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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Fatores determinantes do índice de massa corporal
em adolescentes de escolas públicas de Piracicaba,
São Paulo
Alexandre Romero
São Paulo
2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública para obtenção do
título de Mestre em Saúde Pública.
Área de Concentração: Nutrição
Orientadora: Profª. Drª. Betzabeth Slater Villar
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Fatores determinantes do índice de massa corporal
em adolescentes de escolas públicas de Piracicaba,
São Paulo
Alexandre Romero
São Paulo
2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública da Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Mestre em Saúde Pública.
Área de Concentração: Nutrição
Orientadora: Profª. Drª. Betzabeth Slater Villar
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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente
para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
Dedico esse trabalho aos meus queridos pais,
Francisco e Joana, pelos ensinamentos e por todo
carinho e apoio que tenho recebido.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Betzabeth Slater, por toda sua dedicação, pelas oportunidades
proporcionadas e principalmente por todos os ensinamentos que contribuíram para o
meu crescimento pessoal e profissional.
À Profa. Dra. Maria do Rosário D. O. Latorre, pelas sugestões e pelo
importantíssimo auxílio na realização das análises e apresentação dos dados deste
estudo.
À Profa. Dra. Ivani Credidio Trombetta, pelas imprescindíveis sugestões que
contribuíram para a melhoria da qualidade deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Alex Antonio Florindo, colega de profissão e amigo, por toda a
contribuição para realização deste trabalho, pelo exemplo como pesquisador, pelos
ensinamentos e incentivo à pesquisa.
À Profa. Dra. Cláudia Cezar, pelo seu exemplo como profissional e por sempre ter
me auxiliado com suas sábias sugestões.
Às amigas Silvia Voci, Natacha Toral, Priscila Fernandes, Stela e Carla Enes por
toda ajuda durante estes dois anos e meio, pelas sugestões e auxílio.
À Profa. Dra. Marina Vieira e a Daniela por toda a sua dedicação e apoio na
realização deste projeto.
À Simone Cristina Scarpa por toda sua dedicação e compreensão, estando ao meu
lado em todos os momentos, auxiliando-me e incentivando na conquista de mais um
trabalho de muita importância na minha vida.
Aos adolescentes e funcionários da escola Dr. Prudente” que contribuíram para a
realização deste trabalho.
Aos funcionários da biblioteca pelo apoio no levantamento bibliográfico e na revisão
das referências.
À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo) pelo apoio
financeiro dado ao projeto.
RESUMO
ROMERO A. Fatores determinantes do índice de massa corporal em
adolescentes de escolas públicas de Piracicaba, São Paulo [dissertação de
mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2007. FAPESP 02/0925-
9
Introdução - O conhecimento dos fatores que contribuem para o desenvolvimento
de distúrbios nutricionais como obesidade e desnutrição, na adolescência, é
fundamental para a elaboração de programas que visam prevenir e combater esses
problemas. O índice de massa corporal (IMC) tem sido o meio mais utilizado para
diagnosticar obesidade e desnutrição em estudos populacionais. Objetivo - Verificar
os fatores determinantes do índice de massa corporal de adolescentes matriculados
nas escolas públicas de Piracicaba, São Paulo. Métodos - Os participantes foram
entrevistados por meio de questionário, o qual possibilitou a coleta de informações
demográficas e socioeconômicas, além das variáveis: atividade física e consumo
alimentar. A amostra foi constituída por 328 adolescentes de ambos os sexos,
matriculados entre a e a série de escolas públicas de Piracicaba, com idade
mínima de 10 anos. Foi usado um modelo de regressão linear múltipla para verificar
a associação entre as variáveis independentes e o IMC. Resultados - Dos 328
adolescentes, 54,3% eram meninas e 21,3% eram pré-púberes. Não foi observada
diferença estatisticamente significativa entre as médias de IMC de meninos e
meninas (p = 0,41). Enquanto as meninas consideradas fisicamente ativas
apresentaram maior média de IMC do que as insuficientemente ativas (p = 0,03), os
meninos não apresentaram diferença estatística entre as médias de IMC de ativos e
insuficientemente ativos (p = 0,17). Para as meninas, apenas as variáveis idade e
maturação sexual estiveram relacionadas ao IMC (p = 0,01 para ambas as variáveis).
para os meninos, a maturação sexual foi a única variável estatisticamente
relacionada ao IMC (p = 0,05). Conclusões - A maturação sexual foi determinante
do IMC, para ambos os sexos, reforçando a idéia de que é fundamental levar em
consideração essa variável em estudos que avaliam o estado nutricional em
adolescentes. Acredita-se que estudos transversais, como o presente estudo,
apresentem importantes limitações para avaliar a influência das variáveis
socioeconômicas, nível de atividade física e consumo alimentar sobre o IMC dos
adolescentes.
Descritores: Adolescentes, Índice de Massa Corporal, Atividade sica, Consumo
alimentar, Saúde Pública.
ABSTRACT
ROMERO A. Determining factors of body mass index in adolescents from public
School in Piracicaba, São Paulo [dissertation]. São Paulo (BR): Faculdade de
Saúde Pública da USP; 2007. FAPESP 02/0925-9
Introduction Being aware of the factors that contribute to develop nutritional
disorders such as obesity and undernourishment in adolescence is essential to create
programs aiming at fighting these problems. Body mass index (BMI) has been the
most commonly used method to diagnose obesity and undernourishment in
population studies. Objective To assess determining factors of body mass index in
adolescents enrolled in public schools in Piracicaba, São Paulo. Methods
Participants were interviewed through a questionnaire which enabled collecting
demographic and social economical information together with the variables: physical
activity and food intake. The sample had 328 adolescents from both genders enrolled
from the 4th to 7th grade in public schools in Piracicaba, minimum age was 10 years
old. A multiple linear regression model was used to assess the association between
independent variables and BMI. Results Of the 328 adolescents enrolled, 54.3%
were girls, and 21.3% were pre-adolescents. Statistically significant difference was
not observed between the mean BMI among girls and boys (p = 0.41). Whereas the
girls considered physically active presented greater mean BMI that those not active
enough (p = 0.03), boys did not present statistical difference between the mean BMI
in active people and those not active enough (p = 0.17). For the girls, only the
variables age and sexual maturity were related to BMI (p = 0.01 for both variables).
As for boys, sexual maturity was the only variable statistically related to BMI (p =
0.05). Conclusions Sexual maturity was determinant for BMI, for both genders,
reinforcing the idea that it is essential to take into account this variable in studies that
assess the nutritional situation in adolescents. Cross-sectional studies such as the
present one, present important limitations to assess the influence of social and
economical variables, level of physical activity and food intake on the BMI of
adolescents.
Key words: Adolescents, Body Mass Index, Physical Activity, Food intake, Public
Health.
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO................................................................................................
13
1.1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL...................................................... 13
1.2 FATORES DETERMINANTES DO IMC............................................
18
2 OBJETIVOS.....................................................................................................
26
2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................. 26
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................ 26
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS..........................................................................
27
3.1 ANTECEDENTES................................................................................ 27
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO........................................................ 27
3.3 LOCAL E POPULAÇÃO DO ESTUDO.............................................. 27
3.3.1 Tamanho amostral..................................................................... 28
3.4 REALIZAÇÃO DE PRÉ-TESTE..........................................................
29
3.4.1 Pré-teste - Nível de atividade física.......................................... 30
3.4.2 Pré-teste – Consumo alimentar................................................. 32
3.5 COLETA DE DADOS.......................................................................... 33
3.5.1 Treinamento dos pesquisadores de campo................................ 33
3.5.2 Pesquisa de campo.................................................................... 34
3.5.3 Procedimentos durante a pesquisa de campo............................ 34
3.6 VARIÁVEIS DE ESTUDO...................................................................
37
3.6.1 Variável dependente.................................................................. 37
3.6.2 Variáveis independentes............................................................
37
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................... 39
3.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS............................................................... 41
4 RESULTADOS.................................................................................................
42
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA............................................... 42
4.2 DETERMINANTES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NOS
MENINOS...................................................................................................
43
4.3 DETERMINANTES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NAS
MENINAS...................................................................................................
46
5 DISCUSSÃO..................................................................................................... 50
5.1 IMC VERSUS NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA............................... 50
5.2 IMC VERSUS CONSUMO DE ENERGIA......................................... 56
5.3 IMC VERSUS MATURAÇÃO SEXUAL E IDADE........................... 59
5.4 IMC VERSUS RENDA FAMILIAR.................................................... 63
6 CONCLUSÕES................................................................................................
66
7 CONSIDERAÇÕES GERAIS........................................................................
67
8 REFERENCIAS...............................................................................................
68
ANEXOS
ANEXO 1 – Manual do entrevistador.........................................................
78
ANEXO 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido.......................... 90
ANEXO 3 Desenvolvimento puberal segundo critérios de Tanner e
questionário da avaliação da maturação sexual)..........................................
95
ANEXO 4 – Questionário da avaliação da atividade física (QAFA)..........
99
ANEXO 5 Questionário de avaliação de freqüência alimentar para
adolescentes (QFAA)...................................................................................
105
ANEXO 6 – Questionário de avaliação do nível socioeconômico............. 119
ANEXO 7 – Resíduos dos modelos de regressão linear múltipla...............
126
ANEXO 8 – Aprovação do Comitê de Ética.............................................. 128
ANEXO 9 – Autorização do dirigente........................................................ 130
Lista de Tabelas
Tabela 1 -
Estatística descritiva das variáveis demográficas, socioeconômicas,
antropométricas, dietéticas e de estilo de vida, de adolescentes de Piracicaba,
segundo sexo. São Paulo, 2004...............................................................................
42
Tabela 2 - Comparação das médias do Índice de Massa Corporal, dos
adolescentes do sexo masculino de piracicaba, segundo variáveis de interesse.
São Paulo, 2004.......................................................................................................
44
Tabela 3 - Coeficiente de correlação de Spearman entre o IMC e as variáveis
idade, minutos de atividade física, consumo de energia e renda familiar dos
adolescentes do sexo masculino de Piracicaba. São Paulo, 2004...........................
45
Tabela 4 - Análise de regressão linear múltipla do IMC para os adolescentes do
sexo masculino de Piracicaba. São Paulo, 2004......................................................
46
Tabela 5 - Comparação das médias do Índice de Massa Corporal, das
adolescentes do sexo feminino de Piracicaba, segundo variáveis de interesse.
São Paulo, 2004.......................................................................................................
47
Tabela 6 - Coeficiente de correlação de Spearman entre o IMC e as variáveis
idade, minutos de atividade física, consumo de energia e renda familiar das
adolescentes do sexo feminino de Piracicaba. São Paulo, 2004.............................
48
Tabela 7 - Análise de regressão linear múltipla do IMC para as adolescentes do
sexo feminino de Piracicaba. São Paulo, 2004........................................................
48
Lista de Quadros
Quadro 1 - Classificação da maturação sexual segundo estágios de Tanner para
adolescentes.............................................................................................................
38
1 INTRODUÇÃO
1.1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
Sabe-se que o ser humano é biologicamente dinâmico, pois desde o
momento da concepção a a morte, ocorrem transformações quantitativas e
qualitativas no seu organismo (GUEDES e GUEDES, 1997). Pode-se entender estas
transformações quantitativas como alterações físicas nas dimensões do corpo como
um todo, ou de partes especificas, em relação ao fator tempo, as quais podem ser
definidas como crescimento humano (KARLBERG e TARANGER, 1976).
Na adolescência, fase que se estende dos 10 aos 19 anos (WHO, 1995),
existe uma grande variação na composição corporal. Isto acontece porque o
crescimento é um processo dinâmico e complexo, e pode ser influenciado por vários
fatores como hereditariedade, ingestão de alimentos, atividade física, idade, sexo, os
quais interferem sobre o tamanho e a forma do indivíduo. As massas gorda e
muscular sofrem grandes alterações, nessa fase, mas a massa gorda é a mais
vulnerável a mudanças podendo apresentar uma variação de 10 a 50% do peso
corporal (CINTRA et al., 2005).
O procedimento de mensurar o corpo humano em busca de marcadores
do estado de saúde é uma prática que existe pelo menos 300 anos (CONDE,
2004).
Uma das maneiras de identificar a condição de saúde dos indivíduos é
utilizar a avaliação do estado nutricional, a qual reflete a ingestão de macro e
micronutrientes. O consumo de nutrientes acima ou abaixo das necessidades
metabólicas e energéticas pode levar a obesidade ou a desnutrição respectivamente
(AZCUE e PENCHARZ, 1991).
Um recurso amplamente utilizado para verificar o estado nutricional é o
Índice de Massa Corporal (IMC) o qual é definido como o peso em quilogramas
dividido pelo quadrado da estatura em metros. Para tal verificação pode-se comparar
o IMC com percentis de uma distribuição de referência segundo idade e sexo (OMS,
2004).
O IMC é bastante utilizado, principalmente em estudos populacionais,
devido ao baixo custo, à simplicidade para realização das medidas e à alta
reprodutibilidade (DÂMASO, 2003; FISBERG, 2005; QUEIROGA, 2005).
Em estudos populacionais, com adultos, o IMC tem sido o meio mais
indicado para avaliar o estado nutricional (VIUNISKI, 2003; OMS, 2004). Este fato
é reforçado pela idéia de que apesar de não expressar exatamente a quantidade de
gordura corporal, pode-se supor que após a finalização do processo de crescimento,
com exceção de indivíduos fisicamente treinados, o acréscimo de massa obtido após
esta fase é proveniente do acúmulo de gordura corporal (CONDE, 2004).
Diversos pesquisadores m utilizado o IMC para avaliar o estado
nutricional de crianças e adolescentes (WANG, 2002a; ANDRADE et al., 2003;
CEZAR, 2005).
NOLASCO (1995) indica o IMC como método antropométrico mais
simples e preciso para avaliação da obesidade infanto-juvenil. BELLIZZI e DIETZ
(1999) relatam que o IMC oferece uma medida razoável de gordura em crianças e
adolescentes e segundo SCHONFELD-WARDEN e WARDEN (1997), esta medida
pode ser indicada para diagnosticar obesidade em crianças e adolescentes, pois
expressa uma medida indireta da gordura corpórea.
Para estudar a associação entre o IMC e a gordura corporal total de
crianças e adolescentes, PIETROBELLI et al. (1998) avaliaram a composição
corporal por Dual Energy X-Ray Absorptiometry (DEXA) em 198 crianças e
adolescentes entre 5 e 19 anos. Encontraram uma associação significativa entre o
IMC e gordura corporal total = 2,06; p < 0,0001 e β = 1,96; p < 0,0001 para
garotos e garotas, respectivamente) e entre IMC e porcentagem de gordura corporal
= 1,98; p < 0,0001 e β = 1,43; p < 0,0001 para garotos e garotas,
respectivamente).
SCHAEFER et al. (1998) analisaram as dobras cutâneas de 2554 crianças
e adolescentes (1276 garotos e 1278 garotas) de 6 a 19 anos e verificaram uma
correlação significativa entre IMC e porcentagem de gordura corporal para as
meninas (r = 0,84) e para os meninos (r = 0,58) demonstrando uma razoável precisão
do IMC para predizer percentual de gordura.
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995) também sugeriu a
utilização do IMC para triagem de adolescentes com sobrepeso e obesidade devido à
praticidade, a possibilidade de usar o mesmo critério quando adulto e por ser bem
correlacionado com a gordura corporal. A alternativa proposta por essa organização
para diagnosticar excesso de peso e obesidade em adolescentes foi de utilizar uma
distribuição de referência baseada na distribuição do IMC da população americana de
adolescentes. Quando o IMC é superior ao percentil 85 da distribuição americana de
referência entende-se que o adolescente está com excesso de peso, enquanto que para
diagnosticar obesidade, além do IMC acima do percentil 85 o adolescente deve
apresentar dobras cutâneas (triciptal e sub-escapular) superiores ao percentil 90 da
mesma distribuição americana de referência. No entanto, devido a dificuldade em
mensurar as pregas cutâneas nos serviços de saúde, a classificação geralmente é
realizada pelo uso exclusivo do IMC (CHIARA et al., 2003).
Embora não seja a mais indicada, uma alternativa para diagnosticar e
classificar a obesidade e sobrepeso em crianças e adolescentes por meio do IMC é a
tabela desenvolvida por MUST et al. (1991), a qual classifica de acordo com o sexo,
a idade e a raça. Nessa tabela os percentis 85 e 95 indicam sobrepeso e obesidade,
respectivamente.
Recentemente, COLE et al. (2000)
propuseram uma nova definição de
pontos de corte para sobrepeso e obesidade, baseado em um estudo que utilizou IMC
de indivíduos de 2 a 18 anos de idade, em seis nações (Brasil, Grã-Bretanha, Hong
Kong, Holanda, Singapura e Estados Unidos). A definição dos pontos de corte é
derivada das curvas de percentil que passam pelos pontos 25 kg/m
2
(sobrepeso) e 30
kg/m
2
(obesidade) na idade de 18 anos, proporcionando pontos de corte específicos
para sexo e idade em crianças e adolescentes. Esses valores são recomendados para
uso internacional em comparações da prevalência de sobrepeso e obesidade.
O IMC também tem sido comumente utilizado para diagnosticar
baixo
peso
(IMC < 18,5 kg/m
2
) em adultos (KURPAD et al. 2005). No caso dos
adolescentes, a condição de magreza, caracterizada por baixos valores de IMC-para-
idade, pode ser utilizada para diagnosticar risco de desnutrição. No entanto, não
existe consenso quanto à distribuição de referência que deve ser adotada e nem
quanto aos valores de IMC que indicam risco de desnutrição nas diferentes idades
(IBGE, 2006). Na ausência de alternativas mais adequadas, a Organização Mundial
da Saúde (WHO, 1995) recomenda como valor de corte, para diagnóstico da
condição de magreza na adolescência, o percentil 5 do IMC para idade e sexo da
mesma distribuição americana de referência utilizada para o diagnóstico do excesso
de peso.
No Brasil, o diagnóstico da condição de magreza entre adolescentes,
também pode ser feito utilizando-se como referência a distribuição do IMC
observada no inquérito Pesquisa Nacional Nutrição e Saúde (1989) e adotando-se
como valor de corte o IMC correspondente a menos dois desvios padrão da média de
IMC esperada para idade e sexo (CONDE e MONTEIRO, 2006).
A utilização do IMC tem sido fundamental para identificar e acompanhar
a prevalência e a incidência de distúrbios nutricionais relevantes como obesidade e
desnutrição (CEZAR, 2005).
Em relação a obesidade pode-se dizer que essa doença afeta praticamente
todas as faixas etárias e grupos sociais (OPAS, 2003), e que o aumento da
prevalência da obesidade em crianças está ocorrendo no mundo inteiro (EBBELING
et al., 2002; OPAS (2003).
No Brasil, de acordo com a mais recente Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF), realizada em 2002-2003, o excesso de peso, o qual inclui o
sobrepeso e a obesidade, é um problema relevante em todas as regiões do país, no
meio urbano ou rural e em todas as classes de rendimentos. Na mesma pesquisa
constatou-se que nos anos 2002 e 2003 a freqüência de adolescentes com excesso de
peso foi de 16,7%, sendo um pouco mais freqüente em meninos (17,9) do que em
meninas (15,4%). Verificou-se, também, que havia um obeso para cada 10 meninos
com excesso de peso e uma obesa para cada 5 meninas com excesso de peso (IBGE,
2006).
Como conseqüência o sobrepeso e a obesidade podem levar crianças,
adolescentes e adultos a desenvolverem distúrbios físicos, sociais e psicológicos
(BRAY, 2003; DANIELS et al., 2005).
Quanto a desnutrição no Brasil, observou-se uma redução da doença no
país. Constatou-se também que 3,7% dos meninos e 4,6% das meninas apresentavam
condição de magreza (IBGE, 2006).
A preocupação com a desnutrição é que a mesma pode afetar
aprendizagem, desenvolvimento e controle motor, reduzir a função do sistema
imunológico, retardar o crescimento e prejudicar o rendimento escolar, além da
possibilidade de causar a morte (KURPAD et al., 2005).
1.2 FATORES DETERMINANTES DO IMC
Vários fatores podem influenciar o IMC, entre eles está a atividade física.
Quando a atividade física é reduzida por um longo período leva a um ganho de peso
corpóreo e o aumento do IMC (OMS, 2004).
Pode-se dizer que o sedentarismo, definido por NAHAS (2003) como
estilo de vida que não inclui atividades sicas regulares, no qual predominam o
trabalho na posição sentada e o lazer passivo, é um fator extremamente importante
para o aumento do IMC. É consenso na literatura que a falta de atividade sica tem
uma relação positiva com a adiposidade, ou seja, quanto menos ativo for o individuo
maior será a chance de ele aumentar a quantidade de gordura corporal (ROBERTS e
DALLAL, 1998; WEINSIER et al., 1998) e por conseqüência aumentar o IMC.
No que se refere aos adolescentes, EKELUND et al. (2005) encontraram
resultados que confirmam a idéia de que a falta de atividade física tem relação
positiva com a gordura corporal, pois quando investigaram 445 adolescentes de
Estocolmo, com 17 anos de idade, observaram que o nível de atividade física foi
significativamente e inversamente associado com a massa gorda corporal (β = -
3,630; p = 0,005) e a porcentagem de gordura corporal = -3,117; p = 0,017) nos
meninos. No entanto, não foi significativo para as meninas (β = -0,576; p = 0,54; β =
-0,532; p = 0,59, respectivamente). Para explicar os resultados observados no sexo
feminino, os autores relatam que não se pode excluir a possibilidade das meninas
terem superestimado o nível de atividade física, ao responderem o questionário.
A relação da atividade física com o IMC também pode ser observada no
estudo de SULEMANA et al. (2006). Nesse estudo foram verificadas as atividades
físicas realizada antes, durante e depois do período escolar, assim como as atividades
realizadas durante todo o dia (soma das atividades realizadas nos três períodos), em
172 adolescentes do sexo feminino, entre 14 e 17 anos de idade. Como resultado, os
autores puderam verificar uma correlação inversa e significativa entre atividade
física durante todo o dia e IMC (r = -0,37; p < 0,05) e entre atividade física realizada
no período pós-escola e IMC (r = -0,28; p < 0,05), para as variáveis antes do
período escolar e durante o período escolar o houve correlação estatisticamente
significativa (p > 0,05).
PATRICK et al. (2004), após avaliar 878 adolescentes, de ambos os
sexos, entre 11 e 15 anos, verificou que independente da idade, etnia e consumo de
nutrientes, a atividade física vigorosa se associou com a redução da chance dos
adolescentes apresentarem valor de IMC maior que o percentil 85 (sobrepeso) tanto
nos meninos (OR = 0,92; IC = 0,89 0,95; p<0,001) quanto nas meninas (OR =
0,93; IC = 0,89 – 0,97; p = 0,002).
Assistir à televisão (TV) é um tipo de atividade sedentária que está
correlacionada com o aumento do IMC em ambos os sexos (EISENMANN et al.,
2002). Uma possível explicação para esse fato é que o tempo destinado para assistir à
TV parece contribuir tanto para o sedentarismo (GOMES et al., 2001; MATHESON
et al., 2004) quanto para o aumento do consumo alimentar durante o período em que
se esassistindo a TV (COON et al., 2001; VAN den BULK e VAN den MIERLO,
2004), sendo que sedentarismo e excesso alimentar favorecem o aumento do IMC.
Para EPSTEIN et al. (2004), reduzir as atividades sedentárias parece ser uma
importante estratégia para se obter valores de IMC adequados para saúde, pois com
essa atitude o indivíduo tem mais tempo para praticar exercícios físicos e diminui a
ingestão de alimentos que normalmente ocorre durante as atividades sedentárias.
Outro fator que influencia o IMC é a alimentação, pois o aumento da
ingestão de energia, acima das necessidades orgânicas, por um período prolongado
pode levar ao ganho do peso corpóreo (OMS, 2004).
Na adolescência, os indivíduos parecem preferir a ingestão de alimentos
rápidos e dietas ricas em gordura e açucares simples. Grande porcentagem deles
prefere bolachas, batatas fritas, chocolates e refrigerantes (FISBERG et al., 2000).
Este tipo de preferência pode contribuir para o ganho de peso, devido a ingestão de
alimentos mais calóricos (CHO, 2003).
Para verificar a influencia do consumo de fast food no IMC de indivíduos
acima de 20 anos de idade, BOWMAN e VINYARD (2004) trabalharam com os
dados de 9.323 participantes do Continuing Survey of Food Intakes by Individuals
(CSFII 1994-1996). Por meio do peso, estatura e dois recordatórios de 24h realizados
em dias não consecutivos, os autores obtiveram informações tanto sobre o IMC
quanto sobre os consumos de energia diária e de fast food, dos participantes. Pôde-se
observar nos resultados que os indivíduos que consumiam fast food apresentaram
maior consumo de energia diária do que os que não consumiam, sendo
estatisticamente significativa a diferença tanto para os homens (2814 kcal vs 2303
kcal; p<0,01) quanto para as mulheres (1820 kcal vs 1594 kcal; p<0,01). Observou-
se também que os indivíduos que o consumiam fast food apresentaram uma média
do IMC menor do que a dia do IMC dos indivíduos que consumiam (25,8 kg/m
2
vs 26,4 kg/m
2
; p = 0,03), e que independente da idade, sexo e condição
socioeconômica, quem consome fast food tem maior chance de apresentar IMC
maior do que 25 kg/m
2
(OR: 1,31; IC: 1,1-1,57; p = 0,003). Os autores concluem que
a associação do fast food com os maiores valores de IMC ocorreu devido a
contribuição desse tipo de alimento para maiores valores de consumo energético
diário.
Em um estudo longitudinal, ALEXY et al. (2006) compararam um grupo
de 33 indivíduos que recebeu orientação nutricional (grupo GI) com um grupo
controle (grupo – GC) de 43 indivíduos o qual não recebeu orientação nutricional. Os
integrantes de ambos os grupos eram obesos e tinham entre 5 e 14 anos de idade. A
avaliação do peso e da estatura para cálculo do IMC foi realizada para ambos os
grupos no período pré-intervenção e após 1 ano no período pós-intervenção. Os
autores verificaram que entre os períodos pré-intervenção e pós-intervenção o grupo
GI apresentou uma redução de 6,4% no IMC (26,5 kg/m
2
vs 24,8 kg/m
2
) enquanto o
grupo GC apresentou um aumento no IMC de 1,7% (22,9 kg/m
2
vs 23,3 kg/m
2
),
sendo que a mudança no IMC do grupo GI foi estatisticamente significativa
(p<0,0001).
Para VALVERDE e PATIN (2005), o comportamento alimentar dos
jovens pode ser influenciado pelo ambiente familiar, pois a criança imita os adultos
desde os primeiros anos de vida, o que torna o exemplo dos pais fundamental para
formação de hábitos e preferências alimentares.
A preocupação com os ambientes físico, social e familiar é muito
importante, pois estes ambientes podem estimular o excesso alimentar e,
conseqüentemente, a presença de elevados valores de IMC na população (IMC >
percentil 85). Tanto que a WHO (2003) cita que uma das estratégias para evitar esse
aumento do IMC é promover ambientes que estimulem e facilitem a escolha por
alimentos saudáveis. Para tanto, esta organização aconselha restringir a propaganda
de alimentos pouco nutritivos e muito calóricos, em escolas e na televisão.
KURPAD et al. (2005) relatam que a ingestão de calorias abaixo das
necessidades metabólicas também influencia o IMC, pois quando o gasto calórico é
constantemente maior do que a ingestão (balanço energético negativo) ocorre uma
perda de peso progressiva levando a redução do IMC.
Durante a adolescência ocorre a maturação sexual a qual provoca
mudanças na composição corporal e contribui para o ganho de peso corpóreo, dos
adolescentes. Entre as varias alterações que ocorrem nesse período, constata-se nos
meninos um aumento significativo no desenvolvimento ósseo e muscular devido,
principalmente, a presença do hormônio testosterona. para as meninas observa-se
uma alteração da composição corporal por meio do aumento da quantidade de
gordura corporal devido a ação do hormônio estrógeno (ROGOL, 2002). Essas
alterações provocam o ganho de peso corporal tornando a maturação sexual um fator
importante para o aumento do IMC em adolescentes (ADAIR e GORDON-
LARSEN, 2001).
Outro fator importante na determinação do IMC é a condição
socioeconômica. Nos países em desenvolvimento observa-se que o menor número de
indivíduos com IMC acima do percentil 85 se concentra nos grupos de condição
socioeconômica inferior, provavelmente porque esses indivíduos têm menor acesso
ao alimento, estão comprometidos com o trabalho manual e se deslocam para as
atividades diárias caminhando, apresentando assim uma condição que favorece os
baixos valores de IMC, ou seja, baixa ingestão de energia e alto gasto energético
(OMS, 2004).
No caso dos países desenvolvidos, verifica-se que o maior mero de
indivíduos com IMC acima do percentil 85 se encontra entre os grupos de condição
socioeconômica inferior, possivelmente porque em paises desenvolvidos as pessoas
de baixa condição socioeconômica também têm acesso a alimentação e as facilidades
modernas (transporte motorizado, aparelhos domésticos, televisão etc.), porém se
comprometem muito menos com atividades físicas e realizam refeições mais ricas
em gordura quando comparados com aqueles de condição socioeconômica superior
(OMS, 2004).
Com o objetivo de verificar como o nível socioeconômico (renda familiar,
escolaridade e profissão dos pais), os comportamentos relacionados a atividade
física realizada no momento de lazer (jogos, corrida, caminhada etc.) e os
comportamentos relacionados ao sedentarismo (televisão e vídeo-game) poderiam
influenciar o IMC de adolescentes, HANSON e CHEN (2007) avaliaram essas
variáveis em 113 indivíduos de ambos os sexos entre 16 e 19 anos de uma escola
pública de St. Louis nos Estados Unidos. Os autores puderam constatar uma
correlação negativa entre vel socioeconômico e IMC (r = -0,26; p < 0,01), uma
associação positiva entre vel socioeconômico e atividade sica praticada no
momento de lazer (β = 0,67; p < 0,05) e uma associação negativa entre nível
socioeconômico e comportamentos sedentários (β = -0,26; p < 0,05). Dessa forma, os
pesquisadores concluíram que os valores mais altos de IMC estão entre os
adolescentes de nível socioeconômico mais baixo provavelmente porque o baixo
nível socioeconômico parece estimular o comportamento sedentário em países
desenvolvidos.
Por outro lado, em estudo realizado na China por SHI et al. (2005) com 824
adolescentes de 12 a 14 anos de idade, observou-se uma associação fraca, mas
significativa e positiva entre condição socioeconômica da família e o IMC dos
adolescentes (r = 0,15; p < 0,001). Os autores relatam que essa associação é comum
em países que passaram por um rápido crescimento econômico, mas ainda
apresentam características de país em desenvolvimento e que provavelmente os
jovens de famílias com condição socioeconômica privilegiada consomem mais
energia e têm mais acesso a atividades sedentárias.
No Brasil, a baixa renda familiar parece contribuir para baixos valores de
IMC em crianças. Segundo o IBGE (2006) a desnutrição infantil (IMC < percentil 5)
em 2002-2003 estava concentrada nas famílias com renda até 0,5 salário mínimo per
capita.
Dessa forma, para se combater os valores de IMC elevados (acima do
percentil 85), deve-se recomendar estratégias de intervenção em saúde pública, tais
como aprimorar o conhecimento dos indivíduos sobre a importância de assumir
hábitos saudáveis e reduzir a exposição da população tanto aos estímulos que levam
os indivíduos a consumirem alimentos com alto teor de gordura quanto aos estímulos
que contribuem para um estilo de vida sedentário (OMS, 2004). para evitar os
baixos valores de IMC é fundamental a expansão de serviços públicos de
saneamento, educação, saúde e a intensificação da assistência a saúde de mães e
crianças (IBGE, 2006).
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Verificar os fatores determinantes do Índice de Massa Corporal de
adolescentes matriculados nas Escolas Públicas de Piracicaba, São Paulo.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever o Índice de Massa Corporal dos adolescentes segundo nível de
atividade física, para ambos os sexos.
Descrever o Índice de Massa Corporal segundo maturação sexual dos
adolescentes do sexo masculino e feminino separadamente.
Descrever o Índice de Massa Corporal dos adolescentes segundo idade, para
ambos os sexos.
Avaliar a relação entre o Índice de Massa Corporal, dos adolescentes, e o
nível de atividade física, consumo de energia e renda familiar.
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1
ANTECEDENTES
Este trabalho está vinculado ao projeto intitulado “Consumo dietético e
atividade física como determinantes das mudanças do índice de massa corporal de
uma coorte de adolescentes matriculados na rede pública de ensino da cidade de
Piracicaba, São Paulo” aprovado pela FAPESP, sob o protocolo 02/9521-9.
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo observacional de corte transversal.
3.3 LOCAL E POPULAÇÃO DO ESTUDO
Foram selecionados 392 adolescentes de ambos os sexos, com idade
mínima de 10 anos, alunos de a série, matriculados nas escolas públicas de
Piracicaba. Destes, 52 foram excluídos por apresentarem um consumo de energia
inferior a 500 Kcal ou superior a 6000 Kcal. O consumo inferior ou superior a estes
limites é considerado não plausível e pode subestimar ou superestimar os resultados
(ANDRADE et al., 2003). Também foram excluídos 12 indivíduos cujos
questionários e fichas de avaliação não apresentaram dados suficientes para o cálculo
do Índice de Massa Corporal ou para a avaliação do consumo alimentar.
A amostra final foi constituída de 328 adolescentes, o que representa
83,7% da amostra inicial.
3.3.1 Tamanho Amostral
Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o município de Piracicaba apresenta uma população de 329.158 habitantes,
distribuídos de forma homogênea segundo o sexo (IBGE, 2000). Dispõe de 70
escolas da rede pública de ensino, localizadas em sete regiões, incluindo duas de
zona rural. De acordo com informações fornecidas pela Secretaria de Estado da
Educação, encontravam-se matriculados 40.550 alunos em Piracicaba no ano de
2003.
Para o cálculo da amostra foram consideradas as seguintes informações,
provenientes de estudos realizados com populações semelhantes: prevalência de
excesso de peso entre crianças e adolescentes brasileiros de, aproximadamente, 15%
(POPKIN e GORDON-LARSEN, 2004), erro tipo I de 5% e de erro tipo II de 20%.
O procedimento de amostragem foi do tipo aleatório simples,
estratificado por séries (1ª a série e a série), sendo realizada em duas etapas.
Na primeira etapa, as unidades primárias de amostragem (UPA), que correspondem
às escolas do município, foram ordenadas segundo as regiões. Foram sorteadas 11
escolas, considerando que dez estavam localizadas em zonas urbanas e uma em zona
rural.
Na segunda etapa da amostragem, foram ordenadas as unidades
secundárias de amostragem, que correspondem às classes (séries) das escolas. Em
cada UPA, sortearam-se as classes por amostragem aleatória simples novamente. De
cada classe selecionada, realizou-se um sorteio de determinado número de alunos,
dependendo do porte da escola. Na existência de mais de uma turma por classe, foi
conduzido outro sorteio entre todas as turmas, selecionando-se quais participariam do
estudo.
Foram encaminhadas cartas-convites aos diretores, das 11 escolas,
expondo os objetivos da pesquisa. Todas as escolas manifestaram-se favoráveis
quanto à sua participação no estudo.
No que se refere a participação dos alunos, foi enviado um convite para
todos os alunos das turmas sorteadas, sendo entrevistados aqueles que tiveram a
autorização dos pais.
3.4 REALIZAÇÃO DE PRÉ-TESTE
Foram realizados pré-testes com o objetivo de verificar as adaptações e
reformulações necessárias para os questionários referentes ao nível de atividade
física e consumo alimentar.
3.4.1 Pré-teste - Nível de Atividade Física
Após a primeira elaboração do questionário (março de 2004), foi
realizado um pré-teste com 20 adolescentes de ambos os sexos de uma escola pública
do município de Piracicaba, SP, para verificar a consistência das questões
elaboradas. Com base nestes resultados, elaborou-se a versão final do instrumento.
A validação do questionário de atividade física foi conduzida na escola
Dr. Prudente da cidade de Piracicaba. Nesta escola foram selecionados 94
adolescentes (64 do sexo feminino) e com idade entre 11 a 16 anos. O questionário
foi composto por 17 questões divididas em dois blocos: 1) esportes e exercícios
físicos (15 questões), e 2) atividades físicas de locomoção (duas questões).
O questionário de atividade física para adolescentes (QAFA)
avalia a
atividade sica semanal (blocos 1 e 2) e anual (bloco 1) e foi padronizado para gerar
um escore final em minutos (semanal e anual). Por exemplo, no bloco 1, a partir da
modalidade citada, multiplica-se a duração diária em minutos pela freqüência
semanal (minutos por dia X freqüência semanal), para utilizá-lo no cálculo do escore
semanal, e pelos meses por ano de prática (minutos por dia X freqüência semanal X
4 X meses por ano) para obter o escore anual. São aceitas atrês modalidades e no
final realiza-se o somatório das três para o valor final do bloco 1. Caso o adolescente
pratique mais de três modalidades, deve-se priorizar as três mais importantes para
ele. No bloco 2, a atividade de locomoção (bicicleta ou caminhada) leva um fator
fixo de freqüência (cinco vezes por semana) que é multiplicado pelos minutos de
atividade praticada por dia (minutos por dia X 5).
Os resultados do pré-teste mostraram que apenas o bloco 1 foi viável
para uma avaliação anual. As questões de atividade de locomoção do bloco 2 foram
difíceis para a lembrança dos adolescentes. Portanto, optou-se por padronizar o
escore semanal somando-se os blocos 1 e 2 e o escore anual ficou apenas com o
bloco 1.
A Educação Física escolar foi inclusa no pré-teste, porém, contribuiu
muito pouco para discriminar o nível de atividade física dos adolescentes. Além
disso, as aulas de Educação Física escolar para adolescentes são de baixa intensidade
e não produzem efeitos significativos para a melhora da aptidão física (GUEDES e
GUEDES, 1997). Sendo assim, as atividades realizadas durante as aulas de Educação
Física não foram incluídas no cálculo.
O instrumento foi padronizado para ser aplicado na forma de entrevista e
o tempo médio de aplicação foi de cinco minutos.
Como método de referência para validação foi utilizado o teste de corrida
vai e vem de 20 metros (LÉGER e LAMBERT, 1982; LIU et al., 1992), que gerou as
variáveis de consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min), velocidade xima atingida
(km/h), tempo total atingido (segundos) e freqüência cardíaca máxima (batimentos
por minuto). Também, foi utilizado teste-reteste com intervalo de 15 dias para
verificar a reprodutibilidade sendo que a correlação do escore semanal foi de 0,61 e a
do escore anual foi de 0,68.
3.4.2 Pré-teste - Consumo Alimentar
Na estrutura inicial o QFAA apresentava 76 itens alimentares, porém,
com o objetivo de melhorar o desempenho do instrumento para avaliação de dieta
habitual, o QFAA passou por adaptação e reformulação.
A reestruturação foi feita a partir do estudo de MANTOANELLI et al.
(2005) no qual o QFAA foi aplicado em estudantes de uma escola da cidade de São
Paulo (SP). Por meio deste estudo observaram-se novos alimentos e tamanhos de
porções. Dessa forma, foram incluídos, no QFAA, os alimentos que apresentavam
elevada freqüência de consumo e que não integravam a lista da versão validada.
Após a reestruturação, o QFAA passou a compor 94 itens alimentares.
O QFAA reestruturado foi aplicado em estudo-piloto realizado com 16
adolescentes voluntários, com idade entre 10 e 14 anos, de ambos os sexos,
matriculados em uma escola da rede pública de ensino de Piracicaba (SP). Após a
aplicação deste instrumento, constatou-se a necessidade de realizar alterações em sua
estrutura, como inclusão de preparação de alimentos picos da região e exclusão do
item sucos não-adoçados devido sua baixa freqüência de consumo. Com esta nova
estrutura o QFAA teve que ser submetido a nova avaliação da sua acurácia e precisão
(VOCI, 2006).
3.5 COLETA DE DADOS
3.5.1 Treinamento dos Pesquisadores de Campo
No ano de 2004, foram realizados dois treinamentos com oito
pesquisadores de campo para a coleta de dados, incluindo a aferição de medidas
antropométricas e a aplicação dos questionários. Nos dias 31 de março, 01 e 02 de
abril, foi realizada a primeira etapa dos treinamentos, nos estabelecimentos da FSP-
USP, e nos dias 21 e 22 de julho a segunda etapa, no Anfiteatro da ESALQ/USP,
ambos realizados das 9h às 18h. Os treinamentos tiveram como objetivo orientar os
pesquisadores de campo quanto à forma de preencher os documentos referentes a
pesquisa e abordar os adolescentes para coletar os dados solicitados nos
questionários de avaliação da atividade física, freqüência alimentar e
socioeconômico.
Os pesquisadores de campo também foram treinados para verificar
medidas antropométricas como peso e estatura.
Durante os treinamentos ocorreram apresentações de resultados de pré-
testes e adequação de questionários. Todos receberam um material impresso (manual
do entrevistador), com as informações dos treinamentos (ANEXO 1), elaborado
especialmente para o estudo.
3.5.2 Pesquisa de Campo
Os participantes foram entrevistados por meio de questionário,
possibilitando a coleta de informações sobre consumo alimentar, nível de atividade
física, variáveis demográficas e socioeconômicas. Os adolescentes foram submetidos
também à aferição de medidas antropométricas e avaliação do estágio de maturação
sexual. As entrevistas pessoais, obtidas durante o mês de novembro de 2004, foram
realizadas em espaço reservado em cada escola, durante o período de aula, sendo que
para coleta de todos os dados referidos a duração foi de, aproximadamente, 60
minutos.
Foi enviada uma carta, aos pais, esclarecendo sobre o tipo de informação
e como a mesma seria coletada. Solicitou-se, também, aos pais ou responsáveis dos
adolescentes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO
2) para autorizar a participação no estudo, sendo que somente participaram aqueles
que apresentaram o referido documento assinado à equipe de pesquisa.
3.5.3 Procedimentos Durante a Pesquisa de Campo
A coleta de dados seguiu a seguinte seqüência:
- Peso corporal: para avaliação do peso corporal, os adolescentes utilizaram roupas
leves e estavam descalços, sendo assim posicionados sobre uma balança eletrônica
do tipo plataforma, da marca Tanita
®
com capacidade para 150 kg e sensibilidade de
100 gramas.
- Estatura: para a aferição da estatura, foi utilizado um estadiômetro da marca
Seca
®
, com escala em milímetros. O mesmo foi fixado em um suporte de madeira,
confeccionado para o estudo com a finalidade de manter um ângulo reto entre o piso
e a parede. Nesta medição, os indivíduos mantinham os pés juntos, calcanhares
encostados na parede, em postura ereta, com olhar fixo no horizonte, sem flexionar
ou estender o pescoço. Em seguida, posicionou-se a barra horizontal do estadiômetro
até mantê-la apoiada sobre a cabeça, sendo então efetuada a leitura da estatura em
centímetros.
Tanto o peso quanto a estatura foram aferidos em duplicata, sendo
adotado o valor médio das duas medidas para o cálculo do Índice de Massa Corporal
(IMC).
- Maturação sexual: a avaliação da maturação sexual foi realizada por meio da
utilização de planilhas demonstrativas dos estágios de Tanner (TANNER, 1962) em
desenhos
(ANEXO 3). Por meio de auto-avaliação verificou-se as seguintes
características sexuais secundárias: o desenvolvimento de mamas e pilosidade
pubiana entre meninas e o desenvolvimento da genitália e pilosidade pubiana entre
meninos. No caso de adolescentes do sexo feminino, foi questionada, também, a
idade em que ocorreu a menarca.
Tendo em vista que o presente estudo incluiu participantes na fase inicial
da adolescência, adotou-se a classificação proposta pela Organização Mundial da
Saúde (WHO, 1995) para agrupar os participantes entre pré-púberes e púberes. Para
tanto, foram utilizados somente os dados relativos ao desenvolvimento de mamas no
sexo feminino e da genitália no sexo masculino (QUADRO 1).
A auto-avaliação é uma alternativa bastante utilizada para avaliar a
maturação sexual, pois este procedimento foi validado em adolescentes norte-
americanos, franceses e brasileiros, e apresenta correlações altas (r=0,80) entre auto-
avaliação e aquela feita por profissional especializado (DUARTE, 1993).
- Nível de atividade física: o nível de atividade física foi avaliado por meio da
aplicação do Questionário de Atividade Física para Adolescentes (ANEXO 4), o qual
foi elaborado por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo (FLORINDO et al., 2006).
- Consumo alimentar: as variáveis dietéticas referentes ao consumo de energia
foram avaliadas por meio da aplicação do Questionário de Freqüência Alimentar para
Adolescentes (QFAA) (ANEXO 5), validado por SLATER et al. (2003).
- Renda familiar: essa variável corresponde à somatória do valor relatado de renda
mensal do pai ou responsável do sexo masculino mais o valor relatado de renda
mensal da mãe ou responsável do sexo feminino.
Para coleta destes dados, um questionário (ANEXO 6) contendo as
perguntas referentes às condições socioeconômicas foi entregue a cada participante
para ser respondido pelos pais ou responsáveis do mesmo e devolvido na própria
escola à direção.
Devido 34% da amostra não ter respondido as questões referentes a renda
mensal dos pais ou responsáveis, decidiu-se imputar o valor da mediana do grupo de
meninos para aqueles que não apresentaram valores de renda familiar e o valor da
mediana do grupo de meninas para aquelas que não apresentaram valores de renda
familiar.
3.6 VARIÁVEIS DO ESTUDO
3.6.1 Variável Dependente
- Índice de massa corporal: O Índice de Massa Corporal (IMC) é definido como a
relação entre o peso em quilogramas e a estatura em metros elevada ao quadrado
(kg/m
2
).
3.6.2 Variáveis Independentes
a) Variáveis demográficas
- Sexo: variável qualitativa nominal, categorizada em masculino e feminino.
- Idade: esta variável foi analisada como quantitativa contínua e nas categorias 10,
11, 12, 13 e 14-15 anos.
- Maturação sexual: variável qualitativa nominal (pré-púbere e púbere). Para tanto,
foi utilizada a classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (WHO,
1995).
Quadro 1 - Classificação da maturação sexual segundo estágios de Tanner para
adolescentes.
SEXO ESTÁGIO DE TANNER CLASSIFICAÇÃO
Mamas no estágio 1 Pré-púbere
Feminino
Mamas a partir do estágio 2 Púbere
Genitália nos estágios 1 ou 2 Pré-púbere
Masculino
Genitália a partir do estágio 3 Púbere
Fonte: Adaptado de WHO (1995).
b) Atividade física
- Nível de atividade sica: variável qualitativa nominal categorizada em
insuficientemente ativo e ativo, tendo como ponto de corte os 300 minutos semanais
recomendados pelo United Kingdom Expert Consensus Group (PATE et al., 2002).
- Minutos de atividade física (semanal e anual): variável quantitativa contínua.
c) Consumo alimentar:
- Energia: variável quantitativa contínua.
d) Variável socioeconômica:
- Renda Familiar: variável quantitativa contínua.
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para análise descritiva foram utilizadas medidas de tendência central e de
dispersão.
O Teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para avaliar a aderência
dos valores das variáveis quantitativas contínuas à distribuição normal. A partir dos
resultados deste teste, foi possível decidir se seriam utilizados os testes paramétricos
ou não-paramétricos.
Foram comparadas as médias de idade, IMC, minutos de atividade física,
energia e renda entre meninos e meninas usando o teste de Mann Whitney. Para
comparação da maturação sexual segundo sexo, foi utilizado o teste Qui-quadrado.
Com o objetivo de realizar comparações entre as médias de IMC de
adolescentes pré-púberes e púberes e entre indivíduos insuficientemente ativos e
ativos, foi utilizado o Teste de Mann Whitney, por se tratar de duas amostras
independentes.
Para comparar as médias de IMC das diferentes faixas etárias, foi
utilizado o Teste de Kruskal Wallis. Por meio do teste Tukey (HSD) foram feitas
comparações múltiplas para verificar possível diferença estatisticamente significativa
entre três ou mais médias. Esses testes o-paramétricos foram utilizados devido ao
fato de a variável IMC não apresentar distribuição normal.
Para verificar a relação entre a variável dependente IMC e as variáveis
independentes do estudo, foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman.
Foram construídos dois modelos de regressão linear múltipla: um para os meninos e
outro para as meninas.
As variáveis que apresentaram correlação estatisticamente significativa
(p<0,05), ou que tinham uma importante relevância epidemiológica no contexto do
trabalho, foram selecionadas para o modelo de análise de regressão linear múltipla,
no qual poderia ser verificada a existência de associação entre o IMC e cada variável
selecionada.
Após o processo de modelagem, observou-se que os resíduos estão
adequados e os modelos não apresentam viés (ANEXO 7).
Para todas as análises estatísticas de interesse, estabeleceu-se um nível de
significância de 5%. A análise estatística do estudo foi realizada com o auxílio do
programa de computador Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, 2000),
versão 13.0.
3.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Atendendo ao que estabelece a resolução 196, de 10 de outubro de
1996, do Conselho Nacional de Saúde, este projeto de pesquisa levou em conta os
princípios éticos de respeito pela autonomia das pessoas, bem como a obrigação ética
de aumentar ao máximo os benefícios e reduzir ao mínimo os danos.
Este projeto foi aprovado pelo comitê de Ética da Faculdade de Saúde
Pública com protocolo de pesquisa 1340 (ANEXO 8) e foi, também, autorizada a
sua realização pelo Dirigente Regional de Ensino de Piracicaba (ANEXO 9).
4 RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Foram analisados 150 meninos (idade média de 12,4; dp = 1,5 anos) os
quais representam 45,7% da amostra total e 178 meninas (idade média de 12,2; dp =
1,5anos) as quais representam 54,3% da amostra, totalizando 328 adolescentes.
Do total da amostra 54,9% são insuficientemente ativos (< 300 min/sem),
sendo 65% do sexo feminino. No que se refere à maturação sexual a amostra
apresentou 21,3% de pré-púberes, dos quais 72,9% eram do sexo masculino.
A Tabela 1 mostra a estatística descritiva das variáveis quantitativas.
Tabela 1 - Estatística descritiva das variáveis demográficas, socioeconômicas,
antropométricas, dietéticas e de atividade física, de adolescentes de Piracicaba,
segundo sexo. São Paulo, 2004.
a
Teste de Mann-Whitney
Variáveis Masculino n=150 Feminino n=178 Valor
de p
a
Média (dp) Mínimo-
máximo
Média (dp) Mínimo-
Máximo
Idade 12,4 (1,5) 10,1 – 15,8 12,2 (1,5) 10 - 15,3 0,113
IMC 19,8 (3,9) 13,3 – 32,2 19,4 (3,7) 13,0 - 36,6 0,411
Min. de
atividade física
(semanal)
493,0 (513,1)
1,0 - 2715,0 285,5 (330,1)
1,0 - 2040,0 < 0,001
Energia 3408,7
(1108,6)
1257,2 -
5903,5
3405,3
(1173,0)
917,1 -
5933,9
0,963
Renda familiar 708,4 (511,9)
150,0 - 3200,0
771,0 (597,2)
100,0-3000,0
0,443
Pode-se observar, na Tabela 1, que as variáveis idade e IMC não
apresentaram diferenças estatisticamente significativas, entre meninos e meninas. Por
outro lado, em relação aos minutos de atividade física, verifica-se uma diferença
estatisticamente significativa, a qual demonstra que os meninos apresentam um
tempo em minutos de atividade física maior do que o tempo apresentado pelas
meninas.
No que se refere ao consumo de energia e a renda familiar, os valores são
muito próximos quando comparados entre os sexos (p > 0,05).
A variável maturação sexual apresentou diferença estatisticamente
significativa na proporção de adolescentes pré-púberes entre meninos e meninas,
respectivamente 34% e 10,7% (p < 0,001).
No presente estudo optou-se por fazer a análise em separado por sexo
devido às diferenças que foram encontradas entre meninos e meninas no que se
refere ao nível de atividade física e a maturação sexual. Estas diferenças são
importantes uma vez que o vel de atividade física e a maturação sexual podem ser
possíveis determinantes do IMC dos adolescentes em estudo.
4.2 DETERMINANTES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NOS
MENINOS
Na Tabela 2 apresenta-se a variável IMC segundo, estágio puberal, nível
de atividade física e idade dos adolescentes do sexo masculino.
Observa-se uma diferença estatisticamente significativa entre a média de
IMC dos pré-púberes (34%) e dos púberes (66%), sendo que ela é maior nos púberes.
Ao comparar a dia de IMC dos adolescentes insuficientemente ativos
(42%) com a média dos adolescentes ativos (58%) não foi constatada diferença
significativa. O mesmo pode ser observado entre as faixas etárias, pois não se
observa diferenças estatisticamente significativas entre as médias de IMC das várias
categorias de idade.
Tabela 2 - Comparação das dias do Índice de Massa Corporal, dos adolescentes
do sexo masculino de Piracicaba, segundo variáveis de interesse. São Paulo, 2004.
Variáveis
N IMC
Média (DP)
Valor de p
Maturação sexual
Pré-púbere
51 18,9 (4,2)
Púbere
99 20,2 (3,7)
0,003
a
Nível de atividade física
Insufic. ativo
63 19,3 (3,6)
Ativo
87 20,1 (4,1)
0,345
a
Idade
10
33 19,3 (3,9)
11
30 20,9 (5,3)
12
32 18,9 (2,8)
13
24 19,9 (4,0)
14 + 15
31 19,9 (3,1)
0,567
b
a
Teste de Mann Whitney
b
Teste de Kruskal-Wallis
A Tabela 3 apresenta resultados da correlação entre o IMC e as variáveis
idade, renda familiar, consumo de energia e minutos de atividade física semanal e
anual.
As variáveis idade, renda familiar e minutos de atividade física semanal e
anual apresentaram correlação positiva, fraca e não significativa. No caso da variável
energia a correlação foi negativa, fraca e não significativa. Entende-se que para os
adolescentes do sexo masculino a idade, os minutos de atividade física, a renda
familiar e o consumo dietético não influenciaram o IMC.
Tabela 3 - Coeficiente de correlação de Spearman entre o IMC e as variáveis idade,
minutos de atividade física, consumo de energia e renda familiar dos adolescentes do
sexo masculino de Piracicaba. São Paulo, 2004.
Variáveis descritivas IMC
r p
Idade 0,09
0,281
Minutos de AF semanal 0,09
0,281
Minutos de AF anual 0,12
0,153
Energia -0,12
0,160
Renda Familiar 0,04
0,665
Coeficiente de Correlação de Spearman
Para os meninos a única variável que foi estatisticamente relacionada ao
IMC foi a maturação sexual. Para verificar se esta associação é independente de
idade, consumo de energia, renda familiar e minutos de atividade sica semanal e
anual foi feita a análise de regressão linear múltipla apresentada na Tabela 4. Nessa
tabela, observa-se que para os meninos, independente das outras variáveis citadas, o
pré-púbere tem, em média, - 1,341 (p = 0,051) de IMC, quando comparado com o
púbere. Os resíduos deste modelo estão adequados e este modelo não apresenta viés
(ANEXO 7).
Tabela 4 – Análise de regressão linear múltipla do IMC para os adolescentes do sexo
masculino de Piracicaba. São Paulo, 2004.
Variáveis Coeficiente de regressão Valor de p
Maturação -1,341 0,051
Minutos de AF semanal 0,000 0,741
Minutos de AF anual 0,000 0,929
Energia -0,001 0,059
Renda familiar 0,000 0,725
r
2
ajustado = 0,02
4.3 DETERMINANTES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NAS
MENINAS
Ao comparar adia de IMC das adolescentes pré-púberes (10,7%) com
a das adolescentes púberes (89,3%), pôde-se verificar uma diferença estatisticamente
significativa, com média maior entre as púberes.
Constatou-se que adolescentes consideradas ativas fisicamente
apresentam média de IMC maior do que as adolescentes insuficientemente ativas,
com diferença estatisticamente significativa (20,3 vs 18,8; p = 0,003).
Observou-se diferença estatisticamente significativa entre a média de
idade do grupo de 10 anos e a média de idade do grupo de 14-15 anos, sendo que, as
adolescentes de 14-15 anos apresentaram média de IMC maior que as adolescentes
de 10 anos (Tabela 5).
Tabela 5 - Comparação das médias do Índice de Massa Corporal, das adolescentes
do sexo feminino de Piracicaba, segundo variáveis de interesse. São Paulo, 2004.
Variáveis
N IMC
Média (DP)
Valor de p
Maturação sexual
Pré-púbere
19 16,7 (2,3)
Púbere
159 19,6 (3,7)
<0,001
b
Nível de atividade física
Insufic. ativo
117 18,8 (3,7)
Ativo
61 20,3 (3,6)
0,003
b
Idade
10
60 18,2 (3,5)*
11
30 19,3 (4,2)
12
19 19,2 (2,8)
13
41 20,1 (4,2)
14 + 15
28 20,8 (2,6)*
0,001
c
b
Teste de Mann Whitiney
c
Teste de Kruskal-Wallis
*Diferença estatisticamente significativa
Nota-se, na Tabela 6, que à medida que aumenta a idade das meninas
aumenta o IMC, pois se verifica, para esta variável, uma correlação positiva e
significativa, apesar de fraca (r = 0,31; p < 0,001). O mesmo tipo de correlação é
observado para minutos de atividade física semanal e anual (r = 0,22; p = 0,003; r =
0,21; p = 0,006, respectivamente). em relação à energia e a renda familiar (r = -
0,04; p = 0,568; r = -0,07; p = 0,358, respectivamente), observa-se uma correlação
não significativa, negativa e fraca.
Tabela 6 - Coeficiente de correlação de Spearman entre o IMC e as variáveis idade,
minutos de atividade física, consumo de energia e renda familiar das adolescentes do
sexo feminino de Piracicaba. São Paulo, 2004.
Variáveis descritivas IMC
r p
Idade 0,31
< 0,001
Minutos de AF semanal 0,22
0,003
Minutos de AF anual 0,21
0,006
Energia -0,04
0,568
Renda familiar -0,07
0,358
Coeficiente de Correlação de Spearman
Para as meninas, foram selecionadas, para a modelagem múltipla, as
variáveis idade, maturação sexual, consumo de energia, renda familiar e minutos de
atividade física semanal e anual.
Tabela 7 - Análise de regressão linear múltipla do IMC para as adolescentes do sexo
feminino de Piracicaba. São Paulo. 2004.
Variáveis Coeficiente de regressão Valor de p
Maturação - 2,259 0,014
Minutos AF semanal 0,002 0,217
Minutos AF anual 0,000 0,488
Energia 0,000 0,319
Renda familiar 0,000 0,709
Idade 0,464 0,014
r
2
ajustado = 0,08
Verifica-se que, para as meninas, foram determinantes independentes a
idade e a maturação sexual. Os minutos de atividade física semanal e anual, a renda
familiar e o consumo de energia perderam sua significância na presença das outras
variáveis e optou-se por deixá-las como variáveis de ajuste.
Para cada ano de idade nas meninas, um aumento médio de 0,464 no
IMC (p = 0,014) independente da maturação sexual, minutos de atividade sica
renda familiar e consumo de energia. Observa-se, também, que as adolescentes pré-
púberes têm, em média, - 2,259 (p=0,014) de IMC, quando comparadas com as
adolescentes púberes. A análise dos resíduos mostrou que este modelo não apresenta
viés
(ANEXO 7).
5 DISCUSSÃO
Uma das formas de diagnosticar e estudar o sobrepeso, a obesidade e a
desnutrição é utilizar o IMC, o qual tem sido apontado como um bom indicador
desses distúrbios nutricionais em adolescentes, mesmo apresentando grande variação
de acordo com a idade
(OMS, 2004; KURPAD, 2005).
Sabe-se que valores elevados de IMC, ou seja, que caracterizam
sobrepeso ou obesidade e valores baixos de IMC os quais indicam desnutrição,
ambos estão associados a várias complicações orgânicas (KURPAD et al., 2005;
DANIELS et al., 2005), por isso é imprescindível a realização de estudos que
identifiquem os fatores determinantes do IMC para que, a partir desse conhecimento,
seja possível sugerir ações para solucionar esses problemas.
5.1 IMC VERSUS NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
Estudos têm evidenciado que o nível de atividade física é considerado um
fator que influencia o estado nutricional dos indivíduos (BAR-OR, 1993; WEINSIER
et al., 1998; EPSTEIN e GOLDFIELD, 1999; BOUCHARD, 2003). O presente
estudo demonstrou
que 54,9% dos adolescentes são insuficientemente ativos e que os
meninos (média = 588,3 min/sem) são significativamente mais ativos do que as
meninas (média = 384,8 min/sem; p<0,001).
Resultados semelhantes foram encontrados por HALLAL et al. (2006)
quando realizaram um estudo de coorte com 4450 adolescentes, sendo 2167 meninos
e 2283 meninas, de 10 a 12 anos de idade, na cidade de Pelotas (RS). Os autores
constataram que 58,2% (IC 95%: 56,7% 59,7%) dos indivíduos era
insuficientemente ativo. É oportuno assinalar que os pesquisadores também
excluíram da análise o tempo destinado para as aulas de Educação Física, pois
consideraram que as atividades realizadas eram de baixa intensidade e utilizaram o
mesmo ponto de corte que o presente estudo para classificar indivíduos
insuficientemente ativos.
No mesmo estudo, HALLAL et al. (2006) constataram que os 2167
meninos (média = 300 min./sem.) foram significativamente mais ativos do que as
2283 meninas (média = 185 min./sem.; p<0,001), corroborando os achados do
presente trabalho.
Elevada prevalência de sedentarismo e diferença de nível de atividade
física entre os sexos, demonstrando que os meninos são mais ativos do que as
meninas também foram observadas por FARIAS JÚNIOR e LOPES (2004) ao
realizarem um estudo com 1.107 adolescentes (530 meninos e 577 meninas), de
escolas públicas e particulares, com idade entre 15 e 18 anos, na cidade de
Florianópolis (SC). Neste estudo, a prática de atividade física foi determinada
mediante a demanda energética diária (nível insuficiente de atividade física <
36,9
kcal/kg/dia). Os autores verificaram que 65,7% dos adolescentes apresentaram níveis
insuficientes de atividade física, sendo as meninas menos ativas (78,3%) do que os
meninos (52,1%; p<0,01).
Em estudo transversal realizado por OEHLSCHLAEGER et al. (2004)
com 960 adolescentes entre 15 e 18 anos, da área urbana da cidade de Pelotas (RS),
pôde-se observar que 39% dos indivíduos foram considerados sedentários (< 20
min/dia e < 3 vezes na semana), sendo que as meninas (54,5%) foram
significativamente mais sedentárias do que os meninos (22,2%).
SILVA e MALINA (2000) investigaram o nível de atividade física de
325 adolescentes da rede pública de ensino de Niterói (RJ), com idade entre 10 e 19
anos. A prática regular de atividade física foi avaliada por meio de questionário que
gerava um escore obtido pela média das questões, apresentando um intervalo de
muito sedentário (1) a muito ativo (5), sendo considerado sedentário o indivíduo com
escore menor que 3. Como resultado, os autores verificaram que os meninos são
significativamente mais ativos do que as meninas.
De acordo com MANIOS e KAFATOS (1999) essa diferença de nível de
atividade física entre os sexos não deve ser atribuída às diferenças sexuais
fisiológicas (quantidade de massa muscular, bito cardíaco etc.), mas às crenças
culturais e sociais de pais e professores. Estes estimulam os adolescentes a
praticarem atividades que julgam mais adequadas de acordo com o sexo, sendo que
os meninos são mais estimulados a praticarem esportes e atividade física em geral do
que as meninas.
Apesar dos diferentes critérios para estabelecer o ponto de corte para
classificação do vel de atividade física de adolescentes, constatou-se alta
prevalência de sedentarismo e maior prática da atividade física por parte dos meninos
em todos os estudos anteriormente relatados, reforçando os achados do presente
estudo e a importância de avaliar os sexos em separado.
DOWDA et al. (2001) avaliaram a participação em programas de
exercícios físicos e equipes esportivas de 2791 jovens entre 8 e 16 anos de idade
envolvidos no Third National Health and Nutrition Examination Survey. Foram
considerados com sobrepeso os jovens que apresentavam um IMC igual ou maior ao
percentil 85, de acordo com o sexo e a idade. Os autores verificaram que tanto os
meninos (8 a 16 anos de idade) quanto as meninas (14 a 16 anos) que participavam
de programas de exercícios físicos e equipes esportivas, apresentavam menor chance
de ter sobrepeso (meninos: OR = 0,63; IC: 0,43 – 0,91; meninas: OR = 0,23; IC: 0,12
– 0,44) quando comparados com os jovens que não participavam destas atividades.
Em concordância com estes resultados, PÉRES et al. (2006), LEVIN et
al. (2003) e TROST et al. (2001) relatam que adolescentes fisicamente ativos têm
menor chance de apresentar valores de IMC elevados (acima do adequado para a
saúde), quando comparados com os sedentários.
No presente estudo, no entanto, ao comparar a média do IMC de
adolescentes ativos com a média do IMC de adolescentes insuficientemente ativos,
constatou-se que não houve diferença estatisticamente significativa para os meninos,
enquanto que, para as meninas, verificou-se uma média de IMC significativamente
maior para as adolescentes ativas do que para aquelas insuficientemente ativas.
Resultado semelhante pode ser observado no estudo de FONSECA et al.
(1998) realizado com 391 adolescentes, sendo 183 meninos e 208 meninas de 15 a 17
anos, em uma escola particular no município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro.
Os dados sobre o nível de atividade física (freqüência semanal, tempo de cada sessão
e tempo total semanal das atividades) foram coletados por meio de questionário e
para determinação do sobrepeso utilizou-se o percentil 90 do IMC proposto para a
população brasileira (SICHIERI e ALLAM, 1996). Neste mesmo estudo, os autores
não observaram diferença (p > 0,40) entre o nível de atividade física de adolescentes
com IMC maior ou igual ao percentil 90 e o nível de atividade física de adolescentes
que apresentaram o IMC menor do que o ponto de corte sugerido.
O mesmo verifica-se no estudo de MANIOS et al. (2005) realizado com
510 adolescentes (257 meninos, 253 meninas) de 12 e 13 anos de idade em escolas
públicas e particulares de Istambul. O sobrepeso foi determinado pelo IMC e os
dados sobre a atividade física foram coletados por meio de um diário preenchido
pelos adolescentes durante duas semanas consecutivas, uma vez por semana. Os
autores constataram que, tanto para o nível de atividades sedentárias e leves quanto
para o nível de atividades físicas moderadas e vigorosas, não houve diferenças
estatisticamente significativas entre os adolescentes com sobrepeso e eutróficos.
Uma possível explicação para estes resultados é que exista um viés de
informação, pois os adolescentes com excesso de peso podem superestimar seu nível
de atividade física, apresentando assim um vel de atividade maior ou igual ao dos
eutróficos (LICHTMAN et al., 1992; MONTEIRO P et al., 2004). Além disso, pode-
se dizer que o IMC o depende apenas da atividade física, mas também de outros
fatores como a alimentação, ou seja, mesmo tendo um grande gasto energético por
meio da atividade física, se o individuo consumir mais energia do que gasta, poderá
engordar (BOUCHARD, 2003).
No presente estudo, as variáveis minutos de atividade física semanal e
anual não apresentaram correlação com o IMC (r = 0,09; p = 0,28; r = 0,12; p = 0,15;
respectivamente) para os meninos. para as meninas apresentaram correlação
positiva, fraca e estatisticamente significativa (r = 0,22; p < 0,003; r = 0,21; p <
0,006; respectivamente), porém, ao incluí-las no modelo de regressão, percebeu-se
que essas variáveis perderam a significância na presença das variáveis idade,
maturação sexual, consumo de energia e renda familiar.
Em estudo semelhante ao presente trabalho, realizado por FONSECA et
al. (1998), observou-se para os meninos uma correlação entre o IMC e o tempo total
semanal de atividade física de -0,04 (p = 0,57) e para as meninas uma correlação de
0,09 (p = 0,16). Em concordância com estes achados estão os resultados da pesquisa
de MONTEIRO P et al. (2004) na qual investigaram 492 adolescentes de 15 a 16
anos (242 homens e 250 mulheres) em um estudo de casos e controles o pareados,
aninhado a uma coorte acompanhada desde o nascimento, na cidade de Pelotas. Os
pesquisadores coletaram dados sobre o nível de atividade física através de
questionário e identificaram a obesidade por meio do IMC e de dobras cutâneas,
conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995). Como
resultado, constatou-se que o nível de atividade físicao se associou com um maior
risco de obesidade para ambos os sexos. É oportuno relatar que a coleta de
informações sobre atividade física foi contemporânea à do IMC.
Desta forma, observa-se que, tanto no presente estudo quanto nos estudos
citados nos parágrafos precedentes, o nível de atividade física não apresentou
associação com o IMC dos adolescentes.
Além do viés de informação, citado anteriormente, uma possível
explicação para estes resultados é que em estudos transversais possa ocorrer a
causalidade reversa, ou seja, devido à preocupação com o excesso de peso corporal
os adolescentes com maior IMC procuram fazer mais atividade física para
emagrecer, apresentando no período de coleta de dados o mesmo nível de atividade
física daqueles que têm menores valores de IMC (FONSECA et al, 1998;
MONTEIRO P et al., 2004).
É oportuno ressaltar que a variável minutos de atividade física anual pode
ser menos influenciada pela causalidade reversa por representar as atividades
realizadas durante os últimos doze meses. No entanto, existe a possibilidade de
ocorrer o viés de memória, pois quando se utiliza o questionário como instrumento
de avaliação, o adolescente precisa recordar as atividades praticadas durante
determinado período
(BARANOWSKI, 1988). Talvez seja esta a explicação da não
associação entre minutos de atividade física anual e IMC.
Desta forma, parece que, para verificar a influência da atividade física no
IMC, seriam mais indicados estudos prospectivos e métodos para avaliar a
composição corporal que indiquem a quantidade de massa gorda e massa magra
separadamente.
5.2 IMC VERSUS CONSUMO DE ENERGIA
Em relação ao consumo de energia, identificou-se que o mesmo é
consumido em quantidades muito próximas quando comparado entre os sexos
(meninos = 3408,7
kcal; meninas 3405,3 kcal; p > 0,05). Da mesma forma, GARCIA
et al. (2003) ao avaliarem o consumo de energia de adolescentes entre 10 e 14 anos
de idade de um centro de juventude do município de São Paulo, não encontraram
diferença (p = 0,90) entre as dias de consumo de energia de meninos e meninas
(2026,1 kcal; 1842,7 kcal, respectivamente).
Também, foi verificado no presente estudo que o existiu correlação
significativa entre o IMC e o consumo de energia, tanto para os meninos quanto para
as meninas.
Resultados semelhantes aos do presente trabalho foram encontrados em
estudo realizado por MANIOS et al. (2005), com adolescentes de 12 a 13 anos de
idade, no qual o consumo de alimentos foi avaliado utilizando-se o recordatório 24h
por três dias consecutivos. Nesse estudo, observou-se que, para ambos os sexos, não
houve associação significativa entre o consumo de energia e o IMC. Além disso,
quando comparados o consumo de energia dos adolescentes eutróficos com o
consumo daqueles que apresentavam sobrepeso, constatou-se que os meninos com
sobrepeso apresentaram um consumo de energia menor do que os eutróficos (1849 vs
2075 kcal/d, respectivamente; p<0,05) e as meninas apresentaram praticamente o
mesmo consumo (1895 vs 1866 kcal/d, respectivamente), não sendo observada
diferença estatística (p > 0,05).
Corroborando os achados anteriormente citados para os meninos,
FONSECA et al. (1998), ao avaliarem a dieta de 391 adolescentes por meio de um
questionário semi-quantitativo de freqüência de consumo alimentar, constataram que
o consumo de energia dos meninos não apresentou associação estatisticamente
significativa com o IMC em nenhum dos modelos de regressão, os quais incluíram as
variáveis idade, atividade física, menarca, obesidade familiar, dieta para
emagrecimento e desjejum. Já o consumo das meninas relacionou-se inversamente ao
IMC quando ajustado pela atividade física, observando-se que para cada 100 kcal de
energia reduzia-se 0,053 kg/m
2
, em média.
Ainda no estudo de FONSECA et al. (1998), verificou-se que o consumo
de energia era significativamente menor para os meninos que apresentavam valores
de IMC acima do percentil 90 (2819 kcal) do que para os meninos que apresentavam
valores de IMC abaixo do percentil 90 (3188 kcal; p=0,04). na comparação do
consumo de energia das meninas eutróficas com as meninas com sobrepeso (2462 vs
2209 kcal; p=0,28; respectivamente), não houve diferença significativa.
Os resultados citados no parágrafo precedente são confirmados por
ORTEGA et al. (1995) num estudo que analisou o consumo de energia de 64
adolescentes (37 homens e 27 mulheres) entre 15 e 17 anos de idade em Madri,
Espanha. Os indivíduos foram separados em dois grupos: indivíduos com IMC >
percentil 75 classificados como grupo sobrepeso e obeso, e indivíduos com IMC <
percentil 75 classificados como grupo peso normal. Como resultado observou-se que
não existiu diferença no consumo de energia entre os grupos.
GAZZANIGA e BURNS (1993) também relatam que o consumo
alimentar não tem sido associado ao estado nutricional. Uma provável explicação
para esse resultado está relacionada à limitação de estudos transversais como este,
pois adolescentes com maiores valores de IMC podem restringir o consumo de
alimentos com o objetivo de emagrecer, informando no momento da coleta um
consumo de energia reduzido (FONSECA et al., 1998). Outra possibilidade é que os
adolescentes obesos costumam subestimar o consumo de alimentos, apresentando
valores de consumo de energia parecidos com os dos eutróficos (KLESGES et al.,
1988; ORTEGA et al., 1995; MONTEIRO P et al., 2004).
Acredita-se que estudos prospectivos e com outras técnicas de
mensuração
(que não a entrevista) sejam mais indicados para analisar a influência do
consumo de energia no IMC de adolescentes, pois as limitações do estudo transversal
contribuem para resultados não plausíveis, como os encontrados no presente
trabalho.
5.3 IMC VERSUS MATURAÇÃO SEXUAL E IDADE
Pôde-se observar, no presente estudo que, apesar da média de idade de
ambos os sexos ser muito próxima (meninos: 12,4; dp = 1,5 anos; meninas: 12,2; dp
= 1,5 anos), constatou-se diferença (p < 0,001) entre o número de meninos e meninas
pré-púberes (34% e 10%, respectivamente). Provavelmente o menor número de pré-
púberes entre as meninas se deve ao fato de que em geral as meninas iniciam a fase
de maturação sexual antes que os meninos (ROGOL et al., 2002).
Para avaliar a maturação sexual existem várias possibilidades, entre elas
podem-se citar: a) avaliação das características sexuais primárias - avaliação do
desenvolvimento dos ovários, do útero e da vagina nas meninas, e desenvolvimento
dos testículos, próstata e produção do esperma nos meninos; b) avaliação das
características secundárias - desenvolvimento dos seios, pênis, pêlos faciais, pêlos
pubianos e modificação da voz. No entanto, os estudos de maturação sexual tendem a
se concentrar nas características sexuais secundárias devido à dificuldade de verificar
o desenvolvimento dos órgãos sexuais internos (DUARTE, 1993; WHO, 1995).
Para os meninos do presente estudo, observou-se que os púberes
apresentaram uma média de IMC significativamente maior quando comparada com a
média de IMC dos pré-púberes e que independente dos minutos de atividade física,
consumo alimentar e renda familiar, existe uma associação positiva e significativa
entre IMC e maturação sexual.
As meninas púberes também apresentaram uma média de IMC
significativamente maior quando comparada com a média de IMC das pré-púberes, e
independente dos minutos de atividade física, consumo alimentar e renda familiar,
observou-se uma associação positiva entre o IMC e a maturação sexual.
Resultados parecidos foram encontrados por COELHO et al. (2002) ao
avaliarem o IMC e estágio puberal de 466 adolescentes entre 10 e 20 anos por meio
da coleta de dados contidos em fichas de um ambulatório de atendimento ao
adolescente, no estado do Rio de Janeiro. Os autores verificaram que para cada
estágio puberal as médias e medianas de IMC, para ambos os sexos, aumentaram. Ao
analisar associação entre maturação sexual e IMC, utilizando avaliação das mamas
para as meninas e genitais para os meninos, observaram uma associação positiva e
significativa para ambos os sexos.
Os resultados do estudo de WANG (2002b) confirmam os achados do
presente estudo para as meninas, porém são diferentes dos resultados encontrados
para os meninos. O autor examinou a influência da maturação precoce sobre o IMC
de 1501 meninos e 1520 meninas entre 08 e 14 anos, os quais participaram do Third
National Health and Nutrition Examination Survey (1989, 1994). Para tanto, foi
avaliada a maturação sexual (de acordo com os estágios de Tanner) classificada em
maturação precoce, maturação intermediária e maturação tardia. Constatou-se que a
maturação sexual precoce apresentou associação positiva e estatisticamente
significativa com o IMC para as meninas, enquanto que para os meninos ela foi
negativa e não significativa.
Em relação às meninas, DUARTE (1993) explica que a maturação sexual
contribui para o ganho do peso corporal devido à maior atuação do estrógeno e da
progesterona, os quais estimulam o aumento dos depósitos de gordura. Em
concordância com essa afirmação HEGG e HEGG (1980) constataram que meninas
púberes possuíam valores de dobras cutâneas significativamente maiores que as não-
púberes, ao analisarem os dados de um grupo de 543 alunas entre 8 e 16 anos de
idade, de um colégio na cidade de São Paulo. Vários outros estudos corroboram este
achado (SAITO, 1985;
ROGOL et al., 2002). E ainda, ADAIR e GORDON-
LARSEN (2001) relatam que a associação entre maturação sexual e IMC de
adolescentes do sexo feminino é independente da raça.
Quanto aos resultados relacionando maturação sexual e IMC em
meninos, pode-se afirmar que estudos sobre esta relação, maturação sexual e IMC,
são relativamente escassos e muitas vezes controversos entre eles, como se pôde
observar no estudo de WANG (2002b) que apresentou uma associação negativa entre
maturação sexual e o IMC dos meninos, enquanto COELHO et al. (2002) apresentou
uma associação positiva entre as mesmas variáveis. Uma provável explicação para
esses resultados é que os meninos geralmente aumentam principalmente a massa
muscular e a massa óssea durante a maturação sexual, podendo muitas vezes reduzir
a quantidade de gordura corporal durante essa fase (ROGOL et al., 2002). Desta
forma, enquanto alguns meninos podem aumentar o IMC devido ao aumento da
massa magra, outros, apesar do ganho de massa magra, podem manter ou reduzir o
IMC devido à perda de gordura corporal.
Em relação à influência da idade no IMC das meninas, verificou-se que
as adolescentes de 14 e 15 anos de idade apresentaram a média de IMC
estatisticamente maior do que a média de IMC das adolescentes de 10 anos.
Acredita-se que esta diferença tenha ocorrido em função do maior número de
meninas púberes na categoria de 14 e 15 anos quando comparadas às adolescentes da
categoria de 10 anos.
Verificou-se, também, que à medida que aumenta a idade, aumenta o
IMC, mesmo quando esta variável é incluída no modelo de regressão múltipla.
Quanto aos meninos, a variável idade não foi estatisticamente
relacionada ao IMC (r = 0,09; p = 0,28). Também não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas entre as médias do IMC para as categorias de idade
desse grupo.
Diferente dos resultados do presente estudo, FONSECA et al. (1998)
observaram que o IMC dos meninos aumentava de acordo com a idade, o que,
segundo OBARZANEK et al. (1994), é esperado durante o crescimento, enquanto
que para as meninas não foi encontrada associação entre IMC e idade, provavelmente
porque as mesmas se encontravam em faixa etária de crescimento reduzido, além
disso, o grupo de meninas avaliadas nesse estudo demonstravam grande preocupação
com o “manter-se magra”.
DUARTE (1986) realizou um estudo com 3338 escolares de 10 a 19 anos
de idade na cidade de Santo André, São Paulo, no qual analisou a relação entre as
características sexuais secundárias (estágios de mamas e los pubianos, segundo
critérios de Tanner) e as dobras cutâneas (triciptal, subescapular, suprailíaca e
abdominal). O autor verificou que, para as meninas com estágio de mamas mais
avançado, o somatório de dobras foi estatisticamente superior ao das meninas com
estágio menos avançado, porém, ao comparar o somatório das dobras cutâneas entre
as meninas de diferentes idades não foram constatadas quaisquer diferenças. No que
se refere aos pêlos pubianos, pôde-se verificar que entre as idades de 8 a 15 anos, as
médias das dobras cutâneas mostraram-se superiores para as meninas mais maduras,
contudo ao se comparar as meninas de diferentes idades, mas no mesmo estágio de
pilosidade pubiana, não foram observadas diferenças significativas entre as médias
das dobras cutâneas. Neste caso, pode-se afirmar que a quantidade de gordura
subcutânea foi determinada pelo estágio de maturação sexual e não pela idade
cronológica.
Em consonância com os resultados do estudo acima, BINI et al. (2000)
ao avaliar um grupo de 4271 adolescentes de ambos os sexos e com idade de 8,5 a
15,5 anos de idade observaram, em ambos os sexos, uma tendência ao aumento para
valores de IMC segundo estágio puberal em indivíduos na mesma idade (p<0,01).
Pode-se dizer que enquanto a maturação sexual, que ocorre
principalmente entre os 10 e os 14 anos de idade (DUARTE, 1993), torna-se uma
variável importante na avaliação do estado nutricional nessa faixa etária, a idade
cronológica perde o seu poder explicativo (OLIVEIRA e VEIGA, 2005).
5.4 IMC VERSUS RENDA FAMILIAR
No presente trabalho, constatou-se que a renda familiar não apresentou
associação estatisticamente significativa com o IMC, tanto para as meninas quanto
para os meninos. Observou-se, também, que as médias de renda familiar o foram
diferentes quando comparadas entre os sexos (p = 0,44).
No entanto, estes resultados não estão em consonância com os resultados
encontrados na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 (IBGE, 2006), pois
nessa pesquisa verificou-se que evidências de associação entre renda familiar de
adolescentes (10 a 19 anos) e excesso de peso, em ambos os sexos. Para realizar tal
análise foram estipuladas seis classes de renda de acordo com o salário mínimo, da
seguinte forma: até 1/4; mais de 1/4 a 1/2; mais de 1/2 a 1; mais de 1 a 2; mais de 2 a
5; mais de 5. No caso dos meninos, observou-se que o problema aumenta
continuamente com a renda, indo de 8,5% na menor classe (até 0,5 salário nimo
per capita) até 28,2% na maior classe de renda (5 ou mais salários mínimos per
capita). Para as meninas, constatou-se o aumento do excesso de peso com a renda
apenas nas três primeiras classes (8,9% para 16,4%), nas três classes seguintes de
renda, a mudança é pequena: 15,7%, 18% e 18,4%.
OLIVEIRA e VEIGA (2005) avaliaram o estado nutricional de
adolescentes com idade entre 10 a 15,9 anos de ambos os sexos, sendo 303
estudantes de uma escola pública e 199 de uma escola particular do município do Rio
de Janeiro. Para identificar sobrepeso e obesidade utilizaram o IMC e dobras
cutâneas triciptal e subescapular. As autoras verificaram que na escola pública 6,6%
tinham sobrepeso e 9,2% eram obesos, enquanto que na escola particular as
respectivas freqüências foram 9,0% e 18,1%. Neste estudo, os adolescentes da escola
privada apresentaram prevalências de sobrepeso e obesidade significativamente
maiores do que os adolescentes da escola pública, indicando uma associação direta
entre nível socioeconômico e obesidade na adolescência.
O estudo de SILVA et al. (2005) não confirma os resultados apresentados no
estudo acima no que se refere à obesidade, pois, ao comparar a prevalência de
sobrepeso e obesidade de adolescentes (10 a 19 anos de idade) de escola pública,
localizada em uma comunidade de baixa renda, com adolescentes de rede privada de
ensino, verificou que enquanto o sobrepeso foi mais freqüente entre adolescentes de
escola pública do que os da escola particular (p < 0,001), a freqüência de obesidade
não foi diferente (p > 0,05) entre as escolas.
6 CONCLUSÕES
Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que:
1) As adolescentes insuficientemente ativas apresentaram média de IMC
significativamente menor do que a média de IMC das adolescentes ativas. Em
relação aos meninos, não foi encontrada diferença significativa.
2) Tanto os meninos quanto as meninas púberes apresentaram média de IMC
significativamente maior quando comparada à média de IMC dos pré-púberes.
3) Enquanto as meninas de 14 e 15 anos de idade apresentaram média de IMC
significativamente superior à média de IMC das meninas de 10 anos, os
meninos não apresentaram médias de IMC significativamente diferentes entre
as categorias de idade.
4) Para os meninos, apenas a variável maturação sexual relacionou-se com o
IMC, independentemente das variáveis minutos de atividade física, consumo
de energia, renda familiar e idade. para as meninas, as variáveis maturação
sexual e idade relacionaram-se com o IMC, independentemente das outras
variáveis de interesse.
7 CONSIDERAÇÕES GERAIS
De acordo com os estudos citados e resultados encontrados no presente
trabalho, faço as seguintes considerações:
- Para trabalhos que envolvem adolescentes de ambos os sexos com o
objetivo de avaliar algum efeito da atividade física, sugere-se fazer as análises
separadas por sexo para não enviesar os resultados, pois, como mostra o presente
estudo, a diferença entre o vel de atividade física dos meninos e das meninas foi
significativa.
- Acredita-se que estudos prospectivos sejam mais indicados para
analisar a influência da atividade física e do consumo de energia no IMC de
adolescentes, pois as limitações do estudo transversal contribuem para resultados não
plausíveis, como os encontrados no presente trabalho.
- Sugere-se a avaliação da maturação sexual em estudos que tenham
como objetivo avaliar o estado nutricional ou estudar fatores que possam influenciar
o mesmo, pois como os resultados deste estudo evidenciaram, a maturação sexual é
um dos fatores determinantes do IMC.
- Por fim, entende-se que estudar os fatores determinantes do IMC seja
fundamental, pois a partir destes conhecimentos poderão ser formuladas estratégias
de orientações que proporcionem aos adolescentes o desenvolvimento de um estilo
de vida ativo e saudável, sendo que na adolescência o ser humano ainda tem
facilidade para adquirir hábitos saudáveis que deverão ser mantidos por toda a vida.
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ANEXO 1
Manual do Entrevistador
PESQUISA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
APOIO:
MANUAL DO
ENTREVISTADOR
Pesquisas envolvidas:
“Contrastes regionais nos custos, qualidade e operacionalização do Programa
Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e seu impacto sobre os padrões
alimentares da população brasileira”
(Processo CNPq n°50.4369/2003-2)
Coordenadora: Profa. Dra. Marina Vieira da Silva
“Consumo dietético e atividade física como determinantes das
mudanças do Índice de Massa Corporal de uma coorte de
adolescentes matriculados na rede pública de ensino da cidade
de Piracicaba, São Paulo”
(Processo FAPESP n°02/9521-9)
Coordenadora: Profa. Dra. Betzabeth Slater
APRESENTAÇÃO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA
“LUIZ DE QUEIROZ”
FACULDADE
DE
SAÚDE
PÚBLICA
DEPARTAMENTO
DE
NUTRIÇÃO
O papel do pesquisador de campo em qualquer pesquisa é de extrema
importância, considerando que todos os dados utilizados como base para as análises
posteriores serão obtidos por meio de entrevistas e registros de medidas. O
entrevistador deve ter em mente a relevância do seu trabalho e a seriedade de sua
postura para o sucesso da pesquisa.
Cabe ressaltar o respeito com que deve ser feita a abordagem dos
indivíduos a serem entrevistados, principalmente por se tratar de escolares de
diferentes idades e provenientes de contextos socioculturais e econômicos distintos.
É importante que o entrevistador mantenha uma relação amistosa ao longo de todo o
preenchimento do questionário, desde a apresentação inicial ao encerramento da
entrevista. O papel do entrevistador deve ser desempenhado com calma e paciência,
colocando-se à disposição do entrevistado para esclarecimento de eventuais vidas.
Dessa forma, poderão ser obtidos dados fidedignos que realmente contemplem o
objetivo da pesquisa.
O presente manual apresenta a forma de abordagem do entrevistado em
cada seção da pesquisa, além de esclarecer detalhes importantes sobre os
questionários. Visa, portanto, capacitar os pesquisadores de campo para conduzirem
adequadamente as entrevistas e avaliações desta pesquisa.
Serão apresentadas várias orientações relativas a cada questionário que
deverá ser preenchido com os entrevistados. Ainda que o pesquisador de campo seja
inicialmente designado para assumir uma ou mais etapas da pesquisa, é necessário
prestar atenção e ter conhecimento na forma de avaliação da totalidade dos
questionários, tendo em vista que eventualmente possa ser necessário o revezamento
do pesquisador de campo.
Pode-se observar que o manual está dividido por módulos, sendo que
cada módulo é representado por uma letra. Por exemplo, a letra A refere-se à
avaliação do Programa de Alimentação Escolar; a letra B refere-se à avaliação da
percepção corporal; a letra C refere-se à avaliação da percepção alimentar e assim
por diante. Dentro de cada dulo, uma numeração contínua (módulo A:
numeração de A1 a A29, dulo B: numeração de B1 a B3, módulo C: numeração
de C1 a C20, etc). É necessário prestar atenção na numeração, tendo em vista que a
resposta a várias questões determina qual será a próxima pergunta a ser respondida
(instrução identificada pelo símbolo ). As opções de resposta também são
numeradas e o entrevistador deve apenas circular a escolhida pelo participante, caso
não haja orientação para algum preenchimento distinto.
Os participantes de 7 a 10 anos incompletos (9 anos e 11 meses) deverão
responder os questionários relativos apenas aos três módulos a saber: identificação,
questionário de avaliação do Programa de Alimentação Escolar e antropometria,
sendo que levarão o recordatório de 24 horas modificado e o questionário
socioeconômico para ser preenchidos em casa. os participantes de 10 anos
completos a 14 anos deverão preencher todos os módulos apresentados neste manual,
levando também o questionário socioeconômico para ser preenchido em casa.
IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA E DO ALUNO
Antes de receber o entrevistado, tenha ao seu alcance o material necessário
para a entrevista (lápis, apontador e borracha). Não preencha à caneta e evite
rasuras.
O quadro referente à identificação da escola deve ser preenchido
previamente.
A primeira seção da pesquisa corresponde ao recebimento do entrevistado e
apresentação geral do projeto para o mesmo. Em seguida, são registrados
dados essenciais para as futuras análises, como data de nascimento e sexo do
entrevistado. Alguns dados deverão estar preenchidos, mas é importante
confirmá-los com o entrevistado.
Ao receber o entrevistado, faça uma saudação informal e apresente-se ao
aluno. Esclareça que a pesquisa da qual ele participará neste momento tem o
objetivo de avaliar sua alimentação, tanto a recebida na escola como fora
desta, avaliar também seu crescimento e desenvolvimento e sua prática
de atividade física, de forma a desenvolver ações de alimentação e nutrição.
Esclareça que todas as informações que o entrevistado fornecer à pesquisa
serão mantidas sob sigilo, não serão divulgadas para outras pessoas, como
colegas, professores,... e serão utilizadas apenas para a finalidade deste
estudo.
Para dar início à pesquisa, informe que você precisa de alguns dados,
começando pelo seu nome completo. Confirme a informação escrita no
campo nome” e siga a seqüência de informações solicitadas para a
completa identificação do entrevistado.
Exemplo de abordagem: “Bom dia! Meu nome é Andréia e eu vou te explicar
sobre a pesquisa que você irá participar agora. Esta pesquisa vai avaliar seu
crescimento e desenvolvimento, sua alimentação, tanto em casa como na
escola, e sua prática de atividade física. Você será entrevistado por vários
pesquisadores e é muito importante que você participe de todas as
entrevistas. Tenha paciência. Inicialmente, preciso de algumas informações
suas, começando pelo seu nome completo”.
Ao término da entrevista, agradeça ao entrevistado por sua valiosa
colaboração. Assine no campo correspondente, entregue o questionário para o
aluno e encaminhe-o para a próxima seção da pesquisa, caso esta envolva
outro entrevistador.
QUESTIONÁRIO F: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
(QAFA)
1. Introdução sobre o QAFA:
Este questionário é um recordatório de atividade física habitual para
adolescentes entre 10 a 14 anos (QAFA). Ele é composto por 5 questões que
abrangem exercícios físicos praticados nos últimos 12 meses, participação nas
aulas de Educação Física escolar nos últimos 12 meses, atividades sedentárias
como assistir televisão, jogar vídeo-game e utilizar computador diariamente. Todas
estas atividades representam o cotidiano habitual dos adolescentes.
2. Orientação sobre a aplicação do QAFA:
O questionário é padronizado para ser aplicado na forma de entrevista e
as recomendações a serem seguidas em cada questão são expostas abaixo:
2.1. A primeira questão (F1) é referente à prática de exercícios físicos ou esportes
nos últimos 12 meses. Ela envolve o tipo de modalidade praticada, a freqüência e
duração semanal da modalidade e os meses por ano de prática. O questionário
disponibiliza até 3 opções de modalidades. Caso o adolescente pratique mais que 3
modalidades, deve-se obter, por meio de pergunta, as 3 modalidades principais. É
importante ressaltar os exercícios físicos e esportes praticados em academias e
escolas de esporte. Essas modalidades são diferentes da Educação Física escolar,
portanto, não contam modalidades praticadas na Educação Física escolar;
2.2. A questão F16 refere-se às aulas de Educação Física na escola. Ela envolve a
freqüência semanal das aulas e a duração total (em horas) de cada aula. Se o
adolescente for dispensado das aulas de Educação Física escolar, deve-se registrar
nos espaços específicos para a freqüência e a duração a expressão dispensado das
aulas”;
2.3. As questões F19 a F26 são referentes à inatividade física caracterizada por
jogos de vídeo-game, televisão e utilização de computadores, onde é perguntado o
tempo total diário em horas nestas atividades e quantas vezes por semana o
adolescente realizou as referidas atividades. É importante deixar que o adolescente
calcule o total de horas que ele permanece assistindo televisão, jogando vídeo-game
e utilizando computadores;
3. Preenchimento do questionário:
A abordagem do entrevistado deverá ser feita da mesma maneira que foi
descrita na seção anterior, colocando-se à disposição para responder
eventuais dúvidas.
Esclareça que esta parte do questionário objetiva avaliar suas atividades
físicas e esportes do dia-a-dia praticados em academias, clubes e escolas
de esporte. É importante esclarecer que aulas de Educação Física escolar
não são esportes. Quanto às questões de assistir televisão, jogar vídeo-game
e utilização do computador, destaca-se que as mesmas foram classificadas
como de inatividade física.
Siga a ordem das perguntas apresentadas no QAFA. Como regra geral, em
todas as questões, não se pode influenciar na resposta e deve-se deixar o
adolescente responder. Pode-se esclarecer as dúvidas com relação aos tipos
de atividades sicas. Caso ele não saiba ou não queria responder alguma
questão, deve-se anotar no quadro “não sabe” ou “não quer responder”.
Ao término da entrevista, agradeça ao entrevistado por sua valiosa
colaboração. Assine no campo correspondente, entregue o questionário para o
aluno e encaminhe-o para a próxima seção da pesquisa, caso esta envolva
outro entrevistador.
4. Cálculo de resultados do QAFA:
Os resultados das questões de atividades físicas (questões F1 a F18) são
expressos em gasto energético semanal, mensal e anual, levando-se em conta o gasto
energético de cada atividade em MET (equivalente metabólico de repouso), a
duração das atividades em minutos e o peso corporal dos adolescentes. No caso da
primeira questão (exercícios físicos ou esportes), também se pode calcular um escore
de atividades físicas. Os resultados das questões de inatividades físicas (questões F19
a F26) são expressos em gasto energético semanal e mensal, levando-se em conta o
gasto energético de cada atividade em MET (equivalente metabólico de repouso), a
duração das atividades em minutos e o peso corporal dos adolescentes, e servem para
critério de correção das questões de atividade física, subtraindo o gasto energético
obtido nestas atividades pelo gasto energético das atividades físicas.
QUESTIONÁRIO G: FREQÜÊNCIA ALIMENTAR
(QFAA)
1. Abordagem do entrevistado:
A abordagem do entrevistado deverá ser feita da mesma maneira que foi
descrita na seção anterior, colocando-se à disposição para responder
eventuais dúvidas. Posicione sua cadeira lado a lado com a do aluno, de
forma a que ele possa acompanhar o preenchimento do questionário para
facilitar a entrevista.
Esclareça que esta seção do questionário pretende avaliar a freqüência nos
últimos seis meses com que o entrevistado consumiu diversos alimentos.
Exemplo: “Bom dia, Cláudio! Meu nome é André e eu faço parte da pesquisa
da universidade. A entrevista que eu vou fazer com você agora vai avaliar a
freqüência com que você comeu ou bebeu diversos alimentos nos últimos seis
meses. Eu vou te fazer algumas perguntas, Cláudio, e se você tiver qualquer
dúvida durante a entrevista, fique à vontade para perguntar ou se você
quiser que eu leia novamente, não haverá problema algum.”
2.Orientações iniciais:
Explique que o questionário apresenta divisões que contemplam os
grupos de alimentos, como grupo do leite e produtos lácteos, grupo das
frutas, grupo das carnes e ovos, etc. Cada um dos grupos tem uma lista
de alimentos e/ou bebidas e o entrevistado deve relatar individualmente o
consumo de cada um deles.
Para descrever a freqüência de consumo, o aluno deve escolher entre sete
opções: nunca, menos de 1 vez por mês, de 1 a 3 vezes por s, 1 vez por
semana, de 2 a 4 vezes por semana, 1 vez por dia, 2 ou mais vezes por dia.
Para cada alimento, é apresentada uma sugestão de porção e a resposta do
aluno deve referir-se à porção sugerida.Oriente o aluno quanto aos ajustes
necessários caso a porção consumida nos últimos seis meses seja diferente
da porção sugerida. Quando achar necessário, mostre as fotos de utensílios
para facilitar a obtenção da resposta. Cite um exemplo: “Cláudio, uma
porção de leite integral é um copo cheio, mas eu tomo apenas meio copo de
leite todos os dias da semana. Por isso, meu consumo de leite integral não é
1 vez por dia. Eu teria que marcar de 2 a 4 vezes na semana porque na
verdade eu tomo 3 porções e meia na semana.”
3.Preenchimento do questionário:
Leia pausadamente um item por vez e assinale apenas com um “x” no campo
correspondente à opção escolhida pelo entrevistado. Marque as respostas com
atenção, tendo o cuidado de não assinalar mais de uma opção para o mesmo
alimento e também não deixe alimentos sem opção assinalada.
Para cada item, duas perguntas cabíveis. Primeira pergunta: “Nos
últimos seis meses, você comeu xx (determinado alimento)?”. Se a resposta
for negativa, assinale a opção “nunca”. Se a resposta for raramente assinale
“menos de 1 vez por mês”. Se for afirmativa, faça a segunda pergunta: “E
com que freqüência você comeu xxx (porção sugerida) desse alimento nos
últimos seis meses?”.
Assegure-se de que o entrevistado está realmente fornecendo a opção de
freqüência de consumo da quantidade sugerida.
Ao final do questionário, o entrevistado deve ser questionado sobre qualquer
outro alimento que seja consumido habitualmente e que o tenha sido
descrito anteriormente. Pergunte sobre alimentos consumidos em datas
especiais ou em algumas épocas do ano específicas, como comidas típicas de
festa junina ou mais consumidas no inverno (sopas, chocolate quente). Nesse
caso, descreva o alimento consumido, a quantidade e a freqüência de
consumo nos campos correspondentes.
Ao término da entrevista, agradeça ao entrevistado por sua valiosa
colaboração. Assine no campo correspondente, entregue o questionário para o
aluno e encaminhe-o para a próxima seção da pesquisa, caso esta envolva
outro entrevistador.
6. Orientações finais:
Ao término da entrevista, agradeça ao entrevistado por sua valiosa
colaboração. Assine no campo correspondente e guarde os questionários
preenchidos em local apropriado. Encaminhe o aluno para a entrega do
questionário de avaliação socioeconômica, caso esta envolva outro
entrevistador.
ANEXO 2
Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido
CARTA DE INFORMAÇÃO PARA OS PAIS/RESPONSÁVEIS DE
ALUNOS E TERMO DE CONSENTIMENTO
(Para escolares de 10 a 14 anos)
Pesquisa: “Consumo dietético e atividade física como determinantes das
mudanças do Índice de Massa Corporal de uma coorte de adolescentes
matriculados na rede pública de ensino da cidade de Piracicaba, São Paulo.”
(*)
A pesquisa que estamos desenvolvendo é financiada (Processo n
o
02/9521-9) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.
Integram a equipe do projeto pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz” - ESALQ/USP (Piracicaba) e da Faculdade de Saúde Pública –
FSP/USP da área de alimentação e nutrição.
Esta pesquisa terá início no mês de outubro (2004) e terá duração média,
em cada uma das escolas que integram a amostra, de uma semana. Os(as) alunos(as)
cujos pais/responsáveis concordarem com a participação dos filhos serão
entrevistados por pesquisadores treinados e preencherão os seguintes questionários,
em três períodos/fases a saber:
1 Recordatório alimentar de 24 horas (avalia o consumo de todos os alimentos
ingeridos pelo(a) aluno(a) nas últimas 24 horas;
1 Questionário de atividade física (que tem por objetivo avaliar as atividades físicas
do aluno e esportes do dia-a-dia praticados em academias, escolas de esporte, aulas
(*)
Complementa a pesquisa do CNPq: “Contrastes regionais nos custos, qualidade e
operacionalização do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e seu impacto
sobre os padrões alimentares da população brasileira”.
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA
LUIZ DE QUEIROZ
FACULDADE
DE
SAÚDE
PÚBLICA
DEPARTAMENTO
DE
NUTRIÇÃO
U
NIVERSIDADE DE
S
ÃO
P
AULO
de Educação Física escolar, utilização de bicicleta ou caminhada e tempo que
permanece em atividades de estudo);
1 Avaliação da maturação sexual planilhas de Tanner (avalia o grau de
desenvolvimento físico e características sexuais secundárias);
1 Questionário de Freqüência Alimentar (avalia a dieta habitual nos últimos seis
meses através da descrição do número de vezes em que determinados alimentos são
consumidos em um período);
1 Questionário com perguntas sobre as condições econômicas e de estilo de vida da
família do(a) aluno(a). Esse questionário será levado para casa para que os
pais/responsáveis respondam e devolvam (no dia marcado) o questionário na
escola. O(a) aluno(a) poderá levá-lo e entregá-lo na Diretoria da Escola.
Aferição de peso corporal e a altura.
A pesquisa foi avaliada pelo Comitê de Ética da Faculdade de Saúde
Pública (USP) tendo como identificação do protocolo o número 848.
A seguir,o apresentados alguns itens que devem ser analisados atentamente
por V.S
a
. No caso do(a) senhor(a) se considerar esclarecido(a) e concordar com os
itens apresentados, por favor assine o termo de consentimento (apresentado na folha
seguinte) que deverá ser devolvido aos pesquisadores responsáveis (nomes e
endereço para contatos de esclarecimento no final desta página).
Fui esclarecido sobre os objetivos da pesquisa;
Fui esclarecido sobre as informações que deverão ser fornecidas sobre
alimentação, atividade física e maturação sexual;
Que as crianças serão pesadas e medidas;
Que o presente estudo não trará nenhum risco para a integridade física ou moral
do menor;
Que poderei obter informações, diretamente com os pesquisadores responsáveis,
sobre o conjunto de procedimentos adotados durante a pesquisa;
Que não terei quaisquer gastos relacionados à pesquisa;
Que tenho a liberdade de não colaborar ou desistir a qualquer momento, durante
a realização da pesquisa;
Que o conjunto dos resultados da pesquisa serão fornecidos para a escola, sem a
identificação/divulgação do nome dos participantes;
Que apenas devo concordar (consentir) com a participação do menor se o mesmo
não apresentar problemas de saúde importantes tais como: pressão alta,
problemas cardíacos ou outra doença.
Os pesquisadores responsáveis garantem que:
As informações obtidas junto ao aluno o de caráter confidencial, sendo que
essas poderão ser divulgadas em congressos científicos e publicadas em revistas
especializadas, sem a identificação/divulgação do nome dos participantes;
Esta pesquisa/ estudo não prejudicará as atividades dos alunos, durante a jornada
de aula.
Senhor Responsável: este termo de consentimento deverá ser devolvido
preenchido e assinado até ___/___/___, na Escola.
Prof
a
Dr
a
Betzabeth Slater Villar
Tel.: (11) 3066-7701 – R. 243
Faculdade de Saúde Pública – USP – São Paulo
Prof
a
Dr
a
Marina Vieira da Silva
Tel.: (19) 3429-4225
ESALQ – USP – Piracicaba
Observação: devolver somente a última página.
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, ______________________________________________________, responsável
pelo(a) aluno(a) ______________________________________________________,
da escola _______________________________________________, matriculado(a)
na _________ série, declaro que entendi e não tenho qualquer dúvida a respeito da
carta contendo as informações sobre a pesquisa. Assim sendo, autorizo o(a) aluno(a)
pelo qual sou responsável a participar desta pesquisa.
Local: _____________________, _____ de ________________ de 2004.
___________________________________ _____________________
Assinatura do responsável pelo aluno RG do responsável
ANEXO 3
Desenvolvimento puberal
segundo critérios de Tanner e
questionário da avaliação da
maturação sexual
QUESTIONÁRIO: AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO SEXUAL
SEXO FEMININO
Estágios de Tanner: D1. Mamas:
1. M1
2. M2
3. M3
4. M4
5. M5
D2. Pêlos Pubianos:
1. P1
2. P2
3. P3
4. P4
5. P5
D3. Menarca:
1. Sim. D4. Idade da menarca: Anos
2. Não.
3. Não sabe/ não lembra.
SEXO MASCULINO
Estágios de Tanner: D5. Genitália
6. G1
7. G2
8. G3
9. G4
10. G5
D6. Pêlos Pubianos
6. P1
7. P2
8. P3
9. P4
10. P5
ASSINATURA:
ANEXO 4
Questionário de Avaliação da
Atividade Física (QAFA)
PESQUISA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
1. Escola:
2. Endereço:
3. Bairro: 4. Cidade:
5. Estado: 6. Telefone: (0XX____) _______________
7. E-mail:
IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO
1. Nome:
2. Série que freqüenta: 3. Período: 1. Manhã 2. Tarde 3. Noite
4. Data de nascimento: ___/___/___ 5. Data da entrevista: ___/___/___
6. Sexo: 1. Masculino 2. Feminino 7. Identificação do questionário: nº_____
8. Endereço: N
o
Compl:
9. Bairro: 10. Cidade: 11. Estado:
12. Telefone (casa): (0XX___) ____________________
13. Telefone (recado para pais/responsáveis): (0XX___) _____________________
ASSINATURA:
____________________________________________________________________
QUESTIONÁRIO B: AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO CORPORAL
B1. Quanto você acha que está pesando agora? . kg
B2. Quanto você acha que tem de altura hoje? . m
B3. O que você acha do seu peso? Com qual das seguintes opções você concorda:
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA
“LUIZ DE QUEIROZ”
FACULDADE
DE
SAÚDE
PÚBLICA
DEPARTAMENTO
DE
NUTRIÇÃO
1. Você acha que seu peso está muito alto para sua altura.
2. Você acha que seu peso está alto para a sua altura.
3. Você acha que seu peso está adequado para a sua altura.
4. Você acha que seu peso está baixo para a sua altura.
5. Você acha que seu peso está muito baixo para a sua altura.
ASSINATURA:
E. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
E1. Peso aferido: kg kg
E2. Altura aferida: m m
ASSINATURA:
QUESTIONÁRIO F: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA (QAFA)
F1. Você pratica ou praticou esporte ou exercício físico em clubes, academias,
escolas de esportes, parques, ruas ou em casa nos últimos 12 meses?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (passe para questão F16)
F2. Qual esporte ou exercício físico você pratica ou praticou mais freqüentemente?
F3. Quantas horas por dia você pratica ou praticou?
F4. Quantas vezes por semana você pratica ou praticou?
F5. Quantos meses por ano você pratica ou praticou?
F6. Você pratica ou praticou um segundo esporte ou exercício físico?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (passe para questão F16)
F7. Qual esporte ou exercício físico você pratica ou praticou?
F8. Quantas horas por dia você pratica ou praticou?
F9. Quantas vezes por semana você pratica ou praticou?
F10. Quantos meses por ano você pratica ou praticou?
F11. Você pratica ou praticou um terceiro esporte ou exercício físico?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (passe para questão F16)
F12. Qual esporte ou exercício físico você pratica ou praticou?
F13. Quantas horas por dia você pratica ou praticou?
F14. Quantas vezes por semana você pratica ou praticou?
F15. Quantos meses por ano você pratica ou praticou?
F16. Você participa das aulas de Educação Física escolar?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (passe para questão F19)
3. É dispensado (passe para questão F19)
F17. Quantas aulas por semana?
F18. Qual a duração de cada aula?
F19. Você costuma ir de bicicleta ou a pé para a escola, clube, academia ou cursos
em geral?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (passe para questão F21)
F20. Quantas horas por dia você gasta nessas atividades?
INATIVIDADE FÍSICA
F21. Quantas horas por dia você costuma assistir à televisão nos dias de semana?
F22. Quantas horas você costuma assistir à televisão nos finais de semana, somando
sábado e domingo?
F23. Você costuma jogar vídeo-game?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (passe para questão F26)
F24. Quantas horas por dia você costuma jogar vídeo-game?
F25. Quantas vezes por semana você costuma jogar vídeo-game?
F26. Você costuma usar o computador?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (fim deste questionário; passe para a próxima seção)
F27. Quantas horas por dia você costuma usar o computador?
F28. Quantas vezes por semana você costuma usar o computador?
ANOTAÇÕES GERAIS:
ASSINATURA:
ANEXO 5
Questionário de Avaliação de
Freqüência Alimentar para
Adolescentes (QFAA)
QUESTIONÁRIO G: FREQÜÊNCIA ALIMENTAR (QFAA)
I. Doces, salgadinhos e guloseimas:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G1. Batatinha tipo
chips ou Salgadinho
1/2 pacote
grande
G2. Chocolate/
Brigadeiro
1 tablete/
1 barrinha peq/
3 unidades peq
G3. Bolo comum/ Bolo
Pullman
1 fatia média
G4. Sorvete massa/
palito
2 bolas/
1 unidade
G5. Achocolatado em
pó (Nescau, Quick,
etc.)
2 colheres de
sopa rasa
G6. Pipoca estourada
(doce ou salgada)
1 saco médio de
pipoqueiro
G7. Açúcar adicionado
em café, chá, leite, etc.
2 colheres
sobremesa
G8. Balas
2 unidades
G9. Doces de frutas
(goiabada, marmelada,
doce abóbora)
1 fatia fina/
1 unidade média
G10. Sobremesas tipo
mousse
1 taça/
1 pote
G11. Croissant de
chocolate
1 unidade média
II. Salgados e preparações:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G12. Cheesebúrger de
carne/ frango
1 sanduíche
G13. Sanduíche (misto,
queijo, frios ou
quentes)
1 sanduíche
G14. Sanduíche natural
1 sanduíche
G15. Coxinha/ Risólis/
Pastel/ Enroladinho
frito de presunto e
queijo
1 unidade
média
G16. Pão de queijo
1 unidade
média
G17. Esfiha / Empada /
Pão de Batata /
Enroladinho assado de
presunto e queijo
1 unidade
média
G18. Salada de batata
com maionese
1 colher de
servir
G19. Sopa (canja,
feijão, legumes)
1 prato fundo
G20. Farofa (de farinha
de mandioca)
1 colher de
servir
G21. Pizza
1 fatia média
G22. Cachorro quente
1 sanduíche
G23. Croissant
presunto e queijo
1 unidade
média
III. Leites e produtos lácteos:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G24. Leite integral
1 copo de
requeijão cheio
G25. Leite desnatado
1 copo de
requeijão cheio
G26. Leite fermentado
(Yakult
®
)
1 garrafinha
G27. Iogurte natural/
frutas
1 pote
G28. Iogurte diet
1 pote
G29. Queijo minas
frescal/ ricota, cottage
1 fatia média
G30. Requeijão
1 colher de sopa
IV. Óleos e Gorduras:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G31. Maionese
tradicional
1 colher de sopa
G32. Manteiga (origem
animal)
1 ponta de faca
G33. Margarina
(origem vegetal)
1 ponta de faca
G34. Azeite de Oliva
1 colher de café
V. Cereais, pães e tubérculos:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G35. Arroz cozido
4 colhs. de sopa/
1½ colher de
servir/ 1
escumad. grande
G36. Macarrão/
instantâneo/ ao
sugo/ manteiga
3 colheres de
servir/ pegador
G37. Massas (lasanha,
raviole, capeleti)
1 pedaço médio/
1 prato raso
G38. Biscoitos sem
recheio/ cream craker
15 unidades
G39. Biscoitos com
recheio
7 unidades
G40. Pão francês/
forma/ integral/
caseiro/ pão de hot dog
1 1/2 unidade/
3 fatias
G41. Cereal matinal
tipo
Sucrilhos
®
/ Barra
de cereal
1 xícara de chá/
1 unidade
G42. Batatas fritas de
palito
1 saquinho
pequeno/
1 colh.er de
servir
G43. Batatas (purê,
sautée)
1 colher de
servir
G44. Polenta (cozida
ou frita)
5 barrinhas
médias/ 5
colheres de sopa
G45. Mandioca cozida
2 pedaços
médios
G46. Pamonha doce/
salgada
1 unidade média
VI. Verduras e legumes:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G47. Alface
1 porção /
6 folhas médias
G48. Acelga/ repolho
2 colheres de
servir
G49. Agrião/ rúcula
3 ramos/
5 folhas médias
G50. Couve-flor
2 ramos médios
G51. Beterraba
1 colher de
servir
G52. Cenoura
1 colher de
servir
G53. Espinafre/ couve
1 colher de
servir
G54. Ervilha
2 colheres de
sopa
G55. Milho verde
1 colher de sopa
G56. Pepino
6 fatias médias
G57. Tomate
3 fatias médias
VII. Frutas:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G58. Abacate
½ unidade
G59. Abacaxi
1 fatia média
G60. Banana
1 unidade média
G61. Laranja/
mexerica
1 unidade média
G62. Maçã/ pêra
1 unidade média
G63. Mamão
1 fatia média
G64. Melão/ Melancia
1 fatia média
G65. Manga
1/2 unidade
média
G66. Morangos
½ xícara de chá
G67. Uva
1 cacho médio
VIII. Feijão:
IX. Carnes e Ovos:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G69. Carne cozida (bife
role/ moída/ de
panela/ picadinho)
1 fatia média/
1 C.de servir/
1 unidade
média
G70. Bife frito/ bife à
milanesa
1 unidade média
G71. Frango cozido/
assado/
grelhado/ frito
1 pedaço médio/
1 unidade média
G72. Peixe frito
1 filé médio/
posta
G73. Carne suína
(bisteca/ lombo)
1 unidade
média/
1 fatia média
G74. Ovo frito/
mexido/
Omelete
1 unidade
média/
1 pedaço médio
G75. Embutidos
(presunto/ peito de
peru, mortadela,
salame etc)
2 fatias médias
G76. Salsicha
1 1/2 unidade
G77. Lingüiça
1 gomo médio
X. Bebidas:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G78. Refrigerante
normal
1 1/2 copo de
requeijão/ 1 lata
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G68. Feijão (marrom
ou preto)
1 ½ concha
média
G79. Refrigerante diet
1 1/2 copo de
requeijão/ 1 lata
G80. Chá mate com
sabor
1 lata
G81. Suco de abacaxi
com açúcar
1 copo de
requeijão
G82. Suco de laranja/
mexerica com açúcar
1 copo de
requeijão
G83. Suco de mamão
com açúcar
1 copo de
requeijão
G84. Suco de melão/
melancia com açúcar
1 copo de
requeijão
G85. Limonada/
laranjada com açúcar
1 copo de
requeijão
G86. Sucos naturais
com leite/ Vitaminas
de frutas
1 copo de
requeijão
G87. Sucos artificiais
1 copo de
requeijão
G88. Café
1 xícara de ca
pequena
G89. Cerveja
1 copo médio
G90. Vinho
1 copo médio
G91. Batida
1 copo médio
G92. Água
1 copo de
requeijão
G93. Chimarrão
1 cuia
XI. Outros:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G94. Adoçante gotas/
XII. Não mencionados:
ALIMENTO QUANTIDADE
Nunca
menos
de 1X
mês
1 a
3X
mês
1X
por
sem
2 a
4X
sem
1X
dia
2 ou
mais
X
dia
G95.
G96.
G97.
G98.
G99.
G100.
G101.
G102.
G103.
G104.
G105. Toma vitamina e/ou suplemento?
1. Sim (passe para questão seguinte)
2. Não (fim deste questionário; passe para a próxima seção)
G106. Qual (is) tipo (s)? ___________________________________
G107. Quanto? ___________________________________________
G108. Freqüência:
1. Nunca
2. Menos de 1 vez por mês
3. De 1 a 3 vezes por mês
4. 1 vez por semana
5. De 2 a 4 vezes por semana
6. 1 vez ao dia
7. De 2 a mais vezes ao dia
ASSINATURA:
QUESTIONÁRIO H: RECORDATÓRIO DE 24 HORAS
H1. Que dia da semana foi ontem? (Atenção: o entrevistador deve responder esta
questão, não solicite a resposta ao entrevistado)
1. Segunda-feira
2. Terça-feira
3. Quarta-feira
4. Quinta-feira
5. Sexta-feira
6. Sábado
7. Domingo
CAFÉ DA MANHÃ
H2. Ontem você tomou café da manhã?
1. Sim (
passe para questão seguinte)
2. Não (
passe para questão H5- Período da Manhã)
H3. A que horas você tomou seu café da manhã? _________
H4. Onde você tomou seu café da manhã?
1. Em casa.
2. Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela
escola.
3. Na escola: alimentos trazidos de casa.
4. Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores
de rua.
5. Outro local. Qual? ______________________________________
CAFÉ-DA-MANHÃ
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas
caseiras)
PERÍODO DA MANHÃ
H5. Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa entre o café da
manhã e almoço?
1. Sim (
passe para questão seguinte)
2. Não (
passe para questão H7- Almoço)
H6. Onde você comeu esses alimentos?
1. Em casa.
2. Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela
escola.
3. Na escola: alimentos trazidos de casa.
4. Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores
de rua.
5. Outro local. Qual? ______________________________________
PERÍODO DA MANHÃ
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas
caseiras)
ALMOÇO
H7. Ontem você almoçou?
1. Sim (
passe para questão seguinte)
2. Não (
passe para questão H10- Período da Tarde)
H8. A que horas você almoçou? _________
H9. Onde você almoçou?
1. Em casa.
2. Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela
escola.
3. Na escola: alimentos trazidos de casa.
4. Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores
de rua.
5. Outro local. Qual? ______________________________________
ALMOÇO
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas
caseiras)
PERÍODO DA TARDE
H10. Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa entre o almoço e o jantar?
1. Sim (
passe para questão seguinte)
2. Não (
passe para questão H12- Jantar)
H11. Onde você comeu esses alimentos?
1. Em casa.
2. Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela
escola.
3. Na escola: alimentos trazidos de casa.
4. Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores
de rua.
5. Outro local. Qual? ______________________________________
PERÍODO DA TARDE
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas
caseiras)
JANTAR
H12. Ontem você jantou?
1. Sim (
passe para questão seguinte)
2. Não (
passe para questão H15- Período da Noite)
H13. A que horas você jantou? _________
H14. Onde você jantou?
1. Em casa.
2. Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela
escola.
3. Na escola: alimentos trazidos de casa.
4. Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores
de rua.
5. Outro local. Qual? ______________________________________
JANTAR
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas
caseiras)
PERÍODO DA NOITE
H15. Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa depois do jantar (ou antes de
dormir)?
1. Sim (
passe para questão seguinte)
2. Não (
passe para questão H17-Hábitos Alimentares)
H16. Onde você comeu esses alimentos?
1. Em casa.
2. Outro local. Qual? ______________________________________
PERÍODO DA NOITE
ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas
caseiras)
HÁBITOS ALIMENTARES
Assinale as refeições realizadas normalmente (4 vezes por semana ou mais) e o
respectivo local:
H17. Café da manhã: 1. Sim. Local?________________________
2. Não
H18. Lanche da manhã/ merenda: 1. Sim. Local?________________________
2. Não
H19. Almoço: 1. Sim. Local?________________________
2. Não
H20. Lanche da tarde/ merenda 1. Sim. Local?________________________
2. Não
H21. Jantar: 1. Sim. Local?________________________
2. Não
H22. Lanche da noite: 1. Sim. Local?________________________
2. Não
ASSINATURA:
ANEXO 6
Questionário de Avaliação do
Nível Socioeconômico
QUESTIONÁRIO PARA PAIS E/OU RESPONSÁVEIS
IDENTIFICAÇÃO DA FAMÍLIA E CONDIÇÕES DE VIDA DO ESCOLAR
IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
1. Escola:
2. Endereço:
3. Bairro: 4. Cidade:
5. Estado: 6. Telefone: (0XX___) _____________
7. E-mail:
IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO
1. Nome:
2. Série que freqüenta: 3. Período: 1. Manhã 2. Tarde 3. Noite
4. Data de nascimento: ___/_____/___ 5. Data da entrevista: _____/_____/_____
6. Sexo: 1. Masculino 2. Feminino 7. Identificação do questionário: nº_____
8. Endereço: N
o
Compl:
9. Bairro: 10. Cidade: 11. Estado:
12. Telefone (casa): (0XX___) _________________
13. Telefone (recado para pais/responsáveis): (0XX___) _________________
IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA QUE RESPONDEU O QUESTIONÁRIO
1. Data: _____/_____/_____
2. Nome: 3. Idade: _______ anos
4. Grau de parentesco com a criança / adolescente:
1. ( ) Pai
2. ( ) Mãe
3. ( ) Irmão/Irmã
4. ( ) Avô/Avó
5. ( ) Outro. Especificar: __________________
1. A criança (ou adolescente) que está participando desta pesquisa freqüentou creche
antes de completar 5 anos de idade?
1. ( ) Sim
PESQUISA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - CNPq
FACULDADE
DE
SAÚDE
PÚBLICA
DEPARTAMENTO
DE
NUTRIÇÃO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA
“LUIZ DE QUEIROZ”
2. ( ) Não
3. ( ) Não sei
2. Se você respondeu que a criança freqüentou a creche, escreva por quanto tempo
(escreva o tempo acompanhado, por exemplo dias, meses ou anos):
__________________________________
ESTA PARTE DO QUESTIONÁRIO É REFERENTE AO RESPONSÁVEL DO
SEXO MASCULINO PELA CRIANÇA OU ADOLESCENTE
3. Quem é o responsável do sexo masculino pela criança (ou adolescente)?
1. ( ) Pai
2. ( ) Padrasto
3. ( ) Avô
4. ( ) Outro. Especificar: __________________
5. ( ) Não sei
6. ( ) A criança (ou adolescente) não tem responsável do sexo masculino
(passe para questão 11)
4. O responsável do sexo masculino mora com a criança (ou adolescente)?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
3. ( ) Não sei
5. Qual é a idade do responsável do sexo masculino pela criança (ou adolescente)?
1. ( ) ______________ anos
2. ( ) Não sei
6. Até que série o responsável do sexo masculino estudou?
1. ( ) Nunca freqüentou a escola
2. ( ) Nunca freqüentou a escola, mas sabe ler e escrever
3. ( ) 1
o
grau incompleto
4. ( ) 1
o
grau completo
5. ( ) 2
o
grau incompleto
6. ( ) 2
o
grau completo
7. ( ) Curso técnico de nível médio incompleto
8. ( ) Curso técnico de nível médio completo
9. ( ) Curso superior incompleto
10. ( ) Curso superior completo
11. ( ) Não sei
7. Atualmente, o responsável do sexo masculino exerce alguma atividade
remunerada (trabalho)?
1. ( ) Sim
2. ( ) Sim, mas está afastado por motivo de doença
3. ( ) Sim, e também é aposentado
4. ( ) Não, porque está desempregado
5. ( ) Não, porque é aposentado ou pensionista
6. ( ) Não, porque é somente estudante
7. ( ) Outro. Especificar: _______________________________
8. ( ) Não sei
8. O responsável do sexo masculino é:
1. ( ) Trabalhador assalariado (com carteira profissional assinada)
2. ( ) Trabalhador assalariado (sem carteira profissional assinada)
3. ( ) Trabalhador sem remuneração
4. ( ) Trabalhador por conta própria com estabelecimento
5. ( ) Trabalhador por conta própria sem estabelecimento
6. ( ) Não sei
9. Escreva quanto o responsável do sexo masculino recebeu em dinheiro no
mês passado (junte todos os ganhos, por exemplo, o salário do trabalho, pensão,
aposentadoria ou outras rendas):
1. ( ) R$ ________________________
2. ( ) Não sei
ESTA PARTE DO QUESTIONÁRIO É REFERENTE À RESPONSÁVEL DO
SEXO FEMININO PELA CRIANÇA OU ADOLESCENTE
10. Quem é a responsável do sexo feminino pela criança (ou adolescente)?
1. ( ) Mãe
2. ( ) Madrasta
3. ( ) Avó
4. ( ) Outra. Especificar: __________________
5. ( ) Não sei
6. ( )A criança (ou adolescente) não tem responsável do sexo feminino
(passe para questão 18)
11. A responsável do sexo feminino mora com a criança (ou adolescente)?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
3. ( ) Não sei
12. Qual é a idade da responsável do sexo feminino pela criança (ou adolescente)?
1. ( ) ______________ anos
2. ( ) Não sei
13. Até que série a responsável do sexo feminino estudou?
1. ( ) Nunca freqüentou a escola
2. ( ) Nunca freqüentou a escola, mas sabe ler e escrever
3. ( ) 1
o
grau incompleto
4. ( ) 1
o
grau completo
5. ( ) 2
o
grau incompleto
6. ( ) 2
o
grau completo
7. ( ) Curso técnico de nível médio incompleto
8. ( ) Curso técnico de nível médio completo
9. ( ) Curso superior incompleto
10. ( ) Curso superior completo
11. ( ) Não sei
14. Atualmente, a responsável do sexo feminino exerce alguma atividade remunerada
(trabalho)?
1. ( ) Sim
2. ( ) Sim, mas está afastada por motivo de doença
3. ( ) Sim, e também é aposentada
4. ( ) Não, porque está desempregada
5. ( ) Não, porque é aposentada ou pensionista
6. ( ) Não, porque é dona-de-casa
7. ( ) Não, porque é somente estudante
8. ( ) Outro. Especificar: _______________________________
9. ( ) Não sei
15. A responsável do sexo feminino é:
1. ( ) Trabalhadora assalariada (com carteira profissional assinada)
2. ( ) Trabalhadora assalariada (sem carteira profissional assinada)
3. ( ) Trabalhadora sem remuneração
4. ( ) Trabalhadora por conta própria com estabelecimento
5. ( ) Trabalhadora por conta própria sem estabelecimento
6. ( ) Não sei
16. Escreva quanto a responsável do sexo feminino recebeu em dinheiro no mês
passado (junte todos os ganhos, por exemplo, o salário do trabalho, pensão,
aposentadoria ou outras rendas):
1. ( ) R$ ________________________
2. ( ) Não sei
17. Alguma pessoa da família está inscrita em algum programa de donativo
(exemplo: igreja, ONG,...) ou do governo (exemplo: prefeitura, governo
federal,...)?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
3. ( ) Não sei
18. Se alguma pessoa família recebe dinheiro de algum programa, por favor escreva
abaixo o(s) nome(s) do(s) programa(s) e o valor (total) recebido no último mês:
1. Nome do programa: ______________________________________________
2. Valor (total) recebido: R$__________________________________________
AS QUESTÕES A SEGUIR REFEREM-SE AO DOMICÍLIO ONDE A
CRIANÇA OU ADOLESCENTE MORA
19. Qual é o número de famílias que mora na residência?
1. ( ) Uma família
2. ( ) Mais de uma família. Quantas? _____________
3. ( ) Não sei
20. Qual é o número de moradores na residência?
1. ( ) ________ moradores
2. ( ) Não sei.
21. Qual é o número total de crianças com idade até 10 anos que moram na
residência?
1. ( ) ________ crianças
2. ( ) Não sei.
22. Características da residência:
1. ( ) Casa
2. ( ) Apartamento
3. ( ) Barraco
4. ( ) Casa de cômodos, quartos e/ou cortiço
5. ( ) Outra. Especificar: ____________________
6. ( ) Não sei
23. A residência é:
1. ( ) Emprestada
2. ( ) Alugada
3. ( ) Própria já paga
4. ( ) Própria pagando
5. ( ) Outro. Especificar: ___________________
6. ( ) Não sei
24. Quantos CÔMODOS
têm na residência, tirando o banheiro:
1. ( ) ________ cômodos
2. ( ) Não sei.
25. A RUA
da residência é asfaltada ou com paralelepípedo?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
3. ( ) Não sei
26. O ABASTECIMENTO DE ÁGUA na residência é de:
1. ( ) Rede pública
2. ( ) Poço ou nascente
3. ( ) Outro. Especificar_________________
4. ( ) Não sei
27. A INSTALAÇÃO SANITÁRIA
(banheiros) é:
1. ( ) Dentro da residência
2. ( ) Fora da residência
3. ( ) Outro. Especificar:_________________
4. ( ) Não sei
28. Qual é o destino do ESGOTO
?
1. ( ) Rede Pública
2. ( ) Fossa
3. ( ) Céu aberto
4. ( ) Não sei
29. Qual é o destino do LIXO?
1. ( ) Coleta pública regular
2. ( ) Outro. Especificar: ______________
3. ( ) Não sei
30. Dos equipamentos abaixo, faça um X naquele(s) que estão disponíveis na casa
onde mora a criança (ou adolescente) que está participando desta pesquisa.
Escreva na frente de cada um dos equipamentos, a quantidade (número) que tem
na casa:
1. ( ) Geladeira: ______
2. ( ) Freezer: ______
3. ( ) Televisão: ______
4. ( ) Máquina de lavar
roupas:______
5. ( ) Aparelho de som: ______
6. ( ) Aparelho de vídeo: ____
7. ( ) Aparelho de DVD: _____
8. ( ) Aspirador de pó: ______
____________________________________
Assinatura do responsável pelo
preenchimento
Muito obrigado pela sua colaboração com a
nossa pesquisa!
9. ( ) Máquina de lavar louça: __
10. ( ) Ar condicionado: ______
11. ( ) Telefone fixo: ______
12. ( ) Telefone celular: ______
13. ( ) Computador: ______
14. ( ) Forno de microondas: ____
15. ( ) Carro: ______
16. ( ) Moto: ______
17. ( ) Não sei
ANEXO 7
Resíduos dos Modelos de Regressão
Linear Múltipla
Análise de resíduos do modelo de regressão linear múltipla dos meninos
22201816
Regression Adjusted (Press) Predicted Value
5
4
3
2
1
0
-1
-2
Regression Standardized Residual
sexo: fem
Dependent Variable: IMC
Análise de resíduos do modelo de regressão linear múltipla das meninas
23222120191817
Regression Adjusted (Press) Predicted Value
4
3
2
1
0
-1
-2
Regression Standardized Residual
sexo: masc
Dependent Variable: IMC
ANEXO 8
Aprovação do Comitê de Ética
ANEXO 9
Autorização do Dirigente
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo