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Dentre os mais de duzentos e cinqüenta tipos de figuras, Fontanier, em 1830,
classificou o inventário das mesmas em sete distintas classes: figuras de
significação ou tropos, de expressão, de dicção, de construção, de elocução, de
estilo e, por último, figuras de pensamento. Posteriormente, o Grupo µ, de Liège,
que se dedica aos estudos das Ciências da Linguagem, propõe em sua obra
Retórica geral uma classificação mais abrangente, a qual recebe o nome de
metáboles, que consiste em “todo tipo de mudança de um aspecto qualquer da
linguagem”. As metáboles formam quatro classes de operações distinguidas como
metaplasmos, metataxes, metassemas e metalogismos, que foram examinadas
conforme operações por: supressão, parcial ou completa; adjunção, simples ou
repetitiva; supressão-adjunção, parcial, completa e negativa; e permutação, qualquer
ou por inversão. (DUBOIS, 38: 1974)
Metaplasmos
Têm o domínio sobre “as figuras que agem sobre o aspecto sonoro ou gráfico
das palavras e das unidades de ordem inferior à palavra” (DUBOIS, 51: 1974). As
figuras retóricas por supressão parcial na classe dos metaplasmos são a aférese,
apócope, síncope e sinérese, e, por supressão completa, deleação e
embranquecimento. As figuras por adjunção simples são conhecidas como prótese,
diérese, afixação, epêntese e palavra-valise; e, por adjunção repetitiva, as figuras de
duplicação são: insistência, rimas, aliteração, assonância e paronomásia. Por
supressão-adjunção parcial, temos a linguagem infantil, a substituição de afixos e os
trocadilho. Na supressão-adjunção completa, ocorrem sinonímia sem base
morfológica, arcaísmo, neologismo, invencionice e empréstimo. Por último, as
figuras por permutação são a contrepet, anagrama, metátese, palíndromo e verlen.