demonstraram freqüências de T. canis iguais a 5,5 (OLIVEIRA-SEQUEIRA et al., 2002), 8,9
(FÉLIX DA SILVA et al., 2000), 10,8 (ALMEIDA et al., 2003) e, em cães errantes, 14,5%
(BLAZIUS et al., 2005). No entanto, resultados diversos foram descritos em estudos
conduzidos em outros países: 3,1 (PULLOLA et al., 2006), 10,9 (FONTANARROSA et al.,
2006), 19,8 (TRILLO-ALTAMIRANO et al., 2003) e 33,6% (HABLUETZEL et al., 2003).
As taxas de infecção em cães urbanos errantes e cães habitantes de área rural foram,
respectivamente, 82,6 (O’LORCAIN, 1994) e 1,3% (CABRERA et al., 1996).
De acordo com a literatura estrangeira, o conhecimento adquirido pelos proprietários
de cães sobre o ascaridídeo T. canis e sobre os métodos de controle deste parasito foi uma das
principais razões para a redução na prevalência do mesmo (BUGG et al., 1999), mas não foi
especificado em qual localidade geográfica isto ocorreu. No entanto, para se avaliar se há
alguma redução na freqüência de qualquer parasito em uma determinada região, repetidas
investigações devem ser conduzidas na mesma área. Este helminto é até razoavelmente
conhecido pelos proprietários de cães, pois é grande e dificilmente não é visualizado ao ser
eliminado nas fezes.
O resultado do presente estudo mantém coerência com a idade dos animais avaliados,
visto que a maioria é adulta e os ascaridídeos parasitam predominantemente animais jovens.
4.2.4 Tricurídeos
Entre as 500 amostras fecais examinadas, 25 (5,0%, IC 3,3-7,4%) apresentaram ovos
de tricurídeos, resultado muito semelhante aos 4,8% relatados em outro estudo desenvolvido
no Brasil (OLIVEIRA-SEQUEIRA et al., 2002). Ainda em nosso país, foram descritas
freqüências de 0,3 (GENNARI et al., 1999), 1,8 (ALMEIDA et al., 2003), 2,4 (GENNARI et
al., 2001) e, em cães errantes, 13,9% (BLAZIUS et al., 2005). Ovos de T. vulpis foram
visualizados em 0,2 (PULLOLA et al., 2006), 4,3 (GIRALDO et al., 2005) e 10,1%
(FONTANARROSA et al., 2006) de amostras examinadas em outros estudos, porém pesquisa
desenvolvida por Rodriguez et al. (2005) revelou 52,2% de taxa de infecção. Através de
necropsia, verificou-se infecção em 39,2% dos animais (FISCHER, 2003). Cabrera et al.
(1996) observaram que a taxa de infecção foi de 2,3% em cães de área rural.
Mesmo que a freqüência de T. vulpis não tenha sido tão elevada quanto a de
ancilostomídeos, por exemplo, os proprietários devem ser alertados sobre a possibilidade de
transmissão zoonótica, fato desconhecido até mesmo por médicos veterinários.
4.2.5 Dipylidium caninum
Neste estudo apenas um animal (0,2%, IC 0,0-1,3%) apresentou fezes contendo
cápsulas ovígeras de D. caninum, a despeito de freqüências mais elevadas relatadas na
literatura, como 5,3 (FÉLIX DA SILVA et al., 2000) e 13,8% (ALMEIDA et al., 2003), no
Brasil, e 1,5 (RODRIGUEZ et al., 2005), 2,2 (LÓPEZ et al., 2006) e 8,6% (TRILLO-
ALTAMIRANO et al., 2003), em outros países. Em contrapartida, freqüência similar foi
observada por Bugg et al. (1999) e Barutzki e Schaper (2003), enquanto, no Brasil, foram
reportadas freqüências de 0,3 (GENNARI et al., 2001) e 0,7% (OLIVEIRA-SEQUEIRA et
al., 2002) e, na Argentina, de 0,8% (FONTANARROSA et al., 2006). A taxa de infecção em
cães de área rural foi 13,2% (CABRERA et al., 1996).
A baixa freqüência observada no presente estudo — semelhante à reportada por alguns
autores — pode ser um resultado subestimado, pois as cápsulas ovígeras deste parasito não
são normalmente liberadas dos proglotes intactos até alcançarem o ambiente e, portanto, os
resultados dos exames parasitológicos de fezes podem ser negativos mesmo em animais
infectados (SCHANTZ, 1999; ROBERTSON et al., 2000). O diagnóstico é feito pela