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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO EM SAÚDE
FATORES SOCIOESPORTIVOS ASSOCIADOS À SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL EM MULHERES JOVENS
Rui Colares Junior
Fortaleza
Setembro - 2005
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2
RUI COLARES JUNIOR
FATORES SOCIOESPORTIVOS ASSOCIADOS À SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL EM MULHERES JOVENS
Dissertação apresentada à banca examinadora
do Mestrado em Educação em Saúde da
Universidade de Fortaleza – UNIFOR, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Educação em Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Renan Magalhães Montenegro Júnior
Fortaleza – Ceará
2005
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3
Rui Colares Junior
FATORES SOCIOESPORTIVOS ASSOCIADOS À SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL EM MULHERES JOVENS
Banca Examinadora
Prof. Dr. Renan Magalhães Montenegro Junior (Orientador)
Prof. Dr. Max Victor Carioca Freitas (UFC)
Prof. Dr. Carlos Antônio Bruno da Silva (UNIFOR)
Profa. Drª. Raimunda Magalhães da Silva (UNIFOR)
Aprovada em: ____/____/_____
4
DEDICATÓRIA
Por toda uma vida fundada no amor, no respeito ao outro, na fé, nos valores e princípios
que tornam a convivência entre as pessoas mais digna e possível, pelos incontáveis e
incansáveis momentos de apoio, desde a mais tenra idade, desde a primeira tentativa de
erguer-me, desde as noites insones à beira do leito tendo o filho com difteria, por terem dado
sentido às minhas primeiras tentativas de falar, por terem visto meus primeiros rabiscos como
obras de arte, por terem me amado e me feito homem, dedico esta pesquisa aos meus pais.
A eles, que me ensinaram sobre o que não se poderia aprender num livro, sobre o amor
e o cuidado, que são princípios nos quais fundamento minha longa vida profissional no
cuidado com as pessoas, dedico não apenas minha pesquisa, mas toda a jornada que venho
cumprindo, nos caminhos da minha profissão e dos meus estudos, toda a minha vida.
Este é, em verdade, um manifesto de amor e a expressão de toda a gratidão que sinto
por quem deu esperança quando eu me frustrei, verdade às minhas tentativas de acerto, um
sorriso brando, quando caíram lágrimas de meus olhos, amor e compaixão quando eu precisei.
Não há um dia sequer que eu não pense neles e que não os veja, ainda que na minha
forma de falar, de ver o mundo, de sofrer e de ser feliz. Em tudo o que me cerca há algo que
me lembra estes dois entes queridos, que me deram os melhores modelos que um filho pode
ter, o melhor amor e a melhor lição.A bondade e o carinho que procuro dar aos meus filhos
representam uma pequena fração que deles recebi. A integridade e honestidade que procuro
ter na minha profissão de médico e professor são um pequeno exemplo de um comportamento
que testemunhei em toda minha vida. A bondade, o desapego às coisas materiais e
principalmente o amor ao próximo, são as lembranças mais vivas que eu tenho de meus pais.
Aos meus amados, queridos, dedicados e preciosos pais, Rui e Violeta, minhas sinceras,
amorosas e respeitosas homenagens póstumas, porque eles não foram pais comuns, foram os
melhores que eu pude ter.
5
AGRADECIMENTOS
A minha esposa Ana e meus filhos Ricardo e Isabela pelo sentido que dão a minha vida.
Ao Prof. Dr. Renan Montenegro Júnior, minha gratidão e pela disponibilidade,
generosidade e orientação amiga.
À Profª Drª Raimunda Magalhães, Coordenadora do Mestrado em Educação em Saúde
da Universidade de Fortaleza, pela compreensão e cobrança em doses sabiamente calculadas
que permitiram a conclusão desse trabalho.
A Professora Doutora Maria Graziela Teixeira Barroso, idealizadora e incentivadora
deste mestrando temporão.
Ao Dr. José Antônio Carlos Otaviano David Morano, Vice Reitor de pesquisa e pós-
graduação; à Dra. Fátima Maria Fernandes Veras, Diretora do Centro de Ciências da Saúde e
à Profª. Clênia Marinho, Coordenadora do Curso de Graduação em Terapia Ocupacional, pelo
crédito e apoio na realização deste projeto.
A Professora Mônica Helena Neves pela orientação e pela facilitação no uso do
laboratório de biometria da UNIFOR.
Aos colegas do Mestrado, pelo convívio, aprendizado e ensinamento.
Aos companheiros do Hospital Geral de Fortaleza e da Delegacia Regional do Trabalho
pelo apoio e incentivo a este trabalho.
Aos meus alunos e pacientes, sem as quais este estudo não poderia ser realizado.
Ao Sr. Rafael Nogueira e a Sta. Klivia Regina Saraiva pela ajuda na digitação e
formatação deste texto.
A Professora Rosa Maria Salani Mota pelo trabalho de análise estatística e pelas
sugestões ao texto.
6
RESUMO
Objetivos: Verificar o perfil sócio-esportivo, endócrino-metabólico e ortopédico de mulheres
jovens portadoras de síndrome da dor patelofemoral (SDPF) comparando-o com o de
mulheres jovens sem SDPF, buscando identificar possíveis fatores associados a SDPF dentre
hábitos sociais, prática de atividade física, antecedentes pessoais e familiares de risco para
doenças metabólicas; parâmetros antropométricos e ortopédicos, e composição corporal.
Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, analítico transversal, conduzido no Ambulatório
de Ortopedia do Núcleo de Atendimento Médico Integrado (NAMI), e no Laboratório de
Biometria do Centro de Ciências da saúde (CCS) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
Foram selecionadas aleatoriamente 50 voluntárias do sexo feminino com SDPF com 21,0±3,2
anos de idade e 37 sem SDPF, com 22,0±4,4 anos, alunas regulares do CCS-UNIFOR. A
coleta de dados foi realizada através de anamnese e exame físico direcionados e avaliação de
composição corporal por bioimpedanciometria. Resultados: Nenhum dos fatores estudados
relacionados a: hábitos sociais como o uso de salto, o costume de passar longos períodos
sentada, o hábito de subir escadas, prática de atividade física como musculação , esportes e
aulas de ginástica, parâmetros antropométricos (peso, estatura, IMC, medidas de cintura
abdominal e pélvica), parâmetros ortopédicos (desvios angulares ou rotacionais dos membros
inferiores, flacidez ligamentar, alterações da arquitetura dos pés) e composição corporal
(percentual de gordura e massa magra) se mostrou diferente entre os grupos de participantes
com e sem SDPF. Houve contudo diferença entre os grupos quanto a presença de história de
obesidade no passado, de prática de atividade física regular na infância e historia familiar de
obesidade e de diabetes mellitus. Conclusão: O perfil sócio-esportivo, endocrino-metabólico
e ortopédico de mulheres jovens portadoras da SDPF se mostrou bastante semelhante ao de
mulheres jovens sem SDPF. A associação da SDPF com antecedentes pessoais e história
familiar de obesidade e história familiar de diabetes mellitus pode talvez sugerir uma relação
da SDPF com determinantes genéticos relacionados a síndrome metabólica, que
estabeleceriam uma maior susceptibilidade a essa síndrome. Estudos adicionais prospectivos
poderão trazer melhores esclarecimentos quanto ao papel desses e de outros fatores como
determinantes da SDPF.
7
ABSTRACT
Aim- The aim of
this study was to determine the social , physical, endocrine, metabolic and
orthopaedic profile of young women with PFPS comparing it to young women without SDPF,
and identify the possible factors associated with PFPS. From social habits, practice of
physical activity, personal and family history of risk of metabolic illnesses, antropométric
and orthopaedic parameters, and corporal composition.
Methods: A quantitative study using transverse analisis was conductede at the Nucleo de
Atendimento Médico Integrado (NAMI), and the Biometry Laboratory of the Centro de
Ciências da Saúde (CCS) of the University of Fortaleza (UNIFOR). Fifty female volunteers
with PFPS and 37 without PFPS were selected. The collection of data was performed by
anamnese and physical examination and the corporal composition for bioimpedance was
evalueted. Results: There were no diferences seen in the two groups relating to social habits (
wearing higt heeled shoes, climbing stairs, phisical activities and spending long periods of
time sitting in hip-adducted position) , antropometric parameters (weight, stature, IMC,
measures of abdominal and pelvic waist measurements), orthopaedic parameters (angular or
rotational shunting lines of the inferior members, loosening of soft tissues, alterations to the
architecture of the feet) or corporal composition (percentile of fat and lean mass). However,
there were differences in their history of obesidy, pratice of regular physical activity in their
infancy and family history of obesity and diabetes mellitus.
Conclusion: The social , physical, endocrine, metabolic and orthopaedic profile of young
women with PFPS was shown to be very similar to that of young women without PFPS. The
association of SDPF with personal antecedents and family history of obesity and diabetes
mellitus may suggest a relationship of PFPS with determinative relating to genetic metabolic
syndrome. That would establish a greater susceptibility to this syndrome. Additional
prospectives studies will be neeed to clarify the role these and other factors as determinative
of PFPS.
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
PÁGINA
01
Distribuição quanto à prática de esportes de pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE,
2005.
64
02
Distribuição quanto à prática de musculação de pacientes
com SDFP e indivíduos sem SDFP (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
64
03
Distribuição quanto à prática de outra atividade física de pacientes
comSDPFindivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados.Fortaleza/CE, 2005.
65
04
Distribuição quanto ao nível de atividade física de pacientes com
SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
66
05
Distribuição quanto ao hábito de subir e descer escadas de
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados. Fortaleza/CE, 2005
66
06
Distribuição quanto ao hábito de passar mais de 4 horas por dia na
posição sentada de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados.Fortaleza/CE, 2005.
67
07
Distribuição quanto ao hábito de usar salto alto de pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
68
08
Distribuição quanto à história pregressa de obesidade de pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
68
09
Distribuição quanto à ocorrência de grandes alterações de peso
no passado de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
69
10
Distribuição quanto à alteração de peso ao nascimento de
pacientes comSDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados. Fortaleza/CE, 2005.
70
11
Distribuição quanto à normalidade do ciclo menstrual. Fortaleza/CE,
2005.
70
12
Distribuição quanto à história de ovários policísticos de pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
71
9
13
Distribuição quanto à história de uso prévio de corticóides em
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados. Fortaleza/CE, 2005.
72
14
Distribuição quanto à história de uso prévio de esteróides
anabolizantes em pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados.Fortaleza/CE, 2005.
72
15
Distribuição quanto à história de uso prévio de
anticoncepcional oral em pacientes com SDPF e indivíduos
sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
73
16
Distribuição quanto à história de uso prévio de hormônio do
crescimento em pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
74
17
Distribuição quanto à prática de atividade físicas regular na
infância em pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
75
18
Distribuição quanto à ocorrência de casos semelhantes na
família de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
76
19
Distribuição quanto à ocorrência de casos de obesidade na
família de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
76
20
Distribuição quanto à ocorrência de casos de distúrbios
menstruais na família de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados.Fortaleza/CE, 2005.
77
21
Distribuição quanto à ocorrência de casos de doenças da tireóide
na família de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
78
22
Distribuição quanto à ocorrência de casos de osteoporose
na família de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados Fortaleza/CE, 2005.
78
23
Distribuição quanto à ocorrência de casos de Diabetes mellitus
na família de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
79
24
Distribuição quanto à ocorrência de casos de doença coronariana
na família de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
80
10
25
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto ao peso (kg). Fortaleza/CE, 2005.
80
26
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto a estatura (m). Fortaleza/CE,
2005.
81
27
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto ao Índice de Massa Corpórea –
IMC (kg/m
2
). Fortaleza/CE, 2005.
82
28
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto a medida de cintura abdominal
(cm). Fortaleza/CE, 2005.
82
29
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto a medida de cintura pélvica (cm).
Fortaleza/CE, 2005.
83
30
Distribuição quanto ocorrência de deformidades angulares nos
membros inferiores de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados.Fortaleza/CE, 2005.
84
31
Distribuição quanto à ocorrência de distúrbios rotacionais nos
membros inferiores de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudado. Fortaleza/CE, 2005.
85
32
Distribuição quanto à variação ângulo Q em pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE,
2005.
85
33
Distribuição quanto à ocorrência de flacidez ligamentar em pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
86
34
Distribuição quanto à variação da arquitetura dos pés em pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
87
35
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto ao percentual (%) de gordura.
Fortaleza/CE, 2005.
88
36
Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto ao percentual (%) de massa
magra. Fortaleza/CE, 2005.
88
11
LISTA DE TABELAS
TABELA
PÁGINA
I
Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos
Hábitos Sociais e Desportivos. Fortaleza/CE, 2005.
113
II a
Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos
Antecedentes Pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
114
II b
Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos
Antecedentes Pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
115
III
Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos
Antecedentes Familiares. Fortaleza/CE, 2005.
116
IV
Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos
avaliação dirigida do aparelho locomotor. Fortaleza/CE, 2005.
117
V
Características de pacientes com SDPF estudados quanto a
avaliação geral e dados antopométricos. Fortaleza/CE, 2005.
118
VI
Características de pacientes com SDPF estudados quanto ao
teste de composição corporal. Fortaleza/CE, 2005
119
VII
Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto aos Hábitos Sociais e Esportivos.
Fortaleza/CE, 2005.
120
VIII a
Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto aos Antecedentes Pessoais. Fortaleza/CE,
2005.
121
VIII b
Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto aos Antecedentes Pessoais. Fortaleza/CE,
2005.
122
IX
Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto aos Antecedentes Familiares. Fortaleza/CE,
2005.
123
X
Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto a avaliação dirigida do aparelho locomotor.
Fortaleza/CE, 2005.
124
XI
Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto a avaliação geral e dados antropométricos.
Fortaleza/CE, 2005.
125
XII
Características de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto aos hábitos sociais e
desportivos. Fortaleza/CE, 2005
126
XIII
Características de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto aos antecedentes pessoais.
Fortaleza/CE, 2005.
127
12
XIV
Características de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados quanto aos antecedentes
familiares. Fortaleza/CE, 2005
128
XV
Características de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF
(grupo controle) estudados quanto ao exame físico do aparelho
locomotor. Fortaleza/CE, 2005.
129
XVI
Percentual de gordura, peso da massa magra, taxa metabólica
basal, total de água no corpo, percentual de massa magra de
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados. Fortaleza/CE, 2005.
130
XVII
Valores descritivos das variáveis contínuas, idade (anos) horas
semanais que pratica esporte, peso (kg), altura(m), IMC,
Medida Cintura Abdominal (cm), Medida Cintura Pélvica (cm)
e Relação Cintura Abdominal/Pélvica. Fortaleza/CE, 2005.
130
13
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
Ângulo”Q”- ângulo quadricipital
AP – ântero-posterior
CCS – Centro de Ciências da Saúde
EMG – Eletromiografia
IMC – Índice de Massa Corpórea
IPAQ - International Physical Activity Questionarie
Kg – Kilogramas
LCA – Ligamento Cruzado Anterior
LCP – Ligamento Cruzado Posterior
m - Metro
mA - Mili ampere
MCF – Metacarpofalangeana
MTF – Metatarsofalangeana
N= Número
NAMI – Núcleo de Assistência Médica Integrada
p= Probabilidade
khz - Kiloretz
SDAJ – Síndrome da Dor Anterior do Joelho
VMO – Vasto Medial Oblíquo
VL - Vasto Lateral
SUS – Sistema Único de Saúde
UNIFOR – Universidade de Fortaleza
14
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO 16
II. OBJETIVOS 19
III. REVISÃO DE LITERATURA 20
3.1. Anatomia do joelho 20
3.2. Biomecânica do joelho 28
3.3. Definição e Histórico 30
3.4. Epidemiologia da SDPF 31
3.5. Etiopatogênese da SDPF 32
3.6. Diagnóstico da SDPF 37
3.6.1. Anamnese 38
3.6.2. Exame físico. 39
3.6.2.1. Inspeção 40
3.6.2.2. Palpação 40
3.6.3. Exames de imagem 41
3.7. Diagnóstico diferencial da SDPF 43
3.8. Tratamento e prevenção da SDPF 44
3.9. Distúrbios ortopédicos e a promoção da saúde 45
IV. METODOLOGIA 53
4.1. Tipo de estudo 53
4..2. Local e período do estudo 53
4.3. Casuística 53
4.3.1. População 53
4.3.2. Amostra 54
4.3.3. Critérios de inclusão 54
15
4.3.4. Critérios de exclusão 55
4.4. Coleta dos dados 55
4.5. Aspectos ético-legais 62
4.6. Análise dos dados 62
V. RESULTADOS 64
5.1 - Características gerais 64
5.2 - Hábitos sociais e desportivos 64
5.3 - Antecedentes pessoais 69
5.4 - Antecedentes familiares 76
5.5 - Características antropométricas 81
5.6 - Exame direcionado do aparelho locomotor 84
5.7 - Composição corporal 88
VI. DISCUSSÃO 90
VII. CONCLUSÃO 98
VIII. CONSIDERAÇÕES FINAIS 99
IX. BIBLIOGRAFIA 100
X. APËNDICES 108
16
I. INTRODUÇÃO
A síndrome da dor patelofemoral (SDPF) pode ser definida como uma dor retropatelar
ou peripatelar resultante de modificações físicas e biomecânicas na articulação patelofemoral.
Pacientes com SDPF têm dor anterior do joelho que aparece tipicamente com atividade física
e geralmente piora com o uso de escadas e rampas. Ela pode ainda ser provocada por longos
períodos na posição sentada. Pode acometer um ou dois joelhos. Não há consenso, na
literatura, no que se refere à sua causa e ao seu traamento (HOLMES e CLANCY, 1998).
A SDPF foi durante muito tempo chamada de condromalácia patelar (INSALL, FALVO
e WISE, 1976; POWERS, 1998). Este termo descreve uma lesão na cartilagem da patela.
Muitos profissionais, principalmente em nosso meio, ainda utilizam esta terminologia.
Contudo, os exames de ressonância magnética e as artroscopias vieram mostrar que não existe
uma correlação direta entre a dor referida pelo paciente e a lesão da cartilagem articular da
patela. Assim, o termo condromalácia foi paulatinamente sendo abandonado na literatura
médica. Posteriormente, durante mais de uma década, usou-se o termo síndrome da dor
anterior do joelho (FULKERSON, 1994; POST, 1999), que também vem sendo abandonado
devido à abrangência do termo, que por ser bastante genérico, engloba várias patologias que
se manifestam por dor na região anterior do joelho. Somente no final da década de 90, autores
como Natri, Kannus e Järvinen (1998), Powers (1998) e Nissen et al (1998) passaram a usar o
termo síndrome da dor patelofemoral (SDPF) para identificar a dor na região anterior do
joelho atribuída a um desarranjo biomecânico do aparelho extensor.
A SDPF é uma condição muito comum nos consultórios e ambulatórios de ortopedia e
pediatria. Com a intensificação das atividades físicas recreacionais e desportivas, observada
nas últimas décadas, a articulação patelofemoral, que tem importância fundamental em todas
17
as atividades que exigem desaceleração do joelho, vem sendo progressivamente
sobrecarregada e com isso levando a um aumento significativo nas queixas envolvendo
estruturas em torno da patela (CAMANHO, 1996).
Na SDPF, o aparecimento da dor parece estar ligado a uma sobrecarga do aparelho
extensor do joelho. Vários autores têm atribuído essa síndrome dolorosa a fatores intrínsecos
e extrínsecos. Os fatores extrínsecos estão relacionados às condições externas ao organismo,
isto é, aqueles ligados aos seus hábitos sociais e de prática de atividade física. Dentre eles
podem ser citados: o tipo e a intensidade da atividade física, o tipo de atividade praticada
(esporte etc), a maneira como é praticada, as condições ambientais como tipo de piso e de
calçado, o uso abusivo de escadas e rampas e o uso prolongado de sapatos com salto alto. Os
fatores intrínsecos são aqueles inerentes ao próprio organismo do indivíduo que apresenta a
síndrome que acarretariam uma sobrecarga no aparelho extensor. Neste grupo podem ser
citados: o excesso de peso, os desvios angulares e rotacionais dos membros inferiores,
anteversão do colo femoral, as atrofias musculares, alterações do tempo de resposta do
músculo ao estímulo, capacidade de impulsão, os pés planos ou valgos, os encurtamentos
musculares e a flacidez muscular e fatores psicológicos. . (FAIRBANK et al, 1984; LYSENS,
DE WEERDT e NIEUWBOER, 1991; MILGROM et al, 1991; WITVROUW, 2000).
Há discussão quanto aos fatores predisponentes da SDPF. Existem discordâncias sobre o
fato desses fatores serem realmente predisponentes á SDPF ou meramente agravantes do
quadro clínico. Boa parte dos estudos aborda fatores predisponentes para lesões de outras
etiologias no joelho. Isto pode levar a uma interpretação equivocada do termo inglês “risk
factors”. Lesões ligamentares, meniscais, sinovites e outras podem compartilhar de alguns
fatores predisponentes, mas não podem ser observadas do ponto de vista etiopatológico como
lesões similares à SDPF.
18
A população brasileira, e particularmente a nordestina, tem características genotípicas e
fenotípicas e hábitos diferentes das populações norte-americanas e européias, que foram as
utilizadas na maioria dos estudos que abordam a questão dos fatores predisponentes da SDPF.
Por esse motivo, o presente estudo buscou a identificação de possíveis fatores associados na
nossa população. A identificação precoce desses fatores pode levar as medidas preventivas e
de educação em saúde junto aos profissionais e às populações de risco.
19
II. OBJETIVOS
- Verificar o perfil sócio-esportivo, endócrino-metabólico e ortopédico de mulheres jovens
portadoras de síndrome da dor patelofemoral.
- Comparar esse perfil entre mulheres jovens portadoras de síndrome da dor patelofemoral e
mulheres jovens sem SDPF, buscando identificar possíveis fatores associados a SDPF
dentre hábitos sociais, prática de atividade física, antecedentes pessoais e familiares de
risco para doenças metabólicas; parâmetros antropométricos e ortopédicos; e composição
corporal.
20
III. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Anatomia do joelho
O joelho é a maior articulação do corpo humano, une dois ossos que têm os mais longos
braços e alavanca: o fêmur e a tíbia. Esta disposição entre esses grandes ossos acarreta uma
maior vulnerabilidade às forcas que agem sobre a articulação. Possui dois graus de liberdade
de movimento (flexo-extensão e rotação interna e externa), e três superfícies que se articulam:
as articulações tíbio-femoral medial, tíbio-femoral lateral e patelofemoral, as quais estão
encerradas dentro de uma cápsula articular comum. Esse conceito de unidade é fundamental,
justificando-se o estudo isolado da patelofemoral apenas de forma didática específica.Há
notável falta de congruência entre as superfícies articulares ósseas da tíbia e do fêmur. Não
contando com uma estabilidade óssea primária como existe no quadril, por exemplo, o joelho
depende essencialmente de elementos ligamentares e musculares para sua estabilidade.
Distinguem-se os estabilizadores “ativos” (dinâmicos) do joelho, ou seja, as unidades
musculotendinosas, dos estabilizadores “passivos”(estáticos), constituídos pelos ligamentos
músculos e estruturas ósseas (VIEIRA e VIEIRA, 2002).
As estruturas ósseas que compõem o joelho são o fêmur, a tíbia e a patela. No
fêmur, os côndilos que formam a extremidade distal do fêmur assemelham-se a duas rodas
adjacentes que convergem anteriormente.Entre eles fica o sulco ou incisura intercondilar, cujo
teto forma um ângulo de 40 graus posteriormente com o eixo da diáfise femoral. Durante a
extensão, o LCA choca-se com a cúpula da incisura intercondilar de modo que limita a
amplitude da extensão do joelho. As superfícies tibiais do fêmur fundem-se antero-
superiormente com a superfície patelar femoral, da qual se separam pelos “sulcos limitantes”.
21
O sulco limitante medial aparece como concavidade irregularmente marcada no terço superior
do côndilo medial; e, o sulco lateral, como impressão constante e mais demarcada no terço
médio da superfície articular. Quando o joelho e é estendido, o côndilo lateral prende-se ao
menisco lateral no inicio da rotação terminal, enquanto o côndilo medial desliza passado o
menisco medial até a plena extensão ter sido alcançada. Isto explica porque a impressão
medial é consideravelmente menos constante. A identificação dos sulcos limitantes na
radiografia de perfil é útil para diferenciar os côndilos medial e lateral. (STROBEL e
STEDTFELD, 2000).
Os côndilos femorais são assimétricos. O côndilo lateral é maior enquanto o medial tem
a superfície articular mais larga. Anteriormente são separados por uma depressão chamada
tróclea femoral. O sulco troclear é a parte mais profunda da tróclea. A superfície articular é
revestida por cartilagem hialina, que permite a adaptação e o deslizamento da patela. A faceta
lateral é mais saliente e se estende mais proximalmente em relação à faceta medial. A
morfologia da tróclea é fundamental para adaptação da patela e, conseqüentemente, para a
patelofemoral. A patela possui uma forma oval assimétrica, sendo anteriormente convexa,
onde se inserem as expansões musculares e tendíneas do músculo quadríceps. A superfície
articular representa três quartos do comprimento de patela, sendo seu ápice envolvido pelo
ligamento patelar. Sua face posterior que é intrarticular possui uma anatomia variável, mas é
didaticamente dividida em duas facetas: medial e lateral, separadas por uma crista mediana.
Tem sido descrita ainda a presença de uma crista secundaria à faceta medial, definindo-a
como faceta ímpar (VIEIRA e VIERA, 2002).
A patela é um osso sesamóide assentado dentro da cápsula e articula-se com os
com as superfícies anterior e distal dos côndilos femorais. Esse osso tem como finalidade
aumentar a alavancagem ou torque do músculo quadríceps da coxa, ao aumentar sua distância
do eixo de movimento; dar proteção óssea às superfícies articulares distais dos côndilos
22
femorais quando o joelho está fletido, diminuir a pressão e distribuir as forças sobre o fêmur;
prevenir as forças de compressão lesivas ao tendão quadricipital, no caso de flexão do joelho
contra a resistência, tais como flexões amplas do joelho. O posicionamento da patela e o
alinhamento do membro inferior no plano frontal são determinados medindo-se o ângulo Q. A
articulação patelofemoral é composta pela extremidade distal e anterior do fêmur, pela patela,
pelo complexo quadricipital e pelos elementos estabilizadores (KAPANDJI, 1990).
O platô tibial é inclinado posteriormente num ângulo de 3-8 graus e também se
encontra deslocado posteriormente em relação ao eixo da diáfise tibial. A eminência
intercondilar funciona como pivô central fixo, permitindo a rotação do fêmur sobre a tíbia.
Conseqüentemente, seus lados são cobertos por uma camada de cartilagem muito forte e
espessa. A eminência subdivide a superfície tibial em áreas intercondilares anterior e posterior
e platô tibial medial e lateral. O platô medial é côncavo em corte sagital, enquanto o platô
lateral é convexo e mais curto. Outra diferença é que o platô medial tem borda posterior
aguda, enquanto a do platô lateral é redonda e curva-se homogeneamente com a superfície
tibial posterior. (STROBEL e STEDTFELD, 2000).
O desenvolvimento do músculo quadríceps femoral no homem evoluiu
paralelamente ao fato de ele ter assumido uma marcha ereta, e o músculo quadríceps recebe o
crédito de ter capacitado essa forma de locomoção.Com seus cinco músculos constituintes, o
quadríceps é o mais importante estabilizador ativo do joelho. Somente um músculo, o reto
femoral, é biarticular, já que se origina na espinha ilíaca ântero-inferior. Os outros são
monoarticulares e originam-se em vários níveis da diáfise femoral. A porção mais distal do
vasto medial e as fibras originadas do tendão do adutor magno inserem-se na patela em
ângulo agudo, formando uma expansão chamada músculo vasto medial obliquo. (VIEIRA e
VIEIRA, 2002).
23
A parte distal do vasto medial difere funcional e anatomicamente de sua parte proximal.
As diferenças consistem na orientação das fibras musculares relativas ao eixo da diáfise
femoral(cerca de 17 graus para o vasto medial e 50 graus para o vasto medial obliquo) e nas
origens e inserções musculares. Em aproximadamente dois terços dos casos há uma fronteira
anatômica formada por um ramo superficial do nervo femoral ou por um ramo facial distinto.
(STROBEL e STEDTFELD, 2000).
A principal parte do vasto lateral situa-se mais proximalmente e une-se com o tendão de
inserção cerca de 5-6cm acima da borda superior da patela. As partes distais, altamente
variáveis em sua proeminência, originam-se da superfície posterior do trato ileotibial e
enviam um tendão curto para a borda lateral patelar. Nas mulheres a parte distal do vasto
lateral insere-se na margem súpero-lateral da patela, enquanto, nos homens, a inserção
distribui-se mais igualmente, tanto proximal como distalmente à parte superior da patela.
Devido ao seu trajeto muito oblíquo, esta parte do músculo é chamada vasto lateral obliquo,
análogo ao vasto medial oblíquo, no lado medial. Quando os músculos mediais são
deficientes, as fibras do vasto lateral oblíquo predispõem à luxação patelar ou podem
exacerbar desequilíbrios do deslizamento patelar. (STROBEL e STEDTFELD, 2000).
Além de sua função primária como extensor do joelho, o quadríceps femoral funciona
como parceiro dinâmico do LCP. Neste trabalho, ajuda a estabilizar o joelho no plano sagital.
Por seu arranjo anatômico, os vastos medial e lateral exercem um efeito contensor que
estabiliza o joelho e rotação, como confirmam os estudos eltromiograficos. Ademais, o
quadríceps, através de suas fixações com os retináculos , pode conferir uma tensão primária
aos ligamentos do joelho que os protege dos efeitos potencialmente prejudiciais de forças
abruptas. (STROBEL e STEDTFELD, 2000).
Como os atletas em particular requerem estabilidade rotatória efetiva e dependem
intensamente do efeito protetor da tensão muscular primária sobre os ligamentos, os músculos
24
vasto medial e vasto lateral são potentemente desenvolvidos, na maioria dos atletas. Vê-se
atrofia do vasto medial em pacientes com insuficiência do LCA ou laceração antiga do
menisco e há muitas outras lesões do joelho em que a atrofia do quadríceps é sinal sugestivo
de lesão grave (VIEIRA e VIEIRA, 2002).
O músculo quadríceps é ligado a estruturas adjacentes por numerosos reflexos
proprioceptivos. Ate mesmo um deslocamento e varo ou valgo do joelho afetará o tônus dos
músculos vastos. Quando um estresse produtor de valgo ou varo é aplicado ao joelho
discretamente flexionado, o deslocamento em valgo causa tração medial a ser exercida sobre a
patela , enquanto o deslocamento em varo faz com que a patela seja tracionada lateralmente.
O estiramento dos vastos pelo estresse imposto faz com que o vasto do lado afetado se
contraia, exercendo uma tração que tende a recentralizar a patela. Como são comuns os
estresses produtores de valgismo, a luxação patelar seria mais prevalente, não fosse essa
amarração medial reflexa. As contrações mutáveis dos vastos também beneficiam o joelho por
proporcionarem uma elevação da pressão na parte medial ou lateral da articulação
patelofemoral, auxiliando a nutrição da cartilagem. Como resultado, desequilíbrios
musculares, como os associados com deformidades angulares ou certas grandes cirurgias
levam a uma elevação unilateral da pressão retropatelar, com resultante lesão da cartilagem.
(STROBEL e STEDTFELD, 2000).
Os retináculos longitudinais medial e lateral são tratos fibrosos que se originam dos
músculos vastos medial e lateral e estendem-se à tíbia, correndo paralelamente ao ligamento
patelar. Estas estruturas, que correspondem ao aparelho extensor de reserva, trafegam entre o
ligamento patelar e o ligamento colateral medial, no lado medial; e entre o trato iliotibial e o
ligamento patelar , na parte lateral. A camada transversa proporciona tensão anterior passiva e
contem tratos fibrosos distintos que podem ser demonstrados em estudos isolados, atuando
como ligamentos patelofemorais medial e lateral.(STROBEL e STEDTFELD, 2000).
25
A articulação do joelho suporta o peso do corpo e transmite as forças provenientes do
solo ao mesmo tempo em que permite uma grande quantidade de movimento entre o fêmur e
a tíbia. Na posição estendida ele fica estável devido ao alinhamento vertical, à congruência
das superfícies articulares e ao efeito da gravidade sobre a articulação. Na posição flexionada
o joelho fica móvel e requer estabilização especial da cápsula, ligamentos e músculos que o
cercam (VIEIRA e VIEIRA, 2002).
Os ligamentos que cercam o joelho sustentam a articulação passivamente, na medida em
que são sobrecarregados somente em tensão. Os músculos que suportam a articulação
ativamente são também carregados na tensão e o osso oferece suporte e resistência às cargas
compressivas. A articulação fica vulnerável a lesão, por causa das demandas mecânicas que
são colocadas sobre ela e devido à dependência dos tecidos moles para seu suporte
(STERN,1988).
Essas articulações não podem ser consideradas funcionalmente separadas, porque existe
uma relação mecânica entre elas. A articulação patelofemoral é formada pela superfície
anterior do fêmur (cavidade troclear) e pelas facetas posteriores da patela.
A superfície posterior da patela pode ser dividida em duas partes: a porção inferior, que
não se articula e representa 25% da altura da patela, e a porção articular superior da face
posterior, completamente coberta por cartilagem hialina e representa aproximadamente 75%
da altura da patela. Essa cartilagem articular, cuja espessura atinge 4 a 5 mm na sua porção
central, é a mais espessa do corpo. A superfície articular apresenta grosseiramente uma forma
oval. A porção lateral e dividida em faceta lateral e medial por uma crista vertical. As duas
facetas podem ser praticamente iguais em tamanho, mas em geral a faceta lateral predomina.
Existem diferentes configurações facetarias da patela que variam desde uma igualdade entre
elas, até uma predominância da faceta lateral, algumas vezes referida como patela em “gorro
de caçador” (STERN,1988)
26
Na faceta medial a superfície articular exibe uma maior variação anatômica, subdividida
em faceta medial propriamente dita e uma outra muito menor, a faceta singular. A faceta
lateral é maior e também mais larga. Essas facetas têm significância funcional diferentes, já
que os terços inferior, médio e superior da patela são postos progressivamente em contato
com o fêmur durante a flexão.
Na base da patela a margem proximal forma um triângulo de ápice diretamente voltado
para trás. É inclinada distalmente, de trás para frente, fundindo-se com a face anterior da
patela. Anteriormente a superfície é muito irregular e recebe a inserção do tendão
quadricipital com o retofemoral anteriormente, o vasto medial e lateral na porção mediana e o
intermédio, posteriormente. O ápice da patela tem um pólo distal e forma uma projeção
redonda que recebe a fixação do tendão patelar.A borda mediana é consideravelmente mais
espessa do que a lateral e recebe ligamentos da parte posterior para anterior da sinóvia, da
cápsula articular, do retináculo patelofemoral e da expansão do quadríceps. A borda lateral
recebe um retináculo fibroso que é formado por duas camadas principais. O retináculo
superficial oblíquo lateral reflete-se anteriormente à patela e funde-se em expansão, enquanto
que o retináculo lateral profundo transverso insere-se lateralmente na patela (STERN,1988).
Os músculos extensores do joelho que constituem o músculo quadríceps femoral são:
reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio. Alguns autores descrevem a
existência dos músculos: vasto medial oblíquo, vasto lateral oblíquo e articular do joelho,
caracterizando-os como componentes diferenciados anatômica e funcionalmente. Esse
complexo de músculos e suas expansões formam o aparelho extensor do joelho, que com sua
disposição anatômica peculiar engloba a patela e contribui de forma ativa para os movimentos
da articulação patelofemoral (VIEIRA e VIEIRA, 2002).
As estruturas retinaculares, são: retináculo lateral, retináculo medial e o trato iliotibial,
que são de fundamental importância para o funcionamento desta articulação. O trato iliotibial
27
tem uma anatomia bastante complexa apresentando camadas superficial, profunda e cápsulo-
óssea. Possui inserções na linha áspera do fêmur, região supracondilar lateral, patela e
tubérculo de Gerdy (VIEIRA e VIERA, 2002).
As fibras da camada superficial do trato iliotibial dirigem-se à patela e ao tendão patelar,
constituindo o retináculo superficial oblíquo. A porção mais profunda, o retináculo transverso
profundo, tem suas fibras direcionadas diretamente à patela. Abaixo do retináculo transverso
profundo eles encontram a camada cápsulo-sinovial, que é delgada. Em sua porção inferior o
ligamento patelotibial conecta a patela à tíbia e ao menisco lateral. O retináculo medial insere-
se na margem superior e medial da patela.
Na marcha o joelho normal reduz o dispêndio de energia ao diminuir as oscilações
verticais e laterais do centro de gravidade do corpo, enquanto sustenta forças verticais iguais a
4 a 6 vezes o peso corporal. As múltiplas funções dos joelhos normais são: resistir a grandes
forças, fornecer grande estabilidade e proporcionar grande amplitude de movimento, que são
alcançadas de maneira única. A mobilidade é provida pelos tecidos moles: ligamentos
(ligamento colateral lateral, ligamento colateral medial, ligamentos cruzados anterior e
posterior e ligamento transverso), músculos (quadríceps que realiza a extensão, bíceps
femoral que realiza a flexão e rotação lateral, semitendinoso e semimembranoso que realizam
a flexão e rotação medial) e cartilagem (meniscos). Lesões atléticas e industriais a estas
estruturas de estabilização são comuns e freqüentemente causadas pelos maiores torques
desenvolvidos pelas forças que atuam sobre os longos braços de alavanca do fêmur e tíbia
(VIEIRA e VIERA, 2002).
28
3.2. Biomecânica do joelho
A saúde e a doença da articulação patelofemoral devem ser entendidas em termos
biomecânicos. A patela tem de acomodar as forças produzidas pela atividade normal e
exercidas sobre esta articulação. A capacidade para acomodar essas forças pode ser reduzida
por anormalidades anatômicas ou por doença, ou ser sobrepujada por lesão ou sobrecarga
(FULKERSON e ARENDT, 2000).
O joelho pode ser comparado a uma transmissão biológica, cujo propósito é aceitar,
redirecionar e dissipar as cargas mecânicas. A superfície patelofemoral pode ser visualizada
como uma grande superfície de sustentação deslizante, com um sistema vivo de transmissão
de auto-manutenção e auto-reparação. A capacidade de uma articulação de aceitar e transmitir
forças de intensidade variada e manter sua homeostasia tecidual pode variar de pessoa para
pessoa. Assim, quando os tecidos do joelho são submetidos a cargas suprafisiológicas,
provocam a perda da homeostasia sem que haja necessariamente alteração tecidual (DYE et
al, 2001).
Dinamicamente, a articulação patelofemoral é o fulcro da bio-alavanca do quadríceps no
mecanismo extensor. A esta função extensora se junta a função desaceleradora que essa
articulação exerce na cinesiologia do joelho (CAMANHO, 1996).
O fundamento para a compreensão da biomecânica do joelho está na forma anatômica
de suas superfícies articulares e nas características dos movimentos helicoidal e espiral que
estão presentes em todos os graus de flexão e extensão. Forças estáticas e dinâmicas de
diferentes intensidades atuam equilibradamente nos diversos planos de mobilidade articular,
obedecendo a três eixos, com seis níveis de liberdade de movimento: flexão, extensão, rotação
interna, rotação externa, valgo e varo. O joelho não é uma articulação em dobradiça. A
abertura e o fechamento do joelho nos movimentos de flexão e extensão envolvem a tíbia em
uma trajetória sinuosa direcionada pela configuração do côndilo medial do fêmur. Da flexão à
29
extensão, a tíbia ascende e descende ao mesmo tempo em que roda externamente. O inverso
ocorre da extensão para flexão, quando, então a tíbia roda internamente. Esse mecanismo
chamado “encaixe em parafuso” permite estabilidade em todos os graus de movimento devido
à assimetria dos côndilos. Essa ação é ajudada pelo ligamento cruzado anterior e pelos
músculos periarticulares. Assim, a tuberosidade anterior da tíbia aponta para a metade interna
da patela com o joelho em flexão e para sua porção lateral em extensão (VIEIRA e VIEIRA,
2002).
Quando o joelho está em flexão, a patela é conduzida distal e posteriormente sobre a
tróclea femoral, prolongando seu trajeto sobre o côndilo medial. O movimento de rotação da
tuberosidade anterior da tíbia é simultaneamente acompanhado pela movimentação da patela.
Qualquer alteração articular, que impeça a rotação lateral da tíbia, dificulta a mobilidade
normal da patela, causando um conflito entre seu bordo medial contra o côndilo medial do
fêmur, com subseqüente lesão cartilaginosa. Existe, portanto, uma interação precisa entre os
movimentos das articulações patelofemoral e fêmoro-tibial, sendo impossível dissociá-las,
salvo didaticamente, como salientamos no início deste tópico (KAPANDJI, 1990).
A ação dos músculos sobre a articulação com carga apresenta três funções principais: a
manutenção da postura, estabilizando a perna quando em posição ortostática; favorecer os
movimentos, permitindo que a articulação atinja seus limites funcionais; impulsionar e
movimentar a perna contra uma resistência. Todas essas funções são realizadas com o menor
gasto de energia. As forças estáticas levam ao equilíbrio sem a atuação das forças de
aceleração. Situações como a marcha, o salto e a corrida envolvem forças dinâmicas de
aceleração.
Biomecanicamente, a patela atua com duas funções principais: a primeira é favorecer a
extensão do joelho, aumentando o braço de alavanca do aparelho extensor pelo deslocamento
30
anterior do tendão quadricipital; a segunda é criar uma ampla distribuição das forças de
compressão no fêmur pelo aumento da área de contato (VIEIRA e VIERA, 2002).
3.3. Definição e Histórico
A síndrome da dor patelofemoral (SDPF) pode ser definida como uma dor retropatelar
ou peripatelar resultante de modificações físicas e biomecânicas na articulação patelofemoral.
Pacientes com SDPF têm dor anterior do joelho que aparece tipicamente com atividade física
e geralmente piora com o uso de escadas e rampas. Ela pode ainda ser provocada por longos
períodos na posição sentada. Pode acometer um ou dois joelhos. Não há consenso, na
literatura, no que se refere à causa e ao tratamento (HOLMES e CLANCY, 1998)
Durante muitos anos essa síndrome foi conhecida com o nome de condromalácia
patelar. Este termo foi originalmente usado, em 1928, para designar lesões pós-traumáticas
diagnosticadas por artrotomia (ALEMAN apud HOLMES e CLANCY, 1998). Essa
denominação foi relativamente pouco utilizada nos anos seguintes uma vez que a lesão não é
visível nas radiografias simples e o diagnóstico só poderia ser feito com a abertura da
cavidade articular.
No fim dos anos 60 e durante toda década de 70, houve um enorme progresso nos meios
diagnósticos complementares do aparelho locomotor. Exames como a ressonância magnética,
a tomografia computadorizada e principalmente a artroscopia, passaram a identificar com
grande freqüência um amolecimento da cartilagem articular da patela que foi também
chamada de condromalácia (cartilagem mole). Durante pelo menos três décadas esse termo foi
usado como sinônimo de SDPF.
31
A presença de condromalácia foi considerada tão freqüentemente associada a
desconforto anterior do joelho que se tornou um diagnóstico clínico aceitável para os sintomas
de dor anterior do joelho A mera presença de condromalácia em um paciente com dor
patelofemoral não prova que o defeito estrutural observado na cartilagem está causando os
sintomas de desconforto. A cartilagem articular não possui terminações nervosas, assim não
pode ser relacionada entre as causas de dor nesta região. (DYE et al, 2001)
O termo síndrome da dor anterior do joelho foi muito usado por autores nacionais e
estrangeiros, entretanto por ser bastante genérico, tem causado alguns problemas na
classificação dessa síndrome, já que outras condições podem se manifestar com dor na região
anterior do joelho, mas que não podem ser englobadas no diagnóstico de SDPF (JACKSON,
2001).
Mais modernamente, passou-se a usar o termo síndrome da dor patelofemoral (SDPF)
que utilizamos neste estudo. O termo ainda não é um consenso entre os autores, mas tem
aceitação bastante difundida e não é restritivo como condromalácia, nem excessivamente
abrangente como dor anterior do joelho.
3.4. Epidemiologia da SDPF
A SDPF é uma condição muito comum nos consultórios e ambulatórios de ortopedia e
pediatria. Com a intensificação das atividades físicas recreacionais e desportivas, observadas
nas últimas décadas, a articulação patelofemoral, que tem importância fundamental em todas
as atividades que exigem desaceleração do joelho, vem sendo progressivamente
sobrecarregada e com isso levando a um aumento significativo nas queixas envolvendo
estruturas em torno da patela. A dor patelofemoral é uma queixa comum que afeta de 7ª a
15% dos indivíduos da população em geral. Afeta mais as mulheres numa proporção de 4:1
(CROSSLEY et al, 2002). De acordo com outras fontes ela é comum em atletas e representa
de 21 a 40% de um ambulatório de medicina desportiva (CHESWOTH et al, 1989; REID,
32
1993; LOUDON et al, 2004). Não foi encontrado , na literatura pesquisada, dados nacionais
sobre a prevalência da SDPF.
3.5. Etiopatogênese da SDPF
Existem pelo menos duas linhas que buscam explicar a etiologia da dor patelofemoral. A
mais antiga invoca que o mau alinhamento da patela na tróclea femoral causa anormalidades
na cartilagem articular, que pode ou não ser visível a olho nu. A correção do alinhamento
poderia, portanto, diminuir os sintomas e até tirar a carga da cartilagem. Existe pouca ou
nenhuma correlação entre lesão e cartilaginosas e dor. Assim o mau alinhamento só explica
parte do problema. (MELO JR. e PRADO, 2002).
Uma teoria mais recente sugere que problemas patelofemorais são devidos a uma carga
mecânica supra fisiológica e irritação química das terminações nervosas, levando a uma perda
da homeostase. Isto causaria uma cascata inflamatória e conseqüentemente sinovite
peripatelar. A membrana sinovial peripatelar é ricamente inervada e já foi demonstrado que é
altamente sensível. Uma vez que a sinóvia foi inflamada, vai ser continuamente agravada
pelas atividades diárias, resultando na cronificação dos problemas.(DYE et al, 2001).
Infelizmente, ainda existe muita controvérsia sobre o que causa a dor e sobre quais
estruturas estão envolvidas. Muitos pacientes com desalinhamento nunca sentirão dor,
enquanto outros, com pequeno mau alinhamento ou pequenas mudanças nas suas atividades,
sentirão dor.
Para Crossley et al (2002) ela é causada por uma variedade de fatores incluindo
mecânica anormal dos membros inferiores, insuficiência do vasto medial oblíquo,
estreitamento das estruturas laterais e atividades físicas impróprias. A condição se desenvolve
33
gradualmente e é caracterizada por uma dor difusa na área da rótula (patela). A dor é um fator
significante desde que ela poderá alterar as funções e inibir a atividade muscular.
Para Nissen et al (1998) a causa da dor patelofemoral não é totalmente compreendida.
Embora de etiologia desconhecida, muitos fatores têm sido propostos como predisponentes a
síndrome. Estes fatores podem ser de origem externa, incluindo efeito tardio de trauma ou
sobrecarga (overuse), ou oriundos de alterações anatômicas do próprio paciente, os chamados
fatores intrínsecos. Dentre eles a literatura cita: anormalidades ósseas; frouxidão do retináculo
medial; retração do retináculo lateral; insuficiência ou atrofia do quadríceps (em particular o
vasto medial oblíquo); encurtamento de músculos como os isquiotibiais, gastrocnêmios, sóleo
e um mau alinhamento do membro inferior (pelve larga, aumento do ângulo-Q, anteversão
femoral, pronação excessiva, pé plano, joelho valgo, joelho varo, joelho hiperextendido,
rotação interna do quadril e externa da tíbia).
A SDPF geralmente ocorre como combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos.
Embora a função e a flexibilidade do quadríceps, genovalgo e patela hipermóvel tenha sido
identificados em estudos prospectivos como fatores intrínsecos, estes estudos são limitados
pela natureza multifatorial da síndrome. Entender a SDPF requer uma compreensão da função
da articulação patelofemoral. É importante compreender a função contentora dos tendões e
ligamentos adjacentes à patela, pois estes representam as maiores forças que cruzam a
articulação. Além disso, o alinhamento geral do membro inferior e a relação anatômica entre
o sulco troclear e a parte posterior da patela também produzem forças adicionais variáveis.
Quando a face posterior da patela se move através da tróclea com o joelho em movimento, um
alinhamento e função normal da articulação irão dispersar as forças sobre a superfície
articular (NATRI, KANNUS e JÄRVINEN, 1998).
Em pacientes com SDPF, entretanto, estes fatores estáticos e dinâmicos na maioria das
vezes levam a um aumento das forças que cruzam a superfície lateral da articulação e uma
34
diminuição das forças que passam medialmente. A dor lateral pode resultar de uma
sobrecarga da superfície articular ou de um encurtamento adaptativo do retináculo lateral. A
dor medial pode ser devida à diminuição da perfusão e degeneração precoce da superfície
articular, ou da tração crônica do retináculo medial. Embora a lesão cartilaginosa seja
freqüentemente associada a SDPF, a cartilagem hialina não possui terminações nervosas, e
assim a dor deve ser gerada por outras estruturas incluindo o retináculo, o osso subcondral, a
membrana sinovial ou pequenas terminações nervosas locais (HARMON, RUBIN e
LABOTZ, 2004).
A recente maior exposição das mulheres a esportes de maior nível produziu um aumento
absoluto da incidência das lesões musculoesqueléticas nas mulheres. Existem ainda diferenças
anatômicas marcantes na anatomia entre os dois sexos. A mulher naturalmente possui mais
tecido gorduroso subcutâneo distribuído na região glútea, coxas e parte posterior dos braços
que lhes dá uma aparência mais arredondada. As diferenças do esqueleto estão evidentes na
pelve, que é mais larga. O desenvolvimento muscular é menor nas mulheres devido aos
efeitos fisiológicos dos hormônios femininos. A relaxina nas mulheres desempenha um papel
na flacidez ligamentar, dando a elas mais flexibilidade. Essas diferenças anatômicas podem
ser agravadas pelo costume feminino de usar salto alto (SMITH, STROUD e MCQUEEN,
2002).
Para Natri, Kannus e Järvinen (1998) a etiopatogênese da SDPF não está claramente
determinada. Ele cita que vários fatores podem estar associados à SDPF: trauma agudo,
instabilidade da patelofemoral, uso repetitivo e prolongado da articulação, imobilizações
prolongadas, peso excessivo, fatores genéticos, desalinhamentos e disfunções do aparelho
extensor, anomalias congênitas da patela, sinovites prolongadas, hemorragias recorrentes e
injeções freqüentes de corticosteróides. Já para Fulkerson (2002) os principais fatores
relacionados à SDPF são a sobrecarga, instabilidade e trauma direto no joelho.
35
Vários autores têm atribuído essa síndrome dolorosa a fatores intrínsecos e extrínsecos
(FAIRBANK, 1984; LYSENS, DE WEERDT e NIEUWBOER, 1991; MILGROM et al,
1991; WITVROUW, 2000). Os fatores extrínsecos estão relacionados às condições fora do
corpo humano. Isto é, aqueles ligados aos seus hábitos sociais e desportivos. Dentre eles
podemos citar: o tipo e a intensidade da atividade desportiva, o tipo de esporte praticado, a
maneira como esse esporte é praticado, as condições ambientais como tipo de piso e de
calçado, o uso abusivo de escadas e rampas e o uso prolongado de sapatos com salto alto. Os
fatores intrínsecos são aqueles ligados ao corpo do indivíduo que apresenta a síndrome.
Pequenas alterações da normalidade que acarretariam uma sobrecarga no aparelho extensor
levando à SDPF. Neste grupo podemos citar: o excesso de peso, os desvios angulares e
rotacionais dos membros inferiores, atrofias musculares, pés planos ou valgos, encurtamentos
musculares e flacidez muscular.
Tem sido demonstrado que a sobrecarga repetitiva, com alta freqüência, devida a um
desalinhamento do aparelho extensor, acarreta dor de caráter persistente e incapacitante em
alguns atletas. A articulação patelofemoral se torna sobrecarregada e irritada devido a uma
degeneração secundária do osso subcondral (HORTON e HALL, 1989), tensão retinacular
crônica (KUJALA et al, 1986), pequenas lesões nervosas (LYSENS, DE WEERDT e
NIEUWBOER, 1991) ou irritação permanente da sinovial peripapatelar (DVIR et al, 1991).
Os desequilíbrios da articulação patelofemoral, provocados pelo mau alinhamento e mau
funcionamento do aparelho extensor e pelos desvios angulares e rotacionais dos membros
inferiores determinam alterações de pressão nas facetas articulares da patela, causando em
conseqüência alterações da cartilagem. A falta de apoio determina prejuízos na nutrição da
cartilagem, tanto no que se refere ao osso subcondral como à nutrição por embebição pelo
líquido sinovial. Como conseqüência dos distúrbios causados pela falta de apoio correto, a
cartilagem perde sua textura, torna-se friável, apresenta algumas fissuras e acaba por
36
fragmentar-se. Esta alteração é o que justificava o uso do termo condromalácia (cartilagem
mole). Para que esse enfraquecimento seja encontrado, exigem razões anatômicas,
histológicas e fisiológicas que o determinam (ARRAES, 1996).
Embora as opiniões divirjam a respeito da etiologia, nenhum dos autores consultados
contesta que o desequilíbrio do aparelho extensor pode levar a uma sobrecarga do retináculo e
do osso subcondral. O resultado do desequilíbrio ou trauma é a ativação das fibras
nociceptivas no osso, sinovial ou retináculo, que acarreta dor. Se existir um desequilíbrio
crônico essa ativação pode ser auto-alimentada até que o desequilíbrio seja corrigido por
reabilitação ou cirurgia (MELO JR. e PRADO, 2002).
Mais recentemente Dye et al (2001) alertaram para o aumento da atividade do osso
subcondral como causa da dor.
A cartilagem articular não possui terminações nervosas, por isso não pode ser causa de
dor. Do ponto de vista clínico, podemos considerar seis fontes de dor na região anterior do
joelho: o osso subcondral, a sinóvia, o retináculo, a pele, os músculos e os nervos. Estas
estruturas podem ser afetadas por várias causas, inclusive alterações sistêmicas
(FULKERSON, 2002).
Os efeitos do estrogênio na síntese dos tecidos conjuntivos têm sido relatados, mas ainda
não está bastante estudado. Isto parece bem evidente em patologias como as lesões do
ligamento cruzado anterior e a susceptibilidade a entorses e luxações. Fulkerson (2002) faz
uma referência à associação com dor anterior do joelho como aumento do nível de estrogênio.
Já é amplamente aceito o fato em que as mulheres, durante a gestação, por apresentarem
alterações hormonais significativas, também apresentam maior propensão a lesões do
aparelho locomotor (DUGAN,2005)
Existe uma clara diferença estrutural, biomecânica e hormonal entre homens e mulheres
e isto contribui para uma maior incidência de SDPF nas mulheres. A etiologia da síndrome
37
ainda não é bem conhecida e deva ser o resultado final de múltiplos fatores, tanto intrínsecos
como extrínsecos. Para ele os três principais fatores que contribuem para a etiologia são:
desequilíbrio e fraqueza do quadríceps, mau alinhamento dos membros inferiores e
conseqüentemente do aparelho extensor, e sobrecarga física da articulação patelofemoral
(TUMIA e MAFFULLI, 2002).
A relação da SDPF com alterações endócrinas e metabólicas foi, até o momento, pouco
estudada. Fulkerson e Arendt (2000) fazem referência à necessidade de maiores estudos nessa
área, uma vez que a prevalência desta patologia em mulheres é muito mais alta e ainda não
está esclarecido se isto se deve a fatores hormonais ou físicos.
3.6. Diagnóstico da SDPF
Não há consenso na literatura sobre o diagnóstico da SDPF. O diagnóstico da SDPF tem
sido considerado eminentemente clínico, baseado nos achados de anamnese e do exame físico
e na exclusão de outras condições patológicas que acometem a região do joelho (HOLMES e
CLANCY, 1998; WILK et al, 1998).
Natri, Kannus e Jarvinen (1998), enumeram critérios diagnósticos da SDPF. Para eles o
paciente deve apresentar sintomas de dor retropatelar e crepitação durante atividades físicas
como corridas, agachamentos e subidas e descidas de escadas. Deve ainda apresentar sinais de
dor e crepitação à palpação além do sinal de apreensão.
Outro autor importante que estudou a fundo a articulação patelofemoral foi Fulkerson
(1998). Ele utiliza nomenclatura e critério diferentes para designar diversas patologias que se
manifestam por dor na articulação patelofemoral. Para ele, tendinites, bursites, inflamações na
plica sinovial estariam englobadas na mesma síndrome que ele denomina Síndrome da Dor
anterior do Joelho (SDAJ). Esta abrangência prejudica o estudo e a compreensão da síndrome.
38
Autores como Jackson (2001) relacionaram mais de trinta etiologias passíveis de se
manifestar com dor nesta região do joelho.
3.6.1. Anamnese
Post (1999) fez uma abrangente revisão da história e exame físico dos pacientes com
SDPF. Para ele inicialmente deve-se diferenciar a dor patelofemoral isolada, daquela
acompanhada de sinais de instabilidade na articulação. É necessário fazer uma boa anamnese
e um acurado exame físico para selar o diagnóstico de SDPF. Na anamnese deve-se investigar
sobre o aparecimento da lesão, se foi espontânea ou após um trauma específico e se o paciente
sofreu cirurgia previa. A dor de aparecimento espontâneo e insidioso é mais propensa a ser
causada por problemas intrínsecos com mau alinhamento. Dor de aparecimento espontâneo
pode também ocorrer em atletas que criam sobrecargas sobre as estruturas retinaculares na
face anterior do joelho. Trauma direto pode também danificar a cartilagem. O aparecimento
espontâneo pode resultar de uma sobrecarga, assim deve-se ser informado sobre o nível de
atividade do paciente e da associação da atividade com a dor. É importante saber se a dor
aparece durante atividades como corrida (joelho em extensão) ou em atividades que
requeiram flexões repetidas do joelho como salto, tênis, etc. Estas questões são fundamentais
para identificar área da patela comprometida. Deve-se escutar do paciente se a dor é vaga e
difusa ou intensa e delimitada; se ela é constante ou intermitente; como ela esta ligada à
atividade física; saber se a dor é profunda “debaixo da patela” ou é superficial; e investigar se
ela se irradia para cima ou para baixo.
A investigação deve tentar identificar condições associadas como gota, problemas no
quadril, ou qualquer outra condição médica que possa ajudar no diagnóstico. Outros pontos
devem ser esclarecidos: se a dor está relacionada a alguma instabilidade; se houve algum
39
episódio de luxação ou falseio; ser existe historia de travamento; e se o paciente sente algum
corpo estranho dentro do joelho (POST, 1999).
A sobrecarga tecidual ocorre quando a carga imposta pela atividade ultrapassa a
capacidade que o corpo tem de manter a homeostase. Quando os sintomas aparecem
insidiosamente, devemos procurar uma historia de sobrecarga. Esta sobrecarga pode decorrer
de uma nova atividade, como início de uma prática de musculação ou uma nova modalidade
esportiva.
3.6.2. Exame físico
Em sua revisão sobre o exame físico do paciente com SDPF, Post (1999) propõe um
exame detalhado do aparelho extensor do joelho. Este deve ser baseado na inspeção,
palpação e manobras especiais. O paciente deve estar suficientemente relaxado e confiante
para permitir um exame detalhado.O andar do paciente que tem um joelho dolorido é
habitualmente claudicante devido ao espasmo muscular. Um paciente com o joelho instável
pode evitar movimentos súbitos giratórios que podem fazer com que o joelho "ceda".
São comuns as deformidades de flexão. Um joelho "travado" é aquele que não se
estende completamente, apesar de ser possível flexioná-lo. O "travar” pode envolver apenas
os últimos 10-15 graus de extensão. As deformidades de adução e abdução são comuns –
perna arqueada (coxa vara) e reentrância do joelho (coxa valga). Se essas deformidades são
persistentes, predispõem à artrose.
A atrofia do quadríceps é quase sempre inevitável com a patologia orgânica do joelho. É
habitualmente mais óbvia com a proeminência carnuda do vasto medial. Essa atrofia é
progressiva à medida que esse joelho passa mais tempo imobilizado (POST,1999).
40
3.6.2.1. Inspeção
A inspeção do joelho afetado pode mostrar alterações distróficas, alterações da cor da
pele, calosidades relacionadas com posições forçadas do joelho, como as ligadas à ocupação
religiosa ou do trabalho. Pode ainda mostrar cicatrizes, arranhões e equimoses. O médico
deve solicitar ao paciente que fique em pé e assim observar o alinhamento dos membros
inferiores. Observar o paciente caminhar com pés descalços pode demonstrar anormalidades
funcionais tais como excessiva pronação da subtalar. (POST,1999)
3.6.2.2. Palpação
A reação do paciente ao estímulo cutâneo na face anterior de cada joelho poderá
demonstrar se há alguma hipersensibilidade. O retináculo e o tendão patelar são ricamente
inervados com ricas terminações nervosas. Nesse ponto, pode-se observar alterações da
sensibilidade relativas a procedimentos prévios, ou palpar alguma cicatriz de artroscopia
prévia procurando por neuromas ou tecidos sensíveis.
Toda região anterior do joelho incluindo a região do quadríceps distal e o tendão patelar,
devem ser examinados na procura por fontes de dor ou hipersensibilidade.
A bandeleta ileotibial deve também ser palpada. O joelho deve ser examinado estendido
e flexionado. A patela deve ser mobilizada para ver se o deslocamento pode produzir
desconforto. Post (1999) reviu a literatura sobre o ângulo Q e sua medida parece ter valor
limitado.
Deve-se buscar a evidência de deslocamento patelar lateral em pacientes submetidos a
cirurgias previas. Com o joelho estendido a patela deve ser deslocada gentilmente cerca de 1
cm no sentido medial e flexionar o joelho abruptamente soltando a patela. Normalmente isso
41
não causa dor. Se essa manobra causar algum sintoma desagradável, o paciente pode ter uma
subluxação patelar medial. (REZENDE, 2002).
Observar e palpar a patela durante a flexão e extensão do joelho pode ajudar a
determinar se existe uma transição macia da patela, direto para a tróclea. Neste ponto, flexão e
extensão do joelho com palpação vai identificar qualquer crepitação. O examinador pode
determinar se a crepitação causa dor e em qual ponto do arco de flexão ela ocorre. Crepitação
perto da extensão total sugere uma lesão articular mais distal na patela. Crepitação no inicio
da flexão sugere lesão mais proximal na patela. O examinador deve ainda procurar por
evidência de plica sinovial patológica. Uma plica patológica pode indicar um desalinhamento
escondido. Uma deficiência do ligamento patelofemoral medial é um dos múltiplos fatores
que contribuem para a instabilidade patelar medial. Geralmente, o médico pode determinar
onde retrações são deficientes ou demasiadamente tensas enquanto também analisa as
alterações do alinhamento que afete a instabilidade patelar. Assim, é possível desenhar uma
abordagem apropriada para estabilização da patela quando necessária, baseando-se na
restauração de contensores deficientes, liberando aquilo que estiver muito tenso. O sinal de
apreensão é uma resposta reflexa que ocorre quando o examinador manipula a patela
lateralmente e o paciente tem a sensação que ela irá “sair do lugar”. Está sempre presente nas
instabilidades patelofemorais(POST, 1999).
3.6.3. Exames de imagem
Os exames complementares, como as radiografias simples e a ressonância magnética,
pouco ajudam no diagnóstico da SDPF. Entretanto, esses métodos são importantes e
habitualmente usados para afastar outras condições patológicas que também se manifestam
por dor na região anterior do joelho.
42
Para Lemos (2002), todo exame complementar da articulação patelofemoral deve
sempre ser iniciado pela radiografia simples, nas incidências ântero-posterior, lateral e axial
de patela a 30°. Não se deve esquecer que a patela é inteiramente cartilaginosa até os quatro
anos de idade, quando se inicia o desenvolvimento do aparelho extensor, e até esta idade ela
não é visível nas radiografias convencionais.
Outros exames só deverão ser solicitados na presença de alterações radiológicas desta
articulação ou quando os achados clínicos sugerirem a necessidade de pesquisa mais
aprofundada.
Incidência ântero-posterior (AP) – a patela é bem visualizada na incidência ântero-
posterior, mas a sua relação funcional no joelho não pode ser bem estudada nesta incidência
(LEMOS, 2002).
Incidência lateral – esta é de grande importância para o estudo da articulação
patelofemoral. A radiografia lateral pode ser realizada com o joelho em extensão, quando o
tendão patelar se encontra relaxado e sem tração proximal da patela, ou com o joelho a 20° ou
30° de flexão, quando ele se torna tenso (LEMOS, 2002).
Altura da patela – esta foi inicialmente divulgada por Blumensaat, que relacionava com
uma tangente à linha intercondilar (linha de Blumensaat), com o joelho a 30° de flexão,
método este sujeito a críticas (LEMOS, 2002).
Incidência tangencial (axial) de patela – nesta pode-se analisar a congruência da
articulação patelofemoral. As radiografias devem ser realizadas sempre com o mesmo grau de
flexão do joelho (a 30° de flexão a parte mais superior do côndilo medial é pontiaguda)
(LEMOS, 2002).
Estudo da tróclea – esta é bem avaliada na incidência lateral. Pois este modo ela pode
ser vista em toda a sua extensão (na incidência axial apenas a morfologia da região onde foi
feito o corte radiológico pode ser estudada) (LEMOS, 2002).
43
3.7. Diagnóstico diferencial da SDPF
Várias outras condições podem se manifestar com dor na região anterior do joelho.
Jackson (2001) lista os seguintes distúrbios: doença de Osgood-Schlater, síndrome de
Sinding-Larsen-Johansson, joelho do saltador, tendinite quadricipital, patela bipartida, fratura
de estresse, osteocondrite dissecante, tumores, plica sinovial patológica, ruptura do ligamento
cruzado posterior, distrofia simpático reflexa e as causadas por iatrogenia.
Uma das entidades mais difíceis de se diferenciar da SDPF é a ostocondrite dissecante.
Mas a osteocondrite é diagnosticável radiologicamente, que mostra uma separação do osso
subcondral e um adensamento do osso circundante. Isto é demonstrado por uma área
radioluscente do osso subondral geralmente adjacente a interlinha articular. Os côndilos
femorais são as áreas mais comuns de localização da osteocondrite (principalmente o medial).
A dor não é específica, tem aparecimento gradual e piora com a atividade. Uma agudização
pode ser devida ao desprendimento do fragmento ósseo. Outros diagnósticos diferenciais são
osteomielite, Legg-Phertes e Osgood-Schlatter.
As patologias que comprometem a articulação patelofemoral são um grande desafio para
os profissionais que as avaliam e as tratam. Os métodos de auxílio diagnóstico são cada vez
mais importantes, sendo às vezes indispensáveis para o diagnóstico e tratamento corretos
(LEMOS, 2002).
44
3.8. Tratamento e prevenção da SDPF
O tratamento da SDPF deve ser conduzido na imensa maioria dos casos conservador.
Devem-se evitar ao máximo enveredar pela aventura cirúrgica. Considerando que a SDPF se
deve a um desequilíbrio no aparelho extensor do joelho, se pode concluir que a restauração
desse equilíbrio será extremamente difícil por meios cirúrgicos. Deve-se procurar modificar
as atividades habituais do paciente. Quase a totalidade dos portadores da síndrome procura o
médico relacionando sua dor com uma atividade específica. Isto requer bastante empenho do
profissional, uma vez que os indivíduos envolvidos em atividades atléticas resistem muito a
idéia de afastamento completo e mesmo transitório. Os pacientes devem ser orientados a
evitar o uso de saltos, evitar escadas e rampas e fazer um tratamento fisioterápico específico.
Pode ser tentado o uso de órteses para o joelho que centralizam a patela no seu leito na tróclea
femoral e orteses para os calçados que visam uma melhor distribuição da carga.(MELO.2002)
Caso o repouso, o tempo e um tratamento conservador bem conduzido não obtenham
resultado, o tratamento cirúrgico pode ser pensado especificamente para eliminar lesões ou
alinhar o aparelho extensor. Antes de operar o cirurgião deve compreender a origem da dor
(FULKERSON, 2002). A correção dos fatores desencadeantes da dor freqüentemente se
utiliza de exercícios de fortalecimento muscular e exercícios de alongamento, correção da
mecânica da corrida e aspectos de treinamento, além de outras medidas como palmilhas,
medicamentos ou até tratamentos cirúrgicos em algumas situações
O gerenciamento da dor patelofemoral envolve primeiro uma análise extensa do
problema para identificar os fatores contribuintes; e segundo, corrigir esses problemas.
O plano de tratamento patelofemoral de McConnell apud Witvrouw et al (2000) destaca
cada componente que contribui para a dor patelofemoral. A mecânica dos membros inferiores
é observada, a orientação patelar é corrigida colocando-se uma fita adesiva, e músculos
45
específicos são treinados para otimizar o controle dinâmico. Prender a rótula no alinhamento
correto contribui para aumentar a atividade eletromiográfica (EMG) do vasto medial obliquo,
aumenta o desenvolvimento do torque e diminui a dor.
O eletromiógrafo (EMG) é usado para demonstrar o desbalanceamento muscular ao
paciente. A ênfase no tratamento está em melhorar o tempo de contração do VMO. O
treinamento muscular é relacionado com uma posição específica da perna, o ângulo da junção
e a velocidade, tipo e força da contração. A meta do treinamento é adquirir uma nova
capacidade motora que será incorporada dentro das atividades funcionais. O treinamento
específico habilita a uma mudança na relação extensão/tensão entre o agonista (VMO) e o
antagonista (VL). Durante o treinamento o paciente pode usar um eletromiógrafo (EMG)
portátil para ajudá-lo a monitorar as contrações do VMO e do VL. Ele é usado tanto situação
clínica como parte do tratamento doméstico encorajado no plano de tratamento patelofemoral
de McConnell apud Witvrouw et al (2000). À medida que o controle do VMO melhora o
treinamento progride e inclui atividades funcionais tais como: subir escadas, andar, atividades
vocacionais e esportivas conseguidas sem dor.
3.9. Distúrbios ortopédicos e a promoção da saúde
A necessidade de redirecionar as práticas de saúde surgiu em torno da articulação com a
idéia de promoção da saúde, resgatando o dever do Estado perante o cidadão e firmando
perspectivas progressistas que elaborem políticas públicas intersetoriais voltadas à melhoria
da qualidade de vida das populações. Dessa maneira, a promoção da saúde alcança uma
abrangência muito maior do que a que circunscreve o campo específico da saúde, perpassando
a perspectiva local e global, além de incorporar elementos físicos, psicológicos e sociais
(CZERESNIA, 2003).
46
Promoção da saúde é um termo utilizado e discutido amplamente, cujas bases
compreendem a elaboração de políticas públicas saudáveis, criação de ambiente social de
apoio, desenvolvimento de habilidades pessoais, fortalecimento da ação comunitária e
reorientação dos serviços de saúde. Sendo assim, a promoção da saúde tem como meta
assegurar a igualdade de oportunidades dos diversos segmentos da sociedade, de tal forma
que permita a toda população desenvolver o máximo de suas potencialidades (CATRIB et al,
2003).
Segundo Candeias (1999), entende-se por educação em saúde quaisquer combinações de
experiências de aprendizagem delineadas com o objetivo de facilitar ações voluntárias
conducentes à saúde. Trata-se de uma atividade meio, pois se constitui de uma fração de
atividades técnicas voltadas para saúde, organizando o componente educativo dos programas
que se desenvolvem em ambientes como: escola, local de trabalho, ambiente clínico e
comunidade, contribuindo para o alcance de melhores níveis de saúde da população
focalizada.
Entretanto, sabemos que historicamente a educação em saúde teve sua origem marcada
por uma prática e um discurso coercetivos e normativos, excluindo os saberes não científicos
da pessoa humana, o senso comum. Tal prática foi considerada ineficiente por não provocar
mudança de comportamento, confirmando que não se deve destitui o saber do sujeito em
transformação, mas sim valorizá-lo com toda a sua magnitude, isto é, rico em percepções,
valores, representações simbólicas, crenças e sentimentos (GAZZINELLI et al, 2005).
Para que isso ocorra, Barroso, Vieira e Varela (2003, p.17) referem que a “educação em
saúde sob o aspecto de uma educação crítica e transformadora, entendendo a pessoa como
agente promotor desse tipo de aprendizagem, visando atender suas necessidades
psicobiológicas, psicossociais e psico-espirituais numa perspectiva pessoal e coletiva”, deve
ser incorporada pelo profissional de saúde.
47
A socialização do conhecimento sobre as questões de saúde é indispensável na luta pela
materialização em nosso país do direito social à saúde e a uma vida digna. Os profissionais da
área da saúde devem ter plena consciência desse processo e trabalhar para promover a
cidadania. É importante também que esses agentes da saúde entendam que a construção do
conhecimento é um processo social, que não só pressupõe, mas exige o diálogo e a exposição
pública das idéias ao maior número possível de interlocutores (VALLA e STOTZ, 1994).
Durante a década de 60, debatedores de várias partes do mundo, realçaram uma
abordagem mais abrangente para o conceito de saúde. Conceberam a saúde como um estado
de completo bem-estar físico, mental e social, resultante da interação de um conjunto de
fatores individuais e coletivos, sociais, econômicos, políticos, laborais, biológicos, culturais,
entre outros, interagindo num processo dinâmico.
O relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), citado por Lima (1998),
apresenta um conceito de saúde que reporta aos condicionantes sociais e políticos da
qualidade de vida:
A saúde é um conjunto das condições de alimentação, habitação, educação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego e lazer, bem como acesso a serviços
de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da
produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida. A saúde
não é um conceito abstrato. Define-se num contexto histórico de determinada
sociedade e em dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada,
pela população, em suas lutas cotidianas.
As novas concepções de saúde são de caráter globalizado, onde o contexto do processo
de saúde está inter-relacionado com outros aspectos que constituem as condições de vida do
indivíduo. Todos estes aspectos passam a ser determinantes do estado de saúde. Esta
concepção ocupou o lugar do antigo conceito reducionista sobre o processo saúde/doença, de
que a ausência de estado de saúde significa doença e que, para ser eliminada, necessitava de
cuidados médicos especializados. A atenção se voltava aos problemas de saúde apresentados
48
pelo paciente, afunilando a visão clínica para o efeito gerado e a valorização de ações
curativas sobre as preventivas. O conceito moderno de saúde incentivou a necessidade de
desenvolver atividades urgentes para redimensionar o campo de ação da saúde pública.
Como resposta as crescentes expectativas por uma nova saúde pública foi realizado em
Alma-Ata, no Kasaquistão a primeira Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de
Saúde, promovida pela Organização Mundial de Saúde, em 1978, na qual foram propostas
diversas recomendações com o objetivo de se alcançar a “Saúde para Todos no Ano 2000”.
Félix (1990) define a APS como um conjunto de ações indispensáveis em todos os
níveis do sistema e, mais do que isto, “uma forma de ver o sistema de saúde, a partir de sua
essência, sua razão de ser: o homem”. O autor sugere ainda que, para sua implantação, a APS
impõe, de forma estratégica, que seja privilegiada a formação de equipes multidisciplinares.
A atenção primária representa o passo inicial no processo de atenção a saúde, no qual
são resolvidos problemas de menor complexidade técnica, sendo os demais encaminhados
para os sucessivos níveis de atenção. Para o autor, quando não há um sistema de referência
adequado, a atenção primária transforma-se em atenção primitiva. Desta forma, deve haver
uma cadeia de estabelecimentos interligados, que possibilite os procedimentos de referência e
transmissão de informações, em função de organizar o fluxo de pacientes no sistema de saúde;
uma organização territorial regionalizada e recursos humanos capacitados para recepcionar os
usuários na porta de entrada.
A partir da declaração de Alma-Ata, várias mudanças econômicas e políticas
determinaram o esgotamento do modelo médico-assistencial para ser substituído por outro
modelo de atenção à saúde mais eficiente e que levasse em consideração as condições gerais
de vida.
Uma série de declarações e conferências com a finalidade de discutir e apresentar
propostas para as questões da saúde e sua promoção surgiu posteriormente. Em 1986, tem
49
lugar a primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde em Ottawa (Canadá,
1986), seguida pela de Adelaide (Austrália, 1988), Sundswal (Suécia, 1991), Bogotá
(Colômbia, 1992) e Jacarta (Indonésia, 1997).
Todas essas declarações apontavam para a necessidade de reorientação dos serviços de
saúde, de uma postura abrangente que respeite as peculiaridades culturais, de esforço maior de
pesquisa em saúde, mudança na educação e no ensino dos profissionais da área de saúde, para
que as pessoas sejam vistas e assistidas na integralidade de seu ser.
Foi da primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde que resultou a
publicação da Carta de Ottawa, sendo um guia de reflexão para mudanças na Promoção da
Saúde.
A Carta de Ottawa foi subscrita por trinta e oito países, na qual se diz que: “a paz, a
educação, a habitação, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, a conservação dos
recursos, a justiça social e a eqüidade são requisitos fundamentais à saúde”.
Este foi um dos primeiros de muitos encontros que tinham como principal objetivo
promover a melhoria da saúde pública através do incentivo à atenção primária e ao
desenvolvimento social da população.
Para a Constituição Federal de 1988, direito à saúde significa que cada brasileiro deve
constituir e usufruir de políticas públicas econômicas e sociais que reduzem riscos e agravos à
saúde. A partir da Lei Orgânica de Saúde nº 8.080/90, fica regulamentado o Sistema Único de
Saúde – SUS, estabelecido pela Constituição Federal de 1988 (Norma Operacional Básica –
SUS 01/96).
De acordo com o documento do Ministério da Saúde (1990), o SUS representa uma
inovação na formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações
de saúde, cujos princípios doutrinários são a universalidade, a equidade e a integralidade. A
universalidade representa a garantia de que todo e qualquer cidadão terá acesso à saúde; a
50
equidade refere-se à igualdade de direito no atendimento do cidadão conforme suas
necessidades, sem privilégios ou barreiras; e a integralidade representa a assistência integral à
saúde do indivíduo, no que se refere às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde,
de forma integral, sem a possibilidade de fragmentação.
O documento do Ministério da Saúde(MS) considera as seguintes ações de promoção à
saúde: educação em saúde, boas condições de alimentação, nutrição e moradia,
desenvolvimento de aptidões e capacidades e aconselhamentos específicos, dentre eles os de
caráter genético e sexual. São consideradas ações de proteção á saúde: vigilância
epidemiológica e sanitária, vacinação, saneamento básico, exames médicos e odontológicos
periódicos, entre outros. As ações de recuperação da saúde abrangem o diagnóstico e
tratamento de doenças, acidentes e danos de toda natureza, a limitação da invalidez e a
reabilitação a partir das seguintes ações: consultas, atendimento de enfermagem, exames
diagnósticos e tratamento em todos os níveis de complexidade. Além destes, devem ser
considerados os programas dirigidos a uma população mais exposta a risco à sua saúde, como
menores de um ano, gestantes e idosos.
Como descrito, em 1986, na Carta de Ottawa (Ministério da Saúde): “Promoção da
Saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de
sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma participação no controle deste processo. Assim,
a promoção da saúde não é exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida
saudável, na direção de um bem-estar global”.
Um dos grandes objetivos da Promoção da Saúde é influenciar mudanças nas questões
da preservação da saúde e, para isso, é preciso contar com uma população que esteja
informada e consciente do seu próprio processo saúde/doença e, principalmente, dos seus
direitos sociais, fundamentais para uma transformação social.
51
Nesse contexto, há de se considerar que a ação educativa visando a participação e a
análise crítica do contexto social pelos atores sociais, de modo a tornarem-se cidadãos
conscientes da realidade em que vivem, torna-se fundamental para garantir a promoção da
saúde.
Segundo a Resolução CNS nº 41 de 03 de março de 1993, a Educação em Saúde é
considerada estratégia imprescindível para a promoção da saúde, prevenção das doenças e
para a consolidação do SUS, dos níveis federal, estadual e municipal (BRASIL, 1998).
Assmann (1998) preconiza que os processos educativos exigem a presença de relações
abertas, dinâmicas e flexíveis, gerando constantes interrogações e questionamentos. As
estruturas formadas pelos processos educativos não permanecem estáticos e moldam-se de
acordo com as necessidades de cada momento.
Educar para saúde é muito mais que informar, é criar condições para que as pessoas se
conscientizem e se capacitem para reconhecer suas necessidades de saúde e expressá-las.
Educar é oferecer oportunidades para que as pessoas conquistem autonomia na tomada de
decisões. As pessoas conscientes sobre os aspectos que afetam seu processo saúde/doença e
consequentemente, sua vida social, podem ser educadas (no caso) em saúde.
A Educação em saúde vem sendo instrumentalizada como uma importante e decisiva
ferramenta de trabalho em toda a especialidade que promova saúde. Faz parte das
responsabilidades dos profissionais em saúde contribuírem para aumentar a conscientização
dos profissionais de saúde em geral, da classe médica em especial, dos professores de
educação física e da população em geral, sobre a importância da identificação precoce dos
fatores predisponentes da SDPF e a orientação dos jovens nas ações preventivas.
Educação em saúde deveria deixar de ser uma atividade a mais realizada nos serviços
para vir a ser algo que atingisse e reorientasse a diversidade de práticas já realizadas,
valorizando a diversidade e heterogeneidade dos grupos sociais, o compromisso com as
52
classes subalternas, as iniciativas dos educandos e o diálogo entre o saber popular e o saber
cientifico (VASCONCELOS, 2001).
Os profissionais responsáveis pelos programas de educação devem considerar alguns
princípios tais como: assegurar o nível do atual conhecimento e precisão do paciente sobre as
medidas indicadas; determinar as preferências e necessidades individuais; determinar
mudanças lentamente; trabalhar com equipe motivada e envolvida através da
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade; avaliar o comprometimento dos pacientes através
de mudanças de atitudes; desenvolver um programa educacional contínuo envolvendo o
paciente e a família.
Por conseguinte, busca-se na educação em saúde uma mudança de comportamento para
o exercício da cidadania, que só pode ser viabilizada quando o profissional reconhece e
valoriza o saber socialmente construído pelo cliente em seu ambiente, sendo a saúde vista sob
uma abordagem holística por todos os profissionais que integram a equipe, que partindo de
uma atitude interdisciplinar, leva o cliente, família e comunidade a alcançar um melhor nível
de saúde (SANTOS e BARROSO, 2003).
53
IV. METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
O estudo realizado é de abordagem quantitativa, analítica e transversal.
4.2. Local e período do estudo
O estudo foi conduzido no Ambulatório de Ortopedia do Núcleo de Atendimento
Médico Integrado (NAMI), e no Laboratório de Biometria do Centro de Ciências da Saúde
(CCS) da Universidade de Fortaleza durante ano letivo 2004. Todos os participantes foram
avaliados através de uma entrevista padrão e um exame físico realizados pelo mesmo
profissional.
4.3. Casuística
4.3.1. População
A população definida para o estudo foi de mulheres jovens (idade variando de 18 a 30
anos), portadoras da SDFP, alunas regulares de cursos do ciclo básico do Centro de Ciências
da Saúde (CCS) da Universidade de Fortaleza UNIFOR.
Foi definido para o estudo um grupo controle composto de estudantes voluntárias não
portadoras da SDPF, dos mesmos cursos e da mesma faixa etária.
54
4.3.2. Amostra
Foram incluídas as 50 primeiras voluntárias com diagnóstico de SDPF que atenderam a
convocação do entrevistador no período determinado e preenchiam os critérios de seleção do
estudo. Para essa convocação, utilizou-se como parâmetro a queixa de “problema articular em
joelhos”.
O grupo controle foi formado por 37 jovens da mesma faixa etária, que freqüentavam as
mesmas turmas das pacientes com SDPF e que não apresentavam nenhuma queixa de dor
articular em joelho, que atenderam a convocação do entrevistador no mesmo período.
4.3.3. Critérios de inclusão
Foram incluídas no estudo jovens portadoras e não portadoras da SDPF. Para este
diagnóstico foram utilizados os critérios descritos por Natri, Kannus e Jarvinen (1998). Todas
as participantes do grupo de portadores de SDPF apresentavam, portanto:
Queixas de:
1) Dor crônica (por no mínimo dois meses) no lado medial da patela e ou retro-patelar;
de inicio insidioso e lento; que piora com atividades físicas (pular, correr, saltar, subir
e descer escadas ou outra atividade que requeira flexo-extensão repetida da
articulação); e que melhora com repouso;
E ao exame físico apresentavam:
2) Dor à compressão direta da patela contra os côndilos femorais com o joelho em
extensão;
3) Dor à palpação na face posterior da patela;
55
4) Dor com a contração isométrica do quadríceps contra a resistência supra-patelar com o
joelho com 15 graus de flexão;
4.3.4. Critérios de exclusão
Foram excluídos do estudo indivíduos que:
a) Foram submetidos previamente à cirurgia de joelho;
b) Tinham história de fraturas prévias nessa região;
c) Apresentavam diagnóstico clínico de condições patológicas comuns à região como:
doença de Osgood-Schlater, síndrome de Sinding-Larsen-Johansson, joelho do
saltador, tendinite quadriciptal, patela bipartida, fratura de estresse, osteocondrite
dissecante, tumores, plica sinovial patológica, ruptura do ligamento cruzado posterior,
distrofia simpático reflexa e as causadas por iatrogenia. Também a fibromialgia foi
excluída do estudo por critérios clínicos.
d) Os casos duvidosos pelos critérios clínicos foram excluídos do estudo.
4.4. Coleta dos dados
Os dados foram coletados através de anamnese e exame físico, estes dirigidos para o
objetivo da pesquisa. Estes foram realizados pelo mesmo profissional, no caso o pesquisador
principal, em cada participante.
Como instrumento para a coleta dos dados foi utilizado um formulário (Apêndice II).
Por meio dessa técnica o próprio pesquisador aplicou questões previamente elaboradas e as
registrou (GIL, 1996). Constaram nesse formulário dados: de identificação, de anamnese,
antecedentes e de exame físico.
Em relação aos dados de anamnese foram buscados: a ocorrência de dor e suas
características (critérios de inclusão do grupo SDFP); a prática de atividades físicas,
56
considerando tipo (esportes, musculação etc), freqüência e duração, determinando a partir
desses parâmetros o nível de atividade física; e identificando os exercícios físicos do cotidiano
praticados relacionados com a sobrecarga do aparelho extensor dos membros inferiores (subir
e descer escadas); a existência de hábitos sociais ou profissionais que tragam sobrecarga ao
aparelho extensor dos membros inferiores (uso abusivo de escadas, hábito de passar longos
períodos na posição sentada e o uso de salto alto).
Para caracterizar a intensidade da atividade física dos participantes do estudo, somamos
o total de horas e a freqüência gastas com atividades físicas regulares durante a semana.
(esportes, musculação, caminhadas, corridas etc). Na tabulação desses números foi utilizada a
Classificação do Nível de Atividade Física do IPAQ (International Physical Activity
Questionarie) (BENEDETTI, ZARPELLON e BARROS, 2004). Esta classificação utiliza
critérios relativamente simples, englobando diferentes tipos de atividades físicas, e as
dividindo em apenas quatro tipos:
1. Muito ativo
a- VIGOROSA – Mais de 5 dias/sem, mais de 30 min por sessão
2- Ativo
a- VIGOROSA – mais de 3 dias na semana e mais de 20 min por sessão
b- MODERADA – Caminhada – Mais de 5 dias na semana 2 mais de 30 min por sessão
3- Irregularmente ativo
Aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como
ativo, pois não cumpre as recomendações quanto a freqüência ou a duração. Para realizar essa
classificação soma-se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividade.
Aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou
quanto a duração de atividade.
57
a- Freqüência de 5 dias na semana
b- Duração de 150 min por semana
c- Mais que 600m
4. Sedentário
Aquele que não realiza nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos
durante a semana.
5- Comportamentos sociais:
O uso abusivo de escadas foi considerado arbitrariamente o hábito de subir e descer
mais de dois lances de escadas ou rampas por dia. O costume de passar longos períodos na
posição sentada, também e citado da literatura (FULKERSON et al, 2000).
Da mesma forma, a caracterização dos longos períodos sentada, foi considerada como
parâmetro, um período maior que quadro horas diárias.
O uso de salto, foi considerado como uso abusivo, quando a participante tinha o hábito
de usa-los por mais de 4 horas diárias e quando a diferença entre a sola e o salto era maior que
5 cm. Este critério também foi arbitrário pois não foi encontrado na literatura pesquisada uma
definição para uso abusivo de salto.
Nos antecedentes pessoais pesquisados no formulário, procurou-se avaliar os possíveis
fatores clínicos que pudessem estar relacionados com a SDPF. As participantes foram
questionadas acerca da ocorrência de obesidade ou de grandes variações de peso no passado,
do seu peso ao nascimento, regularidade do seu ciclo menstrual, história de infertilidade ou de
síndrome dos ovários policísticos, de uso prévio prolongado de corticosteróides,
58
anabolizantes, contraceptivos orais ou hormônio do crescimento e sobre prática de atividade
física regular na infância, buscando-se relacioná-las a uma maior predisposição a SDPF.
Em seguida procurou-se investigar os principais antecedentes familiares (em primeiro e
segundo graus) que de alguma forma tivessem alguma relação com a SDPF. Perguntou-se
sobre a ocorrência de: casos semelhantes na família, obesidade, distúrbios menstruais,
doenças da tireóide, osteoporose, Diabetes mellitus e doença coronariana.
No Laboratório de Biometria da UNIFOR, foram obtidos os dados antropométricos dos
participantes – peso, em quilogramas (kg), estatura, em metros (m), índice de massa corpórea
(IMC), em kg/m
2
, medida da cintura abdominal em centímetros (cm), medida da cintura
pélvica (cm).
Para a avaliação do peso corporal, foi utilizada uma balança de plataforma, da marca
Filizola, com graduação de 100 em 100 g. Para a avaliação da estatura foi utilizado o
estadiômetro da mesma balança.
O IMC ou Índice de Quetelet foi calculado dividindo-se o peso (em kg) pela estatura
(em metros) ao quadrado (MONTEIRO et al, 1998).
A medida de cintura abdominal foi realizada com fita métrica não extensível, sendo
utilizado o diâmetro correspondente a menor circunferência entre a última costela e espinha
ilíaca ântero-superior (MONTEIRO et al, 1998).
A medida de quadril (cintura pélvica) foi realizada com fita métrica não extensível,
sendo utilizado o diâmetro correspondente ao maior perímetro no nível da região glútea
(MONTEIRO et al, 1998).
No exame físico específico do aparelho locomotor, realizado no mesmo laboratório,
foram investigados: a presença de desvios angulares dos membros inferiores (genovalgo e
genovaro), a ocorrência de desvios rotacionais dos membros inferiores, a ocorrência de
flacidez ligamentar, a presença de alterações da arquitetura dos pés (pés planos, pés valgos e
59
pés varos); e medido o ângulo quadricipital ou ângulo “Q”. Foram utilizados os parâmetros
descritos por Post (1999).
A avaliação clinica do genovalgo/genovaro foi realizada da seguinte maneira: A
paciente em posição supina com o Quadríceps relaxado.Quando se aproxima um membro
inferior do outro no plano frontal, dependendo do alinhamento do dos joelhos, ou o maléolo
medial ou os joelhos tocaram um no outro. Nas estudantes cujos maléolos tocaram primeiro,
medimos a distância da entre os côndilos Tibiais mediais em centímetros. Estas pacientes são
classificadas com genovaro. Se os joelhos tocaram primeiro, medimos a distancia entre os
maléolos mediais em centímetros. Se a medida entre os maléolos foi maior que 7cm,
classificamos essa paciente como portadora de genovalgo. Se a distancia entre os maléolos
ficou no intervalo de 0 a 7 cm esses joelhos foram classificados como normais ou com
genovalgo fisiológico.
Na investigação dos desvios rotacionais, o paciente foi colocado em pé, de frente para o
examinador, que procurou observar se os membros inferiores não apresentam desvios no
plano transverso.Assim a espinha ilíaca ântero-superior deveria estar alinhada com a patela e
esta, com os pés.
A avaliação da flacidez muscular é também subjetiva o examinador deve palpar o
quadríceps e o bíceps braquial da paciente e determinar se a musculatura se apresenta
hipotônica, normotônica ou hipertônica.
A flacidez ligamentar foi avaliada com os testes do polegar-punho, hiper-extensão do
cotovelo e do joelho. Foi considerada flacidez ligamentar todas as pacientes que apresentaram
positividade em um destes testes.
A arquitetura dos pés foi avaliada clinicamente com a observação dos arcos plantares e o
alinhamento da perna com retro-pé. O pé foi considerado cavo quando apresentava aumento
do arco longitudinal interno, visualização do arco longitudinal externo associado com
60
contratura em flexão dos pododáctilos. O pé foi considerado plano quando havia queda do
arco longitudinal interno associado a um valgismo do retro-pé. O pé foi considerado normal
quando apresentava arco longitudinal interno bem modelado e distribuição equilibrada da
carga.(HYVARINEN e KARHU , 1988).
Para obter informação sobre o alinhamento estático da articulação patelofemoral foi
medido o ângulo “Q”, usando um goniômetro passando por linhas anatomicamente traçadas:
com o paciente na posição supina e o Quadríceps relaxado. A primeira linha parte da Espinha
Ilíaca Antero Superior ate o centro da patela. A segunda linha vai do centro da patela ao
centro da tuberosidade anterior da Tíbia.
O ângulo Q mais eficiente para função quadricipital é de 10 graus. Os homens
tipicamente têm ângulos Q variando entre 10 e 14 graus, enquanto as mulheres variam de 15 a
17 graus. Isto se deve principalmente ao fato da pelve feminina ser mais larga. Qualquer
ângulo Q maior que 17 graus caracteriza o genovalgo. Um ângulo Q muito pequeno está
associado a pernas arqueadas ou genovaro (HORTON e HALL, 1989).
Foi ainda realizada uma avaliação da composição corporal (percentual de gordura, de
massa magra, quantidade de água no corpo, taxa metabólica basal).
A avaliação de composição corporal foi realizada por impedância bioelétrica ou
bioimpedância, utilizando-se o aparelho Body Composition Analyser – 310 (Byodinamics
Corporation, Seattle-WA). Trata-se de um método não invasivo, rápido e de fácil execução
com resultados consistentes na estimativa da composição corporal, quando associado a
antropometria. Nesta técnica estima-se a água corporal total e se baseia num modelo bi-
compartimental, que divide o corpo em massa magra, de alta condutividade, e massa
gordurosa, de condutividade baixa. Assim, obtêm-se as medidas de resistência e reactância,
utilizando-se 4 eletrodos auto-adesivos, colocados 2 no dorso do pé direito e 2 na superfície
dorsal da mão direita, conforme as recomendações do fabricante através de uma corrente
61
padrão de 800mA e freqüência de 50 khz. Antes dos eletrodos serem instalados, a pele do
dorso da mão e do pé serão apropriadamente limpas com álcool (KAMIMURA et al, 2004).
Esta avaliação de composição corporal seguiu o seguinte protocolo:
Preparação da paciente: Foi solicitado que as pacientes observassem as seguintes condições.
Foi orientado que evitassem a ingestão de álcool nas 24 horas anteriores ao teste. Não
fizessem esforço físico ou se alimentassem nas 4 horas anteriores à realização do teste. O
álcool e o exercício causam desidratação o que poderia causar erro na leitura da composição
corporal. Comer antes do teste também pode alterar a interpretação dos resultados. O discreto
aumento do peso pode alterar o teste, embora não significativamente.
Posicionamento da paciente: A paciente foi colocada em decúbito dorsal, o mais relaxada
possível, com os pés afastados das mãos se possível seis polegadas, com as mãos voltadas
para baixo e afastadas uma da outra. O tornozelo e o punho direitos da paciente deveriam
estar expostos.
Colocação dos eletrodos: Limpou-se a área de colocação dos eletrodos com álcool.
Colocaram-se os eletrodos sempre do lado direito. Colocou-se um sensor na altura do punho e
outro sobre o tornozelo. Colocaram-se os outros sensores da mão e do pé, próximo a
articulação metacarpo-falangena(MCF) e metatarso-falangeana(MTF) do terceiro dedo.
Conectação dos cabos:
Conectou-se o cabo do sensor na parte traseiras do Analizer.
Conectaram-se os prendedores da cor vermelha no punho e tornozelo. Os prendedores pretos
foram colocados próximos aos dedos.
4.5. Aspectos ético-legais
62
Os indivíduos avaliados e a pesquisa foram conduzidos de acordo com as normas do
Conselho Nacional de Saúde, cumprindo os requisitos da resolução CNS 196/96, sendo,
portanto, submetidos ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFOR antes do início do estudo.
Cada participante teve todas as informações relacionadas ao presente estudo, como
procedimentos, objetivos, riscos, benefícios, tempo de execução e foram incluídos no
protocolo de pesquisa somente após consentimento por escrito. A aceitação foi registrada
através da assinatura do Termo de Consentimento de Participação (Apêndice I), onde constou
ainda que a voluntária poderia desistir a qualquer momento da pesquisa.
4.6. Análise dos dados
- Para facilitar a análise e visualização dos dados, estes foram organizados e agrupados
de acordo com o objetivo do estudo e dispostos em tabelas e gráficos, elaborados nos
programas Microsoft Excel e Microsoft Word, versão 2000 (Microsoft Co, USA).
- Para esta análise foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) versão 11.5 para Windows.
- Para as variáveis quantitativas (contínuas), foram calculadas a média e o desvio-
padrão da média. Nas variáveis categóricas, foi utilizada a freqüência absoluta e as
proporções (percentual).
- A comparação dos grupos de casos e controles foi realizada através do teste t de
Student para amostras independentes para variáveis quantitativas.
- Nos dados categóricos foram utilizados o Teste de Qui-quadrado de Pearson e o Teste
Exato de Fisher.
- O nível de significância estatística adotado foi de 5% (p<0,05).
63
V. RESULTADOS
Os resultados a seguir foram descritos em sete seções. A primeira é referente à
descrição das características gerais dos grupos. A segunda seção aborda os resultados sobre
os hábitos sociais e desportivos dos dois grupos. A terceira e quarta seções referem-se,
respectivamente, aos antecedentes pessoais e familiares dos indivíduos estudados. Na quinta
seção descrevem-se as suas características antropométricas. Na sexta seção constam os dados
da avaliação direcionada do aparelho locomotor dos mesmos indivíduos; enquanto que na
sétima e última seção estão descritos os dados de composição corporal dos voluntários dos
dois grupos.
5.1 - Características gerais
Foram estudadas 50 jovens do sexo feminino com SDPF com média de idade de 21 ±
3,19 anos e 37 jovens do sexo feminino não portadoras de SDPF, que constituíram o grupo
controle, que apresentava uma média de idade de 22 ± 4,38 anos.
5.2 - Hábitos sociais e esportivos
Quanto à prática de esportes, 50% das participantes (N=25) do grupo com SDPF
afirmaram praticar algum esporte, enquanto que no grupo controle a percentagem foi de 48%
(N=18), não havendo quanto a esse parâmetro, portanto, diferença estatisticamente
significativa entre os grupos (Figura 1). Não foi identificado um esporte predominante. Foram
citados voleibol, futebol, ciclismo, atletismo, squash e tênis, dentre outros.
64
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Prática de esportes
%
Figura 1: Distribuição quanto à prática de esportes de pacientes com SDPF e indivíduos sem
SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
Ao analisar a prática de musculação entre as jovens estudantes avaliadas, observou-se
resultados estatisticamente semelhantes, já que tanto no grupo portador de SDPF (n= 15)
quanto no grupo controle (N=11) apenas 30% das participantes praticavam essa modalidade,
sendo também estatisticamente semelhantes (p=1) (Figura 2).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Prática de musculação
%
Figura 2: Distribuição quanto à prática de musculação de pacientes com SDFP e indivíduos
sem SDFP (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
65
As participantes foram questionadas sobre a prática de outra atividade física não ligada à
prática de esportes tais como caminhadas, corridas, aulas de ginástica, yoga, etc. Das jovens
do grupo com SDPF, 34% (N=17) afirmaram que faziam tais atividades. No grupo controle
40% (N=15) delas praticavam estas atividades. Esta diferença não foi estatisticamente
significativa (p=0,654) (Figura 3).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Prática de outra atividade
%
Figura 3: Distribuição quanto à prática de outra atividade física de pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
Na avaliação da intensidade da atividade física, foi somado o número total de horas
dedicadas a todas as práticas físicas e avaliadas de acordo com os critérios do IPAQ. Das
pacientes portadoras de SDPF, 48% (N=24) eram sedentárias, 36% (N=18) eram
regularmente ativas e 16% (N=8) eram muito ativas. No grupo controle, 37% (N=14) eram
sedentárias, 41% das participantes (N=20) eram regularmente ativas e 8% (N=3) foram
classificadas como muito ativas, não havendo, portanto, diferença significativa entre os
grupos (p=0.204) (Figura 4).
66
Muito ativo Regularmente Ati
v
Sedentário
0
25
50
75
SDPF
Controle
Intensidade da Atividade Física
%
Figura 4: Distribuição quanto à intensidade da atividade física de pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
As participantes foram questionadas quanto ao hábito de subir e descer mais de dois
lances de escadas por dia. Novamente os resultados foram semelhantes nos dois grupos. No
grupo portador de SDPF, 56% (N=28) das pacientes tinham por hábito subir e descer mais de
um lance de escadas por dia. No grupo controle, 49% (N=17) utilizavam escadas com essa
intensidade, sendo estatisticamente semelhantes (p= 0,391) (Figura 5).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Hábito de subir e/ou descer mais de
dois lances de escadas por dia
%
Figura 5: Distribuição quanto ao hábito de subir e descer mais de 2 lances de escadas por dia
de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
67
Mesmo considerando que todas as participantes eram estudantes universitárias e que,
portanto, possivelmente passassem longos períodos sentadas assistindo às aulas, ao serem
realizados os questionamentos sobre esse tema, encontrou-se que 74% (N=37) das portadoras
de SDFP e 62,2% (N=23) das participantes sem SDPF passavam mais de 4 horas sentadas,
não havendo diferença significativa entre os grupos (p= 0,252) (Figura 6).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Posição sentada
por mais de 4h diárias
%
Figura 6: Distribuição quanto ao hábito de passar mais de 4 horas por dia na posição sentada
de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Outro costume bastante frequente entre as jovens pesquisadas foi o uso de salto alto com
mais de cinco centímetros de diferença entra a sola e o salto. A grande maioria das jovens tem
o hábito de usar salto alto por um período superior a 4 horas diárias. No grupo com SDPF
78% (N=39) usavam salto mais de quatro horas semanais. No grupo controle 75% (N=28)
também usavam saltos com freqüência. Não houve diferença estatisticamente significativa
entre os dois grupos (p= 0,803) (Figura 7).
68
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Uso de salto (> 5cm)
%
Figura 7: Distribuição quanto ao hábito de usar salto alto de pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
4.3 - Antecedentes pessoais
Quanto à história de obesidade no passado, 16% (N=8) do grupo com SDPF referiram
esta alteração de peso. No grupo controle nenhuma das participantes relatou esse distúrbio,
havendo, portanto, diferença significativa entre os grupos na distribuição dos pacientes em
relação ao fator obesidade no passado (p=0,019) ( Figura 8).
Sim Não
0
50
100
SDPF
Controle
Obesidade no passado
%
Figura 8: Distribuição quanto à história obesidade no passado de pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
69
Perguntadas sobre a ocorrência de uma variação significativa de peso em sua história
pregressa, as participantes do grupo com SDPF 36% (N=18) havia tido uma alteração
significativa do peso. No grupo controle 19% (N=7) apresentaram essa variação. Embora não
seja um número estatisticamente significativo, se nota que existe uma tendência, p=0,098,
para a diferença entre casos e controles (Figura 9).
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Grandes alterações prévias de peso
%
Figura 9: Distribuição quanto à ocorrência de grandes alterações prévias de pacientes com
SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Quando argüidas sobre o peso ao nascimento, 94% (N=47) disseram que nasceram com
peso normal, duas referiram terem nascidas grandes para a idade gestacional (GIG) e uma
pequena para a idade gestacional (PIG). No grupo controle 89% (N=33) referiu seu peso
como normal, 5,4% (N=2) grandes para a idade gestacional (GIG) e 5,4 (N=2) e uma pequena
para a idade gestacional (Figura 10).
70
baixo peso Normal GIG
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Peso ao Nascimento
%
Figura 10: Distribuição quanto à alterações de peso ao nascimento de pacientes com SDPF
e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
O ciclo menstrual foi referido como normal em 82% (N=41) das pacientes com SDPF e
em 91% (N=33). Neste item, os dois grupos se mostraram semelhantes (p=0,223) (Figura 11).
Anormal Normal
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Ciclo Menstrual
%
Figura 11: Distribuição quanto à normalidade do ciclo menstrual. Fortaleza/CE, 2005.
71
Quando questionado acerca de ocorrência de infertilidade, nenhuma das participantes do
estudo relatou tal problema previamente, não havendo também diferença entre os grupos.
(Figura 11).
O conhecimento do diagnóstico de ovários policísticos foi mencionado por 34% (N=17)
das participantes do grupo com SDPF e por 24% (N=9) do grupo controle. Neste parâmetro os
dois grupos também se mostraram semelhantes (p=0.355) (Figura 12).
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
História de orios policísticos
%
Figura 12: Distribuição quanto à história de diagnóstico de ovários policísticos de pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE,
2005.
Quando questionadas quanto ao uso prévio de corticóides, as participantes dos dois
grupos apresentaram-se semelhantes , com 14% (N=7) de respostas positivas no das pacientes
com SDPF e 13% (N=5) do grupo controle. (Figura 13).
72
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Uso prévio de corticóides
%
Figura 13: Distribuição quanto à história de uso prévio de corticóides em pacientes com
SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
Somente duas pacientes, uma de cada grupo, afirmaram ter usado esteróides
anabolizantes, não havendo, portanto, diferença entre os grupos. (Figura 14).
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Uso de prévio de anabolizante
%
Figura 14: Distribuição quanto à história de uso prévio de esteróides anabolizantes em
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
73
Durante a pesquisa 50% das pacientes com SDPF afirmaram estar fazendo uso de
anticoncepcional oral. Nas jovens do grupo controle esse percentual era de 40%. Esta
diferença não é estatisticamente significativa (p=0,395). (Figura 15).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Uso atual de ACO
%
Figura 15: Distribuição quanto à história de uso atual de anticoncepcional oral em
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Duas pacientes do grupo com SDPF se referiram ao uso prévio de hormônio de
crescimento. Nenhuma do grupo controle havia feito essa terapia. (Figura 16).
74
Sim Não
0
50
100
SDPF
Controle
Uso prévio de rhGH
%
Figura 16: Distribuição quanto à história de uso prévio de hormônio do crescimento em
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Quando perguntadas sobre o costume de fazer uma atividade física regular na infância
94% (N=47) das portadoras de SDPF responderam que faziam atividade física desportiva na
infância de modo regular. No grupo controle 75% (N=28) tinha esse hábito na infância.
Podemos então considerar que esse é um dado estatisticamente significativo (p=0,025) para a
atividade física na infância estima-se o OR = 5,036 (IC = 1,257 a 20,175), isto é, relação entre
das pacientes que fizeram/não fizeram atividade física na infância no grupo de casos é 5,036
vezes igual (aumenta em 4,036 vezes) ao do grupo do grupo controle. (Figura 17).
75
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Atividade física na infância
%
Figura 17: Distribuição quanto à prática de atividade físicas regular na infância em
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
5.4 - Antecedentes familiares
Quando as participantes foram interrogadas se tinham conhecimento de casos
semelhantes na família encontrou-se que no grupo com SDPF 34% (N=17) sabiam da
ocorrência de casas semelhantes na família. No grupo controle 19% (N=7) relataram este
dado. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos
(p=0,355).(Figura 18).
76
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Casos semelhantes (SDPF) na família
%
Figura 18: Distribuição quanto à ocorrência de casos semelhantes na família de pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE,
2005.
Quando questionadas sobre casos de obesidade na família, vinte e três jovens portadoras
de SDPF responderam afirmativamente (46%). Enquanto no grupo controle somente oito ou
21% referiram casos de obesidade na família. Existe diferença significativa entre os grupos
com SDPF e controle (sem dor) na distribuição dos pacientes em relação aos fatores de
antecedentes familiares obesidade (p=0,024) (Figura 19).
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Casos de obesidade na família
%
Figura 19: Distribuição quanto à ocorrência de casos de obesidade na família de pacientes
com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE,
2005.
77
Questionadas sobre a ocorrência de distúrbios menstruais na família, 32% das
portadoras de SDPF (N=16) responderam afirmativamente. No grupo controle este percentual
foi de 24,3% (N=9). Neste quesito, os dois grupos se mostraram bastantes semelhantes
(p=0,480). (Figura 20).
Sim Não
0
25
50
75
100
SDPF
Controle
Casos de distúrbios menstruais
na família
%
Figura 20: Distribuição quanto à ocorrência de casos de distúrbios menstruais na família
de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
As participantes dos dois grupos foram perguntadas sobre a ocorrência de doenças da
tireóide em seus parentes em primeiro e segundo graus. No grupo com SDPF 30% das jovens
responderam afirmativamente (N=15). No grupo controle 32,4% das participantes (N=12)
responderam que sim. Este dado não é estaticamente significativo (p=0,819) (Figura 21).
78
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Casos de tireopatias na família
%
Figura 21: Distribuição quanto à ocorrência de casos de doenças da tireóide na família de
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Perguntadas sobre a ocorrência de osteoporose na família, 46% das portadoras de SDPF
(N=23) responderam afirmativamente. No grupo controle este percentual foi de 35,1%
(N=13). Neste item, os dois grupos se mostraram estatisticamente semelhantes (p=0,381)
(Figura 22).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Casos de osteosporose na família
%
Figura 22: Distribuição quanto à ocorrência de casos de osteoporose na família de
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
79
Quando interrogadas sobre casos de Diabetes mellitus na família, vinte e nove jovens
portadoras de SDPF responderam afirmativamente (58%). Enquanto no grupo controle
somente doze ou 32,4% referiram casos de obesidade na família. Existe diferença significativa
entre os grupos com SDPF e controle (sem dor) na distribuição dos pacientes em relação
antecedentes familiares Diabetes mellitus (p=0,029) (Figura 23).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Casos de diabetes mellitus na família
%
Figura 23: Distribuição quanto à ocorrência de casos de Diabetes mellitus na família de
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Não encontramos diferenças estatísticas significativas (p=1) entre os dois grupos no que
se refere à história de doença coronariana na família. Das pacientes portadoras da SDPF 46%
(N=23) responderam afirmativamente, enquanto aproximadamente 46% das jovens do grupo
controle (N=17) também responderam sim. (Figura 24).
80
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Casos de coronariopatia na família
%
Figura 24: Distribuição quanto à ocorrência de casos de doença coronariana na família de
pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
5.5 - Características antropométricas
A média de peso no grupo com SDPF foi de 57,5±9,2 kg com uma variação individual
de 44 a 86 kg. No grupo controle, a media ponderal foi de 55,6±6,2 kg variando
individualmente de 41,2 a 67,5 kg. (Figura 25).
0
25
50
75
100
SDFP
Controle
Peso (kg)
Figura 25: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto ao peso (kg). Fortaleza/CE, 2005.
81
A estatura média das portadoras de SDPF foi de 1,63±0,07 m, variando de 1,49 a 1,82
m. No grupo controle a média de altura foi de 1,61±0,06 m, variando de 1,51 a 1,76 m.
(Figura 26).
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
SDFP
Controle
Estatura (m)
Figura 26: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto a estatura (m). Fortaleza/CE, 2005.
82
A média do IMC entre as jovens portadoras de SDPF foi de 21,57±2,35 kg/m
2
, com uma
variação de 17,78 a 29,41 kg/m
2
. O grupo controle apresentou uma média de IMC de
21,66±1,93 kg/m
2
, com uma variação de 17.63 a 25,96 kg/m
2
(Figura 27).
15
20
25
30
SDPF
Controle
IMC (kg/m2)
Figura 27: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto ao Índice de Massa Corpórea – IMC (kg/m
2
). Fortaleza/CE, 2005.
A medida da cintura abdomimal apresentou média de 70,2±7,1 cm, variando
individualmente de 60 a 89 cm. O grupo controle apresentou média da circunferência
abdominal de 69,0±5,2 cm, variando de 54 a 83 cm (Figura 28).
50
60
70
80
90
SDPF
Controle
Cintura abdominal (cm)
Figura 28: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto a medida de cintura abdominal (cm). Fortaleza/CE, 2005.
83
A medida da cintura pélvica apresentou média de 96,3±6,2 cm, variando de 85 a 114
cm. O grupo controle apresentou média da circunferência pélvica de 95,3±6,8 cm, variando de
67 a 105 cm (figura 29).
80
90
100
110
120
SDPF
Controle
Cintura pélvica (cm)
Figura 29: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto a medida de cintura pélvica (cm). Fortaleza/CE, 2005.
Os dois grupos se mostraram estatisticamente semelhantes em relação a todos os
parâmetros antropométricos.
5.6 - Exame direcionado do aparelho locomotor
Na avaliação de fatores intrínsecos relacionados ao aparelho locomotor foram avaliados
a presença de desvios angulares dos membros inferiores (genovalgo e genovaro), a ocorrência
de desvios rotacionais dos membros inferiores, a ocorrência de flacidez ligamentar, e a
presença de alterações da arquitetura dos pés (pés planos, pés valgos e pés varos), fazendo-se
a comparação entre as populações de pacientes com e sem a SDPF.
Verificou-se que das pacientes com SDPF, 38% (N=19) apresentavam deformidade
angular em valgo dos joelhos. O número de joelhos que apresentavam deformidade em varo
84
correspondeu 10% do total ou cinco pacientes. Das portadoras da síndrome, 52% (N=26)
apresentavam joelhos alinhados ou com valgo fisiológico. No grupo controle 32% (N=12)
apresentavam valgo, 24% (N=9) apresentavam deformidade em varo e 46% (N=19) foram
consideradas normais. Na comparação entre os dois grupos quanto a esses parâmetros, não
houve diferença significativa (p=0,198) (Figura 30).
Genovalgo Genovaro Normal
0
25
50
75
SDPF
Controle
%
Figura 30: Distribuição quanto ocorrência de deformidades angulares nos membros inferiores
de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
Os distúrbios rotacionais estavam presentes em 26% das pacientes (N=13), portadoras
da SDPF. No grupo controle 40% (N=15) mostravam algum grau de rotação nos MMII.
Estatisticamente esse dado também não se mostrou diferença significativa (p=0,170). (Figura
31).
85
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Distúrbios Rotacionais
%
Figura 31: Distribuição quanto à ocorrência de distúrbios rotacionais nos membros inferiores
de pacientes com SDPF e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados.
Fortaleza/CE, 2005.
O ângulo que é uma tradução mais objetiva dos distúrbios angulares e rotacionais. A
medida do ângulo Q se mostrou aumentada 42% (n=21) do grupo portador da SDPF e 29%
(N=11) do grupo controle, sendo estatisticamente semelhantes (p=0,269) (Figura 32).
Aumentado Normal
0
25
50
75
SDPF
Controle
Ângulo Q
%
Figura 32: Distribuição quanto à variação do ângulo Q em pacientes com SDPF e indivíduos
sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
86
Nesta casuística, 72% das pacientes do grupo com SDPF (N=36) apresentaram
positividade nos testes para flacidez ligamentar. No grupo controle somente 54% (N=21)
apresentavam frouxidão dos ligamentos articulares, não sendo estatisticamente significativo
(p=0,113). (Figura 33).
Sim Não
0
25
50
75
SDPF
Controle
Flacidez Ligamentar
%
Figura 33: Distribuição quanto à ocorrência de flacidez ligamentar em pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
Os pés planos podem ser considerados uma conseqüência da flacidez ligamentar. Em
nosso estudo 30% (N=15) do total de pacientes do grupo com SDPF não apresentaram o arco
longitudinal interno modelado, isto é, apresentavam pés planos ou valgo. No grupo controle
somente 16% (N=6) não apresentavam o arco plantar, não sendo estatisticamente significativo
(p=0,323). (Figura 34).
87
Cavo Normal Plano
0
25
50
75
SDPF
Controle
Arquitetura dos Pés
%
Figura 34: Distribuição quanto à variação da arquitetura dos pés em pacientes com SDPF e
indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
5.7 - Composição corporal
Na avaliação da composição corporal, verificou-se que as pacientes com SDPF
apresentavam um percentual de gordura médio de 25,68±3,89% com uma variação individual
de 18,30 a 34,10% e de massa magra de 67,62±2,30%, variando de 64,0 a 72,10% enquanto
que as pacientes do grupo controle, apresentaram uma média do percentual de gordura de
26,43±3,89% variando individualmente de 16,40 a 34,20%, e de massa magra de
67,75±2,27% com uma variação de 67,4 a 75,2%, não havendo diferença significativa entre
os grupos quanto a esses parâmetros (Figura 35 e Figura 36).
88
0
10
20
30
40
Controle
SDPF
% de gordura
Figura 35: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto ao percentual (%) de gordura. Fortaleza/CE, 2005.
60
65
70
75
80
Controle
SDPF
% de massa magra
Figura 36: Distribuição dos pacientes com SDPF e de indivíduos sem SDPF (grupo
controle) estudados quanto ao percentual (%) de massa magra. Fortaleza/CE, 2005.
89
VI. DISCUSSÃO
A dor patelofemoral é a queixa clínica mais freqüente envolvendo o joelho
(WITVROUW, 2000). Esta síndrome é particularmente freqüente nos ambulatórios de
medicina esportiva. De acordo com Chesworth et al (1989) e Loudon et al (2004) a SDPF é
responsável por cerca de 21 a 40% dos casos nesses atendimentos, sendo mais prevalente em
mulheres jovens. Crossley et al (2002) reviram uma série de nove estudos de coorte e
encontrou uma prevalência de 7% em adultos jovens e de até 15% em recrutas, tendo sido
atribuídas as discrepâncias entre as taxas às diferenças entre as populações. Para Fulkerson e
Arendt (2000) fatores anatômicos como a largura da pelve, aumento do ângulo “Q” e maior
prevalência de anteversão do colo femoral fazem da mulher ser mais predisposta a sofrer de
SDPF. Assim justifica-se a determinação de alunas universitárias do ciclo básico como
população deste estudo.
A SDPF engloba condições crônicas de acometimento de várias estruturas como sinóvia,
osso subcondral, retináculos etc. Por esta razão, outras denominações como condromalácia,
dor anterior do joelho, desalinhamento patelar, artralgia patelofemoral, usados anteriormente
para caracterizar esse distúrbio, foram substituídas pelo termo síndrome da dor patelofemoral
por este incluir somente as condições de dor na articulação patelofemoral devida a um
desequilíbrio no aparelho extensor do joelho. Não há consenso na literatura sobre o
diagnóstico da SDPF (HOLMES e CLANCY, 1998; WILK et al, 1998). Este tem sido
considerado eminentemente clínico, sendo baseado nos achados de anamnese e do exame
físico (NATRI et al, 1998), forma esta utilizada para a seleção da casuística do presente
estudo.
A apresentação clínica da dor patelofemoral é caracterizada por um grupo de sinais e
sintomas típicos e prontamente identificáveis pelo profissional. Para o seu diagnóstico, vários
90
critérios clínicos têm sido utilizados. Fulkerson (2000) usa o termo dor anterior do joelho e
conseqüentemente utiliza critérios mais flexíveis que incluem condições patológicas como
plica sinovial e tendinites. Jackson (2001) é mais permissivo no diagnóstico desta síndrome.
Em sua revisão cita mais de 30 diferentes etiologias para dor na região anterior do joelho. Os
critérios de Natri (1998) são mais restritivos, possibilitando, portanto, a exclusão de distúrbios
específicos listados no diagnóstico diferencial como fraturas ou cirurgias prévias em joelhos;
doença de Osgood-Schlater, síndrome de Sinding-Larsen-Johansson, tendinite quadriciptal,
patela bipartida, fratura de estresse, osteocondrite dissecante, tumores, plica sinovial
patológica, ruptura do ligamento cruzado posterior, distrofia simpático reflexa e as causadas
por iatrogenia, sendo por esse motivo adotados como critérios de seleção neste estudo.
Uma boa história e um exame clínico apurado são suficientes para o diagnóstico
diferencial da maioria desses distúrbios. A doença de Osgood-Schlater, por exemplo, pode ser
excluída pela palpação da tuberosidade anterior da tíbia, a síndrome de Sinding-Larsen-
Johansson palpando-se o tendão patelar em seu pólo proximal à patela a procura de
calcificações e pontos dolorosos nessa região. A tendinite quadricipital apresenta dor no pólo
superior da patela e dor ao alongamento do quadríceps. A osteocondrite dissecante localiza-se
preferencialmente nos côndilos femorais e assim apresenta dor localizada nos côndilos que
pioram com a bipedestação e a deambulação. A ruptura do ligamento cruzado posterior pode
ser evidenciada pela história de trauma e o sinal da gaveta posterior. Neste estudo, todas as
participantes foram submetidas à avaliação criteriosa do próprio pesquisador na ocasião da
seleção, sendo estas afecções cuidadosamente consideradas e excluídas. Não obstante,
algumas condições raras que dependem de exames complementares ou que caracterizam uma
dificuldade para o diagnóstico, embora seja pouco provável, podem ter sido incluídas nesta
casuística. Por exemplo, a síndrome da plica sinovial, que representa um difícil diagnóstico
diferencial com a SDPF que mesmo com exames sofisticados como a ressonância nuclear
91
magnética pode não ser diferenciado da SDPF. A patela bipartida, fratura de estresse,
osteocondrite dissecante localizada na patela e tumores dependem de uma radiografia simples
para o diagnóstico, embora os achados clínicos tragam geralmente indícios bastante claros.
Os fatores predisponentes da SDPF ainda são bastante controversos na literatura. Tem
sido sugerido que a SDPF geralmente ocorre devido a uma combinação de fatores extrínsecos
(externos ao organismo) e intrínsecos (do próprio organismo). Os fatores extrínsecos incluem
nível de competição, sapatos e equipamento ortopédicos, a superfície na qual se pratica o
esporte, o uso de escadas, o uso de salto, o costume de sentar-se com quadril aduzido etc. Os
fatores intrínsecos incluem a idade, o sexo, a fase do ciclo menstrual, a flacidez ligamentar, a
força e o equilíbrio muscular, tempo de reação muscular e estabilidade postural, arquitetura
dos pés (WILLIAMS, 1971; TAIMELA et al, 1990).
Neste trabalho se pretendeu verificar o perfil sócio-esportivo, endócrino-metabólico e
ortopédico de mulheres jovens com SDPF, comparando-os aos de mulheres jovens sem
SDPF. Buscou-se verificar uma possível associação da SDPF: com os hábitos sociais e
desportivos, antecedentes pessoais e familiares de risco para doenças metabólicas; com
parâmetros antropométricos e ortopédicos; e com a composição corporal. Apesar de vários
estudos com esse propósito, publicados na população norte-americana e européia, a
inexistência de dados na população local, e mesmo na brasileira, motivaram e justificaram a
realização desta pesquisa.
Procurando-se relacionar fatores que causam sobrecarga da articulação patelofemoral
com a SDPF foram investigados hábitos sociais e desportivos (prática de atividade física e o
uso abusivo de escadas, de salto alto e da posição sentada). Não foi encontrada diferença
significativa quanto à prática de atividade esportiva e quanto ao número de horas praticadas
entre os grupos estudados. Vários autores (COX et al,1985; DE HAVEN, 1986; KANNUS et
al, 1994; HUNT, 2003) e diferentes atividades físicas têm sido relacionadas a SDPF. Cox
92
(1984) assinalou que as mulheres mal condicionadas fisicamente e menos tolerantes à dor
tinham a uma maior incidência de SDPF. Messier et al (1991) estudou a SDPF em corredores
e concluiu que os atletas dessa modalidade estavam mais predispostos a apresentar SDPF.
Smith et al (1991) estudaram a SDPF em praticantes de “skate” e concluíram que estes
desportistas estavam mais predispostos a apresentar dor anterior do joelho, mas não
descartaram a hipótese de que essas dores poderiam ser atribuídas ao trauma direto sobre a
articulação. Outros autores ressaltam que esse parâmetro só poderia ser validado se avaliado
em populações mais homogêneas, como, por exemplo, a de recrutas em treinamento, sendo,
portanto, um parâmetro difícil de ser considerado (MILGROM et al, 1991).
Não houve também diferença entre os grupos quanto à prática de musculação ou outros
tipos de atividade física. Não há, na literatura pesquisada até o presente momento, referência à
prática de musculação como fator predisponente a SDPF, embora do ponto de vista
biomecânico a articulação patelofemoral seja bastante solicitada nessa atividade.
Entretanto, a história de prática de exercício físico regular na infância mostrou-se mais
prevalente no grupo com SDPF. Este fator não havia sido avaliado em estudos prévios. Os
indivíduos desse grupo, quando crianças, podem ter estado mais sujeitas a traumas e esforços
físicos, e consequentemente a desenvolverem SDPF. Outro aspecto a ser considerado é que
não foram investigadas a quantidade e a qualidade desses exercícios realizados no passado.
Em nossa sociedade, é freqüente o uso de escadas e rampas no dia-a-dia. Cooper et al
(1994) ressaltaram que as atividades que requeiram a flexão e extensão repetida do joelho têm
um potencial para causar ou agravar a SDPF. Por esse motivo, também foi avaliado o uso
abusivo de escadas (uso de mais de dois lances por dia), não sendo também encontrado
diferença entre os grupos.
Na literatura habito de sentar com as pernas aduzidas e o uso abusivo de salto têm sido
relacionados a SDPF (COOPER et al, 1994; FULKERSON, 2000). O hábito de passar longos
93
períodos na posição sentada foi avaliado neste estudo. Sentar com os quadris fletidos e
aduzidos aumenta o estresse em valgo da articulação do joelho, principalmente nas mulheres
que já têm uma pelve mais larga e por isso maior tendência a aumentar esse estresse. Isto
acarretaria um aumento da pressão no côndilo lateral e conseqüentemente levaria à dor
(FULKERSON e ARENDT, 2000). Entretanto, neste estudo também esta variável não se
mostrou diferente entre os grupos. O uso abusivo de salto alto é uma importante variável na
análise, já que o uso de salto é muito difundido entre as jovens nessa faixa etária e nessa
condição social. Da mesma forma, neste estudo não foi observada diferença entre os grupos
quanto a essa variável.
A avaliação de manifestações clínicas ou antecedentes de risco para distúrbios
endócrino-metabólicos na SDPF foi pouco abordada em estudos prévios. Flutuações dos
níveis de hormônios sexuais durante o ciclo menstrual tem sido estudadas como um fator de
risco para lesões em joelhos em atletas do sexo feminino, sendo sugerido que a fase folicular e
a ovulatória seriam as de maior risco para tais lesões. Sugere-se ainda que o uso de
contraceptivos orais não teria efeito protetor (Dugan, 2005).
No presente estudo, a prevalência dos vários fatores relacionados a distúrbios endócrino-
metabólicos avaliados - alterações de peso ao nascimento, regularidade do ciclo menstrual,
ocorrência de infertilidade, referência à síndrome dos ovários micro-policísticos, uso
prolongado de corticóides ou esteróides anabolizantes, uso de anticoncepcional oral ou
hormônio do crescimento - se mostrou semelhante entre os grupos. Entretanto, observou-se
uma tendência no grupo com SDPF maior prevalência de história pregressa de obesidade,
sendo este um parâmetro não avaliado em estudos anteriores. A relação entre a SDPF e esse
fator talvez possa ser devido ao efeito de grandes alterações prévias de peso sobre o equilíbrio
muscular em membros. O peso excessivo aumenta a carga sobre o aparelho extensor. O
desequilíbrio muscular se mostra com muita freqüência no quadríceps, pois os quatro
94
componentes desse músculo tracionam a patela com forças e angulações diferentes. Isto faz
com que a patela já tenha uma tendência a lateralizar. Qualquer alteração desse equilíbrio
precário poderá levar a uma sobrecarga da patelofemoral (VIEIRA E VIEIRA, 2002).
Contudo, não se observou a mesma tendência quando relacionada a SDPF à obesidade atual e
sequer a algum dos parâmetros antropométricos ou de composição corporal. Embora esses
parâmetros sejam de fácil entendimento do ponto de vista biomecânico, talvez não sejam de
fato determinantes da ocorrência da SDPF, como na população estudada. Tradicionalmente, a
dor patelofemoral tem sido descrita como uma condição que afeta meninas adolescentes
acima do peso e com joelho valgo, mas esta afirmação vai de encontro com estudos como o
de Doucette e Goble (1992). Em seus pacientes que possuíam SDPF, 89% deles eram meninas
adolescentes de compleição física magra e atlética. Não obstante, Kowal apud Fulkerson e
Arendt (2000) demonstrou que em recrutas do exército, o mau condicionamento físico e o
aumento do peso e de percentual de gordura além de encurtamento dos músculos levariam a
uma predisposição para a síndrome.
Até o presente estudo, não havia referência na literatura quanto à associação entre
fatores hereditários e a SDPF. Neste trabalho, antecedentes familiares de obesidade, distúrbios
menstruais e doenças da tireóide, osteoporose, diabetes mellitus e doença coronariana foram
investigados, encontrando-se relação da SDPF com história familiar de obesidade e diabetes,
dado este não descrito previamente.
A avaliação de fatores intrínsecos relacionados ao aparelho locomotor predomina nos
estudos realizados em populações norte-americanas e escandinavas. Os achados deste estudo
não confirmam de outros citados na literatura como os de Milgrom et al (1999), que
identificaram como fatores predisponentes a presença de genovalgo e de um aumento da força
isométrica do quadríceps. Também não foram concordantes com os resultados de Witvrouw et
al (2000) que mostraram numa população de colegiais belgas de ambos os sexos os seguintes
95
fatores predisponentes da SDPF: uma diminuição da flexibilidade do quadríceps, uma
diminuição da resposta reflexa do vasto medial oblíquo, uma redução da capacidade de saltar
verticalmente e uma maior mobilidade patelar. Para Kujala et al (1986), que estudaram a
SDPF em recrutas, a diminuição do tônus muscular foi descrita como um fator predisponente
em recrutas mal condicionados fisicamente. Para Tumia (2002) os fatores associados a SDPF
foram o desequilíbrio ou fraqueza do quadríceps, o mau alinhamento dos membros inferiores
e a sobrecarga da articulação patelofemoral. Smith et al (2002), examinando esqueitistas,
sugeriu que o encurtamento muscular seria um fator predisponente de SDPF. O encurtamento
do quadríceps foi o problema de flexibilidade mais encontrado e possivelmente predisporia a
SDPF. Neste estudo houve melhora da SDPF em 50% das pacientes que melhoravam do
encurtamento. O encurtamento dos ísquio-tibiais também se relacionou a SDPF, assim como a
presença de deformidades, como a coxa vara, deformidades em valgo ou varo dos joelhos,
tornozelos e pés, adicionados ao aumento da probabilidade de desequilíbrios musculares.
Blazer (2003) sugeriu como fatores predisponentes o alargamento da pelve, o aumento do
ângulo “Q” e a anteversão femoral.
No presente estudo foram comparadas, entre as populações de pacientes com e sem a
SDPF, variáveis como: a presença de desvios angulares dos membros inferiores (genovalgo e
genovaro), a ocorrência de desvios rotacionais dos membros inferiores, a ocorrência de
flacidez ligamentar, e a presença de alterações da arquitetura dos pés (pés planos, pés valgos e
pés varos).
Não foram observadas diferenças entre os dois grupos no que se refere à ocorrência de
genovalgo ou da sua tradução numérica, a medida do ângulo “Q”. Estes dados estão de acordo
com Witvrouw et al (2000) que estudou 282 colegiais belgas, não encontrou correlação entre
a predisposição a SDPF e o genovalgo e divergem dos encontrados por Milgrom et al (1991)
que avaliando recrutas israelenses pacientes observaram essa correlação.
96
Considerando a distância intercondilar medial entre as tíbias, Milgrom et al (1991)
mediu com os pacientes em pé, enquanto No presente estudo e no reportado por Witvrouw et
al (2000) o paciente foi examinado em decúbito dorsal. Embora ambos os métodos sejam
válidos, eles podem trazer diferentes informações. A medida em pé provavelmente traz mais
informações interessantes do ponto de vista funcional, entretanto é mais influenciada pelo
alinhamento da tíbia dos tornozelos e dos pés, em comparação com a medida na posição
deitada. Assim, as diferenças de medição podem parcialmente explicar a diferença entre os
resultados.
Os distúrbios rotacionais dos membros inferiores tendem a ocorrer principalmente
pela anteversão de colo femoral e/ou pela rotação interna tibial, sendo que geralmente um é
compensatório ao outro. Por esse motivo, no presente estudo, esses distúrbios rotacionais
foram avaliados a partir da rotação interna tibial, tendo sido observado freqüência semelhante
entre os dois grupos. Esses achados estão de acordo com os descritos por Witvrouw et al
(2000) que também não encontrou associação de distúrbios rotacionais e a SDPF.
A flacidez ligamentar tem sido sempre associada como causadora de entorses, luxações
e estiramentos musculares. Entretanto as evidências têm sido conflituosas em relação ao seu
papel na SDPF. As articulações melhores estudadas, quando se avalia flacidez ligamentar,
são o joelho e o tornozelo (DUGAN, 2005). Neste estudo não foi observada diferença entre os
dois grupos, achados concordantes com estudos anteriores em outras populações (MESSIER,
1999; WITVROUW et al 2000; e MILGROM, 1991).
Existem controvérsias sobre o papel da arquitetura dos pés na SDPF. Para Messier et al
(1991), Thomee et al (1995) e Witvrouw et al (2000), não existem diferenças estatísticas entre
os grupos estudados. Alterações arquitetônicas dos pés foram sugeridas como fatores
predisponentes em estudos por Doucette e Gogle (1992) Powers et al., 1995; Sutlive et al.,
2004. Discutem que essas alterações podem ser devidas em grande parte à frouxidão
97
ligamentar. No presente estudo, não foram encontradas alterações significativas entre os dois
grupos quanto a esse parâmetro.
Neste estudo, vários fatores anteriormente associados SDPF em outras populações
genovalgo (Milgrom et al, 1991); obesidade (Kowal et al, 1980), uso de salto alto e hábito de
passar longos períodos sentada (Fulkerson et al, 2000), não se confirmaram. Não obstante,
dentre um grande número de outros fatores pesquisados, alguns nunca anteriormente
avaliados se associaram a SDPF: história de obesidade no passado, a prática de atividade
física regular na infância, a historia familiar de obesidade e a historia familiar de diabetes
mellitus.
Embora tenham sido controladas outras variáveis que possam interferir nas relações
entre os fatores estudados e a SDPF, isoladamente esses fatores encontrados em associação
não podem ser considerados determinantes da SDPF, dadas às limitações metodológicas deste
desenho de estudo.
Entretanto, a associação observada da SDPF com antecedentes pessoais e historia
familiar de obesidade e historia familiar de diabetes mellitus pode talvez sugerir uma relação
da SDPF com determinantes genéticos relacionados a síndrome metabólica, que
estabeleceriam uma maior susceptibilidade a essa síndrome.
Estudos adicionais prospectivos poderão trazer melhores esclarecimentos quanto ao
papel desses e de outros fatores como determinantes da SDPF.
98
VII. CONCLUSÃO
- No presente estudo, o perfil sócio-esportivo, endócrino-metabólico e ortopédico de
mulheres jovens portadoras de síndrome da dor patelofemoral se mostrou bastante
semelhante ao de mulheres jovens sem SDPF.
- Nenhum dos fatores estudados relacionados a: hábitos sociais como subir mais de dois
lances de escadas, passar longos períodos na posição sentada, usar mais de quatro horas
diárias de salto alto, prática de atividades físicas como musculação, ginástica e esportes se
mostrou associado a SDPF nesta casuística.
- Nenhum dos fatores estudados relacionados a parâmetros antropométricos (peso, estatura,
IMC, medidas de cintura abdominal e pélvica), parâmetros ortopédicos (desvios angulares
ou rotacionais dos membros inferiores, flacidez ligamentar, alterações da arquitetura dos
pés) e composição corporal (percentual de gordura e massa magra) se mostrou associado a
SDPF nesta faixa etária e gênero estudados.
- Uma história positiva de obesidade no passado, de prática de atividade física regular na
infância e historia familiar de obesidade e de diabetes mellitus são antecedentes associados
a SDPF.
- A associação da SDPF com antecedentes pessoais e historia familiar de obesidade e
historia familiar de diabetes mellitus pode talvez sugerir uma relação da SDPF com
determinantes genéticos relacionados a síndrome metabólica, que estabeleceriam uma
maior susceptibilidade a essa síndrome.
99
VIII. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um dos grandes objetivos da promoção da saúde é influenciar mudanças nas questões
da educação em saúde e, para isso, é preciso contar com uma população que esteja informada
e consciente do seu próprio processo saúde/doença e, principalmente, dos seus direitos
sociais, fundamentais para uma transformação social.
Nesse contexto, há de se considerar que a ação educativa visando à participação e à
análise crítica do contexto social pelos atores sociais, de modo a tornarem-se cidadãos
conscientes da realidade em que vivem, torna-se fundamental para garantir a promoção da
saúde.
Um conhecimento mais apurado da síndrome da dor patelofemoral pode ajudar no
diagnóstico e na condução do tratamento. Evidências clínicas mostram que os músculos
podem ter um treinamento específico para alinhar a rótula. Treinamento regular e contínuo
produzirá efeitos que são benéficos e duradouros e o paciente poderá permanecer livre da dor
mesmo participando de atividades que são danosas a articulação patelofemural.
O conhecimento da importância dos fatores relacionados ou predisponentes pode
auxiliar na orientação do paciente e desfazer mitos arraigados em nossa prática clínica.
Certamente é possível modificar alguns fatores ambientais e sociais, principalmente os
relacionados aos hábitos de vida.
Considerando os resultados deste estudo, o condicionamento físico e os hábitos
saudáveis, evitando a obesidade e suas repercussões, em particular em um período precoce da
vida, talvez possa diminuir o risco da ocorrência ds SDPF entre as mulheres. Quando a dor se
torna evidente, a diminuição do salto, das posturas em adução e flexão dos MMII e das
posturas ocupacionais viciosas, podem ajudar no tratamento da SDPF.
100
IX. BIBLIOGRAFIA
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107
X. APÊNDICES
108
APÊNDICE I: TERMO DE CONSENTIMENTO
Sou aluno do Curso de Mestrado em Educação em Saúde e estou desenvolvendo
uma pesquisa sobre a SDPF intitulada: “FATORES SOCIOESPORTIVOS ASSOCIADOS À
SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL EM MULHERES JOVENS”. Deste modo,
venho solicitar a sua participação. Para isso, será necessário que você responda a um
formulário contendo perguntas sobre o assunto em questão e se submeta a uma avaliação
clínica realizada por um médico ortopedista. Será realizado uma bioimpedância, que é um
exame para a determinação da quantidade de gordura do seu corpo. Esse exame não tem
nenhum risco, nem causa dor ou qualquer desconforto.
Esclareço que:
- O nosso estudo tem por objetivo avaliar os fatores que predispõem o indivíduo a
apresentar esta síndrome, uma condição que não é grave, mas pode levar a uma
degeneração precoce da articulação do seu joelho.
- Sua participação não é obrigatória.
- As informações coletadas somente serão utilizadas para os objetivos da pesquisa.
- As informações ficarão em sigilo e seu anonimato será preservado.
-
Não haverá nenhum risco ou desconforto para as pessoas envolvidas.
- Sua recusa em participar do estudo não prejudicará, em nada, o tratamento ou
acompanhamento que você recebe.
-
Você tem a liberdade de desistir a qualquer momento de participar da pesquisa.
109
Em caso de esclarecimento entrar em contato com o pesquisador responsável:
Nome: Rui Colares Junior
Endereço: Av. Dom Luis 300/625
Telefone: 32649044
CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIMENTO
Declaro que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi
explicado, concordo em autorizar esta pesquisa.
Fortaleza,_____ de_______________de_______
_______________________________________________________
Assinatura do entrevistado
_______________________________________________________
Assinatura do Pesquisador
PACIENTE:_____________________________________________
PESQUISADOR:__________________________________________
110
APÊNDICE II
FORMULÁRIO SOBRE A SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL
Preenchido em: / / NÚMERO:______
NOME: ________________________________________________________________
NASC: / / RAÇA: _____________ CURSO_______________
NATURALIDADE:_______________________
ANAMNESE
Sintomas (Critérios de Inclusão):
( ) DOR DIFUSA NA REGIÃO ANTERIOR DO JOELHO
( ) DOR NA FACE MEDIAL DA PATELA OU RETROPATELAR
( ) INICIO INSIDIOSO
( ) PIORA COM ATIVIDADE FÍSICA
( ) MELHORA COM REPOUSO
HÁBITOS SOCIAIS E DESPORTIVOS
1- PRATICA ALGUM ESPORTE: NÃO ( ), SIM ( )
2- FAZ MUSCULAÇÃO: NÃO ( ), SIM ( ) NÚMERO DE HORAS SEMANAIS:
3- FAZ OUTRO TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA: NÃO ( ), SIM ( )
4-
NÚMERO TOTAL DE HORAS SEMANAIS DE ATIVIDADES FÍSICAS:
__________________
5-
SOBE E DESCE MAIS DE 2 LANCES DE ESCADAS POR DIA: NÃO ( ), SIM ( )
6- PASSA MAIS DE 4h SENTADA: NÃO ( ), SIM ( )
7- USA SALTO ALTO (>5CM): NÃO ( ), SIM ( ) QUANTAS HORAS SEMANAIS?
ANTECEDENTES PESSOAIS
8-
OBESIDADE NO PASSADO ? SIM ( ) NÃO ( )
9-
GRANDE ALTERAÇÃO DE PESO NO PASSADO ? SIM ( ) NÃO ( )
111
10- PESO AO NASCIMENTO: BAIXO PESO ( ), NORMAL( ) GIG ( )
11- CICLO MENSTRUAL: NORMAL( ); ANORMAL( ) ____________________
12- HISTÓRIA DE INFERTILIDADE: SIM ( ) NÃO ( )
13- HISTÓRIA DE SD. DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS? SIM ( ) NÃO ( )
14- USO PRÉVIO DE CORTICOIDE: SIM ( ) NÃO ( )
15- USO PRÉVIO DE ANABOLIZANTE: SIM ( ) NÃO ( )
16- USO PRÉVIO DE ACO: SIM ( ) NÃO ( )
17-
USO PRÉVIO DE rhGH: SIM ( ) NÃO ( )
18-
PRATICAVA ALGUM ESPORTE NA INFÂNCIA: NÃO ( ), SIM ( )
ANTECEDENTES FAMILIARES (PARENTES DE PRIMEIRO E SEGUNDO GRAUS)
19- DOENÇA SEMELHANTE (CONDROMALACIA) ( ) SIM ( ) NÃO
20- OBESIDADE ( ) SIM ( ) NÃO
21- DISTURBIOS MENSTRUAIS ( ) SIM ( ) NÃO
22- DOENÇAS DA TIREÓIDE ( ) SIM ( ) NÃO
23-
OSTEOPOROSE ( ) SIM ( ) NÃO
24- DIABETES MELLITUS ( ) SIM ( ) NÃO
25-
DOENÇA CORONARIANA ( ) SIM ( ) NÃO
EXAME FÍSICO:
Critérios de inclusão:
( ) DOR À COMPRESSÃO CONTRA OS CÔNDILOS FEMORAI
( ) DOR Á PALPAÇÃO DA FACE POSTERIOR DA PATELA
( ) DOR À CONTRAÇÃO DO QUADRÍCEPS CONTRA RESISTÊNCIA
Avaliação Ortopédica Dirigida (Parâmetros de Análise)
1. GENOVALGO ( ); GENOVARO ( ); NORMAL ( )
2. DISTÚRBIOS ROTACIONAIS: ( ) SIM, ( ) NÃO
112
3. FLACIDEZ LIGAMENTAR: ( ) SIM, ( ) NÃO
4. PÉS PLANOS ( ); PÉS VALGO ( ); PÉS CAVO ( )
5. ÂNGULO “Q”: ( ) NORMAL, ( ) AUMENTADO
Avaliação Geral e Dados Antropométricos:
PESO: ____________ ALTURA:____________
IMC:_______________
MEDIDA DE CINTURA ABDOMINAL:
___________________________________________
MEDIDA DE CINTURA PÉLVICA
(QUADRIL):______________________________________
FENÓTIPO (DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA): PADRÃO GINOIDE ( ) ANDRÓIDE ( )
MUSCULATURA : HIPOTRÓFICA ( ); HIPERTRÓFICA ( ); EUTRÓFICA ( ).
113
APÊNDICE III
Tabela I – Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos Hábitos Sociais e
Desportivos. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Idade
(anos)
Curso Pratica
Esporte
Faz
Musculação
Ativ.
Física
Horas
Semana
Escada Sentada Salto
1
19 FISIO Não Não Regular - Sim Sim Sim
2
18 FISIO Não Fez Baixo - Sim Sim
Não
3
19 FISIO Não Não Regular - Sim Sim Não
4
19 T.O Não Não Baixo - Sim Não Não
5
20 E.F Sim Sim Alto 10 Sim Não Sim
6
22 T.O Não Não Sed. - Sim Sim Sim
7
29 E.F Sim Não Baixo 10 Não Não Sim
8
23 FISIO Sim Não Bom 06 Sim Sim Sim
9
18 FISIO Não Não Regular - Não Sim Sim
10
18 FISIO Não Não Sedentário - Não Sim Sim
11
23 T.O Não Sim Sedentário - Não Sim Não
12
17 FISIO Sim Sim Bom 05 Sim Sim Sim
13
20 FISIO Sim Não Bom 10 Sim Não Sim
14
20 E.F Sim Não Regular 13 Sim Não Sim
15
18 FISIO Sim Sim Bom 03 Não Sim Sim
16
27 E.F Sim Sim Bom 04 Sim Não Sim
17
27 E.F Sim Sim Alto 05 Não Sim Sim
18
20 FISIO Não Não Sedentário - Sim Sim Não
19
19 FISIO Não Não Sedentário - Sim Sim Sim
20
22 FISIO Sim Não Sedentário 04 Não Sim Sim
21
19 FISIO Não Nao Sedentário - Sim Sim Sim
22
25 E.F. Sim Não Bom 06. Não Sim Sim
23
20 FISIO Não Não Sedentária - Não Sim Sim
24
20 T.O Não Não Sedentária - não Sim Sim
25
25 E.F. Sim Não bom 4 Sim Não Não
26
23 E.F Sim Sim Bom 18 Não Não Sim
27
24 T.O Não Não Sedentário - Não Sim Sim
28
28 E.F Não Não Sedentária - Não Sim Sim
28
E.F sim Sim Bom 06 Não Não Sim
30
18 Outros Sim Sim Alto 18 Sim Sim Sim
31
19 Outros Sim Sim Alto 18 Não Sim Sim
32
20 E.F Sim Sim Alto 09 Sim Sim Sim
33
19 E.F Sim Sim Alto 12 Sim Não Não
34
25 Outros Não Não Sedentário - Sim Não Sim
35
20 FISIO Não Não Sedentario - Não Sim Sim
36
20 E.F Sim Não Baixo 04 Sim Sim Sim
37
18 E.F. Não Não Sedentário - Sim Sim Sim
38
19 FISIO sim Sim Regular 8 Sim Sim Sim
39
25 T.O Não Não Baixo - Sim Sim Não
40
20 FISIO Não Não Regular - Não Sim Sim
41
20 FISIO Não Não Baixo - Não Sim Não
42
22 FISIO Não Não Sedentário - Sim Sim Não
43
19 FISIO Não Não Sedentário - Não Sim Sim
44
19 FISIO Sim Não Regular 04 Sim Sim Sim
45
20
T.O
Não Não Sedentário - Não Sim Sim
46
29
E.F Sim Sim
Bom
16 Não Não Sim
47
18
T.O Não Não
Sedentário
- Sim Sim Sim
48
23 E.F Sim Não Regular 08 Sim Sim Sim
49
17 Outros Sim Não Alto 10 Não Não Não
50
21 E.F Sim Sim Alto 12 Sim Sim Sim
114
TABELA II a – Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos antecedentes
pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Obesidade
no Passado
Alteração
do peso
Peso ao
Nascimento
Ciclo
Menstrual
Ovários
Policísticos
1-
Não Não Normal Anormal Sim
2-
Não Não Normal Normal Não
3-
Não Não Normal Normal Sim
4-
Não Não Normal Normal Não
5-
Não Sim Normal Anormal Sim
6-
Sim Sim Normal Anormal Não
7-
Não Sim Normal Normal Não
8-
Não Não Normal Normal Não
9-
Não Não Normal Normal Não
10-
Não Não Normal Normal Não
11-
Não Não Normal Normal Não
12-
Não Não Normal Normal Sim
13-
Não Sim Normal Normal Não
14-
Não Não Normal Normal Não
15-
Não Sim Normal Normal Sim
16-
Não Sim Normal Normal Sim
17-
Não Sim GIG Normal Não
18-
Não Não Normal Anormal Não
19-
Não Não Normal Normal Sim
20-
Não Não Baixo Normal Não
21-
Não Sim Normal Normal Não
22-
Não Não Normal Anormal Sim
23-
Não Não Normal Normal Não
24-
Não Não Normal Normal Sim
25-
Não Não Normal normal Não
26-
Não Não Normal normal Sim
27-
Não Não Normal Normal Sim
28-
Não Sim Normal Normal Não
29-
Não Não Normal Anormal Sim
30-
Sim Não GIG Normal Não
31-
Sim Sim Normal Normal Não
32-
Sim Sim Normal Normal Não
33-
Não Não Normal Normal Não
34-
Não Não Normal Normal Não
35-
Não Não Normal Normal Não
36-
Não Não Normal Normal Não
37-
Não Não Normal Normal Não
38-
Não Não Normal Normal Não
39-
Sim Sim Normal Normal Não
40-
Sim Sim Normal Normal Não
41-
Não Não Normal Normal Sim
42-
Não Sim Normal Normal Não
43-
Não Não Normal Normal Não
44-
Não Não Normal Normal Sim
45-
Sim Sim Normal Normal Sim
46-
Não Não Normal
Normal
Não
47
Sim Sim Normal
Normal
Não
48-
Não Sim Normal Anormal Não
49-
Não Sim Normal Anormal Sim
50-
Não Não Normal Anormal Sim
115
TABELA II b - (Continuação)Características de pacientes com SDPF estudados quanto
aos antecedentes pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Uso de
Corticóide
Uso de
Anabolizante
Uso de
ACO
Uso de
rhGH
At. Física
Infância
1-
Não Não Sim Não Sim
2-
Sim Não Não Não Não
3-
Não Não Sim Não Sim
4-
Não Não Sim Não Sim
5-
Sim Não Sim Não Sim
6-
Não Não Não Não Sim
7-
Não Não Sim Não Sim
8-
Não Não Não Não Sim
9-
Sim Não Não Não Sim
10-
Sim Não Não Sim Sim
11-
Não Não Não Não Sim
12-
Não Não Não Não Sim
13-
Sim Não Não Não Sim
14-
Não Não Não Não Sim
15-
Não Não Não Não Sim
16-
Não Não Sim Não Sim
17-
Não Sim Sim Não Sim
18-
Não Não Não Não Sim
19-
Não Não Sim Não Sim
20-
Não Não Não Não Sim
21-
Não Não Não Não Sim
22-
nao Não Sim Não Sim
23-
Não Não Não Não sim
24-
Não Não Sim Não Sim
25-
Não Não Não Não Sim
26-
Não Não Sim Não Sim
27-
Sim Não Sim Não Sim
28-
Não Não Não Não Sim
29-
Não Não Sim Não Sim
30-
Não Não Sim Não Sim
31-
Sim Não Não Não Sim
32-
Não Não Não Não Sim
33-
Não Não Sim Não Sim
34-
Não Não Sim Não Sim
35-
Não Não Não Não Sim
36-
Não Não Não Não Sim
37-
Não Não Não Não Sim
38-
Não Não Sim Não Sim
39-
Não Não Sim Não Sim
40-
Não Não Não Não Não
41-
Não Não Sim Não Sim
42-
Não Não Sim Não Sim
43-
Não Não Sim Não Sim
44
Não Não Sim Não Sim
45-
Não Não Sim Não Sim
46-
Não Não Não Não Sim
47
Não
Não Não Não Sim
48-
Não Não Não Não Sim
49-
Não Não Sim Não Sim
50-
Não Não Sim Sim Sim
116
TABELA III.Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos antecedentes
familiares. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Casos
Família
Obesidade Distúrbios
Menstruais
Doenças da
Tireóide
Osteoporose Diabetes
Mellitus
DAC
1-
Não Sim Sim Não Não Não Não
2-
Sim Não Não Não Não Sim Não
3-
Não Sim Sim Sim Não Não Sim
4-
Não Não Não Não Não Sim Sim
5-
Sim Sim Sim Não Não Sim Sim
6-
Sim Não Não Não Sim Não Não
7-
Sim Não Não Sim Não Não Não
8-
Não Não Não Sim Não Não Não
9-
Não Não Sim Não Não Não Não
10-
Não Não Sim Sim Não Não Sim
11-
Não Não Não Não Não Sim Não
12-
Não Não Não Não Sim Sim Sim
13-
Não Sim Não Não Sim Não Sim
14-
Não Não Não Sim Sim Não Não
15-
Não Não Não Não Sim Não Não
16-
Não Não Sim Sim Sim Sim Não
17-
Sim Sim Não Sim Sim Sim Não
18-
Não Sim Não Sim Sim Sim Não
19-
Não Não Não Sim Não Sim Sim
20-
Não Não Não Não Não Sim Sim
21-
Não Sim Não Não Sim Sim Sim
22-
Sim Nao Sim Não Não Não Sim
23-
Não Sim Não Não Não Nao Não
24-
Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim
25-
Não Sim Sim Sim Sim Sim Não
26-
Não Sim Não sim Não Não Não
27-
Não Sim Não Não Sim Sim Não
28-
Não Não Não Não Não Não Não
29-
Sim Não Sim Não Não Não Sim
30-
Sim Sim Não Não Sim Sim Sim
31-
Não Sim Não Não Não Sim Sim
32-
Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim
33-
Não Sim Sim Não Sim Não Não
34-
Sim Não Não Não Não Sim Sim
35-
Não Não Sim Sim Sim Sim Sim
36-
Sim Sim Não Não Sim Sim Sim
37-
Não Não Não Não Não Sim Não
38-
Não Sim Não Não Não Sim Não
39-
Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim
40-
Não Não Não Não Sim Sim Não
41-
Sim Não Não Não Sim Não Sim
42-
Não Sim Não Não Não Sim Não
43-
Sim Sim Não Não Não Sim Sim
44-
Não Não Não Não Não Não Não
45-
Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim
46-
Não
Não
Não Não Não Não Não
47-
Não
Não
Não Não Sim Sim Não
48-
Sim Sim Sim Sim Não Não Não
49-
Sim Não Sim Não Não Sim Sim
50-
Não Não Não Não Sim Sim Não
117
TABELA IV–Características de pacientes com SDPF estudados quanto aos avaliação
dirigida do aparelho locomotor. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Genovalgo ou
Genovaro
Distúrbios
Rotacionais
Flacidez
Ligamentar
Pés Ângulo
Q
1-
Genovaro Sim Sim Normal Normal
2-
Normal Não Sim Cavo Aumentado
3-
Normal Não Sim Normal Aumentado
4-
Normal Não Sim Planos Normal
5-
Genovaro Sim Não Normal Aumentado
6-
Normal Sim Sim Normal Normal
7-
Normal Não Sim Planos Aumentado
8-
Normal Não Não Planos Normal
9-
Genovalgo Não Não Normal Normal
10-
Normal Não Não Normal Aumentado
11-
Genovalgo Não Sim Cavo Normal
12-
Normal Sim Sim Normal Aumentado
13-
Normal Não Sim Normal Normal
14-
Genovalgo Não Sim Planos Normal
15-
Normal Não Não Normal Normal
16-
Normal Não Não Cavo Normal
17-
Genovalgo Sim Sim Normal Aumentado
18-
Normal Não Não Normal Normal
19-
Normal Não Sim Planos Aumentado
20-
Normal Não Sim Planos Normal
21-
Genovalgo Não Sim Normal Normal
22-
Genovalgo Não Sim Normal Aumentado
23-
Genovalgo Não Sim normal Aumentado
24-
Genovalgo sim Não Planos Aumentado
25-
Genovaro Sim Não Planos Aumentado
26-
genovalgp Não Sim normal Aumentado
27-
Genovalgo Não Sim Normal Aumentado
28-
Genovaro Sim Sim Normal Normal
29-
Genovalgo Não Sim Normal Aumentado
30-
Normal Não Não Normal Normal
31-
Genovalgo Não Não Planos Aumentado
32-
Genovalgo Sim Sim Planos Normal
33-
Normal Não Não Normal Normal
34-
Normal Não Sim Normal Normal
35-
Genovalgo Não Sim Normal Normal
36-
Normal Não Sim Cavo Aumentado
37-
Genovaro Sim Sim Cavo Normal
38-
Genovalgo Não Sim Planos Normal
39-
Normal Não Sim Cavo Normal
40-
Normal Nao Sim Normal Normal
41-
Genovalgo Não Sim Planos Aumentado
42-
Normal Não Sim Planos Normal
43-
Normal Não Sim Normal Normal
44-
Normal Não Não Normal Normal
45-
Genovalgo Não Sim Normal Aumentado
46-
Normal Não Sim Normal Normal
47-
Genovalgo Sim Sim Planos Normal
48-
Normal Sim Sim Planos Aumentado
49-
Normal Não Sim Normal Normal
50-
Genovalgo Sim Não Normal Aumentado
118
TABELA V –Características de pacientes com SDPF estudados quanto a avaliação geral e
dados antropométricos. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Peso Altura IMC Medida de
Cintura
Abdominal
Medida de
Cintura
Pélvica
Fenótipo Musculatura
1-
47 1.58 18,8 63 91 Ginoide Normal
2-
52 1.61 20,0 63 95 Ginoide Normal
3-
52 1.70 17,9 70 97 Ginoide Normal
4-
58 1.61 22,3 77 97 Ginoide Hipotrofia
5-
54 1.59 21,3 80 105 Ginoide Hipotrofia
6-
62 1.68 21,9 63 100 Andróide Normal
7-
70 1.67 25,0 79 101 Andróide Normal
8-
44 1.49 19,8 64 93 Ginoide Normal
9-
64 1.68 22,6 78 97 Ginoide Hipotrofia
10-
46 1.55 19,1 60 86 Ginoide Hipotrofia
11-
52 1.50 23,1 79 97 Andróide Hipotrofia
12-
54 1.60 21,0 69 94 Ginoide Atrofia
13-
62.5 1.62 23,8 77 98 Ginoide Hipotrofia
14-
59 1.75 19,2 66 94 Ginoide Normal
15-
75 1.75 24,4 80 106 Ginoide Hipertrofia
16-
60 1.60 23.4 72 103 Ginoide Hipertrofia
17-
65.5 164.5 24,2 74 102 Ginoide Hipertrofia
18-
51 1.61 19,6 71 92 Ginoide Hipotrofia
19-
59 1.58 23,6 73 104 Ginoide Hipotrofia
20-
46 1.52 19,9 63 88 Ginoide Hipotrofia
21-
65 1.66 23,6 73 98 Ginoide Hipotrofia
22-
58,9 1.67 21,2 71 95 Ginoide Hipotrofia
23-
58 1.68 20,5 69 97 Ginoide Hipotrofica
24-
44 1.55 18,3 66 90 Ginoide normal
25-
45 1.50 20,0 62 88 Andóride hipertrofia
26-
47.5 1.53 20,0 60 93 Ginoide hipertrofia
27-
53 1.61 20,4 71 92 Ginoide Normal
28-
51 1.58 20,4 67 93 Ginoide Hipotrofia
29-
58.9 1.67 21,2 71 95 Ginoide Hipotrofia
30-
63 1.71 21,5 60 96 Andróide Hipertrofia
31-
86 1.71 28,8 89 114 Ginoide Hipertrofia
32-
84 1.82 25,3 84 112 Ginoide Hipotrofia
33-
59 1.69 20,7 69 94 Andróide Normal
34-
47 1.54 19,8 63 92 Ginoide Hipotrofia
35-
58 1.68 20,5 69 97 Ginoide Hipotrofia
36-
60 1.68 21,2 60 85 Ginoide Hipotrofia
37-
49 1.66 17,8 61 90 Ginoide Hipotrofia
38-
56 1.67 20,1 68 100 Ginoide Normal
39-
69 1.70 23,8 79 103 Ginoide Hipotrofia
40-
47 15.3 20,0 64 92 Ginoide Normal
41-
65 1.69 22,8 74 93 Ginoide Hipotrofia
42-
65 1.60 25,3 77 101 Ginoide Hipotrofia
43-
52 1.66 18,9 66 91 Ginoide Hipotrofia
44-
56 1.68 19,8 71 94 Ginoide Hipertrofia
45-
61.5 1.65 22,4 70 99 Ginoide Hipotrofia
46-
51
1.60 19,9 61 89 Ginoide Hipotrofia
47-
61
1.66 22,1 74 103 Ginoide Hipotrofia
48-
53 1.60 20,7 64 91 Ginoide Hipertrofia
49-
61 1.52 26,4 79 94 Andróide Hipertrofia
50-
59 1.66 21,4 76 105 Ginoide Hipertrofia
119
TABELA VI – Características de pacientes com SDPF estudados quanto a composição
corporal. Fortaleza/CE, 2005
Nome
Percentual de
Gordura
Peso da Massa
Magra
Taxa Metabólica
basal
Total de água
no Corpo
Percentual de Massa
Magra
1-
22.5 37.2 1130 25.9 69..7
2-
25.9 38.2 1161 26 68.1
3-
25.4 39.5 1202 27 68.3
4-
27.5 43.5 1322 28.9 66.5
5-
20 43.2 1314 29.8 69.8
6-
29.6 52.2 1586 34.8 66.7
7-
28.3 47.8 1453 31.7 66.3
8-
20.5 35 1063 25.2 72.1
9-
27.6 44.7 1359 29.2 65.3
10-
26 32.7 995 23.5 71.8
11-
33.2 34.7 1057 24.2 69.6
12-
24.2 40.9 1245 27.6 67.4
13-
34.1 43.2 1312 28 64.9
14-
18.8 44.4 1350 29.8 67.1
15-
31.4 56.6 1719 36.2 64
16-
24.7 45.2 1373 30.7 68
17-
24.3 49.6 1507 33.5 67.6
18-
19 38.7 1177 27 69.7
19-
32.3 38.7 1177 26 67.1
20-
23.3 48.8 1484 32 65.6
21-
31.3 59.1 1797 39 66
22-
26,1 43,5 1323 28,9 66,4
23-
21,9 45,3 1377 30,1 66,5
24-
19,9 35,8 1089 25,6 71,5
25-
27 39,4 1199 26,9 68,2
26-
24,2 36 1094 25,4 70,6
27-
24,7 46,1 1338 29,7 66,2
28-
24,2 38,7 1176 30,2 67,8
29-
24.9 64.2 1389 30.6 65.5
30-
23,2 48,8 1484 32 65,5
31-
31,3 59,1 1797 39 66
32-
18,3 60,4 1835 38,7 64,1
33-
27,6 49,9 1518 32,2 65,7
34-
21.3 43.2 1314 29.8 69.8
35-
29.8 52.2 1586 34.8 66.7
36-
28.4 47.8 1453 31.7 66.3
37-
20.5 35 1063 25.2 72.1
38-
27.8 44.7 1359 29.2 65.3
39-
26 32.7 995 23.5 71.8
40-
27,8 33,9 1031 24,1 71,1
41-
27 46 1398 30 65,2
42-
30,7 43,7 1328 28,7 65,7
43-
25,4 37,3 1134 26,4 70,8
44-
26,8 41,1 1250 27 65,7
45-
19.8 44.4 1380 29.8 67.1
46- 24,9
46,2 1406 30,2 66
47- 27,8
44
1339
29,9 67,9
48-
27.3 47.8 1353 31.7 66.3
49-
24,3 38 1294 25,4 71,6
50-
25,1 44,2 1344 29,2 66
120
TABELA VII - Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados quanto
aos hábitos sociais e esportivos. Fortaleza/CE, 2005.
NOME
Idade
(anos)
Curso Pratica
Esporte
Faz
Musculação
Outra At.
Física
Horas
Semana
Escada Sentada Salto
1
19 FISIO Não Não Não Sim Sim Sim
2
20 T.O Sim Sim Sim 10 Não Sim Não
3
24 T.O Não Não Não Sim Não Sim
4
20 T.O Não Não Não Não Não Não
5
19 T.O Sim Não Sim 06h Sim Sim Sim
6
21 FISIO Não Não Não Sim Sim Sim
7
20 FISIO Não Não Não Não Não Sim
8
19 FISIO Sim Não Sim 12h Não Sim Sim
9
20 FISIO Sim Não Sim 15h Sim Sim Sim
10
23 E.F Sim Sim Sim 10h Não Sim Sim
11
27 T.O Não Não Não Sim Sim Sim
12
24 T.O Não Não Não Não Não Sim
13
20 T.O Não Não Não Sim Sim Sim
14
? E.F Sim Não Sim 8h Não Não Não
15
26 E.F Não Sim Não Não Não Não
16
32 E.F Sim Sim sim 8h Não Não Sim
17
21 E.F Sim Não sim 04 Sim Sim Não
18
21 E.F Sim Sim Não 15 Não Não Sim
19
22 E.F Não Sim Não 04 Não Não Não
20
19 E.F Sim Não Não 10h Sim Sim Não
21
20 E.F Não Não Não Sim Sim Sim
22
20 FISIO Não Não Não Sim Sim Sim
23
18 FISIO Não Não Sim 02 Não Sim Sim
24
20 FISIO Não Não Não Não Sim Sim
25
19 FISIO Não Não Sim Sim Sim Sim
26
22 FISIO Sim Sim Não 6 Sim Sim Sim
27
19 FISIO Sim Sim Sim 8 Não Sim Sim
28
27 FISIO Sim Não Sim 6 Não Não Sim
29
18 T.O Sim Sim Não 04h Não Sim Sim
30
20 T.O Não Não Não Não Sim Sim
31
19 T.O Sim Não Sim 07h Não Sim Sim
32
19 E.F Sim Sim Sim 10h Não Não Não
33
36 T.O Sim Sim Não 08h Sim Não Sim
34
19 FISIO Não Não Não Sim Não Sim
35
34 T.O Não Não Não Não Não Não
36
21 T.O Sim Não Sim 10 Sim Sim Sim
37
24 T.O Não Não Não 8 Sim Sim Sim
121
TABELA VIII a.Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados
quanto aos antecedentes pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Obesidade
no Passado
Alteração
de peso
Peso ao
Nascimento
Ciclo
Menstrual
Ovários
Policísticos
1-
Não Não Normal Normal Não
2-
Não Não Normal Normal Sim
3-
Não Sim Normal Normal Não
4-
Não Não Normal Anormal Sim
5-
Não Não Normal Normal Não
6-
Não Sim Normal Normal Não
7-
Não Não Normal Normal Sim
8-
Não Não Normal Normal Sim
9-
Não Sim Normal Normal Não
10-
Não Não Normal Normal Não
11-
Não Sim GIG Normal Não
12-
Não Sim Normal Normal Não
13-
Não Não Normal Normal Não
14-
Não Não Normal Normal Não
15-
Não Não Normal Normal Não
16-
Não Não Normal Normal Não
17-
Não Não Normal Normal Não
18-
Não Não Normal Normal Sim
19-
Não Não Normal Normal Não
20-
Não Não Normal Normal Não
21-
Não Não Normal Normal Não
22-
Não Não Normal Normal Sim
23-
Não Não Normal Anormal Sim
24-
Não Não Normal Anormal Sim
25-
Não Não Normal Normal Não
26-
Não Não Normal Normal Não
27-
Não Não Baixo Peso Normal Não
28-
Não Não GIG Normal Não
29-
Não Não Normal Normal Não
30-
Não Sim Normal Normal Não
31-
Não Não Normal Normal Não
32-
Não Não Normal Normal Não
33-
Não Não Normal Normal Não
34-
Não Não Normal Normal Não
35-
Não Não Normal Normal Não
36-
Não Sim Baixo Peso Normal Não
37-
Não Não Normal Normal Sim
122
TABELA VIII b (continuação).Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle)
estudados quanto aos antecedentes pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Uso de
Corticóide
Uso de
Anabolizante
Uso de Aco* Uso de rhGH At. Física
Infância**
1-
Não Não Não Sim
2-
Não Não Não Não Sim
3-
Não Não Não Não Não
4-
Não Não Não Não Não
5-
Não Não Não Não Sim
6-
Não Não Não Não Sim
7-
Não Não Sim Não Não
8-
Não Não Não Não Sim
9-
Não Não Não Não Sim
10-
Não Não Sim Não Sim
11-
Sim Não Sim Não Sim
12-
Não Não Não Não Não
13-
Não Não Não Não Sim
14-
Não Não Não Não Não
15-
Não Sim Sim Não Sim
16-
Não Não Sim Não Sim
17-
Não Não Sim Não Sim
18-
Não Não Sim Não Sim
19-
Não Não Sim Não Sim
20-
Não Não Não Não Sim
21-
Não Não Sim Não Não
22-
Não Não Sim Não Sim
23-
Não Não Sim Não Sim
24-
Não Não Sim Não Sim
25-
Sim Não Sim Não Sim
26-
Sim Não Não Não Sim
27-
Sim Não Sim Não Sim
28-
Não Não Não Não Não
29-
Não Não Não Não Sim
30-
Sim Não Não Não Sim
31-
Não Não Não Não Sim
32-
Não Não Não Não Sim
33-
Não Não Não Não Sim
34-
Não Não Não Não Não
35-
Não Não Não Não Não
36-
Não Não Não Não Sim
37-
Não Não Sim Não Sim
* Anticoncepcional Oral
** Atividade física na infância
123
TABELA IX – Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados quanto
aos antecedentes familiares. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Casos
Família
de SDPF
Obesidade Distúrbios
Menstruais
Doenças da
Tireóide
Osteoporose Diabetes
Mellitus
DAC
1-
Não Não Não Sim Não Sim Não
2-
Não Não Não Não Não Sim Sim
3-
Não Não Não Não Não Não Sim
4-
Não Não Não Sim Sim Não Sim
5-
Não Sim Não Sim Sim Sim Não
6-
Sim Não Não Sim Não Não Não
7-
Não Não Sim Não Não Não Não
8-
Não Não Não Não Não Sim Sim
9-
Não Não Não Não Não Sim Não
10-
Não Não Não Sim Sim Não Sim
11-
Sim Não Sim Sim Sim Não Sim
12-
Sim Sim Não Sim Não Não Sim
13-
Sim Não Sim Não Sim Não Sim
14-
Não Não Não Não Não Não Não
15-
Não Não Sim Sim Sim Não Não
16-
Sim Não Não Não Não Não Não
17-
Sim Não Não Não Sim Não Sim
18-
Não Sim Não Não Sim Não Sim
19-
Não Sim Não Sim Não Sim Não
20-
Não Não Não Sim Sim Sim Sim
21-
Não Sim Não Não Sim Sim Sim
22-
Sim Não Sim Não Não Sim Não
23-
Não Não Sim Não Não Não Sim
24-
Não Sim Sim Não Não Não Não
25-
Não Sim Não Não Não Não Não
26-
Não Não Não Não Não Sim Não
27-
Não Não Sim Não Sim Não Não
28-
Não Não Não Não Não Não Não
29-
Não Não Não Não Não Sim Sim
30-
Sim Não Não Não Não Não Não
31-
Não Não Não Não Não Não Sim
32-
Não Não Não Sim Sim Sim Não
33-
Não Não Não Não Não Não Não
34-
Não Não Não Não Não Não Não
35-
Não Não Não Sim Não Não Não
36-
Sim Sim Sim Não Sim Não Sim
37-
Não Não Não Não Não Não Sim
124
TABELA X Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados quanto a
avaliação dirigida do aparelho locomotor. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Genovalgo ou
Genovaro
Distúrbios
Rotacionais
Flacidez
Ligamentar
Pés Ângulo
Q
1-
Normal Sim Não Cavo Normal
2-
Genovalgo Não Sim Planos Normal
3-
Normal Não Sim Normal Normal
4-
Genovalgo Não Sim Normal Normal
5-
Normal Não Não Cavo Normal
6-
Normal Sim Sim Planos Aumentado
7-
Normal Não Sim Normal Normal
8-
Genovaro Sim Sim Normal Aumentado
9-
Genovalgo Não Sim Cavo Aumentado
10-
Normal Sim Sim Normal Aumentado
11-
Normal Não Sim Normal Norma
12-
Genovaro Sim Sim Normal Aumentado
13-
Normal Não Sim Planos Normal
14-
Genovaro Sim Sim Normal Normal
15-
Genovaro Sim Não Planos Aumentado
16-
Genovaro Sim Não Cavo Normal
17-
Genovalgo Não Sim Normal Normal
18-
Genovalgo Não Sim Normal Aumentado
19-
Normal Sim Não Cavo Normal
20-
Genovaro Sim Não Normal Normal
21-
Genovaro Sim Não Não Normal
22-
Genovaro Não Sim Cavo Normal
23-
Genovalgo Não Não Normal Normal
24-
Genovalgo Sim Não Normal Aumentado
25-
Normal Sim Sim Planos Normal
26-
Normal Não Não Normal Normal
27-
Genovalgo Sim Não Normal Normal
28-
Normal Não Sim Normal Aumentado
29-
Normal Não Sim Normal Normal
30-
Genovalgo Não Sim Planos Aumentado
31-
Normal Não Sim Normal Normal
32-
Genovaro Sim Não Normal Aumentado
33-
Genovalgo Não Não Normal Normal
34-
Genovalgo Não Não Normal Normal
35-
Normal Não Não Normal Normal
36-
Genovalgo Não Não Normal Normal
37-
Normal Não Não Normal Normal
125
TABELA XI.Características de indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados quanto a
avaliação geral e dados antropométricos. Fortaleza/CE, 2005.
Nome
Peso Altura IMC* Medida de
Cintura
Abdominal
Medida de
Cintura
Pélvica
Fenótipo Musculatura DG**
1-
49 1.52 21,2 69 93 Ginoide Hipotrofia Não
2-
64 1.57 26,0 71 100 Ginoide Hipotrofia Não
3-
41,2 1.55 17,1 60 87 Ginoide Normal Não
4-
56.6 1.65 21,1 68 96 Ginoide Normal Não
5-
57 1.58 22,8 73 96 Ginoide Normal Não
6-
60 1.66 21,8 71 99 Ginoide Hipotrofia Não
7-
57.6 1.63 21,7 69 94 Ginoide Normal Não
8-
62 1.68 21,9 54 96 Ginoide Hipetrofia Sim
9-
54 1.53 23,0 73 97 Ginoide Normal Não
10-
50 1.58 20,0 64 97 Ginoide Hipertrofia Não
11-
65.5 1.61 25,2 83 101 Ginoide Hipotrofia Não
12-
61 1.55 25,4 78 104 Ginoide Hipotrofia Não
13-
55 1.62 20,9 68 96 Ginoide Hipotrofia Não
14-
57,5 1.70 19,8 67 97 Ginoide Normal Não
15-
57.8 1.59 22,9 74 98 Andróide Hipertrofia Não
16-
62 1.71 21,2 67 102 Ginoide Normal Não
17-
60 1.76 19,4 68 98 Ginoide Hipotrofia Não
18-
60 1.64 22,3 68 100 Ginoide Hipertrofia Não
19-
44 1.58 17,6 61 89 Andróide Normal Não
20-
45 1.59 17,8 65 83 Andróide Normal Não
21-
53 1.64 19,7 70 90 Andróide Normal Não
22-
50 1.52 21,6 68 93 Ginoide Hipotrofia Sim
23-
67.5 1.71 23,1 75 101 Ginoide Hipotrofia Não
24-
46 154.5 19,4 65 88 Ginoide Hipotrofia Sim
25-
53 1.56 21,8 69 96 Ginoide Normal Não
26-
55 1.60 21,4 69 92 Ginoide Normal Não
27-
59 1.65 21,6 70 99 Ginoide Hipotrofia Não
28-
55 1.71 18,8 65 90 Ginoide Hipotrofia Não
29-
56 1.63 21,1 72 96 Ginoide Hipotrofia Não
30-
54.5 154.5 22,7 68 98 Ginoide Hipotrofia Não
31-
51.1 1.62 19,5 72 83 Ginoide Hipotrofia Não
32-
51 1.61 19,6 61 92 Ginoide Hipotrofia Não
33-
51 1.55 21,2 74 95 Ginoide Normal Não
34-
55 1.58 22,0 70 101 Ginoide Hipotrofia Não
35-
52 1.51 22,8 68 96 Ginoide Normal Não
36-
66 1.67 23,7 70 105 Ginoide Normal Não
37-
61.5 1.65 22,6 70 102 Ginoide Normal Não
* IMC – Índice de Massa Corpórea
** DG – Distúrbio Ginecológico
126
APÊNDICE IV
Tabela XII – Anáise comparativa das características de pacientes com SDPF e indivíduos
sem SDPF (grupo controle) estudados quanto aos hábitos sociais e desportivos. Fortaleza/CE,
2005.
Prática de esportes SDPF Controle
Sim 25 50,0% 18 48,6%
Não 25 50,0% 19 51,4%
1,000
(2)
Prática de musculação SDPF Controle
Sim 15 30,0% 11 29,7%
Não 35 70,0% 26 70,3%
1,000
(2)
Prática de outros tipos de
atividade física
SDPF
Controle
Sim 17 34,0% 15 40,5%
Não 33 66,0% 22 59,5%
0,654
(2)
*Atividade física SDPF Controle
Muito Ativo 8 16,0% 3 8,1%
Ativo/Regularmente Ativo 18 36,0% 20 54,1%
Sedentário 24 48,0% 14 37,8%
0,204
(1)
Sobe e/ou desce escadas
mais de 2 lances por dia
SDPF
Controle
Sim 28 56,0% 17 45,9%
Não 22 44,0% 20 54,1%
0,391
(2)
Fica pelo menos 4 h
diárias sentada
SDPF Controle
Sim 37 74,0% 23 62,2%
Não 13 26,0% 14 37,8%
0,252
(2)
Usa salto maior que 5cm
SDPF Controle
Sim 39 78,0% 28 75,7%
Não 11 22,0% 9 24,3%
0,803
(2)
(1) Teste de Qui-quadrado de Pearson
(2) Teste Exato de Fisher
127
APÊNDICE V
Tabela XIII – Análise comparativa das características de pacientes com SDPF e indivíduos
sem SDPF (grupo controle) estudados quanto aos antecedentes pessoais. Fortaleza/CE, 2005.
Obesidade no passado SDPF Controle
Sim
8 16,0%
0 0,0%
N
ão
42 84,0% 37 100,0
0,019
(2)
Alt. peso importante na infância e
adolescência
SDPF Controle
Sim
18 36,0% 7 18,9%
N
ão
32 64,0% 30 81,1%
0,098
(2)
Peso nascimento SDPF Controle
Baixo Peso 1 2,0% 2 5,4%
N
ormal 47 94,0% 33 89,2%
GIG 2 4,0% 2 5,4%
Ciclo menstrual SDPF Controle
Anormal
9 18,0% 3 8,1%
N
ormal
41 82,0% 34 91,9%
0,223
(2)
Infertilidade SDPF Controle
Sim 0 0,0% 0 0,0%
Não
16 100,0
0 0,0%
Ovários policísticos SDPF Controle
Sim 17 34,0% 9 24,3%
Não 33 66,0% 28 75,7%
0,355
(2)
Uso de corticóide SDPF Controle
Sim 7 14,0% 5 13,5%
Não 43 86,0% 32 86,5%
1,000
(2)
Uso de anabolizante SDPF Controle
Sim 1 2,0% 1 2,7%
Não 49 98,0% 36 97,3%
1,000
(2)
Uso de ACO SDPF Controle
Sim 25 50,0% 15 40,5%
Não 25 50,0% 22 59,5%
0,395
(2)
Uso de rhGH SDPF Controle
Sim 2 4,0% 0 0,0%
Não 48 96,0% 37 100,0
0,505
(2)
Atividade física infância SDPF Controle
Sim 47 94,0% 28 75,7%
Não 3 6,0% 9 24,3%
0,025
(2)
(1) Teste de Qui-quadrado de Pearson
(2)Teste Exato de Fisher
128
APÊNDICE VI
Tabela XIV – Análise comparativa das características de pacientes com SDPF e indivíduos
sem SDPF (grupo controle) estudados quanto aos antecedentes familiares. Fortaleza/CE,
2005.
Casos Família SDPF Controle
Sim
17 34,0% 9 24,3%
Não
33 66,0% 28 75,7%
0,355
(2)
Obesidade
SDPF Controle
Sim
23 46,0% 8 21,6%
Não
27 54,0% 29 78,4%
0,024
(2)
Distúrbios Menstruais SDPF Controle
Sim
16 32,0% 9 24,3%
Não
34 68,0% 28 75,7%
0,480
(2)
Doença da Tireóide SDPF Controle
Sim
15 30,0% 12 32,4%
Não
35 70,0% 25 67,6%
0,819
(2)
Osteoporose SDPF Controle
Sim
23 46,0% 13 35,1%
Não
27 54,0% 24 64,9%
0,381
(2)
Diabetes Mellitus SDPF Controle
Sim
29 58,0% 12 32,4%
Não
21 42,0% 25 67,6%
0,029
(2)
Doença Coronariana SDPF Controle
Sim
23 46,0% 17 45,9%
Não
27 54,0% 20 54,1%
1,000
(2)
(1) Teste de Qui-quadrado de Pearson
(2)Teste Exato de Fisher
129
APÊNDICE VII
Tabela XV - Análise comparativa das características de pacientes com SDPF e indivíduos
sem SDPF (grupo controle) estudados quanto ao exame físico do aparelho locomotor.
Fortaleza/CE, 2005.
Genovalgo ou Genovaro SDPF Controle
Genovalgo
19 38,0% 12 32,4%
Genovaro
5 10,0% 9 24,3%
Normal
26 52,0% 16 43,2%
0,198
(1)
Distúrbios Rotacionais SDPF Controle
Sim
13 26,0% 15 40,5%
Não
37 74,0% 22 59,5%
0,170
(2)
Flacidez Ligamentar SDPF Controle
Sim
36 72,0% 20 54,1%
Não
14 28,0% 17 45,9%
0,113
(2)
Pés SDPF Controle
Cavo
6 12,0% 6 16,2%
Normal
29 58,0% 25 67,6%
Planos
15 30,0% 6 16,2%
0,323
(1)
Ângulo Q SDPF Controle
Aumentado
21 42,0% 11 29,7%
Normal
29 58,0% 26 70,3%
0,269
(2)
(1) Teste de Qui-quadrado de Pearson
(2)Teste Exato de Fisher
130
APÊNDICE
Tabela XVI - Análise comparativa do percentual de gordura, peso da massa magra, taxa
metabólica basal, total de água no corpo, percentual de massa magra de pacientes com SDPF
e indivíduos sem SDPF (grupo controle) estudados. Fortaleza/CE, 2005.
Variáveis Grupo n
Média Dp mínimo mediana máximo
casos 50 25,68 3,89 18,30 25,65 34,10
Percentual de gordura
controle 37 26,43 3,89 16,40 25,80 34,20
casos 50 44,01 7,31 32,70 43,85 64,20
Peso da massa magra
controle 37 40,67 4,57 28,90 40,60 50,30
casos 50 1328,58 202,68 995,00 1333,00 1835,00
Taxa metabólica basal
controle 37 1239,22 140,94 878,00 1245,00 1530,00
casos 50 29,44 3,82 23,50 29,45 39,00
Total de água no corpo
controle 37 27,48 2,52 21,70 27,20 33,50
casos 50 67,62 2,30 64,00 66,90 72,10
Percentual de massa magra
controle 37 67,75 2,27 64,30 67,40 75,20
TABELA XVII - Valores descritivos das variáveis contínuas, idade (anos) horas semanais
que pratica esporte, peso (kg), altura(m), IMC, Medida Cintura Abdominal (cm), Medida
Cintura Pélvica (cm) e Relação Cintura Abdominal/Pélvica.
Variáveis Grupo n
(2)
média dp mínimo mediana máximo
casos 50 21,08 3,19 17,00 20,00 29,00
Idade (anos)
controle 36 22,00 4,38 18,00 20,00 30,00
casos 25 8,92 4,80 3,00 8,00 18,00 Horas Semanal que pratic
a
esporte
(1)
controle 20 8,45 3,17 4,00 8,00 15,00
casos 50 57,54 9,18 44,00 58,00 86,00
peso (kg)
controle 37 55,56 6,23 41,20 55,00 67,50
casos 50 1,63 0,07 1,49 1,65 1,82
Altura (m)
controle 36 1,61 0,06 1,51 1,61 1,76
casos 50 21,57 2,35 17,78 21,11 29,41
IMC
controle 36 21,53 1,93 17,63 21,66 25,96
casos 50 70,18 7,06 60,00 70,00 89,00
Medida Cintura Abdominal (cm)
controle 37 68,97 5,19 54,00 69,00 83,00
casos 50 96,32 6,16 85,00 95,00 114,00
Medida Cintura Pélvica (cm)
controle 37 95,30 6,82 67,00 96,00 105,00
(1) somente das que praticam esporte.
(2)
Quando não ocorre n=50 no grupo de casos e n=37 no grupo controle então ocorre
falta de informação
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