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MAURICIO VICENTE ALVES
FAUNA DO SOLO INFLUENCIADA PELO USO DE FERTILIZANTES
MINERAIS E DEJETOS SUÍNOS NA SUCESSÃO AVEIA MILHO, SOB
SEMEADURA DIRETA.
LAGES – SC
2007
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS
MESTRADO EM CIÊNCIA DO SOLO
MAURICIO VICENTE ALVES
FAUNA DO SOLO INFLUENCIADA PELO USO DE FERTILIZANTES
MINERAIS E DEJETOS SUÍNOS NA SUCESSÃO AVEIA MILHO, SOB
SEMEADURA DIRETA.
Dissertação apresentada como requisito parcial
para obtenção do título de mestre no Curso de
Pós-Graduação em Ciência do Solo da
Universidade do Estado de Santa Catarina –
UDESC.
Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Pires Santos
LAGES – SC
2007
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Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária
Renata Weingärtner Rosa – CRB 228/14ª Região
(Biblioteca Setorial do CAV/UDESC)
Alves, Mauricio Vicente.
Fauna do solo influenciada pelo uso de fertilizantes
minerais e dejetos suínos na sucessão aveia milho, sob
semeadura direta / Mauricio Vicente Alves.– Lages, 2007.
46 p.
Dissertação (mestrado) – Centro de Ciências
Agroveterinárias / UDESC.
1.Esterco suíno. 2.Fauna edáfica. 3. Adubação Mineral.
I.Título.
MAURICIO VICENTE ALVES
Graduado em Agronomia – CAV/UDESC - Lages-SC
FAUNA DO SOLO INFLUENCIADA PELO USO DE
FERTILIZANTES MINERAIS E DEJETOS SUÍNOS NA SUCESSÃO
AVEIA MILHO, SOB SEMEADURA DIRETA.
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado
de Santa Catarina, para obtenção do título de Mestre em Ciência do Solo.
Aprovado em: 15/02/2007
Pela banca examinadora
______________________________
Prof. Dr. Julio Cesar Pires Santos
UDESC/CAV
Homologado em:
Por
_____________________________________
Dr. Osmar Klauberg Filho
Coordenador Técnico do Curso de Mestrado em
Ciência do Solo - Coordenador do Programa de
Mestrado em Agronomia.
_____________________________
Dr
a
. Carla Maria Pandolfo
EPAGRI - SC
______________________________
Prof. Dr. Álvaro Luiz Mafra
UDESC/CAV
____________________________________
Dr. Adil Knackfuss Vaz
Diretor Geral do Centro de Ciências
Agroveterinárias – UDESC/Lages-SC
_______________________________
Prof. Dr. Luciano Colpo Gatiboni
UDESC/CEO
Lages, Santa Catarina
15 de Fevereiro de 2007
Aos meus pais, Albary Arruda Alves e
Salete Mari Casagrande Alves,
Dedico.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e saúde.
Aos meus pais, Albary A. Alves e Salete M. C. Alves por tanto amor e carinho em
todas as horas e pela dedicação e confiança a mim creditados.
À minha namorada e Jerusa Schneider, pelo amor, carinho, paciência e compreensão
nas desavenças.
À minha irmã e cunhado pelo companheirismo e conselhos nas horas certas.
Ao meu orientador Dr. Julio Cesar Pcires Santos, pela paciência, dedicação,
transferência do seu conhecimento, apoio e aconselhamento nas horas difíceis.
Aos professores do mestrado que contribuíram para a minha formação profissional,
Osmar Klauberg Filho, Álvaro Luiz Mafra, Jaime Antonio de Almeida, Paulo Roberto Ernani,
Ildegardis Bertol, Jackson Adriano Albuquerque, Paulo Cezar Cassol, Cleimon Dias, João
Fert Neto e Jéfferson Coimbra, pela ajuda e boa formação que a mim foi concebida.
A todos os professores dos programas de Mestrado em Ciência do Solo e Produção
Vegetal.
Aos professores, Luciano Colpo Gatiboni, Álvaro Luiz Mafra e a doutora Carla Maria
Pandolfo, por aceitarem participar da banca.
As colegas de mestrado, Aline, Cedinara, Cezar, Claudinei, Daniele, Denice, Diego,
Elen, Elaine, Fabrício, Guilherme, Gilvane, Henrique, Isabel, James, Jaqueline, João, Jone,
Lisiane, Michele, Priscila, Rodrigo, Tatiana(s), Wilson, pela amizade e companheirismo.
v
A todos os membros da comissão organizadora do I – SEPOSCA, pela ajuda,
dedicação e esforço.
Ao amigo e colega Leandro Biffi, pelo georeferenciamento da área experimental.
Aos funcionários, Fernando Ramos, Claudia Ramos, Gilberto Luiz Françosi, Fernando
Canela, Rosires, Jane, Alcir, Fátima, Germano (Pipoca), Paulo, Gustavo, Antonio, Vitor,
Kassiano, Daniel, Luciano, Marcio, Mario, Mauricio, Carlão, Rogério, e demais, pela ajuda
direta ou indireta nestes dois anos de estudo e pesquisa.
Aos bolsistas de iniciação científica, em especial Deisi T. Góis, Janaina V. Alberton,
Denis Goss, Alexandre Manfroi, Vitor Vargas e Adilson, meu muito obrigado.
Ao agricultor Celso Rettore pela cedência da área e empréstimos dos equipamentos
para instalação e manutenção do experimento e ao Prof. Paulo Cezar Cassol pelo empréstimo
da área experimental.
A UDESC pela oportunidade que tive de estudar nesta grande universidade do nosso
estado.
A CAPES pela concessão da bolsa de estudos, o que me possibilitou a permanência
em Lages.
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que eu pudesse chegar
onde estou hoje.
Muito Obrigado!
RESUMO
Autor: Mauricio Vicente Alves
Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Pires Santos
O presente estudo objetivou avaliar o efeito da adição de doses crescentes de dejetos suínos,
adubação combinada dejeto + mineral e adubação mineral, observando o efeito de diferentes
coberturas e sazonalidades sobre a população, diversidade e riqueza da fauna edáfica. O
estudo foi realizado no município de Campos Novos – SC, sob um Latossolo Vermelho
Distroférrico onde anualmente são cultivados, em sucessão, milho (Zea mays) no período
estival e aveia (Avena sativa) no período hibernal, em sistema de semeadura direta. Os
tratamentos testados foram; Testemunha (TT); Adubação mineral (AM); Adubação dejeto +
mineral (AOM), Adubação orgânica na dose 3 t ha
-1
de dejeto suíno (base seca) (AO3);
Adubação orgânica na dose 6 t ha
-1
(AO6); Adubação orgânica na dose 12 t ha
-1
(AO12). As
amostragens da macro e mesofauna edáfica foram realizadas em três épocas, sendo a primeira
em 05/05/2005, a segunda em 09/09/2005 e a terceira foi 23/01/2006. A macrofauna edáfica
foi avaliada utilizando-se um amostrador constituído por cilindro com 17 cm de diâmetro,
coletando-se os 10 cm superficiais do solo e organismos maiores que 2mm separados pelo
método da catação manual conforme BARETTA (2003). A mesofauna edáfica foi coletada
nos 5 cm superficiais do solo, após os organismos da mesofauna (menor que 2 mm) foram
extraídos através do funil de Berllese. A abundância dos grupos de organismos foi avaliada
por meio dos índices de Shannon, Simpson e Pielou, além de Riqueza de ordens, organismos
por metro quadrado e análise multivariada de agrupamento. De forma geral observamos que a
freqüência relativa das ordens foi afetada pela adição do dejeto suíno. A Ordem Oligochaeta
foi influenciada pela adição de fertilizante mineral. Os melhores índices ecológicos do solo
foram encontrados no tratamento AOM. A diversidade e a densidade da fauna edáfica foi
influenciada pelas diferentes dosagens do dejeto e a adubação mineral. A macrofauna foi
beneficiada pela adição da adubação dejeto + mineral, demonstrando melhora nos seus índices
ecológicos.
PALAVRAS-CHAVE: Esterco suíno, fauna edáfica, adubação orgânica mineral, descarte de
dejetos.
SOIL FAUNA INFLUENCED BY THE USE OF MINERAL FERTILIZERS AND PIG
SLURRY IN THE SUCCESSION OATS/CORN, UNDER NO-TILLAGE.
ABSTRACT
Author: Mauricio Vicente Alves
Adviser: Prof. Dr. Julio César Pires Santos
The present study aimed to evaluate the effect of the addition of growing doses of pig slurry,
organo mineral fertilization and mineral fertilization, on the diversity and richness of the
edafic fauna. The study was carried out at Campos Novos, Santa Catarina State, South Brazil,
in a dystroferric red latosol where annually corn (Zea mays), in the summer, and oats (Avena
sativa), in the winter, are cultivated in sucession in system of direct sowing. The tested
treatments were: Control (TT); mineral fertilization (AM); organo mineral fertilization
(AOM), organic fertilization in the rate of 3 t ha
-1
of pig slurry (dry base) (AO3); organic
fertilization in the rate of 6 t ha
-1
(AO6); organic fertilization in the rate of 12 t ha
-1
(AO12).
The samplings of edafic macro and mesofauna were realized in January 2005, September
2005, and January 2006. The edafic macrofauna was evaluated by using a sampler constituted
by a cylinder with 17 cm of diameter. 10 cm and 5 cm of superficial soil were collected for
the edafic macrofauna and mesofauna respectively. Later, the mesofauna organisms (smaller
than 2 mm) were extracted through the funnel of Berllese. The diversity of organisms groups
was evaluated through the indexes of Shannon, Simpson and Pielou, besides richness of
orders, organisms for square meter and multivarieted clustering analysis. In a general way was
observed that the relative frequency of the orders was affected by the addition of pig slurry.
The Oligochaeta order was influenced by the addition of mineral fertilizer. The largest
ecological soil indexes were found in the treatment AOM. The diversity and density of the
edafic fauna was influenced by the different rates of pig slurry and mineral fertilizer. The
macrofauna was benefitted by the addition of the organo mineral fertilizer, showing a great
recover in its ecological indexes.
KEY - WORDS: swine manure, edafic fauna, mineral fertilization, discard of dejections.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Valores de pH em água, teores de nutrientes e matéria seca, observados no
dejeto suíno. Valores em base seca – Campos Novos (SC), safra 2005/2006..... 10
Tabela 2. Teor de umidade do solo (dag kg
-1
) na profundidade de 0 a 10 cm nos seis
tratamentos.Campos Novos (SC), em setembro de 2005 e janeiro de 2006.......... 11
Tabela 3. Caracteristicas químicas do solo na profundidade de 0 a 10 cm nos tratamentos
estudados. Campos Novos (SC), no ano e 2006................................................... 12
Tabela 4. Rendimento de grãos de milho, nos tratamentos estudados, Campos Novos
(SC), safras 2003/2004, 2004/2005 e 2005/2006................................................... 12
Tabela 5. Freqüência relativa das principais ordens da macrofauna em cada um dos
tratamentos por amostragem. Valores em porcentagem. Campos Novos – SC,
2005/2006.............................................................................................................. 18
Tabela 6. Freqüência relativa de cada ordem da macrofauna nos tratamentos por
amostragem.Valores em porcentagem. Campos Novos – SC, 2005/2006............ 19
Tabela 7. Índices de diversidade de Shannon (H), dominância de Simpson (Is),
uniformidade de Pielou (e), Riqueza de ordens (total de ordens) e densidade
(Organismos m
-2
), da macrofauna edáfica nos tratamentos estudados. Campos
Novos -SC, 2005/2006. Média de seis repetições em cada época de amostragem. 25
Tabela 8. Freqüência relativa das principais ordens da mesofauna em cada um dos
tratamentos, nas três amostragens, valores em porcentagem, Campos Novos –
SC, 2005/2006....................................................................................................... 29
Tabela 9. Freqüência relativa de cada ordem da mesofauna edáfica nos tratamentos, nas
três amostragens, valores em porcentagem, Campos Novos – SC, 2005/2006.... 30
ix
Tabela 10. Riqueza de ordens (total e ordens encontradas), índices de diversidade de
Shannon (H), dominância de Simpson (Is), uniformidade de Pielou (e), e
Densidade (Organismos m
-2
), da mesofauna edáfica nos seis tratamentos
estudados. Campos Novos - SC, 2005/2006. Média de seis repetições em
cada época de amostragem................................................................................. 36
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Extrator de Berllese adaptado por Barzotto (2005)............................................... 11
Figura 2. Variação sazonal da macrofauna do solo nas três amostragens. Campos Novos,
SC, 2005/2006........................................................................................................ 21
Figura 3. Variação sazonal da macrofauna do solo nas três amostragens. Campos Novos,
SC, 2005/2006........................................................................................................ 22
Figura 4.Dendrograma apresentando as distâncias de ligação entre os tratamentos, através
do número de organismos por m
2
da macrofauna edáfica, valores médios de
três amostragens. Campos Novos, SC, 2005/2006. TT: testemunha; AM:
adubação mineral; AOM: adubação dejeto + mineral; AO3: adubação orgânica
com 3 t.ha
-1
; AO6: adubação orgânica com 6 t.ha
-1
; AO12: adubação orgânica
com 12 t.ha
-1
............................................................................................................ 26
Figura 5. Variação sazonal da mesofauna do solo, nas três amostragens. Média de
6 repetições por amostragem. Campos Novos, SC, 2005/2006............................... 32
Figura 6. Variação sazonal da mesofauna do solo, nas três amostragens. Média de seis
repetições por amostragem. Campos Novos, SC, 2005/200.................................. 33
Figura 7. Dendrograma apresentando as distâncias de ligação entre os tratamentos, através
do número de organismos por m
2
da mesofauna edáfica, valores médios das
três amostragens. Campos Novos, SC, 2005/2006. TT: testemunha; AM: adubação
mineral; AOM: adubação dejeto + mineral; AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
AO6: adubação orgânica com 6 t.ha
-1
; AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
... 37
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................1
2. REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................................3
2.1. Produção de suínos e o poder poluente dos seus dejetos............................................3
2.2. Uso do dejeto suíno na agricultura.............................................................................5
2.3. Fauna edáfica e a aplicação de dejetos líquidos de suínos no solo............................6
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................9
3.1. Área experimental e Tratamentos ..............................................................................9
3.2. Amostragem da Fauna Edáfica.................................................................................10
3.3. Análise dos dados.....................................................................................................12
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO. .................................................................................14
4.1. Macrofauna edáfica ..................................................................................................14
4.1.1.Freqüência relativa dos principais grupos da macrofauna edáfica.........................14
4.1.2.Comportamento sazonal da macrofauna edáfica....................................................20
4.1.3.Índices ecológicos da macrofauna edáfica. ............................................................23
4.1.4.Análise de agrupamento para macrofauna edáfica.................................................26
4.2. Mesofauna Edáfica...................................................................................................27
4.2.1.Freqüência relativa dos principais grupos da mesofauna edáfica...........................27
4.2.2.Comportamento sazonal da mesofauna edáfica......................................................31
4.2.3.Índices ecológicos da mesofauna edáfica...............................................................34
4.2.4.Análise de agrupamento para mesofauna edáfica...................................................36
5. CONCLUSÕES..............................................................................................................38
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................39
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................40
1. INTRODUÇÃO
A atividade agropecuária no Brasil teve um grande crescimento a partir da década de
1970, notadamente nas culturas de grãos como a soja, sendo considerada hoje a base da
economia nacional. Esta grande expansão da produção de grãos levou a uma queda na
pecuária extensiva, fazendo com que os produtores de gado e, principalmente de suínos,
mudassem o sistema de produção extensivo para o intensivo, criando animais em
confinamentos e aumentando o número de animais por área. A criação de suínos para fins
alimentícios no Brasil vem crescendo a cada ano, com um número de carcaças abatidas entre
janeiro a setembro de 2006 de 18.565.448 e um peso total de 1.699.982.983 kg, ficando em
terceiro lugar nacional na produção de carnes, perdendo para bovinos e aves (IBGE, 2006).
Em Santa Catarina, a principal atividade que envolve o problema de dejetos é a suinocultura,
a qual se destaca na economia brasileira, gerando emprego e renda para cerca de 2 milhões de
propriedades rurais. Este setor fatura mais de R$ 12 bilhões por ano (IBGE, 2006)
.O aumento da produção e concentração de suínos por área levou o produtor,
inicialmente, a usar o solo e cursos d’ água como locais de descarte. Ambas alternativas são
de alto impacto poluente. O lançamento indiscriminado de dejetos não tratados em rios, lagos
e no solo pode provocar doenças tais como: verminoses, alergias, hepatites, hipertensão,
câncer de estômago e esôfago. Além disso, traz desconforto à população pela proliferação de
moscas, borrachudos e mau cheiro e, ainda, provoca a degradação do meio ambiente pela
morte de peixes, animais e eutrofização dos recursos de água. Quando aplicados em altas
doses no solo, podem ser tóxicos às plantas e à biota edáfica, pelo acúmulo de alguns
nutrientes e/ou metais pesados. Dessa forma, constitui-se um risco para a sustentabilidade e
expansão da suinocultura como atividade econômica se ao dejeto não for dado um fim
adequado.
2
Os dejetos originados da pecuária contêm diferentes proporções de nutrientes que
podem ser essenciais e/ou tóxicos às plantas. Em alguns casos, como o do dejeto suíno,
podem ser utilizados como fertilizante orgânico. Quando utilizados na dosagem adequada
podem melhorar as características físicas, biológicas e químicas do solo, promovendo assim
equilíbrio ecológico pelo aproveitamento na agricultura, sem poluição ao ambiente.
A adição de dejetos suínos em sistemas agrícolas pode influenciar a biologia do solo,
principalmente pelo fornecimento de alimento para os organismos (FRASER, 1994). Desta
forma, o aproveitamento do dejeto de suíno produzido em grande quantidade na região oeste
do estado de Santa Catarina pode provocar alterações biológicas no solo, o que ainda é pouco
conhecido (BARETTA et al., 2003). A macrofauna edáfica é importante na ciclagem de
nutrientes, acelerando a decomposição da matéria orgânica, resíduos vegetais e serrapilheira,
também podem redistribuir alguns nutrientes no solo, facilitando a absorção pelas plantas
(BROWN et al., 1998). A diminuição de minhocas no solo pode estar relacionada com a
degradação do solo (aumento da compactação, saturação de alumínio, redução na quantidade
de carbono, toxidez por excesso de adição de fertilizantes minerais e/ou orgânicos e queda
biomassa herbácea). Esta perda de uma espécie de minhoca pode resultar em um decréscimo
no funcionamento do ecossistema (DECAËNS et al., 1999), causando desequilíbrio ecológico
local.
O homem pode intervir na transformação do ecossistema, e portanto, também na fauna
edáfica, seja pela adição de adubos orgânicos, minerais ou mesmo pelos diferentes tipos de
manejo do solo. Alguns sistemas de uso do solo, como o plantio direto, podem favorecer a
fauna (LANGAN & SHAW 2006, TANCK et al., 2000), mas a utilização inadequada de
produtos agrícolas como herbicidas, inseticidas, fertilizantes minerais e/ou orgânicos pode ser
prejudicial (LEROY et al., 2006).
Diante deste contesto elaboramos as seguintes hipóteses: A diversidade e a densidade
da fauna edáfica são influenciadas pelas diferentes formas de adubação. As diferentes
coberturas do solo e épocas de coleta afetam a população da fauna edáfica.
Com o seguinte objetivo: Avaliar o efeito da adição de doses crescentes de dejetos
suínos, adubação dejeto + mineral, adubação mineral, e sazonalidade sobre a população,
diversidade e riqueza da fauna edáfica.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Produção de suínos e o poder poluente dos seus dejetos.
Na produção mundial de carnes, a de suínos representa a maior parcela do total, com
42 %, contra 32% de frango e 26% de bovino (FAO, 2006). No Brasil a criação de suínos vem
crescendo a cada ano, sendo uma das maiores e mais importantes cadeias produtivas da
indústria alimentar no Brasil. O plantel é avaliado em cerca de 36,5 milhões de cabeças,
responsável por negócios da ordem de 358 milhões de dólares (GARTNER & GAMA, 2005),
e uma exportação anual de carne de 625.000 toneladas, gerando um volume de U$
1.627.000.000,00 (SECEX, 2006). Quanto à distribuição do abate de suínos observa-se que a
região Sul concentra 70,2% do abate, a Sudeste 16,9%, a Centro-Oeste, 11,0%, a Nordeste,
1,9% e a Norte 0,1%. Santa Catarina é o estado maior produtor suíno no país com 28,3% do
abate nacional, em seguida Rio Grande do Sul com 26,8%, Paraná com 15,7% e Minas Gerais
com 10,0% (IBGE, 2006). O estado de Santa Catarina possuiu um rebanho de 5,6 milhões de
cabeças, das quais 86% estão concentrados em uma área de 30.000 km
2
, abrangendo 60
municípios no oeste catarinense (IBGE, 2006). Nesta região ocorrem a maior concentração de
pocilgas, frigoríficos e os maiores problemas de contaminação dos mananciais e solo.
O grande problema da suinocultura mundial é o destino que se deve dar à exorbitante
quantidade de dejeto produzido pela atividade. Cerca de 850 milhões de suínos são criados
por ano intensivamente em diversos países e produzem aproximadamente 300 milhões de
toneladas de dejetos (IBGE, 2006). A atividade produz 57% do total de poluição gerada por
todas as criações zootécnicas, com o agravante de que o poder poluente do dejeto suíno é
equivalente ao de 3,5 pessoas (DIESEL et al,. 2002). Outro problema é o mau cheiro liberado
pelos dejetos, Belli Filho & Lisboa (1998) identificaram mais de 200 compostos responsáveis
4
pelos maus odores nos dejetos suínos entre eles, aminas, mercaptanos, aldeídos, cetonas,
ácidos graxos voláteis, fenóis, álcoois, éter e hidrocarbonetos aromáticos. Estes odores são de
natureza volátil, se dispersam facilmente a grandes distâncias e também se fixam sobre a
poeira do ambiente, lã, cabelos e borracha (HEALY, 1996).
Essa grande produção de animais é responsável por um grande volume de esterco, que
muitas vezes é apontado como uma das principais fontes de poluição dos mananciais,
podendo os mesmos ser lixiviados através da água das chuvas, irrigação ou mesmo pela
grande quantidade de água, que é a plicada junto com o dejeto, podendo levar à uma
contaminação do lençol freático e do solo (BURTON, 1996). A grande produção de dejetos
nos confinamentos deixa como principal alternativa ao produtor o descarte destes no solo
como fertilizante orgânico. Alguns estabelecimentos que possuem produção de suínos em
grande escala não tem a produção de grãos como parte de suas atividades, assim não possuem
áreas, adequadas para a aplicação do dejeto na forma de fertilizante (MINER, 1999).
No Brasil um grande volume de dejeto suíno é produzido diariamente e, na grande
maioria, é despejado clandestinamente em cursos d"água, resultando em poluição dos
recursos água e solo. (BURTON, 1997), gerando problemas sérios a médio e longo prazo,
poluindo o lençol freático, contaminando assim os mananciais e, consecutivamente,
colocando em risco a água que bebemos (HALME et al., 1996; DIESEL et al., 2002). Como
as criações intensivas são estabelecidas concentradamente em micro-regiões, a continuada e
grande adoção do dejeto nos rios, inevitavelmente traz transtornos ao equilíbrio ecológico da
vida aquática. A demasiada descarga do dejeto na água aumenta a demanda bioquímica de
oxigênio, que provoca crescimento acentuado de algas e morte de organismos por anoxia.
Esta proliferação excessiva impede a entrada de luz na massa d"água e produz
excessivamente toxinas que tornam o meio aquático inóspito.
Uma outra forma de dar destino ao dejeto suíno é usando-o como fertilizante orgânico
na forma de fonte de nutrientes as plantas. A questão é que mesmo todas as áreas cultivadas
atualmente não seriam suficientes para receber tal quantidade deste fertilizante orgânico.
Dependendo de como o dejeto é utilizado no solo, corre-se o risco de contaminar o lençol
freático por lixiviação e escorrimento superficial, incorporando aos cursos de água
quantidades excessivas de fosfatos, amônia, nitratos, alem de disseminar patógenos e outros
elementos tóxicos (DIESEL et al., 2002). Na região oeste isso é agravante, pois há alta
concentração de animais e poucas áreas agricultáveis ou ideais para receber o dejeto em
grandes quantidades (SEIFFERT & PERDOMO, 1998).
5
Diante dessa situação, a sociedade começa a manifestar o seu descontentamento pelas
conseqüências da poluição causada por dejetos animais e o poder judiciário se organiza para
cobrar dos criadores e do poder executivo as ações corretivas necessárias.
2.2. Uso do dejeto suíno na agricultura.
O sistema intensivo de criação de suíno confinado origina grandes quantidades de
dejetos, os quais necessitam um destino adequando. Dentre as alternativas possíveis, aquela
de maior receptividade pelos agricultores tem sido a utilização como fertilizante. Resultados
de pesquisa de Scherer et al. (1996) indicam que o dejeto suínos, quando utilizado de forma
equilibrada, constitui um fertilizante capaz de substituir com vantagem parcialmente ou
totalmente a adubação mineral das culturas. A reciclagem do dejeto como fertilizante na
propriedade mostrou-se economicamente viável, desde que apresente no mínimo 5 kg de
nutrientes por metro volumétrico, o que só ocorre quando o esterco apresenta uma densidade
mínima de 1012 kg/m
3
(DIESEL et al., 2002).
O dejeto suíno é formado de fezes e perdas sólidas na razão média de 2,35 kg animal
-
1
dia
-1
.Com urina, a quantidade eleva-se para 5,80 kg animal
-1
dia
-1
e, quando se agrega a água
desperdiçada nas instalações com lavagens e vazamentos em bebedouros, a vazão média
chega a 8,60 kg animal
-1
dia
-1
. Este grande volume e a composição do dejeto produzido
dificultam o transporte e o torna muitas vezes economicamente inviável, fazendo com que os
produtores rurais o apliquem somente nas redondezas das propriedades. A redução do volume
e a utilização adequada dos dejetos podem torná-lo um bom fertilizante orgânico, melhorando
as condições químicas (ERNANI & GIANELLO, 1984), físicas (SEGANFREDO, 1998) e
biológicas (BARRETA et al., 2003) do solo, aumentando a produtividade agrícola
(SEDIYAMA et al., 2000) e diminuindo o impacto ambiental (MOREIRA, 2004).
A utilização do dejeto na agricultura pode consistir em um sistema auto-sustentável,
ou seja, que possa ser produtivo, lucrativo e sem danos ao ambiente. Para isso é necessário
que as quantidades de nutrientes requeridas pelas plantas sejam iguais as aplicadas
(SEGANFREDO, 1998). Se as quantidades forem menores, haverá queda na produtividade, e
por conseqüência, perda de lucratividade, podendo inviabilizar o sistema. Mas se as
quantidades forem maiores, poderá ocorrer acúmulo de nutrientes no solo (BURTON, 1996),
resultados que em médio e longo prazo causam inconvenientes, como por exemplo a
intoxicação da cultura por excesso de nutrientes ou contaminação dos lençóis freáticos por
6
lixiviação. Também pode favorecer a emissão de N
2
O, contribuindo para o efeito estufa, por
estimular tanto a nitrificação como a desnitrificação (GIACOMINI et al., 2006). Os dejetos
suínos apresentam de 40 a 60% do N na forma de NH4+ (SCHERER et al., 1996), o qual
pode ser rapidamente nitrificado no solo, tanto no sistema convencional, quando os dejetos
são incorporados ao solo (MORVAN, 1999), quanto no plantio direto, quando são aplicados
na superfície (ALMEIDA, 2000).
Os benefícios dos dejetos nos solos estão associados principalmente ao teor de
nutrientes encontrados no dejeto, geralmente relevantes para, nitrogênio, cobre e potássio
(CASSOL, 1999). Vários benefícios podem decorrer da adição do dejeto no solo, como por
exemplo a elevação do pH, e diminuição do teor de Al (CASSOL et al., 2005). Por outro lado,
a aplicação do dejeto pode ocasionar ligeiros decréscimos nos teores de cálcio no solo
(OLIVEIRA & PARIZOTTO, 1994).
2.3. Fauna edáfica e a aplicação de dejetos líquidos de suínos no solo
A adição de resíduos orgânicos em sistemas de cultivo é um fator que influencia a
biologia do solo, principalmente pelo fornecimento de alimento para os organismos
(FRASER, 1994) e modificações na temperatura e cobertura do solo. Desta forma, o
aproveitamento dos dejetos como fertilizante, produzidos em grande quantidade na região
oeste do estado de Santa Catarina, pode provocar alterações biológicas no solo, o que ainda é
pouco conhecido (BARETTA et al., 2003). O dejeto suíno tem recebido considerável atenção
da pesquisa agrícola, em função do alto risco de contaminação dos mananciais hídricos
(SCHERER & CASTILHOS, 1994).
Em se tratando de biologia do solo, o uso de dejetos suínos no solo funciona em
princípio como o fornecimento de substrato à biota e, quando utilizado alta dosagem, esta
prática pode ser tóxica a alguns organismos (LINDBERG, 2003), cita-se, exemplo, a elevada
adição de nitrogênio pelo dejeto que pode ser tóxico a algumas espécies de Oligochaeta
(EDWARDS & LOFTY, 1982). Assim a utilização inadequada do dejeto no solo pode causar
sérios danos à biologia e às plantas nele cultivadas, podendo também poluir os cursos d’água
e lençóis freáticos.
A macrofauna do solo tem um importante papel nos processos do ecossistema, no que
se refere à ciclagem de nutrientes e estrutura do solo: fragmenta os resíduos de plantas,
estimula a atividade microbiana, mistura partículas minerais e orgânicas, redistribui a matéria
7
orgânica e os microrganismos, promove humificação, cria bioporos e produz "pellets" fecais
(HENDRIX et al., 1990). Conforme Wink et al., (2005), a estrutura das comunidades de
formigas (Hymenoptera) é fundamental em estudos de impacto ambiental, por que elas
operam na redistribuição das partículas, dos nutrientes e da matéria orgânica, melhorando
assim a infiltração de água no solo, pela melhor porosidade e aeração (BRUYN, 1999).
As alterações na macrofauna edáfica podem ocorrer devido ao uso da terra,
modificações no ambiente, preparo do solo e pela adição de matéria orgânica nos sistemas de
cultivo (BARETTA et al., 2003). Assim, sistema de plantio e a adição de matéria orgânica
provocam alterações químicas, físicas e biológicas no solo (ALVES et al., 2005) e tais
modificações podem ter efeitos benéficos ou prejudiciais para a fauna epigeica. Alguns efeitos
prejudicais como a diminuição na quantidade de carbono, saturação por Al, ou aumento da
compactação podem causar um decréscimo da biomassa fresca de indivíduos. Em alguns
casos, a perda de uma espécie, como por exemplo as minhocas, podem resultar em perdas no
funcionamento do ecossistema (DECAËNS et al., 1999).
O efeito do uso de diferentes formas de dejetos pode levar a resultados benéficos ou
maléficos à fauna edáfica, variando conforme a composição do dejeto. Em trabalhos no oeste
semi-árido da África, foram utilizados dejeto de gado, esterco de ovelha, palha de milho,
palha de Andropogon e composto, sendo demonstrado que a palha de Andropogon e o dejeto
de ovelha foram mais benéficos à fauna do que os demais tratamentos (OUÉDRAOGO et al.,
2006). Assim, o estudo da variabilidade dos grupos funcionais presentes em áreas utilizadas
pelo homem pode ajudar a compreender qual foi o impacto a partir da exclusão de um ou mais
organismos edáficos (ANDERSEN, 1999).
Em se tratando da mesofauna do solo, quando é utilizada uma alta dosagem, esta pode
ser tóxica a algumas espécies de organismos (LINDBERG, 2003), a aplicação de altas
dosagens de dejeto suíno no solo pode resultar em uma elevada adição e nitrogênio que pode
ser tóxico a alguns organismos família Enchytraeidae (EDWARDS & LOFTY, 1982)
causando prejuízos à ecologia edáfica.
A mesofauna edáfica é constituída por organismos menores que 2mm (SWIFT et al.,
1979), em sua maioria de ácaros (Classe Arachnida) e collembolos (Classe Collembola)
(DUCATI, 2002). Os ácaros podem ser encontrados na matéria orgânica superficial do solo,
em ninhos de aves, roedores, alimentos armazenados e em restos vegetais (ALVES et al.,
2006) e animais na superfície do solo (PASCHOAL et al., 1992), sua população pode ser
aumentada através da atividade humana, com a adição de produtos químicos, como por
exemplo, fertilizantes nitrogenados, inseticidas, fazendo com que diminua assim os
8
predadores beneficiando a população de ácaros no solo (DUCATI, 2002). Os Collembola
podem serem encontrados em maior quantidade nos sistemas de cultivo convencional
(ALVES et al., 2006), em locais com colonização de fungos micorrizicos (SOUZA, 2003), e
reflorestamentos de pinus (BARETTA, 2003), e sua população é influenciada pela qualidade
e quantidade de cobertura do solo.
A aplicação de fertilizantes orgânicos e minerais pode ter um efeito positivo para a
fauna de solo, pois ao promover uma maior biomassa vegetal promove também um retorno da
matéria orgânica ao solo. A magnitude desse efeito depende diretamente da demanda de
nutrientes das plantas cultivadas e da disponibilidade de nutrientes no solo. O uso de
diferentes formas de estercos pode resultar em benefícios ou prejuízos à fauna edáfica, em
função da composição do dejeto.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Área experimental e Tratamentos .
O estudo foi conduzido no município de Campos Novos – SC, a 51º21’48’’W e
27º23’33’’S, com altitude média de 908 metros. O solo do local é um Latossolo Vermelho
Distroférrico onde anualmente são cultivados em sucessão, milho (Zea mays) no período
estival e aveia (Avena sativa) no período hibernal, em sistema de plantio direto.
Os tratamentos vêm sendo mantidos desde 2001 e estão descritos a seguir:
1) Testemunha (TT), não recebeu nenhum tipo de adubação;
2) Adubação mineral (AM), conforme a recomendação da CQFS-RS/SC (2004) .
3) Adubação dejeto+mineral (AOM), onde foram aplicados os dejetos suínos em
dose de 1,5 t ha
-1
(base seca), que corresponde a 25 m
3
ha
1
, estimada para suprir toda a
recomendação de fósforo, completando-se a dose de nitrogênio e potássio contida no dejeto
com adubação mineral, até o valor da recomendação da CQFS-RS/SC (2004);
4) Adubação orgânica na dose 3 t ha
-1
de dejeto suíno (base seca), que
correspondeu a 50 m
3
ha
1
de dejeto (AO3);
5) Adubação orgânica na dose 6 t ha
-1
de dejeto suíno (base seca), que
correspondeu a 100 m
3
ha
1
de dejeto (AO6);
6) Adubação orgânica na dose 12 t ha
-1
de dejeto suíno (base seca), que
correspondeu a 200 m
3
ha
1
de dejeto (AO12).
O dejeto suíno foi aplicado no dia da semeadura do milho, logo após o plantio, e o
fertilizante mineral junto na semeadura. Foram espalhados na superfície do solo,
determinando-se a dose do dejeto pela medida da vazão do distribuidor num período de tempo
determinado. No tratamento AM aplicou-se doses de 140 kg ha
-1
de nitrogênio (40 kg ha
-1
aplicados na base e 100 kg ha
-1
em cobertura), 70 kg ha
-1
de fósforo e 100 kg ha
-1
de potássio.
10
No tratamento AOM, a complementação da dose de potássio com fertilizante mineral foi feita
utilizando-se cloreto de potássio na dose de 70 kg ha
-1
de K. O nitrogênio foi complementado
em cobertura na dose de 45 kg ha
-1
de N na forma de uréia. O dejeto de suíno foi proveniente
de pocilga com animais em fase de terminação de uma granja que adota o sistema de
confinamento com limpeza intermitente das instalações. O dejeto permaneceu armazenado em
esterqueira a céu aberto por aproximadamente 40 dias antes da aplicação e apresentou
características relacionadas na tabela 1.
Tabela 1. Valores de pH em água, teores de nutrientes e matéria seca, observados no dejeto
suíno. Valores em base seca – Campos Novos (SC), safra 2005/2006.
pH K P Ca Mg N MS
1
Cu Zn
g kg
-1
mg kg
-1
Dejeto
7,8 20 27 18 0,9 32 56 8,8 32
1
Matéria seca.
3.2. Amostragem da Fauna Edáfica.
As amostragens da fauna do solo foram realizadas em três épocas, sendo a primeira
em 05/05/2005, um mês após a colheita do milho, sob os restos culturais da cultura do milho;
a segunda em 09/09/2005, sob a cobertura de aveia, no estádio de emborrachamento; e a
terceira foi 23/01/2006, quando a cultura do milho estava no estádio de enchimento de grãos.
Os organismos edáficos foram classificados em macro e mesofauna, de acordo com o
tamanho, conforme Swift et al.(1979). A macrofauna edáfica foi amostrada utilizando um
coletor, constituído por cilindro com 17 cm de diâmetro, retirando os 10 cm superficiais do
solo, para posterior catação manual dos organismos da macrofauna (maior que 2 mm),
segundo metodologia proposta por Baretta (2003).
A mesofauna edáfica foi coletada através de um amostrador constituído por cilindro
com 17 cm de diâmetro, coletando-se os 5 cm superficiais do solo. Após, o solo foi colocado
em sacos plásticos e transportado até o laboratório de Biologia do solo no CAV/UDESC, onde
foram avaliados os organismos da mesofauna (menor que 2 mm) extraídos através do funil de
Berllese como descrito por Southwood, (1968) e adaptado por Barzotto et al. (2005) (Figura
1). As amostras permaneceram no extrator por um período de 72 horas. Após os organismos
coletados no extrator foram classificados em nível de classe ou ordem com auxilio de
microscópio estereoscópico com 40 aumentos
11
Figura 1. Extrator de Berllese adaptado por Barzotto (2005).
As amostras de solo para análises química e da umidade gravimétrica solo foram
coletadas na profundidade de 0-10 cm, usando-se pá-de-corte, retirando-se seis amostras em
cada tratamento, nos mesmos pontos da amostragem dos cilindros (Tabela 2 e 3). A
produtividade média de milho nos anos agrícolas de 2003/2004, 2004/2005 e 2005/2006 de
cada tratamento é apresentada na tabela 4.
O delineamento experimental foi constituído de blocos ao acaso, com fatorial de 4X6,
sendo as parcelas de 12 x 6,3m. Na primeira amostragem da fauna, nos blocos 1 e 2 foi
coletado duas amostras por parcela e uma amostragem nos blocos 3 e 4, totalizando 36
amostras por época de coleta. Na segunda amostragem foi coletado uma amostra por parcela
nos blocos 1 e 2 e duas amostragens nos blocos 3 e 4. Na terceira repetiu-se o procedimento
da primeira. As amostras foram coletadas aleatoriamente nas parcelas.
Tabela 2. Teor de água do solo (dag kg
-1
) na profundidade de 0 a 10 cm nos seis tratamentos.
Campos Novos (SC), em setembro de 2005 e janeiro de 2006.
Umidade (dag kg
-1
)
Tratamentos
09/09/2005 23/01/2006 Média
TT 31,7 32,5 32,1
AM 33,6 33,3 33,5
AMO 33,0 34,0 34,0
AO3 35,6 34,1 34,8
A06 35,1 35,3 35,2
AO12 36,3 31,5 33,9
12
Tabela 3. Características químicas do solo na profundidade de 0 a 10 cm nos tratamentos
estudados. Campos Novos (SC), no ano e 2006.
pH K P Ca Mg Tratamentos
(Água)
mg dm
-3
cmol
c
dm
-3
TT 5,6 85 4,5 6,0 3,4
AM 5,6 207 9,0 6,3 2,9
AOM 5,7 315 19,5 7,0 3,0
AO3 5,7 417 22,7 6,1 2,9
AO6 5,5 264 21,5 8,1 3,7
AO12 5,8 370 45, 3 8,3 3,7
Tabela 4. Rendimento de grãos de milho nos tratamentos estudados, Campos Novos (SC),
safras 2003/2004, 2004/2005 e 2005/2006.
Tratamentos Rendimento de Grãos em kg ha
-1
2003/2004 2004/2005 2005/2006*
TT 3037 3011 322
AM 4827 7240 396
AOM 5456 8090 348
AO3 4954 8250 425
AO6 5706 7340 657
AO12 5752 6240 818
* Safra prejudicada por forte estiagem.
3.3. Análise dos dados.
A abundância da fauna do solo nas diferentes áreas foi avaliada pelos índices de
diversidade de Shannon (H), dominância de Simpson (Is) e uniformidade de Pielou (e). O
índice de diversidade de Shannon foi obtido pela relação (H = - pi. log pi), onde: pi = ni/N;
ni = densidade de cada grupo, N = número total de grupos. O índice de dominância Simpson é
dado pela relação (Is = 1-L), sendo L = ni (n-1)/N(N-1); ni = número indivíduos do grupo
“i”, N = somatório da densidade de todos os grupos. O índice de uniformidade de Pielou é
calculado com base na relação (e = H/log nº de grupos). Os atributos ecológicos, abundância,
H, Is, riqueza e uniformidade de Pielou foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e
as médias comparadas por meio do teste de LSD (P< 0,05), através do programa SAS
Learning Edition 2.0 (2004).
A fauna do solo nos diferentes tratamentos foi analisada pela análise multivariada de
agrupamento (Cluster) por ligação completa (vizinho mais distante). Para isso foi tomada a
distância mediana entre o número de indivíduos capturados (ou por m
2
) de cada grupo ou
classe taxonômica como medida de similaridade das três épocas de amostragem. Os dados de
13
densidade de organismos e o número de organismos coletados por cilindro dos principais
grupos da fauna edáfica foram transformados para freqüência relativa dos organismos,
utilizando os grupos e/ou ordens mais presentes, com mais de 1% do total de organismos e os
demais foram considerados como outros. A freqüência foi avaliada de duas formas; 1 –
Freqüência relativa das ordens em cada um dos tratamentos, 2 – Freqüência relativa de cada
ordem nos tratamentos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
4.1. Macrofauna edáfica
4.1.1. Freqüência relativa dos principais grupos da macrofauna edáfica.
Avaliando a freqüência relativa das ordens em cada tratamento nas diferentes
amostragens, tem-se que na primeira amostragem, o tratamento TT obteve 83% de
Hymenoptera (Tabela 5). Este tratamento foi o que teve a menor cobertura superficial
(avaliação visual) devido ao não recebimento de adubação durante todo o período do estudo.
Como houve menor produção de matéria seca por área, pode-se inferir que houve também
uma menor disponibilidade de substrato para a fauna. Desta forma, pode-se esperar que esta
alta freqüência das himenopteras esteja relacionada com a grande facilidade de locomoção
desta ordem, que em sua maioria são formigas. Alves et al., (2006) encontrou valores
semelhantes estudando áreas com diferentes sistemas de uso do solo. Conforme Lavelle et al.,
(1992), a estrutura e abundância das comunidades da macrofauna do solo são muito sensíveis
à variação da qualidade das plantas de cobertura de solo. Outro fator que pode ter
influenciado, é que estes organismos são de vida social, podendo ter ocorrido à amostragem
próximo à comunidade, capturando um grande número de organismos em uma das repetições.
Na primeira amostragem, o tratamento AM apresentou uma grande freqüência de
Oligochaeta, com mais de 87% do total. Ouédraogo et al. (2006) observaram que a adição de
palhada de milho foi benéfica à fauna do solo. O AOM foi mais homogêneo, não
apresentando ordens com tanta discrepância como nos tratamentos anteriores, conseqüência
de uma adubação mais equilibrada que beneficiou crescimento das plantas
e,consequentemente, a fauna. Ouédraogo et al. (2006) também observou maior
15
homogeneidade de organismos quando aplicou um composto de adubação mineral com
orgânica.
Nos tratamentos com dejetos, observa-se que na primeira amostragem a dose
intermediária, AO6, apresentou melhor equilíbrio das freqüências de ordens encontradas
(Tabela 5), o que não se verificou nos tratamentos AO3 e AO12, que apresentaram uma alta
freqüência de Hymenoptera. Este alto valor pode ser resultado da pouca qualidade de
cobertura do solo, pois o tratamento AO12 recebe uma dose muito alta de dejeto, podendo ter
afetando negativamente no desenvolvimento dos organismos do solo e as plantas de
cobertura. Nesta amostragem a alta dose resultou em baixa produtividade na safra de
2004/2005, só acima do tratamento TT. No tratamento AO3, este alto valor pode ser resultado
da pouca quantidade (avaliação visual) de cobertura do solo.
Na segunda amostragem, novamente no tratamento TT a ordem Hymenoptera foi a
mais predominante, mas, com uma menor freqüência que na anterior, 40% (Tabela 5). O
tratamento AM apresentou menor valor de Oligochaeta, quando comparado com a primeira
amostragem, mas ainda foi o grupo mais freqüente, com aproximadamente 66% do total. Este
alto valor pode ser devido a maior cobertura do solo, pois nesta época, a área estava coberta
com aveia, proporcionando assim, melhor alimentação à fauna. No AOM a ordem mais
freqüente foi novamente Oligochaeta, com mais de 85 % do total de organismos,
demonstrando o efeito do tipo de cobertura e da adição da adubação dejeto + mineral. Nos
tratamentos com adição de dejetos observou-se grande presença do grupo
Oligochaeta,variando de 29 a 75 % do total. No AO3 observa-se maior freqüência da ordem
Hymenoptera, com aproximadamente 50%, e uma menor freqüência de Oligochaeta,
possivelmente pela baixa dose do dejeto que resultou em menor crescimento vegetativo da
aveia como observado a campo.
Na terceira amostragem, no tratamento TT encontrou-se menor freqüência de
Hymenoptera em relação às amostragens anteriores, 21% (Tabela 5). O grupo mais freqüente
foi o Oligochaeta com 34%, demonstrando que as diferentes épocas de amostragem podem ter
afetado a freqüência das ordens. No tratamento AM, a ordem mais presente foi a Coleoptera
com 61% de freqüência. A alta freqüência desta ordem pode ser efeito da cultura do milho
que estava implantada no momento da amostragem em todos os tratamentos. Wardle et al.,
(1995) encontrou a macrofauna associada geralmente com a presença de plantas daninhas e de
resíduos orgânicos na superfície do solo, influenciando no aumento da população de
Coleoptera, confirmando os resultados. No AOM verificou-se uma alta freqüência de
Hymenoptera e Coleóptera, com 45 e 37% da freqüência total respectivamente. No tratamento
16
AO3 verificou-se alta freqüência de Hymenoptera, sendo a segunda maior, com 36% e a
Coleoptera novamente com a maior freqüência (52 %), demonstrando o efeito da cobertura da
área com milho. Cabe ressaltar a grande presença da ordem Coleoptera na terceira
amostragem, sendo maior que 31% em todos os tratamentos. Nesta amostragem, os
tratamentos com aplicação de dejetos obtiveram baixa freqüência de Oligochaeta,
possivelmente em função do grande período de estiagem nesta época, pois sabe-se que este
grupo tem uma alta relação com a umidade do solo. Silva et al., (2006) também encontraram
variações na comunidade de Oligochaeta em função da época de amostragem e do tipo de
cobertura do solo.
Na média das amostragens, verificou-se que nos tratamentos TT e AO3, a ordem mais
freqüente foi a Hymenoptera, com aproximadamente 58 e 56 % respectivamente do total de
organismos (Tabela 5). Isso pode ter ocorrido pela pouca cobertura do solo, devido à menor
fertilidade no tratamento TT (Tabela 3), o que significa pouco substrato para a biota,
controlando a variação dos organismos em um local (WARREN & ZOU, 2002). Em trabalho
conduzido sob sistemas de cultivo direto e convencional também foi encontrado maior
freqüência de Hymenoptera no sistema convencional, onde tinha menor cobertura do solo
(ALVES et al., 2006). Nos tratamentos AM, AOM e AO6, a ordem mais freqüente foi a
Oligochaeta, com mais de 50% do total dos organismos nos três tratamentos, confirmando os
estudos de Pandolfo et al., (2005). É importante salientar que no tratamento AM mais de 60%
do total de organismos eram Oligochaetas. Este alto valor pode ser relacionado a adição de
fertilizantes ao solo (EDWARDS & BOHLEN, 1996). Outro destaque nos tratamentos AM,
AOM e AO6 foram às ordens Hymenoptera e Coleoptera, variando de 17 a 36% e 15 a 26%
respectivamente (Tabela 5). Segundo Thomanzini & Thomanzini (2002), algumas famílias de
Coleoptera, como por exemplo os escarabeídeos, alimentam-se de fezes e carcaças oriundas
de vertebrados, isso pode ter influenciado na alta freqüência de Coleoptera nos tratamentos
com dejetos.
Estudando a freqüência de ordens nas amostragens (Tabela 6), verifica-se que a ordem
Hymenoptera obteve alta freqüência nos tratamentos TT e AO3 nas duas primeiras
amostragens. Já na terceira amostragem este comportamento foi diferente e a maior
freqüência foi no tratamento AOM. Esta possível variação na freqüência pode ter sido
ocasionada pela grande estiagem desta época, diminuindo assim a freqüência dos demais
indivíduos nos tratamentos. As demais ordens variam nas amostragens, sendo que Coleoptera
e Diptera predominaram nos tratamentos onde foram adicionadas as maiores dose de dejeto,
confirmando resultados de Dindal (1990) que verificou acréscimo na população edáfica onde
17
o solo se encontrava em condições de melhor umidade e fertilidade. Adicionalmente, tem sido
demonstrado que o uso intensivo de fertilizantes pode influenciar nas famílias de Dípteras
como por exemplo, Cecidomyiidae e Sciaridae (BÜCHS, 2003).
Observando na média das amostragens, a ordem Hymenoptera foi mais presente nos
tratamentos TT e AO3, onde havia menor disponibilidade de alimento, visto que nestes
tratamentos foram observados os menores desenvolvimentos de parte aérea do milho e aveia o
que proporcionou, menor rendimento de grãos no tratamento TT. A ordem Coleoptera foi
mais presente nos tratamentos onde houve adição de dejeto e a menor freqüência no
tratamento AM, sendo menor que no TT, indicando um provável efeito negativo da adição de
adubação mineral sobre esta ordem. As Oligochaetas tiveram maior freqüência no tratamento
AOM, confirmando estudos de Aquino (1994), onde foi utilizado composto dejeto + mineral
de dejeto bovino com bagaço de cana de açúcar e adubo mineral. A maior freqüência de
Díptera (50%) ocorreu no tratamento com maior adição de dejeto suíno (AO12), e foi ausente
no tratamento AM, demonstrando claramente que a adição do dejeto foi benéfica ao
desenvolvimento esta ordem e a adição de adubação mineral foi prejudicial. As aranhas
tiveram alta freqüência no tratamento AOM, aproximadamente 30% e a menor no tratamento
com maior dose de dejeto (AO12), com menos de 2% do total, sendo influenciada pela alta
dose de dejeto. O grupo Chilopoda obteve maior freqüência no tratamento AOM, não sendo
encontrada no tratamento TT. Como este grupo é muito dependente de uma cobertura do solo
de qualidade, o que explicar a ausência deste organismo neste tratamento (Tabela 6).
18
Tabela 5. Freqüência relativa das principais ordens da macrofauna em cada um dos
tratamentos por amostragem. Valores em porcentagem. Campos Novos – SC,
2005/2006.
Trat.
1
Hymen.
2
Coleo.
3
Oligocha.
4
Diptera Aranae Chilopoda Outros Total
05/05/2005 (%)
TT
5
83,33 2,50 13,33 0,00 0,84 0,00 0,00 100
AM
6
2,50 5,00 87,50 0,00 2,50 0,00 2,50 100
AOM
7
24,29 30,00 24,29 0,00 11,42 8,57 1,43 100
AO3
8
66,67 14,04 15,79 1,75 0,87 0,88 0,00 100
AO6
9
8,51 25,53 53,19 0,00 8,51 2,13 2,13 100
AO12
10
60,22 11,83 12,90 1,07 2,15 7,53 4,30 100
09/09/2005 (%)
TT
5
40,42 13,83 37,23 2,13 2,13 0,00 4,26 100
AM
6
23,81 3,17 66,67 0,00 1,59 1,59 3,17 100
AOM
7
4,85 4,24 85,45 2,42 0,00 1,21 1,83 100
AO3
8
49,12 15,79 29,82 0,00 0,00 1,75 3,52 100
AO6
9
3,36 15,43 75,17 2,68 0,67 1,34 1,35 100
AO12
10
14,81 24,07 29,66 24,07 1,85 0,00 5,54 100
23/01/2006 (%)
TT
5
21,05 31,58 34,21 2,63 5,26 0,00 5,27 100
AM
6
26,92 61,53 3,85 0,00 3,85 3,85 0,00 100
AOM
7
45,12 37,80 4,88 0,00 2,44 4,88 4,88 100
AO3
8
36,84 52,63 3,51 3,51 1,75 1,76 0,00 100
AO6
9
44,44 33,33 5,56 0,00 13,89 0,00 2,78 100
AO12
10
13,73 54,90 19,61 1,96 1,96 5,88 1,96 100
Média das amostragens (%)
TT
5
57,96 11,12 25,37 1,19 1,98 0,00 2,38 100
AM
6
17,84 15,51 60,45 0,00 2,33 1,55 2,32 100
AOM
7
19,56 18,61 51,10 1,26 3,15 3,79 2,53 100
AO3
8
54,81 24,11 16,26 1,75 0,88 1,32 0,87 100
AO6
9
10,78 20,26 59,91 1,72 4,31 1,29 1,73 100
AO12
10
35,86 26,27 19,18 7,58 2,02 5,05 4,04 100
1
Tratamentos;
2
Hymenoptera;
3
Coleoptera;
4
Oligochaeta;
5
TT: testemunha;
6
AM: adubação
mineral;
7
AOM: adubação dejeto + mineral;
8
AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
9
AO6:
adubação orgânica com 6 t.ha
-1
;
10
AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
.
19
Tabela 6. Freqüência relativa de cada ordem da macrofauna nos tratamentos por amostragem.
Valores em porcentagem. Campos Novos – SC, 2005/2006.
Trat.
1
Hymen.
2
Coleo.
3
Oligocha.
4
Diptera Aranae Chilopoda Outros
05/05/2005
TT
5
39,37 4,62 13,01 0,00 5,88 0,00 0,00
AM
6
0,39 3,08 28,46 0,00 5,88 0,00 14,29
AOM
7
6,69 32,31 13,82 0,00 47,06 40,00 14,28
AO3
8
29,93 24,61 14,62 66,67 5,89 6,66 0,00
AO6
9
1,57 18,46 20,33 0,00 23,53 6,67 14,29
AO12
10
22,05 16,92 9,76 33,33 11,76 46,67 57,14
Total
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
09/09/2005
TT
5
37,25 19,40 9,64 8,70 40,00 0,00 25,00
AM
6
14,72 2,99 11,57 0,00 20,00 16,67 12,50
AOM
7
7,84 10,45 38,84 17,39 0,00 33,33 18,75
AO3
8
27,45 3,43 4,68 0,00 0,00 16,67 12,50
AO6
9
4,90 34,33 30,86 17,39 20,00 33,33 12,50
AO12
10
7,84 19,40 4,41 56,52 20,00 0,00 18,75
Total
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
23/01/2006
TT
5
8,33 9,30 40,63 25,00 16,67 0,00 25,00
AM
6
7,29 12,40 3,12 0,00 8,33 11,12 0,00
AOM
7
38,54 24,03 12,50 0,00 16,67 44,44 50,00
AO3
8
21,88 3,26 6,25 50,00 8,33 11,11 0,00
AO6
9
16,67 9,30 6,25 0,00 41,67 0,00 12,50
AO12
10
7,29 21,71 31,25 25,00 8,33 33,33 12,50
Total
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Média das amostragens
TT
5
32,30 10,73 12,34 10,00 14,71 0,00 19,35
AM
6
5,09 7,66 15,05 0,00 8,82 6,67 9,68
AOM
7
13,72 22,61 31,28 13,33 29,41 40,00 25,81
AO3
8
27,66 21,07 7,16 13,33 5,88 10,00 6,45
AO6
9
5,52 18,01 26,84 13,34 29,42 10,00 12,90
AO12
10
15,71 19,92 7,33 50,00 11,76 33,33 25,81
Total
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
1
Tratamentos;
2
Hymenoptera;
3
Coleoptera;
4
Oligochaeta;
5
TT: testemunha;
6
AM: adubação
mineral;
7
AOM: adubação dejeto + mineral;
8
AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
9
AO6:
adubação orgânica com 6 t.ha
-1
;
10
AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
20
4.1.2. Comportamento sazonal da macrofauna edáfica.
Nas figuras 2 e 3 são apresentadas à variação sazonal da fauna nos tratamentos
testados. A ordem Hymenoptera teve redução no tratamento TT com o passar do tempo ,
apresentando o maior número de organismos coletados na primeira amostragem e menor na
terceira. Tal resposta possivelmente se deve a diminuição do substrato para a biota, pois na
terceira amostragem houve estiagem, se refletindo em variação dos organismos em um local
(WARREN & ZOU, 2002). Já as demais ordens tiveram comportamento diferente, com
aumento na segunda amostragem, porem com queda na terceira confirmando a hipótese
anterior. No tratamento AM a ordem Oligochaeta teve comportamento parecido com os
demais, tendo aumento na segunda amostragem e redução na terceira, variando o número de
organismos coletados. Neste tratamento, a ordem Hymenoptera foi diferente do anterior, mas
parecido com o da ordem Oligochaeta.
A ordem Coleoptera apresentou redução na segunda amostragem no AOM, mas na
terceira houve aumento na sua abundância. O comportamento desta ordem foi semelhante em
todos os tratamentos nesta ordem, com exceção do AO6 que ocorreu o inverso com redução
na segunda amostragem e um aumento na terceira. É bom salientar que no AOM a ordem
Hymenoptera teve um comportamento semelhante ao da Coleoptera, podendo indicar efeito
de tratamento sobre estas ordens. No AO3 a ordem Hymenoptera foi semelhante ao TT, a
Coleoptera ao AOM. No AO6 a Hymenoptera foi diferente dos demais, com aumento na
terceira. No tratamento AO12 é bom salientar na segunda amostragem o grande numero de
Díptera, maior que o de Hymenoptera e idêntico ao de Coleoptera nesta amostragem, tendo
um pico de díptera na segunda amostragem, comportamento semelhante à Oligochaeta mas
sempre em menor número de organismos por metro quadrado. Sabemos que a fauna do solo é
muito sensível a variações sazonais (IRMLER, 2006), isso pode ser observado claramente nas
Oligochaetas, que apresentou comportamento semelhante em todos os tratamentos.
21
Figura 2. Variação sazonal da macrofauna do solo nas três amostragens. Campos
Novos, SC, 2005/2006.
Variação das ordens nas coletas no tratamento AOM
0
50
100
150
200
250
300
350
123
Amostragens
Hymenoptera Coleoptera Oligocheatas Dipter
a
Aranae Chilopoda Outros
Variação das ordens nas coletas no tratamento AM
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3
Variação das ordens nas coletas no tratamento TT
0
50
100
150
200
250
300
350
123
Org./m²
Org./m²
Org./m²
22
Figura 3. Variação sazonal da macrofauna do solo nas três amostragens. Campos
Novos, SC, 2005/2006.
Variação das ordens nas coletas no tratamento AO6
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3
Variação das ordens nas coletas no tratamento AO3
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3
Org./m²
Variação das ordens nas coletas no tratamento AO12
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2 3
Amostragens
Org./m²
Hymenoptera Coleoptera Oligocheatas Diptera
Aranae Chilopoda Outros
Org./m²
23
4.1.3. Índices ecológicos da macrofauna edáfica.
.
Ao avaliar-se as amostragens isoladamente (Tabela 7), observou-se que na primeira
amostragem que não ouve diferença significativa para Riqueza e Org.m
-2
. Os maiores velores
de H, Is e e foram encontrados nos tratamentos AOM, AO6 e AO12. Os tratamentos TT e AM
apresentaram os menores valores dos índices ecológicos. Apesar de apresentar baixa
densidade, no tratamento AOM, não se verificaram baixos valores dos índices e isso pode
estar associado à adição do material orgânico aplicado na área (CORREIA & PINHEIRO,
1999). A maior riqueza em valores absolutos foi encontrada no tratamento AO12, com nove
ordens, seguido pelos demais tratamentos com dejetos, AOM, AO3 e AO6 com 8 ordens
(Tabela 7). Isto confirma o beneficio da adição do dejeto sobre a abundância e diversidade da
macrofauna edáfica nesta amostragem.
Na segunda amostragem so encontramos diferenças significativas para Is. É
importante salientar o alto valor de Is no tratamento TT, demonstrando grande dominância.
Isso se deve a alta freqüência das ordens Oligochaeta e Hymenoptera, pois na soma das duas
chegam a mais de 90% do total de indivíduos encontrados. Nesta amostragem foram
encontrados os maiores valores de riqueza de ordens, com exceção do tratamento AO3, em
relação as demais coletas. Esta alta riqueza esta em função, principalmente, do tipo e da
qualidade da cobertura do solo, que foi composta por aveia no estádio de emborrachamento,
dando boa proteção à superfície do solo melhorando assim as condições de vida dos
organismos edáficos.
Na terceira amostragem não encontramos diferença significativa no índice e.
Verificou-se um comportamento diferente nesta época, com menores valores de H e Is, no
tratamento AO3. Isto possivelmente pode ser relacionado a freqüência de Coleoptera e
Hymenoptera nesse tratamento, sendo que isso foi um efeito de época ou do tipo de cobertura
do solo no período da amostragem ou, ainda, da adição do dejeto. Observa-se os maiores
índices de H, e e ind.m
2
no tratamento AOM, sendo o mais estável, mais uma vez
evidenciando a melhor resposta a adição do dejeto junto à adubação mineral. Nesta
amostragem verificou-se os menores valores de org.m
-2
em relação as anteriores, mas com
alta riqueza de ordens e diversidade. Isto pode ser reflexo da menor precipitação neste período
e o alto déficit hídrico. Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo de
monitoramento da fauna do solo em diferentes coberturas vegetais na área experimental do
SIPA no Rio de Janeiro – RJ (CORREIA & PINHEIRO, 1999).
24
Na média das amostragens, o índice de diversidade (H) (Tabela 7) variou de 0,6 a 1,1,
se observando que o tratamento AM foi o que apresentou o menor valor, o que pode ter
afetado negativamente o desenvolvimento da macrofauna. Em um estudo com e sem
fertilizante mineral, também verificou-se menor valor de diversidade no tratamento com
fertilizante mineral concordando com resultados apresentados (SILESHI & MAFONGOYA,
2006). Quando associou-se a fertilizante mineral com a orgânico (tratamento AOM),
verificou-se efeito benéfico à macrofauna. Os tratamentos com adubação orgânica, na dose
mais baixa (AO3) a diversidade não foi influenciada, alcançando valores próximos ao
tratamento TT. Os outros tratamentos, AO6 e AO12, apresentaram uma alta diversidade
comparando com AO3, demonstrando que as dosagens maiores podem ter afetado a
diversidade da macrofauna edáfica.
O índice de Simpson, variou de 0,5 a 0,7 na média das amostragens. Novamente o
tratamento AM apresentou o menor valor, igualando-se com o tratamento de menor dose de
dejeto suíno (AO3). A maior dominância foi encontrada no tratamento AO6 (0,7),
possivelmente pelo alto valor de Oligochaeta. A uniformidade de Pielou (e), variou de 1,0 a
1,8, sendo o tratamento AM o mais desuniforme e o tratamento AOM o mais uniforme,
seguido pelo AO6 e AO12, demonstrando que o esterco, quando utilizado em conjunto com
adubação mineral foi benéfico à fauna (Tabela 7).
Quando se avaliaram as médias das três amostragens (Tabela 7), o número de
organismos por metro quadrado, variou de 114,7 a 281,8 org. m
-2
, sendo que o tratamento AM
obteve os menores índices ecológicos, demonstrando que a macrofauna é sensível a este tipo
de adubação. A adição de fertilizantes minerais pode ser tóxica a alguns organismos da fauna
do solo, como por exemplo, a intoxicação das minhocas pela amônia (KLADIVKO &
TIMMENGA, 1990). A adubação dejeto-mineral foi benéfica à fauna e variou conforme a
dose quando utilizado somente adubação orgânica. A adição de adubos orgânicos, pode ter
efeito benéfico sobre a fauna de solo como demonstrado por EDWARDS & LOFTY (1982)
pois além de aportarem nutrientes ao solo, representam também fonte alimentar adicional a
fauna do solo (KLADIVKO & TIMMENGA, 1990).
25
Tabela 7. Índices de diversidade de Shannon (H), dominância de Simpson (Is), uniformidade
de Pielou (e), Riqueza de ordens (total de ordens) e densidade (Organismos m
-2
),
da macrofauna edáfica nos tratamentos estudados. Campos Novos - SC,
2005/2006. Média de seis repetições em cada época de amostragem.
H Is e Riqueza Org.m
-2
Tratamentos
05/05/2005
TT
1
0,3 c 0,2 c 0,7 b 5* 320,0*
AM
2
0,5 bc 0,4 c 0,8 b 7 106,6
AOM
3
1,2 a 0,7 ab 2,0 a 8 186,6
AO3
4
0,6 bc 0,5 bc 1,3 ab 8 304,0
AO6
5
1,1 a 0,9 a 1,8 a 8 125,3
AO12
6
0,9 ab 0,7 ab 1,5 ab 9 248,0
09/09/2005
TT
1
0,8* 0,6 a 1,6 * 9* 250,7*
AM
2
0,5 0,3 b 1,1 8 168,0
AOM
3
1,2 0,4 ab 1,4 9 440,0
AO3
4
0,7 0,5 ab 1,6 5 152,0
AO6
5
1.1 0,4 ab 1,4 10 397,3
AO12
6
0,9 0,5 ab 1,5 9 144,0
23/01/2006
TT
1
1,2 ab 0,8 a 1,3* 8 a 101,3 b
AM
2
0,9 abc 0,8 a 1,1 6 b 69,3 b
AOM
3
1,3 a 0,7 ab 1,9 8 a 218, 7 a
AO3
4
0,8 c 0,5 b 1,4 8 a 152,0 ab
AO6
5
1,0 abc 0,7ab 1,6 6 b 96,0 b
AO12
6
0,8 c 0,6ab 1,6 8 a 136,0 ab
Médias das Amostragens
TT
1
0,8 bc 0,5 ab 1,2 bc 7,33 * 224,0 ab
AM
2
0,6 c 0,5 b 1,0 c 7,00 114, 7 b
AOM
3
1,1 a 0,6 ab 1,8 a 8,33 281,8 a
AO3
4
0,7 bc 0,5 b 1,4 abc 7,00 202,7 ab
AO6
5
1,0 ab 0,7 a 1,6 ab 8,00 206,2 ab
AO12
6
0,9 ab 0,6 ab 1,6 ab 8,67 176,0 ab
1
TT: testemunha;
2
AM: adubação mineral;
3
AOM: adubação dejeto + mineral;
4
AO3:
adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
5
AO6: adubação orgânica com 6 t.ha
-1
;
6
AO12: adubação
orgânica com 12 t.ha
-1
.Medias seguida pela mesma letra na mesma coluna, não diferem entre
si pelo teste de LSD a 5%;* não significativo.
26
4.1.4. Análise de agrupamento para macrofauna edáfica
Na média das três amostragens, há similaridade entre os tratamentos (Figura 4) AO6 e
AOM, aproximadamente 69% (distância de ligação de 31%), formando um agrupamento entre
eles. Os tratamentos AM e AO12 tiveram similaridade menor, de aproximadamente 51 %,
formando outro agrupamento. Esta semelhança pode ser em resposta à alta dose de dejetos,
podendo assim alguns nutrientes em excesso apresentarem efeito tóxico a macrofauna, o
mesmo pode ser atribuído ao fertilizante mineral. Os tratamentos AO3 e TT formaram outro
agrupamento isolado dos anteriores, e com maior similaridade que os demais,
aproximadamente 71% (Figura 4). Com isso pode-se observar que nos tratamentos onde não
há aplicação de adubação (TT) ou com uma dose baixa (AO3), estes foram semelhantes
possivelmente pela baixa quantidade de nutrientes no solo e sua disponibilidade às plantas.
Venturini (2003), encontrou resultados semelhantes quando estudou doses diferentes de
vermicomposto, onde observou que o tratamento com fertilizante mineral foi similar ao de
menor dosagem do vermicomposto.
AO6 AOM AO12 AM AO3 TT
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
(Dlink/Dmax)*100
Figura 4. Dendrograma apresentando as distâncias de ligação entre os tratamentos, através
do número de organismos por m
2
da macrofauna edáfica. Valores médios das três
amostragens. Campos Novos, SC, 2005/2006. TT: testemunha; AM: adubação
mineral; AOM: adubação dejeto + mineral; AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
AO6: adubação orgânica com 6 t.ha
-1
; AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
.
27
4.2. Mesofauna Edáfica
4.2.1. Freqüência relativa dos principais grupos da mesofauna edáfica.
Na primeira amostragem observou-se em todos os tratamentos maior freqüência
relativa (FR) da ordem Collembola, sempre maior que 47% do total de organismos (Tabela 8).
Nos tratamentos onde foram adicionados dejetos suínos observa-se as maiores FR, que foram
de 62, 66 e 64%, para AO3, AO6 e AO12, respectivamente. Esse comportamento não foi
encontrado na ordem Acarina, sendo a maior freqüência encontrada no tratamento onde houve
adição da maior dose de dejeto (AO12). Thimmayya (1998) também encontrou uma maior
freqüência de ácaros em áreas com adubação de lodo de esgoto quando comparados às áreas
sem adubação. O tratamento AM mostrou uma alta freqüência de Hymenoptera, terceira
ordem mais presente neste tratamento, com 12%. Esta alta freqüência, pode ser conseqüência
da melhor mobilidade desta ordem, que em sua maioria é comporta pela família Formidae.
Observa-se uma menor freqüência de Collembola (7,33%), na comparação dentro dos
tratamentos (Tabela 9), evidenciando que a adição de fertilizante mineral pode ter
influenciado negativamente esta ordem, corroborando os resultados obtidos por (HAGVAR &
ABRAHAMSEN, 1984; PONGE & PRAT, 1982; CHAGNON et al., 2000).
Na segunda amostragem os resultados indicam alta FR de Collembola em todos os
tratamentos, sendo que no tratamento AO12 esta ordem alcançou 82% do total de organismos.
O tratamento AOM foi o mais equilibrado nesta amostragem, pois não houve alta dominância
das ordens Collembola e Acarina sobre as demais, observado-se também altos valores de
Diptera, Oligochaeta e Hymenoptera (Tabela 8).
Na terceira amostragem a área estava coberta pela cultura do milho no estádio de
enchimento de grão, 2 meses após a aplicação do dejeto no solo. Nessa oportunidade a ordem
Collembola foi a de maior FR nos tratamentos TT, AM, AOM e AO3 (Tabela 8),
confirmando os resultados de Baretta (2003). Nos tratamentos de maiores doses de aplicação
do dejeto, AO6 e AO12, a ordem mais freqüente foi Acarina. Esse comportamento pode ser
reflexo da alta dose do dejeto com altos teores de minerais provenientes da adição do adubo
orgânico.
Na média das amostragens verificou-se que em todos os tratamentos houve uma
predominância das ordens Collembola e Acarina. As collembolas tiveram uma alta FR,
variando de 47 a 61%, e os ácaros vieram apresentam FR de 23 a 36% do total de organismos.
28
É importante salientar que nos tratamentos onde foi adicionado dejeto suíno, observou-se que
a freqüência de ácaros foi maior que nos demais. Já para a ordem Hymenoptera o efeito foi
contrário, diminuindo a freqüência com o aumento da adição do dejeto. As maiores
freqüências de Oligochaeta (Família Enchytraeidae) foram encontradas nos tratamentos onde
havia a adição de fertilizantes minerais (AM e AOM) (Tabela 8). A aplicação de fertilizantes
minerais pode ter um efeito positivo para a fauna de solo, já que ao promover maior biomassa
vegetal proporciona também retorno da matéria orgânica ao solo. A magnitude desse efeito
depende diretamente da demanda de nutrientes das plantas cultivadas e da disponibilidade de
nutrientes no solo.
Na média das amostragens, a ordem Collembola teve FR que variou de 9 a 23% entre
os tratamentos (Tabela 9), sendo que no tratamento com adição de adubo mineral (AM)
encontraou-se o menor valor e na maior dose de dejeto (AO12) o maior valor. Esse
comportamento também foi observado para a ordem Acarina, com freqüências variando de 7
a 21%, o que pode ser reflexo do melhor ambiente edáfico proporcionado pela melhor
cobertura do solo (KLADIVKO, 2001). De um modo geral, o tratamento AM obteve as
menores freqüências de organismos, reflexo do baixo número de organismos encontrados
neste tratamento.
A ordem Hymenoptera, na média das amostragens (Tabela 9), teve a maior freqüência
no tratamento TT, possivelmente reflexo da baixa qualidade e quantidade de alimento no solo
(WINK et al., 2005), pois esta área apresentou a menor cobertura.
29
Tabela 8. Freqüência relativa das principais ordens da mesofauna em cada um dos
tratamentos, nas três amostragens, valores em porcentagem, Campos Novos –
SC, 2005/2006.
Trat.
1
Collem.
2
Acar.
3
Hymen.
4
Coleoptera Oligochaeta Diptera Outros Total
05/05/2005 (%)
TT
5
55,24 26,57 8,16 2,33 2,80 2,56 2,34 100
AM
6
47,89 26,44 12,26 1,53 4,21 3,07 4,60 100
AOM
7
59,76 24,86 4,14 1,74 5,67 1,65 2,18 100
AO3
8
62,72 25,66 5,26 1,75 1,54 1,97 1,10 100
AO6
9
66,67 24,29 1,81 1,29 3,36 0,52 2,06 100
AO12
10
64,89 29,47 1,24 1,55 0,52 0,26 2,07 100
09/09/2005 (%)
TT
5
65,63 18,94 5,97 3,69 0,95 3,12 1,70 100
AM
6
47,46 27,97 5,08 7,63 4,24 4,65 2,97 100
AOM
7
35,27 33,82 7,73 2,42 5,31 7,72 7,73 100
AO3
8
43,68 41,57 2,68 3,83 1,92 4,02 2,30 100
AO6
9
39,88 32,63 11,78 3,63 2,11 4,23 5,74 100
AO12
10
82,31 8,49 1,89 2,59 0,35 0,71 3,66 100
23/01/2006 (%)
TT
5
57,82 30,40 5,27 2,64 0,18 1,41 2,28 100
AM
6
63,17 23,55 3,00 4,07 0,21 1,29 4,71 100
AOM
7
52,34 36,58 2,54 3,87 0,93 0,54 3,20 100
AO3
8
52,30 37,19 4,73 2,50 0,66 0,65 1,97 100
AO6
9
40,26 45,89 3,61 5,77 0,58 1,58 2,31 100
AO12
10
42,23 49,54 0,91 2,74 1,94 0,10 2,54 100
Média das amostragens (%)
TT
5
61,30 23,71 6,23 3,12 1,12 2,52 2,00 100
AM
6
55,19 25,41 6,02 4,25 2,29 2,59 4,25 100
AOM
7
54,08 30,54 3,90 2,67 3,74 1,87 3,20 100
AO3
8
52,44 35,48 4,26 2,70 1,27 2,01 1,84 100
AO6
9
47,08 36,66 5,33 4,02 1,72 2,02 3,17 100
AO12
10
61,49 30,36 1,34 2,49 1,08 0,36 2,88 100
1
Tratamentos;
2
Collembola;
3
Acarina;
4
Hymenoptera;
5
TT: testemunha;
6
AM: adubação
mineral;
7
AOM: adubação dejeto + mineral;
8
AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
9
AO6:
adubação orgânica com 6 t.ha
-1
;
10
AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
.
30
Tabela 9. Freqüência relativa de cada ordem da mesofauna edáfica nos tratamentos, nas três
amostragens, valores em porcentagem, Campos Novos – SC, 2005/2006.
Trat.
1
Collem.
2
Acar.
3
Hymen.
4
Coleoptera Oligochaeta Diptera Outros
05/05/2005 (%)
TT
5
13,91 15,48 24,86 20,41 12,37 23,91 15,86
AM
6
7,33 9,38 22,72 8,17 11,34 17,39 19,05
AOM
7
32,14 30,98 26,99 32,65 53,61 32,61 31,75
AO3
8
16,77 15,90 17,05 16,33 7,22 19,57 7,94
AO6
9
15,13 12,77 4,97 10,20 13,40 4,35 12,70
AO12
10
14,72 15,49 3,41 12,24 2,06 2,17 12,70
Total
100 100 100 100 100 100 100
09/09/2005 (%)
TT
5
35,31 26,50 37,54 32,95 19,09 31,79 16,85
AM
6
5,71 8,75 7,15 15,20 19,08 10,60 6,55
AOM
7
3,72 9,28 9,54 4,22 20,99 15,42 14,98
AO3
8
11,62 28,76 8,34 16,89 19,08 20,23 11,24
AO6
9
8,07 17,17 27,89 12,16 16,03 16,18 21,35
AO12
10
35,57 9,54 9,54 18,58 5,73 5,78 29,03
Total
100 100 100 100 100 100 100
23/01/2006 (%)
TT
5
15,60 10,51 22,56 10,07 2,70 22,86 11,30
AM
6
13,99 6,68 10,53 12,75 2,70 17,14 19,13
AOM
7
18,59 16,65 14,29 19,46 18,93 11,42 20,88
AO3
8
18,87 17,19 27,06 12,75 13,51 14,29 13,04
AO6
9
13,23 19,32 18,80 26,85 10,81 31,43 13,91
AO12
10
19,72 29,65 6,76 18,12 51,35 2,86 21,74
Total
100 100 100 100 100 100 100
Média das amostragens (%)
TT
5
21,80 15,52 28,99 20,23 12,34 28,13 14,40
AM
6
9,20 7,81 13,14 12,97 11,80 13,53 14,40
AOM
7
17,54 18,24 16,52 15,80 37,55 18,94 21,07
AO3
8
15,79 19,67 16,76 14,85 11,80 18,94 11,23
AO6
9
12,04 17,27 17,84 18,77 13,63 16,13 16,43
AO12
10
23,63 21,49 6,75 17,38 12,88 4,33 22,47
Total
100 100 100 100 100 100 100
1
Tratamentos;
2
Collembola;
3
Acarina;
4
Hymenoptera;
5
TT: testemunha;
6
AM: adubação
mineral;
7
AOM: adubação dejeto + mineral;
8
AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
9
AO6:
adubação orgânica com 6 t.ha
-1
;
10
AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
.
31
4.2.2. Comportamento sazonal da mesofauna edáfica.
Observou-se que o número de organismos coletados variou conforme a época de
coleta (Figura 5 e 6). Este comportamento também foi obtido por Irmler (2004), em um
estudo em longo prazo, verificando flutuações de Acarina e Collebola em florestas do norte da
Alemanha.
No tratamento TT as ordens Collembola e Acarina tiveram um acréscimo no número
de indivíduos coletados em relação à primeira amostragem e as demais ordens mantiveram-se
estáveis (Figura 5). O tratamento AM apresentou comportamento similar para todas as ordens
até a segunda amostragem e redução na terceira. Esse comportamento pode ter ocorrido pela
forte estiagem ocorrida neste período (SILVAN et al., 2000), pois os demais tratamentos
receberam dejeto liquido, adicionando água e matéria orgânica no solo, beneficiando o
ambiente edáfico local. No tratamento AOM as ordens apresentaram comportamentos similar
ao TT, com a diferença de que Collembola teve redução de indivíduos da primeira para a
segunda amostragem.
No tratamento AO3 as ordens Collembola e Acarina apresentaram grande redução da
primeira para a segunda amostragem, com pequena reposição na terceira. As demais ordens
apresentaram decréscimo constante da primeira até a terceira amostragem. Para AO6 e AO12,
verificaram-se comportamentos semelhantes, em todas as ordens, mantendo-se estáveis entre
a primeira e a segunda amostragem, com acréscimo na terceira (Figura 6).
32
Figura 5. Variação sazonal da mesofauna do solo nas três amostragens. Média
de 6 repetições por amostragem. Campos Novos, SC, 2005/2006.
Variação das ordens nas coletas no tratamento AOM
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3
Coletas
Collembola Acarina Hymenoptera Coleoptera
Oligochaeta Dipter
a
Outros
Variação das ordens nas coletas no tratamento AM
0
1000
2000
3000
4000
5000
123
Variação das ordens nas coletas no tratamento TT
0
1000
2000
3000
4000
5000
123
Org./m²
Org./m²
Org./m²
33
Figura 6. Variação sazonal da mesofauna do solo nas três amostragens. Média
de 6 repetições por amostragem. Campos Novos, SC, 2005/2006.
Variação das ordens nas coletas no tratamento AO12
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3
Coletas
Collembola Acarina Hymenoptera Coleoptera
Oligochaeta Dipter
a
Outros
Variação das ordens nas coletas no tratamento AO6
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3
Org./m²
Variação das ordens nas coletas no tratamento AO3
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 2 3
Org./m²
Org./m²
34
4.2.3. Índices ecológicos da mesofauna edáfica.
A análise estatística dos resultados obtidos na primeira amostragem não detectou
diferença entre os tratamentos para a Riqueza, Dominância de Simpson (Is) e Uniformidade
de Pielou (e). A diversidade variou de 0,8 a 1,3, (Tabela 10), sendo que os tratamentos TT,
AM, AOM e AO3 apresentaram os maiores valores e os com adição de maior dose de dejetos
(AO6 e AO12) os menores. O aumento da dose de dejeto foi diminuindo a diversidade de
organismos (Tabela 10), efeito este que pode ter sido ocasionado pela adição altos valores de
N (Tabela 1). Para Bortolli & Maia (1994), embora a maioria dos trabalhos apontem para o
efeito positivo da aplicação de N para o desenvolvimento de organismos do solo, há
resultados que indicam o contrário. O nitrogênio pode ter efeito negativo no desenvolvimento
de organismos edáficos, como por exemplo sobre Oligochaeta, mas também pode não
interferir no crescimento populacional de alguns indivíduos do solo, como por exemplo ácaros
(BLUA & TOSCANO, 1994). O número de organismos m
-2
variou de 696 a 2445, sendo o
maior valor encontrado no tratamento onde foi adicionado dejeto + químico.
Na segunda amostragem (Tabela 10) observou-se que o tratamento TT foi o que
obteve os maiores valores absolutos de riqueza, mas estatisticamente foi igual aos demais,
com 13 ordens. A diversidade variou de 0,7 a 1,4, sendo nos tratamentos com adição de
fertilizante mineral associado com dejeto (AOM) o maior valor e na maior dose de dejeto
(AO12) o menor valor de H, indicando que a alta dose do dejeto pode ter prejudicado a
mesofauna do solo pela alta quantidade de compostos nitrogenados e cobre e zinco contida no
dejeto. Por outro lado, a adubação organomineral favoreceu a fauna por ser uma adubação
mais equilibrada e de melhor qualidade, adicionando matéria orgânica juntamente com
minerais solúveis as plantas. Em um estudo de longa duração na Alemanha, avaliando
comunidades de artrópodes do solo (RUSSELL & ALBERTI, 1998), verificam que onde
havia contaminação pela adição de excessivas doses de matéria orgânica com metais pesados,
houve prejuízo à comunidade de Collembola. Como mostrado anteriormente (Tabela 1), o
dejeto utilizado suíno tem altos teores de Cu e Zn, e estes elementos podem ser prejudiciais à
fauna edáfica (VERHOEF & MEINTSER, 1991). Os índices de Is e e apresentaram os
maiores valores no tratamento AOM e o os menores no AO12, confirmando os dados
anteriores. O número de org/m² variou de 629 a 2816, sendo que o TT apresentou o maior
número.
Na terceira amostragem somente verificou-se diferenças entre os tratamentos para a
variável número de org /m
2
. Os valores de riqueza variaram pouco e ficaram entre 10 e 11,
35
sem apresentar diferenças estatísticas, possivelmente pela homogeneidade da cobertura de
milho em estádio de enchimento de grãos. A diversidade também variou pouco de 0,93 a 1,09.
Os demais índices tiveram valores muito semelhantes nesta amostragem, não constatando
efeito das adubações sobre a mesofauna nesta época.
A análise dos valores médios das 3 amostragens confirma a inexistência de diferenças
entre os tratamentos para a variável riqueza. Para H e Is observou-se rigorosamente a mesma
variação, sendo que AOM, AM, TT e AO6 apresentaram os maiores valores com os
tratamentos AO3 e AO12 com os menores valores, respectivamente. A diversidade (H),
variou de 0,8 a 1,3 e o maior H foi no tratamento AOM e a menor no AO12 (Tabela 10). A
uniformidade foi um pouco diferente , variando de 1,1 a 1,6, sendo mais uniforme o
tratamento AM, possivelmente conseqüência do baixo número de organismos encontrados
neste tratamento (857) e também da menor freqüência de Collembola e Acarina , que juntos
somam 80% do total de organismos encontrados. O número de org. m
-
² variou de 857 a 1923,
sendo os maiores valores encontrados nos tratamentos AO12, TT, AOM e AO3, confirmando
os trabalhos de Baretta (2003) e os menores no AO6 e AM, demonstrando que onde
encontramos o maior número não indica que é o mais equilibrado, pois na maioria das vezes
este alto valor pode ser de uma ou duas ordens dominado sobre as demais, o mesmo é valido
para o baixo número, demonstrando que o tratamento pode ter sido prejudicial de uma
maneira geral para a mesofauna, diminuindo assim o numero de organismos como um todo.
Em um estudo na Austrália, em condições de clima semi-árido, constatou-se que a
adição de material orgânico na superfície do solo beneficiou a sobrevivência de predadores e
decompositores da fração orgânica do solo (ROBERTSON et al., 1994). Dados semelhantes
em um estudo em diferentes sistemas de cultivos também demonstram os melhores valores
dos índices ecológicos em sistemas onde possuía melhores teores de matéria orgânica do solo
(ALVES et al., 2006).
36
Tabela 10. Riqueza de ordens (total e ordens encontradas), índices de diversidade de
Shannon (H), dominância de Simpson (Is), uniformidade de Pielou (e), e
densidade (Organismos m
-2
), da mesofauna edáfica nos seis tratamentos
estudadas. Campos Novos - SC, 2005/2006. Média de seis repetições em cada
época de amostragem.
Tratamentos Riqueza H Is e Org. m
-
²
05/05/2005
TT
1
10* 1,2 ab 0,6 * 1,5 * 1144 b
AM
2
8 1,3 a 0,7 1,7 696 b
AOM
3
10 1,2 ab 0,6 1,5 2445 a
AO3
4
10 1,0 abc 0,5 1,3 1216 b
AO6
5
8 0,9 bc 0,5 1,4 1032 b
AO12
6
8 0,8 c 0,5 1,4 1029 b
09/09/2005
TT
1
13* 1,1 a 0,5 b 1,3 ab 2816 a
AM
2
10 1,2 a 0,6 ab 1,7 a 629 c
AOM
3
11 1,4 a 0,7 a 1,8 a 552 c
AO3
4
10 1,1 a 0,6 ab 1,5 a 1392 bc
AO6
5
9 1,3 a 0,6 ab 1,7 a 1059 c
AO12
6
10 0,7 b 0,3 c 0,9 b 2261 ab
23/01/2006
TT
1
10* 1,0 * 0,5 * 1,3 * 1517 b
AM
2
10 1,0 0,5 1,4 1245 b
AOM
3
10 1,1 0,6 1,3 1997 ab
AO3
4
11 1,0 0,5 1,2 2029 ab
AO6
5
10 1,1 0,5 1,3 1848 ab
AO12
6
11 0,9 0,5 1,1 2627 a
Média das amostragens
TT
1
11 * 1,1 ab 0,6 ab 1,4 abc 1826 a
AM
2
9,33 1,2 ab 0,6 ab 1,6 a 857 b
AOM
3
10,33 1,3 a 0,7 a 1,5 ab 1665 a
AO3
4
10,33 1,0 b 0,5 b 1,3 bc 1546 a
AO6
5
9,00 1,1 ab 0,6ab 1,4 abc 1313 ab
AO12
6
9,67 0,8 c 0,4 c 1,1 c 1972 a
1
TT: testemunha;
2
AM: adubação mineral;
3
AOM: adubação dejeto + mineral;
4
AO3:
adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
5
AO6: adubação orgânica com 6 t.ha
-1
;
6
AO12: adubação
orgânica com 12 t.ha
-1
. Medias seguida pela mesma letra na mesma coluna, não diferem entre
si pelo teste de LSD a 5%;* não significativo.
4.2.4. Análise de agrupamento para mesofauna edáfica
Avaliando pela análise de agrupamento os valores médios das 3 amostragens,
verificamos a formação de dois grandes grupos (Figura 7). Em um primeiro nível o tratamento
37
AM forma um agrupamento com similaridade de 38% entre os tratamentos AO6 e “AO3 e
AOM” este ultimo com alta similaridade 87%. Em segundo nível a formação de um
agrupamento entre os tratamentos AO12 e TT, com similaridade de 70% , reflexo este do alto
valor de Collembola e de Acarina encontrada nestes tratamentos.
Figura 7. Dendrograma apresentando as distâncias de ligação entre os tratamentos, através do
número de organismos por m
2
da mesofauna edáfica, valores médios das três
amostragens. Campos Novos, SC, 2005/2006. TT: testemunha; AM: adubação
mineral; AOM: adubação dejeto + mineral; AO3: adubação orgânica com 3 t.ha
-1
;
AO6: adubação orgânica com 6 t.ha
-1
; AO12: adubação orgânica com 12 t.ha
-1
.
AO6 AO3 AOM AM AO12 TT
0
20
40
60
80
100
120
(Dlink/Dmax)*100
5. CONCLUSÕES
A freqüência relativa das ordens da macrofauna foi afetada pela adição do dejeto
suíno.
Verificou-se variação sazonal para a população da macrofauna
A ordem mais freqüente na média das amostragens da mesofauna, em todos os
tratamentos foi a Collembola seguida da Acarina, sendo que a freqüência relativa de
ácaros foi maior nos tratamentos com dejetos;
A diversidade e a densidade da mesofauna edáfica foi influenciada pelas diferentes
doses do dejeto suíno e da adubação mineral, sendo que a maior diversidade foi
encontrada no tratamento onde se utilizou a adubação dejeto + mineral (AOM) e a
menor diversidade foi encontrada no tratamento com maior dose de dejeto suíno
(AO12).
O tratamento com adubação mineral (AM), mostrou uma baixa similaridade em
relação aqueles com adição de dejeto suíno (AO6, AO3 e AOM);
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso do solo como ambiente de descarte de dejetos suínos é uma alternativa aos
produtores, mas também se caracteriza como um sério problema ambiental que ameaça a
sustentabilidade da atividade suinícola em Santa Catarina.
A legislação ambiental, através da FATMA (Fundação do meio Ambiente de Santa
Catarina), recomenda a utilização de no máximo 50 m³ de dejetos por hectare, mas não
orienta sobre a origem, concentração de nutrientes e teor de matéria seca contida no dejeto
como parâmetros para a definição da dose máxima.
Neste trabalho, observamos que a aplicação de dejetos suínos teve efeito sobre a biota
do solo conforme a quantidade de dejeto suíno aplicado, indicando que o uso inadequado
deste resíduo pode causar impacto de dimensão ainda pouco conhecida. Por outro lado, a
adição de esterco juntamente com fertilizantes minerais, respeitando a necessidade de
nutrientes requerida pelas culturas pode apresentar resultados favoráveis à biota,
demonstrando que existe possibilidade de aproveitamento do resíduo como fertilizante
orgânico, com vantagens econômicas e ambientais, desde que sob rigorosos cuidados.
Para melhor entendimento do efeito da aplicação do dejeto suíno no solo, entende-se
que existe urgência na condução de pesquisas mais aprofundadas para avaliações biológicas,
químicas e físicas do solo em diferentes ambientes e doses. É importante, conduzir trabalhos
de longa duração que permitam a avaliação a médio e longo prazo do acúmulo de nutrientes
no solo e a contaminação de águas.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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