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RESUMO
Schwerdtfeger CMMA. Faringoplastias: influências das medicações utilizadas em
anestesia e complicações no período pós-operatório precoce [Dissertação] Bauru: Hospital
de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo; 2005.
Objetivos: considerando a importância e a eficácia das faringoplastias como cirurgias
reabilitadoras da fala e a importância dos aspectos anestésicos para um resultado cirúrgico
adequado, este estudo objetiva documentar as intercorrências relativas às cirurgias de
retalho faríngeo e seu possível envolvimento com os fatores anestésicos.
Método: estudo retrospectivo e descritivo. Foram analisados 2679 prontuários de pacientes
submetidos a faringoplastias, no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais-
Universidade se São Paulo (HRAC-USP), entre 1980 e 2003. Foram selecionados os 2299
casos em que a técnica utilizada foi a do retalho faríngeo posterior e foram coletados
parâmetros clínicos e sintomas sugestivos de complicações: permeabilidade de via aérea,
sangramento, dor, náusea e vômito, agitação psicomotora, temperatura, pressão arterial e
saturação de oxigênio.
Resultados: dos 2299 procedimentos, 1042 apresentaram complicações. Vômito (16,31%) e
dor (14,31%) foram as mais freqüentes. Complicações consideradas mais críticas, como
obstrução de via aérea e hemorragia foram menos freqüentes, ocorrendo em 4,78% e 3,87%
dos 2299 pacientes operados. As complicações mais críticas foram as determinantes da
necessidade de reoperação no período pós-operatório precoce, ocorrendo em 39 pacientes.
As menores chances de ocorrência de complicações foram verificadas com o anestésico
inalatório sevoflurano, com o agente indutor propofol, com opióides na indução anestésica,
com os analgésicos tramadol e nalbufina e com o antiemético ondansetron.
Conclusão: houve associação entre medicações administradas na anestesia e ocorrência ou
ausência de complicações no período pós-operatório precoce. O esquema medicamentoso,
utilizado desde 1995, incluindo sevoflurano, propofol, opióides na indução, tramadol,
nalbufina e ondansetron, é o que melhor atende às necessidades dos pacientes e
anestesiologistas para cirurgia do retalho faríngeo, no HRAC-USP.
Descritores: faringoplastia, retalho faríngeo, anestesia, medicamentos, complicações pós-
operatórias.