de poda influenciou o número de brotos emitidos e as
porcentagens de ramos produtivos e vegetativos. A intensidade de poda
influenciou os números de brotos emitidos, ramos estabelecidos, ramos
produtivos e ramos vegetativos. O número de frutos e o índice de pegamento de
frutos foram influenciados pelo sistema de cultivo, época e intensidade de poda
60
de frutificação. A poda realizada em dezembro e janeiro proporcionou a produção
de frutos de maior tamanho. A produção, o número de frutos e o peso médio dos
frutos foram maiores nas plantas cultivadas com irrigação. Independentemente da
época de poda, as plantas submetidas à poda curta apresentaram as menores
produções e números de frutos por planta, entretanto produziram os frutos mais
pesados. As maiores produções e número de frutos por planta ocorreram nas
plantas submetidas às podas médias e longas, em fevereiro, enquanto os frutos
mais pesados, independentemente da intensidade da poda, foram produzidos
pelas plantas podadas em dezembro. O teor de sólidos solúveis totais, acidez
total titulável e ratio dos frutos não foram influenciados pela intensidade da poda
de frutificação, porém foram influenciados pelo sistema de cultivo e a época de
poda.
Termos para indexação: Psid ium guajava L., irrigação, brotação, crescimento de
frutos, sólidos solúveis totais, acidez total titulável.
'PALUMA' GUAVA TREES PHENOLOGICAL AND YIELD
CHARACTERIZATION UNDER DIFFERENT CULTIVATION SYSTEMS, TIMES
AND INTENSITIES OF FRUCTIFICATION PRUNING IN NORTH OF ESPIRITO
SANTO STATE, BRAZIL
ABSTRACT – The objective of this work was to evaluate the effects of different
fructification pruning times and intensities on the phenology, yield and fruit quality
of 'Paluma' guava trees in two cultivation systems, in Pedro Canário, Espírito
Santo State, Brazil. The experimental design was a randomized complete blocks
in a split split plots scheme. The main plots were the cultivated systems (with and
without irrigation), the split plots were the pruning times (November 10, 2005;
December 12, 2005; January 13, 2006; and February 10, 2006), and the split split
plots were the pruning intensities (heavy, medium and light). The cycle duration
between the pruning and the beginning of harvested fruits from 182 to 203 days.
Irrigation affected the numbers of buds and established branches as well as the
productive and vegetative branches percentage. Pruning time affected the number
of buds and the average of productive and vegetative branches. Pruning intensity
61
affected the numbers of buds, established branches, productive and vegetative
branches. The number of fruits and fruit set was affected by cultivate systems,
time and intensity of pruning. Larger fruits were observed in plants subjected to
pruning at December and January. Plant yield, number of harvested fruits and
fruits medium weight were higher in irrigated plants. Independently of pruning time,
plants subjected to heavy pruning provided the smallest yield and number of fruits
per plant, however produced the higher fruit weight. The largest yield and number
of fruits per plant occurred in plants subjected to medium and light pruning in
February, while higher fruit weight occurred in plants pruned at December,
regardless pruning intensity. Total soluble solids, titratable acidity and ratio were
not affected by pruning intensity; however, those characteristics were affected by
cultivate systems and pruning time.
Index terms: Ps id ium guajava L., irrigation, sprout, fruit growth, total soluble
solids, titratable acidity.
INTRODUÇÃO
O Pólo de Produção de Goiaba para Indústria, no Estado do Espírito
Santo, foi criado em 2003 no Município de Pedro Canário. Com a meta de
alcançar uma produção em torno de 10,5 mil toneladas anuais, foram plantadas
120 mil mudas da goiabeira ‘Paluma’, em área de 300 ha (INCAPER, 2003).
No Brasil, a goiabeira é cultivada em três sistemas de produção bastante
distintos: cultura de goiaba de mesa, cultura de goiaba para a indústria e cultura
mista. Este último visa atender os dois mercados simultaneamente, o que é
interessante para os produtores, uma vez que os frutos de melhor qualidade são
destinados ao mercado de fruta in natura, que alcança melhores preços, e o
restante é destinado ao processamento, nas diferentes formas, de acordo com o
tipo de fruto (Piza Junior, 1994; Gonzaga Neto et al., 2001).
A característica fundamental do sistema de produção mista é a utilização
de um método de poda, denominado “poda de frutificação”, que possibilita a
obtenção de frutos ao longo de todo o ano, quando associado à irrigação e ao
manejo adequado da adubação (Piza Junior, 1994). Embora a goiabeira responda
62
satisfatoriamente à poda de frutificação, dois aspectos importantes devem ser
considerados: a época e a intensidade da poda (Gonzaga Neto et al., 2001). A
realização de podas, em épocas e intensidades impróprias, pode afetar
negativamente a produção de goiabas (Gonzalez e Sourd, 1982; Singh et al.,
2001).
A fenologia de uma planta é descrita com base nas observações do início
e final dos estádios de desenvolvimento externamente visíveis, denominados
fenofases (Larcher, 2000). A época de início e o tempo de duração de cada
estádio de desenvolvimento variam em função do genótipo, das condições
edafoclimáticas e do manejo da cultura (Corrêa et al., 2002). O conhecimento da
fenologia de uma planta é essencial para a adoção das boas práticas agrícolas e
programação das ações do produtor. O conhecimento da curva de crescimento do
fruto é necessário para o planejamento dos tratos culturais e, também, para a
determinação da época de poda que proporcione colheita e comercialização da
safra em épocas de preços mais favoráveis ao produtor (Pereira e São José,
1987; Gonzaga Neto et al., 2001).
A produção das plantas está relacionada com o florescimento e com a
frutificação, podendo variar em função de fatores ambientais e de manejo do
pomar (Corrêa et al., 2002). A indisponibilidade de água no solo, principalmente
em épocas de intenso crescimento vegetativo, florescimento, fixação e
desenvolvimento dos frutos, pode provocar intensa queda de flores e menor
tamanho dos frutos, resultando, assim, em menor produção (Manica et al., 2000).
Pesquisas e recomendações sobre a irrigação na cultura da goiabeira são
escassas, porém as realizadas indicam aumentos de produtividade com o
aumento da lâmina de irrigação aplicada (Sousa, 1997; Chirinos-Torres et al.,
2006).
Este trabalho teve como objetivo avaliar as características fenológicas,
produtivas e de qualidade dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, em dois sistemas de
cultivo, submetida a diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação na
região Norte Capixaba.
63
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no distrito de Cristal do Norte, Município de
Pedro Canário, região Norte do Estado do Espírito Santo, localizado a 18°03’27”S,
40°06’04”O e 118 m de altitude. A região é classificada, segundo Köppen, como
tropical chuvosa e clima de bosque (Am). O solo é classificado como Argissolo
Amarelo distrófico. Os valores mensais de precipitação efetiva e de temperatura
média do município, durante o experimento, são apresentados na Figura 1. A
umidade relativa média da região no período do experimento foi de 78,6%.
Figura 1. Dados climáticos do Município de Pedro Canário, ES, no período de
realização do experimento (SIAG, 2006).
Em novembro de 2005, foi selecionada uma área de goiabeiras ‘Paluma’,
com 15 meses de idade, em espaçamento 6,5 x 4,0 m (384 plantas ha
-1
),
advindas de mudas certificadas formadas via estaquia. Até a implantação do
experimento, estas plantas ainda não tinham sido submetidas à poda de
frutificação.
O experimento foi realizado em delineamento de blocos ao acaso, com
quatro repetições, e os tratamentos foram distribuídos em esquema de parcelas
sub-subdivididas, com as parcelas compostas pelos sistemas de cultivo irrigado e
sequeiro; as subparcelas pelas épocas de poda (10/11/2005, 09/12/2005,
0
35
70
105
140
175
210
245
280
nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
mm
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
o
C
Precipitação (mm) C média
Época 2
Época 1
Época 4
Época 3
64
13/01/2006 e 10/02/2006); e as sub-subparcelas pelas intensidades da poda de
frutificação.
As intensidades da poda de frutificação foram classificadas quanto à
distância em que os ramos foram podados a partir da base, em: curta ou drástica
(podados a 1,0 cm da base), média (podados a 1/3 de seu comprimento, a partir
da base) e longa ou desponte (ramos podados a 2/3 de seu comprimento, a partir
da base). Todos os ramos de crescimento da planta foram podados sem
considerar seu diâmetro. Durante a realização da poda, foram eliminados todos
os frutos e flores presentes nas plantas.
A Foto 1 mostra o ramo de crescimento da planta antes da poda de
frutificação e logo após ser submetido às intensidades de poda estudadas.
Foto 1. Ramo da goiabeira ‘Paluma’ antes da poda de frutificação (A); e após a
realização da poda longa (B); poda média (C); e poda curta (D).
Para cada sistema de cultivo, foram selecionadas quatro linhas de plantas
localizadas na parte central do pomar, com presença de bordadura. No centro
destas linhas foram selecionadas 12 plantas, consideradas homogêneas em
A
CD
B
65
relação à idade, à altura da planta, à conformação da copa (um tronco principal
com três pernadas), e à sanidade e ao vigor (plantas aparentemente sadias e sem
sintomas foliares de deficiência nutricional). Cada linha de plantas representou
uma época de poda de frutificação e foi dividida em quatro grupos com três
plantas, que foram submetidas às três intensidades de poda de frutificação.
Foram coletadas amostras dos solos nas áreas dos dois sistemas de
cultivo, para a realização de análises químicas e físicas. Quanto à textura, o solo
de toda a área foi classificado como franco arenoso, na camada de 0 a 20 cm de
profundidade, e franco argilo-arenoso na camada de 21 a 40 cm de profundidade.
Os resultados das análises químicas do solo são apresentados na Tabela 1.
Para cada época de poda, foram coletadas amostras para análises
químicas foliares, quando as plantas estavam em pleno florescimento, conforme
Natale et al. (1996). Os resultados das análises foliares são apresentados na
Tabela 2.
Tabela 1. Resultado das análises de solo da área experimental, em Pedro
Canário, ES.
pH P K Na M.org. Ca Mg Al H+Al SB T t m V
Camadas
(cm)
(H
2
O) ------(mg dm
-3
)------ (dag kg
-1
) -------------------------(cmol
c
dm
-3
)------------------------- --------(%)------
Sequeiro
0 - 20 4,90 9,26 134 7,50 1,84 1,49 0,33 0,25 3,24 2,19 5,43 2,44 10,25 40,33
21 - 40 4,60 9,68 107 6,00 1,49 1,82 0,42 0,11 2,59 2,54 5,13 2,65 4,15 49,51
Irrigado
0 - 20 5,30 9,29 95 4,00 2,10 1,60 0,36 0,09 3,24 2,20 5,44 2,29 4,11 40,44
21 - 40 5,10 9,62 96 3,50 1,27 1,75 0,38 0,06 2,59 2,40 4,99 2,46 2,58 48,10
Tabela 2. Resultado das análises foliares das plantas utilizadas no experimento,
em Pedro Canário, ES.
N P K Ca Mg S Zn Fe Mn Cu B
Épocas de
poda
------------------------------dag kg
-1
------------------------------ ----------------------------mg kg
-1
----------------------
Sequeiro
Novembro/05 2,87 0,14 1,75 1,08 0,23 0,25 23,93 45,89 112,85 7,08 30,57
Dezembro/05 2,59 0,15 1,63 1,42 0,45 0,26 26,95 47,42 89,93 9,00 23,37
Janeiro/06 2,73 0,83 1,87 1,44 0,52 0,37 26,18 54,31 90,36 39,81 22,74
Fevereiro/06 2,73 0,83 1,95 1,29 0,20 0,22 21,54 83,88 115,54 7,38 27,17
Irrigado
Novembro/05 2,80 0,15 1,90 1,15 0,29 0,41 39,56 67,49 101,50 12,70 34,11
Dezembro/05 2,59 0,14 1,73 1,56 0,48 0,25 36,96 49,70 81,30 11,02 23,37
Janeiro/06 2,38 0,76 1,92 1,19 0,27 0,28 25,94 46,55 59,76 14,40 20,66
Fevereiro/06 2,80 0,88 2,50 1,37 0,21 0,21 22,23 58,92 168,48 8,48 27,73
66
A interpretação dos resultados das análises químicas e as
recomendações de calagem e adubação foram feitas de acordo com Natale et al.
(1996). Em cada época de poda, o calcário dolomítico, o superfosfato simples e a
matéria orgânica foram aplicados antes da poda de frutificação, e o adubo NPK
30-00-20 foi aplicado, em quatro parcelas iguais, a partir do florescimento (70 a 77
dias após a poda).
O sistema de irrigação utilizado foi o de microaspersão (um emissor por
planta), com vazão aproximada de 45 L por hora. Com exceção dos dias
chuvosos, a irrigação foi realizada diariamente, tendo-se deixado o sistema ligado
por uma hora. Este manejo corresponde ao mais praticado pelos produtores do
pólo de goiaba, porém sem rigor técnico na recomendação.
Foram necessárias pulverizações para o controle químico de plantas
daninhas, para prevenção e controle da ferrugem (Pu c c in ia p s id i i), e para o
controle do psilídeo (Tr io zo id a sp.).
Após a realização da poda, foram selecionados e marcados quatro ramos
por planta (um por quadrante) para avaliação das seguintes características:
número de brotos emitidos (NBE), avaliado aos 14 dias após a poda; número de
ramos estabelecidos (NRE), avaliado aos 56 dias após a poda; porcentagem de
ramos estabelecidos [(NRE/NBE)x100]; número de ramos produtivos (NRP) e
vegetativos (NRV), e porcentagem de ramos produtivos [(NRP/NRE)x100] e
vegetativos [(NRV/NRE)x100]. Considerou-se como ramo estabelecido aquele
que apresentava pelo menos dois pares de folhas completamente desenvolvidas
(Sousa, 1997).
A caracterização fenológica da goiabeira ‘Paluma’ foi dividida em oito
fases distintas, a partir da execução da poda: 1- início da brotação e
estabelecimento dos ramos; 2- florescimento (antese); 3- queda fisiológica dos
frutos; 4- crescimento dos frutos na fase I; 5- crescimento dos frutos na fase II; 6-
crescimento dos frutos na fase III; 7- início da maturação dos frutos; e 8- colheita
concentrada dos frutos. O ciclo total considerado foi o período compreendido
desde a realização da poda até o início da colheita concentrada dos frutos.
No início da antese (abertura das flores) foi determinado o número de
botões florais (NB) nos ramos estabelecidos produtivos. A partir do final da antese
(queda das pétalas), o número de frutos (NF) nestes mesmos ramos foi avaliado a
cada 14 dias até o início da maturação, ocorrida aos 126 dias após o final da
67
antese. Com estes dados, calculou-se o índice de pegamento de frutos (IPF),
utilizando-se a fórmula proposta por Corrêa et al. (2002): IPF=[(NF/NB)x100].
Em cada época de avaliação, tamm foram medidos, aleatoriamente, o
comprimento (eixo paralelo ao pedúnculo) e o diâmetro (eixo perpendicular ao
pedúnculo) de 12 frutos de mesma idade por planta, utilizando-se para tal um
paquímetro digital.
No período da colheita dos frutos, entre 182 a 238 dias após a poda,
foram colhidos todos os frutos de cada planta, para a determinação da produção
total da planta, do número de frutos por planta e do peso médio dos frutos. Os
frutos colhidos foram pesados individualmente em balança analítica digital, com
precisão de 0,01 g.
Durante a colheita dos frutos produzidos após a poda de cada época,
selecionaram-se, em cada tratamento, 12 frutos maduros (coloração da casca
amarela e polpa vermelha) e 12 frutos no estádio “de vez” (fruto completamente
desenvolvido com coloração da casca verde-clara e polpa rósea) (Foto 2). Em
seguida, foram determinados os teores de sólidos solúveis totais (SST), a acidez
total titulável (ATT) e a razão SST/ATT (ratio). O teor de SST foi determinado por
leitura direta em refratômetro de mesa, e a ATT por titulação em NaOH 0,1 N.
Foto 2. Goiabas ‘Paluma’ produzidas no sistema irrigado (acima) e no sistema de
sequeiro (abaixo), em dois estádios de maturação: madura (à esquerda) e
“de vez” (à direita).
68
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Tamm foi
realizada a correlação entre as características avaliadas. Todas as análises foram
feitas com o programa estatístico SAEG 9.0 (UFV, 2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando o intervalo de 14 dias entre as avaliações, não foram
observadas diferenças na fenologia da goiabeira ‘Paluma’ em relação aos
sistemas de cultivo e às intensidades de poda. Em cada época de poda verificou-
se uniformidade fenológica entre as plantas avaliadas.
Entretanto, o ciclo da goiabeira ‘Paluma’, da poda de frutificação até a
colheita, variou de 182 a 203 dias (equivalente a 112 a 126 dias a partir do final
da antese até a colheita), de acordo com as épocas de realização da poda. Os
atrasos no florescimento das plantas po5(m)4/Ge20.7(m)157( (j)2s pl)5e23.3(i)-r1(açãoeas ver0.7(m)19.2(5)-0.15-14.2(7, )2ont no f)r0.7(m)23.3(i)-buí no fm-
69
Tabela 3. Fenofases da goiabeira ‘Paluma’, submetida à poda de frutificação em
diferentes épocas do ano, em Pedro Canário, ES.
Época de poda
Fase Fenofase
Novembro/05 Dezembro/05 Janeiro/06 Fevereiro/06
Dias após a poda (DAP)
1
Início da brotação e
estabelecimento dos ramos
14 a 56 14 a 56 14 a 63 14 a 63
2
Florescimento (antese)
56 a 70 56 a 70 63 a 77 63 a 77
Dias após o final da antese (DAA)
3
Queda fisiológica dos frutos
0 a 42 0 a 56 0 a 42 0 a 42
4
Crescimento dos frutos (Fase I)
0 a 56 0 a 42 0 a 42 0 a 42
5
Crescimento dos frutos (Fase II)
56 a 84 42 a 84 42 a 84 42 a 84
6
Crescimento dos frutos (Fase III)
84 a 126 84 a 126 84 a 126 84 a 126
7
Início da maturação de frutos
102 98 85 112
8
Colheita concentrada dos frutos
112 a 155 112 a 155 112 a 155 126 a 161
TOTAL Ciclo total (DAP) 182 182 189 203
Os números de brotos emitidos e de ramos estabelecidos foram maiores
no sistema irrigado, entretanto não houve diferença entre a porcentagem de
ramos estabelecidos (Tabela 4). Sousa (1997) tamm constatou que a aplicação
da lâmina total de água requerida pelas goiabeiras influenciou positivamente os
números de brotos emitidos e de ramos estabelecidos.
Tabela 4. Números de brotos emitidos (NBE) e de ramos estabelecidos (NRE), e
porcentagem de ramos estabelecidos (RE) da goiabeira ‘Paluma’, em
diferentes sistemas de cultivo, submetidas a diferentes épocas e
intensidades de poda de frutificação, em Pedro Canário, ES
(1)
.
NBE NRE RE (%)
Sistema de cultivo
Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média
Tratamentos
7,17 A 6,29 B 6,73 5,58 A 5,06 B 5,32 70,09 A 69,52 A 69,81
Época de poda
Novembro/05 7,67 Aa 5,31 Bb 6,49 5,42 4,44 4,93 a 72,25 73,28 72,77 a
Dezembro/05 7,10 Aa 6,90 Aab 7,00 5,81 5,67 5,74 a 67,97 66,34 67,15 a
Janeiro/06 6,44 Aa 5,52 Ab 5,98 5,27 4,77 5,02 a 68,04 71,37 69,71 a
Fevereiro/06 7,48 Aa 7,42 Aa 7,45 5,83 5,35 5,59 a 72,10 67,10 69,60 a
Intensidade de poda
Curta 1,36 1,11 1,23 c 0,86 0,69 0,77 c 45,70 40,10 42,90 b
dia 7,22 6,52 6,87 b 6,08 5,56 5,82 b 85,77 85,99 85,88 a
Longa 12,94 11,23 12,09 a 9,81 8,92 9,37 a 78,81 82,48 80,64 a
CV (%) 22,96 20,41 21,65
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
70
Houve efeito significativo da interação entre épocas e intensidades de
poda para o número de brotos emitidos, número de ramos estabelecidos e
porcentagem de ramos estabelecidos (Tabela 5).
Tabela 5. Efeito da interação entre épocas e intensidades de poda de frutificação,
sobre o número de brotos emitidos (NBE), número de ramos
estabelecidos (NRE) e porcentagem de ramos estabelecidos (RE), da
goiabeira ‘Paluma’, em Pedro Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Os maiores números de brotos emitidos e de ramos estabelecidos,
independentemente da época de poda, ocorreram nos ramos submetidos à poda
longa (Tabela 5). Dentro desta intensidade de poda, os maiores números de
brotos emitidos e de ramos estabelecidos ocorreram quando se realizou a poda
em dezembro e fevereiro.
A porcentagem de ramos estabelecidos não diferiu entre as intensidades
de poda média e longa, e dentro destas intensidades de poda não houve
diferença em relão às épocas de poda (Tabela 5). Assim, o maior número de
gemas dos ramos submetidos à poda longa pode ser atribuído ao maior
comprimento final destes após a poda.
Não houve diferença no número de ramos produtivos entre os sistemas
de cultivo, porém houve no número de ramos vegetativos (Tabela 6). A maior
porcentagem de ramos produtivos ocorreu nas plantas cultivadas em sequeiro
enquanto a maior porcentagem de ramos vegetativos ocorreu nas plantas sob
cultivo irrigado. Nos dois sistemas a porcentagem de ramos produtivos foi
superior à porcentagem de ramos vegetativos.
NBE NRE RE (%)
Intensidade de poda
Época de
poda
Curta Média Longa Curta Média Longa Curta Média Longa
Novembro/05 1,62 Ca 6,66 Ba 11,19 Ab 0,94 Ca 5,62 Ba 8,22 Ab 56,51 Ba 85,73 Aa 76,05 Aa
Dezembro/05 1,50 Ca 7,09 Ba 12,41 Aab 0,59 Ca 6,34 Ba 10,28 Aa 26,04 Bb 90,16 Aa 85,27 Aa
Janeiro/06 0,69 Ca 6,78 Ba 10,47 Ab 0,59 Ca 5,97 Ba 8,50 Ab 34,38 Bb 89,59 Aa 85,15 Aa
Fevereiro/06 1,12 Ca 6,94 Ba 14,28 Aa 0,97 Ca 5,34 Ba 10,47 Aa 54,69 Ba 78,03 Aa 76,09 Aa
71
Tabela 6. Número de ramos produtivos (NRP), porcentagem de ramos produtivos
(RP), número de ramos vegetativos (NRV) e porcentagem de ramos
vegetativos (RV) da goiabeira ‘Paluma’ em sistemas de cultivo irrigado
(I) e de sequeiro (S), submetidas a diferentes épocas e intensidades de
poda de frutificação, em Pedro Canário, ES
(1)
.
72
Lötter (1990), na África do Sul, observou que à medida que se aumentava
a severidade da poda na goiabeira ‘Fan Retief’, o número de brotos emitidos
diminuía. Em Cuba (Gonzalez e Sourd, 1982) e na Índia (Gopikrishna, 1981) a
poda severa promoveu maior vigor às goiabeiras e menor emissão de botões
florais.
Além do menor número e porcentagem de ramos estabelecidos, os ramos
submetidos à poda curta também apresentaram maior produção de ramos
vegetativos que produtivos (Tabelas 6 e 7). Na cultura do pessegueiro ‘Ouromel-2’
(Prunus persica L.), Borba et al. (2005) verificaram que plantas submetidas à
poda leve apresentaram, no geral, maiores teores de carboidratos que plantas
submetidas à poda severa, com conseqüente aumento no potencial produtivo.
Segundo Larcher (2000), a formação de flores e frutos está em
competição com o crescimento vegetativo, e no caso de perda da biomassa há
uma remoção de reservas, ocasionando redução na capacidade reprodutiva da
planta. A poda curta foi a que envolveu maior remoção da biomassa, por isso, as
plantas submetidas a esta poda vegetaram mais e produziram menos.
O período compreendido entre a poda até o final do florescimento variou
de 70 a 77 dias (Tabela 3), resultado semelhante ao observado por Teixeira et al.
(2003), que foi de 77 dias.
Aos 126 dias após o final da antese (DAA), o número de frutos por ramo
podado não diferiu entre os sistemas de cultivo quando as plantas foram podadas
em novembro e janeiro (Tabela 8). Quando a poda foi realizada em dezembro, o
maior número de frutos foi observado nas plantas irrigadas, enquanto que na
poda realizada em fevereiro o mesmo ocorreu nas plantas do cultivo em sequeiro.
Nos dois sistemas de cultivo, o maior número de frutos ocorreu quando as plantas
foram podadas em fevereiro e quando submetidas à poda longa.
O índice de pegamento de frutos (IPF), aos 126 DAA, não diferiu nas
podas em dezembro e fevereiro com relação ao sistema de cultivo (Tabela 8). No
entanto, quando a poda foi realizada em novembro, o maior IPF ocorreu nas
plantas irrigadas e na poda em janeiro nas plantas do cultivo em sequeiro. Nos
dois sistemas de cultivo, os maiores índices foram observados nas plantas
podadas em fevereiro e quando submetidas à poda longa.
73
A média geral do IPF, aos 126 DAA, foi superior à média de 14,11%
observada por Feldberg et al. (1997), e a de 18,7% observada por Corrêa et al.
(2002).
Tabela 8. Número de frutos por ramo podado e índice de pegamento de frutos da
goiabeira ‘Paluma’, aos 126 dias após o final da antese, em diferentes
sistemas de cultivos e submetida a diferentes épocas e intensidades de
poda de frutificação, em Pedro Canário, ES
(1)
.
mero de frutos por ramo podado Índice de pegamento de frutos (%)
Sistema de cultivo
Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média
Tratamentos
5,56 A 5,46 A 5,51 19,63 A 21,08 A 20,36
Época de poda
Novembro/05 3,29 Ac 3,35 Ac 3,32 17,17 Ab 9,27 Bb 13,22
Dezembro/05 6,27 Aab 3,83 Bc 5,05 16,45 Ab 11,74 Ab 14,10
Janeiro/06 5,17 Ab 5,81 Ab 5,49 15,86 Bb 31,17 Aa 23,51
Fevereiro/06 7,50 Ba 8,83 Aa 8,17 29,04 Aa 32,14 Aa 30,59
Intensidade de poda
Curta 0,02 0,06 0,04 c 0,52 3,44 1,98 c
Média 6,05 6,20 6,13 b 25,39 28,87 27,13 b
Longa 10,61 10,11 10,36 a 32,97 30,93 31,95 a
CV (%) 35,47 38,45
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Aos 126 DAA, verificou-se efeito significativo da interação entre as épocas
e as intensidades de poda sobre o número de frutos por ramo podado e índice de
pegamento de frutos (Tabela 9).
Tabela 9. Efeito da interação entre épocas e intensidades de poda de frutificação
sobre o número de frutos por ramo podado e índice de pegamento de
frutos da goiabeira ‘Paluma’, aos 126 dias após o final da antese, em
Pedro Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
mero de frutos por ramo podado Índice de pegamento de frutos (%)
Intensidade de poda
Época de poda
Curta Média Longa Curta Média Longa
Novembro/05 0,00 Ba 4,47 Ab 5,50 Ac 0,00 Ba 18,06 Ab 21,60 Ab
Dezembro/05 0,03 Ca 5,62 Bb 9,50 Ab 1,04 Ba 18,41 Ab 22,83 Ab
Janeiro/06 0,12 Ca 5,88 Bb 10,47 Ab 6,88 Ca 25,48 Bb 38,19 Aa
Fevereiro/06 0,00 Ca 8,53 Ba 15,97 Aa 0,00 Ba 46,57 Aa 45,19 Aa
74
Independentemente da época de poda, o maior número de frutos por
ramo ocorreu nas plantas submetidas à poda longa, não diferindo da poda média
apenas quando a poda foi realizada em novembro (Tabela 9). Tanto na poda
longa quanto na poda média, o maior número de frutos por ramo ocorreu nas
plantas podadas em fevereiro. As plantas submetidas à poda curta apresentaram
o menor número de frutos por ramo podado, em todas as épocas de poda.
Segundo Feldberg et al. (1997), o número de frutos por ramo na goiabeira
‘Paluma’ é em média de 1,54 fruto por ramo. Apenas as plantas submetidas à
poda curta apresentaram média inferior a este valor, pois a maioria desses ramos
não apresentou produção de frutos.
Os maiores índices de pegamento de frutos ocorreram nas plantas
submetidas à poda longa, não diferindo da poda média quando realizada em
novembro, dezembro e fevereiro (Tabela 9). Dentro desses tipos de poda, os
maiores índices ocorreram nas plantas podadas em fevereiro.
Borba et al. (2005) observaram maior fixação dos frutos em pessegueiros
submetidos à poda leve, pois estes apresentavam maiores quantidades de
reservas nas raízes em relação aos submetidos à poda mais severa, que
precisaram mobilizar mais reservas para sustentar as novas brotações.
A queda fisiológica de frutos ocorreu, com maior intensidade, até o 42°
DAA, embora na poda realizada em dezembro ocorreu até o 56° DAA (Figura 2).
No Estado de São Paulo, Feldberg et al. (1997) e Corrêa et al. (2002) também
constataram maior queda de frutos da goiabeira ‘Paluma’ até o 42
o
DAA.
Figura 2. Índice de pegamento de frutos (IPF) da goiabeira ‘Paluma’, a partir do
final da antese até a maturação dos frutos, em Pedro Canário, ES.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 14284256708498112126
Dias após o final da antes e
IPF (%)
E1 E2 E3 E4
75
O início da maturação dos frutos variou entre 85 a 112 DAA, com início do
pico da colheita iniciando-se entre o 112º e 126º DAA, sendo que as plantas
podadas em fevereiro apresentaram-se mais tardias (Tabela 3).
Variações na época de pico de colheita dos frutos em resposta à época
de poda de frutificação, também foram observadas na goiabeira ‘IAC-4’ em Novo
Hamburgo, RS (Lopes et al., 1984).
Em goiabeira ‘Paluma’, Silva et al. (1998) em Sousa, PB, observaram que
o período de maturação dos frutos variou de 121 a 128 DAA, com pico aos 126
DAA. Em Jaboticabal, SP, Pereira e São José (1987) constataram o período de
maturação entre 126 a 140 DAA, com pico da colheita aos 133 DAA. Em
Petrolina, PE, Teixeira et al. (2003) observaram o período de maturação entre 95
a 123 DAA.
Com relação ao comprimento e diâmetro dos frutos, os de maior tamanho
foram produzidos pelas plantas irrigadas, independentemente da época de poda
realizada (Tabela 10).
Tabela 10. Médias de comprimento e diâmetro dos frutos da goiabeira ‘Paluma’,
em diferentes sistemas de cultivo e podada em diferentes épocas do
ano, em Pedro Canário, ES
(1)
.
Dias após o final da antese (DAA)
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Sistema
de cultivo
Comprimento de fruto ( mm)
Irrigado 21,51 A 32,31 A 40,85 A 45,09 A 47,66 A 50,56 A 55,35 A 62,97 A 73,03 A 87,11 A
Sequeiro 18,54 B 27,16 B 36,73 B 41,38 B 43,99 B 46,22 B 50,64 B 57,44 B 67,90 B 77,35 B
Média 20,02 29,73 38,79 43,23 45,83 48,39 52,99 60,20 70,47 82,23
CV (%) 14,28 9,32 6,12 4,35 4,61 5,52 4,93 4,95 5,04 3,56
Diâmetro de fruto (mm)
Irrigado 15,63 A 24,19 A 31,20 A 34,35 A 36,08 A 37,93 A 41,27 A 47,64 A 56,41 A 70,24 A
Sequeiro 13,40 B 21,01 B 29,03 B 32,83 B 34,62 B 36,33 B 39,50 B 45,63 B 55,06 B 66,55 B
Média 14,51 22,60 30,12 33,59 35,35 37,13 40,39 46,64 55,74 68,40
CV (%) 16,06 9,71 5,75 3,16 4,03 5,16 4,06 5,10 5,04 3,86
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
O crescimento dos frutos, em cada intervalo de avaliação, com relação às
épocas e intensidades de poda, é apresentado na Tabela 11. A curva geral de
crescimento dos frutos, do tipo sigmoidal dupla, é apresentada na Figura 3.
As três fases de crescimento dos frutos duraram, aproximadamente, 42
dias cada, exceto na primeira época de poda em que a fase I (crescimento rápido)
durou 56 dias, e a fase II (crescimento lento) 28 dias. Provavelmente, isso ocorreu
76
pela maior temperatura do ar durante a fase de crescimento dos frutos oriundos
desta época de poda, pois segundo Rathore (1976), a duração das fases de
crescimento dos frutos pode ser influenciada pela temperatura do ar.
Tabela 11. Comprimento e diâmetro dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, submetida a
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação, em Pedro
Canário, ES.
Dias após o final da antese (DAA)
Tratamentos 0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Comprimento de fruto
(mm)
Época de poda
Novembro/05 15,44 23,47 30,88 36,73 41,00 44,68 49,56 56,69 64,41 73,81
Dezembro/05 19,76 32,30 41,45 44,87 46,21 49,66 54,82 63,72 77,71 84,78
Janeiro/06 22,80 33,20 43,10 48,24 50,08 51,69 56,60 65,00 72,67 90,26
Fevereiro/06 22,10 29,95 39,74 43,10 46,00 47,53 51,00 55,40 67,07 80,05
Intensidade da poda
Curta 19,51 29,15 39,32 44,59 47,73 50,11 55,37 62,51 73,14 84,50
dia 20,37 30,28 38,66 42,46 44,55 47,35 51,81 59,35 69,61 81,35
Longa 20,19 29,76 38,41 42,65 45,20 47,70 51,80 58,76 68,65 80,83
Diâmetro de fruto
(mm)
Época de poda
Novembro/05 11,47 18,40 24,86 29,52 32,82 35,73 39,34 45,66 52,42 62,25
Dezembro/05 14,76 26,07 33,68 35,99 36,86 38,55 42,62 50,49 62,81 72,60
Janeiro/06 16,25 24,39 32,17 35,60 36,63 37,91 41,01 47,97 54,73 72,45
Fevereiro/06 15,57 21,55 29,76 33,26 35,09 36,33 38,57 42,42 53,00 66,28
Intensidade da poda
Curta 14,29 22,54 30,30 34,09 36,01 37,54 40,89 47,14 55,68 67,44
dia 14,57 22,89 30,13 33,36 34,71 36,70 40,11 46,43 55,93 68,73
Longa 14,69 22,39 29,92 33,32 35,33 37,15 40,17 46,34 55,60 69,02
Mercado-Silva et al. (1998), no México, observaram que as fases I, II e III
de crescimento da goiaba ‘Média China’ duraram, respectivamente, 60, 45 e 40
dias na primavera-verão e 60, 60 e 90 dias no outono-inverno. Pereira e São José
(1987), em Jaboticabal, SP, verificaram em goiabeiras ‘Paluma’ que os três
períodos de crescimento dos frutos duraram 65, 48 e 20 dias, para as fases I, II e
III, apresentando no término de cada fase 34, 45 e 66 mm de diâmetro,
respectivamente.
77
Figura 3. Crescimento geral dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, a partir do final da
antese até a colheita, em curva do tipo sigmoidal dupla, em Pedro
Canário, ES.
Aos 126 dias após o final da antese (DAA), houve interação entre época e
intensidade de poda para o comprimento e diâmetro dos frutos (Tabela 12).
Tabela 12. Efeito da interação entre épocas e intensidades de poda de frutificação
sobre o comprimento e diâmetro dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, aos
126 dias após o final da antese, em Pedro Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Em todas as épocas de poda, as plantas submetidas à poda curta
produziram frutos de maiores comprimentos (Tabela 12). Entretanto, não houve
diferença no comprimento dos frutos entre as intensidades de poda nos frutos
Comprimento de frutos (mm) Diâmetro de frutos (mm)
Intensidade de poda
Época de
poda
Curta Média Longa Curta dia Longa
Novembro/05
75,51 Ac 72,18 Ad 73,73 Ac 61,45 Ab 61,95 Ac 63,35 Ab
Dezembro/05
87,39 Aab 84,70 ABb 82,26 Bb 71,11 Aa 73,58 Aa 73,09 Aa
Janeiro/06
89,78 Aa 90,10 Aa 90,90 Aa 69,26 Ba 73,89 Aa 74,21 Aa
Fevereiro/06
85,30 Ab 78,40 Bc 76,44 Bc 67,93 Aa 65,49 Ab 65,44 Ab
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Comprimento (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 14 28 42 56 70 84 98 112 126
Dias após o final da antese
Diâmetro (mm)
78
produzidos pelas plantas podadas em novembro e janeiro. Os maiores valores de
comprimento dos frutos ocorreram nas plantas podadas em janeiro.
Com relação ao diâmetro dos frutos, houve diferença quanto à
intensidade da poda apenas nas plantas podadas em janeiro, em que o menor
valor ocorreu nas plantas submetidas à poda curta (Tabela 12). Para todas as
intensidades de poda, os maiores valores de diâmetros do fruto ocorreram
naqueles produzidos nas plantas podadas em dezembro e janeiro.
Segundo Mika (1986), podas mais severas causam decréscimo no
número de flores e, conseqüentemente, no número de frutos, resultando no
incremento no tamanho dos frutos devido ao aumento na relão entre fonte e
dreno (folha e fruto). Esse tipo de resposta já foi constatado em goiabeiras na
Índia (Gopikrishna, 1981) e na África do Sul (Lötter, 1990).
Os resultados obtidos para as características fenológicas da goiabeira
‘Paluma’ cultivada no Norte Capixaba podem servir de base para que os
produtores dessa região possam prever alguns dos principais tratos culturais
dispensados à cultura. Por exemplo, sabendo que os melhores preços da goiaba
na CEAGESP, CEASA/RJ e CEASA/MG ocorrem entre agosto a novembro
(Agrianual, 2005), o produtor poderá planejar a realização da poda de frutificação
entre 180 a 210 dias antes da colheita desejada. Outro exemplo, é que para a
cultura da goiabeira, é de suma importância a pulverização de produtos cúpricos
para a prevenção da ferrugem (Puccin ia psidd i) em frutos com até 25 mm de
diâmetro, pois frutos maiores tornam-se sensíveis ao cobre (Goes et al., 2004).
Assim, pode-se afirmar que, nas condições desse experimento, a aplicação de
produtos cúpricos poderia ser realizada no máximo até os 14 dias após o final da
antese. Por fim, os produtores que adotam a prática de ensacamento dos frutos
contra o ataque de pragas (Manica et al., 2000), deverão fazê-lo, nessas
condições, logo após a queda natural dos frutos, entre o 42º e o 56º dia após o
final da antese.
Para as características de produção, o sistema de cultivo, a época e a
intensidade da poda de frutificação influenciaram a produção de frutos, o número
de frutos colhidos e o peso médio dos frutos (Tabelas 13, 14 e 15). Para essas
três características, as maiores médias foram observadas no sistema de cultivo
irrigado, e a diferença na produção de frutos foi de 16,25 kg por planta (6.240 kg
ha
-1
), equivalente a um acréscimo de 73% na produção. Sousa (1997), no Norte
79
Fluminense, constatou que goiabeiras ‘Ogawa 3’ sem irrigação tiveram tanto a
produção como o número de frutos reduzidos em relação às plantas irrigadas.
Tabela 13. Produção da goiabeira ‘Paluma’, em dois sistemas de cultivo, e
submetidas a diferentes épocas e intensidades de poda de
frutificação, em Pedro Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Tabela 14. Número de frutos colhidos na goiabeira ‘Paluma’, em dois sistemas de
cultivo, e submetidas a diferentes épocas e intensidades de poda de
frutificação, em Pedro Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Produção de frutos (kg/planta)
Sistema de cultivo
Tratamentos
Irrigado Sequeiro Média
Época de poda
Novembro/05
20,33 Ab 13,58 Bc
16,95
Dezembro/05
46,04 Aa 20,71 Bb
33,37
Janeiro/06
40,80 Aa 22,63 Bb
31,72
Fevereiro/06
46,58 Aa 31,84 Ba
39,21
Intensidade de poda
Curta
20,18 Ac 14,25 Bb
17,22
Média
44,73 Ab 24,77 Ba
34,75
Longa
50,39 Aa 27,55 Ba
38,97
Média 38,44 A 22,19 B 30,31
CV (%) 15,84
de frutos colhidos por planta
Sistema de cultivo
Tratamentos
Irrigado Sequeiro Média
Época de poda
Novembro/05
117,92 Ac 89,25 Ac
103,58
Dezembro/05
236,08 Ab 101,67 Bbc
168,88
Janeiro/06
211,42 Ab 132,58 Bb
172,00
Fevereiro/06
279,58 Aa 267,58 Aa
273,58
Intensidade de poda
Curta
101,06 Ac 80,94 Ab
91,00
Média
251,44 Ab 170,62 Ba
211,03
Longa
281,25 Aa 191,75 Ba
236,50
Média 211,25 A 147,77 B 179,51
CV (%) 15,92
80
Tabela 15. Peso médio dos frutos colhidos na goiabeira ‘Paluma’, em dois
sistemas de cultivo, e submetidas a diferentes épocas e intensidades
de poda de frutificação, em Pedro Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
As boas produções observadas podem estar associadas ao clima
favorável da região e ao estado nutricional das plantas, visto que os teores
foliares dos nutrientes (Tabela 2), exceto para magnésio e cobre, estiveram
dentro ou acima da faixa adequada (Natale et al., 1996). Gonzaga Neto et al.
(2001) afirmam que a primeira safra da goiabeira ‘Paluma’, a partir de
aproximadamente 12 a 14 meses após o plantio no campo, em áreas irrigadas do
Nordeste, pode atingir até 15 kg de fruto por planta.
No sistema irrigado, as maiores produções foram decorrentes das podas
realizadas em dezembro, janeiro e fevereiro, e quando se praticou a poda longa
(Tabela 13). No sistema de sequeiro, as maiores produções foram decorrentes da
poda realizada em fevereiro, nas plantas submetidas às podas média e longa.
Esses resultados contrastam com os obtidos por Lopes et al. (1984), que não
verificaram efeito da época da poda sobre a produção da goiabeira ‘IAC-4’ em
cultivo de sequeiro no Estado do Rio Grande do Sul, fato associado ao clima frio
daquela região.
Apesar de o número de frutos por planta ser maior no sistema irrigado,
nas podas realizadas em novembro e fevereiro não houve diferença entre os
sistemas de cultivo (Tabela 14). Antes da realização da poda nessas duas
épocas, houve um período de déficit hídrico que pode ter favorecido maior
produção de flores do sistema de sequeiro, fato já observado em goiabeiras na
Peso médio de frutos (g)
Sistema de cultivo
Tratamentos
Irrigado Sequeiro Média
Época de poda
Novembro/05
176,92 Ab 154,95 Bc
165,93
Dezembro/05
196,11 Ba 205,45 Aa
200,78
Janeiro/06
195,81 Aa 174,54 Bb
185,17
Fevereiro/06
174,83 Ab 126,06 Bd
150,45
Intensidade de poda
Curta
199,83 181,59
190,71 a
Média
178,77 158,10
168,43 b
Longa
179,15 156,07
167,61 b
Média 185,92 A 165,25 B 175,58
CV (%) 3,67
81
Índia (Singh et al., 1997). Segundo Larcher (2000), a paralisação do crescimento
vegetativo, em razão da ocorrência de seca, resulta no acúmulo de carboidratos
de reservas pelas plantas, que são utilizados posteriormente durante o
florescimento.
Nos dois sistemas de cultivo, o maior número de frutos colhidos foi
observado nas plantas podadas em fevereiro (Tabela 14). No sistema irrigado, o
maior número de frutos colhidos ocorreu nas plantas submetidas à poda longa,
enquanto no sistema de sequeiro ocorreu nas plantas submetidas às podas média
e longa.
Em todas as épocas de poda, com exceção da realizada em dezembro,
os maiores pesos médios de frutos foram obtidos pelas plantas cultivadas com
irrigação (Tabela 15). O menor número de frutos, associado à precipitação
ocorrida entre março e junho (Figura 1), pode ter favorecido a produção de frutos
mais pesados nas plantas em sequeiro, podadas em dezembro.
Os frutos produzidos no sistema irrigado e no sistema de sequeiro são
mostrados nas Fotos 3 e 4.
Houve interação significativa entre as épocas e as intensidades de poda
para as características de produção. Plantas submetidas às podas média e longa
em fevereiro apresentaram as maiores produções e número de frutos por planta,
entretanto produziram frutos de menor peso médio (Tabela 16). As plantas
submetidas à poda longa apresentaram a maior produção e o maior número de
frutos colhidos por planta, em todas as épocas de poda, fato este também
observado por López García e Pérez-Pérez (1977) na goiabeira ‘Corriente’,
entretanto não houve diferença em relação às plantas submetidas à poda média
em novembro e fevereiro.
Para todas as intensidades de poda avaliadas, a produção de frutos mais
pesados ocorreu nas plantas podadas em dezembro (Tabela 16). Em todas as
épocas de poda, as plantas submetidas à poda curta apresentaram menores
produções e número de frutos, entretanto produziram frutos de maior peso médio.
Esse comportamento tamm foi constatado com a prática do raleamento de
frutos na goiabeira ‘Rica’ (Gonzaga Neto et al.,1997) e com a prática da poda nas
goiabeiras ‘Sardar’ (Gopikrishna, 1981), ‘Fan Retief’ (Lötter, 1990) e ‘JP-1’
(Yunus, 1991).
82
Foto 3. Goiabas produzidas no sistema de sequeiro (à esquerda) e no sistema
irrigado (à direita).
Foto 4. Goiabas colhidas em plantas cultivadas em sequeiro (à esquerda) e sob
irrigação (à direita).
83
Tabela 16. Efeito da interação entre época e intensidade de poda de frutificação,
sobre as características de produção da goiabeira ‘Paluma’, em Pedro
Canário, ES
(1)
.
Intensidade de poda
Época de poda
Curta Média Longa
Produção de frutos (kg/planta)
Novembro/05
12,03 Bb 19,08 Ac 19,75 Ac
Dezembro/05
21,10 Ca 36,24 Bb 42,78 Ab
Janeiro/06
15,84 Cab 36,13 Bb 43,19 Ab
Fevereiro/06
19,91 Bab 47,55 Aa 50,17 Aa
de frutos colhidos por planta
Novembro/05
65,88 Bb 121,38 Ac 123,50 Ac
Dezembro/05
103,62 Ca 183,50 Bb 219,50 Ab
Janeiro/06
80,12 Cab 198,38 Bb 237,50 Ab
Fevereiro/06
114,38 Ba 340,88 Aa 365,50 Aa
Peso médio de frutos (g)
Novembro/05
182,87 Ac 156,79 Bc 158,14 Bc
Dezembro/05
206,34 Aa 199,93 ABa 196,07 Ba
Janeiro/06
197,14 Ab 179,73 Bb 178,66 Bb
Fevereiro/06
176,47 Ac 137,29 Bd 137,57 Bd
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Segundo Mika (1986), a poda severa estimula o crescimento vegetativo
da planta, o que causa decréscimo no desenvolvimento das gemas frutíferas, um
menor número de frutos e, conseqüentemente, redução na produção por planta.
Contudo, como há um aumento na relação entre fonte e dreno de assimilados,
isso pode contribuir para o maior tamanho e peso dos frutos. Hoque et al. (1990)
observaram aumento do peso da goiaba ‘Kazi Piara’, em conseqüência do
aumento na relação entre folhas e frutos, com máximo peso na relação 125:1.
O número de frutos produzidos apresentou correlação linear positiva com
a produção da planta (r = 0,93
*
), e a mesma correlação não foi observada para o
peso médio dos frutos. Isso explica porque as plantas submetidas à poda curta,
apesar de produzirem frutos mais pesados, não obtiveram as maiores produções.
Como os consumidores de fruta in natura têm preferência por goiabas de
tamanho médio a grande (Choudhury et al., 2001), a poda curta poderá servir
como opção para os produtores que visam esse mercado.
Com relação às características qualitativas da goiaba ‘Paluma’, as médias
gerais para sólidos solúveis totais (SST), acidez total titulável (ATT) e ratio foram
superiores às obtidas por Cavalini et al. (2006), em Vista Alegre do Alto, SP, e por
Lima et al. (2002), em Petrolina, PE.
84
As intensidades de poda de frutificação não tiveram influência sobre as
características qualitativas avaliadas, nos frutos colhidos tanto no estádio “de vez”
(Tabela 17) quanto no estádio maduro (Tabela 18), fato também observado em
goiabas ‘JP-1’ (Yunus, 1991) e ‘Criolla Roja’ (Quijada et al., 1999).
Tabela 17. Características de qualidade dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, colhidos
no estádio “de vez”, em dois sistemas de cultivo, e submetidas a
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação, em Pedro
Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Nos frutos “de vez” os maiores teores de SST foram obtidos quando
produzidos em plantas cultivadas no sistema de sequeiro, com exceção da poda
realizada em dezembro, em que não foi constatada diferença entre os sistemas
de cultivo (Tabela 17). Esses resultados são semelhantes aos observados por
Singh et al. (1997), em goiabeiras ‘Sardar’ e ‘Allahabad Safeda’, cultivadas na
Índia, e por Pereira (1996), em goiabeira ‘Pirassununga Vermelha’, cultivada em
Visconde do Rio Branco, MG. Nesses trabalhos, verificou-se efeito favorável do
déficit hídrico no solo sobre essa característica do fruto, fato atribuído à menor
diluição dos SST.
No cultivo irrigado, não houve diferença no teor de SST dos frutos “de
vez” e maduros, em relação às épocas de poda de frutificação (Tabelas 17 e 18).
No cultivo em sequeiro, tanto os frutos “de vez” quanto os maduros, produzidos
pelas plantas podadas em dezembro, apresentaram menores teores de SST.
Teores de sólidos solúveis
(
°
Brix)
Acidez total titulável
(% ác. cítrico)
ratio
Sistema de cultivo
Tratamentos
Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média
Época de poda
Novembro/05 12,27 Ba 13,56 Aa 12,91 0,76 Aa 0,67 Ba 0,72 16,38 20,26 18,32 ab
Dezembro/05 12,39 Aa 12,26 Ab 12,33 0,74 Aa 0,72 Aa 0,73 16,67 17,12 16,89 b
Janeiro/06 11,60 Ba 13,84 Aa 12,72 0,63 Ab 0,65 Aa 0,64 18,55 21,62 20,08 a
Fevereiro/06 11,78 Ba 14,07 Aa 12,93 0,63 Bb 0,71 Aa 0,67 18,95 20,05 19,50 a
Intensidade de poda
Curta 11,84 13,35 12,61 a 0,70 0,68 0,69 a 17,42 19,67 18,54 a
dia 12,30 13,30 12,79 a 0,70 0,71 0,70 a 17,74 19,18 18,46 a
Longa 11,89 13,66 12,77 a 0,68 0,67 0,68 a 17,76 20,44 19,10 a
Média 12,01 B 13,43 A 12,72 0,69 A 0,69 A 0,69 17,64 B 19,76 A 18,70
CV ( %) 9,14 9,77 12,00
85
Tabela 18. Características de qualidade dos frutos da goiabeira ‘Paluma’, colhidos
no estádio maduro, em dois sistemas de cultivo, e submetidas a
diferentes épocas e intensidades de poda de frutificação, em Pedro
Canário, ES
(1)
.
(1)
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Nos frutos maduros, houve diferença entre os sistemas de cultivo para o
teor de SST, nos frutos produzidos pelas plantas podadas em dezembro, em que
o maior teor foi observado no cultivo irrigado, e em fevereiro, em que o maior teor
foi observado no cultivo em sequeiro. No cultivo em sequeiro, a maior média do
teor de SST nos frutos maduros foi observada nas plantas podadas em novembro
e fevereiro.
No cultivo irrigado, a ATT dos frutos “de vez” e dos maduros foi maior nas
plantas podadas em novembro e dezembro (Tabelas 17 e 18). Segundo Silva et
al. (2006), temperaturas baixas durante a maturação contribuem para a
ocorrência de frutos ácidos, e esse fato foi observado nos períodos de maturação
das duas primeiras épocas de poda (Figura 1). Entretanto, no cultivo em sequeiro,
não houve diferença na ATT dos frutos, em relação às épocas de poda.
Diferenças entre a ATT dos frutos “de vez”, com relação aos sistemas de
cultivo, foram observadas nas épocas de poda em novembro e fevereiro (Tabela
17). Nas plantas podadas em novembro, o maior valor foi observado nos frutos
das plantas em cultivo irrigado, e em fevereiro, o maior valor foi observado nos
frutos das plantas em cultivo de sequeiro. Nos frutos maduros, houve diferença
apenas quando a poda foi realizada em fevereiro, em que o maior valor de ATT
tamm ocorreu nos frutos produzidos no sistema de sequeiro (Tabela 18).
Teores de sólidos solúveis
(
°
Brix)
Acidez total titulável
(% ác. cítrico)
ratio
Sistema de cultivo
Tratamentos
Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média
Época de poda
Novembro/05 13,42 Aa 13,81 Aab 13,62 0,61 Aa 0,57 Aa 0,59 22,07 24,17 23,12 b
Dezembro/05 12,30 Aa 11,12 Bc 11,71 0,63 Aa 0,59 Aa 0,61 19,75 19,10 19,43 c
Janeiro/06 12,33 Aa 13,04 Ab 12,68 0,52 Ab 0,55 Aa 0,53 24,17 24,00 24,09 ab
Fevereiro/06 12,27 Ba 14,63 Aa 13,45 0,48 Bb 0,56 Aa 0,52 25,31 26,82 26,06 a
Intensidade de poda
Curta 12,40 13,47 12,94 a 0,55 0,55 0,55 a 22,91 24,53 23,72 a
dia 12,69 13,23 12,96 a 0,58 0,56 0,57 a 22,51 24,13 23,32 a
Longa 12,64 12,76 12,71 a 0,56 0,58 0,57 a 23,06 21,92 22,49 a
dia 12,58 A 13,15 A 12,87 0,56 A 0,57 A 0,56 22,82 A 23,53 A 23,18
CV ( %) 9,19 9,38 13,85
86
Quando os resultados de qualidade dos frutos foram comparados
isoladamente, dentro de cada intensidade de poda, não houve diferença no teor
de SST entre os estádios de maturação estudados, resultado semelhante aos
obtidos com a goiaba ‘Kumagai’ (Cavalini et al., 2006) e ‘Pedro Sato’ (Azzolini et
al., 2004). Quanto à ATT e ao ratio, houve diferença entre os estádios de
maturação, em que as médias de ATT foram de 0,69% e 0,56%, e as de ratio
foram de 18,70 e 23,18 nos frutos “de vez” e maduros, respectivamente. Mercado-
Silva et al. (1998), Azzolini et al. (2004) e Cavalini et al. (2006) tamm
verificaram que à medida que as goiabas ‘Média China’, ‘Pedro Sato’ e ‘Paluma’
amadureceram, a ATT decresceu, o que foi atribuído ao fato de os ácidos
orgânicos representarem um dos principais substratos utilizados nos processos
respiratórios, durante o amadurecimento.
CONCLUSÕES
Nas condições do experimento realizado em Pedro Canário, ES, conclui-
se que:
1- O ciclo da goiabeira ‘Paluma’, da poda de frutificação até o início da colheita
dos frutos, varia de 182 a 203 dias;
2- O florescimento da goiabeira ‘Paluma’ ocorre entre 56 a 77 dias após a
realização da poda de frutificação;
3- A queda fisiológica dos frutos da goiabeira ‘Paluma’ ocorre até os 56 dias após
o final da antese;
4- O início da maturação dos frutos da goiabeira ‘Paluma’ ocorre entre 85 a 112
dias após o final da antese;
5- A irrigação influencia os números de brotos emitidos, de ramos estabelecidos,
ramos vegetativos e frutos por ramo podado, bem como as porcentagens de
ramos produtivos e vegetativos, índice de pegamento de frutos e comprimento e
diâmetro dos frutos da goiabeira ‘Paluma’;
87
6- A poda longa proporciona os maiores números de brotos emitidos, de ramos
estabelecidos e de frutos por ramo podado da goiabeira ‘Paluma’;
7- O maior índice de pegamento de frutos ocorre em plantas podadas em
fevereiro;
8- A poda em janeiro proporciona a produção de frutos de maior tamanho;
9- A irrigação, a época e a intensidade de poda de frutificação afetam a produção,
o número de frutos colhidos e o peso médio dos frutos da goiabeira ‘Paluma’;
10- A irrigação na goiabeira ‘Paluma’ eleva a produção, o número de frutos por
planta e o peso médio dos frutos;
11- Plantas submetidas à poda curta apresentam menor produção e número de
frutos por planta, entretanto produzem frutos mais pesados;
12- A produção de frutos mais pesados é favorecida, independentemente da
intensidade da poda de frutificação, quando esta é realizada em dezembro;
13- A intensidade da poda de frutificação não influencia os teores de SST, ATT e
ratio dos frutos, que são, porém, influenciados pelo sistema de cultivo e pela
época de poda.
88
REFERÊNCIAS
Agrianual (2005) Goiaba. In: Anuário Estatístico da Agricultura Brasile ira. São
Paulo: FNP Consultoria & Agroinformativos, p.349-352.
Azzolini, M., Jacomino, A.P., Bron, I.U. (2004) Índices para avaliar qualidade pós-
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6. RESUMO E CONCLUSÕES
O trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes épocas e
intensidades de poda de frutificação sobre as características fenológicas e
produtivas da goiabeira cultivada em diferentes ambientes.
Entre agosto de 2004 e outubro de 2005, foi realizado em pomar irrigado
de goiabeira ‘Paluma’ em São Francisco do Itabapoana (RJ), região Norte
Fluminense, um experimento em delineamento inteiramente casualizado, com
duas repetições, e tratamentos distribuídos em esquema de parcelas
subdivididas. As parcelas foram constituídas pelas épocas de poda (14/08/2004,
09/10/2004, 18/12/2004 e 22/02/2005), e as subparcelas pelas intensidades de
poda de frutificação. Os ramos das plantas, de acordo com o diâmetro, foram
submetidos a três intensidades de poda. Os ramos finos foram submetidos à poda
curta; os ramos com diâmetro médio foram submetidos à poda média e os ramos
grossos foram submetidos à poda longa.
Entre novembro de 2005 a outubro de 2006, foi realizado outro
experimento numa área de cultivo de goiabeira ‘Paluma’ em Pedro Canário (ES),
região Norte Capixaba. Esse experimento foi realizado em delineamento de
blocos ao acaso, com quatro repetições, e os tratamentos foram distribuídos em
esquema de parcelas sub-subdivididas, com as parcelas compostas pelos
sistemas de cultivo irrigado e sequeiro, as subparcelas pelas épocas de poda
92
(10/11/2005, 09/12/2005, 13/01/2006 e 10/02/2006), e as sub-subparcelas pelas
intensidades de poda de frutificação (curta, média e longa).
As intensidades de poda de frutificação foram classificadas quanto à
distância em que os ramos foram podados a partir da base, em: curta ou drástica
(podados a 1,0 cm da base), média (podados a 1/3 de seu comprimento, a partir
da base) e longa ou desponte (podados a 2/3 de seu comprimento, a partir da
base). Todos os ramos de crescimento da planta foram podados sem se
considerar seu diâmetro.
Nestes experimentos foram avaliadas as características fenológicas e
produtivas da goiabeira ‘Paluma’. As avaliações foram realizadas desde a
realização da poda de frutificação até o final da colheita dos frutos.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Todas as análises
foram feitas com o programa estatístico SAEG 9.0.
Nas condições experimentais, conclui-se que:
1- A duração do ciclo da goiabeira ‘Paluma’, da poda à colheita dos frutos, varia
de acordo com a época de realização da poda de frutificação, perdurando entre
168 (poda em outubro) a 210 dias (poda em fevereiro) no RJ, e 182 (poda em
novembro e dezembro) a 203 dias (poda em fevereiro) no ES;
2- O final do florescimento da goiabeira ‘Paluma’ no RJ ocorre entre 70 a 84 dias
após a poda, e no ES entre 70 a 77 dias após a poda;
3- Em ambas regiões, o período de queda fisiológica dos frutos ocorre até 56 dias
após o final do florescimento;
4- Em ambas regiões, os frutos apresentaram crescimento seguindo uma curva
de sigmóide dupla, em que os três períodos de crescimento perduram por 42 dias
cada;
5- No RJ, o início da maturação dos frutos ocorre entre 70 a 112 dias após o final
do florescimento, enquanto que no ES o mesmo ocorre entre 85 a 112 dias após
o final do florescimento;
93
6- A colheita concentrada dos frutos no RJ ocorre entre 84 a 154 dias após o final
do florescimento, e no ES entre 112 a 161 dias após o final do florescimento;
7- As épocas e as intensidades de poda de frutificação influenciaram todas as
características fenológicas e produtivas avaliadas;
8- A poda de frutificação longa, independente da época, proporciona maiores
números de brotos emitidos e ramos estabelecidos; bem como o maior
crescimento destes;
9- A intensidade da poda quando realizada de acordo com o diâmetro de cada
ramo da planta não afeta o crescimento e o diâmetro dos frutos, enquanto o
mesmo não ocorre quando se pratica a mesma intensidade de poda em todos os
ramos da planta sem se considerar o diâmetro;
10- No RJ, as plantas submetidas à poda de frutificação em dezembro
apresentam maior produção de frutos, e as podadas em fevereiro apresentam
frutos mais pesados;
11- No ES, a produção de frutos mais pesados é favorecida, independentemente
da intensidade da poda de frutificação, quando esta é realizada em dezembro;
12- A irrigação influencia os números de brotos emitidos, de ramos estabelecidos,
ramos vegetativos e frutos por ramo podado, bem como as porcentagens de
ramos produtivos e vegetativos, índice de pegamento de frutos, comprimento e
diâmetro dos frutos; produção; número de frutos colhidos por planta e o peso
médio dos frutos;
13- A intensidade da poda de frutificação não influencia os teores de SST, ATT e
ratio dos frutos, enquanto a irrigação e a época de poda influenciam.
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