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Entre o prédio do Banco do Brasil e o Mercado Público, há um beco totalmente
ocupado pelas barracas de verduras, legumes e frutas, peixes frescos, carne de porco, de gado,
carneiro e frango abatido. Este local é bastante movimentado, especialmente nas primeiras
horas pela população local e após as nove horas, pela população rural.
Retornando pela outra ala da avenida, deparei-me com as barracas de roupas
femininas. Nestas havia muitas mulheres, jovens, senhoras de idades variadas, tentando
encontrar umas calcinhas, uns soutiens, uma lingerie compatíveis com o seu manequim e com
a bolsa, numa verdadeira disputa, ”um-puxa-para-cá-puxa-para-lá” e quem decide mais rápido
sai “ganhando”. Há artigos para copa e cozinha (copos, pratos, xícaras, talheres), há
brinquedos e uma com verduras (alface, coentro e cebolinha). O que chama a atenção e faz a
feira ser feira parece ser esta desproporcionalidade das exposições das mercadorias, as
assimetrias dos tipos e das cores, da profusão, enfim.
No que diz respeito à simetria das barracas deixa a desejar, numa visão organizacional
sistematizada, e se caracteriza pela abundância de mercadorias numa mistura integradora das
diversidades de artigos regionais naturais hortifrutigranjeiros e industrializados,
principalmente roupas e calçados devido à delimitação espacial. Logo após, há uma barraca
com uns 4m², contendo vários brinquedos de plástico nas cores vermelha, azul, amarela e
verde, baldes de praia, bolinhas, carros e bonecas. Atravessando o Mercado Público, há vários
boxes, onde seus permissionários oferecem comidas típicas: baião-de-dois, cuscuz com caldo
de carne, buchada, panelada, mão-de-vaca, PF – prato-feito, contendo arroz, feijão, farofa,
verdura e carne cozida de gado, carneiro ou porco e um pouco de macarrão, ao preço de R$
3,00 (três reais), suco de fruta ou refrigerante a R$ 0,50 (cinqüenta centavos) e R$ 1,00 (um
real ) o copo de 200 ml para acompanhar.
Na outra parte do Mercado, depois dos sanitários, são vendidos produtos como farinha
de mandioca, feijão, goma de mandioca, milho, rapadura, queijo de coalho, manteiga da terra,
nata, mel de abelha, alfenins, mel de cana, carne-de-sol, farelo para ração animal e peixes
salgados e secos, óleos comestíveis de soja e de caroço de algodão.
Na lateral de fora do Mercado, estão as barracas contendo mochilas, carteiras, cintos e
outros produtos do gênero. Próximo dali está o Sr. Francisco Carlos, com a sua banca de
verduras (cheiro-verde) que, afirmou chegar à feira às quatro horas para armar a barraca que
deixa guardada num quarto de aluguel. Está neste ramo de negócio há dez anos. Disse ser ele