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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Filipe Ramos Barroso
FATORES DE LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM
PARQUES TECNOLÓGICOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre
2007
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1
Filipe Ramos Barroso
FATORES DE LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM
PARQUES TECNOLÓGICOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Dissertação de Mestrado apresentada
ao Programa de Pós-Graduação em
Administração da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Mestre em Administração.
Orientadora: Profa. Dra. Edi Madalena Fracasso
Porto Alegre
2007
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2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha elaborada pela Biblioteca da Escola de Administração da UFRGS
B277f Barroso, Filipe Ramos
Fatores de localização de empresas de tecnologia da
informação em parques tecnológicos do Estado do Rio Grande do
Sul / Filipe Ramos Barroso. – 2007.
161 f. : il.
Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Escola de Administração, Programa de Pós-
graduação em Administração, 2007.
Orientadora: Profa. Dra. Edi Madalena Fracasso.
1. Gestão da inovação Incubadoras empresariais. 2.
Parques tecnológicos Rio Grande do Sul. 3. Empresas de base
tecnológica – Tecnologia da informação (TI). I. Título.
CDU 65.016
3
Filipe Ramos Barroso
FATORES DE LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM
PARQUES TECNOLÓGICOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Dissertação de Mestrado apresentada
ao Programa de Pós-Graduação em
Administração da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Mestre em Administração.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Administração
Programa de Pós-Graduação em Administração
Área de Concentração: Gestão da Tecnologia e da Produção
Conceito final: B.
Aprovado em 15 de agosto de 2007.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________________________
Prof. Dr. Ivan Antônio Pinheiro – EA/UFRGS
________________________________________________________________
Profa. Dra. Lilia Maria Vargas – EA/UFRGS
________________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Alice Oliveira da Cunha Lahorgue – FCE/UFRGS (Convidada)
________________________________________________________________
Profa. Dra. Edi Madalena Fracasso - EA/UFRGS (Presidente e Orientadora)
4
Para as mulheres que,
mesmo de longe,
olham por mim:
Beloni, Janie e Janaína.
5
AGRADECIMENTOS
muitas pessoas a quem devo manifestar meu agradecimento nesta
trajetória. Primeiramente, à família, que sempre torceu muito pelo meu sucesso e
que, apesar de alguns desencontros, sempre foi minha referência e meu suporte
para enfrentar os desafios. Lembro, especialmente, de três pessoas muito
importantes: minha avó, Beloni, minha irmã, Janaína, e minha mãe, Janie. Ao meu
pai, Roberto, agradeço e reconheço seu espírito empreendedor e nômade, que
contagiou, positivamente, a minha personalidade. Ao meu cunhado, Fábio, agradeço
por compartilhar artigos, livros e por me apresentar autores e novas tecnologias.
Agradeço, também, com muito carinho, à família que me acolheu, em Lajeado, como
se eu fosse, realmente, um filho.
Em segundo lugar, agradeço à Feevale, por ter contribuído de diversas
formas para a minha formação pessoal e profissional. Destaco, aqui, o Professor
Doutor Cleber Cristiano Prodanov, Pró-Reitor de Pesquisa, Tecnologia e Inovação
da Feevale e Presidente do Conselho Superior da VALETEC, que vem acreditando
no meu potencial e me oferecendo oportunidades ímpares.
Agradeço a minha orientadora, Professora Doutora Edi Madalena Fracasso,
por ter me acompanhado com otimismo e motivação para a conclusão desta etapa.
À Escola de Administração da UFRGS, agradeço pela sensibilidade e compreensão
e a todos os professores, pela dedicação e por terem procurado criar situações
inovadoras para a troca de experiências.
À UNIVATES, agradeço pelo ambiente acolhedor proporcionado para a nossa
turma durante mais de um ano. Aos colegas, agradeço pelos finais de semana de
companheirismo e sinergia que fizeram do grupo uma equipe fértil para a produção
do conhecimento. Dentre esses 25 colegas, não posso deixar de mencionar minhas
grandes amigas, Leandra e Rejane, por termos formado um trio inseparável, Lê,
e Fê, e Lilian, por termos cultivado uma relação de cumplicidade e apoio mútuos
para chegarmos ao final do Mestrado.
Ao Doutor Roberto Spolidoro, um dos ícones do Movimento de Incubadoras
de Empresas e Parques Tecnológicos, agradeço pela oportunidade de trabalharmos
juntos e por ter me mostrado que sempre existem muitas possibilidades,
dependendo do ponto de vista e dos paradigmas que assumimos como verdadeiros.
6
Agradeço aos empresários e dirigentes das empresas de tecnologia da
informação que se dispuseram a participar da minha pesquisa, bem como aos
gestores de parques tecnológicos e de instituições representativas de empresas do
setor, que procuraram intermediar os contatos com diversas empresas.
Aos amigos e amores, vitais na minha existência, deixo aqui minha
declaração de paixão e agradecimento pelo incentivo diário para seguir em frente e
alcançar minhas visões. o se faz necessário citar nomes, pois cada um sabe e
sente a verdadeira amizade e respeito que temos um pelo outro.
Enfim, manifesto meu sincero agradecimento a todos aqueles que, de alguma
forma, contribuíram para a minha formação, em especial, para a conclusão do
Mestrado.
7
Aunque la duración de nuestra existencia está limitada, tenemos no obstante
amplia libertad para elegir el lugar donde queremos vivir. El terruño tiene sin
duda su influencia en la elección del lugar, pero éste no nos está impuesto.
Acertar con la localización más adecuada es, pues, una cosa que contribuye a
una vida feliz, a una empresa floreciente, a la fundación de una cuidad
perdurable, en una palabra, a concentraciones capaces de subsistir.
Evidentemente, el acierto de la localización debe estar acompañado por el
acierto en la actuación. Ante el examen más detallado, estas cuestiones
simples en su origen se subdividen cada vez más en nuevos problemas. De tal
modo, la descripción – a desemejanza de la investigación – debe comenzar por
imponer un sistema a la abundancia de cuestiones, que pronto llevan a la
confusión.
August Lösch (1957, p. 3)
8
RESUMO
Os parques tecnológicos são ambientes de inovação em que procura-se reunir
condições para instalação e desenvolvimento de empresas de base tecnológica.
Atualmente, a grande maioria das empresas residentes nesses parques, em todo o
mundo, é do setor de tecnologia da informação, entretanto, diversas empresas
desse setor estão fora dos parques. A partir dessa constatação, este estudo tem por
objetivo geral investigar o que leva certas empresas de tecnologia da informação a
buscarem e outras a o buscarem parques tecnológicos para serem instaladas.
Para atender a esse objetivo, cento e trinta indicadores de fatores de localização
foram identificados a partir da revisão da literatura, posteriormente reunidos, por
afinidade, em dez fatores de localização, e submetidos à avaliação de relevância e
satisfação por dezenove empresas, residentes e não-residentes em parques
tecnológicos, por meio de um instrumento de pesquisa com questões fechadas. A
Janela do Cliente foi utilizada para o tratamento dos dados coletados, o que
possibilitou a comparação das médias dos níveis de relevância e satisfação das
empresas pesquisadas com relação aos indicadores de fatores de localização
identificados. Como principal resultado, percebeu-se que, dentre os dez fatores de
localização, dois podem ser considerados capazes de influenciar na localização dos
dois grupos de empresas pesquisadas: disponibilidade de recursos humanos e apoio
do poder público.
Palavras-chaves: ambientes de inovação, parques tecnológicos, fatores de
localização, tecnologia da informação.
9
ABSTRACT
Technology parks are innovation environments where the foundation and
development of technology companies is sought. Nowadays, most of the companies
established in these parks, all around the world, belong to the information technology
area, however, a portion of these companies is out of these parks. Based on this
premise, the main objective of this work is to research what leads some of the
information technology companies to look or not to look for technology parks to
establish themselves. To satisfy this objective, one hundred and thirty location factors
indicators were identified based on literature, gathered according to affinity into ten
location factors, and submitted to the relevance and satisfaction evaluation of
nineteen companies, established and not established in technology parks, through a
research instrument containing closed questions. The Customer Window was used to
work with collected data, this way, comparison between relevance and satisfaction
average levels against location factors indicators identified was possible. As a key
result, it was noticed that, two out of the ten location factors can be considered
capable to influence location of these two groups of researched companies: human
resources availability and government support.
Keywords: innovation environments, technology parks, location factors, information
technology.
10
RESUMEN
Los parques tecnológicos son ambientes de innovación en los que se busca reunir
condiciones para la instalación y desarrollo de empresas de base tecnológica.
Actualmente, la gran mayoría de las empresas residentes en estos parques, en todo
el mundo, pertenece al sector de tecnología de información, sin embargo, diversas
empresas de este ramo están fuera de los parques. A partir de esa constatación,
este estudio tiene por objetivo general investigar qué lleva a ciertas empresas de
tecnología de información a buscar o no parques tecnológicos para instalarse. Para
alcanzar ese objetivo, ciento treinta indicadores de factores de localización fueron
identificados a partir de la revisión de la literatura, posteriormente reunidos, por
afinidad, en diez factores de localización, y sometidos a la evaluación de relevancia
y satisfacción por diecinueve empresas, residentes y no residentes en parques
tecnológicos, por medio de un instrumento de investigación con preguntas cerradas.
La Ventana del Cliente fue utilizada para el tratamiento de los datos recolectados, lo
que hizo posible la comparación de los promedios de los niveles de relevancia y
satisfacción de las empresas investigadas con relación a los indicadores de factores
de localización identificados. Como principal resultado fue percibido que, entre los
diez factores de localización, dos pueden ser considerados capaces de influir en la
localización de los dos grupos de empresas investigadas: disponibilidad de recursos
humanos y apoyo del poder público.
Palabras claves: ambientes de innovación, parques tecnológicos, factores de
localización, tecnología de información.
11
РЕЗЮМЕ
Технологические парки являются инновационным пространством в котором
объединяют условия для основания и развития высокотехнологичных
компаний. Сегодня большинство компаний, расположившихся в данных парках
по всему миру, относятся к сфере информационных технологий. Хотя стоит
отметить, что многие компании данного сектора находятся вне Парков. Данное
утверждение привело к основной задаче данной работы: исследовать что
побуждает некоторые компании сферы информационных технологий
рассматривать или не рассматривать технологические парки в качестве базы
для собственного расположения. Для достижения этой задачи, на основе
литературы было выделено сто тридцать факторов определяющих
местоположение, затем они были объединены по степени схожести в десять
факторов локализации, применены для оценки соответствия и удовлетворения
девятнадцати компаний, расположенных в и вне технологических парков,
посредством исследования с закрытыми вопросами. Клиентское Окно было
использовано для работы с собранной информацией. Таким образом, стало
возможным сравнение средних уровней значимости и удовлетворения с
выделенными факторами локализации. В качестве основного результата было
отмечено, что два из десяти факторов локализации могут быть рассмотрены
как способные влиять на локализацию двух групп исследованных компаний:
доступность человеческих ресурсов и правительственная поддержка.
Ключевые слова: инновационная среда, технологические парки, факторы
локализации, информационная технология.
12
摘要
摘要摘要
摘要
科技公园是为了寻求收集公司的设立和技术的发展为基础需求以符合环境改革。目
,绝大部份的在这些园区的公司,在世界上是来自信息技术领域的。但是,许多在
个行业的公司是不在这些个公园之内的。有鉴于此,此研究的一般宗旨在于探讨什
导致一些科讯公司寻求并也有一些不会去寻找科技园区的协助。为了实现这个目标
130个确定指标的因素从文献回顾那已被确认,随后,
随意地,收集了10个确定因素,并提交给在科技园里的和不在科技园里的19个企业以
作适切性的鉴定和调查他们的满意度,作为一个搜索与解决问题的管道。一个客户
窗户被建立以用于处理收集数据,以让调查公司根据确定指标因素作一个适切性的
均水平与满意度的比较。据了解,主要结果显示,在众多的十个确定要素当中,两
可以被视为能够影响这两个群体被接受调查的公司确定因素乃:
有能力提供人力资源
和公众权力的支持
关键词:环境改革,科技园,确定因素,信息技术。
13
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Vista aérea do Stanford Industrial Park: 1950-60.....................................28
Figura 2 – Vista aérea do Stanford Research Park: 1985 .........................................28
Figura 3 – Savoie Technolac: tecnópolis...................................................................38
Figura 4 - Zhongguancun Life Science Park: uma das cinco zonas temáticas .........39
Figura 5 - Technology Centre Teknia Ltd.: parque tecnológico.................................40
Figura 6 – Taguspark: parque de ciência e tecnologia..............................................41
Figura 7 – Parque Tecnológico de Andalucía............................................................42
Figura 8 – Principais parques tecnológicos no Brasil................................................56
Figura 9 – Elementos essenciais de um parque tecnológico ....................................69
Figura 10 – Seqüência metodológica do estudo .......................................................90
Figura 11 – Matriz dos atributos................................................................................98
14
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Áreas de atuação dos parques tecnológicos brasileiros..........................49
Gráfico 2 - Áreas de atuação das empresas residentes nos parques tecnológicos no
mundo .......................................................................................................................50
Gráfico 3 - Tamanho dos principais mercados de software e serviços de TI em 2003
(US$ milhões)............................................................................................................53
Gráfico 4 - Índice A.T.Kearney de atratividade global para a alocação de serviços de
off-shoring (2005) ......................................................................................................54
Gráfico 5 - Origem das empresas dos parques no Brasil..........................................91
Gráfico 6 - Origem das empresas dos parques no mundo........................................92
Gráfico 7 – Tempo de existência das empresas de TI pesquisadas .......................100
Gráfico 8 Ordem de importância dos fatores de localização para empresas de TI
residentes em parques tecnológicos .......................................................................101
Gráfico 9 Ordem de importância dos fatores de localização para empresas de TI
não-residentes em parques tecnológicos................................................................102
Gráfico 10 Formação de funcionários e/ou prestadores de serviços e sócios das
empresas de TI pesquisadas ..................................................................................103
Gráfico 11 Janela do Cliente: disponibilidade de recursos humanos como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos ..................104
Gráfico 12 Janela do Cliente: disponibilidade de recursos humanos como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos ...........105
Gráfico 13 Janela do Cliente: situação do ambiente regional como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos ..................106
Gráfico 14 - Janela do Cliente: situação do ambiente regional como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos ...........107
Gráfico 15 - Janela do Cliente: apoio do poder público como fator de localização
para empresas de TI residentes em parques tecnológicos .....................................108
Gráfico 16 - Janela do Cliente: apoio do poder público como fator de localização
para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos..............................109
Gráfico 17 - Janela do Cliente: relacionamento com instituições de ensino e pesquisa
como fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
................................................................................................................................110
Gráfico 18 - Janela do Cliente: relacionamento com instituições de ensino e pesquisa
como fator de localização para empresas de TI não-residentes em parques
tecnológicos ............................................................................................................111
Gráfico 19 - Janela do Cliente: oportunidades para aglomeração empresarial como
fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos .....114
15
Gráfico 20 - Janela do Cliente: oportunidades para aglomeração empresarial como
fator de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
................................................................................................................................115
Gráfico 21 - Janela do Cliente: dimensão e proximidade do mercado como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos ..................117
Gráfico 22 - Janela do Cliente: dimensão e proximidade do mercado como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos ...........117
Gráfico 23 - Janela do Cliente: motivações de ordem exclusivamente pessoal como
fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos .....118
Gráfico 24 - Janela do Cliente: motivações de ordem exclusivamente pessoal como
fator de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
................................................................................................................................119
Gráfico 25 - Janela do Cliente: nível de qualidade de vida como fator de localização
para empresas de TI residentes em parques tecnológicos .....................................120
Gráfico 26 - Janela do Cliente: nível de qualidade de vida como fator de localização
para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos..............................120
Gráfico 27 - Janela do Cliente: disponibilidade de infra-estruturas como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos ..................123
Gráfico 28 - Janela do Cliente: disponibilidade de infra-estruturas como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos ...........123
Gráfico 29 - Janela do Cliente: disponibilidade de serviços como fator de localização
para empresas de TI residentes em parques tecnológicos .....................................125
Gráfico 30 - Janela do Cliente: disponibilidade de serviços como fator de localização
para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos..............................126
Gráfico 31 Janela do Cliente: fatores de localização para empresas de TI
residentes em parques tecnológicos .......................................................................127
Gráfico 32 Janela do Cliente: fatores de localização para empresas de TI não-
residentes em parques tecnológicos .......................................................................128
16
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Algumas vantagens e desvantagens do setor de TI brasileiro ................55
Quadro 2 - Fatores de localização e número de indicadores de cada fator de
localização.................................................................................................................94
Quadro 3 - Escala tipo Likert para a relevância dos fatores de localização ..............94
Quadro 4 - Escala tipo Likert para a satisfação atual quanto aos indicadores de
fatores de localização................................................................................................95
Quadro 5 Indicadores do fator de localização disponibilidade de recursos humanos
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .................................105
Quadro 6 Indicadores do fator de localização situação do ambiente regional
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .................................107
Quadro 7 Indicadores do fator de localização apoio do poder público considerados
relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .......................................................109
Quadro 8 Indicadores do fator de localização relacionamento com instituições de
ensino e pesquisa considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas ...112
Quadro 9 Indicadores do fator de localização oportunidades para aglomeração
empresarial considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .............115
Quadro 10 Indicadores do fator de localização dimensão e proximidade do
mercado considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas ..................118
Quadro 11 Indicador do fator de localização motivações de ordem exclusivamente
pessoal considerado relevante pelas empresas de TI pesquisadas .......................119
Quadro 12 Indicadores do fator de localização nível de qualidade de vida
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .................................121
Quadro 13 Indicadores do fator de localização disponibilidade de infra-estruturas
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .................................124
Quadro 14 Indicadores do fator de localização disponibilidade de serviços
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas .................................126
Quadro 15 Fatores de localização considerados relevantes pelas empresas de TI
pesquisadas ............................................................................................................129
17
LISTA DE SIGLAS
ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores
AP/Alta Tecnologia-RS Comitê Gestor dos Arranjos Produtivos de Alta Tecnologia
e Inovação do Estado do Rio Grande do Sul
APL’s Arranjos Produtivos Locais
ASPEUR Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo
AURP Association of University Research Parks
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BRASSCOM Brazilian Association of Software & Service Export
Companies
CMMI Capability Maturity Model Integration
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico
C, T&I Ciência, Tecnologia e Inovação
FDTI Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico em
Informática
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
FUNDESTI Fundo de Desenvolvimento do Setor de Tecnologia da
Informação
IASP International Association of Science Parks
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICT Instituição Científica e Tecnológica
IPTEC Pólo Tecnológico do Noroeste Gaúcho
ISSQN Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITEF Incubadora Tecnológica da Feevale
LISPÓLIS Pólo Tecnológico de Lisboa
MBIEPT Movimento Brasileiro de Incubadoras de Empresas e
Parques Tecnológicos
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
MIT Massachusetts Institute of Technology
MMIEPT Movimento Mundial de Incubadoras de Empresas e
Parques Tecnológicos
NA Não atendido na atual localização.
NBIA National Business Incubation Association
18
NEUF Núcleo de Extensão Universitária da Feevale
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PIB Produto Interno Bruto
PIGE Programa de Incentivo à Geração de Empregos
PITCE Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior
PNI Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas
e Parques Tecnológicos
PTA Parque Tecnológico de Andalucía
PTPISL Parque Tecnológico do lo de Informática de São
Leopoldo
PTVS Parque Tecnológico do Vale do Sinos
PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
REGINC Rede Gaúcha de Incubadoras de Empresas
REGINP Rede Gaúcha de Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos
RS Tec Programa Rio Grande Tecnológico
SCT Secretaria da Ciência e Tecnologia
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas
SEDAI Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos
Internacionais
SEPRORGS Sindicato das Empresas de Informática do Rio Grande do
Sul
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
SRI Sistema Regional de Inovação
TECNOPUC Parque Tecnológico da PUCRS
TI Tecnologia da Informação
UE União Européia
UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos
VALETEC Associação de Desenvolvimento Tecnológico do Vale
WAINOVA World Alliance for Innovation
19
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................20
2 PARQUES TECNOLÓGICOS................................................................................24
2.1 AMBIENTES DE INOVAÇÃO E SUA GÊNESE...............................................24
2.2 ASPECTOS CONCEITUAIS............................................................................29
2.3 PANORAMA ATUAL........................................................................................43
3 SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ....................................................51
4 FATORES DE LOCALIZAÇÃO .............................................................................58
4.1 FATORES CLÁSSICOS DE LOCALIZAÇÃO E SUA EVOLUÇÃO..................58
4.2 FATORES DE SUCESSO DE PARQUES TECNOLÓGICOS COMO FATORES
DE LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA .........................67
4.3 FATORES DE LOCALIZAÇÃO E SEUS INDICADORES................................81
5 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA ..................................................88
5.1 DEFINIÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS .............................................91
5.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................93
5.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.............97
6 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.................100
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................130
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................134
APÊNDICE A – CORRESPONDÊNCIA ENCAMINHADA PARA EMPRESAS .....150
APÊNDICE B – CORRESPONDÊNCIA ENCAMINHADA PARA INSTITUIÇÕES 151
APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE PESQUISA...................................................152
20
1 INTRODUÇÃO
A sociedade vive um período de transformações rápidas em que o
conhecimento passa a ser mais e mais valorizado. Novos paradigmas patrocinam a
transição da Sociedade Industrial para a Sociedade do Conhecimento, em que a
capacidade de criar diferencia uma nação de outra e lhe traz vantagens
competitivas. Nesse cenário, certos ambientes destacam-se por procurarem reunir
características propícias para a inovação. As incubadoras de empresas, pólos de
tecnologia ou tecnopólos, tecnópolis ou tecnópoles e parques de pesquisa,
científicos e tecnológicos são exemplos de ambientes como esses, também
chamados de habitats de inovação ou ambientes de inovação. Este estudo trata,
especificamente, sobre parques tecnológicos.
diversos tipos e modelos de parques, entretanto, todos buscam,
essencialmente, o mesmo objetivo: propiciar condições que favoreçam a sinergia
entre os atores do desenvolvimento científico e tecnológico vinculados ao parque,
produzindo resultados que impactem, positivamente, a região, o país em que estão
inseridos. Para alcançar tal objetivo, existem fatores de localização a serem
considerados para que os atores, na sua grande maioria empresas, sintam-se
atraídos por esses ambientes.
Os parques devem reunir, fisicamente ou por convênios, pesquisadores,
investidores, empreendedores, entidades representativas de setores da economia,
serviços, áreas de lazer, instituições de ensino e pesquisa, agências governamentais
e de desenvolvimento, instituições financeiras e de fomento, laboratórios e,
principalmente, empresas intensivas em conhecimento. Dentre elas, segundo
pesquisas da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (ANPROTEC) e da International Association of Science Parks (IASP),
apresentadas ao longo deste estudo, são mais comuns empresas voltadas para o
desenvolvimento de Tecnologia da Informação (TI), importante ferramenta
facilitadora e impulsionadora do rápido desenvolvimento científico, tecnológico,
econômico, social, cultural, político e que vem avançando e permeando, cada vez
mais, todos os setores de atividades de forma transversal.
Considerando, então, as empresas como componentes centrais e essenciais
dos parques tecnológicos, em especial as de TI, por serem a grande maioria,
21
percebe-se uma competição acirrada entre os parques na disputa por essas
empresas. No ano de 2004, por exemplo, os parques tecnológicos gaúchos em
operação, segundo a Rede Gaúcha de Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos (REGINP) (2007a), Parque Tecnológico do Vale do Sinos (PTVS),
localizado em Campo Bom, administrado pela Associação de Desenvolvimento
Tecnológico do Vale (VALETEC), da qual a Associação Pró-Ensino Superior em
Novo Hamburgo (ASPEUR), mantenedora do Centro Universitário Feevale, é uma
das sócias fundadoras (BARROSO, 2004a); Parque Tecnológico do Pólo de
Informática de São Leopoldo (PTPISL), localizado em São Leopoldo, administrado
pela Associação do Pólo de Informática de São Leopoldo, da qual a Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) é uma das instituições integrantes e
articuladoras (UNISINOS, 2007); e Parque Tecnológico da PUCRS (TECNOPUC),
localizado em Porto Alegre, administrado pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) (PUCRS, 2007), concorreram pela vinda de uma
multinacional mexicana do setor de TI, a Softtek (PÓLO RS, 2007), que decidiu pela
sua instalação em São Leopoldo (BAGUETE, 2004). Novamente, em 2006, os
mesmos parques gaúchos e outros no Brasil fizeram esforços para atrair as
operações de uma das maiores multinacionais de TI do mundo, desta vez a alemã
SAP, que também optou por São Leopoldo (BAGUETE, 2006; SAP, 2006). Além
dessas, existem diversas empresas do setor de TI, de todos os portes, dentro e fora
de parques. Nesse sentido, questiona-se, como problema de pesquisa: o que motiva
a mobilidade das empresas de TI? O que leva certas empresas de TI a buscarem e
outras a não buscarem parques tecnológicos para serem instaladas?
Definido o problema de pesquisa, é possível traçar como objetivo geral,
norteador deste estudo: investigar o que leva certas empresas de TI a buscarem e
outras a não buscarem parques tecnológicos para serem instaladas.
Para atender ao objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos
específicos:
a) identificar fatores de localização relevantes para empresas de TI;
b) avaliar o grau de satisfação de empresas de TI em relação aos fatores de
localização identificados; e
c) comparar os graus de relevância e satisfação para empresas de TI em
relação aos fatores de localização identificados, considerando o grupo das
empresas residentes e o das não-residentes em parques tecnológicos.
22
O presente estudo apresenta-se como uma oportunidade importante de
reflexão para o Movimento Brasileiro de Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos (MBIEPT). Um dos motivos é que recursos públicos e privados estão
sendo investidos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), tecnologia, inovação,
proteção do conhecimento, relacionamento entre universidades e empresas,
formação de recursos humanos qualificados, talentos, e, inclusive, na elaboração de
projetos e implantação de parques e/ou reconversão de zonas industriais em
declínio ou distritos industriais em parques tecnológicos.
Outro fator que merece atenção é a proliferação de projetos de parques pelo
país e pelo mundo, o que gera discussões quanto ao seu potencial de sucesso. Ao
que parece, no Brasil, o modismo vem fazendo com que cada Instituição Científica e
Tecnológica (ICT), termo utilizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
para designar, principalmente, instituições de ensino e pesquisa, queira ter seu
próprio parque, o que, praticamente, ocorre com as incubadoras de empresas. Os
parques tecnológicos precisam de empresas, sejam elas criadas em processos de
incubação ou existentes e consolidadas. Nesse último caso, para atraí-las,
especialmente as chamadas âncoras, os parques devem conhecer e contemplar os
fatores de localização relevantes para as empresas. Esse cenário não é diferente no
Rio Grande do Sul. Atualmente, existem diversos projetos de parques, sendo que
três estão em operação, como apresentados anteriormente. É possível que estudos
futuros demonstrem e comprovem que o potencial de sucesso dos parques deve ser
mensurado pela capacidade empreendedora das regiões e o pela de atração de
empresas consolidadas, que existem em número limitado.
Uma terceira motivação para este estudo é que a resposta ao problema de
pesquisa proposto pode servir como balizadora para os parques tecnológicos e suas
instituições gestoras no que se refere ao desenvolvimento de ações que os tornem
cada vez mais e realmente atrativos para empresas do setor de TI, que a escala
de relevância dos fatores de localização considerada pelas empresas de TI parece
ser diferente da apresentada, de certa forma, na literatura.
Por fim, com este trabalho, pretende-se contribuir para a redução da carência
por novos estudos em que avalie-se experiências brasileiras, mais do que preocupe-
se com modelos e classificações, como ocorre, atualmente.
23
Os próximos capítulos estão organizados de forma a alcançar os objetivos
deste estudo. No Capítulo 2, os parques tecnológicos são apresentados como
alternativas para a localização de empresas intensivas em conhecimento. Está
dividido em três seções, que abrangem histórico, aspectos conceituais e panorama
evolutivo. No Capítulo 3, o trazidas informações sobre o setor de TI. Já no
Capítulo 4, trata-se, em três seções, sobre fatores de localização. Nele, são
apresentados fatores clássicos de localização e sua evolução, fatores de sucesso de
parques tecnológicos como fatores de localização de empresas de base tecnológica
e os indicadores de fatores de localização, identificados na revisão da literatura, são
inventariados, sintetizados e categorizados em dez fatores de localização por
afinidade. No Capítulo 5, aborda-se o método e os procedimentos adotados na
pesquisa, seguido do Capítulo 6, no qual descreve-se e a analisa-se resultados,
finalizando com considerações finais, no Capítulo 7.
24
2 PARQUES TECNOLÓGICOS
Os parques tecnológicos vêm sendo considerados alternativas para a
instalação de empresas intensivas em conhecimento. Isso pode ser afirmado, uma
vez que, em geral, suas instituições gestoras têm procurado reunir fatores de
localização tidos como atrativos para futuras residentes. Vale lembrar que o patamar
de desenvolvimento que esses ambientes alcançaram hoje é o resultado de um
processo evolutivo que teve início ainda na primeira metade do século passado e
segue sendo estudado e aprimorado. Neste capítulo, procura-se discutir esse
processo evolutivo e situar o leitor no tempo e no espaço em três seções. Na
primeira, a seguir, trata-se sobre o histórico dos ambientes de inovação. Logo
depois, na segunda seção, são apresentados aspectos conceituais, bem como tipos
e modelos de parques tecnológicos. Por fim, na terceira e última seção traça-se um
breve panorama dos parques tecnológicos.
2.1 AMBIENTES DE INOVAÇÃO E SUA GÊNESE
O novo cenário global pode ser explicado por mudanças paradigmáticas,
muito enfatizadas por Spolidoro (1997). O autor afirma que a aceleração do
progresso científico e tecnológico vem provocando uma modificação ampla e
profunda na sociedade, conduzindo o mundo à transição da Sociedade Industrial
para a Sociedade do Conhecimento. Essa última é caracterizada, segundo o autor,
pela valorização de ideais democráticos e humanísticos, maior qualidade de vida e
consciência ambiental, a competitividade das nações passa a depender mais das
suas capacidades intelectuais do que de vantagens competitivas clássicas, como
mão-de-obra barata e recursos naturais, o mercado mundial, globalizado, passa a
ser dominado por bens e serviços intensivos em conhecimento, os governos passam
a agir mais como organizadores e menos como executores, entre outras. Nesse
sentido, uma procura acentuada por estruturas e sistemas inovadores que
ofereçam condições para o aumento da competitividade das empresas que buscam
um desenvolvimento acelerado e sustentável (LALKAKA; BISHOP, 1997).
25
Os parques, tecnópolis, los tecnológicos e incubadoras são exemplos de
ambientes de inovação que procuram apresentar condições para atenderem às
necessidades mencionadas anteriormente. Para Fiates (Coord.) et al. (2002), esses
são espaços de relacionamento em que a aprendizagem coletiva ocorre mediante a
transferência de know-how, imitação de práticas gerenciais de sucesso comprovado
e implementação de inovações tecnológicas nos processos de produção. Mais
ainda, trata-se de ambientes propícios à criação e desenvolvimento de atividades
voltadas à transformação de idéias em produtos ou processos inovadores, com
potencial mercadológico, que tragam benefícios à sociedade como um todo
(ASANOME et al., 2003).
Os ambientes de inovação têm sua gênese na Universidade de Stanford
(STANFORD UNIVERSITY, 2006a), na cidade de Palo Alto, Vale de Santa Clara,
Estado da Califórnia, Estados Unidos. Os ideais do seu fundador, Leland Stanford,
giravam em torno de uma educação prática, valorizando a literatura geral para o
engrandecimento da mente e para a capacitação nos negócios. Essa cultura tornou
Stanford uma das mais reconhecidas instituições de ensino e pesquisa do mundo
(MURPHY, 1997).
A política de estimular aplicações práticas para a pesquisa básica, por meio
da criação de estruturas para a transferência de conhecimentos, foi um dos fatores
que incentivou o desenvolvimento de um espírito empreendedor nas ações da
Instituição, de seus docentes e discentes. As empresas jovens que colocavam todos
os seus recursos, limitados, à disposição dos empreendimentos, tinham interesse no
relacionamento com a Universidade, que a pesquisa aplicada era muito
dispendiosa para elas. Esse movimento começou a reunir cientistas, empresas e
capital (MURPHY, 1997).
Desde o início do século passado, Stanford apoiava seus alunos na
constituição de empresas. A partir da segunda metade da década de vinte, o
Professor Frederick Terman, por meio de um curso de engenharia de rádio, passou
a atrair e incentivar alunos a investirem em novos negócios no entorno da
Universidade (MURPHY, 1997; SPOLIDORO, 2006). De acordo com Murphy (1997),
dentre esses alunos estavam William Hewlett e David Packard que, em 1937, deram
origem, numa garagem, em Palo Alto, à empresa atualmente conhecida como HP.
Também em 1937, William Hansen, professor de física, ofereceu, a dois estudantes,
os irmãos Sigurd e Russel Varian, espaço de trabalho, acesso a laboratórios da
26
Universidade e algum dinheiro para a compra de materiais para o desenvolvimento
de suas pesquisas. Os irmãos Varian foram os inventores de um amplificador de
alta-freqüência para a geração de microondas que deu origem a diversas inovações
amplamente utilizadas nos dias de hoje (ELECTRO PATENT-INVENT, 2007;
GEOCITIES, 2007; STANFORD UNIVERSITY, 2006b). Em troca do apoio dado aos
estudantes, a Universidade passou a receber royalties de seus inventos (LOUDON,
1998).
Nesse contexto, foram iniciados os primeiros processos de incubação, como
ficaram conhecidos mais tarde (RIBEIRO; SPOLIDORO, 2006). Entretanto, apesar
das evidências, existem controvérsias quanto ao pioneirismo na incubação de
empresas. Furtado (1998) explica que uma das primeiras foi a University City
Science Center, na Pensilvânia, Estados Unidos, que passou a abrigar pequenas
empresas comprometidas com o desenvolvimento tecnológico. a National
Business Incubation Association (NBIA) (2006) afirma que a primeira incubadora,
Batavia Industrial Center, foi criada no Estado de New York, na cidade de Batavia,
em 1959, por Joseph Mancuso.
Independentemente dessa discussão, Lalkaka e Bishop (1997, p. 61) afirmam
que uma incubadora é o “primeiro tijolo” no desenvolvimento de um parque
tecnológico. À medida que as empresas são graduadas, elas podem ser instaladas
em espaços próprios, centros empresariais ou condomínios vinculados ou dentro do
parque. Os autores consideram essencial a interação entre os dois ambientes
(incubadora e parque), uma vez que o processo de incubação pode contribuir para o
sucesso do parque no futuro. A partir dessas colocações, entende-se que,
geralmente, os parques tecnológicos contêm incubadoras de empresas que podem
tê-los originado por meio de processos de crescimento endógeno ou, conforme
Tanabe (1997), de recrutamento ou desenvolvimento interno. De certa forma, foi o
que ocorreu em Stanford, o primeiro parque tecnológico que passou a abrigar
empresas originadas nos laboratórios de uma universidade e apoiadas por ela
(STANFORD UNIVERSITY, 2006c).
Como conseqüência do incentivo ao empreendedorismo e sucesso do modelo
de relacionamento entre Universidade e empresas, foi criado, em 1951, nos terrenos
do próprio Campus, por iniciativa do então Vice-Reitor, Professor Frederick Terman,
o Stanford Industrial Park, mais tarde denominado Stanford Research Park, que veio
a transformar o Vale de Santa Clara (SAXENIAN, 1999; 1995; STANFORD
27
MANAGEMENT COMPANY, 2006). Esse ambiente objetivava acolher empresas
nascidas nos laboratórios da Universidade, bem como empresas interessadas em
manter estreitos relacionamentos com a academia (MURPHY, 1997). Na verdade, o
parque tecnológico foi uma estratégia da Universidade para a eliminação da
“‘evasão de rebros’” para a costa leste, maior parque industrial americano na
época, para a geração de vínculos com as empresas e para a captação de recursos
pelo arrendamento da sua base imobiliária (MURPHY, 1997, p. 7), o que contribuiu,
segundo Tajnai (1985), para o financiamento do seu rápido crescimento após a
Segunda Guerra Mundial.
A combinação entre universidade, indústrias e fatores como elevado nível
educacional, alta qualidade de vida, organização territorial e políticas públicas
favoráveis, tornou possível o surgimento de empresas altamente inovadoras naquela
região (SPOLIDORO, 1997), sendo que a primeira a ser instalada no parque foi a
Varian Associates, dos irmãos Varian (GEOCITIES, 2007; STANFORD
UNIVERSITY, 2006c).
Com o alastramento das áreas de influência do parque tecnológico, bem
como da Universidade, e devido à alta concentração de indústrias de
semicondutores e relacionadas à computação no seu entorno, a partir de 1971, toda
a região passou a ser conhecida como Vale do Silício. Atualmente, começa a ser
também denominada Vale da Internet (LOUDON, 1998; STANFORD UNIVERSITY,
2006c). Nas Figuras 1 e 2, a seguir, percebe-se a evolução do Stanford Industrial
Park:
28
Figura 1 – Vista aérea do Stanford Industrial Park: 1950-60
Fonte: Palo Alto Historical Association Photograph Collection (2006a).
Figura 2 – Vista aérea do Stanford Research Park: 1985
Fonte: Palo Alto Historical Association Photograph Collection (2006b).
Contemporâneo ao Stanford Industrial Park é a Route 128 ou Rota 128,
parque tecnológico não-formal da região de Boston, Massachusetts, também nos
Estados Unidos, onde estão localizados o Massachusetts Institute of Technology
(MIT) e a Harvard University. Ambos os parques têm suas origens muito ligadas ao
desenvolvimento da microeletrônica e da informática no Pós-Guerra, sendo que,
29
desde o princípio, buscavam estimular o desenvolvimento das economias locais
(LUNARDI, 1997; SAXENIAN, 1999; SPOLIDORO, 2006; VEDOVELLO, 2000).
Lacave e Foresti (1997, apud LAHORGUE; HANEFELD; CABRAL, 2004, p. 47)
acrescentam o Research Triangle Park, na Carolina do Norte, Estados Unidos, na
lista dos “‘pais fundadores’” dos parques tecnológicos.
Bem sucedidos, esses ambientes de inovação deram início a um movimento
mundial para a reprodução das experiências americanas, gerando resultados
diversos (SPOLIDORO, 1997), adaptados a diferentes realidades e necessidades.
Seguindo uma linha do tempo, Vedovello (2000) afirma que os parques britânicos
foram os primeiros na Europa e Lahorgue, Hanefeld e Cabral (2004, p. 47), ainda
citando Lacave e Foresti (1997), apresentam os pioneiros mundiais: no Reino Unido,
Heriott-Wall Park, em Edimburgo, e Cambridge Science Park; na França, Sophia-
Antipolis, em Nice, e Grenoble-Meylan; e, na Coréia do Sul, Daedeok Innopolis.
Atualmente, são mais de mil parques em todo o mundo (RIBEIRO; SPOLIDORO,
2006; SPOLIDORO, 2006).
Conforme citado, os parques tecnológicos vêm sendo implantados levando-se
em consideração diferenças e demandas regionais. Por esse motivo, ao longo do
tempo, emergiram e foram desenvolvidos alguns tipos e modelos de parques que,
pelo sucesso alcançado, se tornaram referência, tanto para os novos quanto para os
existentes. Paralelamente a isso, as regiões e os países passaram a organizar e
sistematizar esse movimento, com a criação de associações que, por sua vez,
definiram conceitos, classificações e características para os diversos tipos até então
mapeados. Na seção seguinte, são apresentadas as principais definições para
parques tecnológicos, alguns tipos e modelos, bem como as diferenças e
semelhanças entre eles.
2.2 ASPECTOS CONCEITUAIS
O primeiro aspecto importante desta seção é o esclarecimento dos diferentes
termos utilizados para se referir aos parques tecnológicos e a escolha de um deles.
Medeiros (1997, p. 57) utiliza o termo parque tecnológico como sinônimo para
parque científico ou parque de ciência (science park), explicando que “parque
30
tecnológico é a tradução utilizada do Brasil para science park”. Na mesma obra, o
autor ainda diferencia os parques científicos dos parques de pesquisa (research
parks), esclarecendo que, nesses últimos, “permite-se a manufatura de produtos
somente a o nível de protótipo”. a IASP (2002) trata a todos, inclusive as
tecnópolis, como sinônimos. Smilor, Gibson e Kozmetsky (1989, p. 54) explicam que
tecnópolis é a “moderna cidade-estado que liga a comercialização de tecnologia com
os setores público e privado, buscando o desenvolvimento econômico e a promoção
da diversificação tecnológica”. Hauser (1997, p. 90) afirma que “o conceito de
tecnópole [ou tecnópolis] remete à idéia de cidade ou região que se prepara para
enfrentar os desafios da ‘sociedade do conhecimento’”. Finalmente, Courson (1997)
e Hauser (1997) concordam ao afirmarem que as tecnópolis podem conter parques
e/ou pólos tecnológicos. Para Vedovello (2000, p. 281), “devido à sua dimensão,
tecnópolis parece constituir um tipo de empreendimento diferente” dos parques,
entretanto, na ausência de um conceito universalmente aceito, alguns
pesquisadores as colocam no mesmo contexto dos parques tecnológicos. Seguindo
a tendência dos autores e simplificando a discussão, neste estudo, o termo parques
tecnológicos abarca todos os demais, considerados sinônimos, uma vez que, os fins,
em geral, comuns entre eles, como pode ser observado a seguir, são mais
relevantes do que as nomenclaturas e classificações adotadas em função da
natureza e de características que esses Sistemas Regionais de Inovação (SRI’s),
como define Diniz (2000), reúnem.
Os parques tecnológicos são representados por diversas instituições
regionais, nacionais e internacionais. De acordo com a ANPROTEC (2003), as duas
principais associações internacionais que congregam a maioria dos parques são a
IASP, com sede na Espanha (IASP, 2007), e a Association of University Research
Parks (AURP), sediada nos Estados Unidos (AURP, 2007). Ambas são membros da
World Alliance for Innovation (WAINOVA), uma espécie de associação das
associações, criada em 2006, que pretende aproximar as instituições relacionadas a
parques tecnológicos em todos os níveis (WAINOVA, 2007). Além delas, muitos
países têm representações em âmbito nacional, como a ANPROTEC, no Brasil
(ANPROTEC, 2003).
Essas associações, principalmente, definem conceitos para identificar e
reconhecer o que são e o que não são parques tecnológicos, indicando requisitos
31
essenciais que devem ser atendidos para haver um reconhecimento. Para a IASP
(2002), por exemplo,
um parque científico, tecnológico ou tecnópolis é uma organização gerida
por profissionais especializados, cujo objetivo fundamental é incrementar a
riqueza de sua comunidade, promovendo a cultura da inovação e a
competitividade das empresas e instituições geradoras de saber instaladas
no parque ou associadas a ele. Para tal fim, um parque tecnológico
estimula e gere o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades,
instituições de pesquisa, empresas e mercados; impulsiona a criação e o
crescimento de empresas inovadoras mediante mecanismos de incubação
e de geração de spin-off
1
; e proporciona outros serviços de valor agregado,
assim como espaço e instalações de alta qualidade.
A ANPROTEC (2003, p. 46) define que:
um parque tecnológico é um complexo produtivo industrial e de serviços de
base científico-tecnológica, planejado, de caráter formal, concentrado e
cooperativo, que agrega empresas cuja produção se baseia em pesquisa
tecnológica desenvolvida nos centros de pesquisa e desenvolvimento
vinculados ao parque. Trata-se de um empreendimento promotor da cultura
da inovação, da competitividade, do aumento da capacitação empresarial
fundamentado na transferência de conhecimento e tecnologia, com o
objetivo de incrementar a produção de riqueza de uma região.
o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos (PNI) do MCT, uma das poucas, se não a única iniciativa do Governo
Federal a alcançar algum recurso ao MBIEPT, considera que:
os parques tecnológicos revelaram-se como importantes mecanismos no
processo de inovação tecnológica, em especial por terem a capacidade de
promover o desenvolvimento de empresas a partir de idéias e tecnologias
geradas em instituições de ensino e pesquisa em parceria com seus
profissionais, ou oriundos de incubadoras de empresas e de empresas que
estavam fora desse contexto e resolveram se atualizar tecnologicamente
de forma mais rápida, buscando melhorar sua competitividade.
[...]
Os parques tecnológicos constituem empreendimentos imobiliários, geridos
por especialistas, que viabilizam a criação de um ambiente de cooperação
entre a iniciativa empreendedora e a comunidade acadêmica, visando
fortalecer a capacidade de inovação e aumentar o bem estar da
comunidade onde estão inseridos. A principal diferença entre um distrito
industrial e um parque tecnológico é que este não constitui apenas uma
área física delimitada onde diversas empresas podem ser instaladas, e sim,
um ambiente de forte integração entre as universidades e instituições de
pesquisa e as empresas ali instaladas, funcionando como um elo entre
clientes e recursos humanos e tecnológicos das universidades. Os
gestores dos parques tecnológicos são responsáveis por estimular a
interação e transferência de tecnologia das instituições de pesquisa para as
empresas e de manter a constante capacitação empresarial das firmas nele
estabelecidas (BRASIL, 2007).
1
“Empresa oriunda de laboratório e resultante de pesquisa acadêmica ou industrial” (FIATES (Coord.)
et al., 2002, p. 92).
32
Como pode ser percebido acima, as definições são diferentes, mas não
divergentes, e sim complementares. A partir de uma análise, é possível classificar,
comparar e combinar os elementos que compõem as citações. Feito isso, verifica-se,
claramente, a existência de três elementos: a conceituação, propriamente dita; a
declaração dos objetivos, procurando responder o que se quer; e o estabelecimento
das estratégias, que respondem como pretende-se alcançar os objetivos.
Basicamente, o conceito diz que um parque tecnológico é um empreendimento
imobiliário que abriga um complexo produtivo industrial e de serviços de base
científico-tecnológica, planejado, de caráter formal, concentrado, cooperativo, gerido
por profissionais especializados e que constitui-se num mecanismo importante para
o processo de inovação tecnológica.
O conceito isolado acima traz, dentre outras, a idéia de que um parque
tecnológico é um empreendimento imobiliário. Trata-se de um fragmento da
conceituação dada pelo MCT. Apesar de ser um importante apoiador dos parques
no Brasil, essa pode ser uma visão ultrapassada, uma vez que, atualmente, os
parques vêm assumindo uma abrangência regional, não somente pela sua
influência, mas, também, pela sua base física expandida. Afirmar que é um
empreendimento imobiliário simplifica e diminui a importância desse tipo de
iniciativa. Pode-se perceber que representam muito mais do que oportunidades
imobiliárias, quando se sabe as razões pela escolha da localização dos parques.
Dentre as possíveis, Hauser (1997) lembra, por exemplo, do estímulo ao
desenvolvimento e/ou consolidação de vocações regionais, de políticas públicas
para reanimação de regiões em crise e, finalmente, de políticas de revitalização de
áreas industriais degradadas. Hauser (1997, p. 94) ainda confirma a preocupação de
que os parques devem interagir com o seu meio quando diz que eles “costumam ser
concebidos de maneira fechada, gerando um espaço organizado em seu interior,
mas sem integração com o seu entorno, sem proposta de interfaces e sem
promoção de urbanidade ao seu redor”. Nesse sentido, de haver um olhar atento
às tendências para que sejam feitas revisões e atualizações constantes nos
conceitos amplamente aceitos e divulgados e nas diretrizes que norteiam o
desenvolvimento de parques tecnológicos, especialmente quando se trata do MCT,
pois ele pode estar fazendo investimentos errados, caso perceba ou entenda os
parques de tal forma que não represente a realidade.
Quanto aos objetivos de um parque tecnológico, identificam-se os seguintes:
33
a) fortalecer a capacidade de inovação das pessoas e das empresas;
b) incrementar a produção de riqueza de uma região; e
c) aumentar o bem-estar da comunidade em que o parque está inserido.
Buscam-se esses objetivos por meio das seguintes estratégias:
a) estimular e gerir o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades,
instituições de pesquisa, empresas e mercados;
b) impulsionar a criação e o desenvolvimento de empresas inovadoras;
c) agregar empresas já existentes, cuja produção baseia-se em pesquisa
tecnológica;
d) estimular a cooperação e a interação entre os atores vinculados ao
parque;
e) promover a cultura da inovação, da competitividade e do aumento da
capacitação empresarial;
f) proporcionar serviços de valor agregado; e
g) oferecer espaços e instalações de alta qualidade.
Dentre os autores, há uma concordância de que os ambientes de inovação
são espaços privilegiados que favorecem o relacionamento entre instituições de
ensino e pesquisa e empresas para o desenvolvimento tecnologicamente inovador
e, conseqüentemente, o incremento da riqueza regional. Medeiros (1997, p. 55)
explica que “parques bem estruturados transformam-se num importante instrumento
de reordenamento econômico, científico-tecnológico e territorial”, contribuindo para o
desenvolvimento de cidades e regiões, uma vez que, por facilitarem a inovação
tecnológica, possibilitam a geração de renda e, segundo Courson (1997) e Medeiros
(1997), empregos qualificados, mesmo que não sejam em grandes quantidades.
Com tudo isso, percebe-se um ponto de partida e um horizonte comuns para os
ambientes de inovação que podem assumir diversos tipos (CURRIE, 1985, apud
VEDOVELLO, 2000, p. 281-2; SANZ, 1998), formatos (RIBEIRO; SPOLIDORO,
2006; SPOLIDORO, 2006) ou, até mesmo, modelos (SANZ, 1998; ZOUAIN, 2004),
atendendo a necessidades próprias e/ou regionais.
Quanto aos tipos de ambientes, Currie (1985, apud VEDOVELLO, 2000, p.
281-2) e Sanz (1998) apresentam diferenças claras entre parques científicos e
parques tecnológicos. Para eles, os parques tecnológicos têm, geralmente,
34
dimensões médias ou grandes, disponibilidade de solo e prédios para venda ou
locação e admitem atividades produtivas e manufatureiras (industriais), com
limitações. os parques científicos têm dimensões médias ou pequenas, o
estreitamente vinculados a uma universidade, focados em atividades empresariais
de P&D e spin-off, têm pouca ênfase em atividades manufatureiras (apenas
protótipos) e oferta comercial centrada em locação e/ou venda de espaços
edificados. As tecnópolis, esclarece Sanz (1998), que ocorrem, principalmente, na
França e no Japão, reúnem centros ou institutos tecnológicos dispersos em uma
cidade ou região e são coordenadas por um escritório central. O autor ainda
completa explicando que, nos três casos, o que os diferencia dos distritos industriais
tradicionais são razões como: qualidade e desenho do espaço físico; requisitos e
critérios seletivos, relativos ao valor tecnológico e inovador das atividades e
empresas instaladas; e respeito pelo meio-ambiente (indústrias limpas).
Lahorgue, Hanefeld e Cabral (2004) lembram da existência dos parques
condominiais. Esses são empreendimentos privados, organizados pelas próprias
empresas de base tecnológica emergentes, oriundas de programas de incubação ou
não, que buscam um ambiente de sinergia para o seu crescimento. Esse tipo espaço
tem, geralmente, o apoio do poder público local e conta com regras e gestão
próprias. Devido à sua singularidade, os parques condominiais têm um
relacionamento muito tímido com instituições de ensino e pesquisa.
Ao tratar sobre as diferenças existentes entre os parques tecnológicos,
Ribeiro e Spolidoro (2006) e Spolidoro (2006) apresentam características e formatos
que tornam cada iniciativa singular. Abaixo, estão descritos os formatos possíveis,
mapeados pelos autores, quanto à:
a) existência formal do parque: dispõe de entidade gestora; ou não dispõe de
entidade gestora específica;
b) atuação da entidade gestora, item melhor detalhado no Capítulo 3: ocupa-
se da gestão interna e estratégica; ou ocupa-se da gestão interna, sendo
que a estratégica fica a cargo de outras instituições;
c) personalidade jurídica da entidade gestora: de direito privado, sem fins
lucrativos; sociedade de economia mista; ou empresa privada;
d) localização da base física: fora do tecido urbano; na periferia das cidades;
em campus universitário; e/ou disseminada no tecido urbano;
35
e) dimensões da base física: centenas de hectares; e/ou milhares de
hectares;
f) configurações da base física: um único campus; diversos campi; prédios
disseminados na área urbana; e/ou um prédio na área urbana;
g) atividades admitidas: ciclo produtivo completo em setores intensivos em
conhecimento; atividades de P&D, principalmente; e ciclo produtivo
completo em setores tradicionais da economia, isto é, não-intensivos em
conhecimento;
h) setores-alvos: setorial; ou multissetorial;
i) acesso a imóveis no parque: aluguel e/ou comodato; e/ou venda; e
j) tempo de maturação: vários anos para começar a produzir resultados
significativos.
Acrescenta-se outro formato possível quanto à atuação da entidade gestora
que é ser responsável pela gestão estratégica, enquanto a gestão interna é feita por
uma ou mais instituições que podem ser contratadas para esse fim. Quanto às
dimensões da base física, os parques também podem ter dezenas de hectares em
áreas de terras e/ou áreas construídas. Outra possibilidade, quanto ao isolamento
do ambiente, não mencionado pelos autores, é haver áreas fechadas, com entrada
controlada, ou sem divisas formais, bem como áreas mistas.
Classificando os ambientes de inovação segundo aspectos histórico-
geográficos e de acordo com a estrutura de propriedade e gestão, Sanz (1998)
destaca alguns modelos de parques e suas características:
a) Modelo Californiano: iniciativas promovidas por universidades, ou muito
vinculadas a elas, e ligadas a setores tecnológicos de ponta. Aproveitam
ao ximo a capacidade de atração da região, bem como o valor
comercial das pesquisas desenvolvidas pelas universidades como
elementos principais para a captação de empresas. Trata-se de
fenômenos espontâneos, sem um planejamento inicial centralizado e sem
a pretensão de ser um instrumento para o desenvolvimento regional. Têm
grande atenção direcionada à criação de empresas e são projetos auto-
financiados e auto-suficientes, capazes de proporcionar retorno do
investimento feito pelos seus promotores.
36
b) Modelo Britânico: criados pelas universidades e localizados nos seus
próprios campi. uma presença mínima de atividades industriais
manufatureiras, grande concentração em atividades de P&D e um forte
incentivo a processos de incubação de empresas.
c) Modelo Norte-Europeu ou Escandinavo: desenvolvidos também na
Austrália, Benelux e alguns países asiáticos, regiões muito desenvolvidas
e com cultura empresarial e de livre concorrência consolidadas, esses
parques o localizados em superfícies médias e pequenas e são
promovidos com participação mista de universidades, administrações
públicas, em especial municipais, e empresas privadas. A oferta maior é
composta por edifícios para venda, mas, principalmente, para locação ou
leasing. Contam com equipes de gestão muito especializadas, envolvidas
no fomento da transferência de tecnologia e na comercialização
internacional dos produtos e serviços de suas residentes.
d) Modelo Mediterrâneo: dos países do sul da Europa, especialmente
França, Espanha, Itália e Portugal, originado por Sophia-Antipolis, em
Nice, França. São iniciativas promovidas pelas administrações públicas,
principalmente regionais e municipais, concebidas como instrumentos de
política industrial para o desenvolvimento regional. Localizam-se em
grandes superfícies onde, inicialmente, a oferta predominante era pela
venda de terrenos, sendo que, atualmente, também é possível a locação e
compra de prédios. Existe pouca vinculação, na prática, com
universidades e uma escassa ou nula presença da iniciativa privada na
sua promoção e gestão. Tais parques têm um forte impacto regional e não
somente nas empresas neles instaladas.
e) Modelo Japonês: iniciativas públicas de prefeituras e governos regionais,
com infra-estruturas caras, apoiadas por grandes empresas com raízes na
respectiva região. Nessas iniciativas, a criação e incubação de novas
empresas e o relacionamento com universidades recebem pouca atenção.
A gestão é exercida, muitas vezes, por empresas públicas regionais, sem
especialização em assuntos pertinentes a parques, no entanto, existem
experiências com ativa presença da iniciativa privada na sua gestão direta.
Outros modelos são acrescentados à lista por Zouain (2004):
37
a) Modelo da América do Norte: parques tecnológicos metropolitanos
canadenses;
b) Modelo Israelense: esforço local para a criação de incubadoras e parques
tecnológicos com o objetivo de gerar novos postos de trabalho para
profissionais altamente qualificados disponíveis;
c) Modelo Coreano: grande desenvolvimento baseado no forte investimento
em educação, especialmente na formação de engenheiros e técnicos
altamente qualificados, e na implementação de grandes infra-estruturas
tecnológicas, como os parques tecnológicos;
d) Modelo Indiano: na região de Bangalore, principalmente, conhecida como
Vale do Silício da Índia, com alta densidade tecnológica, centros e
institutos de pesquisa, universidades e parques tecnológicos; e
e) a autora considera o MBIEPT como o Modelo Brasileiro, entretanto,
comenta que ele teve um desenvolvimento tardio.
Vale ressaltar aqui as interessantes experiências francesa, chinesa,
finlandesa e ibérica. Os mais de cinqüenta parques franceses são reconhecidos
como indutores do desenvolvimento regional, por exemplo, Savoie Technolac, com
sede em Chambéry (Figura 3). Trata-se de verdadeiras regiões tecnológicas, pois
muitos parques extrapolam suas fronteiras físicas e alguns a espalham-se por
mais de uma municipalidade. Essa característica foi uma das influenciadoras para a
criação de comunidades de municípios, onde ocorre, inclusive, redistribuição de
impostos (BARROSO, 2004b).
38
Figura 3 – Savoie Technolac: tecnópolis
Fonte: Barroso (2004c).
A China é o país que tem alguns dos maiores parques tecnológicos do mundo
em extensão da base física, em número de empresas, de pessoas neles trabalhando
e em muitos outros indicadores. São mais de cinqüenta parques. No modelo chinês,
o poder público constrói grandes infra-estruturas, incentiva a criação de empresas
em processos de incubação e atrai empresas consolidadas, muitas delas
multinacionais, por meio de importantes reduções de impostos e recursos humanos
qualificados e de baixo custo. O Zhongguancun Science Park, por exemplo,
localizado em Pequim, conta com mais de dez mil empresas instaladas em cinco
zonas temáticas que vão desde a malha urbana até a periferia da cidade, ocupando
uma área de mais de 370 km² (Figura 4). O relacionamento entre a academia e as
empresas ainda não é um exemplo naqueles parques, no entanto, os chineses
entendem que, proporcionando ambientes de convívio e colocando os atores juntos,
a interação é uma conseqüência inevitável que ocorrerá por conta própria. Isso é
confirmado pelas estatísticas que afirmam, por exemplo, que o Zhongguancun
Science Park reponde por 60% do total do crescimento industrial da cidade de
Pequim, ou seja, está tendo êxito (BARROSO, 2005a; BROWN; HO; PETERS,
2005).
39
Figura 4 - Zhongguancun Life Science Park: uma das cinco zonas temáticas
Fonte: Barroso (2005b).
a Finlândia vem desenvolvendo, desde a década de 1980, um sistema
sólido de parques tecnológicos em áreas, como telecomunicações, informática,
design, eletrônica, saúde, logística, entre várias outras. Atualmente, são mais de
vinte parques. Assim como na França, existem conselhos regionais ou comunidades
de municípios formadas em torno de municípios pólo que têm a função de pensar,
planejar e executar ações para o futuro das regiões. Os parques finlandeses
induzem o desenvolvimento e incentivam vocações regionais, como é o caso no
parque localizado na cidade de Kuopio que contribuiu para a transformação da
região num dos mais importantes e modernos los de saúde da Finlândia (Figura
5). As infra-estruturas dos parques finlandeses são, geralmente, financiadas pelo
poder público local e/ou regional, sendo que as instituições gestoras dos parques
(parcerias público-privadas), que passam a controlar essas infra-estruturas, recebem
pela locação de espaços e pela prestação de serviços especializados. As receitas
são reinvestidas nos próprios parques, liberando o poder público do compromisso
com novos investimentos. Trata-se de uma equação inteligente, visto que a geração
de impostos, proporcionada pela criação e atração de novos negócios, passa a ser
muito mais representativa do que os investimentos originais feitos pelos governos
(BARROSO, 2006a).
40
Figura 5 - Technology Centre Teknia Ltd.: parque tecnológico
Fonte: Barroso (2006b).
A Península Ibérica, onde estão localizados Portugal e Espanha, superou o
processo de desindustrialização, devido à concorrência asiática, especialmente, pelo
investimento em ciência, tecnologia e inovação e pela reconversão de suas
indústrias. Atualmente, esses dois países, que ficavam à margem do
desenvolvimento europeu, vêm despontando no cenário do Velho Continente, que
renova-se a cada dia, sendo os parques tecnológicos peças-chaves neste processo.
Os parques tecnológicos ibéricos são vários e diversos. Desde ambientes
urbanos, com alta densidade construtiva, como o Pólo Tecnológico de Lisboa
(LISPÓLIS), até grandes áreas nas periferias de regiões metropolitanas, como é o
caso do Taguspark (Figura 6), em Oeiras, região metropolitana de Lisboa, Portugal,
e a maioria dos parques espanhóis. Esse grande parque português, por exemplo, o
Taguspark, teve seu processo de implantação iniciado há 15 anos, na região de
confluência dos municípios de Oeiras, Sintra e Cascais, longe do perímetro urbano,
por ser uma área que dispunha de terras mais baratas. O sucesso do parque
oportunizou sua expansão, valorizou a região e fez com que o próprio parque
contribuísse com o poder público nos projetos de urbanização do seu entorno que,
atualmente, trata-se de uma imensa área urbanizada e residencial, com uma ampla
oferta de serviços e infra-estruturas (BARROSO, 2007a). Os gestores do parque
atribuem sua atratividade, dentre outros fatores, à existência de áreas residenciais
41
condominiais e suas facilidades relativas, como creches, escolas, campo de golfe,
serviços e transportes, trazendo qualidade de vida para aqueles que aí convivem; ao
prestígio que o nome do parque traz consigo; e aos investimentos de grande monta
feitos em infra-estruturas física e técnica, fator esse que deu confiabilidade para
investidores e empreendedores quanto à solidez do empreendimento (informação
verbal)
2
.
Figura 6 – Taguspark: parque de ciência e tecnologia
Fonte: Barroso (2007b).
Apesar das singularidades, como as estratégias utilizadas para seu
desenvolvimento imobiliário, os parques ibéricos têm algumas características que os
assemelham: todos têm o governo local e/ou regional como um dos seus principais
acionistas; na sua grande maioria, têm estruturas físicas e de gestão muito flexíveis;
e todos, sem exceção, incentivam e investem na criação de empresas com diversos
níveis de inovação, contando com o apoio de programas da União Européia (UE) e
de fundos de capital semente, mais do que incentivam e investem na atração de
grandes empresas multinacionais. Alguns parques, inclusive, nem fazem questão da
presença de grandes multinacionais, como é o caso no Parque Tecnológico de
Bizkaia, no País Basco, ao norte da Espanha. Nesse parque, prefere-se apoiar os
2
CASTRO, Vitor; VARELA, Vasco. Taguspark: parque de ciência e tecnologia. Oeiras, Tagusparque,
S.A., 21 jun. 2007. Anotação de reunião.
42
empreendimentos e centros de pesquisa locais e regionais, com o objetivo de criar
as próprias empresas-âncoras aderentes à realidade e fiéis aos recursos locais e
regionais, em detrimento de empresas que poderiam, a qualquer momento,
abandonar o parque por terem identificado condições melhores em outro país,
situação enfrentada nesse parque (informação verbal)
3
. Essas e outras razões
fazem com que muitos parques ibéricos ultrapassem a marca de uma centena de
empresas residentes. Trata-se de verdadeiras fábricas de empresas, como é o caso
no Parque Tecnológico de Andalucía (PTA) (Figura 7), em Málaga, ao sul da
Espanha, com mais de trezentas empresas residentes e uma geração líquida de,
aproximadamente, cinqüenta novas empresas por ano (BARROSO, 2007a).
Figura 7 – Parque Tecnológico de Andalucía
Fonte: Barroso (2007c).
Apesar do esforço de alguns autores em identificar modelos para o
enquadramento dos parques, não existem padrões. O exercício para a classificação
dos parques ocorre pelo interesse de replicação das experiências de sucesso,
entretanto, de acordo com Spolidoro (2006, p. 39), “a ampla gama de formatos com
que se apresentam ilustra que não receitas prontas, e que cada parque
3
IBARRONDO, Marian; BOVEDILLA, Fernando. Atração de empresas e apoio a
empreendimentos locais e regionais. Zamúdio, Parque Tecnológico de Bizkaia, 27 jun. 2007.
Anotação de reunião.
43
tecnológico é único no seu contexto”. Sanz (1998), conclui que as classificações
obedecem a critérios puramente estéticos e subjetivos, não devendo engessar os
parques. Medeiros (1997), referindo-se ao caso brasileiro, entende que há uma
preocupação excessiva com aspectos normativos, deixando-se de lado a
necessidade de estudos que demonstrem os resultados das experiências nacionais.
Muito mais importante do que estar preso a modelos é perceber as diferenças
regionais, sem descuidar de fatores de localização importantes, garantidores de
sustentabilidade (MEDEIROS et al., 1992), o que será visto no próximo capítulo.
Após a apresentação das origens e dos aspectos conceituais, a seção
seguinte traz um breve panorama que demonstra a situação atual dos parques
tecnológicos no Brasil e no mundo.
2.3 PANORAMA ATUAL
Os problemas desenvolvimentistas das nações latino-americanas o
estruturais e já vêm sendo discutidos muitos anos. Partindo de estudos que
defendiam a substituição de importações pela industrialização do, então, Terceiro
Mundo Americano, Sábato e Botana (1968, apud PLONSKI, 1995), membros da
Escola Latino-americana de Pensamento em Ciência, Tecnologia e
Desenvolvimento, propuseram uma estrutura que ficou conhecida como Triângulo de
Sábato. Trata-se de uma figura geométrica em forma de triângulo que m o Estado
no seu vértice superior e, na base, um vértice representado pelas empresas e outro
pelas instituições de ensino e pesquisa. De acordo com as idéias de Sábato, mais
do que políticas favoráveis à substituição de importações, seria necessário fazer
com que a base do triângulo tivesse um relacionamento próspero, no sentido de
existir, efetivamente, o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação,
gerando bases mais lidas para o crescimento sustentável, para a geração de
emprego, renda e bem-estar social (DAGNINO, 2004; VIDAL; MARÍ, 2002). Os
primeiros parques tecnológicos foram os cenários nos quais universidades e
empresas, frente a frente, puderam perceber e colocar em prática a idéia de que
deveriam existir mecanismos e disposição para o relacionamento entre elas
(DAGNINO, 2004), cumprindo, assim, seu papel no Triângulo de Sábato. Nos dias
44
de hoje, os parques o criados para atender à necessidade de interação, visto que
são um meio fértil para que ela ocorra.
A despeito do que vinha sendo estudado e praticado cadas nos países
desenvolvidos, somente em 1982 foi criado o Programa de Inovação Tecnológica,
na esfera do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), agência do MCT, primeira iniciativa governamental brasileira com o objetivo
de aproximar universidades e empresas. Em 1984, junto a esse mesmo programa,
foi criado o Programa de Implantação de Parques Tecnológicos, que tinha por
objetivo dar origem aos primeiros parques e incubadoras de empresas no país,
entretanto, não teve grande sucesso, uma vez que algumas das iniciativas pré-
existentes, embrionárias, certamente, não puderam contar com esse apoio formal e
poucas, das que foram apoiadas, vingaram. Em 1987 foi criada a ANPROTEC, à
época Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de
Tecnologias Avançadas (ANPROTEC, 2006a; 2003; GUEDES; BERMÚDEZ, 1997)
e, desde então, o chamado MBIEPT vem crescendo, sendo que a maioria dos
parques tinha menos de quatro anos de existência em 2004 (ANPROTEC, 2004).
Finalmente, na segunda metade da década de 1990 gerentes de incubadoras do
Estado do Rio Grande do Sul, professores universitários e entidades de apoio, como
o SEBRAE, iniciaram um fórum de discussões com o objetivo de criar a Rede
Gaúcha de Incubadoras de Empresas (REGINC). Essa foi uma das iniciativas
pioneiras na formação de redes de incubadoras no Brasil e que veio a ser
formalizada somente em 11 de novembro de 2005, quando da realização da
assembléia de fundação da associação, hoje denominada REGINP, a qual
passaram a integrar também os parques tecnológicos (REGINP, 2007b).
Na atualidade, ações relacionadas a parques tecnológicos vêm sendo
apoiadas, principalmente, por instituições de ensino e pesquisa, iniciativa privada e,
na esfera governamental federal, pelo PNI, mencionado, que, dentre outras
atividades, identifica demandas e direciona-as aos Fundos Setoriais que, por sua
vez, oferecem recursos, geralmente não-reembolsáveis, para o desenvolvimento de
projetos de pesquisa e inovação tecnológica em ICT’s e empresas ligadas a elas
(BRASIL, 2007).
No Rio Grande do Sul, a sociedade organizada e o Governo do Estado vêm
considerando os parques como ambientes estratégicos para o desenvolvimento
tecnológico estadual. Tanto a Agenda Estratégica RS 2006 2020, planejamento
45
estratégico do Estado liderado pela Pólo RS Agência de Desenvolvimento, quanto
o Plano Estratégico de Ciência, Tecnologia e Inovação 2006 2015 para o Rio
Grande do Sul e suas publicações complementares, liderados pela Secretaria da
Ciência e Tecnologia (SCT), conferem importância aos parques tecnológicos quando
apontam-nos como pontos-chaves de um dos eixos de crescimento do Rio Grande
do Sul, ou seja, ciência, tecnologia e inovação (AGENDA ESTRATÉGICA RS 2006-
2020, 2007; RIO GRANDE DO SUL, 2006a; VASCONCELLOS (Coord.); DAMETTO
(Coord.), 2006).
O Governo Estadual vem buscando desenvolver bases de apoio institucional
aos parques, por meio de ensaios com a criação de programas conjuntos entre a
SCT e a Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (SEDAI). Em
2006, por exemplo, ano eleitoral, foram criados o Programa Rio Grande Tecnológico
(RS Tec) e o Comitê Gestor dos Arranjos Produtivos de Alta Tecnologia e Inovação
do Estado do Rio Grande do Sul (AP/Alta Tecnologia-RS), ambos com objetivos que
favorecem aos parques tecnológicos pela ampliação e fortalecimento do existente
Programa de Apoio aos Pólos de Inovação Tecnológica do Estado, criação de linhas
de crédito pela Caixa RS Agência de Fomento, com recursos do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estabelecimento de dotação
orçamentária específica para parques, reunião de diversos parceiros em prol do
desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação (C, T&I) no Estado, dentre outros
(RIO GRANDE DO SUL, 2006b-f).
Na esfera municipal gaúcha, alguns governos também têm atuado de forma
exemplar no apoio aos parques tecnológicos. Dentre diversas ações, pode-se
mencionar a criação do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico em Informática
(FDTI), por São Leopoldo, e do Fundo de Desenvolvimento do Setor de Tecnologia
da Informação (FUNDESTI), por Caxias do Sul. Ambos revertem um percentual do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), pago pelas empresas de TI,
para atividades de favoreçam a P&D no setor (CAXIAS DO SUL, 2004; SÃO
LEOPOLDO, 2004). Campo Bom criou o Programa de Incentivo à Geração de
Empregos (PIGE). A lista de benefícios vai desde auxílio pecuniário para folha de
pagamentos de empresas que sejam instaladas no Município ou que tenham
projetos de expansão até a cessão de equipamentos novos de informática por
quatro anos (CAMPO BOM, 2006; 2003a-b). Além desse Programa, Campo Bom
também criou o FDTI, no entanto, diferente de São Leopoldo, uma vez que oferece
46
subvenção econômica direta a empresas de TI (CAMPO BOM, 2004). Todos os
programas estaduais e municipais mencionados são iniciativas louváveis, no
entanto, têm sua operacionalização bastante difícil e burocrática, sem considerar a
descontinuidade de projetos pela mudança de poder. Esses fatores, em alguns
casos, engessam os benefícios tornando-os ineficazes no cumprimento de seu
principal objetivo, a captação de empresas para a geração de empregos, renda e
impostos.
Em termos de números, os parques brasileiros figuram com destaque no
cenário mundial. O Panorama ANPROTEC, pesquisa publicada anualmente pela
entidade, revela que, entre 2004 e 2006, o somatório de parques tecnológicos em
projeto, implantação e operação cresceu, em média, 8% ao ano, passando de 39,
em 2004, para 45, em 2006 (ANPROTEC, 2006b; 2005a; 2004). Nesse último ano, a
concentração de parques chegou a 80% nas regiões Sul e Sudeste, 17 e 19
parques, respectivamente, estando 44% do total brasileiro localizados próximos ou
em cidades com mais de um milhão de habitantes e 35% localizados próximos ou
em cidades com população entre trezentos mil e um milhão de habitantes
(ANPROTEC, 2006b), o que, em geral, não difere muito da realidade internacional,
exceto pela tendência mundial à instalação em pequenas cidades (IASP, 2006a).
Ainda de acordo com o Panorama ANPROTEC, 83% dos parques brasileiros
mantêm vínculo formal com universidades ou centros de pesquisa, sendo que,
desses, 60% estão vinculados a universidades ou centros de pesquisa blicos. A
pesquisa também revela que 58% do total de parques têm entidades privadas, sem
fins lucrativos, como suas gestoras (ANPROTEC, 2005b). Ao que parece, alguns
parques vinculados a instituições públicas encontraram vantagens nas instituições
privadas, como, por exemplo, a possibilidade de uma gestão mais flexível.
As estatísticas mundiais mostram que os parques tecnológicos e as
universidades procuram manter vínculos muito estreitos. Uma recente pesquisa
realizada pela IASP revela que 44% dos parques da amostra estão localizados
dentro de campi universitários, em áreas adjacentes ou em outros terrenos
pertencentes a universidades e que 53% situam-se em outras áreas (IASP, 2006b).
Independentemente disso, os parques procuram se concentrar em regiões com
grande densidade de universidades (IASP, 2006c) para compartilharem recursos,
como comprovam os dados a seguir: 54% dos parques que participaram da
pesquisa compartilham infra-estruturas com universidades, como laboratórios, por
47
exemplo (IASP, 2006d); 72% abrigam grupos de pesquisa de universidades (IASP,
2006e); 27% abrigam escritórios de relacionamento entre universidade e empresas
(IASP, 2006f); 65% compartilham alguns serviços (IASP, 2006g); 88% dos parques
pesquisados têm, pelo menos, uma incubadora; 83% contam com a presença de
centros tecnológicos ou unidades de P&D; e, inclusive, 26% incluem áreas
residenciais e/ou facilidades próximas dos espaços de trabalho e laboratórios (IASP,
2006h). Esses dados confirmam que é, praticamente, imperativo para os parques
estarem vinculados a universidades para terem acesso ao que Spolidoro (2006, p.
17) chama de “caldo de cultura”.
A última pesquisa realizada pela ANPROTEC sobre a evolução dos parques
no Brasil, publicada pela Revista Lócus, em 2006, foi respondida por apenas 30, dos
45 parques existentes, segundo a própria ANPROTEC. Ela mostra um total 10
parques tecnológicos em operação e 214 empresas instaladas, dentre os que
responderam (ANPROTEC, 2006b). Essa pesquisa vem se tornando cada vez mais
complexa e difícil de ser realizada, visto que o mero de parques tem crescido
rapidamente, fazendo com que a ANPROTEC não tenha condições de identificar
todas as iniciativas. Além disso, nem todos os parques identificados são associados
à entidade e muitos deles não participam. Outro fator que faz com que a pesquisa
não consiga, muitas vezes, representar fielmente a realidade é a classificação
utilizada pela entidade para os parques: em projeto, em implantação ou em
operação. Apesar de parecer a classificação mais lógica, deveria haver parâmetros
claros de enquadramento, se isso fosse mesmo relevante. Como não existem e fica
a cargo de cada entidade gestora de parque decidir a própria classificação e, além
disso, como existem diferentes tipos, modelos e realidades regionais de parques
tecnológicos, essa pesquisa torna-se um instrumento importante, visto que é a única
que reúne informações a respeito da evolução do MBIEPT, mas falível.
Para Conceição Vedovello “não existe uma definição que abarque todos os
modelos de parques” (informação verbal)
4
. Assim foi aberto o minicurso da
Assessora da Presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), agência
do MCT, numa das atividades que compuseram o Seminário Nacional de Parques
Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, ocorrido em agosto de 2006, em
4
VEDOVELLO, Conceição. Panorama dos parques tecnológicos no Brasil. Salvador, FINEP, 22
ago. 2006. Minicurso ministrado no Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de
Empresas da ANPROTEC.
48
Salvador, Bahia. De acordo com a palestrante, a FINEP considera a existência de 26
parques tecnológicos no Brasil, estando apenas um deles completamente
operacional, o TECNOPUC. Esse número refere-se àqueles parques que tiveram
projetos aprovados pela FINEP desde 2002 para receberam recursos não-
reembolsáveis para estudos de viabilidade e implantação. No minicurso, Vedovello
informou que os parques investidos vêm sendo visitados e o diagnóstico que se faz
é o de que todos têm feito grandes esforços para sua concretização, no entanto, os
recursos necessários para a consecução da implantação de um parque são muito
mais do que a FINEP seria capaz de aportar, o que vem fazendo com que a agência
reavalie suas políticas para esse público. Obviamente, existem parques tecnológicos
em projeto, em implantação e em operação no Brasil que não estão na carteira de
parques da FINEP, pois ainda não conseguiram, não buscaram ou não precisaram
receber recursos da agência, como é o caso do PTPISL. Nem por isso, esses
parques são ignorados pela FINEP.
Courson (1997), Lahorgue, Hanefeld e Cabral (2004) e Medeiros (1997)
concordam que o aumento do número de parques tecnológicos no Brasil pode
indicar a existência de imitações e/ou modismos. Para Lahorgue, Hanefeld e Cabral
(2004), ao mesmo tempo em que o grande crescimento do número de parques pode
demonstrar a força dos processos de criação e consolidação de empresas de base
tecnológica no país, a partir das empresas graduadas em incubadoras, também
pode demonstrar a ausência de um sistema nacional organizado, com políticas
específicas, e um crescimento desordenado, maior do que a demanda, apenas pelo
desejo de diversas instituições e regiões de terem seus próprios parques. Isso pode
gerar problemas de sustentabilidade e gera problemas de distribuição pelo
território nacional.
Independentemente das dúvidas ainda existentes quanto ao movimento tardio
dos parques tecnológicos no Brasil (ZOUAIN, 2004), alguns o realidade, como
foi visto. De acordo com a ANPROTEC (2005b), 54% das empresas residentes nos
parques tecnológicos brasileiros o do setor de serviços e 42% são do setor
industrial. Dentre essas empresas, as de TI representam um grande percentual,
tanto no Brasil quanto na maioria dos parques ao redor do mundo, como pode ser
constatado no Gráfico 1, a seguir:
49
30%
37%
41%
41%
44%
44%
44%
78%
Agronenócios
Novos Materiais
Energia
Meio Ambiente
Outras
Eletrônica
Biotecnologia
TI
Gráfico 1 - Áreas de atuação dos parques tecnológicos brasileiros
Fonte: adaptado de ANPROTEC (2005a, p. 39).
Dentre outras informações, a pesquisa realizada pela ANPROTEC, em 2005,
demonstra, conforme o gráfico acima, gerado a partir de uma pergunta de múltiplas
respostas, que existem parques tecnológicos multissetoriais no país e que 78% dos
que responderam têm TI como um dos seus focos, se não o principal ou o único.
Assim como no Brasil, a pesquisa realizada pela IASP, em 2001, registra TI como
uma das principais áreas de atuação das empresas residentes nos parques
tecnológicos no mundo, sócios da IASP, conforme o Gráfico 2, abaixo:
50
5%
6%
7%
8%
9%
19%
20%
26%
rmacos
Novos Materiais
Outras
Meio Ambiente
Agronegócios
Eletrônicos e Computadores
Biotecnologia e Ciências da Vida
TI
Gráfico 2 - Áreas de atuação das empresas residentes nos parques tecnológicos
no mundo
Fonte: adaptado de IASP (2001a).
Verifica-se, nos gráficos acima, que o setor de TI tem grande relevância para
os parques tecnológicos. Sendo assim, no próximo capítulo são apresentadas
informações sobre tamanho, potencial e oportunidades de crescimento existentes
nesse mercado, bem como a visão que as empresas do setor têm a respeito dos
parques tecnológicos brasileiros.
51
3 SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O setor de TI é o de maior representatividade nos parques tecnológicos,
razão pela qual é o foco deste estudo. Neste capítulo, baseado, principalmente, no
relatório elaborado, em 2005, pela Brazilian Association of Software & Service
Export Companies (BRASSCOM), procura-se trazer informações sobre o tamanho
do mercado de TI, oportunidades de crescimento e vantagens e desvantagens do
Brasil frente aos grandes concorrentes mundiais. Ao final, apresenta-se a visão do
setor em relação aos parques brasileiros e revela-se que, de acordo com o relatório,
os resultados desses parques ainda são considerados pouco significativos.
De acordo com a BRASSCOM (2006), “no Brasil , registradas, 3.265
empresas de TI e apesar da maioria estar comprometida em mercados locais de
pequena escala, elas empregam mais de 100.000 pessoas em todo o país”. o
texto das diretrizes nacionais de Política Industrial, Tecnológica e de Comércio
Exterior (PITCE) (BRASIL, 2003) afirma que as empresas de desenvolvimento de
programas, processamento e banco de dados somavam 5.400 no ano 2000 e que
o mercado nacional teve “um crescimento anual médio de 11% entre 1995 e 2002
(BRASIL, 2003, f. 18), portanto, acima do Produto Interno Bruto (PIB). O Sindicato
das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul (SEPRORGS) (2005) identificou
e entrevistou 2.293 empresas de TI somente no Estado, distribuídas em 169
municípios. Desses, os cinco municípios com maior concentração de empresas de TI
são: Porto Alegre, com 37,2%; Caxias do Sul, com 5,8%; Novo Hamburgo, com
4,5%; Canoas, com 3,6%; e São Leopoldo, com 3,3%. Vale lembrar que esses
percentuais referem-se ao número de empresas e o ao seu impacto na geração
de postos de trabalho, impostos e desenvolvimento econômico. Entretanto, as
empresas de TI de Novo Hamburgo também colocam o Município na terceira
posição em faturamento no Estado (informação verbal)
5
.
Nota-se imprecisão e incoerência nas quantidades de empresas
apresentadas pelas três fontes citadas acima. Isso pode ocorrer, pois cada entidade
define, por julgamento próprio, os ramos de negócios considerados como TI, uma
vez que esse mercado é muito dinâmico. Outros motivos podem ser as altas taxas
5
FOSCARINI, Jair Henrique. Empresas de TI em Novo Hamburgo. Novo Hamburgo, Prefeitura
Municipal de Novo Hamburgo, 5 mar. 2007. Anotação de reunião.
52
de natalidade e mortalidade de empresas no Brasil. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2005, f. 25), entre 1996 e 2003
“surgiram, em média, 620 mil novas empresas e foram extintas, em média, 427 mil,
resultando em um saldo líquido positivo de 193 mil novas empresas” por ano. Em
2004, a mortalidade das empresas nascidas em 2002 era de 49,4%, sendo que 68%
dos empreendedores não fazem o devido cancelamento de suas respectivas
empresas nas Juntas Comerciais, conforme pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) (2004). Esses são alguns dos problemas
que contribuem para a defasagem dos dados, dificultando, assim, a quantificação
das empresas do setor.
No que se refere ao potencial de mercado, bem como às oportunidades de
crescimento existentes no setor, a BRASSCOM (2005) e entidades do Governo
Federal, assessoradas pela A.T.Kearney, empresa de consultoria internacional,
apresentaram, em dezembro de 2005, o relatório intitulado: Desenvolvimento de
uma Agenda Estratégica para o Setor de “IT Offshore Outsourcing”
6
. O relatório
trouxe informações atualizadas sobre o mercado de TI no Brasil e no mundo,
importantes para esse trabalho, já que trata sobre o setor predominante nos parques
tecnológicos, como visto anteriormente.
De acordo com o relatório da BRASSCOM et al. (2005), a América do Norte e
a Europa são os grandes demandantes por outsourcing
7
de serviços de TI, com 78%
de um mercado de 607 bilhões de dólares americanos por ano, segundo dados de
2004. A América Latina vem apenas à frente da África, com 3% da demanda.
Estima-se um crescimento de 6% ao ano até 2008, impulsionado, especialmente,
por serviços financeiros e governo, áreas para as quais o Brasil oferta soluções de
classe mundial, além de manufatura.
O relatório divide os competidores mundiais do Brasil no mercado de off-
shoring
8
em duas categorias: tradicionais exportadores e exportadores emergentes.
A primeira é formada por países que estabeleceram mercados de exportação
representativos, como é o caso do Canadá, Índia e Irlanda. A segunda é
representada, por exemplo, pela China, Brasil, Malásia, Filipinas, Leste Europeu e
México, países e regiões que vêm ganhando mercado, principalmente por
6
Terceirização da tecnologia da informação fora do país de origem do cliente (tradução nossa).
7
“Terceirização: forma de transferir para outras empresas a realização de tarefas e/ou serviços, ou a
fabricação de produtos de que uma empresa necessita” (FIATES (Coord.) et al., 2002, p. 77).
8
Produção fora do país de origem do cliente (tradução nossa).
53
oferecerem custos competitivos, o que, atualmente, não é a condição mais
importante, segundo o relatório. Destacam-se, nessa segunda categoria, a China e o
Brasil, países com mercados internos grandes e desenvolvidos, fator que, no caso
do Brasil, com um faturamento de mais de US$ 7 bilhões por ano, ou 1,6% do PIB,
se utilizado corretamente para estabelecer um posicionamento diferenciado de sua
oferta no exterior, ou seja, se for capitalizado a seu favor, poderá levá-lo a ocupar
uma posição importante no cenário mundial.
O Gráfico 3, abaixo, mostra e compara os tamanhos global, doméstico e de
exportação dos principais mercados de software e serviços de TI em 2003, em
milhões de dólares americanos:
Gráfico 3 - Tamanho dos principais mercados de software e serviços de TI em 2003 (US$
milhões)
Fonte: BRASSCOM (2005, f. 8).
De acordo com o Índice A.T.Kearney de atratividade global para a alocação
de serviços de off-shoring (BRASSCOM, 2005), apresentado no Gráfico 4, a seguir,
o Brasil vem se mantendo entre os dez destinos mais atraentes do mundo. O índice
considera três variáveis, financeira (custos), recursos humanos (existência de
profissionais qualificados) e ambiente de negócios (estabilidade política, terrorismo,
etc.), sendo que o Brasil apresenta um índice financeiro favorável, no entanto, perde
em atratividade nas outras duas.
54
2.1
0.4
1.0
1.6
2.9
0.4
1.3
1.9
2.8
0.5
3.0
1.0
0.5
2.8
3.6
2.9
3.1
3.1
3.6
3.0
2.7
2.6
2.7
2.9
2.7
3.3
3.0
3.5
3.6
0.5
2.9
1.1
2.7
2.6
3.3
1.6
3.6
3.0
3.2
3.5
0.9
1.4
1.5
0.9
0.7
2.2
1.2
1.2
0.8
2.1
0.7
1.7
2.1
1.3
0.7
1.0
0.9
0.9
0.6
0.8
0.6
0.9
1.1
1.2
1.0
0.9
0.9
1.1
1.0
2.7
1.4
2.0
1.0
1.1
0.9
1.4
1.2
1.1
1.8
2.1
2.3
1.7
1.8
1.1
2.1
2.3
1.7
1.2
2.2
1.2
2.3
2.4
0.9
0.8
1.1
1.1
1.0
0.9
1.3
1.9
1.6
1.4
1.2
1.6
1.1
1.4
0.9
1.0
2.2
1.2
2.4
1.9
1.9
1.5
2.7
1.1
2.0
1.2
1.3
0.9
Índice Financeiro Índice Recursos Humanos Índice Ambiente de Negócios
Alta
atratividade
Baixa
atratividade
Atratividade
moderada
Turkey
Ireland
Spain
Portugal
Panama
France (Tier
New Zealand
Israel
South Africa
Germany
Tunisia
Australia
UK (TierII)
Russia
Vietnam
Jamaica
Romania
Argentina
Ghana
Costa Rica
UAE
Hungary
Poland
Mexico
Slovakia
Bulgaria
Jordan
Indonesia
Egypt
US (Tier II)
Brazil
Canada
Chile
Singapore
Philippines
Malaysia
China
India
Czech
Thailand
Gráfico 4 - Índice A.T.Kearney de atratividade global para a alocação de serviços
de off-shoring (2005)
Fonte: adaptado de BRASSCOM (2005, f. 11).
A partir dos resultados desse índice e pela análise das vantagens e
desvantagens do setor, apresentadas no Quadro 1, abaixo, o relatório sugere
alternativas para o crescimento do país no mercado mundial de TI. O primeiro ponto
é a construção e a promoção de uma imagem consistente de oferta e de conteúdos
tecnológicos, seguido da ampliação dos investimentos em inovação e do domínio de
novas plataformas tecnológicas, compatibilização da carga tributária com as
praticadas no mercado internacional, melhoria da qualidade e garantia de uma oferta
crescente de recursos humanos e geração de percepções positivas sobre a
estabilidade do ambiente de negócios. Mais ainda, o relatório sugere que o Brasil
deva posicionar sua oferta de forma a se diferenciar dos demais países, por meio de
uma postura pró-ativa e especializada.
55
Vantagens Desvantagens
a) estabilidade política, à frente da Índia
e da China;
b) proteção dos direitos de propriedade
intelectual relativamente mais
eficazes no Brasil do que na Índia e
na China;
c) infra-estrutura de TI no Brasil melhor
do que na Índia e na China;
d) infra-estrutura de telecomunicações
moderna e capilar, se comparada
com a da Índia e a da China;
e) taxas elevadas de expansão da
Internet e de prontidão na adoção de
tecnologias da informação;
f) salários do setor relativamente
competitivos;
g) tamanho e sofisticação da demanda
interna;
h) capacitação da oferta já demonstrada
por meio de soluções de classe
mundial para segmentos específicos
do mercado, como serviços
financeiros, varejo, governo e
telecomunicações;
i) cultura de negócios e de automação
semelhante à dos principais
mercados-alvos (América do Norte e
Europa);
j) proximidade dos principais
mercados-alvos, quando comparada
com a Índia e a China (fuso-horário);
k) afinidade e pluralidade cultural;
l) legislações que favorecem o setor;
m) oferta de crédito governamental para
o setor.
a) pequena disponibilidade de
formandos em carreiras de
tecnologia;
b) capacitações dos recursos humanos
direcionados ao setor de TI ainda
percebidas como inferiores às de
outros países concorrentes;
c) o Brasil está atrás da Índia e da
China em certificação de empresas
no padrão Capability Maturity Model
Integration (CMMI);
d) o Brasil é relativamente menos
competitivo que alguns concorrentes
emergentes em custos de overhead
9
;
e) carga tributária;
f) burocracia em excesso, gerando
ineficiência e percepções negativas;
g) oferta de crédito ainda pouco
específica e de limitada capilaridade;
h) escala pequena e oferta de difícil
mapeamento, fragmentada e
dispersa pelo território nacional.
Quadro 1 - Algumas vantagens e desvantagens do setor de TI brasileiro
Fonte: elaborado pelo autor com base em BRASSCOM (2005).
Dentre as oportunidades para o setor de TI, o relatório da BRASSCOM (2005)
menciona os parques tecnológicos brasileiros. É interessante observar que, apesar
da ANPROTEC (2005b) ter divulgado, em 2005, na sua pesquisa anual, o número
de 42 parques, sendo 15 em operação, a BRASSCOM (2005, f. 16), no mesmo
ano, identificou apenas 8 e observou a existência do que chamou de “outros pólos
9
Despesas gerais, como, por exemplo, locações (tradução nossa).
56
de tecnologia importantes”, como Brasília, Campina Grande, Campinas, Londrina e
São José dos Campos. A partir disso, pode-se interpretar que apenas oito parques
tecnológicos estão sendo percebidos e reconhecidos pelo setor de TI brasileiro,
como mostrado na Figura 6, abaixo:
Figura 8 – Principais parques tecnológicos no Brasil
Fonte: adaptado de BRASSCOM (2005, f. 16).
Mais ainda, em relação aos parques tecnológicos brasileiros, o relatório
constata que:
faltam ainda parques com características de clusters tecnológicos e com a
presença e investimento dos players
10
relevantes para garantir seu
crescimento sustentável. Falta também uma proposta de valor atrativa (por
exemplo, pacote de infra-estrutura e de incentivos) para que os players de
maior porte e mais relevantes do setor de TI instalem operações
significativas nesses parques. Finalmente, existem ainda dificuldades de
financiamento para as empresas construírem novos estabelecimentos nos
parques brasileiros (BRASSCOM, 2005, f. 17).
A BRASSCOM (2005) conclui que os parques o iniciativas universitárias,
generalistas focadas, ou seja, sem um olhar específico para TI, com raras exceções.
Quanto à atração de empresas, o relatório acrescenta que os parques são voltados,
principalmente, às micro e pequenas, mantendo relacionamentos discretos com as
grandes. Nesse sentido, pelo menos, o documento faz referência a casos de
10
Atores (tradução nossa)
Parque de Uberaba
Nº. de empresas: 48
Faturamento: ~R$ 40 milhões
Foco: Biotecnologia, Energia, TI
Universidade: UNIUBE
Parque de Alta Tecnologia de
São Carlos
Nº. de empresas: 70
Faturamento: N/A
Foco: Tecnologia em geral
Universidade: UFSCar
Parque Tecnológico Alfa de
Florianópolis
Nº. de empresas: 37
Faturamento: ~R$ 40 milhões
Foco: Tecnologia
Universidade: UFSC
Porto Digital de Recife
Nº. de empresas: 86
Faturamento: ~R$ 240 milhões
Foco: Software
Universidade: UFPE
Petrópolis Tecnópolis
Nº. de empresas: 52
Faturamento: N/A
Foco: Tecnologia
Universidade: Universidade
Católica de Petrópolis
Parque Tecnológico do Pólo de
Informática de São Leopoldo
Nº. de empresas: 25
Faturamento: ~R$ 130 milhões
Foco: Software
Universidade: UNISINOS
Parque do Rio
Nº. de empresas: 16
Faturamento: ~R$ 60 milhões
Foco: TI, Meio Ambiente e
Energia
Universidade: UFRJ
TECNOPUC
Nº. de empresas: 22
Faturamento: N/A
Foco: TI, Energia e Biotecnologia
Universidade: PUCRS
57
sucesso, como o Porto Digital, em Recife, e o TECNOPUC, em Porto Alegre. Em
síntese, a BRASSCOM (2005) afirma que as políticas e programas governamentais
de apoio são insuficientes e devem ser aperfeiçoados e que a maioria dos parques
tecnológicos ainda são muito recentes no país, por isso seus resultados são pouco
significativos.
As empresas de TI o o público-alvo da quase totalidade dos parques
tecnológicos no Brasil e no mundo, dado, por exemplo, à transversalidade do setor
frente a todas as ciências. Todavia, parece que as entidades gestoras dos parques
não estão sabendo como, não estão tendo condições de atender expectativas ou,
ainda, o estão sabendo mostrar as vantagens dos parques tecnológicos. De
qualquer forma, o desafio é encantar empresários e dirigentes para que transfiram
algumas ou a totalidade das atividades ou projetos das empresas para parques
tecnológicos e intensifiquem ou passem a interagir com instituições de ensino e
pesquisa. Os fatores que podem contribuir para a compreensão daquilo que é
relevante para a localização de empresas são fornecidos no próximo capítulo.
58
4 FATORES DE LOCALIZAÇÃO
Os parques tecnológicos brasileiros estão sendo planejados de acordo com
aspectos preconizados pela experiência internacional e pelo MBIEPT, por meio de
programas de incubação consolidados e de determinados parques implantados, e de
acordo com a realidade de cada região e com o cenário nacional. Alguns parques
parecem ter alcançado sucesso mais rapidamente por reunirem condições prévias
e/ou por terem apreendido as expectativas do seu público-alvo e tido condições de
programar ações, projetos e estruturas para atendê-las.
Considerando que o futuro da distribuição industrial será o reflexo dos
fundamentos estabelecidos e das decisões tomadas hoje (ESTALL; BUCHANAN,
1976) e considerando a necessidade de conhecer o que é relevante para a
localização de empresas, nesse capítulo os fatores de localização encontrados na
literatura são expostos em duas seções e sintetizados numa terceira. Na primeira,
são apresentados fatores clássicos de localização e sua evolução e, na segunda,
são apresentados fatores de sucesso de parques tecnológicos como fatores de
localização de empresas de base tecnológica que, ao serem conhecidos e
atendidos, podem conferir atratividade para parques, segundo autores brasileiros e
estrangeiros ligados ao Movimento Mundial de Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos (MMIEPT).
4.1 FATORES CLÁSSICOS DE LOCALIZAÇÃO E SUA EVOLUÇÃO
Leme (1985) apresenta cinco etapas para a instalação de empresas:
macrolocalização, microlocalização, projeto do edifício, arranjo físico dos
equipamentos e do local de trabalho. Para este estudo interessam as duas
primeiras, que indicam a região e/ou a cidade e, em seguida, o tipo de espaço onde
a empresa deverá estar localizada, respectivamente. Essas etapas revelam a
existência de fatores de localização, sendo que a decisão pela localização de
empresas industriais, assim como de empresas intensivas em conhecimento,
mesmo que em menor grau, ainda é, nos dias de hoje, influenciada por fatores ditos
59
clássicos de localização (BARQUETTE, 2002). Por essa razão, trata-se aqui sobre
tal assunto.
Mota (1968, p. 4) afirma que, tradicionalmente, a Economia ocupa-se de três
problemas principais: “o que produzir, como produzir e para quem produzir”.
Entretanto, a evolução dos estudos econômicos fez com que a questão temporal
também viesse à tona, assim como um novo problema: onde produzir (LÖSCH,
1957; MOTA, 1968). A percepção da existência de uma dimensão espacial na
Economia fez com que teóricos passassem a produzir modelos, de acordo com as
condições históricas de suas épocas (DINIZ, 2000), que contribuíram para a
construção e evolução de uma Teoria da Localização Industrial.
De acordo com Mota (1968), apesar da questão da localização ser um
problema econômico, o é tarefa simples visualizá-la dessa forma. O autor justifica
que, por vezes, a decisão pela localização também considera fatores não-
econômicos, como questões políticas ou motivações de ordem pessoal. Outro ponto
importante é que os fatores de localização são dinâmicos, de acordo com o setor
industrial, podendo variar em função da disponibilidade de recursos naturais e
humanos, tecnologias, preferências e localização dos consumidores, políticas
governamentais e influências institucionais. O fato é que, quanto mais opções
existirem para a localização de uma indústria, mais detalhado torna-se o processo
de escolha do local para a instalação de uma empresa. Mesmo assim, com um grau
maior de complexidade, sempre existirão opções, uma vez que nenhuma localização
reúne todas as vantagens, assim como nenhuma localização pode estar
completamente desprovida de pontos relevantes (ESTALL; BUCHANAN, 1976). Por
último, a diversidade de fatores de localização torna o assunto um problema
econômico complexo (MOTA, 1968).
A despeito dessa complexidade, teóricos clássicos concordam que as
atividades de uma indústria de transformação passam pela reunião dos fatores de
produção, pela transformação, venda e pela distribuição dos produtos. Sendo assim,
eles também consideram que os custos totais de produção e distribuição são
calculados em função dos custos de transporte das matérias-primas e dos produtos
acabados ou semi-acabados e em função dos custos de transformação,
especialmente mão-de-obra e energia. Nesse sentido, os fatores de localização
podem ser definidos como vantagens geográficas de um lugar em detrimento de
outro, por apresentarem condições que proporcionam custos totais mais atrativos à
60
atividade industrial e possibilitam a maximização de lucros (MOTA, 1968; WEBER,
1969). Dentre esses teóricos clássicos, estão: Johann Heinrich von Thünen, Alfred
Weber, August Lösch, alemães (LÖSCH, 1957), Edgar Malone Hoover e outros
autores importantes.
Thünen (1966), fazendeiro alemão, foi o primeiro a escrever sobre questões
ligadas à localização. A partir de seus estudos, direcionados à produção agrícola em
torno das cidades, o autor desenvolveu o que passou a ser conhecido como Anéis
de Thünen, nada mais do que traçados circulares em torno das cidades, delimitando
áreas de cultivo.
Nesse modelo, a remuneração do produtor rural é calculada de forma
simples. Subtrai-se os custos com fatores de produção e fretes do valor recebido
pela venda dos produtos, portanto, quanto mais distante do mercado, menor o
excedente do produtor. Assim, pode-se dizer que a questão principal do modelo é
identificar culturas que maximizem a renda da terra, dada em função da distância até
a cidade localizada no centro dos anéis (AZZONI, 1982; BARQUETTE, 2002;
CAVALCANTE, 2002; DINIZ, 2000; FERREIRA, 1989; MOTA, 1968; TERUYA, 1999;
THE HISTORY OF ECONOMIC THOUGHT WEBSITE, 2007a).
O legado de Thünen foi inspirador para que, mais tarde, outros teóricos
passassem a desenvolver seus estudos sobre a questão da localização industrial,
como foi o caso do pioneiro Alfred Weber, irmão de Max Weber (FEARON, 2001;
THE HISTORY OF ECONOMIC THOUGHT WEBSITE, 2007b; WIKIPÉDIA, 2007).
Weber (1969) analisa a influência dos custos de transporte de matérias-primas e
produtos acabados e/ou semi-acabados, a influência da mão-de-obra e das forças
aglomerativas, hoje discutidas no âmbito dos distritos industriais, clusters, arranjos
produtivos locais (APL’s) e parques tecnológicos (BNDES, 2004; SANTOS; DINIZ;
BARBOSA, 2004; SIQUEIRA, 2003; VISCONTI, 2001), para explicar as razões pelas
quais as indústrias decidem sua localização.
Weber (1969) elaborou dois instrumentos para determinar a melhor
localização industrial: o Triângulo Locacional e as Curvas Isodapanas. O primeiro
busca encontrar uma posição equilibrada para os custos de transporte entre três
vértices de um triângulo que exercem uma força de atração para si. Dois deles são
representados por duas matérias-primas necessárias, localizadas em pontos
distintos e somente nesses pontos, e o terceiro é representado pelo mercado
consumidor, situado num terceiro ponto. Como a ênfase está na minimização dos
61
custos com transportes, a análise dos custos de mão-de-obra e das forças
aglomerativas é relegada a segundo plano, mas sem perder sua importância.
O passo seguinte é a aplicação das Curvas Isodapanas para a localização
industrial em estudo. Trata-se de curvas traçadas ao redor do eixo encontrado no
triângulo previamente definido. O significado é que à medida que as curvas são
afastadas do eixo, o custo de transporte fica mais alto. De forma contrária, enquanto
esse custo aumenta, o custo de mão-de-obra e/ou as economias de aglomeração
podem estar tornando-se vantajosos em proporção contrária, compensando o
afastamento da localização de menor custo de transporte e justificando outras
possibilidades de localização a serem eleitas. De qualquer maneira, para Weber
(1969), a localização adequada é aquela que propicia os menores custos de
produção, sendo o custo de transporte o principal deles. Em síntese, com as Curvas
Isodapanas é possível demonstrar a distância em que um bem pode ser
transportado pelo mesmo valor, considerando-se que o custo de frete seja calculado
por peso.
Tanto Thünen quanto Weber fixam uma série de pressupostos para que seus
modelos sejam verdadeiros. Os autores consideram que os custos de transporte
variam apenas em função da distância e do peso, que a concorrência é perfeita, com
preços constantes, que a oferta e a demanda de matérias-primas e produtos são
equilibradas, os fornecedores e mercados consumidores são conhecidos, os fatores
de produção são estáveis, a oferta de mão-de-obra é ilimitada, a produtividade é
constante, não consideram que as indústrias podem ter diferentes portes ou serem
interdependentes, não consideram a possibilidade de troca de insumos, consideram
a existência de acessos aos centros consumidores, a topografia uniforme e a
mesma fertilidade dos solos em pontos diferentes, no caso do modelo de Thünen.
Portanto, percebe-se que os dois modelos são estáticos, alicerçados em
pressupostos raramente encontrados de forma espontânea (AZZONI, 1982;
BARQUETTE, 2002; CAVALCANTE, 2002; DINIZ, 2000; FERREIRA, 1989; MOTA,
1968; TERUYA, 1999).
Apesar disso, os estudos de Weber são base para os trabalhos dos autores
que se seguem. Lösch (1957), por exemplo, que concentra-se mais do lado da
demanda, afirma que a localização ótima é aquela que possibilita a obtenção de
lucros maiores e não, necessariamente, aquela que contribui para minimização de
custos ou maximização de receitas. Hoover (1948) procura separar conceitos
62
trabalhados indevidamente, segundo ele, de forma combinada por Weber. São as
economias de escala, que geram economias internas às firmas motivadas pelo
aumento da demanda, as economias de localização, externas às firmas e internas à
indústria, e de urbanização, para todas as indústrias tomadas em conjunto. Trata-se
de conceitos distintos, determinantes para a definição dos custos de produção numa
localidade, o que, conseqüentemente, influencia na decisão pela localização
industrial. Esses conceitos são explicados adiante.
No passado, a promoção econômica local significava, sobretudo,
disponibilidade de áreas físicas para a instalação de empresas. Com o decorrer do
tempo, outros elementos foram incorporados, especialmente nos países
industrializados (MEYER-STAMER, 2001). Nesse sentido, a Teoria da Localização
Industrial foi uma evolução, pois passou a considerar outros fatores além da terra
e vem evoluindo ainda mais, com as contribuições de novos autores.
Azzoni, Leme e Mota são alguns representantes brasileiros desse grupo.
Baseados nos ensinamentos de autores clássicos, propõem, por exemplo, formas de
classificação dos fatores de localização em busca de uma teoria geral e, baseados
nas mudanças tecnológicas, sociais e econômicas, adicionam elementos ao
processo de tomada de decisão pela localização industrial.
Admitindo que o objetivo econômico de uma empresa seja a obtenção do
máximo lucro, aumentando receitas e diminuindo custos, podem existir diversos
fatores de localização a serem avaliados, como, por exemplo, proximidade do
mercado consumidor ou fornecedor, logística, mão-de-obra, recursos naturais,
energia, existência de serviços de utilidade pública e/ou condições climáticas
(ESTALL; BUCHANAN, 1976; LEME, 1985; MOTA, 1968). Percebendo essa
multiplicidade de fatores de localização, Mota (1968) procurou agrupá-los e
sistematizá-los, buscando adequar a Teoria da Localização Industrial de Weber à
realidade brasileira.
De acordo com Mota, então, o primeiro grupo de fatores de localização é
formado por aqueles que influenciam na distribuição espacial das indústrias. Eles
são denominados fatores gerais. Supondo que sejam considerados como forças de
atração, segundo o autor, sua influência sobre as indústrias se de duas formas:
por meio dos fatores regionais e dos técnico-locacionais, ambos os fatores
econômicos.
63
Os regionais orientam as indústrias para localizações que proporcionem mais
vantagens em termos de custos, especialmente de transporte, mão-de-obra e/ou
energia. os técnico-locacionais atuam como aglomerativos ou desaglomerativos,
no sentido da interdependência existente entre as indústrias. Mota busca subsídios
nos estudos de Hoover (1948) para explicar que as indústrias aglomeram-se ou
dispersam-se devido às economias decorrentes da produção em maior escala,
devido às economias de localização, como conseqüência da formação de pólos
industriais de um único setor, ou devido às economias de urbanização, isto é, a
concentração de várias indústrias em uma área urbana. De acordo com Azzoni
(1982) esses dois últimos tipos de economias podem ser classificados como
externalidades.
Leme (1985) completa a idéia anterior assegurando que a decisão de
localização de uma empresa pode se diferenciar de outra, dependendo da estratégia
adotada em relação ao número de plantas produtivas. O autor apresenta três
motivos que podem levar uma empresa a decidir pela concentração da sua
produção: quando o custo de transporte do produto acabado pode ser negligenciado
ao ser comparado com o custo de transformação, quando a demanda pelo produto é
pequena, exigindo da empresa a prospecção de diversos mercados e/ou quando
a possibilidade de redução de custo por unidade de produto, com a produção em
escala.
As grandes cidades podem ser atrativas para as indústrias por fatores que, de
certa forma, tornam-se possíveis pela própria aglomeração e vão além de questões
mercadológicas. Como exemplo, pode-se mencionar a grande disponibilidade de
serviços de crédito, comunicações, serviços de utilidade pública, a existência de
comércios fortes, etc. Apesar disso, a grande concentração de indústrias e pessoas
pode causar o aumento da sindicalização e o crescimento da violência, da poluição,
do trânsito e, portanto, uma diminuição da qualidade de vida, além da escassez de
áreas para novas empresas e para a expansão das existentes, o que causa
aumento do preço do metro quadrado. Isso significa que a aglomeração tem limites
e também origem a processos de desaglomeração (MOTA, 1968; SICSÚ;
CROCCO, 2003; TERUYA, 1999).
O segundo grupo de fatores de localização, segundo Mota, diz respeito
àqueles que afetam a distribuição espacial de certas indústrias. Dentre eles, estão a
disponibilidade de recursos hídricos, terra e serviços, condições climáticas,
64
exigências relativas a resíduos industriais e outros. Os fatores pertencentes a esse
grupo são denominados pelo autor como especiais.
Por fim, existem as motivações que dizem respeito a fatores tangíveis e
intangíveis ou não-econômicos. Elas influenciam as escolhas e decisões dos
empresários quando, por exemplo, duas ou mais regiões apresentam vantagens
semelhantes (ESTALL; BUCHANAN, 1976; MOTA, 1968). Como fatores tangíveis,
Mota refere-se aos recursos de capital e de crédito e incentivos governamentais, tais
como redução ou isenção de impostos e/ou taxas, fatores esses que Estall e
Buchanan (1976) chamam de influências externas. Como fatores intangíveis, Mota
refere-se ao bem-estar social, existência de locais aprazíveis para viver, opções de
lazer, atitudes da comunidade em relação à indústria, bem como cultura local e
fatores psicológicos para o empreendedor, como apego à comunidade, fidelidade à
tradição empresarial da família, desejo de liderança, etc.
Cabe lembrar aqui que o mercado real e o mercado em potencial são,
também, fatores de localização, visto que uma indústria não existiria sem eles
(MOTA, 1968; ROLIM, 1985). Todavia, na atualidade, especialmente quando se trata
da indústria de TI, torna-se cada vez mais comum a existência de empresas
distantes de seus mercados, devido ao desenvolvimento de tecnologias da
informação e comunicação, bem como da logística.
Outras classificações dos fatores de localização são possíveis. Entretanto,
pode-se considerá-las complementares. Barbieri (1995), por exemplo, lista o que
chama de fatores tradicionais que completam os pré-existentes ou suprem a falta
deles. São os seguintes:
a) disponibilidade, qualidade e custo de transportes;
b) disponibilidade, habilidade e custo de mão-de-obra;
c) disponibilidade e custo de água e energia;
d) suprimento de insumos;
e) remoção de esgotos e resíduos;
f) proximidade e dimensão dos mercados consumidores;
g) clima e condições gerais de vida;
h) disponibilidade e custo de terrenos;
i) topografia e custo de preparação de terrenos;
j) custo de construção, montagem e manutenção; e
65
k) incentivos governamentais de natureza tributária e/ou infra-estrutural,
como obras de terraplenagem.
Meyer-Stamer (2001) divide os fatores de localização em objetivos e
subjetivos, sendo que esses últimos são subdivididos em empresariais e pessoais.
No que diz respeito aos fatores objetivos, o autor concorda com Barbieri que os
denomina como tradicionais. Quanto aos subjetivos empresariais mais importantes,
o autor menciona:
a) ambiente econômico da cidade e região correspondente;
b) imagem da cidade e região;
c) contatos setoriais;
d) universidades e instituições de pesquisa e tecnologia;
e) perfil inovador da região; e
f) desempenho de associações comerciais e industriais.
Quanto aos fatores subjetivos pessoais mais importantes, o autor cita:
a) qualidade residencial e de seu entorno;
b) qualidade do meio ambiente;
c) qualidade das escolas e outras instituições de formação;
d) qualidade de infra-estrutura; e
e) qualidade e diversidade de lazer.
Leme (1985) classifica os fatores de localização em apenas duas
categorias: os econômicos ou tangíveis, portanto, quantificáveis, e os extra-
econômicos ou intangíveis, portanto, imensuráveis. Esse autor também considera os
fatores de localização apresentados anteriormente, até mesmo porque suas
reflexões são anteriores às de Barbieri e de Meyer-Stamer que, de certa forma,
também o referenciam, no entanto, chama a atenção aos seguintes fatores, que
complementam a lista:
a) situação financeira dos estados e municípios, tendo em vista novas infra-
estruturas que beneficiem as indústrias;
b) custo de vida;
c) condições sindicais;
d) existência de hotéis, ferrovias, rodovias e aeroportos;
66
e) serviços de utilidade pública, como segurança, corpo de bombeiros,
hospitais e sistemas de transporte público;
f) sistema bancário e atitude de gerentes de bancos em relação à indústria
local;
g) mercado imobiliário, tanto no que se refere à existência de residências
para locação ou aquisição ou planos para a construção de condomínios
quanto à existência de terrenos para a instalação de indústrias ou prédios
prontos e vagos para locação ou aquisição; e
h) condições de vida na cidade e/ou região, incluídas as de recreação e
divertimento, as instituições culturais, religiosas e educacionais.
Meyer-Stamer (2001) acrescenta pontos de influência muito ligados aos
fatores aglomerativos na decisão de localização. Um deles pode ser a mudança da
filosofia de gestão, como, por exemplo, a implementação de conceitos de logística
just-in-time e a concentração na competência-chave (core competence). Isso,
somado à terceirização, pode levar uma indústria a buscar mais produtos e serviços
no mercado, muitas vezes optando pela compra em fornecedores próximos devido à
necessidade de comunicação mais fluída.
Outro ponto de influência pode ser a geração de empregos e o planejamento
urbano e regional. A geração de empregos vem aliada à formação de mão-de-obra
qualificada e a programas habitacionais e o planejamento urbano e regional trata da
criação de espaços físicos especiais e adequados aos seus fins, com perfil
específico, tornando-os atrativos para grandes investimentos e para a ocupação da
mão-de-obra altamente qualificada, além de aumentar a qualidade urbana e do meio
ambiente. Os parques tecnológicos podem ser considerados como exemplos desses
espaços físicos.
Em síntese, os custos de transporte, tão importantes na Teoria da
Localização Industrial, vêm perdendo destaque com o passar dos anos. Inclusive,
não se trata de um fator aderente ao setor de TI, objeto deste estudo. Assim também
ocorre com a questão da mão-de-obra. No que se refere à quantidade de recursos
humanos disponíveis e seu custo, esse fator vem sendo considerado menos
importante frente à qualificação necessária para os desafios do mercado atual. Já as
economias de aglomeração vêm ganhando mais força, devido ao enfraquecimento
dos outros fatores e devido à interação que vem se tornando cada vez mais
67
necessária. Nesse sentido, políticas setoriais de desenvolvimento, coerentes com
vocações regionais, podem representar fatores de aglomeração importantes. Além
desses, fatores não-econômicos, como o bem-estar do empresário e de sua família,
passam a ser considerados nas decisões de localização em detrimento da
rentabilidade do negócio (AZZONI, 1985; 1982).
Os fatores de localização apresentados até agora resultam da própria Teoria
da Localização Industrial e de sua evolução. Uma vez que o presente estudo tem
como foco empresas de base tecnológica, especialmente de TI, torna-se
imprescindível tratar sobre fatores de localização específicos para esse público que
compartilha, mas que também acumula motivações irrelevantes para indústrias
tradicionais, aagora abordadas. Na próxima seção, são apresentados fatores de
sucesso de parques tecnológicos como fatores de localização de empresas de base
tecnológica, importantes para a atratividade de parques, segundo autores brasileiros
e estrangeiros ligados ao MMIEPT.
4.2 FATORES DE SUCESSO DE PARQUES TECNOLÓGICOS COMO FATORES
DE LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA
A literatura disponível sobre o assunto desta seção remete o estudo a fatores
de sucesso de parques tecnológicos como fatores de localização de empresas de
base tecnológica em ambientes de inovação. Isso porque são escassas as fontes de
pesquisa sobre fatores de localização de empresas de base tecnológica de forma
geral, isto é, considerando as instaladas e as não instaladas em parques. Sendo
assim, nos próximos parágrafos procura-se identificar fatores de localização
relevantes para esse blico para que, posteriormente, seja possível a elaboração
de um instrumento de pesquisa adequado aos objetivos do presente estudo.
Para Medeiros (1997, p. 68-9), “a teoria clássica de localização industrial é
inadequada para explicar o surgimento e o desenvolvimento de empresas que
utilizam novas tecnologias como principal insumo de produção”. Os processos de
inovação acelerados geram novas atividades empresariais para as quais nem
sempre existe uma lógica de organização espacial. São três, as causas que
determinam a criação e localização de empresas intensivas em conhecimento: a
68
necessidade de maior interação com instituições de ensino e pesquisa, a lógica da
organização industrial e a desintegração vertical e horizontal da indústria, que,
muitas vezes, depende do ciclo de vida dos produtos para ocorrer, e as
deseconomias de aglomeração ou externalidades negativas (trânsito, poluição,
preço dos imóveis e custos dos serviços públicos), o que pode gerar novas formas
de aglomeração (BENKO, 2002; MEDEIROS, 1997). Sendo assim, no que se refere
à constituição de parques, existem outros fatores de localização relevantes para
empresas de base tecnológica, além daqueles referidos na seção anterior, como
conclui, também, Barquette (2002).
Os fatores de localização relevantes para empresas de base tecnológica
devem estar constantemente nas agendas de gestores de parques, justamente por
serem ambientes de inovação interessados em atraírem essas empresas. Trata-se
de questões relacionadas à localização, tanto no que se refere à proximidade das
instituições onde o conhecimento é produzido quanto no que se refere a infra-
estruturas, dentre outras. Utilizando o exemplo dos parques, pode-se mencionar
parcerias existentes, serviços disponibilizados a residentes, qualificação da equipe
gestora e existência de prédios condominiais. O não atendimento aos fatores de
localização pode condenar um parque a se tornar um grande espaço vazio, sem
atratividade, ou cheio de empresas sem interesse pela interação com a pesquisa
universitária e pela inovação.
Ribeiro e Spolidoro (2006), Spolidoro (2006) e Spolidoro, Fischer e Baron
(2004) procuram sistematizar esses fatores a partir daquilo que consideram
elementos essenciais de um parque tecnológico. Para isso, os autores apresentam
um modelo em evolução (informação verbal)
11
, com quatro elementos,
representados pela Figura 9:
11
SPOLIDORO, Roberto M. Novas reflexões sobre elementos essenciais de um parque
tecnológico: o ambiente geral ou contexto como parte do quadro conceitual, a rede de alianças
como parte da base funcional e o destaque à base econômico-financeira no modelo. Campo Bom,
Neolog Consultores, 5 mar. 2007. Anotação de reunião.
69
Figura 9 – Elementos essenciais de um parque tecnológico
Fonte: elaborado pelo autor com base em Ribeiro e Spolidoro (2006, p. 20),
Spolidoro (2007; 2006) e Spolidoro, Fischer e Baron (2004).
Nesse modelo, a partir da base erguem-se três pilares interdependentes que
sustentam e possibilitam a existência de um parque tecnológico. O Quadro
Conceitual, representado pela base, é formado por um conjunto de conceitos, teorias
e hipóteses adotadas que fundamentam os modelos utilizados e orientam a tomada
de decisão. Esse quadro também reflete o ambiente geral ou contexto, ou seja,
circunstâncias nas quais um parque está inserido.
Ribeiro e Spolidoro (2006) e Spolidoro (2006) propõem uma lista de requisitos
regionais para o sucesso de um parque tecnológico que podem auxiliar na análise
do ambiente geral ou contexto:
a) educação de excelência em todos os níveis;
b) recursos humanos com talento e elevada qualificação;
c) acesso a mercados;
d) políticas favoráveis ao desenvolvimento empresarial;
e) capacidade de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico de
excelência;
Base Econômico-
fi
nanceira
Base Física
Base Funcional
Quadro Conceitual
Parque Tecnológico
70
f) elevada qualidade de vida;
g) infra-estrutura tecnicamente avançada e serviços de excelência;
h) ambiente favorável ao empreendedorismo;
i) ambiente propício à inovação em todos os domínios;
j) fácil interação entre empresas, instituições de ensino e pesquisa e
governos;
k) organização do território e espaço físico adequado;
l) vontade política de implementar um parque tecnológico;
m) processo de implementação consistente com características e
oportunidades regionais e mundiais; e
n) vantagens em relação a outras regiões e a outros parques tecnológicos.
Ainda sobre os elementos essenciais, a Base Física refere-se às
propriedades imobiliárias e infra-estruturas que constituem um parque tecnológico e
que são utilizadas pelas residentes. Já a Base Funcional compreende a governança,
formada por uma ou mais entidades gestoras, bem como pela rede de alianças que
viabiliza e confere suporte político, financeiro e institucional a um parque. Os autores
ainda dividem a Base Funcional em Gestão Interna e Gestão Estratégica. A primeira
trata da administração da Base Física, como comercialização de imóveis, admissão
de entidades e oferta de serviços de suporte a residentes, como, por exemplo, a
gestão do fluxo de conhecimentos entre instituições de ensino e pesquisa e
empresas. A segunda trata de estratégias de atração, criação, instalação e
desenvolvimento de empresas, bem como envolve outras ações de desenvolvimento
regional. Finalmente, a Base Econômico-financeira encarrega-se da gestão dos
recursos gerados a partir de mecanismos, projetos, soluções, relacionamentos,
prestação de serviços e estratégias que permitem a implantação, manutenção,
crescimento e operação de um parque e de seus instrumentos de desenvolvimento,
como, por exemplo, incubadoras de empresas.
Sanz (2001; 1998) também relaciona elementos essenciais de um parque
tecnológico. Segundo o autor, esses elementos são: um espaço
12
, uma universidade
12
De acordo com Medeiros (1997), o espaço ocupado por um parque tecnológico deve ser
devidamente urbanizado e/ou deve contar com prédios novos ou pré-existentes adaptados.
71
associada
13
, usuários selecionados, que ele explica serem empresas inovadoras,
com tecnologia avançada e com produtos e/ou serviços de valor agregado, uma
equipe de gestão com funções estratégicas e não somente imobiliárias e zonas
residenciais de qualidade. O autor ainda comenta que o espaço é o único elemento
comum com os distritos industriais ou outras áreas tradicionais para a instalação de
empresas
14
. Mesmo assim, os espaços demandados pelos parques tecnológicos
ainda devem reunir características diferenciadas daquelas necessárias à existência
de distritos tradicionais, como qualidade e imagem. Sanz acrescenta que até mesmo
os espaços físicos poderão, no futuro, deixar de ser requisito para que determinado
empreendimento possa ser considerado um parque tecnológico, uma vez que
uma tendência pela criação de ambientes virtuais, como, por exemplo, vem
ocorrendo com algumas incubadoras de empresas que têm processos de incubação
à distância.
Seguindo com os estudos do mesmo autor, na última Conferência Latino-
Americana de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, realizada em
Buenos Aires, em 2005, foram apresentados mais elementos essenciais para o
desenvolvimento de parques tecnológicos (informação verbal)
15
. Em concordância
com Medeiros (1997) e demais autores do movimento, Sanz afirmou, em sua
palestra, que os parques devem oferecer mecanismos para que o conhecimento
possa ser levado até as empresas ou correriam o risco de se tornarem distritos
industriais tradicionais. Em outras palavras, deve haver uma gestão da circulação do
conhecimento e da tecnologia.
Na mesma ocasião, Sanz declarou que o fim imediato dos parques
tecnológicos é agregar riqueza à comunidade em que está inserido, promover
cultura e acrescentar inovações, buscando aumentar a competitividade dos
participantes. Para que isso seja viável, o autor enfatiza a importância dos seguintes
elementos que devem estar presentes num parque: gestão especializada, fontes de
conhecimento, traduzidas em instituições de ensino e pesquisa presentes ou
vinculadas, serviços de valor agregado, espaços e infra-estruturas de qualidade,
13
Um parque somente é constituído, efetivamente, quando existe um relacionamento formal com uma
instituição de ensino e pesquisa, facilitado por uma entidade gestora (MEDEIROS, 1997).
14
Para mais informações sobre as diferenças entre distritos industriais e parques tecnológicos, ver
Ribeiro e Spolidoro (2006) e Spolidoro (2006) que traçam paralelos e fazem comparações
esclarecedoras a respeito.
15
SANZ, Luis. Elementos essenciais para o desenvolvimento de parques tecnológicos: sistema
de indicadores de avaliação. Buenos Aires, IASP, 29 jun. 2005. Palestra ministrada na Conferência
Latino-americana de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas da IASP-América Latina.
72
incentivo ao empreendedorismo e à criação de novas empresas, o que, segundo o
autor, tem mais importância em países emergentes, favorecendo ao
desenvolvimento endógeno, captação de empresas de base tecnológica e intensivas
em conhecimento e formação de redes de impacto territorial. Sem esses elementos,
justifica Sanz, torna-se muito difícil a existência de um parque tecnológico.
Quanto à proximidade entre instituições de ensino e pesquisa e parques
tecnológicos, Dierdonck e Debackere (1990) distinguem três tipos: geográfica, social
e profissional. A primeira diz respeito à distância física, a segunda aos
relacionamentos interpessoais e a terceira à existência de condições e
predisposição para o desenvolvimento de projetos cooperativos. Os autores
afirmam, baseados em outros estudos, que a proximidade geográfica não é um fator
fundamental no que se refere ao relacionamento entre instituições de ensino e
pesquisa e empresas, exceto pelo suprimento de mão-de-obra, fator crítico de
localização considerado pelas indústrias de alta tecnologia. Monck et al. (1988, apud
DIERDONCK; DEBACKERE, 1990, p. 235-6) ainda lembra que qualquer empresa,
mesmo não-residente num parque, pode se relacionar, livremente, com instituições
de ensino e pesquisa. Nesse sentido, adverte que os parques deveriam dar menos
ênfase para o relacionamento com as universidades.
Sobre a proximidade profissional, Dierdonck e Debackere afirmam que ela
pode contribuir para competitividade de empresas residentes nos parques. Segundo
os autores, isso ocorre, pois as empresas ficam mais próximas de informações, de
oportunidades de colaboração, recrutamento de profissionais, tanto técnicos quanto
em gestão (LAVALLE, 1982, apud ZHANG, 2004), educação continuada e
aperfeiçoamento de funcionários. Vale ressaltar que, nos dias atuais, com a
educação à distância mais difundida, a proximidade não é fator tão relevante no
que tange à formação profissional.
Em pesquisa realizada com empresas residentes em parques belgas e
neerlandeses, verificou-se que o relacionamento com a instituição de ensino e
pesquisa vinculada ao parque, para o desenvolvimento de projetos cooperativos de
P&D e recrutamento de profissionais, não está dentre as razões mais importantes
para a localização das empresas no parque. De acordo com a pesquisa, outros
fatores influenciam a decisão pela localização, como: prestígio e imagem do local,
fácil acesso a auto-estradas e aeroportos, incentivos financeiros por agentes
públicos, como dedução de taxas e/ou subvenções, conveniência do local,
73
disponibilidade de espaços de escritórios e oferta de serviços para jovens
empreendedores, como as incubadoras. A pesquisa revela também que mesmo com
o pouco interesse no relacionamento com a universidade, especialmente para o
desenvolvimento de P&D, ainda assim existem relacionamentos, pois,
eventualmente, interesse na organização de seminários conjuntos, o fundador da
empresa foi aluno ou pesquisador da universidade, a empresa é uma fornecedora da
universidade, cientistas-chaves da empresa lecionam na universidade ou a empresa
patrocina laboratórios na universidade. Ou seja, muitas vezes, a universidade se
beneficia mais do que a própria empresa (DIERDONCK; DEBACKERE, 1990).
Medeiros (1997) defende que a proximidade entre parques tecnológicos e
instituições de ensino e pesquisa é um fator muito importante para as empresas. O
autor, que chega a mencionar uma distância máxima em torno de cinco quilômetros,
entende que o relacionamento entre universidades e empresas e pesquisadores e
empreendedores para a aplicação de pesquisas acadêmicas, buscando geração de
tecnologias, somente é possível quando não existem grandes barreiras espaciais.
Lunardi (1997, p. 22) lembra a existência de “redes de comunicação e informação
cada vez mais abrangentes e de sistemas de transportes cada vez mais rápidos e
seguros” que, dependendo do estágio de desenvolvimento do parque e da região,
torna essa proximidade desnecessária. Spolidoro (1997) sugere que, apesar dos
avanços tecnológicos em comunicações, ainda existe a necessidade de reuniões
presenciais entre os agentes de inovação, sendo assim, é aconselhável a
proximidade entre parques tecnológicos e instituições de ensino e pesquisa. Por sua
vez, Vedovello (2000) acrescenta que de nada adianta estar próximo se não houver
uma cultura empreendedora pró-ativa para a interação.
Em contestação ao exposto acima, Saxenian (1988, p. 74) afirmava,
praticamente uma década antes, que “criar uma região de alta tecnologia dinâmica
não é uma questão de combinação de ingredientes, mas de construção de
instituições e relacionamentos que dêem suporte à inovação”. Além disso, Saxenian
(1999; 1995) afirma que a equipe de gestão de um parque tecnológico é de extrema
importância, não somente pela qualificação, mas pelas características
empreendedoras que deve reunir. A autora acrescenta que muitas iniciativas de
parques fracassam, pois seus gestores crêem que reunindo uma instituição de
ensino e pesquisa, um parque tecnológico, trabalhadores qualificados e investidores
de risco num ambiente agradável, consegue-se obter o sucesso do Vale do Silício,
74
por exemplo. Além desses fatores, é essencial reconhecer a necessidade da figura
de uma liderança capaz de criar relacionamentos dinâmicos entre os atores de um
parque.
Lahorgue, Hanefeld e Cabral (2004) apresentam informações importantes
sobre a instalação de empresas em parques tecnológicos. Para os autores, os
espaços disponibilizados em parques dependem de seu público-alvo. Se um dos
segmentos são empresas de TI, por exemplo, a demanda por locações é muito
maior do que pela aquisição de terrenos para edificação. Isso ocorre, pois, na
maioria das vezes, empresas intensivas em conhecimento preferem não imobilizar
capital em construções, mas, sim, investir em recursos humanos, processos,
equipamentos, softwares, marketing e inovação. Daí, a justificativa para a oferta de
prédios condominiais para empresas de base tecnológica.
Os mesmos autores ainda alertam para a seleção de residentes. Segundo
eles, se a demanda por espaços dentro de um parque diminui, a tendência é que os
critérios de seleção sejam flexibilizados para o recrutamento externo, como
denomina Tanabe (1997), permitindo a instalação de empresas sem aderência aos
propósitos do parque, o que pode trazer problemas de sustentabilidade. Nesse
sentido, os autores enfatizam que é essencial a preocupação de gestores com a
viabilidade e sustentabilidade em longo prazo, uma vez que trata-se de
empreendimentos que requerem recursos materiais e humanos importantes.
Como mencionada, a disponibilidade de serviços é um fator de localização
valioso para empresas de base tecnológica. Para Korhonen (1997, p. 351) “os
parques deveriam direcionar seu foco para os serviços especiais e básicos, com um
baixo custo em relação à sua eficácia, e desempenhar um papel significativo como
catalisador no processo de formação de redes de cooperação”. O autor revela uma
grande preocupação com o fator custo. Ele entende que um ambiente de inovação
deve reunir instalações em condições flexíveis e serviços de fácil acesso e de baixo
custo, buscando contribuir com a competitividade das empresas, no sentido de que
elas alcancem custos fixos menores por estarem compartilhando recursos. Ainda
salienta que é muito importante o cuidado com o custo-benefício das instalações,
uma vez que, para Korhonen (1997, p. 355), “a qualidade excessiva o agrega
valor mas pode atuar como um argumento negativo para as novas empresas em
potencial uma vez que é facilmente associado a um custo alto”.
75
Ao apresentar alguns dos serviços oferecidos para empresas residentes em
parques, Hauser (1997, p. 92-3) faz os seguintes destaques:
Tais serviços, oferecidos à população instalada nos parques, não são
exatamente os mesmos em todos eles mas, genericamente, todos
possuem bancos, correio, reprografias, cafés, hotéis e restaurantes de boa
qualidade, auditórios, salas de conferência e áreas de lazer. Alguns
parques possuem incubadoras, centros de editoração, agências de
viagens, salas de exposições, creches, ginásios esportivos, sempre com o
objetivo de criar um ambiente favorável à disseminação do conhecimento e
ao desenvolvimento de empresas de alta tecnologia.
parques que, além desses serviços, também contam com áreas
residenciais e serviços compatíveis com esta função, como escolas e
comércio de produtos de consumo diário. Isso facilita o deslocamento de
seus trabalhadores e promove uma animação mais constante no local, [...].
Além destes serviços, que implicam destinação de área física específica,
os parques possuem outros, [...].
Korhonen (1997) enfatiza que o nível de serviços deve tornar um local atrativo
não somente para empresas, mas, também, para seus funcionários. O autor
complementa a lista de serviços apresentada por Hauser e ainda exemplos de
expectativas de empresas de base tecnológica com relação a parques tecnológicos.
São os seguintes:
a) desenho industrial;
b) consultoria gerencial, contábil, legal e em comunicação e marketing de
baixo custo;
c) transferência de tecnologia;
d) agência de patentes;
e) filtragem de oportunidades de negócios novos;
f) regulamentação e padronização de produtos, serviços e processos;
g) acesso a financiamentos;
h) base de dados de empresas e seus produtos e serviços para a troca de
informações e a formação de parcerias;
i) instalações modernas no que se refere à comunicação avançada, como
videoconferência, acesso a conexões de dados de alta velocidade e redes
de computadores;
j) promoção de sinergia entre empresas, criando novas conexões; e
k) orientação para o futuro.
76
A instalação de empresas em países em desenvolvimento, especialmente,
exige, dentre os serviços oferecidos, uma preocupação com segurança. Lahorgue,
Hanefeld e Cabral (2004) dão exemplos de parques tecnológicos brasileiros em que
essa é uma pauta com alto grau de seriedade na sua condução. São implantados
sistemas de identificação e controle de entrada, contratados serviços de vigilância
uniformizada ostensiva e instalados sistemas eletrônicos sofisticados. Essas
medidas podem ser um diferencial na seleção entre um parque ou outro no
momento da decisão de uma empresa sobre onde se instalar.
Outra medida que pode contribuir para o interesse de empresas de base
tecnológica por um parque, uma localidade e/ou uma região é o marketing territorial.
Trata-se da venda de uma imagem e da forma como ela é vendida. De acordo com
Hauser (1997), isso ocorre, por exemplo, pela atribuição de rótulos, como
modernidade, alta qualidade dos equipamentos utilizados, ambientes aprazíveis e
existência de empresas-âncoras residentes num parque tecnológico. Considerando
que as empresas de base tecnológica parecem estar em busca de ambientes que
lhes confiram status e credibilidade, com uma marca forte, o marketing territorial
acaba sendo um fator de atratividade.
Benko (2002, p. 134) complementa a idéia do marketing territorial com o que
denomina atrativo da paisagem. Para o autor, a qualidade e o preço das infra-
estruturas cultural, de alojamento e de ensino são muito importantes para a atração
de empresas de base tecnológica e continua, afirmando que “um ambiente moderno,
a limpeza, a segurança, o equipamento de lazer (portanto os dados qualitativos)
desempenham papel significativo”. Sobre a qualidade dos ambientes, LaValle (1982,
apud ZHANG, 2004) afirma que é preciso mais do que uma paisagem bonita para a
atração de empresas para um parque tecnológico. Quanto aos preços, Money (1970,
apud ZHANG, 2004) afirma que o custo dos espaços de um parque tecnológico, ou
seja, de um ambiente para a instalação de empresas de base tecnológica, deve ser
competitivo em relação às alternativas existentes.
Mais ainda, Benko (2002, p. 134) explica que a grande urbanização é um fator
de atração para executivos. Entretanto, as grandes metrópoles trazem consigo
certos inconvenientes, mencionados, como congestionamento, violência e todo o
tipo de poluição. Para superar isso, empresas vêm sendo instaladas na periferia de
grandes cidades, em locais que seguem oferecendo “não apenas cultura, ensino e
transportes (sobretudo reo) mas também emprego para o cônjuge e mobilidade
77
interempresa sem deixar seu alojamento”. A partir dessas colocações, percebe-se
uma preocupação com os fatores de localização relevantes para as empresas, bem
como com os interesses dos seus recursos humanos, especialmente executivos.
Lalkaka e Bishop (1997) escrevem sobre a importância das empresas-
âncoras nos parques tecnológicos. Esse tipo de residente pode dar o impulso inicial
necessário para a atração de empresas. Âncoras com prestígio conferem
respeitabilidade e sucesso ao parque, além de status para as demais empresas
instaladas e que venham a se instalar.
Para Colombo e Delmastro (2002), os parques tecnológicos deveriam atrair
primeiro laboratórios de pesquisas de grandes empresas, o que, segundo os
autores, torna o parque mais atrativo para outras empresas. Cabe lembrar aqui que
âncoras também podem exercer influência negativa numa determinada região
quando, por exemplo, escassez de algum tipo de recurso. Nesse sentido, é
necessário avaliar os pontos positivos e negativos da atração de empresas-âncoras
para uma região.
Lalkaka e Bishop ainda mencionam que, por meio das incubadoras, os
parques podem produzir suas próprias residentes, bem como suas próprias âncoras.
Com a graduação de empresas incubadas, essas podem se instalar em ambientes
para locação compartilhada, o que, segundo Medeiros (1997), são os condomínios e
outros espaços de uso temporário, passando, posteriormente, para instalações
individuais. Essa escalada de crescimento dentro de um parque tecnológico pode
ser facilitada pela existência de fundos governamentais e de capital de risco
(HAUSER, 1997; VEDOVELLO, 2000). Assim, à medida que as empresas se
desenvolvem, podem passar a demandar produtos e/ou serviços de outras
empresas, como as incubadas, gerando um ciclo regional de crescimento a partir de
grupos de empresas de tecnologias relacionadas.
A existência desses grupos, formando redes de cooperação nos parques
tecnológicos, pode ser outro fator importante de atratividade. Isso ocorre, muitas
vezes, de forma induzida pela gestão do parque, sem excluir empresas de outros
setores, no caso de parques multissetoriais, sendo que as próprias empresas
consideram essa proximidade como uma oportunidade (QUINCE; LOBLEY; ACHA,
1997). Vale lembrar que a pré-disposição para a instalação em ambientes comuns,
como os parques tecnológicos, é relativa e deve ser considerada com cautela. Ao
mesmo tempo em que pode representar ganhos pela redução de custos, bem como
78
pela possibilidade de troca de informações e desenvolvimento de projetos
compartilhados, havendo escassez de algum recurso, como humano, por exemplo, a
proximidade, num primeiro momento, pode não ser bem vista e gerar
questionamentos e conflitos, se o grupo não estiver bem organizado, assim como
pode ocorrer no caso das empresas-âncoras, já mencionado.
Briggs e Watt (2001) preocupam-se com fatores de localização pré-existentes
que justificam a seleção de um local para a instalação de um parque tecnológico.
Para os autores, uma decisão acertada desde o início pode tornar um ambiente mais
atrativo para empresas de base tecnológica. Os fatores considerados relevantes por
eles são:
a) políticas de propriedade intelectual claras e bem definidas;
b) custo, disponibilidade e qualidade da força de trabalho;
c) boa infra-estrutura de telecomunicações, estradas, sistema de transporte
público, serviços públicos e energia;
d) disponibilidade de recursos para a produção;
e) existência de incentivos em impostos;
f) qualidade das escolas;
g) disponibilidade de educação superior;
h) existência de habitações confortáveis;
i) proximidade de instituições de ensino superior;
j) proximidade de centros urbanos;
k) baixa criminalidade;
l) qualidade dos serviços de saúde; e
m) custo de vida favorável.
A diversidade de fatores dificulta a escolha de local para um parque
tecnológico, assim como para empresas intensivas em conhecimento. Nesse
sentido, Briggs e Watt esclarecem que é essencial compreender o que os gestores
buscam quando decidem instalar uma empresa num novo espaço. Para isso, é
necessário conhecer, claramente, o blico que o parque tecnológico pretenderá e
terá condições de atender, como, por exemplo, uma multinacional de TI, em que
existe a preocupação quanto à qualidade de vida, como, por exemplo, boas
residências para seus altos executivos, principalmente, e que não é instalada
79
num local de menores custos, especialmente de mão-de-obra, quando não existem
recursos humanos qualificados (informação verbal)
16
.
Massey, Quintas e Wield (1992) explicam que, em geral, as empresas
buscam os parques tecnológicos como uma alternativa de instalação, objetivando:
a) acessar a agenda de pesquisas de universidades, promovendo sua
relevância;
b) acessar equipamentos e laboratórios universitários, tanto para produção
quanto para análise e testes;
c) envolver estudantes em projetos industriais;
d) recrutar recém-graduados, bem como cientistas e engenheiros mais
experientes;
e) promover atividades de consultoria por parte de acadêmicos;
f) estabelecer contratos de pesquisa e desenvolver pesquisas conjuntas;
g) encorajar o crescimento de novas empresas de base tecnológica;
h) fomentar a sinergia entre empresas para promover o benefício mútuo; e
i) aumentar a relevância, para a indústria, de pesquisas desenvolvidas por
universidades.
A partir da literatura norte-americana e européia existente sobre parques
tecnológicos, Zhang (2004) identificou três categorias de fatores críticos para
gerenciamento de parques. São eles: fatores de localização, preparação e time
profissional de gerenciamento. O primeiro é responsável pela atração de empresas
intensivas em conhecimento e profissionais bem preparados para esse tipo de
empresa. Esses fatores de localização são divididos em dois temas: qualidade de
vida e ingredientes para o trabalho intensivo em conhecimento. Dentre os fatores de
localização que a autora vincula ao tema qualidade de vida estão:
a) áreas residenciais agradáveis, com preços médios e não muito distantes
de um parque tecnológico e de áreas urbanas;
b) boas escolas públicas;
c) sistema conveniente de transporte que inclui aéreo, rodoviário e
ferroviário;
d) serviços convenientes de restaurantes, hotéis, correios e bancos;
16
HYPÓLITO, Orestes. Instalação da SAP no Estado do Rio Grande do Sul. Campo Bom, SAP, 19
abr. 2006. Anotação de reunião.
80
e) vários tipos de amenidades e facilidades recreacionais, como áreas para
caminhadas, clubes para a prática de esportes, spas e lojas;
f) atividades culturais; e
g) proximidade de um centro urbano.
Quanto aos ingredientes para o trabalho intensivo em conhecimento, a autora
ressalta:
a) força de trabalho habilidosa e especializada;
b) facilidades para P&D; e
c) instituições de ensino e pesquisa, provendo acesso a bibliotecas,
educação continuada e serviços e consultorias tecnológicas, de gestão e
de negócios.
A segunda categoria de fatores críticos para gerenciamento de parques é a
chamada preparação, estágio anterior à abertura de um parque. Ela reúne os
seguintes fatores:
a) familiarização com o mercado para identificação de segmentos potenciais
e interesses de residentes potenciais;
b) flexibilidade do leiaute físico tanto da estrutura interna quanto externa dos
edifícios, possibilitando a expansão de residentes;
c) recursos financeiros suficientes para suportar o desenvolvimento do
parque e das empresas, considerando se tratar de um investimento de
longo prazo, levando em torno de vinte e cinco anos para começar a
apresentar resultados no que refere-se a retorno financeiro, transferência
de tecnologia e criação de empregos; e
d) regulação das atividades de residentes para a manutenção da qualidade
estética do parque, por meio de convenções e regras bem documentadas.
Na última categoria, a autora considera como decisivo para o sucesso de um
parque a existência de um time de gerenciamento altamente profissional e
comprometido com a gestão da propriedade, que Ribeiro e Spolidoro (2006) e
Spolidoro (2006) denominam gestão interna, e com o marketing.
Castells e Hall (1993) apresentam uma visão muito prática em relação aos
parques tecnológicos. Para eles, um dos objetivos dos parques é concentrar, em
81
determinados ambientes, empresas industriais de alta tecnologia, tendo como
expectativa a geração de empregos, renda, investimentos e impostos que garantam
a continuidade do desenvolvimento regional. Nesse sentido, os autores lembram os
governos como importantes colaboradores e até mesmo indutores da instalação de
empresas nos parques tecnológicos que passam a fazer parte das políticas de
desenvolvimento regional, como ocorre na Índia, por exemplo. Sendo assim, numa
competição global pelas melhores empresas, os governos devem oferecer
benefícios como incentivos fiscais, instalações, melhorias das infra-estruturas, como
telecomunicações, transportes e estradas e procurar desenvolver uma boa imagem
do parque, por exemplo, pela melhoria do seu entorno. Outro objetivo, considerado
fundamental pelos autores, é a competitividade industrial na sociedade do
conhecimento, mais do que a qualidade científica. Nesse sentido, divergem de
alguns autores estudados até aqui, especialmente quando afirmam que os parques
mais parecem distritos industriais de um novo estilo do que ambientes inovadores.
Na próxima seção, os indicadores de fatores de localização identificados ao
longo do texto o inventariados, sintetizados e categorizados em dez fatores de
localização por afinidade.
4.3 FATORES DE LOCALIZAÇÃO E SEUS INDICADORES
A partir da revisão da literatura, realizada até aqui, foi possível extrair cento e
trinta indicadores de fatores de localização de forma dispersa no texto, capazes de
influenciar na localização de empresas. Procurou-se, então, categorizá-los,
buscando a formação de grupos afins. Ao final, foram considerados dez grupos,
chamados de fatores de localização. A seguir, esses fatores de localização o
apresentados, juntamente com seus respectivos indicadores, sendo que, para
identificá-los, utilizou-se a combinação de números, para os fatores de localização, e
letras, para seus indicadores:
1) disponibilidade de recursos humanos:
a) custo dos recursos humanos;
b) quantidade de recursos humanos disponíveis;
c) qualificação dos recursos humanos; e
82
d) nível de sindicalização dos recursos humanos.
2) situação do ambiente regional:
a) atitudes da comunidade em relação às empresas;
b) ambiente econômico da cidade e/ou região;
c) ambiente favorável e o incentivo ao empreendedorismo;
d) ambiente propício à inovação;
e) imagem de prestígio do local e/ou região, transmitindo status;
f) imagem de prestígio do local e/ou região, transmitindo credibilidade;
g) imagem de prestígio do local e/ou região, transmitindo modernidade; e
h) existência de ações de marketing territorial, ou seja, de promoção e
venda da imagem do local e/ou região.
3) apoio do poder público (municipal, estadual e/ou federal):
a) existência de políticas favoráveis ao desenvolvimento empresarial;
b) existência de políticas de propriedade intelectual claras e bem
definidas;
c) existência de incentivos de natureza tributária;
d) existência de incentivos sob a forma de subvenções;
e) existência de incentivos de natureza infra-estrutural;
f) existência de fundos governamentais de apoio às empresas;
g) existência de serviços de utilidade pública;
h) custo dos serviços públicos;
i) situação financeira dos governos, tendo em vista a possibilidade de
disponibilizarem novas infra-estruturas que beneficiem as empresas; e
j) possibilidade de haver suporte político às empresas.
4) relacionamento com instituições de ensino e pesquisa:
a) capacidade das instituições de ensino e pesquisa para desenvolverem
pesquisas científica e tecnológica de excelência;
b) existência de mecanismos de transferência de tecnologia;
c) possibilidade de acesso à agenda de pesquisas das instituições de
ensino e pesquisa;
d) possibilidade de desenvolvimento de pesquisas conjuntas;
e) possibilidade de organização de eventos e seminários conjuntos;
f) possibilidade de acesso a equipamentos e laboratórios;
g) possibilidade de acesso a recursos não-reembolsáveis;
83
h) possibilidade de envolvimento em projetos com estudantes;
i) possibilidade de recrutamento de estudantes;
j) possibilidade de recrutamento de recém-graduados;
k) possibilidade de recrutamento de cientistas e engenheiros experientes;
l) possibilidade de acesso a serviços e consultorias tecnológicas;
m) possibilidade de acesso a serviços e consultorias de gestão e
negócios;
n) possibilidade de fornecimento de produtos e/ou serviços para as
instituições de ensino e pesquisa;
o) possibilidade de acesso a bibliotecas;
p) possibilidade de acesso à educação continuada;
q) possibilidade de acesso a incubadoras e suas empresas;
r) existência de profissionais-chaves nas empresas que lecionam nas
instituições de ensino;
s) fundadores das empresas terem sido alunos e/ou pesquisadores das
instituições de ensino e pesquisa;
t) empresas serem patrocinadoras de laboratórios das instituições de
ensino e pesquisa; e
u) existência de uma cultura empreendedora pró-ativa para a interação
por parte das instituições de ensino e pesquisa.
5) oportunidades para aglomeração empresarial:
a) existência de empresas-âncoras no local e/ou região;
b) existência de grupos de empresas de tecnologias relacionadas;
c) possibilidade de compartilhamento de recursos entre as empresas;
d) possibilidade de troca de informações entre as empresas;
e) possibilidade de desenvolvimento de projetos compartilhados entre as
empresas;
f) possibilidade de demandar produtos e/ou serviços de outras empresas;
g) existência de convenções e regras para a manutenção da qualidade
estética do local e/ou região;
h) existência de suporte institucional de redes de alianças em favor das
empresas;
84
i) existência de instituições capazes de estimular e gerir o fluxo de
conhecimento e tecnologia entre as instituições de ensino e pesquisa,
as empresas e os mercados;
j) existência de instituições e mecanismos que facilitem a sinergia entre
as empresas; e
k) profissionalismo dessas instituições.
6) dimensão e proximidade do mercado:
a) proximidade dos mercados consumidores;
b) dimensão dos mercados consumidores;
c) proximidade dos fornecedores; e
d) disponibilidade de insumos.
7) motivações de ordem exclusivamente pessoal:
a) interesse dos empreendedores em permanecerem na sua comunidade;
e
b) fidelidade dos empreendedores à tradição empresarial da família.
8) nível de qualidade de vida:
a) qualidade do meio ambiente;
b) condições climáticas;
c) nível de poluição;
d) qualidade do tráfego de veículos;
e) existência de serviços de segurança pública;
f) existência de serviços de segurança privada;
g) limpeza do local e/ou região;
h) existência de infra-estruturas de saneamento básico;
i) existência de corpo de bombeiros;
j) custo de vida em geral;
k) existência de locais aprazíveis para viver;
l) existência de residências para locação;
m) existência de residências para aquisição;
n) existência de condomínios residenciais;
o) custo das infra-estruturas residenciais;
p) existência de serviços compatíveis com áreas residenciais;
q) existência de creches;
r) existência de escolas e outras instituições de educação pública;
85
s) existência de escolas e outras instituições de educação privada;
t) custo da educação;
u) existência de ambientes e atividades de esporte e lazer;
v) custo das atividades de esporte e lazer;
w) existência de sistemas de transportes;
x) custo dos sistemas de transportes;
y) existência de hospitais públicos;
z) existência de hospitais privados;
aa) custo dos serviços de saúde;
bb) existência de instituições e atividades culturais;
cc) custo das atividades culturais;
dd) existência de oportunidades de trabalho para cônjuges; e
ee) existência de uma situação de bem-estar social.
9) disponibilidade de infra-estruturas:
a) existência de estradas;
b) existência de ferrovias;
c) existência de aeroportos;
d) disponibilidade de energia;
e) custo da energia;
f) disponibilidade de recursos hídricos;
g) custo dos recursos hídricos;
h) existência de uma ampla infra-estrutura de telecomunicações;
i) existência de condomínios empresariais;
j) existência de prédios prontos e vagos para locação;
k) existência de prédios prontos e vagos para aquisição;
l) flexibilidade do leiaute físico, tanto da estrutura interna quanto externa
dos edifícios, possibilitando a expansão das empresas;
m) custo dos espaços prontos;
n) disponibilidade de terrenos para instalação e/ou expansão das
empresas;
o) preço do metro quadrado dos terrenos;
p) topografia dos terrenos;
q) custo de preparação dos terrenos;
r) proximidade de grandes cidades;
86
s) urbanização adequada;
t) existência de salas e auditórios para conferências;
u) existência de salas para exposições;
v) existência de comércios fortes no local e/ou região; e
w) existência de comércios de produtos de consumo diário próximos às
empresas.
10) disponibilidade de serviços:
a) existência de cafés, bares e restaurantes;
b) existência de hotéis;
c) existência de correios;
d) existência de serviços de reprografia;
e) existência de agências de viagens;
f) existência de agências de proteção do conhecimento;
g) existência de consultoria gerencial;
h) existência de consultoria estratégica;
i) existência de consultoria contábil;
j) existência de consultoria jurídica;
k) existência de consultoria em comunicação e marketing;
l) existência de serviços de filtragem de oportunidades para novos
negócios;
m) existência de sistemas bancários;
n) atitude dos gerentes de bancos em relação às empresas;
o) acesso a financiamentos; e
p) existência de investidores de risco.
Até agora, os fatores de localização apresentados demonstram o quão
complexo pode ser o processo de escolha de um local para a instalação de uma
empresa, especialmente de base tecnológica, se forem considerados todos os
fatores que podem influenciar essa decisão. no capítulo seguinte, procura-se
desenvolver o todo e os procedimentos de pesquisa de tal maneira que seja
possível responder ao problema do presente estudo a partir do inventário desses
fatores de localização e do tratamento e da análise de dados coletados junto a
empresas de TI residentes e não-residentes em parques tecnológicos do Estado do
87
Rio Grande do Sul. Com isso, espera-se investigar o que leva certas empresas de TI
a buscarem e outras a não buscarem parques tecnológicos para serem instaladas.
88
5 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
Para responder ao problema de pesquisa e alcançar os objetivos traçados é
fundamental a definição adequada do método e dos procedimentos que conduzirão
o estudo. Sendo assim, neste capítulo, são apresentados a estratégia utilizada, as
empresas pesquisadas e o plano de coleta, análise e interpretação de dados. No
capítulo seguinte, esses dados coletados são descritos, analisados e interpretados.
Yin (2005, p. 23) apresenta três condições que determinam a estratégia mais
vantajosa para um estudo. A primeira diz respeito ao “tipo de questão de pesquisa
proposta”. A segunda avalia a “extensão de controle que o pesquisador tem sobre
eventos comportamentais atuais”. a terceira trata do “grau de enfoque em
acontecimentos contemporâneos em oposição a acontecimentos históricos”.
Considerando essas condições, considerando as cinco principais estratégias de
pesquisa apresentadas por Yin (2005, p. 23), “experimentos, levantamentos, análise
de arquivos, pesquisas históricas e estudos de caso”, considerando que, também de
acordo com Yin (2005), os levantamentos representam a estratégia preferida quando
se colocam questões do tipo quem, o que, onde, quantos e quanto; quando o
pesquisador não tem controle sobre eventos comportamentais; e quando o foco
encontra-se em fenômenos contemporâneos e, considerando que este estudo
procura investigar o que leva certas empresas de TI a buscarem e outras a não
buscarem parques tecnológicos para serem instaladas, foi utilizada a estratégia de
levantamento de dados.
Ainda quanto às estratégias de pesquisa, Yin (2005, p. 22-3) afirma que “a
visão mais apropriada dessas estratégias diferentes é inclusiva e pluralística. Pode-
se utilizar cada estratégia para três propósitos exploratório, descritivo ou
explanatório”. Então, considerando a afirmação de Yin (2005) e as explicações de
Hair et al (2005, p. 83-4), a seguir, este estudo é considerado um levantamento
descritivo:
A pesquisa descritiva descreve alguma situação. Geralmente, as coisas
são descritas com a mensuração de um evento ou atividade. Muitas vezes,
a pesquisa descritiva consegue isso com o uso de estatísticas descritivas,
o que inclui contagens de freqüência (quantidade), medidas de tendência
central como a média ou a moda, ou uma medida de variação, como o
desvio padrão.
89
A seqüência metodológica utilizada para a realização deste estudo é
detalhada nas seções seguintes. O primeiro passo foi a definição do tema, problema
de pesquisa e objetivos geral e específicos. Isso norteou a revisão da literatura e a
definição do método e procedimentos de pesquisa. A partir da revisão da literatura,
foi possível identificar e categorizar os indicadores de fatores de localização para a
construção do instrumento de pesquisa (APÊNDICE C). Após o pré-teste e revisão
do instrumento, partiu-se para a coleta de dados. Cumpridas essas etapas, os dados
coletados foram tratados, descritos, analisados e interpretados, com vistas a
responder ao problema de pesquisa, chegando-se às considerações finais deste
estudo. A Figura 10, a seguir, ilustra essa seqüência metodológica:
90
Figura 10 – Seqüência metodológica do estudo
Na seção seguinte, são apresentados os critérios utilizados para a escolha
das empresas pesquisadas. Trata-se de dois grupos de empresas representantes do
Definição do tema, problema
de pesquisa e objetivos
Revisão da literatura
Categorização dos
indicadores por afinidade
(fatores de localização)
Definição do método e
procedimentos de pesquisa
Construção do
instrumento de pesquisa
Realização do pré-teste
Revisão do
instrumento de pesquisa
Identificação de indicadores
de fatores de localização a
partir da revisão da literatura
Coleta de dados
Descrição, análise e
interpretação dos resultados
Considerações finais
91
setor de TI no Estado do Rio Grande do Sul: as residentes e as não-residentes em
parques tecnológicos. Com a conclusão da próxima etapa, foi possível definir o
plano de coleta e, finalmente, o de análise e interpretação de dados.
5.1 DEFINIÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS
A grande maioria das empresas residentes em parques tecnológicos, no
Brasil e no mundo, é formada por empresas que existiam antes de terem sido
instaladas nesses parques. A pesquisa realizada pela ANPROTEC, em 2005,
confirma isso. O Gráfico 5, abaixo, gerado a partir de uma pergunta de múltiplas
respostas, apresenta o percentual de parques brasileiros que afirmaram ter, como
residentes, empresas que já existiam antes de neles serem instaladas:
63%
75%
79%
Empresas novas
Empresas nascidas
em incubadoras
Empresas
existentes
Gráfico 5 - Origem das empresas dos parques no Brasil
Fonte: adaptado de ANPROTEC (2005b, f. 15).
Da mesma forma, a pesquisa realizada pela IASP, em 2001, registra que a
principal origem das empresas residentes em parques tecnológicos, sócios da IASP,
no mundo, é de empresas existentes antes de sua instalação nesses parques,
conforme é demonstrado no Gráfico 6, a seguir:
92
7%
10%
29%
54%
Spin-offs
Empresas nascidas
em incubadoras
Empresas novas
Empresas
existentes
Gráfico 6 - Origem das empresas dos parques no mundo
Fonte: adaptado de IASP (2001b).
A partir dessas constatações e do que foi visto, pode-se afirmar que tanto
as empresas de TI residentes quanto as não-residentes representam um público
importante para os parques tecnológicos. Por isso, neste estudo, as empresas
pesquisadas são do setor de TI, residentes e não-residentes em parques
tecnológicos, localizadas no Estado do Rio Grande do Sul.
A escolha das empresas ocorreu de forma não-probabilística e não-
representativa e foi feita por conveniência, por meio de indicações ou por serem,
seus gestores, parte da rede de relacionamentos do pesquisador. Para alcançar os
objetivos propostos neste estudo, considerou-se que:
a) nenhuma empresa poderia ter nascido em uma incubadora ou passado
por um processo de incubação, que, nesse caso, a tendência é
permanecerem em ambientes de inovação após o período de incubação;
b) os respondentes deveriam ser pessoas em cargos de decisão dentro das
empresas, como, por exemplo, sócios, dirigentes ou gestores; e
c) contanto que fossem do setor de TI, não importaria o porte, tipo de produto
e/ou serviço e mercado de atuação das empresas.
Como mencionado anteriormente, no Estado do Rio Grande do Sul existem,
atualmente, além de diversos parques tecnológicos em projeto e implantação, três
parques em operação: PTVS, PTPISL e TECNOPUC (REGINP, 2007a). Neste
93
estudo, contou-se com a participação de dezenove empresas de TI, três delas
residentes no PTPISL, uma residente no Pólo Tecnológico do Noroeste Gaúcho
(IPTEC), em fase inicial de implantação (REGINP, 2007a), e quinze não-residentes,
sendo que duas desse último grupo deixaram, recentemente, suas instalações no
TECNOPUC, sendo, uma delas, para concentrar todas as suas operações na matriz,
no Município de Campo Bom (informação verbal)
17
. Quanto ao PTVS, esse teve seu
planejamento iniciado no ano de 2002, em áreas doadas pelo Município de Campo
Bom, onde está localizada sua primeira fase. Ao longo dos últimos anos, período de
planejamento e implantação do parque, iniciada, efetivamente, em dezembro de
2004, houve tentativas de aproximação de empresas de TI, entretanto, até o
momento, não existe nenhuma residente desse setor, exceto as empresas
incubadas (BARROSO, 2004a; BARROSO; MACHADO, 2005; VALETEC, 2007).
Nesse sentido, das quinze empresas não-residentes em parques tecnológicos
pesquisadas, treze foram identificadas dentre aquelas prospectadas pela
VALETEC, instituição gestora do PTVS, da qual o pesquisador é Diretor Executivo,
além de empresas participantes de atividades e/ou instituições associativas,
parceiras da VALETEC, e de outras empresas isoladas, de acordo com o plano de
coleta de dados apresentado a seguir.
5.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
O instrumento de pesquisa foi elaborado com questões fechadas e dividido
em cinco partes (APÊNDICE C). A primeira foi dedicada à identificação da empresa,
seguida da identificação do(a) respondente, na segunda. Na terceira parte,
procurou-se organizar os fatores de localização e seus indicadores, encontrados na
revisão da literatura, privilegiando-se aqueles mais freqüentes e eliminando-se
ambigüidades e duplicidades. Foram identificados dez fatores de localização e cento
e trinta indicadores diferentes, conforme o Quadro 2, abaixo, sendo que a ordem em
que os fatores de localização aparecem no quadro é irrelevante:
17
CAVALHEIRO, Christian Mairesse. Saída da GetNet do TECNOPUC. Campo Bom, GetNet
Tecnologia, 28 mar. 2007. Anotação de reunião.
94
Fatores de localização
Número de indicadores
de cada fator de
localização
1. Disponibilidade de recursos humanos 4
2. Situação do ambiente regional 8
3. Apoio do poder público 10
4. Relacionamento com instituições de ensino e pesquisa 21
5. Oportunidades para aglomeração empresarial 11
6. Dimensão e proximidade do mercado 4
7. Motivações de ordem exclusivamente pessoal 2
8. Nível de qualidade de vida 31
9. Disponibilidade de infra-estruturas 23
10. Disponibilidade de serviços 16
Total 130
Quadro 2 - Fatores de localização e número de indicadores de cada fator de localização
na quarta parte do instrumento, os fatores de localização foram dispostos
de tal forma que pudessem ser ordenados de um até dez, de acordo com a
importância atribuída. A quinta e última parte foi reservada para observações livres.
A terceira parte do instrumento de pesquisa, mencionada, foi a mais
extensa. Nela, buscou-se identificar o grau de relevância atribuído a cada um dos
indicadores de fatores de localização apresentados, bem como buscou-se avaliar o
grau de satisfação em relação à condição atual das empresas pesquisadas, isto é,
se, atualmente, os indicadores de fatores de localização apresentados estão sendo
atendidos de forma satisfatória. Para identificar esses graus de relevância e
satisfação, foram utilizadas escalas tipo Likert com um escore numérico de -2 a 2.
Ao avaliar o grau de relevância de cada um dos indicadores de fatores de
localização, o número -2 representou totalmente irrelevante e o número 2,
totalmente relevante, conforme o Quadro 3, abaixo:
Relevância
-2 -1 0 1 2
Totalmente
irrelevante
Irrelevante Indiferente Relevante
Totalmente
relevante
Quadro 3 - Escala tipo Likert para a relevância dos fatores de localização
Ao avaliar o grau de satisfação com relação aos indicadores de fatores de
localização, o número -2 representou plenamente insatisfeito e o número 2,
95
plenamente satisfeito. Nessa escala, foi necessário considerar a possibilidade do
respectivo indicador de fator de localização não estar sendo atendido na atual
localização da empresa. Para acomodar tal possibilidade, foi criado o item Não
atendido na atual localização (NA), conforme o Quadro 4, a seguir. Para que os
respondentes soubessem como proceder, nas instruções de preenchimento do
instrumento de pesquisa havia uma explicação, informando que o item NA deveria
ser selecionado somente quando a satisfação em relação a um indicador de fator de
localização não pudesse ser avaliada, por ele não estar sendo atendido na atual
localização da empresa. Caso o item NA fosse selecionado, esse deveria ser
anulado, quando do tratamento dos dados, para não ser considerado no cálculo das
médias.
Satisfação
-2 -1 0 1 2 NA
Plenamente
insatisfeito
Insatisfeito Neutro Satisfeito
Plenamente
satisfeito
Não
atendido na
atual
localização
Quadro 4 - Escala tipo Likert para a satisfação atual quanto aos indicadores de
fatores de localização
Quanto à qualidade da pesquisa, essa deve ser avaliada pela sua precisão e
coerência. Hair et al (2005, p. 197) afirmam que “a precisão está associada com o
termo validade, enquanto que a coerência está ligada ao termo confiabilidade”.
Segundo os mesmos autores, para avaliar a validade de uma pesquisa, pode-se
utilizar diferentes abordagens, dentre elas, a validade de conteúdo, em que “a
validação em geral envolve a consulta a uma pequena amostra de respondentes
típicos e/ou especialistas para julgar a adequação dos itens (indicadores) escolhidos
para representar o construto” (HAIR et al, 2005, p. 202). Assim, foi conduzido o
estudo, sendo que um dos pontos que também contribuíram para a validade da
pesquisa foi a diversidade das empresas pesquisadas.
Após a elaboração do instrumento de pesquisa, partiu-se para o processo de
testes. Inicialmente, seguiu-se a sugestão de Aaker, Kumar e Day (2004), de que o
pesquisador assuma o papel de respondente. Em seguida, foram feitos pré-testes,
“utilizando-se uma pequena amostra de respondentes com características
semelhantes às da população alvo” (HAIR et al, 2005, p. 230). Essa pequena
96
amostra foi formada por três empresas de TI, incubadas na Incubadora Tecnológica
da Feevale (ITEF), localizada no Núcleo de Extensão Universitária da Feevale
(NEUF), dentro do PTVS, devido à facilidade de acesso aos respondentes.
Identificadas as dúvidas, sugestões e oportunidades de melhoria, foi feita uma
revisão do instrumento de pesquisa, sendo que nenhum dos pré-testes realizados foi
considerado nos resultados deste estudo, por tratar-se de empresas incubadas.
Para Hair et al (2005, p. 198), um questionário com escalas de itens múltiplos,
como é o instrumento de pesquisa deste estudo, é confiável “se sua aplicação
repetida resulta em escores coerentes. Isso depende da definição do conceito não
ser alterada de uma aplicação a outra”. Para procurar atender a esse critério, o
instrumento de pesquisa foi encaminhado para trinta empresas, tendo sido
utilizados, com todas, os mesmos procedimentos para a coleta de dados. Além
disso, foi criado, também, um banco de dados para registrar e armazenar,
eletronicamente, todos os instrumentos de pesquisa respondidos.
A coleta de dados ocorreu nos meses de maio e junho de 2007. O
instrumento de pesquisa, questionário auto-administrado, foi respondido sem a
presença do pesquisador, a partir do seu envio por correio eletrônico (HAIR et al,
2005), acompanhado de uma correspondência de apresentação (APÊNDICE A). Na
ausência de contatos próprios do pesquisador com pessoas em cargos de decisão
dentro das empresas, o procedimento de envio foi o mesmo, entretanto, nesse caso,
o instrumento de pesquisa foi enviado para gestores de parques tecnológicos e
líderes e representantes de atividades e instituições associativas de empresas do
setor, pessoas, essas, da rede de relacionamentos do pesquisador, juntamente com
uma correspondência de apresentação, solicitando encaminhamentos (APÊNDICE
B). Com essa estratégia e com a insistência de, pelo menos, mais dois reenvios para
aqueles contatos que não responderam no prazo de duas semanas, conseguiu-se a
participação de dezenove empresas, sendo que os instrumentos de pesquisa
respondidos foram analisados e interpretados conforme detalhamento a seguir.
97
5.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
A primeira ação realizada após o recebimento dos os instrumentos de
pesquisa respondidos foi a elaboração de uma planilha eletrônica com os dados de
cada empresa. A pedido de alguns dos respondentes, nenhuma das empresas foi
identificada, sendo que suas respectivas razões sociais e nomes fantasias foram
preservados pela sua substituição por números correspondentes à ordem de
recebimento das respostas. Em seguida, nessa mesma planilha, foi feita a
separação das empresas respondentes em dois grupos: o das residentes e o das
não-residentes em parques tecnológicos gaúchos. Isso foi necessário, pois o
tratamento das respostas, separadamente, subsidiou a comparação proposta no
terceiro objetivo específico deste estudo. Essa planilha foi arquivada,
eletronicamente, e não pretende-se disponibilizar seus dados.
O tratamento dos dados foi realizado com o auxílio dos softwares Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) e Microsoft Excel. Algumas das respostas
das Partes I e II, do instrumento de pesquisa, foram dispostas e organizadas na
planilha eletrônica, mencionada, e com outras respostas foram feitas médias e
gerados gráficos de barras. As respostas da Parte III, em que o número representa o
fator de localização e a letra representa o indicador do respectivo fator de
localização, foram transportadas e analisadas com o uso da Janela do Cliente ou
Matriz de Atributos, de acordo com Albrecht e Bradford (1992) ou, ainda, Gráficos de
Importância-Desempenho, conforme Hair et al (2005). Na Parte IV, também foram
gerados gráficos de barras, a partir das médias das respostas obtidas, e algumas
das observações feitas pelos respondentes, na Parte V, foram objeto de citações ao
longo do próximo capítulo.
A Janela do Cliente ou Matriz de Atributos mede “a importância [relevância]
de determinado atributo [fator de localização e seus indicadores] de acordo com o
ponto de vista do cliente [empresas de TI residentes e não-residentes em parques
tecnológicos gaúchos], e o seu grau de desempenho [satisfação] para atender a
expectativa do cliente” (ALBRECHT; BRADFORD, 1992, p. 158). Em outras
palavras, trata-se do cruzamento das médias de relevância, no eixo vertical, e de
98
satisfação, no eixo horizontal, de cada atributo ou, neste caso, fator de localização e
seus indicadores, conforme representado na Figura 11, abaixo:
Figura 11 – Matriz dos atributos
Fonte: adaptado de Albrecht e Bradford (1992, p. 157).
Como pode-se perceber, na Janela do Cliente, existem quatro quadrantes e
uma zona cinzenta, com diferentes significados, onde são posicionados os atributos,
de acordo com suas médias de relevância e satisfação. De acordo com Albrecht e
Bradford (1992), o Quadrante A, considerado zona de vulnerabilidade competitiva,
está localizado numa área de alta relevância, no entanto, com baixa satisfação. O
Quadrante B, considerado zona de força competitiva, está localizado numa área de
alta relevância e alta satisfação. O Quadrante C, considerado zona de relativa
indiferença, está localizado numa área de baixa relevância e baixa satisfação. o
Quadrante D, considerado zona de superioridade irrelevante, está localizado numa
área de baixa relevância e alta satisfação. Sendo assim, pode-se dizer, por exemplo,
que o resultado esperado a partir a análise de uma Janela do Cliente seja,
especialmente nos quadrantes com baixa relevância e baixa satisfação, alcançar
melhores posições, aumentando-se a percepção de relevância de atributos vistos,
até então, como pouco relevantes. Por fim, a Zona Cinzenta, considerada também
como zona da indiferença, está localizada numa área de relevância e satisfação
neutras, ou seja, no centro da Janela do Cliente. Para eliminar a possibilidade de
existência de uma Zona Cinzenta neste estudo, os eixos de relevância e de
satisfação, de todas as Janelas do Cliente, resultantes do tratamento dos dados
Quadrante A:
vulnerabilidade
competitiva
Quadrante B:
força
competitiva
Quadrante C:
relativa
indiferença
Quadrante D:
superioridade
irrelevante
Zona cinzenta
Satisfação
Relevância
Baixa
Baixa
Alta
Alta
99
coletados, foram cruzados sempre na média geral do respectivo fator de localização
e não no ponto zero.
Hair et al (2005) explicam os significados de cada quadrante dos Gráficos de
Importância-Desempenho de forma diferente do apresentado acima, no entanto, a
essência é a mesma. Para os autores, o Quadrante A é onde estão posicionados os
atributos que precisam de atenção imediata. O Quadrante B reúne os atributos para
os quais bastaria, apenas, dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo
realizado. O Quadrante C é a localização daqueles atributos com os quais o há
necessidade de preocupação. Finalmente, o Quadrante D refere-se aos atributos
que estão recebendo excesso de atenção, ou seja, com os quais, recursos estão
sendo desperdiçados.
Na análise das Janelas do Cliente produzidas a partir dos dados coletados
neste estudo, foi dado um destaque para os fatores de localização e seus
indicadores posicionados no Quadrante A, área hachurada na Figura 11,
apresentada acima. Os fatores de localização e seus indicadores situados nos
Quadrantes C e D, ou seja, com baixa relevância, provavelmente não influenciam no
processo de decisão pela localização da empresa. aqueles posicionados nos
Quadrantes A e B, com alta relevância, provavelmente podem influenciar, sendo, de
forma mais intensa, os localizados no Quadrante A. Isso ocorre, pois os fatores de
localização e seus indicadores posicionados nesse quadrante são considerados
relevantes, no entanto, na atual localização da empresa, não atendem suas
expectativas, isto é, não alcançam um bom nível de satisfação, o que pode
representar uma oportunidade de relocalização para a empresa, seja para dentro ou
para fora de um parque tecnológico.
No Capítulo 6, a seguir, os dados coletados são descritos, analisados e
interpretados em busca de respostas para o problema de pesquisa deste estudo.
100
6 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo é dedicado à descrição, análise e interpretação das respostas
obtidas com a aplicação do instrumento de pesquisa. Para tanto, são apresentados,
a seguir, gráficos construídos a partir das médias dessas respostas e, logo após,
são feitos comentários e interpretações acerca dos dados revelados, em busca de
novas informações. Cumprida esta etapa, as considerações finais o apresentadas
no último capítulo.
Ao total, foram dezenove empresas participantes do estudo. Dessas, quinze
não-residentes em parques tecnológicos, sendo que duas saíram, recentemente, de
um parque, e quatro residentes, sendo que uma delas está localizada em um
empreendimento em fase muito inicial de implantação. Percebe-se, no Gráfico 7,
abaixo, que, como todos os parques tecnológicos gaúchos são muito recentes, o
tempo médio das empresas residentes nesses parques também é baixo: 2,4 anos.
Verifica-se, ainda, que as empresas não-residentes em parques tecnológicos têm
um tempo médio de existência maior do que as empresas residentes.
10,0
14,5
2,4
6,6
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
Residentes em parque
tecnogico
Não-residentes em parque
tecnológico
Tempo em anos - média
Tempo de existência Tempo no local atual
Gráfico 7 – Tempo de existência das empresas de TI pesquisadas
101
Na Parte IV do instrumento de pesquisa são apresentados os dez fatores de
localização identificados na revisão da literatura. O objetivo desse item é fazer o(a)
respondente organizar os dez fatores em ordem de importância, sendo 1 o mais
importante e 10 o menos importante, ou seja, quanto mais próxima a dia estiver
do número 1, mais importância terá sido atribuída ao respectivo fator de localização.
As respostas dadas a essa questão são apresentadas abaixo, sendo o Gráfico 8
relativo às empresas residentes em parques tecnológicos e o Gráfico 9 às não-
residentes:
7,25
6,25
6,00
6,00
5,75
5,50
5,25
4,75
4,75
3,50
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Apoio do poder público
Relacionamento com instituões de
ensino e pesquisa
Disponibilidade de serviços
Situação do ambiente regional
Disponibilidade de infra-estruturas
Oportunidades para aglomeração
empresarial
Dimensão e proximidade do mercado
Nível de qualidade de vida
Motivações de ordem exclusivamente
pessoal
Disponibilidade de recursos humanos
Ordem de importância - média
Gráfico 8 – Ordem de importância dos fatores de localização para empresas de
TI residentes em parques tecnológicos
102
7,33
6,60
6,60
6,40
6,27
5,80
5,13
4,27
3,27
2,47
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Apoio do poder blico
Oportunidades para aglomeração
empresarial
Relacionamento com instituições de
ensino e pesquisa
Situação do ambiente regional
Motivações de ordem exclusivamente
pessoal
Nível de qualidade de vida
Disponibilidade de serviços
Dimensão e proximidade do mercado
Disponibilidade de infra-estruturas
Disponibilidade de recursos humanos
Ordem de importância - média
Gráfico 9 – Ordem de importância dos fatores de localização para empresas de
TI não-residentes em parques tecnológicos
Sabe-se que o setor de TI é um grande demandante de recursos humanos.
Talvez, por essa razão, tanto para as empresas residentes quanto para as não-
residentes em parques tecnológicos, verifica-se o fator de localização disponibilidade
de recursos humanos como o mais importante. O segundo fator mais importante,
segundo as empresas residentes em parques tecnológicos, é o nível de qualidade
de vida, que aparece em quinto lugar no gráfico das empresas não-residentes. Esse
resultado vai ao encontro da ênfase percebida na revisão da literatura para o
assunto. Já no caso das empresas não-residentes em parques tecnológicos, o
segundo fator de localização mais importante é a disponibilidade de infra-estruturas,
que aparece em sexto lugar para as empresas residentes. É possível que as
empresas instaladas em parques tecnológicos priorizem menos esse fator, uma vez
103
que dispõem de infra-estruturas adequadas na atual localização, o que, talvez,
não ocorra com as empresas não-residentes em parques tecnológicos. É importante
salientar que os dois fatores de localização com menos importância atribuída
repetem-se tanto para as empresas residentes quanto para as empresas não-
residentes em parques tecnológicos: o relacionamento com instituições de ensino e
pesquisa, em penúltimo lugar; e o apoio do poder público, em último.
Quanto ao fator de localização considerado mais importante, então, verifica-
se, no Gráfico 10, abaixo, que a formação de recursos humanos é um item
importante para empresas do setor de TI. Sendo assim, parece incoerente a posição
do fator relacionamento com instituições de ensino e pesquisa na ordem de
importância apresentada acima, afinal, são essas as provedoras de recursos
humanos qualificados, tanto para as empresas residentes quanto para as não-
residentes em parques tecnológicos. Talvez, as empresas não estejam
reconhecendo as oportunidades de relacionamento existentes com instituições de
ensino e pesquisa para a formação de recursos humanos, por exemplo.
0,5
88,8
5,5
0,30,4
16,8
17,9
2,5
4,3
58,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Doutorandos e
doutores
Mestrandos e
mestres
Graduandos e
graduados
Cursando nivel
técnico e
técnicos
Outros veis de
formação
Percentual
Residentes em parque tecnológico Não-residentes em parque tecnológico
Gráfico 10 – Formação de funcionários e/ou prestadores de serviços e sócios das
empresas de TI pesquisadas
Deste ponto em diante, passa-se a analisar as respostas obtidas na Parte III
do instrumento de pesquisa. A seguir, são apresentadas duas Janelas do Cliente
104
para cada fator de localização. A primeira sempre trata das empresas residentes em
parques tecnológicos e a segunda das não-residentes. A partir da comparação entre
as duas, por meio do quadro disposto imediatamente após as respectivas Janelas
do Cliente, é possível atender aos objetivos específicos deste estudo, sendo que,
conforme mencionado na última seção do capítulo anterior, é dado um maior
destaque para os indicadores de fatores de localização considerados relevantes,
especialmente, àqueles posicionados no Quadrante A de cada uma das Janelas do
Cliente.
Os Gráficos 11 e 12 e o Quadro 5, abaixo, referem-se ao fator de localização
disponibilidade de recursos humanos:
1d
1c
1a
1b
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4
Satisfação
Relevância
Gráfico 11 – Janela do Cliente: disponibilidade de recursos humanos como
fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
105
1d
1c
1a
1b
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
Satisfação
Relevância
Gráfico 12 – Janela do Cliente: disponibilidade de recursos humanos como fator
de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
1a Custo dos recursos humanos A B
1b
Quantidade de recursos humanos
disponíveis
A A
1c Qualificação dos recursos humanos B A
Quadro 5 – Indicadores do fator de localização disponibilidade de recursos humanos
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
Nota-se, nas Janelas do Cliente, acima, que, para as empresas residentes em
parques tecnológicos, dois indicadores estão posicionados no Quadrante A,
portanto, são considerados relevantes, entretanto, têm um nível baixo de satisfação:
o custo dos recursos humanos e a quantidade de recursos humanos disponíveis.
Para as empresas não-residentes, os indicadores críticos são: a quantidade de
recursos humanos disponíveis e a qualificação dos recursos humanos. No caso das
empresas residentes em parques tecnológicos, talvez a aglomeração torne a
competição por talentos mais acirrada. no caso das empresas não-residentes,
talvez por não manterem um vínculo direto com uma instituição de ensino e
pesquisa, tenham mais dificuldades para encontrar recursos humanos qualificados.
Verifica-se que, nos dois casos, uma preocupação com a escassez de recursos
humanos.
106
Com relação ao fator de localização disponibilidade de recursos humanos,
principalmente, um dos respondentes, representante de uma empresa que teve
sua área de P&D instalada num dos parques tecnológicos em operação no Estado
do Rio Grande do Sul, declarou, na Parte V do instrumento de pesquisa:
Não foi uma boa experiência, a concorrência interna era desleal, os custos
de mão-de-obra subiram e os benefícios de aglomeração empresarial não
se justificaram. Além disto, as multinacionais ou âncoras instaladas passam
a ter uma relevância inadequada aos seus benefícios, politicagem e
interesses difíceis de serem bem compreendidos. Sem regras claras entre
as empresas, o modelo será sempre um fracasso, na Índia existe o mesmo
problema também (informação sigilosa)
18
.
Os Gráficos 13 e 14, abaixo, referem-se ao fator de localização situação do
ambiente regional:
2f
2h 2g
2e
2b
2a
2c
2d
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5
Satisfação
Relevância
Gráfico 13 – Janela do Cliente: situação do ambiente regional como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
18
A referência não foi disponibilizada para preservar a identidade do respondente do instrumento de
pesquisa e da empresa a qual representa.
107
2f
2g
2e
2h
2b
2a
2c
2d
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
-0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1
Satisfação
Relevância
Gráfico 14 - Janela do Cliente: situação do ambiente regional como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
2b
Ambiente econômico da cidade e/ou
região
B A
2c
Ambiente favorável e o incentivo ao
empreendedorismo
A B
2d Ambiente propício à inovação B
2e
Imagem de prestígio do local e/ou
região, transmitindo status
B
2g
Imagem de prestígio do local e/ou
região, transmitindo modernidade
B
2h
Existência de ações de marketing
territorial, ou seja, de promoção e
venda da imagem do local e/ou região
A
Quadro 6 – Indicadores do fator de localização situação do ambiente regional considerados
relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
As empresas residentes em parques tecnológicos informaram, de acordo com
o Gráfico 13, acima, dois indicadores como relevantes, mas com baixa satisfação.
São eles: o ambiente favorável e o incentivo ao empreendedorismo e a existência de
ações de marketing territorial, ou seja, de promoção e venda da imagem do local
e/ou região. as empresas não-residentes dão importância, mas não estão
satisfeitas com um indicador apenas, conforme o Gráfico 14, acima: o ambiente
econômico da cidade e/ou região. É possível que a resposta das não-residentes
tenha sido essa por estar, a sua grande maioria, localizada na região do Vale do Rio
108
dos Sinos, onde as empresas vêm sofrendo com a baixa do câmbio do dólar em
relação ao Real e com a concorrência chinesa, especialmente no setor coureiro-
calçadista, foco de muitas dessas empresas de TI.
no Quadrante B, estão posicionados os indicadores relevantes e com os
quais as empresas apresentam-se satisfeitas. As empresas residentes posicionam aí
três indicadores: o ambiente econômico da cidade e/ou região, a imagem de
prestígio do local e/ou região, transmitindo status, e a imagem de prestígio do local
e/ou região, transmitindo modernidade. As empresas não-residentes apresentam
dois indicadores diferentes do Quadrante B, o eles: o ambiente favorável e o
incentivo ao empreendedorismo e o ambiente propício à inovação. Percebe-se que
apenas dois indicadores desse fator de localização aparecem como relevantes para
os dois grupos de empresas, o das residentes e o das não-residentes em parques
tecnológicos, entretanto, têm níveis de satisfação distintos. Trata-se do ambiente
econômico da cidade e/ou região e do ambiente favorável e o incentivo ao
empreendedorismo.
Os Gráficos 15 e 16, abaixo, referem-se ao fator de localização apoio do
poder público:
3i
3j
3d
3c 3a
3b
3e
3g
3h
3f
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Satisfação
Relevância
Gráfico 15 - Janela do Cliente: apoio do poder público como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
109
3f
3h
3g
3e
3b
3a
3c
3d
3j
3i
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
-1,5 -1,3 -1,1 -0,9 -0,7 -0,5 -0,3
Satisfação
Relevância
Gráfico 16 - Janela do Cliente: apoio do poder público como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
3a
Existência de políticas favoráveis ao
desenvolvimento empresarial
A B
3c
Existência de incentivos de natureza
tributária
A B
3d
Existência de incentivos sob a forma
de subvenções
A
3e
Existência de incentivos de natureza
infra-estrutural
B A
3f
Existência de fundos governamentais
de apoio às empresas
B A
Quadro 7 – Indicadores do fator de localização apoio do poder público considerados
relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
As respostas dadas pelas empresas residentes em parques tecnológicos
posicionaram dois indicadores no Quadrante A: a existência de políticas favoráveis
ao desenvolvimento empresarial e a existência de incentivos de natureza tributária.
as empresas não-residentes apresentaram três indicadores diferentes no mesmo
quadrante: a existência de incentivos sob a forma de subvenções, a existência de
incentivos de natureza infra-estrutural e a existência de fundos governamentais de
apoio às empresas. Com exceção do indicador a existência de incentivos sob a
forma de subvenções, que não aparece como relevante para o grupo das empresas
residentes em parques tecnológicos, todos os demais mencionados, quando figuram
110
no Quadrante A para um grupo de empresas, figuram no Quadrante B para o outro
grupo, ou seja, são indicadores relevantes para ambos os grupos, no entanto,
apresentam níveis de satisfação diferentes. É possível que as empresas residentes
em parques tecnológicos sintam-se mais apoiadas no que se refere à infra-estrutura,
por exemplo, do que as empresas não-residentes, uma vez que esse tipo de
empreendimento, geralmente, oferece uma base física favorável e confortável à
instalação de empresas de base tecnológica.
Os Gráficos 17 e 18, abaixo, referem-se ao fator de localização
relacionamento com instituições de ensino e pesquisa:
4t
4c
4o
4p
4k
4s
4n
4g
4f
4r
4m
4q
4l4e
4h
4a
4u
4b
4i
4d
4j
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5
Satisfão
Relevância
Gráfico 17 - Janela do Cliente: relacionamento com instituições de ensino e pesquisa
como fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
111
4t
4c
4o
4p
4k
4s
4n
4f
4g
4r
4m
4q
4l
4e
4h
4a
4u
4b
4i
4d
4j
-0,1
0,1
0,3
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
1,5
-1,1 -0,9 -0,7 -0,5 -0,3 -0,1 0,1
Satisfação
Relevância
Gráfico 18 - Janela do Cliente: relacionamento com instituições de ensino e pesquisa
como fator de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
112
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
4a
Capacidade das instituições de ensino
e pesquisa para desenvolverem
pesquisas científica e tecnológica de
excelência
B B
4b
Existência de mecanismos de
transferência de tecnologia
A A
4c
Possibilidade de acesso à agenda de
pesquisas das instituições de ensino e
pesquisa
A
4d
Possibilidade de desenvolvimento de
pesquisas conjuntas
A
4e
Possibilidade de organização de
eventos e seminários conjuntos
B A
4g
Possibilidade de acesso a recursos
não-reembolsáveis
A
4h
Possibilidade de envolvimento em
projetos com estudantes
B A
4i
Possibilidade de recrutamento de
estudantes
A B
4j
Possibilidade de recrutamento de
recém-graduados
A B
4k
Possibilidade de recrutamento de
cientistas e engenheiros experientes
A
4l
Possibilidade de acesso a serviços e
consultorias tecnológicas
B B
4m
Possibilidade de acesso a serviços e
consultorias de gestão e negócios
B B
4n
Possibilidade de fornecimento de
produtos e/ou serviços para as
instituições de ensino e pesquisa
A
4p
Possibilidade de acesso à educação
continuada
B
4q
Possibilidade de acesso a
incubadoras e suas empresas
B B
4u
Existência de uma cultura
empreendedora pró-ativa para a
interação por parte das instituições de
ensino e pesquisa
A A
Quadro 8 – Indicadores do fator de localização relacionamento com instituições de ensino e
pesquisa considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
As empresas residentes em parques tecnológicos consideraram um nível de
satisfação baixo para os seguintes indicadores avaliados como relevantes neste
fator de localização: a existência de mecanismos de transferência de tecnologia, a
113
possibilidade de desenvolvimento de pesquisas conjuntas, a possibilidade de
recrutamento de estudantes, a possibilidade de recrutamento de recém-graduados e
a existência de uma cultura empreendedora pró-ativa para a interação por parte das
instituições de ensino e pesquisa. as empresas não-residentes em parques
tecnológicos consideraram os seguintes indicadores como relevantes, entretanto,
com um baixo nível de satisfação: a existência de mecanismos de transferência de
tecnologia, a possibilidade de acesso à agenda de pesquisas das instituições de
ensino e pesquisa, a possibilidade de organização de eventos e seminários
conjuntos, a possibilidade de acesso a recursos não-reembolsáveis, a possibilidade
de envolvimento em projetos com estudantes, a possibilidade de recrutamento de
cientistas e engenheiros experientes, a possibilidade de fornecimento de produtos
e/ou serviços para as instituições de ensino e pesquisa e a existência de uma cultura
empreendedora pró-ativa para a interação por parte das instituições de ensino e
pesquisa.
Ainda quanto aos indicadores do fator de localização relacionamento com
instituições de ensino e pesquisa, as empresas residentes e as não-residentes em
parques tecnológicos consideram relevantes e satisfatórios: a capacidade das
instituições de ensino e pesquisa para desenvolverem pesquisas científica e
tecnológica de excelência, a possibilidade de acesso a serviços e consultorias
tecnológicas, a possibilidade de acesso a serviços e consultorias de gestão e
negócios e a possibilidade de acesso a incubadoras e suas empresas. Além desses,
as empresas residentes em parques tecnológicos avaliam da mesma forma a
possibilidade de organização de eventos e seminários conjuntos e a possibilidade de
envolvimento em projetos com estudantes. as empresas não-residentes em
parques tecnológicos consideram mais outros três indicadores como relevantes e
satisfatórios: a possibilidade de recrutamento de estudantes, a possibilidade de
recrutamento de recém-graduados e a possibilidade de acesso à educação
continuada.
Parece incoerente a penúltima posição ocupada pelo fator de localização
relacionamento com instituições de ensino e pesquisa nos Gráficos 8 e 9,
apresentados anteriormente, uma vez que é evidente a grande expectativa das
empresas residentes e não-residentes em parques tecnológicos com relação a esse
fator de localização. É possível que as empresas residentes tenham atribuído pouca
importância a esse fator por ele estar à disposição de forma direta num parque
114
tecnológico, deixando de ser uma prioridade e, talvez, as empresas não-residentes
não tenham uma noção clara das oportunidades existentes para a inovação a partir
do relacionamento com instituições de ensino e pesquisa e, por isso, também
avaliaram o fator como pouco importante.
Os Gráficos 19 e 20, abaixo, referem-se ao fator de localização oportunidades
para aglomeração empresarial:
5j
5d
5i
5b
5a
5h
5e
5g
5f 5k
5c
-0,1
0,1
0,3
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
1,5
1,7
1,9
-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
Satisfação
Relevância
Gráfico 19 - Janela do Cliente: oportunidades para aglomeração empresarial como
fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
115
5c
5k
5f
5g
5e
5h
5a
5b
5i
5d
5j
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
-0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4
Satisfação
Relevância
Gráfico 20 - Janela do Cliente: oportunidades para aglomeração empresarial como
fator de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
5b
Existência de grupos de empresas de
tecnologias relacionadas
B A
5d
Possibilidade de troca de informações
entre as empresas
A
5e
Possibilidade de desenvolvimento de
projetos compartilhados entre as
empresas
A
5f
Possibilidade de demandar produtos
e/ou serviços de outras empresas
A B
5h
Existência de suporte institucional de
redes de alianças em favor das
empresas
A A
5i
Existência de instituições capazes de
estimular e gerir o fluxo de
conhecimento e tecnologia entre as
instituições de ensino e pesquisa, as
empresas e os mercados
B A
5j
Existência de instituições e
mecanismos que facilitem a sinergia
entre as empresas
A B
5k Profissionalismo dessas instituições B B
Quadro 9 – Indicadores do fator de localização oportunidades para aglomeração empresarial
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
116
As respostas das empresas residentes em parques tecnológicos
posicionaram os seguintes indicadores desse fator de localização no Quadrante A: a
possibilidade de troca de informações entre as empresas, a possibilidade de
desenvolvimento de projetos compartilhados entre as empresas, a possibilidade de
demandar produtos e/ou serviços de outras empresas, a existência de suporte
institucional de redes de alianças em favor das empresas e a existência de
instituições e mecanismos que facilitem a sinergia entre as empresas. as
empresas não-residentes demonstraram um baixo vel de satisfação com os
seguintes indicadores considerados, por elas, como relevantes: a existência de
grupos de empresas de tecnologias relacionadas, a existência de suporte
institucional de redes de alianças em favor das empresas e a existência de
instituições capazes de estimular e gerir o fluxo de conhecimento e tecnologia entre
as instituições de ensino e pesquisa, as empresas e os mercados.
Ainda quanto ao fator oportunidades para aglomeração empresarial, de
acordo com as empresas residentes em parques tecnológicos, são encontrados, no
Quadrante B três indicadores: a existência de grupos de empresas de tecnologias
relacionadas, a existência de instituições capazes de estimular e gerir o fluxo de
conhecimento e tecnologia entre as instituições de ensino e pesquisa, as empresas
e os mercados e o profissionalismo dessas instituições. As empresas não-residentes
em parques tecnológicos posicionam, nesse mesmo quadrante, os seguintes
indicadores: a possibilidade de demandar produtos e/ou serviços de outras
empresas, a existência de instituições e mecanismos que facilitem a sinergia ente as
empresas e o profissionalismo dessas instituições.
Ao avaliar os indicadores apresentados como relevantes pelas empresas
residentes e não-residentes em parques tecnológicos, pode-se perceber que existe
uma pré-disposição dos dois grupos para as oportunidades para aglomeração
empresarial, especialmente das residentes. Entretanto, o que diferencia esses dois
grupos e chama atenção é a disposição das empresas residentes em parques para
o compartilhamento de informações e desenvolvimento de ações conjuntas com
outras empresas, o que não aparece como fator relevante para as empresas não-
residentes. Também verifica-se que os dois grupos vêem como relevante a presença
de instituições capazes de organizar o espaço e as relações entre empresas e
outras instituições, entretanto, em geral, percebe-se uma insatisfação com os
mecanismos disponíveis, o que pode ser visto como uma oportunidade de melhoria.
117
Os Gráficos 21 e 22, abaixo, referem-se ao fator de localização dimensão e
proximidade do mercado:
6c
6a
6b
6d
-0,1
0,4
0,9
1,4
1,9
2,4
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Satisfação
Relevância
Gráfico 21 - Janela do Cliente: dimensão e proximidade do mercado como
fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
6d
6b
6a
6c
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Satisfação
Relevância
Gráfico 22 - Janela do Cliente: dimensão e proximidade do mercado como fator
de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
118
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
6a
Proximidade dos mercados
consumidores
B B
6b
Dimensão dos mercados
consumidores
A A
6d Disponibilidade de insumos A
Quadro 10 – Indicadores do fator de localização dimensão e proximidade do mercado
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
As Janelas do Cliente acima demonstram que tanto as empresas residentes
quanto as não-residentes em parques tecnológicos estão satisfeitas com o indicador
a proximidade dos mercados consumidores tido como relevante para essas
empresas. Por sua vez, o indicador a dimensão dos mercados consumidores é
apontado pelos dois grupos de empresas como um indicador relevante, no entanto,
avaliam-no com um baixo nível de satisfação. Da mesma forma, as empresas não-
residentes acrescentam, ainda, a disponibilidade de insumos como um indicador
relevante e com baixo nível de satisfação.
Os Gráficos 23 e 24, abaixo, referem-se ao fator de localização motivações de
ordem exclusivamente pessoal:
7b
7a
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,2 0,3 0,3 0,4 0,4 0,5 0,5 0,6
Satisfação
Relevância
Gráfico 23 - Janela do Cliente: motivações de ordem exclusivamente pessoal como
fator de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
119
7a
7b
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
Satisfação
Relevância
Gráfico 24 - Janela do Cliente: motivações de ordem exclusivamente pessoal como
fator de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
7a
Interesse dos empreendedores em
permanecerem na sua comunidade
B B
Quadro 11 – Indicador do fator de localização motivações de ordem exclusivamente pessoal
considerado relevante pelas empresas de TI pesquisadas
Esse fator de localização não tem nenhum indicador posicionado no
Quadrante A. Quanto ao Quadrante B, as empresas residentes e não-residentes em
parques tecnológicos apresentam-se satisfeitas com o indicador o interesse dos
empreendedores em permanecerem na sua comunidade, o que é relevante para
essas empresas.
Os Gráficos 25 e 26, abaixo, referem-se ao fator de localização nível de
qualidade de vida:
120
8y
8bb
8w
8d
8z
8aa
8x
8v
8cc
8dd
8t
8c
8o
8p
8k
8s
8n
8f
8g
8r
8m
8q
8l
8e
8h
8a
8u
8b
8i
8ee
8j
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
-0,7 -0,2 0,3 0,8 1,3 1,8
Satisfação
Relevância
Gráfico 25 - Janela do Cliente: nível de qualidade de vida como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
8z
8i
8k
8c
8a
8o
8l
8q
8p
8m
8n
8b
8g
8j
8r
8f
8h
8s
8u
8bb
8v
8cc
8d
8ee
8dd
8y
8aa
8x
8t
8w
8e
0,3
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
1,5
1,7
-0,7 -0,5 -0,3 -0,1 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9
Satisfação
Relevância
Gráfico 26 - Janela do Cliente: nível de qualidade de vida como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
121
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
8a Qualidade do meio ambiente B
8c Nível de poluição B
8d Qualidade do tráfego de veículos A
8e
Existência de serviços de segurança
pública
A A
8f
Existência de serviços de segurança
privada
B B
8g Limpeza do local e/ou região B B
8h
Existência de infra-estruturas de
saneamento básico
B B
8i Existência de corpo de bombeiros B
8j Custo de vida em geral B B
8k
Existência de locais aprazíveis para
viver
B B
8l
Existência de residências para
locação
A
8o Custo das infra-estruturas residenciais
A
8q Existência de creches B
8r
Existência de escolas e outras
instituições de educação pública
A B
8s
Existência de escolas e outras
instituições de educação privada
B B
8t Custo da educação A A
8u
Existência de ambientes e atividades
de esporte e lazer
B
8w Existência de sistemas de transportes A A
8x Custo dos sistemas de transportes A
8y Existência de hospitais públicos B A
8z Existência de hospitais privados B
8aa Custo dos serviços de saúde A
8bb
Existência de instituições e atividades
culturais
B
8dd
Existência de oportunidades de
trabalho para cônjuges
A A
8ee
Existência de uma situação de bem-
estar social
A A
Quadro 12 – Indicadores do fator de localização nível de qualidade de vida considerados
relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
As empresas residentes em parques tecnológicos consideram relevantes,
mas pouco satisfatórios os seguintes indicadores: a existência de serviços de
segurança pública, a existência de residências para locação, o custo das infra-
estruturas residenciais, a existência de escolas e outras instituições de educação
pública, o custo da educação, a existência de sistemas de transportes, a existência
122
de oportunidades de trabalho para cônjuges e a existência de uma situação de bem-
estar social. as respostas das não-residentes apontam para os seguintes
indicadores: a qualidade do tráfego de veículos, a existência de serviços de
segurança pública, o custo da educação, a existência de sistemas de transportes, o
custo dos sistemas de transportes, a existência de hospitais públicos, o custo dos
serviços de saúde, a existência de oportunidades de trabalho para cônjuges e a
existência de uma situação de bem-estar social. Como visto, diversos indicadores
são percebidos da mesma forma pelos dois grupos de empresas.
No fator de localização nível de qualidade de vida também existem
indicadores relevantes e satisfatórios para os dois grupos de empresas. Tanto as
residentes quanto as não-residentes posicionam os seguintes indicadores no
Quadrante B: a existência de serviços de segurança privada, a limpeza do local e/ou
região, a existência de infra-estruturas de saneamento básico, o custo de vida em
geral, a existência de locais aprazíveis para viver e a existência de escolas e outras
instituições de educação privada. Além desses indicadores posicionados de forma
comum entre os dois grupos de empresas, as residentes ainda consideram
relevantes e satisfatórios os seguintes: a qualidade do meio ambiente, a existência
de creches, a existência de ambientes e atividades de esporte e lazer, a existência
de hospitais públicos, a existência de hospitais privados e a existência de
instituições e atividades culturais. as empresas não-residentes em parques
tecnológicos acrescentam à lista dos indicadores relevantes e satisfatórios do fator
de localização nível de qualidade de vida: o nível de poluição, a existência de corpo
de bombeiros e a existência de escolas e outras instituições de educação pública.
Os Gráficos 27 e 28, abaixo, referem-se ao fator de localização
disponibilidade de infra-estruturas:
123
9s
9t
9r9d
9v9u
9a
9h
9p
9g9f
9n
9l
9k
9q
9b
9j
9c
9i
9o
9m
9e
9w
-0,6
-0,1
0,4
0,9
1,4
1,9
-0,1 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,5 1,7
Satisfação
Relevância
Gráfico 27 - Janela do Cliente: disponibilidade de infra-estruturas como fator
de localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
9s
9t
9r
9d
9v
9u
9a
9h
9p
9g
9f
9n
9l
9k
9q
9b
9j
9c
9i
9o
9m
9e
9w
-0,2
0,3
0,8
1,3
1,8
-0,7 -0,5 -0,3 -0,1 0,1 0,3 0,5 0,7
Satisfação
Relevância
Gráfico 28 - Janela do Cliente: disponibilidade de infra-estruturas como fator
de localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
124
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
9a Existência de estradas B B
9c Existência de aeroportos B
9d Disponibilidade de energia B B
9e Custo da energia A A
9h
Existência de uma ampla infra-
estrutura de telecomunicações
B B
9i
Existência de condomínios
empresariais
A
9j
Existência de prédios prontos e vagos
para locação
B
9l
Flexibilidade do leiaute físico, tanto da
estrutura interna quanto externa dos
edifícios, possibilitando a expansão
das empresas
B
9m Custo dos espaços prontos A A
9n
Disponibilidade de terrenos para
instalação e/ou expansão das
empresas
A
9o
Preço do metro quadrado dos
terrenos
A A
9r Proximidade de grandes cidades B B
9s Urbanização adequada B B
9t
Existência de salas e auditórios para
conferências
B
9u Existência de salas para exposições B
9v
Existência de comércios fortes no
local e/ou região
B
9w
Existência de comércios de produtos
de consumo diário próximos às
empresas
A B
Quadro 13 – Indicadores do fator de localização disponibilidade de infra-estruturas
considerados relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
Para este fator de localização, as empresas residentes em parques
tecnológicos avaliam como relevantes, mas com um baixo nível de satisfação os
seguintes indicadores: o custo da energia, a existência de condomínios
empresariais, o custo dos espaços prontos, o preço do metro quadrado dos terrenos
e a existência de comércios de produtos de consumo diário próximos às empresas.
as empresas não-residentes em parques tecnológicos avaliam da mesma forma
os seguintes indicadores: o custo da energia, o custo dos espaços prontos, a
disponibilidade de terrenos para instalação e/ou expansão das empresas e o preço
do metro quadrado dos terrenos.
125
Seguindo com a análise do fator de localização disponibilidade de infra-
estruturas, as empresas residentes e não-residentes em parques tecnológicos
apontam como relevantes e satisfatórios os indicadores: a existência de estradas, a
disponibilidade de energia, a existência de uma ampla infra-estrutura de
telecomunicações, a proximidade de grandes cidades e a urbanização adequada.
Especificamente no caso das residentes, acrescenta-se três indicadores: a
existência de salas e auditórios para conferências, a existência de salas para
exposições e a existência de comércios fortes no local e/ou região. as não-
residentes acrescentam à lista dos indicadores relevantes e satisfatórios, os
seguintes: a existência de aeroportos, a existência de prédios prontos e vagos para
locação, a flexibilidade do leiaute físico, tanto da estrutura interna quanto externa
dos edifícios, possibilitando a expansão das empresas, e a existência de comércios
de produtos de consumo diário próximos às empresas.
Os Gráficos 29 e 30, abaixo, referem-se ao fator de localização
disponibilidade de serviços:
10j
10e
10d
10i
10h
10g
10n
10k
10c
10m
10a
10f
10p
10b
10o
10l
-0,1
0,1
0,3
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
Satisfão
Relevância
Gráfico 29 - Janela do Cliente: disponibilidade de serviços como fator de
localização para empresas de TI residentes em parques tecnológicos
126
10l
10o
10b
10p
10f
10a
10m
10c
10k
10n
10g
10h
10i
10d
10e
10j
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Satisfação
Relevância
Gráfico 30 - Janela do Cliente: disponibilidade de serviços como fator de
localização para empresas de TI não-residentes em parques tecnológicos
Código Indicador de fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
10a
Existência de cafés, bares e
restaurantes
B B
10b Existência de hotéis A B
10c Existência de correios B B
10l
Existência de serviços de filtragem de
oportunidades para novos negócios
A
10m Existência de sistemas bancários B B
10n
Atitude dos gerentes de bancos em
relação às empresas
A
10o Acesso a financiamentos A A
Quadro 14 – Indicadores do fator de localização disponibilidade de serviços considerados
relevantes pelas empresas de TI pesquisadas
Os indicadores deste fator de localização relevantes para as empresas
residentes em parques tecnológicos, mas considerados insatisfatórios são: a
existência de hotéis, a existência de serviços de filtragem de oportunidades para
novos negócios e o acesso a financiamentos. Para as não-residentes em parques
tecnológicos, os indicadores relevantes e de baixa satisfação são: a atitude dos
gerentes de bancos em relação às empresas e o acesso a financiamentos. Tanto as
empresas residentes quanto as não-residentes em parques tecnológicos
apresentam-se satisfeitas com os seguintes indicadores considerados relevantes: a
existência de cafés, bares e restaurantes, a existência de correios e a existência de
127
sistemas bancários. O indicador a existência de hotéis é apontado como relevante e
satisfatório pelas empresas não-residentes em parques tecnológicos.
Finalmente, a Janela do Cliente das empresas residentes em parques
tecnológicos, com as médias gerais de todos os fatores de localização, posiciona os
fatores disponibilidade de recursos humanos, apoio do poder público e
relacionamento com instituições de ensino e pesquisa, no Quadrante A; os fatores
oportunidades para aglomeração empresarial, dimensão e proximidade do mercado
e disponibilidade de infra-estruturas, no Quadrante B; e os fatores situação do
ambiente regional, motivações de ordem exclusivamente pessoal, nível de qualidade
de vida e disponibilidade de serviços, no Quadrante D, conforme o Gráfico 31,
abaixo:
Fator 7
Fator 10
Fator 2
Fator 8
Fator 9
Fator 6
Fator 5
Fator 1
Fator 4
Fator 3
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Satisfação
Relevância
Gráfico 31 – Janela do Cliente: fatores de localização para empresas de TI
residentes em parques tecnológicos
a Janela do Cliente das empresas o-residentes em parques
tecnológicos, com as médias gerais de todos os fatores de localização, posiciona os
fatores disponibilidade de recursos humanos, apoio do poder público e
disponibilidade de infra-estruturas, no Quadrante A; o fator nível de qualidade de
vida, no Quadrante B; os fatores situação do ambiente regional, relacionamento com
instituições de ensino e pesquisa e oportunidades para aglomeração empresarial, no
Quadrante C; e os fatores dimensão e proximidade do mercado, motivações de
128
ordem exclusivamente pessoal e disponibilidade de serviços, no Quadrante D,
conforme o Gráfico 32, abaixo:
Fator 3
Fator 4
Fator 1
Fator 5
Fator 6
Fator 9
Fator 8
Fator 2
Fator 10
Fator 7
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
-0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
Satisfação
Relevância
Gráfico 32 – Janela do Cliente: fatores de localização para empresas de TI
não-residentes em parques tecnológicos
No Quadro 15, abaixo, é feita uma comparação entre os Gráficos 31 e 32.
Como pode-se perceber, os fatores de localização situação do ambiente regional,
motivações de ordem exclusivamente pessoal e disponibilidade de serviços não são
considerados relevantes nem pelas empresas residentes e nem pelas não-
residentes em parques tecnológicos. Entretanto, os fatores de localização
disponibilidade de recursos humanos, apoio do poder público e disponibilidade de
infra-estruturas o classificados como relevantes nos dois casos, sendo que
apenas as empresas residentes declaram-se satisfeitas com esse último fator de
localização. Além disso, enquanto as empresas residentes consideram relevante e
insatisfatório o relacionamento com instituições de ensino e pesquisa, as empresas
não-residentes nem sequer avaliam esse fator de localização como relevante. Nota-
se que as empresas residentes contam com a possibilidade de relacionamento com
instituições de ensino e pesquisa e talvez, por essa razão, sejam residentes em
parques tecnológicos. Os demais fatores de localização são considerados relevantes
e satisfatórios, mas apenas para um dos casos, ou seja, oportunidades para
aglomeração empresarial e dimensão e proximidade do mercado, para empresas
129
residentes, e vel de qualidade de vida, para não-residentes em parques
tecnológicos.
Código Fator de localização
Quadrante
Residentes
Quadrante
Não-residentes
Fator 1 Disponibilidade de recursos humanos A A
Fator 3 Apoio do poder público A A
Fator 4
Relacionamento com instituições de
ensino e pesquisa
A
Fator 5
Oportunidades para aglomeração
empresarial
B
Fator 6 Dimensão e proximidade do mercado B
Fator 8 Nível de qualidade de vida B
Fator 9 Disponibilidade de infra-estruturas B A
Quadro 15 – Fatores de localização considerados relevantes pelas empresas de TI
pesquisadas
No próximo capítulo, são apresentadas considerações finais e sugestões para
futuros estudos.
130
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização do presente trabalho foi motivada pela busca de respostas para
o problema de pesquisa apresentado. Procurou-se compreender as razões que
levam à mobilidade de empresas de TI e o que leva certas empresas de TI a
buscarem e outras a o buscarem parques tecnológicos para serem instaladas.
Tais questionamentos, para os quais foram encontradas respostas, nortearam este
estudo.
Primeiramente, é importante recordar a Janela do Cliente. Por meio desse
instrumento, é possível afirmar que no Quadrante A estão as razões pelas quais a
localização de uma empresa de TI poderia ser modificada. no Quadrante B é
possível verificar porque uma empresa de TI ficaria onde está. É importante que
gestores de parques tecnológicos estejam cientes daquilo que é esperado pelas
empresas do setor de TI e seu grau de satisfação com tais requisitos, uma vez que
esse grau de satisfação pode ser o motivador para atrair e/ou manter empresas
dentro ou fora de um parque tecnológico. A Janela do Cliente foi, portanto, uma
ferramenta importante para responder ao problema de pesquisa.
Os parques tecnológicos procuram reunir condições para a instalação de
empresas de base tecnológica, como as de TI, por exemplo. Somente no Estado do
Rio Grande do Sul, são três parques implantados e diversos outros em projeto ou
em implantação. As empresas de TI, grande maioria das residentes nos parques de
todo o mundo, surpreendem ao revelar, neste estudo, os fatores de localização
relevantes para a sua instalação num parque ou fora dele.
Com base nos resultados da pesquisa, pode-se dizer que a percepção
daquilo que é relevante para empresas de TI parece mudar quando são residentes
em parques tecnológicos. No capítulo anterior, foi possível verificar que as
prioridades para essas empresas são, algumas vezes, diferentes das prioridades
para as não-residentes. Isso significa que, quando certos fatores de localização
estão sendo atendidos de forma satisfatória em um parque, tornando-se parte do
dia-a-dia das empresas, outras prioridades emergem. De qualquer forma, é
importante ponderar que parques tecnológicos o podem ser responsáveis por
atenderem a todas as demandas de empresas de base tecnológica.
131
A partir do cruzamento dos graus médios de relevância e satisfação para
empresas de TI pesquisadas em relação aos fatores de localização identificados,
obteve-se respostas importantes para solucionar o problema de pesquisa. Entende-
se que os fatores de localização capazes de gerar mobilidade, seja para dentro ou
para fora de parques tecnológicos, são aqueles considerados relevantes, entretanto,
insatisfatórios. Tanto no caso das empresas residentes quando das não-residentes
em parques, verifica-se que apenas dois, dentre dez fatores de localização
identificados, possuem essas características: disponibilidade de recursos humanos e
apoio do poder público.
Sabe-se que o mercado de TI é um grande demandante de recursos
humanos, entretanto, as instituições de ensino não têm sido capazes de atender a
essa demanda, formando recursos humanos na mesma velocidade com que o
mercado de TI cresce e pode absorver. A disponibilidade de recursos humanos é um
fator de localização intimamente ligado ao relacionamento com instituições de
ensino e pesquisa. Entretanto, somente as empresas residentes em parques
tecnológicos julgam-no relevante, apesar de insatisfatório, o que não é uma surpresa
pelo que já foi mencionado acima.
A literatura aponta para a necessidade de inovação e afirma que uma das
estratégias para alcançá-la é a existência de relacionamento com instituições de
ensino e pesquisa. Ao contrário disso, percebe-se que as empresas do setor de TI,
residentes e não-residentes em parques tecnológicos, não atribuem grande
importância para esse tipo de relacionamento que, portanto, deve ocorrer de forma
tímida e de baixo impacto, trazendo poucos benefícios para ambas as partes, ou
seja, proporcionando menos benefícios do que poderia proporcionar. Uma das
principais preocupações das empresas de TI, hoje, é a escassez de recursos
humanos qualificados, que são provenientes, sim, das instituições de ensino e
pesquisa. A conseqüência é uma batalha pelos melhores talentos que faz com que
algumas empresas temam e não vejam oportunidades para aglomeração
empresarial, mesmo com os ganhos que essa iniciativa pode produzir, como, por
exemplo, a redução de custos, o compartilhamento de recursos, informações e
conhecimentos e o desenvolvimento de projetos cooperativos.
Da mesma forma que a disponibilidade de recursos humanos, o fator de
localização apoio do poder público é considerado relevante pelas empresas
residentes e não-residentes em parques tecnológicos, mas insatisfatório. Sente-se
132
falta de uma política pública clara para ambientes de inovação, como parques, e
para empresas que neles são residentes, como ocorre, por exemplo, na China e na
Índia. a disponibilidade de infra-estruturas é relevante para os dois grupos de
empresas pesquisadas, entretanto, satisfatório apenas para as residentes em
parques tecnológicos, o que também não surpreende, uma vez que esse fator de
localização é uma preocupação presente nesses ambientes de inovação. Outro fator
que merece destaque é o nível de qualidade de vida. Cada vez mais, busca-se
ambientes em que a paisagem seja privilegiada, em que sejam oferecidos espaços
de trabalho de qualidade, infra-estruturas de alto padrão e serviços direcionados à
atividade profissional e à vida cotidiana. Esses o, de acordo com a análise dos
resultados da pesquisa, os fatores de localização que fazem jus à atenção de
gestores de parques tecnológicos para atrair e/ou manter empresas, como dito
anteriormente.
Apesar de este estudo ter sido bem sucedido, pelo cumprimento dos objetivos
específicos e, conseqüentemente, do objetivo geral, existem oportunidades de
melhorias no método e procedimentos de pesquisa para a condução de futuros
trabalhos semelhantes. A amostra de empresas pesquisadas não foi representativa,
o que pode ter acarretado problemas no tratamento e análise dos dados,
principalmente, na amostra de empresas residentes em parques tecnológicos, que
foi muito pequena, prejudicando as médias, tornando-as inseguras e fragilizando os
resultados deste estudo. É possível que poucas empresas tenham respondido ao
instrumento de pesquisa, devido à grande quantidade de itens a serem avaliados, o
que pode ter desmotivado respondentes em potencial. Sugere-se que, em futuros
estudos, haja fases ou momentos para contato direto com o público-alvo, por meio
de entrevistas em profundidade, buscando afinar e simplificar o instrumento de
pesquisa, isolando e desconsiderando aqueles indicadores de fatores de localização
irrelevantes, bem como interagindo com respondentes para coletar mais dados
implícitos, como percepções, impossíveis de serem captadas por meio escrito, ou,
até mesmo, identificando indicadores de fatores de localização não encontrados na
literatura. Ao término deste estudo, outra oportunidade de melhoria identificada foi
quanto à anulação dos indicadores de fatores de localização sinalizados como NAs.
Pode-se afirmar que até mesmo por meio dos NAs seriam reveladas informações
importantes para a pesquisa, entretanto, esses foram desconsiderados quando do
133
tratamento dos dados coletados. A condução de novos estudos deveria levar em
consideração tais experiências.
Para futuros estudos, recomenda-se o acompanhamento contínuo dos
indicadores de fatores de localização, avaliando relevância e satisfação, para que os
parques tecnológicos reúnam, cada vez mais, condições adequadas para a
instalação de empresas de TI. Também sugere-se que este estudo seja aprofundado
e estendido para outros setores de negócios, utilizando-se de amostras maiores,
uma vez que uma tendência para que os parques tecnológicos sejam
multissetoriais, não ficando reféns de uma única atividade econômica e dando
respostas às demandas regionais. Verificou-se, ainda, que um dos objetivos mais
importantes de um parque tecnológico é contribuir para a melhoria da qualidade de
vida de uma região. Nesse sentido, o problema de pesquisa a ser respondido em um
próximo estudo poderia ser, por exemplo: como parques tecnológicos contribuem,
de fato, para elevar a qualidade de vida de comunidades locais e/ou regionais?
134
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______. Schools of thought: the German historical school: the last generation of
German historicism. Disponível em: <http://cepa.newschool.edu/het/index.htm>.
Acesso em: 10 fev. 2007b.
THÜNEN, Johann Heinrich von. The isolated state. Tradução C. M. Wartenberg.
Oxford: Pergamon, 1966. Tradução de: Der insolirte staat in beziehung auf
landwirthschaft und nationalökonomie, oder untersuchungen über den einfluss, den
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TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a
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UNISINOS. Pólo de Informática: Associação do Pólo de Informática. Disponível em:
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VALETEC. Parque Tecnológico do Vale do Sinos. Disponível em:
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uery=&ps=10&m=or>. Acesso em: 16 abr. 2006.
ZOUAIN, Desirée M. Parques tecnológicos. In: HAUSER, Ghissia (Org.); ZEN,
Aurora (Org.). Parques tecnológicos: um debate em aberto. Porto Alegre: Nova
Prova, 2004. p. 27-40.
150
APÊNDICE A – CORRESPONDÊNCIA ENCAMINHADA PARA EMPRESAS
Porto Alegre/RS, __ de ______ de 2007.
Prezados Senhores,
Sou aluno do Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em
Administração da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
professor da Feevale e Diretor Executivo da VALETEC, gestora do Parque Tecnológico do
Vale do Sinos.
Estou desenvolvendo um estudo, sob a orientação da Professora Doutora Edi
Madalena Fracasso, que poderá contribuir, de forma relevante, para o Movimento Brasileiro
de Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos. Para isso, busco subsídios para a
criação, desenvolvimento e consolidação de ambientes de inovação adequados às
necessidades das empresas do setor de tecnologia da informação. O estudo é intitulado
Fatores de localização de empresas de tecnologia da informação em parques tecnológicos
do Estado do Rio Grande do Sul.
São participantes em potencial, empresas do setor de tecnologia da informação,
residentes ou não-residentes em parques tecnológicos gaúchos, mas, todas, localizadas no
Estado do Rio Grande do Sul. Além disso, não podem ter nascido em uma incubadora de
empresas ou passado por um processo de incubação. O instrumento de pesquisa, que
segue em anexo, deve ser respondido por uma pessoa com cargo de decisão dentro dessas
empresas, como, por exemplo, sócio, dirigente ou gestor.
Gostaria de poder contar com a sua participação, preenchendo e enviando o
instrumento de pesquisa para o endereço eletrônico filipe@valetec.org.br. Aproveito para
esclarecer que os nomes das empresas e dos respondentes serão mantidos em sigilo, bem
como, ao final do estudo, os respondentes receberão um exemplar da dissertação.
Agradeço, antecipadamente, a sua atenção e interesse e coloco-me à disposição
para o esclarecimento de quaisquer dúvidas.
Conto com seu apoio. Cordialmente,
Filipe Ramos Barroso,
Mestrando em Administração
PPGA – EA/UFRGS.
151
APÊNDICE B – CORRESPONDÊNCIA ENCAMINHADA PARA INSTITUIÇÕES
Porto Alegre/RS, __ de ______ de 2007.
Prezados Senhores,
Sou aluno do Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em
Administração da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
professor da Feevale e Diretor Executivo da VALETEC, gestora do Parque Tecnológico do
Vale do Sinos.
Estou desenvolvendo um estudo, sob a orientação da Professora Doutora Edi
Madalena Fracasso, que poderá contribuir, de forma relevante, para o Movimento Brasileiro
de Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos. Para isso, busco subsídios para a
criação, desenvolvimento e consolidação de ambientes de inovação adequados às
necessidades das empresas do setor de tecnologia da informação. O estudo é intitulado
Fatores de localização de empresas de tecnologia da informação em parques tecnológicos
do Estado do Rio Grande do Sul.
São participantes em potencial, empresas do setor de tecnologia da informação,
residentes ou não-residentes em parques tecnológicos gaúchos, mas, todas, localizadas no
Estado do Rio Grande do Sul. Além disso, não podem ter nascido em uma incubadora de
empresas ou passado por um processo de incubação. O instrumento de pesquisa, que
segue em anexo, deve ser respondido por uma pessoa com cargo de decisão dentro dessas
empresas, como, por exemplo, sócio, dirigente ou gestor.
Gostaria de poder contar com o seu auxílio, no sentido de encaminhar o instrumento
de pesquisa a empresas do setor de tecnologia da informação, nas condições apresentadas
acima, solicitando o preenchimento e envio para o endereço eletrônico filipe@valetec.org.br.
Aproveito para esclarecer que os nomes das empresas e dos respondentes serão mantidos
em sigilo, bem como, ao final do estudo, os respondentes e instituições colaboradoras
receberão um exemplar da dissertação.
Agradeço, antecipadamente, a sua atenção e interesse e coloco-me à disposição
para o esclarecimento de quaisquer dúvidas.
Conto com seu apoio. Cordialmente,
Filipe Ramos Barroso,
Mestrando em Administração
PPGA – EA/UFRGS.
152
APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE PESQUISA
153
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO INTERINSTITUCIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – UFRGS/UNIVATES
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Mestrando: Filipe Ramos Barroso
Orientadora: Profa. Dra. Edi Madalena Fracasso
Dissertação: Fatores de localização de empresas de tecnologia da informação em
parques tecnológicos do Estado do Rio Grande do Sul
INSTRUMENTO DE PESQUISA
PARTE I – IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
1. Razão social:
2. Nome fantasia:
3. Negócio (produtos e/ou serviços):
4. Página na Internet:
5. Tempo de existência: anos
6. Tempo de instalação no local atual: anos
7. Número de funcionários e/ou prestadores de serviços e sócios:
8. Percentual de funcionários e/ou prestadores de serviços e sócios:
a. doutorandos e doutores: %
b. mestrandos e mestres: %
c. graduandos e graduados: %
d. cursando nível técnico e técnicos: %
e. outros: %
9. Instalada em parque tecnológico?
a. Sim. Qual? .
b. Não.
10. Iniciada em incubadora?
a. Sim. Qual? .
b. Não.
11. Iniciada em parque tecnológico?
a. Sim. Qual? .
b. Não.
PARTE II – IDENTIFICAÇÃO DO(A) RESPONDENTE
1. Nome:
2. Cargo:
3. Sócio(a)?
a. Sim.
b. Não.
4. Tempo de empresa: anos
5. Telefone: ( ) -
6. E-mail:
154
PARTE III – FATORES DE LOCALIZAÇÃO: RELEVÂNCIA E SATISFAÇÃO
INSTRUÇÕES PARA O CORRETO PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO:
O formulário a seguir possibilita a identificação do grau de relevância de cada um dos indicadores de fatores de localização
encontrados na literatura, bem como a avaliação do grau de satisfação da empresa pesquisada com relação aos mesmos indicadores
de fatores de localização. Os termos utilizados no formulário são:
RELEVÂNCIA: indica o grau de importância atribuído pela empresa ao indicador de fator de localização apresentado;
SATISFAÇÃO: indica o grau de satisfação em relação à condição atual da empresa, ou seja, se, atualmente, o indicador de
fator de localização apresentado está sendo atendido de forma satisfatória;
NA: deve ser utilizado somente quando a satisfação em relação a um indicador de fator de localização não puder ser avaliada,
por ele não estar sendo atendido na atualidade.
O quadro abaixo apresenta os graus de relevância e de satisfação considerados neste instrumento de pesquisa. Marque, para
cada indicador de fator de localização, a seguir relacionado, sua relevância para a empresa e, em seguida, o grau de satisfação da
empresa com o respectivo indicador, caso seja atendido na atual localização.
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
Totalmente
irrelevante
Irrelevante Indiferente Relevante
Totalmente
relevante
Plenamente
insatisfeito
Insatisfeito Neutro Satisfeito
Plenamente
satisfeito
Não
atendido na
atual
localização
155
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 1. Quanto ao fator disponibilidade de recursos humanos, os indicadores
identificados na literatura que podem influenciar na localização de
empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. o custo dos recursos humanos;
b. a quantidade de recursos humanos disponíveis;
c. a qualificação dos recursos humanos; e
d. o nível de sindicalização dos recursos humanos.
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 2. Quanto ao fator situação do ambiente regional, os indicadores
identificados na literatura que podem influenciar na localização de
empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. as atitudes da comunidade em relação às empresas;
b. o ambiente econômico da cidade e/ou região;
c. o ambiente favorável e o incentivo ao empreendedorismo;
d. o ambiente propício à inovação;
e. a imagem de prestígio do local e/ou região, transmitindo status;
f. a imagem de prestígio do local e/ou região, transmitindo credibilidade;
g. a imagem de prestígio do local e/ou região, transmitindo modernidade;
e
h. a existência de ações de marketing territorial, ou seja, de promoção e
venda da imagem do local e/ou região.
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 3. Quanto ao fator apoio do poder público, os indicadores identificados
na literatura que podem influenciar na localização de empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a existência de políticas favoráveis ao desenvolvimento empresarial;
b. a existência de políticas de propriedade intelectual claras e bem
definidas;
c. a existência de incentivos de natureza tributária;
d. a existência de incentivos sob a forma de subvenções;
e. a existência de incentivos de natureza infra-estrutural;
f. a existência de fundos governamentais de apoio às empresas;
g. a existência de serviços de utilidade pública;
h. o custo dos serviços públicos;
i. a situação financeira dos governos, tendo em vista a possibilidade de
disponibilizarem novas infra-estruturas que beneficiem as empresas; e
j. a possibilidade de haver suporte político às empresas.
156
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 4. Quanto ao fator relacionamento com instituições de ensino e
pesquisa, os indicadores identificados na literatura que podem influenciar
na localização de empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a capacidade das instituições de ensino e pesquisa para
desenvolverem pesquisas científica e tecnológica de excelência;
b. a existência de mecanismos de transferência de tecnologia;
c. a possibilidade de acesso à agenda de pesquisas das instituições de
ensino e pesquisa;
d. a possibilidade de desenvolvimento de pesquisas conjuntas;
e. a possibilidade de organização de eventos e seminários conjuntos;
f. a possibilidade de acesso a equipamentos e laboratórios;
g. a possibilidade de acesso a recursos não-reembolsáveis;
h. a possibilidade de envolvimento em projetos com estudantes;
i. a possibilidade de recrutamento de estudantes;
j. a possibilidade de recrutamento de recém-graduados;
k. a possibilidade de recrutamento de cientistas e engenheiros
experientes;
l. a possibilidade de acesso a serviços e consultorias tecnológicas;
m. a possibilidade de acesso a serviços e consultorias de gestão e
negócios;
n. a possibilidade de fornecimento de produtos e/ou serviços para as
instituições de ensino e pesquisa;
o. a possibilidade de acesso a bibliotecas;
p. a possibilidade de acesso à educação continuada;
q. a possibilidade de acesso a incubadoras e suas empresas;
r. a existência de profissionais-chaves nas empresas que lecionam nas
instituições de ensino;
s. os fundadores das empresas terem sido alunos e/ou pesquisadores
das instituições de ensino e pesquisa;
t. as empresas serem patrocinadoras de laboratórios das instituições de
ensino e pesquisa; e
u. a existência de uma cultura empreendedora pró-ativa para a interação
por parte das instituições de ensino e pesquisa.
157
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 5. Quanto ao fator oportunidades para aglomeração empresarial, os
indicadores identificados na literatura que podem influenciar na localização
de empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a existência de empresas-âncoras no local e/ou região;
b. a existência de grupos de empresas de tecnologias relacionadas;
c. a possibilidade de compartilhamento de recursos entre as empresas;
d. a possibilidade de troca de informações entre as empresas;
e. a possibilidade de desenvolvimento de projetos compartilhados entre
as empresas;
f. a possibilidade de demandar produtos e/ou serviços de outras
empresas;
g. a existência de convenções e regras para a manutenção da qualidade
estética do local e/ou região;
h. a existência de suporte institucional de redes de alianças em favor das
empresas;
i. a existência de instituições capazes de estimular e gerir o fluxo de
conhecimento e tecnologia entre as instituições de ensino e pesquisa,
as empresas e os mercados;
j. a existência de instituições e mecanismos que facilitem a sinergia
entre as empresas; e
k. o profissionalismo dessas instituições.
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 6. Quanto ao fator dimensão e proximidade do mercado, os indicadores
identificados na literatura que podem influenciar na localização de
empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a proximidade dos mercados consumidores;
b. a dimensão dos mercados consumidores;
c. a proximidade dos fornecedores; e
d. a disponibilidade de insumos.
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 7. Quanto ao fator motivações de ordem exclusivamente pessoal, os
indicadores identificados na literatura que podem influenciar na localização
de empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. o interesse dos empreendedores em permanecerem na sua
comunidade; e
b. a fidelidade dos empreendedores à tradição empresarial da família.
158
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 8. Quanto ao fator nível de qualidade de vida, os indicadores
identificados na literatura que podem influenciar na localização de
empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a qualidade do meio ambiente;
b. as condições climáticas;
c. o nível de poluição;
d. a qualidade do tráfego de veículos;
e. a existência de serviços de segurança pública;
f. a existência de serviços de segurança privada;
g. a limpeza do local e/ou região;
h. a existência de infra-estruturas de saneamento básico;
i. a existência de corpo de bombeiros;
j. o custo de vida em geral;
k. a existência de locais aprazíveis para viver;
l. a existência de residências para locação;
m. a existência de residências para aquisição;
n. a existência de condomínios residenciais;
o. o custo das infra-estruturas residenciais;
p. a existência de serviços compatíveis com áreas residenciais;
q. a existência de creches;
r. a existência de escolas e outras instituições de educação pública;
s. a existência de escolas e outras instituições de educação privada;
t. o custo da educação;
u. a existência de ambientes e atividades de esporte e lazer;
v. o custo das atividades de esporte e lazer;
w. a existência de sistemas de transportes;
x. o custo dos sistemas de transportes;
y. a existência de hospitais públicos;
z. a existência de hospitais privados;
aa. o custo dos serviços de saúde;
bb. a existência de instituições e atividades culturais;
cc. o custo das atividades culturais;
dd. a existência de oportunidades de trabalho para cônjuges; e
ee. a existência de uma situação de bem-estar social.
159
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 9. Quanto ao fator disponibilidade de infra-estruturas, os indicadores
identificados na literatura que podem influenciar na localização de
empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a existência de estradas;
b. a existência de ferrovias;
c. a existência de aeroportos;
d. a disponibilidade de energia;
e. o custo da energia;
f. a disponibilidade de recursos hídricos;
g. o custo dos recursos hídricos;
h. a existência de uma ampla infra-estrutura de telecomunicações;
i. a existência de condomínios empresariais;
j. a existência de prédios prontos e vagos para locação;
k. a existência de prédios prontos e vagos para aquisição;
l. a flexibilidade do leiaute físico, tanto da estrutura interna quanto
externa dos edifícios, possibilitando a expansão das empresas;
m. o custo dos espaços prontos;
n. a disponibilidade de terrenos para instalação e/ou expansão das
empresas;
o. o preço do metro quadrado dos terrenos;
p. a topografia dos terrenos;
q. o custo de preparação dos terrenos;
r. a proximidade de grandes cidades;
s. a urbanização adequada;
t. a existência de salas e auditórios para conferências;
u. a existência de salas para exposições;
v. a existência de comércios fortes no local e/ou região; e
w. a existência de comércios de produtos de consumo diário próximos às
empresas.
160
RELEVÂNCIA SATISFAÇÃO 10. Quanto ao fator disponibilidade de serviços, os indicadores
identificados na literatura que podem influenciar na localização de
empresas são:
-2 -1 0 1 2 -2 -1 0 1 2 NA
a. a existência de cafés, bares e restaurantes;
b. a existência de hotéis;
c. a existência de correios;
d. a existência de serviços de reprografia;
e. a existência de agências de viagens;
f. a existência de agências de proteção do conhecimento;
g. a existência de consultoria gerencial;
h. a existência de consultoria estratégica;
i. a existência de consultoria contábil;
j. a existência de consultoria jurídica;
k. a existência de consultoria em comunicação e marketing;
l. a existência de serviços de filtragem de oportunidades para novos
negócios;
m. a existência de sistemas bancários;
n. a atitude dos gerentes de bancos em relação às empresas;
o. o acesso a financiamentos; e
p. a existência de investidores de risco.
161
PARTE IV – CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE LOCALIZAÇÃO
INSTRUÇÕES PARA O CORRETO PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO:
Classifique os seguintes fatores de localização em ordem de importância para
a sua empresa, sendo 1 o mais importante e 10 o menos importante:
FATORES DE LOCALIZAÇÃO ORDEM DE IMPORTÂNCIA
1. Disponibilidade de recursos humanos Escolha de 1 até 10
2. Situação do ambiente regional Escolha de 1 até 10
3. Apoio do poder público Escolha de 1 até 10
4. Relacionamento com instituições de ensino e pesquisa Escolha de 1 até 10
5. Oportunidades para aglomeração empresarial Escolha de 1 até 10
6. Dimensão e proximidade do mercado Escolha de 1 até 10
7. Motivações de ordem exclusivamente pessoal Escolha de 1 até 10
8. Nível de qualidade de vida Escolha de 1 até 10
9. Disponibilidade de infra-estruturas Escolha de 1 até 10
10. Disponibilidade de serviços Escolha de 1 até 10
PARTE V - OBSERVAÇÕES
ESPAÇO PARA OBSERVAÇÕES:
.
Por favor, envie o instrumento de pesquisa completamente respondido para:
MUITO OBRIGADO PELA SUA PARTICIPAÇÃO!!!
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