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Após a Primeira Guerra Mundial, a chegada da Missão Militar Francesa ao Brasil
contribuiu para expressivas mudanças no Exército Brasileiro. A partir de 1922, o Exército
estabeleceu-se como centro de referência na área eqüestre (BASTOS FILHO, 1994). Neste
mesmo ano foi criada a Escola de Equitação do Exército.
Em razão do fracasso da Equipe Brasileira no Concurso Hípico Internacional
Centenário da Independência, foi criado, em 1923, o Núcleo de Adestramento de Equitação
nas dependências da Escola de Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro. Passando por
várias designações, historicamente a equitação sempre fez parte do treinamento militar, mas,
com a proximidade da Segunda Guerra Mundial, o funcionamento do Curso Especial de
Equitação foi suspenso. Em 1946 foi criado o Centro de Aperfeiçoamento e Especialização do
Realengo e, dentre outros, ressurgiu o Curso Especial de Equitação, nas dependências do
Departamento de Equitação e de Educação Física da Escola Militar do Realengo, onde se
manteve até dezembro de 1995 (LIMA et al., 2006).
Na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) o eqüino também possui
importante destaque. Desde 1831 a Nova Polícia, antecessora da PMERJ, realizava atividades
com seus componentes circulando, dia e noite, a pé ou montados em cavalo, prendendo
criminosos, suspeitos, portadores de armas não-autorizadas e praticantes de atos ofensivos à
moral pública (PMERJ, 2007).
2.1.2 O uso atual do eqüino em atividades militares
O eqüino militar deve possuir características morfofisiológicas adequadas ao emprego
militar, sendo possuidor de condições de saúde, resistência, força e velocidade que o tornem
apto a suportar trabalhos contínuos e variados nas três andaduras, passo, trote e galope. Logo,
para ser incorporado ao quadro de animais do Exército, o eqüino deve atender aos requisitos
básicos do cavalo militar, quais sejam, ter idade de três a oito anos, inclusive; obedecer à
altura mínima estabelecida, que varia de 1,45 a 1,60m, dependendo de sua categoria; ser
sadio, sem taras e sem vícios; possuir boa capacidade cárdio-respiratória; possuir boa
cobertura muscular; ter boa compleição e bons aprumos; andar ao passo, trote e galope, não
sendo permitido animal marchador; estar castrado, se eqüino macho, exceto o destinado à
reprodução; ser manso, isto é, deixar-se tocar, flexionar os membros, cabrestear com
facilidade, encilhar e montar por uma só pessoa e atender a outras especificações
estabelecidas pela Diretoria de Suprimento do Exército Brasileiro (EB – DLog, 2003).
Atualmente o Exército Brasileiro possui cerca de 1820 eqüinos distribuídos em quase
todo território nacional em diversas unidades militares, exceto na Região Norte, sendo
utilizados em diferentes atividades (CAMPOS et al., 2007), tais como: ações de Garantia da
Lei e da Ordem nos Regimentos de Cavalaria (1º, 3º e REsC); participação em Cerimonial
Militar como desfiles, guarda de honra e escoltas de autoridades; patrulhamento em
Organizações Militares e nos Campos de Instrução; instrução militar nas escolas de formação
de oficiais e praças, Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), Escola de Sargentos das
Armas (EsSA) e Escola de Equitação do Exército (EsEqEx); produção de imunobiológicos
(soro antiofídico) em convênio do Ministério da Saúde com o Instituto de Biologia do
Exército (IBEx); prática desportiva, integrando comissões de desportos nacionais; atividades
de eqüoterapia e programas de estudo e melhoramento da eqüideocultura nacional, na
Coudelaria de Rincão.
A Coudelaria de Rincão é mantida em São Borja, RS, como centro de produção de
eqüinos do Exército Brasileiro, para o suprimento de animais dentro dos padrões necessários
para desempenhar o papel atribuído ao cavalo militar no Brasil, produzindo em média 107
potros por ano (CAMPOS et al., 2007).
Na PMERJ os eqüinos são utilizados para a instrução militar de seus policiais e no
policiamento ostensivo em geral, auxiliando na manutenção da ordem pública. No Curso de