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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
TESE DE DOUTORADO
ANA CRISTINA VAZ COSTA HARTMANN
FATORES ASSOCIADOS A AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE
EM IDOSOS DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre
2008
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1
ANA CRISTINA VAZ COSTA HARTMANN
FATORES ASSOCIADOS A AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE
EM IDOSOS DE PORTO ALEGRE
Tese de doutorado apresentado ao Programa de
Pós-Graduação como requisito à obtenção do título
de Doutor em Gerontologia Biomédica do Instituto
de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Orientador: Prof. Dr. Rodolfo Herberto Schneider
Co-Orientador: Prof. Dr. Irênio Gomes da Silva Filho
Porto Alegre
2008
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RESUMO
O objetivo principal desta tese foi descrever a autopercepção de saúde dos
idosos com a finalidade de verificar se existe associação entre a autopercepção de
saúde e doenças crônicas, incapacidades e atividades da vida diária entre os idosos
de Porto Alegre. Adicionalmente pretendeu-se verificar se sexo, idade, escolaridade
e renda influenciam na autopercepção de saúde dos idosos. As informações foram
obtidas do banco de dados do Estudo multidimensional dos Idosos de Porto Alegre,
que consiste de um estudo epidemiológico transversal, de base populacional
domiciliar, realizado pelo IGG no período de dezembro de 2005 a novembro de
2006. Foram entrevistados 1078 idosos (indivíduos de 60 anos e mais). Comparou-
se as freqüências das diversas variáveis estudadas através do teste do qui-
quadrado. Para avaliação da força de associação foi utilizada a medida do “Odds
Ratio” (OR), com intervalo de confiança 95%. Foram consideradas associações
significativas aquelas com valores de p 0,05. Os resultados revelaram que a maior
parte dos participantes relatou a sua saúde como boa ou regular. Não se observou
diferença significativa entre a percepção de saúde e os sexos. Verificou-se que a
maior escolaridade apresenta uma relação estatisticamente significativa com uma
melhor autopercepção de saúde. Verificou-se que existe uma relação significativa
com a melhor condição socioeconômica e a melhor autopercepção de saúde. A
presença de dificuldade no aspecto físico ou sintomatologia depressiva apresenta
relação com uma autopercepção de saúde predominantemente regular. Evidenciou-
se que, as doenças reumatismo, bronquite, pressão alta, diabetes mellitus e
isquemia cerebral, apresentaram associação estatisticamente significativa com a
autopercepção de saúde (p<0,001), enquanto, a ausência de todas as doenças
abordadas se mostrou relevante para a autopercepção da saúde como boa ou
ótima. A necessidade de auxílio para as atividades diárias mostrou que os idosos
que informaram a ausência de auxílio têm mais chances de se auto-avaliarem com
saúde boa ou ótima.
Palavras-chave: Geriatria. Envelhecimento. Doenças Crônico-Degenerativas.
Autopercepção de Saúde. Atividades da Vida Diária. Idosos.
3
ABSTRACT
The main goal of this thesis was to describe the self-perception of health
among elderly individuals with the purpose to ascertain whether there is an
association between health self-perception and chronic diseases, disabilities and
daily life activities among the elderly in Porto Alegre. Additionally, we intended to
ascertain whether sex, age, schooling, and income influence the self-perception of
health among the elderly. The data were obtained from the Multidimensional Study of
the Elderly in Porto Alegre, which consists of a household population-based, cross-
sectional epidemiological study carried out by IGG from December 2005 through
November 2006. 1078 elderly people were interviewed (individuals at or over age
60). The frequencies of the several variables studied were compared using the chi-
square test. For evaluation of the strength of the association an odds ratio (OR)
measure was used, with a 95% confidence interval. Associations with values with p <
0.05 were considered significant. The results revealed that most participants reported
their health as being good or regular. No significant difference was observed
between health perception and sex. Better schooling presented a statistically
significant relation with a better self-perception of health. It was found that there was
a significant relation between a better socioeconomic condition and a better self-
perception of health. The presence of difficulty in the physical aspect or depressive
symptomatology correlated with a predominantly regular health self-perception. It
was found that the diseases rheumatism, bronchitis, high pressure, diabetes mellitus
and brain ischemia presented a statistically significant association with the self-
evaluation of health (p<0.001), while the absence of all the diseases addressed was
shown to be relevant for a good or excellent self-perception of health. Regarding the
need for help in daily activities, it was shown that the elderly reporting the absence of
help have more chances of rating their own health as good or excellent.
Key-words: Geriatrics. Ageing. Chronic-Degenerative Diseases. Self-Perception of
Health. Daily Life Activities. Elderly.
4
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição das variáveis demográficas em uma amostra aleatória de
1078 idosos (idade 60 anos) do município de Porto Alegre e
comparação da autopercepção de saúde entre as categorias dessas
variáveis .......................................................................................................35
Tabela 2 - Distribuição de variáveis relacionadas à saúde em uma amostra aleatória
de 1078 idosos (idade 60 anos) do município de Porto Alegre e
comparação da autopercepção de saúde entre as categorias dessas
variáveis..........................................................................................................36
Tabela 3 - Freqüência de problemas de saúde nos últimos seis meses referidos
em uma amostra aleatória de 1078 idosos (idade 60 anos) do
município de Porto Alegre e a comparação da autopercepção de
saúde entre a presença e a ausência do problema..................................38
Tabela 4 - Freqüência da necessidade de utilização de aparelhos ou de auxílio
para as atividades da vida diária em uma amostra aleatória de 1078
idosos (idade 60 anos) do município de Porto Alegre e a
comparação da autopercepção de saúde entre a presença e a
ausência da necessidade....................................................................39
Tabela 5 - Freqüência das respostas de questões relacionadas a sintomas
depressivos em uma amostra aleatória de 1078 idosos (idade 60 anos)
do município de Porto Alegre e a comparação da autopercepção de
saúde entre as respostas de cada questão..............................................40
Tabela 6 - Variáveis associadas a autopercepção de saúde, dicotomizada em
saúde boa ou ótima (sim ou não) e saúde má ou péssima (sim ou não)
em uma amostra aleatória de 1078 idosos (idade 60 anos) do
município de Porto Alegre, ordenadas pela força de associação
medida pelo odds ratio (OR) ...............................................................42
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................07
2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ..............................................................................09
3 PROBLEMA DA PESQUISA.................................................................................11
4 OBJETIVOS...........................................................................................................12
4.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................12
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................12
5 HIPÓTESES DO ESTUDO.....................................................................................13
6 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................14
6.1 DEMOGRAFIA DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL MUNDIAL E AS
IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE .......................................................................14
6.2 O ENVELHECIMENTO .......................................................................................15
6.3 ENVELHECIMENTO E FATORES DE RISCO....................................................17
6.4 A AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE NO IDOSO ..................................................17
6.5 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE ASSOCIADO À MORTALIDADE EM
IDOSOS ..............................................................................................................20
6.6 FATORES QUE PODEM ESTAR ASSOCIADOS A AUTOPERCEPÇÃO
DE SAÚDE..........................................................................................................22
6.6.1 Idade................................................................................................................22
6.6.2 Gênero.............................................................................................................23
6.6.3 Indicadores Socioeconômicos......................................................................24
6.6.4 Doenças Crônicas..........................................................................................26
6.6.5 Capacidade Funcional ...................................................................................27
6.6.6 Variados Fatores ............................................................................................29
7 METODOLOGIA....................................................................................................31
7.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO..........................................................................31
6
7.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................31
7.3 COLETA DE DADOS ..........................................................................................31
7.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO ...................................................................................32
7.5 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................33
7.6 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS...............................................................................33
8 RESULTADOS.......................................................................................................34
9 DISCUSSÃO..........................................................................................................43
9.1 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E DADOS
DEMOGRÁFICOS: IDADE, SEXO, E ESTADO CONJUGAL..............................43
9.2 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E DADOS
SOCIOECONÔMICOS: EDUCAÇÃO E RENDA................................................46
9.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E DOENÇAS
CRÔNICAS ...............................................................................................................48
9.4 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E CAPACIDADE
FUNCIONAL, AVALIADA PELAS AVDS E INCAPACIDADES ...........................49
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................51
11 CONCLUSÕES....................................................................................................52
REFERÊNCIAS.........................................................................................................53
ANEXOS...................................................................................................................62
ANEXO A - Questionário do Projeto Idosos de Porto Alegre ....................................63
7
1 INTRODUÇÃO
Na realidade brasileira, o envelhecimento populacional vem ocorrendo
devido a fatores demográficos como a queda gradual e progressiva na taxa de
nascimentos e da mortalidade infantil, a implantação de políticas de saúde, a
melhoria nas condições médico-sanitárias e uma melhoria nas condições
diagnósticas e terapêuticas.
O Brasil, que era considerado um país jovem, hoje, além de continuar com
um grande número de jovens em sua população, também conta com um expressivo
número de pessoas com mais de 60 anos. Na América Latina, entre 1980 e 2025,
deverá ocorrer um aumento de 217% da população total, enquanto o aumento da
população acima de 60 anos será de 412%.
1
Assim sendo, no ano 2000, o Brasil
que tinha 14 milhões de idosos, passará a ter em 2025, 32 milhões.
Embora o processo de envelhecimento, que está ocorrendo com a
população brasileira seja comparável ao dos países desenvolvidos e que segundo
projeções, deva se tornar bem expressivo,ainda temos poucas informações sobre a
situação desse grupo populacional, resultado tanto de falta de tradição em pesquisa
nesta área, como também, da pouca importância dada às questões de saúde e à
assistência da população idosa.
No Brasil, a passagem de uma situação de alta fecundidade e alta
mortalidade para uma redução nestes aspectos, tem proporcionado mudanças
significativas na pirâmide populacional.
2
Esta transição demográfica, que se
caracteriza por uma acentuada velocidade, colocará o país dentro de 25 anos, como
a 6ª população de idosos do mundo, em números absolutos o que representará
cerca de 15,5% de nossa população total brasileira. É importante salientar que essa
é a mesma proporção que apresentam atualmente os países europeus, os quais,
apesar de seus processos terem sido instalados de maneira mais gradual e
possuírem uma estrutura sócio-econômica melhor, ainda não conseguiram
equacionar o impacto que o envelhecimento da população tem causado em seus
sistemas de saúde.
3,4,5
O interesse dos profissionais das diversas áreas em desenvolver pesquisas
que abordem temas relacionados à epidemiologia no Brasil, provavelmente, foi
motivado pelo aumento do número de idosos.
6
8
É importante identificar que a prática da epidemiologia apresenta três tipos
de atividades analíticas: prestação de serviços, pesquisa e ensino além do
conhecimento de geriatria e gerontologia
7
Estudos epidemiológicos com abordagem gerontológica auxiliam, não só na
compreensão do envelhecer, como também fornecem parâmetros para organizar e
praticar políticas de saúde voltadas à população de idosos em geral.
7
Um dos indicadores mais usados em pesquisas gerontológicas é a
autopercepção de saúde, uma vez que essa prediz a mortalidade e o declínio
funcional.
8
Vários trabalhos na literatura apontam que o risco da mortalidade associado
à pior percepção da saúde é mais alto do que o observado para diversas medidas
objetivas da condição de saúde,
1,2,8,9
mesmo em populações com características
culturais diferentes.
10,11
No presente trabalho foram utilizados dados do Estudo Idosos do Rio
Grande do Sul para investigar essa questão. O trabalho foi desenvolvido com o
objetivo de verificar: - os fatores que estão relacionados a autopercepção de saúde
entre os idosos de Porto alegre.
9
2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
O Brasil apresenta um dos maiores crescimentos da população idosa do
planeta. A proporção de pessoas com 60 anos ou mais está aumentando
rapidamente e a previsão para 2025 é de que o Brasil seja a sexta maior população
de idosos do mundo.
12
Desta forma, o envelhecimento da população é um fenômeno
mundial que tem conseqüências diretas no sistema de saúde pública.
Uma vez que a parcela da população que mais cresce atualmente é a
população idosa do Brasil e da América Latina, é importante conhecer as condições
de vida, de saúde, econômicas e de suporte social destes indivíduos, para que se
possa estar preparado para atender às demandas sociais, sanitárias, econômicas e
afetivas dessa parcela da população.
13
A população idosa, isto é com 60 anos ou mais,no Brasil aumentou duas
vezes e meia (35%) entre 1991 e 2000 enquanto o resto da população cresceu
14%.
14
Os idosos, particularmente os mais velhos, constituem o segmento que mais
cresce da população brasileira, porém este crescimento não tem sido acompanhado
na mesma proporção por estudos epidemiológicos sobre a população idosa.
15
Embora as condições de saúde da população idosa possam ser
determinadas através dos seus perfis de morbidade e de mortalidade, da presença
de déficits físicos e cognitivos e da utilização de serviços de saúde, entre outros
indicadores mais específicos, são necessários mais estudos epidemiológicos de
base populacional para que se conheçam as condições de saúde da população
idosa residente na comunidade.
15
Segundo Lima e colaboradores, estudos de base
populacional da saúde do idoso foram desenvolvidos somente em algumas cidades
brasileiras ,que não representam a população do País.
15
Isto tem levado a uma busca por indicadores simples da condição de saúde,
que possam ser usados tanto em inquéritos de saúde quanto em estudos
etiológicos. A autopercepção da saúde, determinada por meio de uma simples
pergunta: "De uma maneira geral, como você considera a sua saúde?", ou
equivalente, é um dos indicadores mais usados em pesquisas gerontológicas,
porque prediz de forma robusta e consistente a mortalidade e o declínio
funcional.
10,16
10
O objetivo do presente trabalho é descrever, utilizando dados da do estudo
IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL, a situação de saúde da população idosa de
Porto Alegre em relação a autopercepção de saúde.
11
3 PROBLEMA DA PESQUISA
Como a população idosa de Porto Alegre se auto-avaliou em relação à
saúde e quais os fatores que estão associados à autopercepção de saúde entre os
idosos da comunidade de Porto Alegre.
12
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Descrever a autopercepção de saúde e verificar os fatores que estão
relacionados à mesma nos idosos de Porto alegre.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Descrever a freqüência das categorias da autopercepção de saúde nos
idosos do município de Porto Alegre.
b) Verificar se sexo, idade, cor, zona de nascimento, escolaridade e renda
influenciam na autopercepção de saúde dos idosos de Porto Alegre.
c) Verificar se existe associação entre autopercepção de saúde e presença
de doenças ou problemas de saúde.
d) Verificar se existe associação entre autopercepção de saúde e
incapacidades físicas.
e) Verificar se existe associação entre autopercepção de saúde e
necessidade de auxílio para as atividades da vida diária.
f) Identificar as variáveis, dentre a todas as estudadas, aquelas com maior
força de associação com a autopercepção de saúde.
13
5 HIPÓTESES DO ESTUDO
a) H
1
: sexo, idade, cor, zona de nascimento, escolaridade e renda
influenciam na autopercepção de saúde dos idosos de Porto Alegre.
H
0
: sexo, idade, cor, zona de nascimento, escolaridade e renda não
influenciam na autopercepção de saúde dos idosos de Porto Alegre.
b) H
1
: a autopercepção de saúde está associada com doenças ou
problemas de saúde.
H
0
: não existe associação entre a autopercepção de saúde e doenças ou
problemas de saúde.
c) H
1
: a autopercepção de saúde está associada com incapacidade física.
H
0
: não existe associação entre a autopercepção de saúde e
incapacidade física.
d) H
1
: a autopercepção de saúde está associada com a necessidade de
auxílio para as atividades da vida diária.
H
0
: não existe associação entre a autopercepção de saúde e a
necessidade de auxílio para as atividades da vida diária.
14
6 REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 DEMOGRAFIA DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL MUNDIAL E AS
IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE
A população idosa vêm aumentando rapidamente nos últimos anos . Dados
dos EUA revelam que em 1900 havia 252.000 pessoas com 80 a 84 anos e somente
122.000 com 85 anos ou mais. Já em 1990 estes números passaram para 3,9
milhões e 3,0 milhões respectivamente. Um aumento da expectativa de vida não
deve ser traduzido necessariamente como saúde melhor. É possível que as doenças
crônicas, que com freqüência acompanham as idades avançadas, venham a ser um
sério e dispendioso problema para o sistema de saúde que irá crescer junto com
esta população.
17
Este fenômeno que cresceu desde o início do século passado é
conseqüência de uma melhor expectativa de vida e uma queda gradualmente
progressiva na taxa de nascimentos, avanços no saneamento de água e
abastecimento público, progressos da medicina e estilo de vida saudável. Este
processo já é possível em países desenvolvidos e torna-se crescente em países em
desenvolvimento.
O envelhecimento é um processo normal, dinâmico e não é doença
2
contudo, a
idade avançada está associada a uma prevalência maior de doenças crônico-
degenerativas principais geradoras de incapacidade e dependência, o que leva esse
extrato da população a demandar recursos de saúde, como terapias de reabilitação,
assistência domiciliar e institucionalização por períodos tanto mais longos quanto maior
seja a expectativa de vida e piores sejam as condições de saúde.
4,18,19,20
Embora o
tratamento agudo de alta tecnologia esteja prontamente disponível para a maioria dos
indivíduos idosos, existem enormes deficiências no fornecimento de cuidados primários
e preventivos. Devido à prevalência aumentada de doenças crônicas e a incapacidade
funcional entre os idosos, os indivíduos pertencentes à população menos favorecida
financeiramente se tornam suscetíveis à internação em asilos. As doenças crônico-
degenerativas constituem uma das principais causas de morte nos países
desenvolvidos e nas grandes capitais brasileiras.
4
15
Ramos em 1993 avaliou o perfil de sujeitos com 60 anos ou mais, residentes
no município de São Paulo e observou que 86% dos entrevistados referiram ter pelo
menos uma doença crônica, e 15% do total respondeu ter pelo menos cinco
doenças crônicas, entre elas hipertensão, diabetes mellitus, doenças vasculares e
reumatismo. O autor salientou que estes dados não diferem substancialmente do
que se observa em países mais desenvolvidos.
21
O envelhecimento populacional é
uma tendência mundial. Este fato associado ao aumento da população idosa pode
gerar uma demanda insuportável para o sistema de saúde principalmente em
relação a instituições asilares de longa duração.
3,4
Com base nas projeções das Nações Unidas (ONU, 1999) para a população
brasileira, o Brasil no período de 1950-2050 apresentará um dos mais rápidos
processos de envelhecimento demográficos, entre 51 países que, em 2030, terão
pelo menos 30 milhões de habitantes, só superado pela Venezuela. Projeções para
2020 sugerem que o Brasil deve atingir 209 milhões de habitantes, sendo que 17,8
milhões acima de 65 anos correspondendo à 8,5%.
22
As projeções do IBGE (1997)
confirmam os 8,5% projetados pelas Nações Unidas.
22,23,24,25,26
6.2 O ENVELHECIMENTO
Até o momento não há uma definição precisa acerca do envelhecimento
normal. Os mecanismos celulares intrínsecos embora possam regular o processo de
envelhecimento ainda não foram identificados com precisão, mas sabe-se que são
regulados por numerosas influências do meio ambiente.
19
Numerosas teorias já
foram propostas para explicar os mecanismos do envelhecimento, mas nenhuma
das hipóteses é totalmente exclusiva e até o momento não há indícios que haja um
único mecanismo mas, sim causas múltiplas e interativas. A resposta do organismo
ao processo de envelhecimento é individual de cada indivíduo e num mesmo
indivíduo varia conforme o sistema orgânico.
19
De um modo geral no envelhecimento ocorre uma redução na capacidade
de reserva o que faz com que os idosos se tornem mais suscetíveis a doenças e se
recuperem mais lentamente que os jovens.
19
16
Envelhecimento não é sinônimo de doença. Contudo saúde no idoso não
significa estar sem doença. Saúde no idoso, segundo a Organização Mundial de
Saúde (WHO), significa independência física, psicológica, social e espiritual.
Logo se faz necessário estar atento ao surgimento das incapacidades, caso
contrário , os anos de vida ganhos só fazem aumentar a proporção de incapacitados
e doentes.
27
A saúde é o determinante chave da possibilidade dessas se manterem
independentes e autônomas.
28
Uma condição de saúde ruim implica numa maior
vulnerabilidade e dependência na velhice.
29
Considerando-se que a autonomia se refere à capacidade de decidir e a
independência a capacidade do indivíduo realizar algo com seus próprios meios, a
condição de saúde pode ser influenciada pela perda de autonomia e/ou
dependência.
30
A obtenção de saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental
e social depende de fatores que não estão somente ao alcance da medicina, mas
sim da sociedade em geral.
30
O estado de saúde não possui um conceito bem definido por possuir um
caráter multidimensional e dinâmico. A saúde depende dos recursos alocados para a
educação, da alimentação, da habitação, da infra-estrutura sanitária, das condições
de vida e de trabalho, da renda, do estilo de vida, do meio ambiente, do lazer.
Portanto, para que seja possível fazer a caracterização das condições de saúde dos
idosos são necessárias informações detalhadas sobre diferentes aspectos da vida
deles. Cada elemento pode ser visto como um indicador específico, mas quando
analisados separadamente insuficientes para descrever o estado geral de saúde do
indivíduo.
31
Para que se conheçam as informações detalhadas sobre as condições de
saúde da população idosa residente na comunidade somente podem ser obtidas por
meio dos inquéritos domiciliares de base populacional.
32
As pesquisas domiciliares apresentam algumas desvantagens. As variáveis
sãossusceptíveis a vários tipos de erros de medida uma vez que as informações são
referidas pelos próprios entrevistados ou por outros moradores do domicílio. Os
erros mais freqüentes são aqueles relacionados à qualidade dos dados, que
depende da capacidade dos entrevistados de recordar e informar adequadamente, e
as características intrínsecas das pessoas. Tais características determinam, para
17
cada indivíduo, uma interpretação diferente daquilo que sente, de acordo com sua
experiência, da cultura, da escolaridade, e do contexto social em que está
inserido.
32,33
Uma das variáveis mais utilizadas nas pesquisas de saúde são inquéritos
domiciliares nas populações em geral e particularmente nas gerontológicas.
34
6.3 ENVELHECIMENTO E FATORES DE RISCO
Fatores de risco podem ser definidos como condições que predispõem a um
maior risco de desenvolver certo evento relacionado à saúde, depois de determinado
tempo. Os fatores de risco passíveis de mudança e/ou tratamento são, portanto, de
grande interesse e a promoção de medidas preventivas constitui aspecto central
para a manutenção e recuperação da saúde do idoso.
4,35,36,37
Com o envelhecimento, tem crescido também o interesse em estabelecer os
fatores que, isolados ou em conjunto, melhor expliquem o risco que um idoso tem de
morrer em curto prazo, adiando assim, um desfecho fatal precoce.
38
Os fatores de risco para óbito entre idosos freqüentemente descritos pela
literatura como imutáveis são a idade e o sexo. Dentre aqueles passíveis de serem
alterados estão a hospitalização, a dependência para realização das atividades de
vida diária, o déficit cognitivo, os hábitos de vida (como fumar e não praticar
exercícios físicos), algumas doenças como a depressão e o câncer, o isolamento
social e a falta de suporte familiar, o nível socioeconômico e a autopercepção
negativa da saúde como um preditor de mortalidade.
39,40
6.4 A AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE NO IDOSO
Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos, bem como
aumentar sua sobrevivência, a autopercepção de saúde tem sido estudada
mundialmente.
18
A autopercepção de saúde apesar de ser uma avaliação subjetiva, tem
mostrado resultados semelhantes aos de avaliações objetivas de condições de
saúde, tem sido amplamente utilizada em pesquisas com populações idosas.A
autopercepção é feita em resposta à questão "Como o Sr(a) avalia a sua
saúde?".
10,41
A autopercepção de saúde tem sido bem documentada como um confiável
preditor de incapacidade funcional e mortalidade em populações idosas.
42,43
Além de ser uma informação facilmente obtida, pois depende apenas da
opinião do idoso sobre sua própria saúde, mostrou-se muito importante, pois,
quando considerada como sendo má, aumentou consideravelmente a possibilidade
de o idoso morrer.
44
Em levantamento bibliográfico, Benyamini e Idler
8,10,41
mostraram que na
maioria das pesquisas realizadas desde a década de 80, os idosos que auto-
referiram saúde ruim apresentaram maior incidência de óbitos do aqueles que a
consideraram excelente.
A autopercepção da saúde pode apresentar maior sensibilidade para
homens idosos do que para mulheres idosas
45
Como as mulheres vivem mais do
que os homens e experimentam mais anos com doenças e incapacidades, tendem a
avaliar mais negativamente a sua saúde, mas não necessariamente morrerão em
função disso, em um curto período de tempo. Assim, a autopercepção negativa da
saúde feita pelas mulheres, pode estar mais associada com a qualidade de vida
45
Os homens, no entanto, quando avaliam sua saúde de forma negativa,
apresentam risco maior de serem acometidos por um evento fatal.
45
A autopercepção da saúde reflete uma percepção integrada do indivíduo,
que inclui as dimensões biológica, psicossocial e social,
11,46
e é um preditor da
mortalidade melhor do que medidas objetivas da condição de saúde.
10,16
Essa avaliação apresenta confiabilidade e validade equivalentes a outras
medidas mais complexas da condição de saúde.
47,48
Estudos conduzidos em diferentes países têm mostrado que essa
associação é consistente, sendo observada em populações com diferentes
características culturais
3,4,10,11
Embora existam outras medidas para avaliar as condições de saúde dos
indivíduos, a autopercepção de saúde embora apresente um caráter subjetivo é
atualmente considerada o meio mais prático de reunir informações da condição de
19
saúde dos mesmos. O auto-relato torna-se preferível porque é um método válido e
bem aceito.
49
Os resultados do estudo de Bailis et al.
50
encontraram uma boa
confiabilidade da variável percepção de saúde, adicionando segurança na utilização
dessa medida em investigações do estado de saúde. Os resultados de Martikainen
et al.
51
confirmam os resultados desse estudo, mostrando que a autopercepção da
saúde é uma medida válida. Desta forma, as pessoas sintetizam uma grande
quantidade de informações sobre elas mesmas quando avaliam a sua saúde como
excelente, muito boa, boa, razoável ou ruim.
10
A autopercepção de saúde de saúde do idoso é produto de um amplo
espectro de fatores determinantes, incluindo a idade, o sexo, o suporte familiar, o
estado conjugal, as oportunidades de educação e emprego, a renda, a capacidade
funcional, as condições crônicas de saúde, o estilo de vida, dentre outros. Diversos
estudos demonstram uma correlação da autopercepção de saúde com as variáveis
demográficas e socioeconômicas e com outras medidas de condição de saúde,
como as doenças crônicas e a capacidade funcional.
34
Estudos de base populacional que avaliam a distribuição da autopercepção
da saúde em idosos, no Brasil, ainda são raros.
52
Os dados mais abrangentes sobre esse tema foram advindos de um estudo
realizado com os dados coletados no suplemento de saúde da Pesquisa Nacional por
Amostras de Domicílio (PNAD), conduzida em 1998 pela Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Este estudo mostrou que somente 24,5% da
população idosa brasileira classificava a sua saúde como boa ou muito boa.
15
Entretanto Lima-Costa considera que esse resultado deve ser interpretado
com cautela porque a percepção da saúde refere-se a um julgamento subjetivo que
não pode ser determinado por outra pessoa.
52
Na pesquisa mencionada, 38% das entrevistas com idosos foram
respondidas por outra pessoa.
15
Estudos epidemiológicos conduzidos anteriormente
no Brasil mostraram que a avaliação da saúde como boa/muito boa entre idosos
variava entre 25% em Bambuí,
53
44% no Rio de Janeiro,
54
e 70% em São Paulo.
55
Isso tem levado a dúvidas quanto à adequação do uso da informação sobre
percepção da saúde obtida neste estudo. O questionamento baseia-se na premissa
de que a autopercepção da saúde representa uma visão subjetiva do indivíduo, que
não pode ser aferida por outra pessoa. Entretanto, a influência de respondente
20
substituto na distribuição e fatores associados à percepção da saúde entre idosos
ainda não recebeu a devida atenção.
56
Segundo Lima e seus colaboradores os estudos brasileiros não investigam
os fatores associados à autopercepção da saúde entre idosos
52
e são raros os
estudos de base populacional que avaliam a distribuição da autopercepção da saúde
em idosos.
52
Portanto, prolongar a vida com saúde ou “comprimir a morbidade” se refere
a reduzir ao mínimo, a perda de capacidade e a instalação da incapacidade.
27
As incapacidades e doenças no idoso estão intimamente ligadas ao termo
fatores de risco. Os fatores de risco podem ser definidos como condições que
predispõem a um maior risco de desenvolver certo evento relacionado à saúde, após
determinado tempo. Os fatores de risco passíveis de mudança e/ou tratamento são,
portanto, de grande interesse e a promoção de medidas preventivas constitui
aspecto central para a manutenção e recuperação da saúde do idoso.
4,35
Torna-se importante, portanto, identificar os fatores de risco, isto é,
determinados fatores que indicam uma probabilidade maior de aparecimento de
danos à saúde, esses fatores podem ser tratados ou modificados por ações de
saúde, alterando eventos mórbidos ou fatais.
44
Com o aumento da população idosa tem também crescido o interesse em
estabelecer os fatores que, isolados ou em conjunto, melhor expliquem o risco que
um idoso tem de morrer em curto prazo, adiando assim, um desfecho fatal
precoce.
17,38
6.5 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE ASSOCIADO À MORTALIDADE EM IDOSOS
A literatura freqüentemente descreve como fatores de risco para o óbito
entre idosos, a idade e o sexo. Dentre aqueles passíveis de serem alterados estão a
hospitalização, a dependência para realização das atividades de vida diária, o déficit
cognitivo, os hábitos de vida, algumas doenças como a depressão e o câncer, o
isolamento social e a falta de suporte familiar, o nível socioeconômico e a
autopercepção negativa da saúde como um preditor de mortalidade.
39,40,57,58
21
Dados do primeiro inquérito populacional de seguimento com idosos na
comunidade no Brasil, Projeto Epidoso, em andamento desde 1991 na cidade de
São Paulo onde são discutidas as características sócio-demográficas, clínicas e
funcionais de uma coorte de idosos, com análise de risco para morte e incapacidade
e considerações sobre as implicações para o planejamento em saúde mostram que
a mortalidade nessa coorte de idosos residentes em zona urbana foi de quase 10%
em dois anos. Os fatores que aparentemente influenciaram o risco de morte foram:
sexo (masculino), idade (avançada), autopercepção subjetiva de saúde (negativa),
história pregressa de sedentarismo, quedas, acidente vascular cerebral e
incontinência urinária, hospitalização e visita ao médico nos últimos seis meses,
positividade para depressão, déficit cognitivo e dependência no dia-a-dia.
38
Heistaro et al.
59
estudaram durante 23 anos um grupo de idosos para avaliar
a relação entre autopercepção de saúde e mortalidade. Encontrou que
autopercepção ruim é um forte preditor para mortalidade e a associação é só em
parte explicada pela história médica, doença cardiovascular e educação.
Spiers et al.
43
em um estudo com idosos de Reino Unido também para
avaliar a associação entre gênero, autopercepção de saúde e mortalidade. Mais da
metade daqueles que relataram alguma ameaça potencial à saúde disseram que
sua saúde era boa. A autopercepção de saúde é mais fortemente associada à
mortalidade em homens, mas contrariamente isso não pode ser explicado pelas
diferenças de natureza dos problemas físicos de saúde dos avaliados.
Chiyoe et al. buscaram observar durante 20 anos a associação entre
autopercepção de saúde ruim e mortalidade avaliando dados de pesquisas feitas na
Europa e Estados Unidos. Encontraram que a mortalidade é fortemente dependente
da idade e que autopercepção é um preditor independente de sobrevida que é
controlado por outros indicadores de saúde ou covariantes.
60
Um estudo que buscava investigar os fatores relacionados a autopercepção
de saúde e mortalidade entre 2490 idosos da comunidade encontrou que a idade,
capacidade funcional e relações sociais estavam associadas a ambos, ou seja,
autopercepção e mortalidade, sendo que doenças e incapacidade funcional foram os
maiores determinantes de autopercepção, fatores financeiros, sociais e psicológicos
também se encontraram relacionados a autopercepção de saúde.
61
Deeg et al. usaram dados do estudo longitudinal sobre o envelhecimento de
Amsterdan para avaliar a relação autopercepção de saúde e sexo e mortalidade em
22
idosos. Como resultado tiveram que a autopercepção de saúde foi preditor de
mortalidade apenas nos homens e não nas mulheres. Esta diferença se fez notar
através do acompanhamento destes indivíduos.
62
Benyamini et al. fizeram um estudo para verificar se achados referentes a
autopercepção de saúde ruim era preditor de mortalidade ou no caso de ser
excelente era preditor de longevidade em uma população de idosos de Israel. Os
resultados mostraram que em ambos os sexos há associação entre autopercepção
de saúde ruim e mortalidade apenas para uma mortalidade em curto prazo (4 anos).
Esta associação foi mais forte entre as mulheres de 75-84 anos quando comparados
com idosos de 85-94 anos de ambos os sexos. A associação pode diferir entre as
idades e gênero identificando até que idade existe exatidão nos dados. É
interessante avaliar até que idade os resultados refletem o que realmente é
autopercepção ruim ou excelente.
63
6.6 FATORES QUE PODEM ESTAR ASSOCIADOS A AUTOPERCEPÇÃO DE
SAÚDE
Entre os fatores determinantes que podem influenciar simultaneamente a
autopercepção de saúde temos basicamente, em quatro grupos: o demográfico,
compreendendo a idade, o sexo e o estado conjugal; o socioeconômico, incluindo a
educação e a renda; as doenças crônicas; e, finalmente, a capacidade funcional,
avaliada pelas AVDs, AIVDs e mobilidade.
30
6.6.1 Idade
Algumas pesquisas ressaltam a associação entre idade e a autopercepção
de saúde dos idosos. Ferraro et al. concluíram que entre as pessoas idosas a idade
quanto mais avançada mais estaria relacionado a uma percepção da saúde ruim.
64
Denton e Walters empreenderam um estudo com o objetivo de medir o estado
de saúde dos indivíduos canadenses, e encontraram que a idade é um significativo
23
determinante da autopercepção de saúde em ambos os sexos, sendo que tanto os
homens quanto as mulheres idosas não percebem a saúde deles como boa ou
excelente.
65
Liang e colaboradores em um estudo que buscou examinar como é a
trajetória da autopercepção de saúde entre idosos japoneses, de uma forma geral
perceberam que a avaliação começa a ficar ruim entre 60 e 85 anos, embora pareça
melhorar depois dos 85 anos.
66
Uma pesquisa, realizada no Brasil, com base nos dados da Pesquisa
Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD-98), sobre desigualdades na autopercepção
do estado de saúde e suas determinações revelou que a probabilidade dos
indivíduos classificarem o estado de saúde como ruim aumenta significativamente a
partir dos 65 anos de idade, sendo a idade o determinante mais importante do
estado de saúde autopercebido.
67
Um estudo realizado com 677 idosos em Madrid, na Espanha, mostrou que
a autopercepção do estado de saúde como ruim tende a diminuir com o avançar da
idade, sendo que os idosos de 85 anos e mais avaliam a sua saúde melhor do que
os idosos de 65 a 74 anos.
68
6.6.2 Gênero
O gênero é também um fator que está relacionado a autopercepção de
saúde pelos idosos.
30
Spiers et al. em um estudo onde buscaram avaliar se há diferença entre a
autopercepção entre os gêneros e se esta autopercepção quando ruim é preditora de
mortalidade, e ainda se o fato de relatarem problemas físicos implica em agravar esta
autopercepção. Os resultados mostraram que a autopercepção foi um forte preditor
para os homens. Quanto aos problemas de saúde relatados, as mulheres relataram
mais do que os homens, contudo, estas diferenças não explicam a associação entre
autopercepção e mortalidade uma vez que mais da metade daqueles que relataram
problemas ameaçadores à saúde disseram que sua saúde era boa. Como conclusão,
estes autores dizem que a autopercepção está fortemente associada a mortalidade em
homens, mas não é explicada pela saúde física.
43
24
Um estudo feito na Inglaterra com dados da pesquisa domiciliar geral
britânica demonstra modestas diferenças entre os idosos do sexo masculino e
feminino na avaliação subjetiva de saúde, sendo que as mulheres avaliam sua
saúde como levemente melhor em relação à saúde dos homens.
28
Kubzansky et al. realizaram um trabalho com idosos em três cidades
americanas objetivando investigar a associação do nível educacional com uma
variedade de fatores de risco para saúde ruim e argumentaram que os homens
idosos avaliavam a saúde deles melhor do que as mulheres.
69
Neal Krauseab et al. estudaram idosos de ambos os sexos para avaliar
fatores associados a autopercepção de saúde. Os dados encontrados em seu
estudo revelam que as mulheres idosas experenciam mais incapacidades funcionais
que os homens e por este motivo mensuram suas saúdes como menos favoráveis
quando comparadas aos homens. Em contraste ocorre o contrário quando se trata
de doenças crônicas onde este fator está associado a pobre autopercepção de
saúde por parte dos homens.
70
Damian et al. afirmaram que as mulheres idosas de Madrid (Espanha)
apresentavam uma pior percepção de saúde do que homens.
68
O estudo de Zimmer e Amornsirisomboon, com base nos dados de uma
pesquisa com idosos da Tailândia, aponta que as mulheres declaram mais prejuízos
na saúde do que os homens.
71
McDonough e Walters examinaram as diferenças de sexo na autopercepção
de saúde. Os resultados indicaram que as mulheres avaliavam a saúde delas
ligeiramente inferior à saúde dos homens.
72
Por outro lado, um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou uma
melhor autopercepção de saúde das mulheres em comparação aos homens.
73
Conforme Lahelma et al., existe uma similaridade na autopercepção de
saúde entre os idosos do sexo masculino e feminino.
74
6.6.3 Indicadores Socioeconômicos
Para alguns autores, o efeito do status socioeconômico na saúde é
conseqüência de uma interação de mecanismos psicológicos e sociológicos, como o
25
comportamento, o suporte social, o stress, os fatores ambientais e o acesso aos
cuidados médicos.
75
Os indicadores da situação socioeconômica são freqüentemente
operacionalizados pela educação e a renda. Essas variáveis fazem referência a um
aspecto específico da saúde. A educação, por exemplo, estimula o acesso às
informações e a prática de comportamentos saudáveis.
69
Os diferenciais socioeconômicos na saúde persistem e, em alguns casos,
aumentam com o avançar da idade.
76,77,78
As pesquisas realizadas em países desenvolvidos apontam que o nível
socioeconômico mais elevado está associado a melhores condições de saúde.
79,80
No entanto, os efeitos das desigualdades sociais na saúde dos idosos
brasileiros e de outros países em desenvolvimento não têm sido completamente
investigados.
15
Segundo Arber e Ginn, as pesquisas britânicas sugerem que o ambiente
social e econômico pode desencadear diferentes efeitos no estado de saúde do
idoso, tanto masculino quanto feminino.
28
Conforme Goldman et al. (1995), numerosos estudos têm mostrado que um
baixo status socioeconômico é associado com uma saúde deficiente e elevados
riscos de mortalidade.
81
Wang et al. estudaram 9650 participantes no Japão para ver se havia
associação entre autopercepção de saúde e nível sócio econômico. Os resultados
que indicam que autopercepção de saúde estava associada ao nível sócio
econômico em idosos residentes no Japão.
82
Os resultados de Cheng et al. (2002) demonstram que as condições
econômicas são significativamente relacionadas com a autopercepção de saúde. Ou
seja, as pessoas que relatam sua situação financeira como insuficiente apresentam
uma pobre percepção da saúde.
83
A literatura fornece evidência de uma relação positiva entre educação e saúde
dos idosos, apesar dessa associação declinar com a idade em determinadas
pesquisas.
84,85
Ross e Wu encontraram uma correlação significante entre educação e a auto
percepção de saúde. Nesse estudo, a percepção de saúde dos indivíduos com
maior nível educacional era melhor entre os grupos etários mais avançados.
86
26
Para Arber e Ginn os idosos de baixa renda relatavam uma condição de
saúde ruim.
28
Ecob e Davey Smith (1999) apresentaram dados confirmando uma forte
associação entre renda e saúde.
87
Lima-Costa et al. utilizaram os dados da PNAD de 1998 para examinar a
influência da situação socioeconômica em uma amostra de 19.068 indivíduos com
65 anos e mais, representativos da população brasileira, e encontraram que os
idosos com renda mais baixa apresentavam uma pior percepção da saúde.
15
Conforme Zimmer e Amornsirisomboon, a educação e a renda são fortes
indicadores da autopercepção de saúde entre os idosos, ou seja, a redução dos
níveis de educação e renda acarreta um aumento na probabilidade destas pessoas
perceberem sua saúde como ruim.
71
Assim, como o estado de saúde declina com a
redução do nível socioeconômico, torna-se apropriado analisar as condições sociais
e econômicas, por meio da educação e da renda, em pesquisas que visam
estabelecer o estado de saúde do indivíduo.
88
6.6.4 Doenças Crônicas
Pijls et al. argumentaram que a prevalência de doenças crônicas é um
importante determinante da autopercepção de saúde.
89
Ferraro et al. observaram um declínio na autopercepção da saúde entre os
idosos que possuíam um maior número de condições crônicas.
64
A autopercepção de saúde no idosos pode estar associada a doenças
crônicas bem como a capacidade funcional, incapacidades de visão, incapacidade
de sair sozinho, incapacidade de fazer exercício físico.
68,90
Adicionalmente, além dos determinantes demográficos e socioeconômicos, a
presença de doenças crônicas é um outro fator que tem uma significativa associação
com a autopercepção de saúde na maioria dos estudos da população idosa.
Os resultados de Damian et al. apontam que as doenças crônicas são
fortemente relacionadas com uma autopercepção de saúde ruim entre os idosos,
indicando que um aumento no número das doenças eleva a probabilidade do
indivíduo perceber a sua saúde de forma negativa.
68
27
Um estudo realizado por Orfila et al., com base nos dados do Health
Interview Survey, com indivíduos de 65 anos ou mais, não-institucionalizados,
residentes na cidade de Barcelona (Espanha), evidenciou que as doenças crônicas
são importantes determinantes do declínio da autopercepção do estado de saúde do
idoso.
91
A pesquisa de Molarius e Janson (2002) analisou o impacto das doenças
crônicas na autopercepção de saúde. Os autores utilizaram dados de um
questionário obtidos por meio de correspondência, de uma amostra representativa
da população da Suécia em 2000. Os resultados indicaram que as doenças crônicas
são fortemente relacionadas com uma pobre percepção de saúde entre os idosos.
Mas, ao contrário do que se deveria esperar, as evidências sugerem que as
pessoas portadoras de algum tipo de doenças crônicas também podem relatar uma
boa saúde.
Cott et al. (1999) colocam que os dados de uma pesquisa de saúde realizada
no Canadá, em 1990, mostraram que 79% dos indivíduos que reportaram a
presença de doenças crônicas classificaram sua saúde como sendo boa ou
excelente.
92
Diante desse contexto, torna-se necessário analisar a influência da presença
de doenças crônicas na autopercepção de saúde dos idosos.
Um estudo buscou avaliar o impacto da diabete mellitus na autopercepção
de saúde de idosos espanhóis usando dados de cinco pesquisas nacionais
conduzidas de 1993 a 2003. O achado mais relevante foi que a autopercepção ruim
encontrada entre os idosos com diabete mellitus foi mais que o dobro daqueles sem
diabete mellitus. Isto reflete a urgente necessidade de implementação de promoção
de saúde, prevenção e estratégias de gerenciamento da diabete mellitus visando
qualidade de vida nesses indivíduos.
93
6.6.5 Capacidade Funcional
Uma outra maneira de conceituar o estado de saúde é por meio da
capacidade funcional
94
, que se refere à potencialidade para desempenhar as AVDs
ou para realizar um determinado ato, necessário para garantir condições mínimas de
28
sobrevivência aos indivíduos, bem como para proporcionar qualidade de vida ou
bem-estar.
95
Já a incapacidade funcional é definida pela presença de dificuldade no
desempenho de atividades de vida diária ou mesmo pela impossibilidade de
desempenhá-las.
95
A capacidade funcional é vista como um poderoso determinante de saúde
80
qualidade de vida
27
e mortalidade entre os idosos
97,89,98
e particularmente útil no
contexto do envelhecimento, porque envelhecer mantendo todas as funções não
significa problema para o indivíduo ou sociedade.
O problema se inicia quando as funções começam a deteriorar.
12
As AVDs, AIVDs e mobilidade são as medidas freqüentemente utilizadas para
avaliar a capacidade funcional do indivíduo. As AVDs consistem nas tarefas de auto-
cuidado, como tomar banho, vestir-se, alimentar-se, deitar/levantar da cama, usar o
sanitário. As AIVDs são tarefas mais adaptativas, como, por exemplo, fazer
compras, telefonar, realizar tarefas domésticas, preparar uma refeição. A mobilidade
se refere à capacidade de sair da residência.
93
A dependência funcional é um componente do modelo teórico da
autopercepção de saúde.
99
A literatura destaca a capacidade funcional como um forte indicador do modo
como as pessoas avaliam o seu estado geral de saúde. Diversos estudos exibem
uma significativa associação entre essas duas variáveis.
Segundo Damian et al., a capacidade funcional é um importante determinante
da autopercepção de saúde entre os idosos.
68
Ferraro et al. revelaram que a
capacidade funcional afeta a autopercepção da saúde.
64
Wang, Mitchell e Smith buscaram avaliar a relação entre autopercepção de
saúde ruim e visão entre outros fatores no oeste de Sidney, na Austrália.
Encontraram que o decréscimo da visão tem um impacto importante na saúde global
em idosos com menos de 80 anos, mas não em pessoas com mais de 80 anos.
100
Hoeymans, Feskens, Van den Bos e Kromhout observaram o declínio
funcional e a autopercepção de saúde em um grupo de homens idosos com o
objetivo de estudar as mudanças na capacidade functional e a sua autopercepção
de saúde concluíram que embora a capacidade funcional deteriore com a idade a
autopercepção de saúde não esta relacionada em homens de 70 anos ou mais.
96
29
Hoeymans et al. numa pesquisa longitudinal realizada com 939 idosos do
sexo masculino, na Holanda, concluíram que a porcentagem de indivíduos
incapacitados e limitados funcionalmente aumentava ao longo do tempo, e a relação
entre nível de incapacidade e percepção de saúde era significativa. Nesse estudo,
somente a incapacidade para AVDs e para mobilidade apresentavam impacto na
autopercepção de saúde dos idosos masculinos.
96
Gama et al.
101
encontraram num estudo transversal de 5139 idosos não
institucionalizados, realizado na região rural da Espanha, que as AVDs, AIVDs e as
atividades envolvendo mobilidade eram fortemente associadas com a
autopercepção da saúde. Para Kim et al., um aumento nas dificuldades de
realização de AVDs pressupõe um declínio na autopercepção de saúde.
102
Leinonen et al. ressaltam que o aumento das dificuldades nas AVDs é
indicativo de declínio na autopercepção de saúde.
103
Leinonen et al.
104
afirmam que as diferentes autopercepções de saúde
observadas entre os idosos refletem sistematicamente o nível de desempenho
funcional. Lee e Shinkai examinaram a associação entre autopercepção de saúde e
capacidade funcional de idosos japoneses e coreanos que residiam na comunidade,
por meio da análise de surveys nacionais, e os resultados apontaram que a
capacidade funcional era significativamente relacionada com a autopercepção de
saúde nas duas populações.
105
A saúde do idoso é o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da
capacidade funcional, sem necessariamente significar ausência de problemas em
todas as dimensões.
38
Portanto, é imprescindível incluir questões referentes à
capacidade funcional em investigações que mensuram o estado de saúde do
indivíduo idoso.
6.6.6 Variados Fatores
Dois estudos feitos no Japão
100,106
mostraram que a autopercepção de
saúde piora com a idade e esta correlacionada com a renda, atividade física e com a
capacidade de mastigação.
30
Cielito et al. estudaram quais os preditores da autopercepção em idosos
americanos e encontraram que a incapacidade física, doenças crônicas, educação e
a dor estão associados a autopercepção em saúde no idoso.
107
Um estudo em Minesota, Estados Unidos, que buscava preditores
relacionados a qualidade de vida de idosos teve como principal achado foi que a
autopercepção de saúde onde os idosos se vêem piores está fortemente associado
a idade, sexo, diabete, e doenças respiratórias.
108
Alves em um estudo foi desenvolvido com base em dados do Projeto Saúde,
Bem-Estar e Envelhecimento na América Latina e Caribe (SABE) investigou a
influência de determinantes demográficos e socioeconômicos, das doenças crônicas
e da capacidade funcional sobre a autopercepção de saúde entre os idosos do
Município de São Paulo. Foram analisados os dados de 2135 idosos. Foram
encontrados os seguintes fatores associados a autopercepção de saúde entre os
idosos pesquisados: a presença de doenças crônicas,gênero, capacidade funcional,
nível de escolaridade , renda e idade. Na ausência de doenças crônicas, ou na
presença de duas ou mais doenças crônicas, as mulheres idosas tiveram maior
probabilidade de relatar uma boa autopercepção de saúde em comparação com os
homens.
109
Hammock e colaboradores, com o objetivo de investigar os fatores preditivos
de autopercepção de saúde por idosos do Texas encontraram que educação formal,
massa corporal baixa, de etnia não hispânica, e participantes de atividades físicas
são associados a bom, muito bom e excelente autopercepção de saúde. Os achados
das entrevistas, que significantemente predizem autopercepção ruim, enfatizam a
importância de cuidados a saúde culturalmente adaptados aos hispânicos residentes
nos Estados Unidos.
110
31
7 METODOLOGIA
7.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico.
7.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população estudada é uma amostra de 1078 idosos do município de Porto
Alegre. Segundo o cálculo feito para uma amostra representativa do município,
foram selecionados 0,69% dos idosos de Porto Alegre, que seriam 1164, segundo
censo de 2005, tendo ocorrido uma pequena perda na coleta.
Critérios de inclusão:
- Residente do município de Porto Alegre;
- Idade igual ou superior a 60 anos;
- Concordância em participar do projeto;
Critérios de exclusão:
- Impossibilidade de responder ao questionário.
7.3 COLETA DE DADOS
Os idosos foram entrevistados em sua residência por um profissional
treinado do serviço social da PUCRS, utilizando o questionário em anexo (anexo A).
Os dados coletados fizeram parte do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto
Alegre, realizado pelo IGG no período de dezembro de 2005 a novembro de 2006,
com a participação das faculdades de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição, de
Educação Física, de Farmácia, de Psicologia e de Matemática da PUCRS. No
32
presente estudo, foram analisadas as questões referentes a: autopercepção de
saúde, doenças ou problemas de saúde apresentados nos últimos 6 meses,
necessidades de auxílios para as atividades de vida diária, incapacidades físicas,
além de dados demográficos.
7.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO
As variáveis selecionadas para este estudo são citadas abaixo e podem ser
visualizadas na versão integral do instrumento de coleta de dados que se encontra
no anexo A, onde foram marcadas em negrito.
a) Variável dependente:
- Autopercepção de saúde (variável qualitativa com 5 categorias, sendo
posteriormente transformada em duas variáveis dicotômicas: saúde
ótima ou boa e saúde má ou péssima)
b) Variáveis independentes:
- Variáveis demográficas como sexo, faixa etária, cor, zona de
nascimento, escolaridade, estado civil e renda;
- Variáveis relacionadas à saúde como internação no último ano,
atividade física regular; fraturas e sintomas depressivos;
- Dificuldades para enxergar, ouvir, movimentar-se, mastigar e controlar
urina ou fezes;
- Relato de doença ou problema de saúde nos últimos 6 meses como
reumatismo, bronquite, pressão alta, varizes, diabetes mellitus,
isquemia cerebral, doença de pele, problema de coluna, gastrite ou
úlcera, infecção urinária, pneumonia, doença renal, cardiopatia,
problema de próstata, osteoporose e câncer;
- Uso de óculos ou lente, prótese dentária, aparelho auditivo, muleta e
bengala;
- Necessidades de auxílio para as atividades da vida diária, como
atividades de casa, tomar remédios, higiene, alimentação e mobilidade;
- Sintomas relacionados a possível depressão.
33
7.5 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram digitados em banco específico criado em ACCESS 2000 e
analisados utilizando o pacote estatístico SPSS, versão 11,5. Para as descrições
foram usadas freqüências para as variáveis categóricas e médias e desvios padrões
para as variáveis quantitativas. As comparações de freqüências das diversas
variáveis estudadas entre os grupos de diferentes auto-avaliações de saúde foram
realizadas através do teste do qui-quadrado. Para avaliação da força de associação
foi utilizada a medida do “Odds Ratio” (OR), com intervalo de confiança 95%. Foram
consideradas associações significativas aquelas com valores de p 0,05.
7.6 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS
(Anexo B). A análise e publicação dos dados do presente estudo segue a Resolução
CNS 196/96.
34
8 RESULTADOS
Foram estudados 1078 idosos com idade entre 60 e 95 anos (média de 71,8;
desvio padrão de 7,8 e mediana de 71 anos). Desses, 72,1% era do sexo feminino,
83,1% da cor branca e 66,8% não tinha o primeiro grau completo. A distribuição dos
dados demográficos da população estudada é vista na tabela 1, assim como a
distribuição da autopercepção de saúde para cada categoria dessas variáveis. De
todos os idosos estudados, 13,3% definiu sua saúde como ótima, 34,0% boa, 43,2%
regular, 4,2% ruim e 5,3% como péssima. Não foi observada associação entre a
autopercepção de saúde e sexo, faixa etária, cor e estado civil. Nos idosos nascidos
no meio rural foi observada uma freqüência um pouco menor na autopercepção de
saúde como boa (29,5%) e uma maior freqüência na autopercepção de saúde como
péssima (7,8%). Uma melhor percepção da própria saúde foi claramente observada
em idosos com maior escolaridade e maior renda (P<0,001).
Considerando as informações relacionadas direta ou indiretamente com a
saúde, verificamos que 17,7% dos idosos relataram internação hospitalar no último
ano, 20,2% referiram ter tido alguma fratura não devida a acidente de trânsito após
os 50 anos e 36,8% disseram praticar atividade física regular nos últimos 3 meses.
Ter necessidade de auxílio para uma ou mais das atividades diárias estudadas foi
observado em 28,7% dos idosos e ter mais que três respostas indicativas de sintoma
depressivo entre as 12 perguntas relacionadas a depressão foi identificado em
27,9%. O fato do idoso ter sido internado no último ano, de não praticar atividade
física, ter mais que três das 12 respostas relacionadas com sintomas depressivos,
assim como necessitar de auxílio para as atividades da vida diária e dificuldade para
enxergar, ouvir, mastigar, movimentar-se ou controlar urina ou fezes, fizeram com
que apresentassem uma autopercepção pior (tabela 2). Não foi observada diferença
entre os que tinham ou não apresentado fratura, não relacionada a acidente de
trânsito, após os 50 anos.
35
Tabela 1 - Distribuição das variáveis demográficas em uma amostra aleatória de 1078
idosos (idade 60 anos) do município de Porto Alegre e comparação da
autopercepção de saúde entre as categorias dessas variáveis
Autopercepção da Saúde (%)
Variáveis demográficas N (%)
Ótima Boa Regular Péssima
P
Sexo
Masculino
Feminino
301 (27,9)
777 (72,1)
16,6
12,0
35,9
33,3
40,5
44,3
3,3
4,5
3,7
5,9
0,113
Faixa etária (anos)
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85 ou +
254 (23,6)
204 (18,9)
224 (20,8)
196 (18,2)
134 (12,4)
66 (6,17)
12,2
10,3
14,3
13,8
12,7
22,7
34,3
31,4
38,4
31,6
38,8
24,2
42,5
50,0
37,9
44,9
40,3
43,9
4,7
1,5
5,4
4,1
3,7
7,6
6,3
6,9
4,0
5,6
4,5
1,5
0,140
Cor
Branca
Preta
Amarela
Parda
893 (83,1)
117 (10,9)
6 (0,6)
58 (5,4)
13,8
10,3
16,7
12,1
34,6
29,9
33,3
34,5
42,9
47,0
33,3
43,1
3,9
5,1
16,7
5,2
4,8
7,7
0,0
5,2
0,855
Local de nascimento
Meio Urbano
Meio Rural
666 (62,7)
397 (37,3)
13,7
12,8
36,3
29,5
41,7
45,8
4,4
4,0
3,9
7,8
0,020
Escolaridade
Nunca estudou
1º grau incompleto
1º grau completo
2º grau completo
Superior
124 (11,6)
591 (55,2)
140 (13,1)
126 (11,8)
89 (8,3)
5,6
12,0
18,6
17,5
19,1
15,3
29,9
40,7
46,0
57,3
54,8
48,2
34,3
35,7
19,1
9,7
4,1
2,9
0,8
4,5
14,5
5,8
3,6
0,0
0,0
<0,00
1
Estado civil
Solteiro(a)
Casado(a)
Viúvo(a)
Separado(a)
166 (15,4)
393 (36,5)
422 (39,2)
95 (8,8)
15,7
14,0
12,1
11,6
33,1
35,6
32,0
37,9
40,4
41,2
47,4
37,9
3,6
3,6
4,5
6,3
7,2
5,6
4,0
6,3
0,606
Última renda pessoal
Sem renda própria
Até 1 salário mínimo
Até 3 salários mínimos
Até 6 salários mínimos
Mais de 6 salários
mínimos
61 (6,0)
316 (31,0)
317 (31,1)
194 (19,0)
131 (12,9)
6,6
9,5
14,5
12,9
20,6
36,1
22,8
29,3
47,9
49,6
34,4
52,8
47,9
35,1
26,7
4,9
6,0
4,7
2,1
1,5
18,0
8,9
3,5
2,1
1,5
<0,00
1
Renda mensal familiar
Até 2 salário mínimo
Até 5 salários mínimos
Até 8 salários mínimos
Mais de 8 salários
mínimos
269 (31,7)
326 (38,4)
111 (13,1)
142 (16,7)
10,4
13,5
13,5
19,7
23,4
30,1
38,7
53,5
52,0
45,4
40,5
26,1
5,9
4,6
2,7
0,7
8,2
6,4
4,5
0,0
<0,00
1
TOTAL 1078 (100) 13,3 34,0 43,2 4,2 5,3 -------
36
Tabela 2 - Distribuição de variáveis relacionadas à saúde em uma amostra aleatória de
1078 idosos (idade 60 anos) do município de Porto Alegre e comparação
da autopercepção de saúde entre as categorias dessas variáveis
Autopercepção da Saúde (%)
Variáveis relacionadas à saúde N (%)
Ótima Boa Regular Má Péssima
P
Internação hospitalar no últi-
mo ano
Não
Uma vez
Mais de 1 vez
882 (82,4)
138 (12,9)
51 (4,8)
14,2
11,6
2,0
36,5
23,9
21,6
40,6
54,3
54,9
4,0
5,8
3,9
4,8
4,3
17,6
<0,001
Fratura após 50 anos não sen-
do por acidente de trânsito
Sim
Não
214 (20,2)
847 (79,8)
11,7
13,8
31,3
34,8
44,9
42,9
6,1
3,3
6,1
5,2
0,288
Prática de atividade física re-
gular nos últimos 3 meses
Não
1-3 vezes/semana
Mais de 3 vezes/semana
679 (63,3)
226 (21,1)
168 (15,7)
9,9
14,6
25,0
28,4
42,0
45,8
48,6
39,4
26,8
6,0
1,8
0,0
7,1
2,2
2,4
<0,001
Situação atual da visão
Ruim/péssima
Regular
Boa/ótima
227 (21,1)
430 (39,9)
421 (39,1)
7,0
12,1
17,8
17,6
33,0
43,9
48,0
48,1
35,6
12,8
2,8
1,0
14,5
4,0
1,7
<0,001
Situação atual da audição
Ruim/péssima
Dificuldade mínima
Sem problemas
149 (13,9)
245 (22,9)
678 (63,2)
8,7
10,2
15,2
22,8
34,3
36,4
52,3
45,3
40,7
7,4
3,7
3,5
8,7
6,5
4,1
0,001
Dificuldade para mastigar
Sim
Não
251 (23,6)
812 (76,4)
7,2
14,7
23,5
37,4
51,0
41,1
7,6
3,1
10,8
3,7
<0,001
Dificuldade para controlar
urina ou fezes
Sim
Não
107 (10,3)
935 (89,7)
4,7
14,1
19,6
35,6
59,8
41,6
3,7
4,3
12,1
4,4
<0,001
Dificuldade para se movi-
mentar
Sim
Não
233 (21,9)
831 (78,1)
6,0
15,2
15,9
39,2
54,9
40,0
11,6
2,0
11,6
3.6
<0,001
Necessidade de auxílio para
as atividades diárias
Sim
Não
309 (28,7)
769 (71,3)
10,4
14,4
25,9
37,3
47,6
41,5
7,4
2,9
8,7
3,9
<0,001
Mais que 3 sintomas relacio
-
nados a depressão
Sim
Não
299 (27,9)
774 (72,1)
7,4
15,6
15,4
41,5
53,2
39,3
10,4
1,6
13,7
2,1
<0,001
37
Em relação aos problemas de saúde, onde foram investigadas a presença ou
ausência de determinada doença ou problema de saúde apresentado nos últimos 6
meses, pode-se verificar que a condição mais freqüente entre os idosos foi a
pressão alta, presente em 52,4%, seguido por problema de coluna (42,0%) e
reumatismo (38,3%), enquanto que, as menos prevalentes foram isquemia cerebral
(4,8%), pneumonia (4,8%) e câncer (4,2%). Das doenças ou problemas de saúde
que referiram ter tido nos últimos 6 meses, doenças de pele, problemas de próstata
e câncer não modificaram a auto percepção de saúde desses idosos. Todas as
demais, relacionadas na tabela 3, fizeram com que as pessoas percebessem de
forma pior a sua saúde. Podemos verificar que, na ausência de reumatismo, por
exemplo, 57,3% dos idosos se auto-avaliaram como tendo saúde boa ou ótima,
enquanto que, na presença de reumatismo, apenas 32,3% se colocaram nessa
situação de saúde. Por outro lado, entre os que referiram doença renal, 32,6% se
auto-avaliaram como tendo saúde má ou péssima, freqüência bem maior que
daqueles que não referiram doença renal (6,7%).
Uso de óculos ou lente, aparelho auditivo, prótese dentária e bengala não
estiveram, entre os idosos, associados a melhor ou pior autopercepção de saúde
(tabela 4). Já a utilização de muleta fez com que a saúde fosse percebida menos
freqüentemente como boa ou ótima, sem, no entanto, aumentar sua percepção
como má ou péssima. Na abordagem referente à investigação da necessidade de
auxílio em algumas atividades da vida diária, conforme consta também na tabela 4,
pode-ser observar que, a maior necessidade de auxílio ocorreu nas atividades da
casa, com 26,1%. A menor necessidade ocorreu no auxílio para alimentar-se,
informado por 2,1% dos idosos. Todas as necessidades de auxílio para as
atividades de vida diária que foram pesquisadas mostraram uma associação
significativa com a autopercepção de saúde.
Todas as respostas relacionadas a sintomas depressivos que foram
realizadas, como pode ser observado na tabela 5, mostraram uma associação
significativa com a autopercepção de saúde, com p<0,001.
38
Tabela 3 - Freqüência de problemas de saúde nos últimos seis meses referidos em
uma amostra aleatória de 1078 idosos (idade 60 anos) do município de
Porto Alegre e a comparação da autopercepção de saúde entre a
presença e a ausência do problema
Autopercepção da Saúde (%)
Problemas de saúde N (%)
Ótima Boa Regular Péssima
P
Reumatismo
Sim
Não
403 (38,3)
650 (61,7)
7,2
17,5
25,1
39,8
51,9
37,4
6,5
2,8
9,4
2,5
<0,001
Bronquite
Sim
Não
189 (17,9)
866 (82,1)
7,4
14,8
23,8
36,5
50,3
41,2
5,8
3,7
12,7
3,8
<0,001
Pressão alta
Sim
Não
558 (52,4)
506 (47,6)
8,4
18,6
32,3
36,2
47,8
38,1
4,8
3,2
6,6
4,0
<0,001
Varizes
Sim
Não
246 (23,2)
815 (76,8)
6,5
15,5
29,3
35,3
50,0
41,2
6,1
3,4
8,1
4,5
<0,001
Diabete Melito
Sim
Não
190 (18,0)
865 (82,0)
5,3
15,3
23,2
36,8
56,8
40,0
5,8
3,8
8,9
4,2
<0,001
Isquemia cerebral
Sim
Não
52 (4,8)
1023 (95,2)
3,8
13,6
25,0
34,6
48,1
42,9
9,6
3,9
13,5
4,8
0,003
Doença de pele
Sim
Não
129 (12,1)
939 (87,9)
10,9
13,6
27,1
35,3
47,3
42,4
7,8
3,7
7,0
5,0
0,070
Problema de coluna
Sim
Não
448 (42,0)
619 (58,0)
6,7
18,3
25,9
39,6
53,6
35,9
6,0
2,9
7,8
3,4
<0,001
Gastrite/Úlcera gástrica
Sim
Não
246 (23,1)
818 (76,9)
8,5
14,9
27,2
36,1
48,8
41,4
5,7
3,8
9,8
3,8
<0,001
Infecção urinária
Sim
Não
161 (15,0)
909 (85,0)
8,1
14,2
20,5
36,5
50,9
41,8
6,2
3,9
14,3
3,6
<0,001
Pneumonia
Sim
Não
51 (4,8)
1019 (95,2)
9,8
13,3
15,7
35,1
58,8
42,5
5,9
4,1
9,8
4,9
0,022
Doença renal
Sim
Não
95 (9,0)
961 (91,0)
2,1
14,6
15,8
36,3
49,5
42,4
13,7
3,1
18,9
3,6
<0,001
Problema de coração
Sim
Não
293 (28,0)
754 (72,0)
8,9
15,4
19,5
39,9
56,7
37,5
7,2
2,8
7,8
4,4
<0,001
Problema de próstata
Sim
Não
42 (14,4)
250 (85,6)
11,9
18,0
33,3
37,2
42,9
39,6
9,5
1,6
2,4
3,6
0,051
Osteoporose
Sim
Não
241 (24,3)
752 (75,7)
5,4
16,6
22,8
38,4
52,7
39,4
7,9
2,4
11,2
3,2
<0,001
Câncer
Sim
Não
45 (4,2)
1016 (95,8)
13,3
13,5
28,9
34,6
40,0
43,2
11,1
3,5
6,7
5,1
0,130
Outro problema de saúde
Sim
Não
199 (19,9)
801 (80,1)
7,5
14,7
30,2
34,3
45,7
42,9
8,5
3,1
8,0
4,9
<0,001
39
Tabela 4 - Freqüência da necessidade de utilização de aparelhos ou de auxílio para
as atividades da vida diária em uma amostra aleatória de 1078 idosos
(idade 60 anos) do município de Porto Alegre e a comparação da
autopercepção de saúde entre a presença e a ausência da necessidade
Autopercepção da Saúde (%)
Necessidades da vida diária N (%)
Ótima Boa Regular Péssima
P
Óculos ou lente de contato
Sim
Não
892 (82,7)
186 (17,3)
13,1
14,0
35,5
26,9
42,6
46,2
3,6
7,0
5,2
5,9
0,079
Aparelho auditivo
Sim
Não
47 (4,4)
1031 (95,6)
17,0
13,1
29,8
34,2
38,3
43,5
8,5
4,0
6,4
5,2
0,495
Prótese dentária
Sim
Não
635 (58,9)
443 (41,1)
11,5
15,8
34,8
33,0
43,5
40,8
4,7
3,4
5,5
5,0
0,268
Muleta
Sim
Não
26 (2,4)
1052 (97,6)
3,8
13,5
7,7
34,7
84,6
42,2
0,0
4,3
3,8
5,3
0,001
Bengala
Sim
Não
36 (3,3)
1042 (96,7)
2,8
13,6
44,4
33,7
41,7
43,3
5,6
4,1
5,6
5,3
0,346
Necessita de auxílio para ati
-
vidades da casa
?
Sim
Não
278 (26,1)
789 (73,9)
10,4
14,4
26,3
37,1
47,1
41,6
6,8
2,9
9,4
3,9
<0,001
Necessita de auxílio para to-
mar remédio
?
Sim
Não
66 (6,2)
1002 (93,8)
4,5
13,7
19,7
35,2
50,0
42,9
12,1
3,5
13,6
4,7
<0,001
Necessita de auxílio para hi
-
giene
?
Sim
Não
44 (4,1)
1028 (95,9)
6,8
13,6
15,9
34,9
52,3
42,8
11,4
3,7
13,6
5,0
0,001
Necessita de auxílio para ali-
mentar-se
?
Sim
Não
23 (2,1)
1048 (97,9)
13,0
13,3
8,7
34,7
65,2
42,7
0,0
4,1
13,0
5,2
0,031
Necessita de auxílio para se
movimentar
?
Sim
Não
56 (5,2)
1015 (94,8)
8,9
13,6
8,9
35,5
53,6
42,7
12,5
3,5
16,1
4,7
<0,001
40
Tabela 5 - Freqüência das respostas de questões relacionadas a sintomas
depressivos em uma amostra aleatória de 1078 idosos (idade 60 anos)
do município de Porto Alegre e a comparação da autopercepção de saúde
entre as respostas de cada questão
Autopercepção da Saúde (%)
Questões N (%)
Ótima Boa Regular Péssima
P
Sua vida é cheia de aconte-
cimentos interessantes
?
Sim
Não
560 (52,1)
515 (47,9)
13,9
12,6
40,4
27,4
38,8
48,0
3,0
5,2
3,9
6,8
<0,001
Já teve vontade de abando-
nar o lar
?
Sim
Não
232 (21,6)
840 (78,4)
12,9
13,5
25,9
36,5
43,1
43,1
5,6
3,6
12,5
3,3
<0,001
Já teve a sensação de que
ninguém o(a) entende
?
Sim
Não
296 (27,6)
777 (72,4)
11,1
14,0
18,6
40,2
53,7
39,3
6,1
3,2
10,5
3,3
<0,001
Já teve períodos que não a-
agüentava mais?
Sim
Não
209 (19,5)
862 (80,5)
8,6
14,4
19,1
37,9
50,2
41,4
9,1
2,8
12,9
3,5
<0,001
Tem sono agitado ou con
-
turbado
?
Sim
Não
290 (27,0)
784 (73,0)
9,7
14,7
27,9
36,5
48,6
41,2
5,2
3,6
8,6
4,1
<0,001
É feliz na maior parte do tem-
po
?
Sim
Não
955 (89,0)
118 (11,0)
14,3
5,1
35,7
22,0
42,4
49,2
3,4
9,3
4,2
14,4
<0,001
Sente que o mundo ou as
pessoas estão contra voce
?
Sim
Não
117 (11,0)
948 (89,0)
11,1
13,7
16,2
36,5
48,7
42,3
6,8
3,7
17,1
3,8
<0,001
Você se sente inútil?
Sim
Não
206 (19,2)
865 (80,8)
5,8
15,1
18,0
38,0
53,4
40,7
9,7
2,7
13,1
3,5
<0,001
Nos últimos anos, se sente
bem na maior parte do tempo
?
Sim
Não
916 (85,6)
154 (14,4)
14,2
8,4
37,0
18,2
42,4
46,8
2,6
12,3
3,8
14,3
<0,001
Tem problemas de dores de
cabeça
?
Sim
Não
249 (23,2)
824 (76,8)
5,6
15,7
21,3
38,0
52,6
40,4
7,2
3,0
13,3
2,9
<0,001
Se sente fraco na maior par-
te do tempo
?
Sim
Não
235 (21,9)
838 (78,1)
4,3
15,9
13,6
40,0
54,0
40,1
11,9
1,8
16,2
2,3
<0,001
41
A tabela 6 mostra a força de associação das variáveis, separadas em grupos,
com o desfecho, categorizado de duas formas (saúde boa ou ótima: sim ou não;
saúde má ou péssima: sim ou não). Podemos observar que, entre as variáveis
demográficas, a escolaridade e a renda tiveram forças de associação semelhantes e
importantes (OR de aproximadamente 3), com as duas formas de variáveis desfecho.
Entre as variáveis descritas como variáveis relacionadas à saúde, sintomas
depressivos foi a que apresentou maior força de associação com autopercepção de
saúde. A presença de mais que três questões que eram relacionadas com
depressão mostrou um OR de 8,45 para definir saúde má ou péssima e a ausência
de mais que três questões mostrou um OR de 4,5 para saúde boa ou ótima. Esta
variável foi seguida por dificuldade para movimentar-se para enxergar como variável
com maior força de associação, tanto sua ausência relacionada com saúde boa ou
ótima, quanto sua presença relacionada com saúde má ou péssima.
A ausência de internação no último ano mostrou uma associação com saúde
boa ou ótima. No entanto, a presença de internação no último ano não esteve
associada de forma significativa com saúde má ou péssima. Isto mostra que o fato
de ter sido internado no último ano faz com que menos frequentemente refiram uma
saúde boa ou ótima, sem, no entanto, aumentar, significativamente, a freqüência
com que refiram saúde má ou péssima.
Em relação às doenças ou problemas de saúde, doença renal foi a que
mais fortemente se relacionou com a autopercepção de saúde, seguida por
osteoporose e reumatismo. Problema de coração e de coluna e diabetes
mostraram uma maior associação da ausência com maior freqüência de
autopercepção de saúde boa ou ótima que da presença com maior freqüência de
saúde má ou péssima. As doenças com menor força de associação foram gastrite
ou úlcera, varizes e pressão alta.
Das necessidades de auxílio, observamos que para movimentar-se foi a que
apresentou maior associação com a autopercepção de saúde, o que é visto também
na grande força de associação entre a não necessidade de muleta e saúde boa ou
ótima (OR=7,13). Muito menos frequentemente o idoso referia saúde boa ou ótima
quando necessitava de muleta. Por outro lado, tal necessidade não aumentou a
freqüência de relato de saúde má ou péssima. De forma contrária, a necessidade de
auxílio para tomar remédio aumentou mais a freqüência de saúde má ou péssima
que a ausência dessa necessidade aumentou a freqüência de saúde boa ou ótima.
42
Tabela 6 - Variáveis associadas a autopercepção de saúde, dicotomizada em saúde
boa ou ótima (sim ou não) e saúde má ou péssima (sim ou não) em uma
amostra aleatória de 1078 idosos (idade 60 anos) do município de Porto
Alegre, ordenadas pela força de associação medida pelo odds ratio (OR)
SAÚDE BOA OU ÓTIMA SAÚDE MÁ OU PÉSSIMA
VARIÁVEL OR IC 95% VARIÁVEL OR IC 95%
Variáveis Demográficas
1o.grau completo 3,00 2,30-3,91 Renda baixa 3,66 2,08-6,44
Renda elevada 2,99 2,30-3,89 1o.grau incompleto 3,42 1,92-6,10
Meio urbano 1,36 1,06-1,75 Sexo feminino 1,55 0,94-2,56
Sexo masculino 1,33 1,02-1,74 Meio rural 1,49 0,99-2,25
Variáveis Relacionadas à Saúde
Três sintomas de depressão
ou menos
4,52 3,33-6,14
Mais de 3 sintomas de
depressão
8,45 5,33-13,4
Sem dificuldade para se
movi-mentar
4,26 3,03-5,98 Visão ruim 7,62 4,95-11,73
Visão regular ou boa 3,49 2,51-4,86
Dificuldade para se
movimentar
5,03 3,29-7,69
Sem dificuldade para
controlar urina ou fezes
3,08 1,95-4,88 Não pratica atividade física 4,42 2,44-8,02
Pratica atividade física 2,71 2,10-3,50 Dificuldade para mastigar 3,09 2,03-4,71
Sem dificuldade para
mastigar
2,46 1,82-3,32
Necessidade de auxílio Para
as atividades diárias
2,66 1,76-4,03
Sem internação no último
ano
2,16 1,55-3,01
Dificuldade para controlar
urina ou fezes
1,99 1,13-3,51
Sem necessidade de auxílio
para atividades diárias
1,89 1,44-2,48 Problemas de audição 1,71 1,13-2,58
Sem problemas de audição 1,63 1,27-2,09 Internação no último ano 1,59 0,99-2,58
Problemas de Saúde
Sem doença renal 4,75 2,77-8,15 Doença renal 6,68 4,06-10,98
Sem problema de coração 3,13 2,34-4,19 Osteoporose 3,99 2,55-6,24
Sem osteoporose 3,12 2,27-4,27 Reumatismo 3,42 2,21-5,29
Sem problema de coluna 2,84 2,20-3,66 Infecção urinária 3,19 2,02-5,03
Sem reumatismo 2,83 2,18-3,67 Isquemia cerebral 3,15 1,59-6,22
Sem diabetes 2,73 1,94-3,85 Bronquite 2,80 1,79-4,37
Sem infecção urinária 2,57 1,78-3,71 Problema de coluna 2,39 1,57-3,64
Sem bronquite 2,32 1,66-3,24 Problema de coração 2,29 1,50-3,50
Sem isquemia cerebral 2,31 1,25-4,27 Gastrite ou úlcera 2,23 1,45-3,43
Sem gastrite ou úlcera 1,87 1,39-2,51 Diabetes 1,99 1,25-3,19
Sem varizes 1,85 1,38-2,49 Varizes 1,91 1,23-2,97
Sem pressão alta 1,76 1,38-2,25 Pressão alta 1,69 1,10-2,59
Necessidades de Auxílio para as Atividades Diárias
Não necessita muleta 7,13 2,13-23,90
Necessita de auxílio para se
movimentar
4,43 2,38-8,25
Não necessita de auxílio
para se movimentar
4,43 2,21-8,88
Necessita de auxílio para
tomar remédio
3,89 2,14-7,07
Não necessita de auxílio
para se alimentar
3,32 1,23-9,01
Necessita de auxílio para a
higiene
3,52 1,72-7,20
Não necessita de auxílio
para a higiene
3,21 1,57-6,56
Necessita de auxílio para as
atividades de casa
2,63 1,72-4,01
Não necessita de auxílio
para tomar remédio
2,99 1,68-5,32
Necessita de auxílio para se
alimentar
1,47 0,43-5,04
Não necessita de auxílio
para atividades de casa
1,84 1,39-2,43 Necessita muleta 0,38 0,05-2,81
43
9 DISCUSSÃO
Atualmente o mundo tem presenciado um crescimento cada vez mais
consistente da população idosa, principalmente nos países em desenvolvimento
como o Brasil. Desta forma, o envelhecimento humano implica em maior prevalência
de doenças crônico-degenerativas, afetando desta forma, a qualidade de vida do
idoso. Assim, instrumentos capazes de mensurar a autopercepção de saúde neste
grupo populacional se tornam importantes, auxiliando também em programas de
intervenção para a melhoria das condições gerais de saúde.
9.1 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E DADOS
DEMOGRÁFICOS: IDADE, SEXO, E ESTADO CONJUGAL
Dentre os determinantes demográficos, a idade é considerada por muitos
pesquisadores como um fator fundamental da saúde no idoso.
28,71
Algumas
pesquisas ressaltam a associação entre idade e a autopercepção de saúde dos
idosos. As evidências mais recentes sugerem que o avançar da idade implica em um
aumento da probabilidade do relato de problemas de saúde pelos indivíduos.
28,71
Ferraro et al. em 1997 concluíram que o aumento da idade entre as pessoas
idosas estava relacionado a uma percepção da saúde ruim.
64
Denton e Walters em
1999 conduziram um estudo utilizando os dados do National Population Health
Survey NPHS, com o objetivo de medir o estado de saúde dos indivíduos
canadenses, em 1994. As autoras encontraram que a idade é um significativo
determinante da autopercepção de saúde em ambos os sexos, sendo que tanto os
homens quanto as mulheres idosas não percebem a saúde deles como boa ou
excelente, embora haja diferença em relação ao preditor de saúde nos dois sexos.
65
Os resultados de Baron-Epel e Kaplan em 2001 obtidos de uma pesquisa
transversal, em 1998, com indivíduos israelenses de 45 a 75 anos, mostraram que a
autopercepção de saúde é correlacionada negativamente com a idade.
34
Uma
pesquisa sobre desigualdades na autopercepção do estado de saúde e suas
determinações, realizada no Brasil, com base nos dados da Pesquisa Nacional por
44
Amostra Domiciliar (PNAD-98), revelou que a probabilidade dos indivíduos
classificarem o estado de saúde como ruim aumenta significativamente a partir dos
65 anos de idade, sendo a idade, desta forma, o determinante mais importante do
estado de saúde autopercebido.
67
Por sua vez, um estudo realizado com 677
indivíduos com 65 anos e mais na cidade de Madrid (Espanha) mostrou que a
autopercepção do estado de saúde como ruim tende a diminuir com o avançar da
idade, sendo que os idosos de 85 anos e mais avaliam a sua saúde melhor do que
os idosos de 65 a 74 anos.
68
Assim, como a autopercepção de saúde varia com a
idade, esta variável deve ser incluída em pesquisas que investigam o estado de
saúde do indivíduo, principalmente do idoso.
Um outro fator diretamente relacionado à saúde dos idosos é o sexo. Os
estudos destacam que os homens apresentam maiores taxas específicas de
mortalidade, ao passo que as mulheres apresentam um estado de saúde mais
precário.
74
De acordo com Verbrugge em 1985, as mulheres têm maiores taxas de
morbidade, mas os homens se deparam com condições que são, freqüentemente,
mais severas, como as doenças crônicas fatais. A desigualdade de sexo exibe uma
influência na saúde e no bem-estar porque afeta determinantes de saúde, incluindo
a educação, a ocupação, a renda, as redes sociais, o ambiente físico e social e os
serviços de saúde. Apesar disso, alguns autores argumentam que as pessoas
idosas tem sido negligenciadas em pesquisas em relação a diferenças de gênero na
área da saúde em relação a outros estágios da vida, sendo este um achado
paradoxal, visto que nas fases mais tardias da vida ocorre uma maior procura pelos
serviços de saúde.
78
Segundo Arber e Ginn em 1993, a análise de dados da pesquisa domiciliar
geral britânica demonstra poucas diferenças entre os idosos do sexo masculino e
feminino na avaliação subjetiva de saúde, com as mulheres avaliando a sua saúde
como menos positiva em relação à saúde dos homens.
28
Kubzansky et al. em 1998
realizaram um trabalho utilizando os dados do MacArthur Research Network on
Successful Aging Community Study, com uma amostra de idosos entre 70 a 79 anos
residentes em três cidades americanas, objetivando investigar a associação do nível
educacional com uma variedade de fatores de risco para saúde ruim e concluíram
que os homens idosos avaliaram a saúde deles melhor do que as mulheres.
69
O
estudo de Mcdonough e Walters em 2001 também encontraram que os homens
apresentaram maior probabilidade de relatarem uma boa autopercepção do estado
45
de saúde quando comparados às mulheres. Os autores colocam que essa condição
deve motivar investigações detalhadas sobre fatores relacionados ao sexo na
avaliação da autopercepção do estado de saúde do idoso.
72
O estudo de Zimmer e Amornsirisomboon em 2001, com base nos dados de
uma pesquisa com idosos da Tailândia, em 1994, conduzida pelo National Statistical
Office of Thailand, que consiste de uma amostra representativa da população de 50
anos e mais, apontou que as mulheres declararam mais prejuízos na saúde do que
os homens.
71
McDonough e Walters em 2001 examinaram as diferenças de sexo na
autopercepção de saúde. Os resultados indicaram que as mulheres avaliaram a
saúde delas como inferior (cerca de 2%) em relação à saúde dos homens.
72
Por
outro lado, um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou uma melhor
autopercepção de saúde das mulheres, em comparação aos homens.
73
Conforme
Lahelma et al. em 1999, existe uma similaridade na autopercepção de saúde entre
os idosos do sexo masculino e feminino. Para Arber e Cooper em 1999, as mulheres
idosas são mais prováveis de relatarem uma boa saúde do que os homens,
sugerindo o aparecimento de um novo paradoxo entre os idosos no qual, ao analisar
questões relacionadas à saúde dos idosos, é essencial levar em consideração o
sexo como base de diferenciação.
78
O estado de saúde dos idosos difere também sistematicamente de acordo
com o estado conjugal, em ambos os sexos.
80
Estar casado parece ser a condição
mais favorável.
71
Hu e Goldman em 1990 observaram que nos Estados Unidos e em
outros países industrializados, as pessoas casadas desfrutavam de melhor saúde e
menores taxas de mortalidade em relação às solteiras, viúvas e divorciadas.
Segundo Hahn em 1993, o casamento está relacionado a uma melhor
autopercepção de saúde entre as mulheres, sendo que as casadas mostram
marcadores de saúde melhorados em relação às não-casadas no que se refere à
autopercepção de saúde. Desta forma, os idosos divorciados e separados mostram,
freqüentemente, uma pobre autopercepção da saúde. Mais recentemente, GRUNDY
(2001) enfatiza que o estado conjugal e saúde mostram que o indivíduo casado
apresenta melhor saúde, seguido pelo solteiro, o viúvo e, então, o divorciado.
Segundo Alves existem pesquisas que mostram resultados sugerindo que a
viuvez poderia exercer um efeito protetor na autopercepção negativa do estado de
saúde dos idosos.
109
De acordo com esses estudos, os viúvos experimentam mais
autonomia, independência e liberdade, que poderiam ter sido reprimidas durante a
46
vida em união conjugal, contribuindo diretamente para uma considerável melhora na
autopercepção do estado de saúde.
109
É possível que aspectos culturais ou
metodológicos possam auxiliar na explicação dessas diferenças.
Outras investigações sugerem que a viuvez contribuiria negativamente no
marcadores de saúde, pois os viúvos poderiam apresentar maiores problemas de
saúde e taxas específicas de mortalidade.
81
Goldman et al. em 1995 destacaram a
existência de dois processos responsáveis por esses diferenciais. O primeiro é a
proteção do casamento: um conjunto de mecanismos causais, consistindo de fatores
ambientais, sociais e psicológicos tornam o estado de casado mais saudável do que
os demais.
81
Porém, alguns autores apontam para diferentes resultados com relação à
autopercepção de saúde e o estado conjugal entre os idosos. Segundo Cott et al.
em 1999, a situação de casado diminui as chances dos idosos avaliarem a saúde
como boa ou excelente.
92
Goldman et al. em 1995 sugerem que o estado conjugal é
de fato relacionado com a autopercepção de saúde e a sobrevivência nas idades
mais avançadas.
81
Ainda, a viuvez é associada com uma saúde deteriorada, mas
isto não é aplicado para as pessoas solteiras ou divorciadas, sendo que as mulheres
solteiras apresentavam melhor saúde do que as casadas.
81
9.2 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E DADOS
SOCIOECONÔMICOS: EDUCAÇÃO E RENDA
Dentre as diversas variáveis relacionadas com a condição de saúde, a situação
socioeconômica desempenha um papel fundamental na determinação da saúde dos
indivíduos. Entretanto, até recentemente, algumas pesquisas ignoravam o impacto
da
condição social e econômica nas idades mais avançadas. Para alguns autores, o
efeito do status socioeconômico na saúde é conseqüência de uma interação de
mecanismos psicológicos e sociológicos, como o comportamento, o suporte social, o
stress, os fatores ambientais e o acesso aos cuidados médicos.
75
Os diferenciais socioeconômicos na saúde persistem e em alguns casos
aumentam com o avançar da idade.
76,77,78
As pesquisas realizadas em países
desenvolvidos mostram uma melhor condição socioeconômica nos indivíduos destes
47
países em relação aos seus marcadores de saúde.
78,80
No entanto, os efeitos das
desigualdades sociais na saúde dos idosos brasileiros e de outros países em
desenvolvimento ainda estão em investigação.
56
De acordo com a literatura há estudos que consideram a renda elevada um
indicador para a classificação de uma boa autopercepção do estado de
saúde.
28,71,109
Conforme Goldman et al. em 1995, numerosos estudos têm mostrado
que um baixo status socioeconômico é associado com uma saúde deficiente e um
elevado risco de mortalidade.
81
Os resultados de Cheng et al. em 2002 demonstram
que as condições econômicas estão significativamente relacionadas com a
autopercepção de saúde. Ou seja, as pessoas que relatam sua situação financeira
como insuficiente apresentam uma pobre percepção da saúde.
83
Os indicadores da situação socioeconômica são freqüentemente
operacionalizados pela educação e a renda. Essas variáveis fazem referência a um
aspecto específico da saúde. A educação, por exemplo, estimula o acesso às
informações e a prática de comportamentos saudáveis.
69
A renda favorece o acesso
aos serviços médicos. Isso sugere que a educação e a renda influenciam
diretamente a saúde.
71
A literatura sugere uma relação positiva entre educação e saúde dos idosos,
apesar dessa associação declinar com a idade em determinadas pesquisas.
84,85
A baixa renda atua nos indivíduos de forma negativa para a adoção de um
comportamento saudável no ambiente domiciliar e para o acesso aos serviços e
recursos materiais exigidos para os cuidados em saúde. Idosos mais pobres
procuram em menor número os serviços de saúde, possuem pouca adesão aos
tratamentos e têm pouco acesso aos medicamentos.
52,56,109
Desta forma, estes
achados poderiam explicar porque os idosos em situação socioeconômica mais
precária apresentam uma autopercepção de saúde menos favorável em relação
aqueles cuja condição social se apresenta em situação mais vantajosa, como
demonstrado no presente estudo.
A educação determina diversas vantagens para a saúde, pois indivíduos com
nível educacional mais elevado encontram-se menos propensos a se exporem aos
fatores de risco para doenças.
89,109
Melhor nível educacional poderia favorecer o
acesso às informações, à modificação do estilo de vida, à adoção de hábitos
saudáveis, à procura pelos serviços de saúde, ao ingresso em atividades que
48
priorizam a promoção da saúde e, especialmente, o seguimento correto das
orientações relacionadas à obtenção de melhor qualidade de vida.
86,109
Ross e Wu em 1996 encontraram uma correlação significativa entre educação
e a autopercepção de saúde.
86
Nesse estudo, a percepção de saúde dos indivíduos
com maior nível educacional foi melhor entre os grupos etários mais avançados.
86
Para Arber e Ginn em 1993, os idosos de baixa renda relataram uma condição de
saúde ruim.
28
Ecob e Davey Smith em 1999 apresentaram dados confirmando uma
estreita associação entre renda e saúde.
87
Lima-Costa et al. em 2003 utilizaram os
dados da PNAD de 1998 para examinar a influência da situação socioeconômica em
uma amostra de 19.068 indivíduos com 65 anos e mais, representativos da
população brasileira, e encontraram que os idosos com renda mais baixa
apresentaram uma pior percepção da saúde.
56
Conforme Zimmer e Amornsirisomboon em 2001, a educação e a renda são
fortes indicadores da autopercepção de saúde entre os idosos, ou seja, a redução
dos níveis de educação e renda acarreta um aumento na probabilidade destas
pessoas perceberem sua saúde como menos favorável.
71
Assim, como o estado de
saúde declina com a redução do nível socioeconômico, torna-se apropriado analisar
as condições sociais e econômicas, por meio da educação e da renda, em
pesquisas que visam estabelecer o estado de saúde do indivíduo.
85,88
9.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E DOENÇAS CRÔNICAS
A
presença de doenças crônicas é um outro fator que tem uma associação
positiva com a autopercepção de saúde na maioria dos estudos da população idosa.
Pijls et al. em 1993 argumentaram que a prevalência de doenças crônicas é
um importante determinante da autopercepção de saúde.
89
Ferraro et al. em 1997
observaram um declínio na autopercepção da saúde entre os idosos que possuíam
um maior número de condições crônicas.
64,89
Os resultados de Damian et al. em
1999 apontam que as doenças crônicas são fortemente relacionadas com uma
autopercepção de saúde ruim entre os idosos, indicando que um aumento no
número das doenças eleva a probabilidade do indivíduo perceber a sua saúde de
forma negativa.
68
Um estudo realizado por Orfila et al. em 2000, com base nos
49
dados do Health Interview Survey, com indivíduos de 65 anos ou mais, não-
institucionalizados, residentes na cidade de Barcelona (Espanha), evidenciou que as
doenças crônicas são importantes determinantes do declínio da autopercepção do
estado de saúde do idoso.
91
A pesquisa de Molarius e Janson em 2002 analisou o
impacto das doenças crônicas na autopercepção de saúde. Os autores utilizaram
dados de um questionário obtidos por meio de correspondência, de uma amostra
representativa da população da Suécia em 2000. Os resultados indicaram que as
doenças crônicas são podem estar relacionadas com uma pobre percepção de
saúde entre os idosos. Mas, outros estudos têm demonstrado que as pessoas
portadoras de algum tipo de doença crônica também podem relatar uma boa
saúde.
92
Cott et al. colocam que, os dados de uma pesquisa de saúde realizada no
Canadá, em 1990, mostraram que 79% dos indivíduos que reportaram a presença
de doenças crônicas classificaram sua saúde como sendo boa ou excelente.
92
Diante desse contexto, torna-se necessário analisar a influência da presença
de doenças crônicas na autopercepção de saúde dos idosos.
9.4 ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E CAPACIDADE
FUNCIONAL, AVALIADA PELAS AVDS E INCAPACIDADES
A incapacidade funcional define-se pela presença de dificuldade no
desempenho de atividades da vida cotidiana, ou mesmo, pela impossibilidade de
desempenhá-las.
Uma outra maneira de conceituar o estado de saúde é por meio da
capacidade funcional, que se refere à potencialidade para desempenhar as AVDs
(atividades da vida diária).
94
Já a incapacidade funcional é definida pela presença de
dificuldade no desempenho de atividades de vida diária ou mesmo pela
impossibilidade de desempenhá-las. A capacidade funcional é vista como um fator
determinante de saúde, qualidade de vida e mortalidade entre os idosos e
particularmente útil no contexto do envelhecimento, porque envelhecer mantendo
todas as funções não significa problema para o indivíduo ou sociedade.
27,89,96,97,98
O
problema se inicia quando as funções começam a deteriorar.
50
As AVDs, AIVDs e mobilidade são as medidas freqüentemente utilizadas para
avaliar a capacidade funcional do indivíduo. As AVDs consistem nas tarefas de auto-
cuidado, como tomar banho, vestir-se, alimentar-se, deitar/levantar da cama, usar o
sanitário. As AIVDs são tarefas mais adaptativas, como, por exemplo, fazer
compras, telefonar, realizar tarefas domésticas, preparar uma refeição. A mobilidade
se refere à capacidade de sair da residência.
94
A dependência funcional é um
componente do modelo teórico da autopercepção de saúde.
99
A literatura destaca a
capacidade funcional como um indicador do modo como as pessoas avaliam o seu
estado geral de saúde. Segundo Damian et al. a capacidade funcional é um robusto
determinante da autopercepção de saúde entre os idosos.
68
Ferraro et al. revelaram
que a capacidade funcional afeta a autopercepção da saúde.
64
Hoeymans et al.
numa pesquisa longitudinal realizada com 939 idosos do sexo masculino, na
Holanda, concluíram que a porcentagem de indivíduos incapacitados e limitados
funcionalmente aumentava ao longo do tempo, e a relação entre nível de
incapacidade e percepção de saúde era significativa. Os autores deste estudo
mostraram que somente a incapacidade para AVDs e para mobilidade apresentaram
impacto na autopercepção de saúde dos idosos masculinos.
96
Gama et al. em 2000
encontraram, num estudo transversal de 5139 idosos não institucionalizados,
realizado na região rural da Espanha, que as AVDs, AIVDs e as atividades
envolvendo mobilidade eram fortemente associadas com a autopercepção da
saúde.
101
Para Kim et al. em 1997, um aumento nas dificuldades de realização de
AVDs pressupõe um declínio na autopercepção de saúde. Leinonen et al. ressaltam
que o aumento das dificuldades nas AVDs é indicativo de declínio na autopercepção
de saúde.
102
Leinonen et al. afirmam que as diferentes autopercepções de saúde
observadas entre os idosos refletem sistematicamente o nível de desempenho
funcional.
103,104
Lee e Shinkai examinaram a associação entre autopercepção de
saúde e capacidade funcional de idosos japoneses e coreanos que residiam na
comunidade, onde os resultados apontaram que a capacidade funcional era
significativamente relacionada com a autopercepção de saúde nas duas
populações.
105
51
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A maior longevidade populacional tem proporcionado o impulso concomitante
da comunidade científica para o estudo do envelhecimento e o seu envolvimento nos
aspectos clínicos e na qualidade de vida deste grupo de indivíduos através de
estudos epidemiológicos que auxiliam a compreensão do envelhecer e também na
construção e planejamento de parâmetros para organizar e praticar políticas de
saúde voltadas para os idosos.
A idade avançada envolve também um maior risco de comorbidades, com
uma maior prevalência de doenças crônico-degenerativas contribuindo, inclusive,
para uma queda na reserva funcional frente às diferentes intempéries do meio onde
este idoso está inserido. Desta forma, repercussões importantes na vida do idoso
podem aflorar no sentido de comprometer a sua independência e funcionalidade,
inclusive como o indivíduo idoso percebe estas mudanças e como ele as vê. Desta
forma, a autopercepção referida e demonstrada neste estudo é influenciada
positivamente por fatores como a maior escolaridade. Por outro lado, a maior
prevalência de doenças crônicas e maior grau de dependência nas atividades diárias
se mostram como elementos que influenciam adversamente a autoperceção de
saúde em idosos.
Estudos complementares se fazem necessários a fim de contribuir no
entendimento e na interpretação de como os diferentes fatores socioeconômicos e
clínicos participam na autopercepção de saúde da população idosa e qual a sua
influência no envelhecimento saudável.
52
11 CONCLUSÕES
O presente estudo concluiu que:
a) a autopercepção referida mais freqüentemente pelos idosos foi regular e
boa;
b) melhor escolaridade e renda estão relacionados com uma autopercepção
de saúde melhorada;
c) autoperceção de saúde se apresenta pior nos idosos com presença de
doenças crônicas;
d) maior grau de dependência em atividades diárias está relacionada com
uma pior percepção na autopercepção de saúde.
53
REFERÊNCIAS
1 Veras R. Epidemiologia do envelhecimento na América Latina. In: Forlenza OV,
Caramelli P. Neuropsiquiatria geriátrica. São Paulo: Atheneu; 2000. p. 7-21.
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62
ANEXOS
63
ANEXO A - Questionário do Projeto Idosos de Porto Alegre
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Número do paciente Número do avaliador
Identificação:
Nome:____________________________________________________________________
Endereço:Rua:_____________________________________Num:________Ap:_________
Bairro:__________________________________________CEP__________Área:________
Inf Adicional:_______________________________________________________________
DADOS GERAIS DO IDOSO
1. Onde reside?
Bairro:..............................................................
2. Onde o(a) senhor(a) nasceu?
Município: ...............................................................
Estado:...................................................................
Pais:........................................................................
3. Nasceu em meio urbano ou rural?
(1) urbano
(2) rural
(3) não sabe
(4) não respondeu
4. Sexo
(1) masculino
(2) feminino
5. Cor
(1) branca
(2) preta
(3) amarela
(4) parda
(5) NR
6. Atual estado civil:
(1) solteiro
(2) casado
(3) viúvo
(4) desquitado
(5) separado
(6) não sabe
(7) não respondeu
7. Idade? [_ _ _] ( em anos completos)
7.1. Data de nascimento: _ _/ _ _/ _ _.
7.2. (escolha)
(1) 60 - 64 anos
(2) 65 - 70 anos
(3) 71 - 74 anos
(4) 75 - 80 anos
(5) 81 - 84 anos
(6) 85 - 90 anos
(7) 91 anos ou mais
8. Escolaridade:
(1) analfabeto
(2) alfabetizado fora da escola
(3) primário incompleto
(4) primário completo
(5) ginasial incompleto
(6) ginasial completo
(7) complementar
(8) secundário incompleto
(9) secundário completo
(10) superior incompleto
(11) superior completo
(12) não sabe
(13) não respondeu
B. QUALIFICAÇÃO DA MORADIA E INFRA-
ESTRUTURA
9. Em que tipo de moradia o(a) senhor(a) vive?
(1) casa
(2) apartamento
(3) quarto /cômodo
(4) barraco /maloca
(5) NR
10. Quantas peças possui sua moradia?
(1) uma peça
(2) duas peças
(3) três peças
(4) quatro peças
(5) mais de quatro peças
(6) NR
11. Sua moradia é:
(1) própria
(2) alugada
(3) cedida
(4) invadida
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
64
12. O terreno em que se localiza a moradia
(1) próprio
(2) alugado
(3) cedido
(4) invadido
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
13. Qual o material de construção de sua
moradia?
(1) alvenaria
(2) madeira
(3) mista
(4) outros
(5) não sabe/ não respondeu
14. Como é feito o abastecimento de água?
(1) rede pública, com canalização.
(2) rede pública, sem canalização.
(3) bica ou torneira pública
(4) poço
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
15. O lixo de sua residência é?
(1) coletado
(2) queimado
(3) enterrado
(4) jogado
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
16. Possui energia elétrica?
(1) sim com medidor
(2) sim sem medidor
(3) não
(4) não sabe
(5) não respondeu
17. Sua rua é servida por iluminação pública?
(1) não
(2) sim
(3) NR
18. Que tipo de instalação sanitária possui sua
moradia?
(1) rede publica
(2) fossa séptica
(3) fossa negra
(4) vala
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
19. Sua moradia possui:
(1) banheiro com vaso sanitário e chuveiro
(2) banheiro com vaso sanitário sem chuveiro
(3) casinha privada externa
(4) urinol exclusivamente
20. Quantas pessoas residem na sua moradia?
_____INCLUIR O ENTREVISTADO (IDOSO)
20.1. (escolha)
(1) 1 pessoa (idoso só)
(2) 2 pessoas
(3) 3 pessoas
(4) 4 pessoas
(5) 5 pessoas
(6) 6 ou mais
(7) não sabe
(8) não respondeu
21. Em que local da casa dorme?
(1) quarto
(2) sala
(3) cozinha /sala/ quarto (peça única)
(4) outros
(5) não respondeu
22. O(A) senhor(a) dorme com outras pessoas na
mesma peça?
(1) não, sozinho
(2) sim, com cônjuge / companheiro.
(3) sim, com os filhos.
(4) sim, com os netos.
(5) sim, com outras pessoas.
(6) não sabe
(7) não respondeu
C. COMPOSIÇAO FAMILIAR E RELAÇOES SOCIAIS
23. Quantos filhos o(a) Sr(a) teve?
(1) um filho
(2) dois filhos
(3) três filhos
(4) quatro filhos
(5) cinco filhos
(6) seis ou mais filhos: 23.1. Quantos _______
(7) não tem filhos
(8) não sabe
(9) não respondeu
24. Destes filhos, quantos estão vivos?
(1) um filho
(2) dois filhos
(3) três filhos
(4) quatro filhos
(5) cinco filhos
(6) seis ou mais filhos: 24.1. Quantos _______
(7) não tem filhos
(8) não sabe
(9) não respondeu
65
25. Atualmente o(a) senhor(a) mora:
(1) sozinho
(2) com cônjuge /companheiro (a)
(3) com companheiro e filho(s)
(4) com filho(s)
(5) com filho(s) e neto(s)
(6) com companheiro (a), filho(s) e neto(s)
(7) com parentes (irmãos, tios, sobrinhos)
(8) com pessoas não parentas (amigos,
conhecidos)
(9) com pais e/ou sogros
(10) com netos
(11) com empregada
(12) com profissional de enfermagem
(13) outros
(14) não sabe
(15) não respondeu
26. Como são suas relações familiares?
(1) satisfatórias
(2) insatisfatórias
(3) não mantém relações familiares
(4) não sabe
(5) não respondeu
27. O(A) senhor(a) recebe alguma ajuda?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) não recebe
(2) sim, dinheiro
(3) sim, vestuário
(4) sim, saúde
(5) sim, habitação
(6) sim, alimentação
(7) sim, remédios
(8) sim, cuidados pessoais.
(9) outros
(10) não sabe/não respondeu
28. De quem recebe ajuda / auxilio?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) cônjuge /companheiro
(2) filho ou filhos (as)
(3) neto ou netos (as)
(4) Parentes
(5) Amigos
(6) Vizinhos
(7) Outros
(8) não recebe
(9) não sabe
(10) não respondeu
D. OCUPAÇÃO
29. Qual foi a sua principal ocupação, durante a
maior parte de sua vida?
ANOTAR: ________________________________
29.1. (escolha)
(1) proprietário
(2) administrador, gerente
(3) profissional de nível superior universitário.
(4) funções de escritório: corretor, contador,
secretário, datilógrafo, auxiliar de escritório, caixa.
(5) trabalhador especializado (técnico): individuo que
possui curso técnico de nível médio (Continua...)
(6) trabalhador semi-especializado: mecânico,
eletricista, armadores, soldadores, choferes, técnicos
de indústria de transformação e construção civil,
cabeleireiros.
(7) trabalhador não-especializado: pedreiros, lixeiros,
serventes, empregados domésticos, estivadores,
pescadores, operadores de Maquinas, vendedores
ambulantes, policiais (sem treinamento técnico),
vendedores-frentistas de postos de gasolina, Office -
boy, vigias, guarda noturnos.
(8) indivíduos fora da PEA: donas de casa, estudantes,
pensionistas, aposentados, desempregados e
doentes.
(9) não sabe
(10) não respondeu:
30. Vincular com os setores econômicos
(1) Agrícola: agropecuária, extração vegetal e pesca.
(2) Indústria de transformação: metalurgia, metal.
Mecânica, ind.móveis, papel e celulose, md. Couros e
peles, md. Vestuário e sapatos, md. Química, md.
Plásticos, farmacêuticos e prod. veterinários, petróleo,
têxteis, editorial e gráfica.
(3) Indústria da construção civil
(4) Outras atividades industriais: extração mineral,
serviços industriais de utilidade pública (energia
elétrica, abastecimento de Água e serviços de esgoto
/saneamento limpeza publica e remoção de lixo).
(5) Comércio de mercadorias: supermercados,
armazéns, feiras-livres, casas de departamentos,
comércio atacadista, açougues, postos de gasolina,
comércio de material usado e ferro-velho, garrafeiros e
papeleiros
(6) Serviços: alojamento e alimentação (hotéis,
pensões, restaurantes, bares etc.), reparação e
conservação (oficinas mecânicas), serviços pessoais e
domiciliares (cabeleireiros, alfaiatarias, serviços
domésticos), diversões, higiene, conservação de
prédios e estiva.
(7) Serviços auxiliares de atividades econômicas:
bancos, financeiras, seguradoras, imobiliárias,
cartórios, contadores e serviços jurídicos.
(8) Transportes e comunicações: transporte de
passageiros, transportes de carga, correios,
telecomunicações, imprensa geral.
(9) Social: atividades comunitárias e sociais (seguridade
social, sindicatos, assistência social), serviços
médicos e odontológicos (públicos e privados), ensino,
hospitais, igrejas.
(10) Administração publica: serviços administrativos
federais, estaduais, municipais, entidades publicas,
legislativo, justiça, serviço de segurança pública
(Exercito, Marinha, Aeronáutica, Policia e Bombeiros)
(11) Outras atividades ou setores não classificados
anteriormente
(12) Indivíduos fora da População Economicamente
Ativa: donas de casa, pensionistas, aposentados sem
outra ocupação, estudantes, desempregados
(13) não sabe
(14) não respondeu
66
31. Qual a sua principal ocupação atual?
ANOTAR: _________________________________
31.1. (escolha)
(1) proprietário
(2) administrador, gerente
(3) profissional de nível superior universitário
(4) funções de escritório: corretor, contador,
secretário, datilógrafo, auxiliar de escritório, caixa.
(5) trabalhador especializado (técnico): individuo que
possui curso técnico de nível médio
(6) trabalhador semi-especializado: mecânico,
eletricista, armadores, soldadores, choferes,
técnicos de indústria de transformação e construção
civil, cabeleireiros·.
(7) trabalhador não especializado: pedreiros, lixeiros,
serventes, empregados domésticos, estivadores,
pescadores, operadores de maquinas, vendedores
ambulantes, policiais (sem treinamento técnico),
vendedores, frentistas de postos de gasolina, office-
boys, vigias, guardas-noturnos
(8) indivíduos fora da PEA: donas de casa, estudan-
tes, pensionistas, aposentados, desempregados e
doentes·.
(9) não sabe/não respondeu
32. Vincular com os setores econômicos
(1) Agrícola: agropecuária, extração vegetal pesca.
(2) Indústria de transformação: metalurgia,
ind.mecânica, ind.móveis, ind.papel e celulose,
ind.couros e peles, md. vestuário e sapatos, md.
química, md. plásticos, farmacêuticos e prod.
veterinários, petróleo, têxteis, editorial e gráfica.
(3) Indústria da construção civil.
(4) Outras atividades industriais: extração mineral,
serviços industriais de utilidade publica (energia
elétrica, abastecimento de água e serviços de esgo-
to/saneamento, limpeza publica e remoção de lixo).
(5) Comércio de mercadorias: supermercados,
armazéns, feiras livres, casas de departamentos,
comércio atacadista, açougues, postos de gasolina,
comércio de material usado e ferro-velho,
garrafeiros e papeleiros.
(6) Serviços: alojamento e alimentação (hotéis,
pensões, restaurantes, bares etc), reparação e
conservação (oficinas mecânicas), serviços
pessoais e domiciliares (cabeleireiros, alfaiatarias,
serviços domésticos), diversões, higiene,
conservação de prédios e estiva.
(7) Serviços auxiliares de atividades econômicas:
bancos, financeiras, seguradoras, imobiliárias,
cartórios, contadores e serviços jurídicos.
(8) Transportes e comunicações: transporte de
passageiros, transportes de carga, correios,
telecomunicações, imprensa geral.
(9) Social: atividades comunitárias e sociais
(seguridade social, sindicato, assistência social),
serviços médicos e odontológicos (públicos e
privados), ensino, hospitais, igrejas.
(10) Administração pública: serviços administrativos
federais, estaduais, municipais, entidades públicas,
legislativo, justiça, serviço de segurança publica
(Exército, marinha, Aeronáutica, Policia e
Bombeiros). (Continua...)
(11) Outras atividades ou setores não classificados
anteriormente.
(12) Indivíduos fora da PEA: donas de casa,
pensionistas, aposentados sem outra ocupação,
estudantes, desempregados.
(13) não sabe.
(14) não respondeu.
33. Com que idade 0 senhor começou a trabalhar
em atividade remunerada?
______ em anos completos
33.1. (escolha)
(1) menos de 10 anos
(2) de 11 a 14 anos
(3) de 15 a 18 anos.
(4) de 19 a 22anos
(5) acima de 23 anos.
(6) não sabe.
(7) não respondeu.
(8) não se aplica.
34. O (o) senhor está aposentado?
(1) sim
(2) não
(3) NR
35. Com que idade se aposentou?
(EM ANOS COMPLETOS)
(1) menos de 40 anos
(2) de 41 a 44 anos
(3) de 45 a 48 anos
(4) de 49 a 52 anos
(5) de 53 a 56 anos
(6) de 57 a 60 anos
(7) de 61 a 64 anos
(8) de 65 a 68 anos
(9) acima de 69 anos
(10) não se aposentou
(11) não sabe
(12) não respondeu
36. Qual o motivo de sua aposentadoria?
(1) tempo de serviço.
(2) idade.
(3) problemas de saúde.
(4) acidente.
(5) aposentadoria especial.
(6) não está aposentado
(7) outros.
(8) não sabe.
(9) não respondeu
37. O que o(a) senhor(a) faz atualmente?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) trabalho doméstico.
(2) trabalho eventual.
(3) trabalho voluntário.
(4) trabalho remunerado com carteira profissional.
(5) trabalho remunerado sem carteira
profissional. (Continua...)
67
37. O que o(a) senhor(a) faz atualmente?
(6) empregador.
(7) autônomo.
(8) pequenos serviços não-remunerados.
(9) não se aplica.
(10) outros.
(11) não sabe.
(12) não respondeu.
E. RENDA
38. Qual a sua última renda mensal? R$[ _ _ _,
00]
38.1. (escolha)
(1) Até 1 salário mínimo
(2) + de um salário. até 2 salários mínimos
(3) + de dois salários. até 3 salários mínimos
(4) + de 3 salários. até 4 salários mínimos
(5) + de 4 salários. até 5 salários mínimos
(6) + de 5 salários. até 6 salários mínimos
(7) + de 6 salários. até 7 salários mínimos
(8) + de 7 salários. até 8 salários mínimos
(9) + de 8 salários. até 9 salários mínimos
(10) + de 9 salários mínimos.
(11) não tem renda própria.
(12) não sabe.
(13) não respondeu.
39. Qual a origem da sua renda?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) aposentadoria
(2) salários
(3) aluguel
(4) poupança
(5) pensão
(6) serviços eventuais
(7) serviços permanentes
(8) abono permanência
(9) outros
(10) não se aplica/não sabe
40. Qual sua principal fonte de renda?
(1) aposentadoria
(2) salário
(3) aluguel
(4) poupança
(5) pensão
(6) serviços eventuais
(7) abono permanência
(8) aposentadoria e pensão
(9) outros
(10) não se aplica
(11) não sabe
(12) não respondeu
41. Da sua renda, qual a sua principal despesa.
(1) saúde
(2) habitação.
(3) ajuda familiar.
(4) remédios.
(5) vestuário.
(6) outros.
(7) não se aplica.
(8) não sabe.
(9) não respondeu.
42. Qual a renda mensal de sua família? R$[ _
_ , 00]
42.1. (escolha)
(1) 1 salário mínimo
(2) 1 salário 2 salários mínimos
(3) 2 salários 3 salários mínimos
(4) 3 salários 4 salários mínimos
(5) 4 salários 5 salários mínimos
(6) 5 salários 6 salários mínimos
(7) 6 salários 7 salários mínimos
(8) 7 salários 8 salários mínimos
(9) 8 salários 9 salários mínimos
(10) 9 salários mínimos ou mais.
(11) não tem renda própria.
(12) não sabe.
(13) não respondeu
(14) não se aplica.
43. Quantas pessoas vivem desta renda? [_ _ _]
43.1. (escolha)
(1) 1 pessoa (idoso só).
(2) 2 pessoas.
(3) 3 pessoas.
(4) 4 pessoas.
(5) 5 pessoas.
(6) seis pessoas.
(7) (7 ou mais).
(8) não sabe.
(9) não respondeu
44. Qual sua participação econômica no núcleo
familiar?
(1) único responsável
(2) major responsável
(3) divide responsabilidades
(4) sem participação
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
F. ASPECTOS SOCIO-CULTURAIS
45. Como o(a) senhor(a) ocupa seu tempo livre?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) assiste televisão.
(2) conversa com amigos.
(3) ouve radio.
(4) lê (jornais, revistas e livros).
(5) ouve música.
(6) faz trabalhos manuais (crochê tricô, etc).
(7) realiza atividades físicas.
(8) participa de atividades sócio-recreativas
(passeios, visitas, bailes, etc.)
(9) nenhuma atividade.
(10) outros.
(11) não sabe.
(12) não respondeu
68
46. Como o(a) Senhor(a) gostaria de ocupar
seu tempo livre?
___________________________________________
47. Participa de alguma atividade associativa?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) Associação cultural
(2) Associação esportiva
(3) Associação recreativa
(4) Associação religiosa.
(5) Associação assistencial / caritativa.
(6) Associações comunitárias
(7) Associação sindical.
(8) Associação política.
(9) Outros.
(10) Não participa.
(11) Não sabe.
(12) Não respondeu.
48. Qual a sua religião?
ANOTAR: _____________________
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) católica (romana, ortodoxa e brasileira)
(2) evangélica (anglicana, episcopal, luterana,
batista, congregação cristã do Brasil, pente-
costal, adventista, testemunha de Jeová,
outras).
(3) espírita (Kardecista).
(4) judaica (israelita).
(5) afro-brasileira (umbanda, candomblé).
(6) outra (budista, xintoísta, maometana,
esotérica, etc).
(7) nenhuma
(8) não sabe
(9) não respondeu.
49. É praticante de sua religião.
(1) não.
(2) sim.
(3) NR
50. Acredita que, com o passar dos anos, o(a)
senhor(a) (a).
(1) ficou mais religioso.
(2) ficou menos religioso.
(3) não mudou em relação à religiosidade.
(4) não sabe.
(5) não respondeu.
G. ENVELHECIMENTO
51. Em sua opinião, o que faz uma pessoa ter
vida longa.
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) a alimentação adequada.
(2) o destino.
(3) a vida organizada.
(4) o trabalho.
(5) a ocupação
(6) os hábitos saudáveis.
(7) gostar de viver.
(8) outros - anotar.
(9) não sabe.
(10) não respondeu
52. Na impossibilidade de viver só ou com a
família, o(a) senhor(a) gostaria de viver:
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) com amigos
(2) com parentes
(3) em casa comum com amigos
(4) em casa geriátrica
(5) em hospital
(6) outros anotar:
(7) não sabe
(8) não respondeu
53. Para o(a) senhor(a) (a), o que é mais
importante na vida?
(1) dinheiro
(2) educação
(3) família
(4) trabalho
(5) religião
(6) lazer
(7) respeito
(8) segurança
(9) valorização
(10) amor
(11) saúde
(12) não sabe
(13) não respondeu
54. Qual o principal problema que gostaria de ver
resolvido com urgência no nosso país:
(1) corrupção dos políticos
(2) falta de assistência à saúde
(3) crianças marginalizadas
(4) crise dos valores religiosos
(5) crise dos valores éticos
(6) crise de família
(7) Desemprego
(8) alcoolismo e droga
(9) concentração de renda
(10) destruição dos recursos e do ambiente natural
(11) criminalidade, violência e corrupção.
(12) política educacional inadequada
(13) incompetência do Governo
(14) Inflação
(15) não sabe/não respondeu
H. SEXUALIDADE
55. O(A) senhor(a) manifesta sua afetividade
através de:
(1) companheirismo
(2) atenções e cuidados
(3) carinhos
(4) conversas
(5) presentes
(6) outros
(7) não sabe
(8) não respondeu
69
56. O(a) Sr(a) canaliza sua afetividade maior
para:
(1) cônjuge /companheiro
(2) seus amigos
(3) seus filhos
(4) seus netos
(5) seus familiares
(6) outros
(7) não sabe
(8) não respondeu
57. Sua sexualidade se manifesta através de:
(1) atenções especiais
(2) carinhos e toques
(3) relações sexuais
(4) outras
(5) não sabe/ não respondeu
58. Observa mudanças na forma de manifestar
sua sexualidade?
(1) não
(2) sim
(3) não sabe
(4) não respondeu
59. A que se deve(m) a(s) mudança(s) na
manifestação da sexualidade?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) doença
(2) perda de interesse
(3) idade
(4) diminuição do afeto
(5) perda do companheiro
(6) falta de diálogo
(7) menopausa
(8) preconceitos
(9) novos relacionamentos
(10) superação de preconceitos
(11) aumento de afeto
(12) majores esclarecimentos
(13) aumento do interesse
(14) outros____________________
(15) não sabe
(16) não observa mudanças
(17) não respondeu
60. Em sua opinião, o sexo na velhice é:
(1) muito importante
(2) natural
(3) necessário
(4) menos intenso
(5) desnecessário
(6) indiferente
(7) igual às outras idades
(8) não sabe
(9) não respondeu
I. SAÚDE
61. Em geral diria que sua saúde é:
(1) ótima
(2) boa
(3) regular
(4)
(5) péssima
(6) não sabe
(7) não respondeu
62. O(A) senhor(a) consultou o médico nos
últimos seis meses?
(1) sim
(2) não
(3) não se aplica
(4) não sabe
(5) não respondeu
63. Em que local consultou a última vez?
(1) Posto de saúde do bairro
(2) Outro posto de saúde
(3) Pronto socorro
(4) Consultório médico particular
(5) Consultório médico INAMPS, IPE ou SUS.
(6) Consultório médico, outros convênios.
(7) Ambulatório de hospital
(8) Ambulatório de faculdade
(9) Ambulatório sindicato/empresa
(10) Ambulatório INAMPS ou Centro de Saúde,
SUS
(11) Ambulatório policlínica ou medicina de grupo
(12) Em casa (atendimento domiciliar)
(13) outro
(14) não sabe
(15) não respondeu/não se aplica
64. Nesta ocasião, o(a) senhor(a) recebeu receita
e/ou orientação médica?
(1) sim
(2) não
(3) não se aplica
(4) não sabe
(5) não respondeu
65. Caso tenha recebido prescrição (receitas),
como conseguiu os medicamentos?
(1) comprou
(2) ganhou
(3) não conseguiu a medicação
(4) não se aplica
(5) não sabe/ não respondeu
(6) comprou e ganhou
70
66. Sentiu-se satisfeito com o ótimo
atendimento recebido?
(1) sim
(2) não
(3) sabe
(4) não respondeu
67. No último ano, internou-se em algum
hospital?
(1) sim, uma vez
(2) sim, duas vezes
(3) sim, três vezes
(4) sim, mais de três vezes
(5) não
(6) não sabe
(7) não respondeu
68. Nos últimos três meses, praticou algum tipo
de atividade física regular?
(1) sim, uma vez /semana.
(2) sim, duas vezes /semana.
(3) sim, três vezes /semana.
(4) sim, mais de três vezes /semana.
(5) não praticou
(6) não sabe
(7) não respondeu
69. Qual a atividade física realizada?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) caminhar
(2) pedalar (bicicleta)
(3) nadar
(4) fazer ginástica
(5) outra
(6) não se aplica
(7) não sabe
(8) não respondeu
70. Qual o número de refeições que realiza por
dia?
(1) uma
(2) duas
(3) três
(4) quatro
(5) cinco ou mais
(6) não sabe
(7) não respondeu
71. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de reumatismo nas
articulações ou artrose em tratamento?
(1) sim, com receita médica ou orientação·.
(2) sim, sem receita médica e com orientação·.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação·.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
72. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de bronquite com tosse e
expectoração (catarro) em tratamento?
(1) sim, com receita médica ou orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
73. O(A) senhor(a) nos últimos seis meses, fez
tratamento para pressão alta?
(1) sim com receita médica ou orientação
(2) sim sem receita médica e com orientação
(3) sim sem receita médica e sem orientação
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
74. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de coração (angina, isquemia,
infarto) em tratamento?
(1) sim, com receita médica ou orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) esteve hospitalizado pela doença
(5) não
(6) não sabe
(7) não respondeu
75. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de varizes em tratamento?
(1) sim, com receita médica ou orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
76. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de diabetes (açúcar no sangue)
em tratamento?
(1) sim, com receita médica ou orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
77. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problema de derrame, isquemia ou
trombose cerebral em tratamento?
(1) sim, com receita médica ou orientação
(2) sim, sem receita médica e com orientação
(3) sim, sem receita médica e sem orientação
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
71
78. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de doença de pele em
tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação
(2) sim, sem receita médica e com orientação
(3) sim, sem receita médica e sem orientação
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
79. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de doença da coluna em
tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação
(2) sim, sem receita médica e com orientação
(3) sim, sem receita médica e sem orientação
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
80. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de gastrite ou úlcera em
tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
81. O(A) senhor(a) nos últimos seis meses, tem
ou teve problemas de infecção urinária
(infecção na bexiga) em tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
82. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problema de pneumonia (pontada) em
tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
83. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problema de doença nos rins em
tratamento?
(1) sim, com receita médica com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
84. (PARA MULHERES) A senhora consultou
com ginecologista depois da menopausa?
(1) sim
(2) não
(3) não sabe
(4) não respondeu
(5) não se aplica
85. (PARA HOMENS) O senhor, nos últimos seis
meses, tem ou teve problema de próstata em
tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
86. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de osteoporose (enfraquecimento
dos ossos) em tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
87. Nos últimos seis meses, tem ou teve
problemas de câncer em tratamento?
(1) sim, com receita médica e com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
88. Nos últimos seis meses, tem ou teve algum
outro problema em tratamento?
ESPECIFICAR:__________________________
88.1. (escolha)
(1) sim, com receita médica e com orientação.
(2) sim, sem receita médica e com orientação.
(3) sim, sem receita médica e sem orientação.
(4) não
(5) não sabe/ não respondeu
89. Como diria que está sua visão no momento?
(1) cega
(2) péssima
(3) ruim
(4) regular
(5) boa
(6) excelente
(7) não sabe
(8) não respondeu
90. A que atribui sua falta de visão?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) falta ou problema de óculos
(2) catarata
(3) glaucoma
(4) diabete
(5) pressão alta
(6) idade
(7) falta de dinheiro para tratamento
(8) outro motivo
(9) não se aplica
(10) não sabe/não respondeu
72
91. Como diria que está sua audição no
momento?
(1) surdo total
(2) ouve com muita dificuldade
(3) ouve com dificuldade
(4) ouve com alguma dificuldade (mínima)
(5) sem problemas
(6) não sabe
(7) não respondeu
92. A que o(a) senhor(a) atribui a sua
dificuldade de audição?
(1) idade
(2) doença do ouvido
(3) falta de aparelho
(4) falta de dinheiro para tratamento
(5) outro motivo
(6) não Se aplica
(7) não sabe
(8) não respondeu
93. 0senhorcostuma ter dificuldade para
mastigar?
(1) nunca
(2) raramente
(3) freqüentemente
(4) sempre
(5) não sabe/ não respondeu
94. Para movimentar-se:
(1) caminha sem problema, inclusive sobe
escadas.
(2) caminha, mas não sobe escadas ou meio fio.
(3) caminha, sob supervisão.
(4) caminha, com meios artificiais, sem
supervisão.
(5) caminha com meios artificiais, com supervisão.
(6) desloca-se em cadeira de rodas, geralmente
sem auxilio.
(7) desloca-se em cadeira de rodas, com auxilio.
(8) restrito ao leito ou a cadeira
(9) não sabe
(10) não respondeu
95. Qual a causa de sua dificuldade de
movimentação?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) derrame cerebral
(2) distúrbios da visão
(3) reumatismo articular
(4) queda com fratura
(5) acidente de trânsito
(6) mal de Parkinson
(7) vertigem
(8) falta de interesse ou recusa a movimentar-se
(9) outra
(10) não se aplica
(11) não sabe
(12) não respondeu
96. Apresentou fraturas após os 50 anos sem ter
sido por acidente de transito?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) mão
(2) punho
(3) fêmur
(4) costelas
(5) pós
(6) outros
(7) não
(8) não sabe
(9) não respondeu
97. Necessita diretamente de ajuda de algum
destes aparelhos relacionados?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) óculos ou lentes de contato
(2) aparelho auditivo
(3) prótese dentária
(4) muleta
(5) bengala
(6) membro artificial
(7) colostomia /cateter
(8) outros
(9) não necessita
(10) não sabe/ não respondeu
98. Em relação à urina e fezes:
(1) controla normalmente
(2) controla com dificuldade
(3) não controla
(4) não sabe
(5) não respondeu
J. VIDA DE RELAÇÃO E ATIVIDADES DE VIDA
DIARIA
99. O(a) Sr(a) necessita auxílio para realizar as
atividades de casa (limpeza, manutenção,
preparo de refeições...)?
(1) não
(2) sim
(3) não sabe
(4) não respondeu
100. Necessita de auxilio para tomar seus
remédios?
(1) não
(2) sim
(3) não sabe
(4) não respondeu
101. Necessita de auxilio para realizar sua
higiene (banhar-se, pentear-se, vestir-se,
cortar unhas, etc..)?
(1) não
(2) sim
(3) não sabe
(4) não respondeu
73
102. Necessita de auxílio para alimentar-
se?
(1) não
(2) sim
(3) não sabe
(4) não respondeu
103. Necessita de auxilio para
movimentar-se (sentar, levantar,
deitar, andar, subir escadas.)?
(1) não
(2) sim
(3) não sabe
(4) não respondeu
K. FUMO E ALCOOL
RESPONDA AS QUESTOES SOBRE USO DE
ALCOOL OU TABACO COM SIM
OU NÃO, CONFORME LHE PAREÇA ADEQUADO.
104. Alguma vez sua família, seus amigos,
seu médico ou seu sacerdote comentaram
ou sugeriram que o(a) senhor(a) estava
bebendo demasiadamente?
(1) não
(2) sim (0) NR
105. Alguma vez tentou deixar de beber,
mas não conseguiu?
(1) não
(2) sim (0) NR
106. 0 senhor teve dificuldades no trabalho
por causa da bebida, tais como beber ou
faltar ao trabalho ou estudo?
(1) não
(2) sim (0) NR
107. O(A) senhor(a) tem-se envolvido em
brigas ou já foi preso por estar embriagado?
(1) não
(2) sim (0) NR
108. Já lhe pareceu alguma vez que estava
bebendo demasiadamente?
(1) não
(2) sim (0) NR
109. 0 senhor tem o habito de usar tabaco?
(1) não
(2) sim (0) NR
L. AREA PSICOGERIATRICA
RESPONDA AS QUESTOES COM SIM OU NÃO,
SEGUNDO LHE PAREÇA ADEQUADO. NÃO HÁ
QUESTÕES CERTAS OU ERRADAS, E SIM
SITUAÇÕES QUE PODEM OU NÃO OCORRER
COM O SENHOR (A).
110. O(A) senhor(a) acorda bem e
descansado na maioria das manhãs?
(1) não
(2) sim (0) NR
111. Sua vida diria é cheia de
acontecimentos interessantes?
(1) não
(2) sim (0) NR
112. O(A) senhor(a) já teve, por vezes,
vontade de abandonar o lar?
(1) não
(2) sim (0) NR
113. O(A) senhor(a) tem muito
freqüentemente a sensação de que ninguém
realmente o entende?
(1) não
(2) sim (0) NR
114. O(A) senhor(a) já teve períodos (dias,
meses, anos) em que não pode tomar conta
de nada porque, na verdade, já não estava
agüentando mais?
(1) não
(2) sim (0) NR
115. Seu sono ó agitado ou conturbado?
(1) não
(2) sim (0) NR
116. 0 senhor é feliz na maior parte do
tempo?
(1) não
(2) sim (0) NR
117. Sente que o mundo ou as pessoas
estão contra o(a) senhor(a) (a)?
(1) não
(2) sim (0) NR
118. 0 senhor se sente, por vezes, inútil?
(1) não
(2) sim (0) NR
119. Nos últimos anos, tem-se sentido bem
durante a maior parte do tempo?
(1) não
(2) sim (0) NR
120. Tem problemas de dores de cabeça?
(1) não
(2) sim (0) NR
121. 0 senhor se sente fraco durante a maior
parte do tempo?
(1) não
(2) sim (0) NR
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