inovações tecnológicas provenientes da indústria de navegação; (2) os benefícios
financeiros e operacionais decorrentes da entrada da iniciativa privada no desenvolvimento
da infra-estrutura e na provisão de serviços portuários e; (3) a diversificação e globalização
dos investidores e operadores da indústria portuária.
No que diz respeitos à primeira das três forças, os portos precisam responder a uma
crescente necessidade de competição nacional por mercados globais, bem como
adaptarem-se às mudanças na tecnologia dos transportes. Lakshaman et al (2001), afirmam
estarem sendo oferecidas oportunidades únicas aos países em desenvolvimento em termos
de acesso aos mercados globais, para as quais, porém, há que serem atendidos padrões
internacionais de qualidade e entrega just-in-time. O conceito de globalização que parece
mais adequado para o contexto, é o contido no documento da CEPAL (1998:6):
"globalización del comercio [es] la interdependencia entre los factores de
producción de diferentes países resultante de los esfuerzos colectivos por obtener
materias primas, producir componentes y proporcionar servicios de montaje y
distribución de productos que se venderán en todo el mundo".
No segundo grupo de forças citado no módulo um do Toolkit, portos nacionais e
regionais reconhecem que não são capazes de competir sem a ajuda da eficiência do setor
privado e também sem o acesso ao seu capital. Em conseqüência disto, tem havido um
contínuo crescimento da participação privada nas operações portuárias nestes últimos anos.
Dentre os países com recente privatização nos portos, tem-se Polônia, Alemanha, Lituânia,
Estônia, Rússia, Japão, Malásia, China, Tailândia, Filipinas, Indonésia, Argentina, Chile,
Brasil, México, Colômbia, Panamá, Moçambique, Tanzânia, Reino Unido e Canadá. Os
investimentos privados nessas infra-estruturas saltaram de valores em torno dos dez
milhões de dólares, em 1991, para cerca de 4,3 bilhões de dólares em 1997.
A terceira força influenciando a reforma portuária é formada pelo crescente
mercado de provisão de serviços portuários oferecido por empresas internacionais
especializadas. Esse mercado movimenta investimentos da ordem de 45 a 60 bilhões de
dólares, dos quais aproximadamente 30 a 40 bilhões são relativos a operações de terminais
de contêineres. Os serviços incluem o acesso e proteção de navios, praticagem, serviço de
rebocadores, gerenciamento de tráfego de navios, abastecimento de gêneros alimentícios e
necessidades afins, manuseio de carga conteinirizada e não conteinirizada, ovação e desova
de contêineres, unitização de cargas, armazenagem, serviços de dragagem e manutenção de
canais e bacias de evolução, manutenção de equipamentos de manuseio de cargas,
manutenção de contêineres, reparos de navios, dentre outros.