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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
FARELO DE ARROZ DESENGORDURADO E FARELO
DE GLÚTEN DE MILHO NA SUPLEMENTAÇÃO DE
BOVINOS DE CORTE
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Daniel Terra Leite
Santa Maria, Rs, Brasil
2006
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FARELO DE GLÚTEN DE MILHO E FARELO DE ARROZ
DESENGORDURADO NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE
CORTE
por
Daniel Terra Leite
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal, da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. José Henrique Souza da Silva
Santa Maria, RS, Brasil
2006
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
FARELO DE ARROZ DESENGORDURADO E FARELO DE GLÚTEN DE
MILHO NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
elaborada por
Daniel Terra Leite
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia
COMISÃO EXAMINADORA:
---------------------------------------------------
José Henrique Souza da Silva, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
--------------------------------------------------------
Ivan Luiz Brondani, Dr. (UFSM)
(Co-orientador)
-------------------------------------------------------
André Brugnara Soares, Dr. (UTF- PR)
Santa Maria, 20 de fevereiro de 2006
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Santa Maria, em especial ao Laboratório de Bovinocultura de
Corte (LBC) do Departamento de Zootecnia.
Aos professores José Henrique Souza da Silva, Ivan Luiz Brondani, Gilberto Vilmar
Kozloski e Luis Fernando Glasenapp de Menezes pela paciência, boa vontade e ensinamentos
valiosos.
Às empresas Agroceres, Irgovel e Corn Products, pelos materiais disponibilizados para as
pesquisas.
Aos colegas de curso, em especial ao Juliano Roman, Julcemir Ferreira, Marciele Macari e
Diego Neto, pela amizade e companheirismo.
À Roberta, Tiago, Emerson e todos os estagiários do LBC, que foram fundamentais para a
realização deste trabalho.
Ao professor Clóvis e estagiários do Laboratório de Nutrição Animal – LANA pela ajuda
nos procedimentos laboratoriais.
Aos meus pais Silvio e Lea, pelo carinho e aos meus irmãos Pedro e Mário pela amizade,
que foram essenciais para a minha formação.
À minha querida Adriane, pelo amor e dedicação.
À todas as pessoas que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
MUITO OBRIGADO!
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria
FARELO DE ARROZ DESENGORDURADO E FARELO DE GLÚTEN DE
MILHO NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
Autor: Daniel Terra Leite
Orientador: José Henrique Sousa da Silva
Data e Local da Defesa: 20 de Fevereiro de 2006, sala DZ 1 às 08:30 horas
Foram desenvolvidos três experimentos para testar os efeitos da suplementação com farelo de arroz
desengordurado (FAD), farelo de glúten de milho (FGM) e as suas interações, no desempenho de
novilhos de corte. Os testes de campo foram realizados na Fazenda Experimental “Área Nova”, e as
análises laboratoriais no Laboratório de Nutrição Animal – LANA, ambos pertencentes ao
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, município de Santa
Maria, estado do Rio Grande do Sul. Foram utilizados 24 novilhos machos com idade média de 15
meses e peso vivo inicial médio de 210 kg, cruzas Nelore x Charolês, que tiveram como dieta base
pastagem de sorgo AG2501
®
variedade pastejo (Sorghum bicolor (L.) Moench), onde
permaneceram quatro horas diárias pela manhã. Os animais foram distribuídos nos seguintes
experimentos: 1) níveis de suplementação com FGM, 2) níveis de suplementação com FAD e 3)
níveis de substituição de FGM por FAD na composição do suplemento. Foram avaliados os
parâmetros quantitativos da pastagem, a valor nutritivo da forragem e suplementos ingeridos e o
desempenho dos animais. O consumo de matéria seca total foi determinado através da estimativa
indireta da produção fecal, com a utilização de marcador externo (Óxido de Cromo). O FGM
demonstrou potencializar o ganho de peso médio diário de acordo com o aumento do nível de
suplementação em relação ao peso vivo. O farelo de arroz desengordurado pode ser utilizado em
suplementação em aproximadamente 0,40% do peso vivo dos animais; níveis acima destes podem
prejudicar o desenvolvimento dos bovinos. A mistura dos dois suplementos não influenciou o
desempenho dos animais.
Palavras-chaves: pastagem, amido, proteína não degradavel, desempenho.
ABSTRACT
Zoothecny Master Science Dissertation
Program of Post-Graduate in Zoothecny
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
DEFATED RIVE BRAN AND CORN GLUTEN FEED AS STEERS
SUPPLEMENTATION
Author: Daniel Terra Leite
Adviser: José Henrique Sousa da Silva
Date and place of defense: 20 de Fevereiro de 2006, room DZ 1 at 08:30 hours
Three experiments were developed to test the effect of the supplementation with defated rice bran
(FAD), corn gluten feed (FGM) and their mixture, on steers performance. The field tests were at the
Experimental Farm "Area Nova", and the laboratorial analyses at the Animal Nutrition Laboratory -
LANA, both pertaining to the Department of Animal Science of the Universidade Federal de Santa
Maria - UFSM, Santa Maria city, state of Rio Grande do Sul. Twenty-four steers with average age
of 15 months and live weight 210 kg, cross Nelore x Charolais, that had as diet base, pasture of
sorgo AG2501® variety grazing (Sorghum bicolor (L.) Moench) whe the steers remained four daily
hours in the mourning. The animals were distributed at the following experiments: 1) levels of
supplementation with FGM, 2) levels of supplementation with FAD and 3) levels of substitution of
FGM per FAD in the supplement composition. The quantitative parameters of the pasture, the
ingested forrage and supplements quality, and the performance of the animals were evaluated. The
total dry matter intake was determined by the indirect fecal production estimate, using a external
marker (Chromium Oxide). The FGM increased the daily average weight gain with the increase of
the supplementation level in relation to the live weight. The FAD can be used as supplementation
approximately 0.40% of the animals live weight; levels above of these can harm the bovines
development. The mixture of the two supplements did not influence the animals performance.
Key-Words: forage sorhgum, starch, protein, performance
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1- Novilhos utilizados nos experimentos........................................................................71
FIGURA 2- Administração via oral do marcador Óxido de Cromo..............................................72
FIGURA 3- Coletas de fezes para determinação da concentração de Óxido de Cromo................73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Composição química da simulação de pastejo (SP) e suplementos na base seca (%
MS).................................................................................................................................................45
TABELA 2- Dados produtivos da pastagem de sorgo forrageiro..................................................45
TABELA 3- Volume final de produção de gases, taxa de produção de gases e lag time das amostras
de simulação de pastejo (SP) e suplementos...................................................................46
TABELA 4- Desempenho animal em função dos níveis de suplementação com farelo de glúten de
milho em relação ao peso vivo dos animais..............................................................................47
TABELA 5- Desempenho animal em função dos níveis de suplementação com farelo de arroz
desengordurado em relação ao peso vivo dos animais...................................................................48
TABELA 6- Desempenho animal em função dos níveis crescentes de inclusão de farelo de arroz
desengordurado no suplemento......................................................................................................50
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A- Análise de Variância para o ganho de peso médio diário (gmd) do experimento
1......................................................................................................................................................55
APÊNDICE B- Análise de Variância para o peso do experimento 1.............................................55
APÊNDICE C- Análise de Variância para o escore corporal (ec) do experimento 1....................56
APÊNDICE D- Análise de Variância para os parâmetros consumo de matéria seca total (CMST) do
experimento 1............................................................................................................................56
APÊNDICE E- Análise de Variância para os parâmetros consumo de matéria seca em percentagem
de peso vivo (CMSPV) do experimento 1................................................................57
APÊNDICE F- Análise de Variância para o parâmetros consumo de forragem (CF) do experimento
1.................................................................................................................................57
APÊNDICE G- Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem em percentagem do
peso vivo(CFPV) do experimento 1...............................................................................................58
APÊNDICE H- Análise de Variância para o parâmetro consumo em tamanho metabólico (CTM) do
experimento 1............................................................................................................................58
APÊNDICE I- Análise de Variância para o parâmetro ganho de peso médio diário (gmd) do
experimento 2.................................................................................................................................59
APÊNDICE J- Análise de Variância para o parâmetro peso do experimento 2.............................59
APÊNDICE K- Análise de Variância para o parâmetro escore corporal (ec) do experimento
2......................................................................................................................................................60
APÊNDICE L- Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca total (CMST) do
experimento 2.................................................................................................................................60
APÊNDICE M- Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca em percentagem
do peso vivo (CMSPV) do experimento 2......................................................................................61
APÊNDICE N- Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem (CF) do experimento
2.................................................................................................................................61
APÊNDICE O- Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem em percentagem do
peso vivo (CFPV) do experimento 2..............................................................................................62
APÊNDICE P- Análise de Variância para o parâmetro consumo em tamanho metabólico (CTM) do
experimento 2...........................................................................................................................62
APÊNDICE Q- Análise de Variância para o parâmetro ganho de peso médio diário (GMD) do
experimento 3.................................................................................................................................63
APÊNDICE R- Análise de Variância para o parâmetro peso do experimento 3............................63
APÊNDICE S- Análise de Variância para o parâmetro escore corporal (ec) do experimento
3......................................................................................................................................................64
APÊNDICE T- Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca total (CMST) do
experimento 3.................................................................................................................................64
APÊNDICE U- Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca em percentagem
do peso vivo (CMSPV) do experimento 3......................................................................................65
APÊNDICE V- Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem (CF) do experimento
3................................................................................................................................65
APÊNDICE X- Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem em percentagem do
peso vivo (CFPV) do experimento 3..............................................................................................66
APÊNDICE Z- Análise de Variância para o parâmetro consumo em tamanho metabólico (CTM) do
experimento 3............................................................................................................................66
APÊNDICE AA- Concentração de Óxido de Cromo obtidas no aparelho de espectrofotometria de
absorção atômica, nas amostras do experimento 1.........................................................................67
APÊNDICE AB- Leituras obtidas no aparelho de espectrofotometria de absorção atômica para a
concentração de Óxido de Cromo para o experimento 2................................................................68
APÊNDICE AC- Leituras obtidas no aparelho de espectrofotometria de absorção atômica para a
concentração de Óxido de Cromo para o experimento 3................................................................69
SUMÁRIO
RESUMO.......................................................................................................................................05
ABSTRACT..................................................................................................................................06
LISTA DE ILUSTRAÇÕES........................................................................................................07
LISTA DE TABELAS..................................................................................................................08
LISTA DE APÊNDICES..............................................................................................................09
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................13
2 REVISÃO BIBLILOGRÁFICA..............................................................................................14
2.1 Sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L.) Moench) na alimentação de bovinos de
corte................................................................................................................................................14
2.2 Farelo de Glúten de Milho em dietas para bovinos de corte..............................................16
2.3 Farelo de Arroz Desengordurado em dietas para bovinos de corte...................................21
2.4 Predição do Consumo à Pasto com a utilização de Óxido de Cromo (Cr
3
O
6
)..................25
2.5 Referências bibliográficas......................................................................................................28
3 CAPÍTULO 1: FARELO DE ARROZ DESENGORDURADO E FARELO DE GLUTEN
DE MILHO NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE.......................................35
3.1 Resumo....................................................................................................................................35
3.2 Abstract...................................................................................................................................35
3.3 Introdução...............................................................................................................................36
3.4 Materiais e métodos................................................................................................................37
3.5 Resultados e discussão............................................................................................................44
3.6 Conclusões...............................................................................................................................51
3.7 Referências bibliográficas......................................................................................................51
1 INTRODUÇÃO
No mercado atual de carnes a evolução dos sistemas de produção se tornou indispensável,
no sentido de buscar eficiência e valor nutritivo do produto, visando obter competitividade,
sustentabilidade e incremento à valor nutritivo do produto final.
As dificuldades dos produtores rurais, principalmente os gaúchos, em adequarem o seu
sistema de produção são inúmeras, já que os grandes frigoríficos exportadores requerem carcaças
pesadas para a exportação, carne de valor nutritivo e produção em escala. Além disso, a diversidade
de raças que são criadas no estado também é um fator negativo quanto à padronização do produto
final, característica esta que é muito valorizada pelos países estrangeiros, que além destas
exigências são muito rigorosos quanto à sanidade do rebanho.
A realidade é que a grande maioria da carne bovina nacional é produzida quase que
exclusivamente em sistemas extensivos, tendo pastagens naturais e cultivadas como base alimentar.
Deste modo, pode-se dividir a produção de carne em dois períodos: o período de primavera/verão,
quando a alta produção forrageira resulta em elevado desempenho animal, e, o período de
outono/inverno, quando a produção limitada de pastagens prejudica o crescimento animal ou
provoca, até mesmo, perdas de peso durante este período (PRADO et al. 2003).
As pastagens cultivadas, suplementação e confinamento são alternativas que podem ser
utilizadas na época de baixa produção forrageira, para que o desempenho dos animais não seja
afetado negativamente. Mas estas técnicas mais intensivas têm sido utilizadas principalmente nas
categorias de machos, na fase de recria e terminação, assim mesmo com muito planejamento, já que
se elevam os custos de produção (FREITAS et al. 2005).
A suplementação de bovinos de corte mantidos em pastagens se faz necessário quando os
nutrientes não são fornecidos de forma balanceada pela forragem e/ou em quantidade suficiente
para satisfazer às exigências do animal e/ou as expectativas de desempenho. Uma estratégia de
suplementação adequada seria aquela destinada a maximizar o consumo e a digestibilidade da
forragem disponível (KABEYA et al. 2002).
Ao reduzir as deficiências dos nutrientes, a suplementação permite o crescimento eficiente
dos microorganismos, resultando em fermentação microbiana adequada para um máximo de
digestão de carboidratos da forragem, conseqüentemente, aumentando a produção de ácidos graxos
voláteis. Além disso, o aumento da síntese microbiana eleva a saída de proteína microbiana do
rúmen, aumentando o pool de proteínas no abomaso (LENG, 1990).
A adoção da suplementação deve ser economicamente viável, sendo necessário conhecer o
custo atual do suplemento e compará-lo ao valor do ganho de peso adicional correspondente. As
vantagens indiretas da suplementação, tais como menor tempo de permanência dos animais na
pastagem, maior flexibilidade na taxa de lotação e novas oportunidades de negócios, também
devem ser levadas em consideração (LEÃO et al. 2005a).
O farelo de arroz desengordurado (FAD) e farelo de glúten de milho (FGM) são subprodutos
industriais que podem servir como fontes alternativas na suplementação de bovinos, e quando
utilizados podem minimizar os efeitos das adversidades climáticas, assegurando um bom
desenvolvimento dos animais com o fornecimento adequado de nutrientes.
Apesar de serem produtos prontamente disponíveis pelas indústrias de beneficiamento e com
um custo de aquisição não muito elevado, quando comparados a ingredientes mais convencionais
tais como o farelo de trigo e de soja, não são muitas as pesquisas com FAD e FGM na desempenho
de bovinos de corte, ressaltando a importância de trabalhos com estes alimentos.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L.) Moench) na alimentação de bovinos de corte
De maneira geral, a cultura do sorgo vem conquistando espaço entre as culturas nobres com
um período de plantio bastante elástico, podendo substituir o milho na alimentação bovina em até
100%, sendo fornecido na forma de grãos, capineira, pastejo direto ou silagem (NEUMANN, 2002).
Silagens de cultivares forrageiros produzem maior quantidade de biomassa por área, porém geram
resultados inferiores quanto ao desempenho animal, quando comparadas aos obtidos com silagem
de milho (NUSSIO, 1993).
A variabilidade genética do sorgo permitiu o desenvolvimento de um grande número de
híbridos. Cada um destes materiais apresenta características agronômicas e valor nutritivo
diferentes, com conseqüentes variações quanto à produtividade e padrões de fermentação,
resultando em silagens e forrageiras com diferentes valor nutritivos. Esses fatores podem afetar
diretamente o desempenho dos animais tornando evidente a necessidade de seleção de híbridos
adequados aos sistemas de produção animal (PEDREIRA et al. 2003).
Os sorgos de maior interesse são distribuídos em dois grupos: os graníferos, com a
finalidade de produção de grãos, que são de pequeno porte (altura inferior a 1,6m); e os forrageiros,
com ciclos mais longos e alturas superiores a 2,0m, vigorosos e com grande capacidade de
produção de matéria verde (MV) (DEMARCHI et al. 1995).
As variedades destinadas ao pastejo são obtidas através de cruzamentos com Capim Sudão
(Sorghum sudanense (Piper) Stapf) ou genótipos selecionados para alta rusticidade e grande
capacidade de rebrote após cortes ou pastejos sucessivos. No experimento de ZAGO (1997) o autor
relatou produções significativamente superiores para dois híbridos de sorgo com capim-Sudão, em
relação às outras forrageiras de verão. De acordo com MULCAHY et al. (1992), a utilização destes
híbridos para a produção de forragem deve-se, principalmente, à sua elevada produção de MS.
Segundo os autores, os indicadores do valor nutritivo das forrageiras incluem as características
físicas da planta, e NEUMANN et al. (2002) confirmam que programas modernos de melhoramento
objetivam explorar o máximo possível o banco genético da cultura de sorgo, selecionando materiais
com valor nutritivo de colmo e folhas. Para híbridos de sorgo com capim-Sudão, correlações
negativas entre altura da planta e características de valor nutritivo da forragem foram verificadas
por MULCAHY et al. (1992) e TOMICH et al. (2004).
Com relação à capacidade de rebrote, esta é uma característica considerada vantajosa.
Fatores de manejo da cultura afetam o perfilhamento, como, por exemplo, a população de plantas;
quanto menor a população de plantas, maior a possibilidade de perfilhamento. O sorgo geralmente
produz mais perfilhos em dias curtos e a temperaturas mais baixas. Qualquer dano no ápice de
crescimento na planta pode iniciar o processo de perfilhamento, como por exemplo o dano no ápice
por insetos, estresse severo de água ou temperatura. Danos causados por insetos na panícula
principal vão originar os perfilhos axilares, os quais se desenvolvem de gemas laterais
(MAGALHÃES et al. 2003).
Os cultivares destinados ao corte/pastejo podem disponibilizar até três cortes, com uma
produção média de 1,49; 1,73 e 1,93 toneladas de MS/ha no primeiro, segundo e terceiro cortes
respectivamente (SILVA et al. 2002). No Brasil Central, RODRIGUES (2000) considera que alguns
cultivares têm potencial para produzir até 90 t de MV por hectare, em três cortes. Já TOMICH et al.
(2004) relatam uma produtividade de 29,4 t/ha de MV e 4,5 t/ha de MS, em apenas um corte,
revelando o potencial dos híbridos de sorgo com capim-Sudão para serem utilizados como
alternativa para a produção de forragem em regime de corte, no início do período das águas no
Brasil central.
No experimento de RESTLE et al. (2002) a pastagem de sorgo apresentou valor nutritivo
equivalente ao milheto (Penninsetum americanum) e superioridade na valor nutritivo em relação ao
capim elefante (Pennisetun purpureum, Schum), apresentando 9,95 e 54,56% de proteína bruta (PB)
e digestibilidade in vitro da MS, respectivamente. A carga animal média suportada foi de 1.389 kg
de peso vivo (PV) por hectare (ha) não se mostrando inferior a outras espécies de gramíneas de
estação quente. Não foi observada diferença significativa no GMD entre as pastagens de milheto e
sorgo (1,188 e 1,121 kg); somente houve diferença numérica de 67 gramas/dia a favor do milheto.
Esses resultados concordam com os obtidos por CÓSER & MARASCHIN (1981) apud RESTLE et
al. (2002), os quais também não encontraram diferença no GMD entre milheto e sorgo.
Semelhanças no GMD entre milheto e sorgo também foram relatados por UTLEY et al. (1976) e
DUNAVIN (1970) apud RESTLE et al. (2002); porém, os GMD obtidos por esses autores foram
inferiores aos obtidos no experimento descrito acima.
2.2 Farelo de Glúten de Milho (FGM) em dietas para bovinos de corte
O Farelo de Glúten de Milho (FGM) pode ser encontrado no mercado brasileiro sob duas
formas de comercialização, uma com 20 a 23% de PB e outra com cerca de 60% de PB. O FGM
com 20 a 23% de PB é a parte fibrosa do grão de milho que fica após a extração da maior parte do
amido, do glúten e do gérmen pelo processo empregado na produção do amido ou xarope. O farelo
também pode conter extrativos fermentados do milho e/ou farelo de gérmen de milho, bem como,
deve ser isento de matérias estranhas à sua composição. O FGM com 60% de PB é o resíduo seco
de milho, obtido após a remoção da maior parte do amido, do gérmen e da separação do farelo pelo
processo empregado na fabricação do amido de milho ou xarope, por via úmida, pelo tratamento
enzimático do endosperma (TARDIN, 1991).
Segundo MACEDO et al. (2003), para cada 100 kg de milho em grãos são produzidos 62 a
68 kg de amido; 3kg de óleo; 3,2 kg de farelo de gérmen; 20 kg de glúten e 4,5 kg de FGM.
O beneficiamento por via úmida permite a obtenção do FGM e o processo se inicia quando o
milho em grão é limpo para a retirada de impurezas, palhas e outros materiais, através de peneiras e
ciclones ou sopradores pneumáticos, além de separadores magnéticos para separação de sujeiras
metálicas. Posteriormente os grãos são levados para tanques de ácido inoxidável chamados de
maceradores, com uma solução aquosa ácida contendo lactobacilos em presença de dióxido de
enxofre (SO
2
). A temperatura da solução é aproximadamente de 50
0
C e o cereal permanece em
média 40 horas nos tanques. O SO
2
diluído reage com a água (H
2
O) formando o ácido sulfuroso
(H
2
SO
3
) que promove a assepsia do processo, controla a germinação e fermentação em razão de
variações químicas que ocorrem nos constituintes do endosperma e auxiliam o processo de
separação do amido e proteínas. Pela ação da acidez e da temperatura, o grão de milho sofre um
amolecimento, liberando nutrientes para a solução que posteriormente, é drenada e concentrada.
Após a separação do gérmen, glúten e amido, através de peneiras e centrifugação, a solução
concentrada e a fibra remanescente são secas a quente (cerca de 90
0
C) e moídas, passando a
constituir o FGM. (FUNDAÇÃO CARGILL, 1980).
A composição bromatológica do FGM é de aproximadamente 90,0 % de MS, 21,0 % de
PB, 8,9 % de FDN, 89,0 % de NDT, 3,22 de EM (Mcal/kg de MS) e 59 % de proteína não
degradável no rúmen (NRC, 1989). Já FIRKINS et al. (1984) afirmam que o teor de proteína não
degradável no rúmen do FGM é de aproximadamente 26%. A fração fibrosa é alta (87%) e
rapidamente (6,2%/h) degradada no rúmen (DeHAAN, 1983 apud KREHBIEL, 1995).
Segundo MUIRHEAD (1994), o farelo de glúten de milho é um alimento com teor
relativamente alto de fibra em detergente neutro (40%), cuja digestibilidade é elevada, e com médio
teor de amido entre 20 e 25%. O valor de NDT situa-se entre 70 e 83% na MS, sendo considerado
um alimento mediamente energético.
Autores citados por SANTOS (2004) apontam como causas da variação na composição do
FGM o processo de produção, o tipo de moagem e peneiramento e o tipo de centrifugação até a sua
produção final. Sua composição também pode ser alterada com exposição prolongada ao ar em
razão de sua fácil deteriorização.
A baixa degradabilidade da proteína do farelo de glúten de milho permite a passagem desta
para o intestino delgado, sem sofrer o ataque de microorganismos, aumentando, assim, a eficiência
de utilização das fontes de nitrogênio. Esta não possui um perfil de aminoácidos equilibrado e pode
ser melhorado pelos aminoácidos da proteína microbiana que chega ao intestino (PIEPENBRINK &
SCHINGOETHE, 1998).
A composição do FGM rico em fibras de alta digestibilidade (SCOTT et al. 2003) e um
conteúdo relativamente baixo em amido (22,5%) permite o fornecimento deste alimento em grandes
quantidades em relação ao PV dos animais, já que o FGM pode atuar reduzindo desordens
metabólicas relacionadas à acidose ruminal, principalmente na fase de adaptação aos concentrados
em regime de confinamento (KREHBIEL et al. 1995). Em um experimento com FGM úmido em
comparação com o milho, animais que recebiam 100% de milho na ração apresentavam um pH
ruminal abaixo de 6,0 por 11,4 horas, enquanto os que recebiam 50 ou 100% de FGM úmido em
substituição ao milho na ração apresentavam pH ruminal abaixo de 6,0 por 8,3 horas (MUIRHEAD,
1994).
A adição de FGM em dietas pode alterar a digestibilidade das mesmas, e com níveis
superiores a 45% da MS, SINDT et al. (2003) concluíram que a inclusão de FGM promoveu um
decréscimo na digestibilidade da matéria orgânica, devido ao aumento do consumo de FDN e
decréscimo no consumo de amido. Similarmente, McCOY et al. (1997) relataram que a
digestibilidade aparente da MS foi menor quando o FGM foi incluído em dietas para terminação.
Com relação à produção de nitrogênio amoniacal (N-NH
3
) de diferentes suplementos
protéicos, TITGEMEYER et al. (1989) trabalhando com fontes de proteína com diferentes
degradabilidades ruminais, ou seja, farelo de soja, FGM e farinha de sangue, encontraram produção
de N-NH
3
em mg/dL de líquido ruminal de 39,78, 23,04 e 16,16, respectivamente. ROBINSON &
McQUEEN (1994) também encontraram valores superiores para o farelo de soja (91,9 mg/L) em
comparação com o FGM associado à farinha de sangue (80,4 mg/L).
O experimento de DUTRA et al. (2004) foi conduzido com o objetivo de estudar os efeitos
dos níveis de fibra (38,7 e 57,2% de fibra em detergente neutro - FDN) e de diferentes fontes de
proteína (farelo de soja e FGM associado com farinha de sangue), no comportamento da
concentração do N-NH
3
e do pH no líquido ruminal de novilhos, com predominância da raça Pardo-
Suíça. Os autores constataram que as maiores concentrações médias de N-NH
3
no líquido ruminal
foram encontradas com as rações que utilizaram o farelo de soja como fonte de proteína,
independentemente do nível de fibra, em que foi encontrado o valor de 0,18 mg de N-NH
3
/mL de
líquido ruminal. As rações com baixa porcentagem de fibra produziram o menor pH do líquido
ruminal (6,27); mas segundo os autores os valores mínimos de pH não limitaram o crescimento
microbiano.
Dois estudos foram conduzidos por TRENKLE (1986 a, b) para determinar o valor
energético do FGM. Quando novilhas foram alimentadas com dietas contendo 30 ou 60% de FGM,
o valor da energia metabolizável para o FGM foi 22% menor que o estimado para o grão de milho
esmagado (GME). No segundo experimento, o valor energético foi 9% menor quando GME e
silagem de milho foram substituídos por FGM nas proporções 30, 50 e 70% nas dietas de
terminação.
Em um experimento que visava à terminação, SINDT et al. (2003) utilizaram 631 fêmeas
cruzadas para testar o incremento (25, 35, ou 45% da MS na dieta) de FGM e feno de alfafa
combinados com milho floculado, sendo este a dieta base. Os autores constataram que não ocorreu
interação entre o FGM e o feno de alfafa no desempenho dos animais, mas o acréscimo do FGM
promoveu um decréscimo linear na eficiência de ganho, teor energético da dieta e por conseqüência
um menor acabamento em gordura nas carcaças. Os pesquisadores também observaram que os
animais alimentados com 35% de FGM na MS tiveram uma menor ocorrência de abscessos
hepáticos, e concluíram que o FGM quando utilizado de 25 a 35% na MS, pode ser uma fonte
eficiente de energia em dietas para a terminação. Níveis acima destes podem ser economicamente
interessantes, mas podem limitar o ganho dos animais pelo decréscimo da energia da dieta.
Alguns autores observaram incrementos no consumo de MS quando o FGM foi adicionado a
dietas à base de milho para a terminação. Estes autores também constataram que a adição
intermediária de FGM, em dietas para a terminação, produziram os melhores GMD ( FIRKINS et
al. 1985; HUSSEIN & BERGER, 1995).
A adição de 40% de milho ou FGM incrementou o consumo de MS e a eficiência de ganho
por novilhos no experimento de OLIVEROS et al. (1987). Outros estudos mostraram que novilhos
consumindo 50 ou 80% de FGM em dietas tendo como base silagem, tiveram maiores consumos de
MS e maiores ganhos que animais mantidos com silagem e 20% de FGM (DICONSTANZO et al.
1986a). Em um estudo subseqüente, os mesmos autores observaram que quando o FGM substituía o
grão de milho, os novilhos consumiam mais MS, mas o desempenho dos animais foi similar ao
grupo controle, que recebia grão de milho (DICONSTANZO et al. 1986b).
No estudo de GREEN et al. (1987) foi observado que a substituição de 25 a 30% do FGM
pelo grão de milho resultou em perda na eficiência alimentar (3,4%), mas o GMD e consumo de
MS tiveram um acréscimo de 5% e 7,6%, respectivamente, em relação à dieta controle. Já nos
níveis de substituição de 45 a 60% o FGM reduziu a conversão alimentar (16%) e GMD (3,7%) e
promoveu um aumento no consumo de 10,8%.
Dois ensaios foram desenvolvidos por SCOTT et al. (2003) para determinar o efeito do
processamento do grão de milho na performance e nas características da carcaça de novilhos
alimentados com FGM. No ensaio 1 foram utilizados 480 novilhos (303 kg de peso inicial) e foi
constatado que alimentando os animais com milho floculado resultou em incremento na eficiência
alimentar com ou sem a inclusão de FGM quando comparado com animais alimentados com GME.
Os dados do trabalho indicaram que o processamento de grãos é mais eficiente quando o
esmagamento pode ser utilizado para aumentar a eficiência alimentar e energia líquida disponível
para ganho em dietas contendo FGM.
Cinco trabalhos de terminação foram sumarizados por STOCK et al. (2000) e sugeriram que
em dietas contendo cerca de 34,8% de FGM na MS, o resultado esperado é de um aumento na
eficiência alimentar de 5,1%. Mas contrastando com estes dados, SCOTT et al. (2001) observaram
um incremento na eficiência alimentar de 4,8% de uma dieta controle versus outra que continha
35% de FGM.
A utilização de vários subprodutos do milho para animais em crescimento foi testada por
PETER et al. (2000), que utilizaram 96 novilhas mestiças Simental x Angus, e observaram um
aumento no GMD de 29%, para animais que recebiam FGM em comparação aos animais
testemunhas, que recebiam ração contendo fibra de milho modificada. Os mesmos pesquisadores
realizaram outro estudo, onde foi observado grande diferença, na digestibilidade da PB da ração
controle em relação à que continha FGM e concluíram que o este alimento é uma boa fonte
energética e protéica para novilhas.
Três ensaios de digestibilidade e um de crescimento foram conduzidos por HANNAH et al.
(1990), para determinar o local, a extensão e a taxa de digestão ruminal da forragem e taxa e
eficiência de ganho de novilhos alimentados com feno de alfafa suplementados com milho ou farelo
de glúten de milho seco. No experimento 2, cinco novilhas foram alimentadas com feno de alfafa
com incremento dos níveis dietéticos de FGM e foi constatado que a digestibilidade da matéria
orgânica (MO), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) aumentou de
acordo com a adição de FGM. No experimento 3, os animais foram alimentados com feno de alfafa
contendo 20 ou 60% de milho ou FGM, e foi verificado que o FGM proporcionou maior aumento
na digestibilidade da MO e FDN em relação à adição de milho. Os mesmos autores concluíram que
o GMD e eficiência alimentar foram similares em bovinos alimentados com feno de alfafa mais
milho ou FGM.
Com o objetivo de avaliar o efeito da utilização de três fontes de proteína, BRANCO et al.
(2001) testaram uréia (UR), farinha de penas (FPE) e FGM sobre a digestão ruminal, intestinal e
total do amido em bovinos. Os autores utilizaram três bovinos da raça Holandesa fistulados no
rúmen e duodeno. No trabalho descrito acima, não foi verificado efeito da fonte protéica (P>0,05)
sobre os parâmetros de digestão avaliados com relação à MS, bem como a composição química
microbiana e pH ruminal. A dieta UR apresentou maior produção ruminal de amônia seguida pelas
dietas FGM e FPE (P<0,05). A eficiência microbiana aparente e verdadeira foi maior para a dieta
FGM (P<0,05) e semelhante para as dietas UR e FPE. Não houve efeito das fontes protéicas sobre a
digestibilidade intestinal do amido.
Novilhos alimentados com FGM (25 ou 50% na MS) obtiveram desempenho superior aos
animais do grupo controle, alimentados com GME, mas não foi observada diferença no consumo de
MS (RICHARDS et al. 1998). O FGM pode ser utilizado como suplemento para bovinos de corte,
mantidos em pastagens cultivadas. Novilhos em fase de recria mantidos em pastagem de Brachiaria
decumbens e suplementados com diferentes fontes protéicas tiveram um GMD de 0,500 kg, não
sendo diferente de alimentos tradicionais tais como o farelo de soja, farelo de trigo e farelo de
algodão (GOMES et al. 2002).
O FGM foi utilizado como componente (8,5% na MS) do suplemento no trabalho de
MANELLA et al. (2003) que estudou as características de fermentação ruminal de bovinos nelore
na recria em pastos de Brachiaria brizantha com acesso a banco de proteína de Leucaena
lecocephala. Estes autores concluíram que a suplementação alterou os parâmetros de fermentação
ruminal, favorecendo a maior atividade microbiana, devido ao maior aporte de N-NH3 ruminal, e
promovendo aumento nas concentrações de ácido propiônico, proporcionando uma melhora no
desempenho dos bovinos. Os resultados do experimento descrito acima indicaram que, para
pastagens de B. brizantha no período das águas, é necessária a suplementação com fontes de
proteína. Entretanto, os autores ressaltaram a importância da execução de mais trabalhos avaliando
aspectos da fermentação ruminal de animais pastejando gramíneas tropicais, suplementados ou não,
auxiliando na formulação de suplementos estratégicos.
2.3 Farelo de Arroz Desengordurado (FAD) em dietas para bovinos de corte
O arroz é produzido em mais de 100 países em todo o mundo e atualmente constitui uma
forma de alimento para cerca da metade da população mundial, com cerca de 150 milhões de
hectares cultivados e uma produção de 590 milhões de toneladas. A Ásia é o maior produtor
mundial de arroz com 90% da produção mundial. A china é o país de maior produção, com 186
milhões de toneladas e a Índia o país de maior área cultivada (43 milhões de ha). A grande maioria
das variedades cultivadas são da espécie Oryza sativa, que tem origem na Ásia, mas outras espécies
(Oryza glaberrima) são de origem Africana (FAO, 2004).
O principal produtor de arroz do Brasil é o Rio Grande do Sul, produzindo cerca de
4.000.000 ton. /ano. A industrialização do arroz produz uma série de subprodutos, como o brunido,
a quirela, o farelo de arroz integral (FAI), que deste, após a extração do óleo, é obtido o farelo
desengordurado (FAD). Este tem como principal vantagem a não rancificação permitindo que o
produto seja armazenado por um período de tempo maior (PIMENTEL & PEIXOTO, 1983). Para
ruminantes suplementados a campo ou confinados, o FAD é uma importante alternativa,
principalmente nas regiões produtoras de arroz (PAULINO et al. 1993; RESTLE et al. 1995).
Dos subprodutos do beneficiamento do arroz, o FAI contém a maior parte dos nutrientes
(aproximadamente 13% de PB e 15% de gordura) e tem sido utilizado eficientemente em dieta para
bovinos. Alguns autores reportaram 55% de FDN e 39% de FDA, 6.7% de PB e 80,9% de MO no
FAI (BRATZLE & COFFEY, 1990). È importante ressaltar que existem muitas variações na
composição bromatológica dos subprodutos das indústrias de beneficiamento de grãos (RANKINS,
2002).
O fator limitante para a utilização de FAI é o seu conteúdo em gordura, de aproximadamente
15% (NRC, 1996). A redução na digestibilidade da FDN, com emprego de FAI na dieta de
novilhos, utilizando dietas com 9% de gordura foi constatado por ZHAO et al. (1996). O tamanho
de particula pequeno, conteúdo de amido e gordura são aditivos ao risco de problemas digestivos e
desbalanços nutricionais. Em geral a utilização do FAI se limita a 6% da gordura dietética com base
na MS (LALMAN, 1996).
Em pesquisa recente com FAI, na suplementação de novilhos e vacas, constato-se que
quando o FAI é suplementado a 0,4% do PV, tem aproximadamente o mesmo valor energético que
o grão de milho quando utilizado no mesmo nível de suplementação (LALMAN, 1996).
Diferentes níveis de FAI mostraram uma queda no desempenho de terneiros leiteiros à
medida que aumentou a percentagem deste na dieta (PIMENTEL & PEIXOTO, 1983; BERMUDES
& PEIXOTO, 1995). No entanto, em novilhos confinados, RESTLE et al. (1995) não constataram
diferença no desempenho com o incremento de FAD na fração concentrado. Alguns autores como
BRATZLE & COFFEY (1990) indicaram GMD de 0,4 kg/d para novilhos alimentados com 66%
FAI e 33% de pellets de alfalfa por 60 dias.
Algumas pesquisas foram conduzidas com casca de arroz e FAI como alimentos
alternativos. A casca do arroz mostrou ser menos digestível que algumas forrageiras quando
incluído como fonte de volumoso em concentração acima de 15% da dieta (WHITE & HEMBRY,
1982 apud STACEY & RANKINS, 2004). WHITE (1966) apud STACEY & RANKINS (2004)
observaram diarréia e excreção de sangue pelas mucosas quando a casca do arroz foi dada a animais
em experimento de terminação. Alguns dos animais foram observados consumindo fezes em
algumas ocasiões, e alguns vieram a óbito depois de alguns dias, sendo constatado em necropsia, a
constipação ruminal pelos animais que ingeriam casca de arroz.
Os efeitos de níveis de suplementação energética no desempenho produtivo e reprodutivo de
novilhas foram avaliados por FRIZZO et al. (2003), que conduziram um experimento com 64
bezerras de corte Charolês e suas cruzas com Nelore, mantidas em pastagem cultivada de inverno.
A suplementação foi equivalente a 0; 0,7 e 1,4 % do PV/dia de FAI associado à polpa cítrica na
proporção de 1:1. Os autores verificaram que a suplementação proporcionou maior GMD, carga
animal e ganho de PV/há em relação ao grupo testemunha; mas o CMS foi menor no nível 1,4% do
PV/dia. Também foi constatado que as bezerras suplementadas tiveram maior condição corporal e
porcentagem de cio do que bezerras do grupo controles.
O FAI e cama de frango foram testados na alimentação de bovinos de corte, em fase de
crescimento, sendo realizados estudos de crescimento e digestibilidade. Novilhos das raças
Aberdeen Angus e Charolês foram alimentados com dietas contendo milho, FAI, cama de frango e
misturas dos ingredientes. Os autores concluíram que o FAI pode ser utilizado na substituição à
cama de frango na alimentação de bovinos de corte, na proporção de 60% da MS da dieta, sem
causar problemas digestivos, mas ressaltaram que o nível de PB da dieta deve ser avaliado com
cuidado, quando o FAI é utilizado nas rações de animais jovens (STACEY & RANKINS 2004).
Em estudo para determinar os efeitos do incremento da gordura dietética na reprodução de
vacas da raça Brahman, WEBB et al. (2001), concluíram que a adição de FAI na dieta dos animais
produziu efeitos benéficos na reprodução. PAAT & WINUGROHO (1990) suplementaram com 1 a
2 kg de FAI a vacas mantidas em pastagem natural, descobriram que o peso ao nascer do terneiro
não foi afetado pela suplementação.
Durante o período seco e chuvoso, JELANTIK et al. (2001), estudaram a suplementação de
vacas e bezerros com FAI e não constataram efeito do uso de FAI na produção de leite, mas o GMD
e avaliações paramétricas foram influenciados pelo uso de 0,750 kg de FAI durante a estação seca.
O FAD é um subproduto prontamente disponível pela indústria de beneficiamento de grãos,
mas poucas pesquisas tem sido conduzidas para avaliar a performance de bovinos de corte com este
alimento (FORSTER et al., 1994). Autores citados por KAJIKAWA (1995) indicaram que o FAD
tem cerca de 64,3% de NDT, 20,4% de PB e 2,2% de EE. Já SAHOO et al. (1999) relataram dados
bromatológicos do FAD como tendo 14,62% de PB, 52,43% de FDN, 26,03% de FDA, 0,81% de
EE, 84,49% de MO e 15,51% de cinzas.
Segundo COSTA & FRANÇA (1993), o FAD pode se apresentar na forma de pellets, que
resultam do processo de extrusão com alta estabilidade. Por possuir um tamanho de particula
pequeno, a peletização se torna uma alternativa que acrescenta vantagens às características do
alimento (BERNARD & AMOS, 1985). A temperatura e pressão associadas com o processo de
extração de óleo e posterior peletização do FAD produzem materiais menos suscetíveis à
degradação pelas bactérias ruminais, aumentando o escape de nutrientes aos intestinos (ZINN et al.
1988).
Os diferentes processamentos industriais (cru, pré-cozido e FAD) do arroz e farelo de trigo
foram testados por ZHAO et al. (1996), quanto aos seus efeitos na degradabilidade ruminal “in
situ”, local e extensão da digestão dos nutrientes dietéticos e síntese microbiana. Para isto, os
autores utilizaram quatro novilhas fistuladas e canuladas no rúmen, e concluíram que
digestibilidade da MS do farelo de arroz pré-cozido foi menor em relação ao arroz cru. Além disso,
o consumo real de energia digestível foi menor para o arroz cru e pré-cozido, em comparação às
dietas que continham FAD; e dietas com farelo de trigo tiveram a menor digestibilidade da fração
fibra no rúmen e fração gordurosa no intestino delgado. Os carboidratos não estruturais nas dietas
que continham farelo de arroz tiveram maior digestibilidade do que as que continham farelo de
trigo. O desaparecimento ruminal do amido foi acima de 90%, mas para carboidratos não estruturais
e solúveis, foi menor que 40% para todas as dietas. O desaparecimento do nitrogênio, fluxo e
eficiência microbiana não foram diferentes entre as dietas, sendo que o arroz cru e pré-cozido
proporcionaram uma maior produção de propionato no rúmen, concluindo que a digestão da fibra e
consumo de energia para dietas contendo altas proporções de farelo de arroz é incrementada pelo
processo de retirada da gordura do arroz (FAD) e não pelo pré-cozimento.
No estudo de GADBERRY et al. (2005) avaliou-se as características de digestão ruminal e a
performance de novilhos de corte suplementados com subprodutos agroindustriais, entre eles o
FAD. Como resultados, os autores verificaram que nem o tipo de suplemento nem o processamento
afetaram a digestibilidade da MS, o consumo de feno, consumo de suplemento, consumo de MS
total e taxa de degradação ruminal. No segundo estudo foram utilizados 72 novilhos cruzados, e foi
constatado que o GMD não foi diferente entre os tratamentos, e os autores concluíram que o
processo de extrusão não altera o desempenho animal e que o FAD mais semente de algodão, pode
ser eficientemente utilizado para substituir milho mais farelo de algodão na suplementação de
bovinos em crescimento.
Utilizando quarto machos fistulados e canulados no rúmen, SAHOO et al. (1999) testaram
FAD com o incremento de níveis de melaço, na proporção 1:1 com o volumoso. O consumo de MS
foi similar em todos os tratamentos. Os parâmetros ruminais e o consumo de MS, indicaram que o
FAD com níveis de acima de 20% podem ser utilizados como substitutos de concentrados
convencionais para o nível de mantença.
Os efeitos da suplementação com FAD, FAI e outros subprodutos no consumo de MS,
digestibilidade e GMD, foram estudados por FORSTER et al. (1994). No experimento 1 a
degradabilidade ruminal in situ da MS foi de 75 e 53% às 12 horas pós-incubação; 86 e 82% às 48
horas após incubação para FAI e FAD, respectivamente. No experimento 2, os autores constataram
que o consumo de MO foi menor para o FAI em relação ao FAD a 0,80% do PV e FAD a 1,10% do
PV (5,48, 6,03 e 5,86 kg por dia). No experimento 3, seis vacas de corte adultas (564 ± 37 kg de
PV) fistuladas e canuladas no rúmen e duodeno foram alimentadas com as dietas do experimento 2,
e foi constatado que a eficiência microbiana foi similar entre os todos os tratamentos. No
experimento 4, 48 novilhos e 48 novilhas de 232 kg de peso vivo inicial médio, foram mantidos por
84 dias em pastejo e suplementados com as dietas do experimento 2. O GMD foi maior (P<0,05)
para FAI em comparação com FAD a 0,80% do PV e FAD a 1,10% do PV (1,18, 1,04 e 0,98 kg
por dia, respectivamente).
Alguns estudos relatam à utilização do FAD na alimentação de ovinos, e podemos citar
FONTE (1988) apud OSPINA et al. (1996) que concluiu que suplementação aumentava
significativamente a digestibilidade da energia em ovinos recebendo feno de campo nativo
suplementado com 15 e 30% de FAD na MS. No entanto o autor não detectou diferença na
digestibilidade da parede celular. Também foram evidenciados aumentos no consumo, ganho de
peso e crescimento de lã com a suplementação de FAD.
Trabalhando com 16 ovinos, OSPINA et al. (1996) avaliaram a digestibilidade, o consumo e
o balanço de N alimentados com feno de capim pensacola (Paspalum notatum, Flugge) e
suplementados com FAD em níveis de 0, 10, 20 e 30% do consumo de feno (respectivamente T0,
T1, T2 e T3) em dois ensaios de digestibilidade. Os autores concluíram que os coeficientes de
digestibilidade da MO e da EB não apresentaram diferenças entre tratamentos, mas a digestibilidade
da PB foi menor no T3 (58,76%) do que no T0 (63,59%), e a digestibilidade da FDN foi maior no
T2 (41,048%) do que no T1 (35,88%), porém sem evidenciar diferenças entre os outros contrastes.
2.4 Predição do Consumo à Pasto com a utilização de Óxido de Cromo (Cr
3
O
6
)
Um dos principais fatores determinantes do processo produtivo é o consumo de matéria seca
(CMS), que é o principal fator da baixa produção de bovinos nos trópicos. Maiores progressos no
entendimento dos fatores básicos que afetam o CMS têm sido impedidos pela ineficiência de nossos
métodos em mensurá-lo (DETMANN et al. 2001).
O CMS tem uma relação mais estreita com o desempenho de animais em pastejo, já que
ruminantes em pastagens tendem a manter a valor nutritivo da dieta em detrimento a quantidade da
mesma. O entendimento de todos os aspectos do processo de pastejo, que influenciam o CMS, só
poderá ser obtido a partir de uma estimativa bem sucedida do CMS (LIPPKE, 2002).
As técnicas para estimar o CMS de animais em pastejo são muitas, mas nenhuma com
grande precisão, e são baseadas no uso de marcadores internos e externos, comportamento
ingestivo, desaparecimento de massa de forragem, predição pelas características da forragem e
através da performance animal (MOORE, 1996).
O marcador é uma substância de referência, classificado como interno (endógeno) ao
alimento ou externo, que é adicionado ao alimento ou dosado em separado ao animal, e pode ser
utilizado para monitorar aspectos químicos (hidrólise e síntese) e físicos (fluxo) da digestão, além
de serem rotineiramente utilizados para a estimativa indireta da produção fecal em ruminantes
(OWENS & HANSON, 1992).
Os métodos e procedimentos para o uso de diversos tipos de marcadores foram descritos em
diversas revisões (ELLIS et al. 1982; POND et al, 1985). Os autores descrevem as características
ideais de um marcador como 1) não ser absorvido, 2) não afetar ou ser biotransformado pelo trato
digestivo ou pela população microbiana, 3) deve fluir paralelamente ou ser fisicamente similar ou
intimamente associado com o material que irá marcar, 4) deve ter método analítico específico,
eficiente para a sua determinação.
Um grande número de técnicas indiretas vem sendo desenvolvidas, para estimar o consumo
à pasto, já que não é possível estimar diretamente o CMS de animais mantidos em pastagens. Estas
técnicas visam geralmente, a mensuração da produção fecal (PF) e digestibilidade do material
consumido pelos animais, e quase todas utilizam marcadores internos e externos. As variações na
taxa de recuperação dos marcadores são as principais desvantagens destas técnicas (LIPPKE, 2002).
A PF também pode ser estimada por intermédio de modelos matemáticos, para animais em
condição de pastejo, tendo resultados semelhantes aos dados obtidos com marcadores (DETMANN
et al. 2001).
A PF total pode ser mensurada diretamente pelo uso de arreios especiais com uma bolsa
coletora. As vantagens das bolsas coletoras são que elas dão resultados rápidos e requerem somente
MS e determinação de cinzas. Como principais desvantagens destaca-se a alteração no
comportamento ingestivo, redução na performance animal, perdas de fezes, lesões nas patas
traseiras devido ao peso das fezes e mão-de-obra. Esta técnica é mais viável com ovelhas e cabras,
devido à alta MS das fezes e o pequeno tamanho dos animais (HATFIELD et al. 1993).
O marcador Cr
3
O
6
tem sido amplamente empregado na determinação da excreção fecal,
apresentando as vantagens de ser barato, facilmente incorporado à dieta e analisado com relativa
facilidade (ASTIGARRAGA, 1997).
Em 124 experimentos analisados por TITGEMEYER (1997), 90 utilizaram Cr
3
O
6
como
marcador de digestão. O Cr
3
O
6
é inerte no intestino, mas as taxas de recuperação não são 100%,
sendo em média 94%. Além da variação na taxa de recuperação, principalmente em pastejo, as
principais desvantagens deste marcador são: a variação de recuperação entre animais e variação
diária na concentração fecal de Cr
3
O
6
. A variação diurna pode ser corrigida, com uma coleta de
fezes em diferentes horários e realizadas as análises em uma amostra composta, com sub-amostras
dos horários coletados.
Outros marcadores muito empregados e pesquisados são os alkanos, e estes podem ser
utilizados tanto como marcadores externos e internos (DOVE et al. 1999).
Segundo HOLLEMAN & WHITE (1989) grande maioria dos protocolos de utilização de
marcadores utilizam uma ou duas técnicas de dosagem e amostragem. Para a dosagem, o marcador
pode ser administrado por uma dose única (dose pulso) ou ser dosado constantemente ou
freqüentemente por um período de 5 a 7 dias para que se estabeleça uma condição de estabilidade
na excreção ou platô de concentração do marcador nas fezes, para posteriormente serem coletadas
amostras fecais e analisadas quanto ao teor do marcador.
O método mais utilizado para a aplicação de Cr
3
O
6
é acondicioná-lo em uma cápsula de
gelatina ou papel com aplicação via oral. Outros métodos incluem a alimentação com pequenas
quantidades de Cr
3
O
6
misturado com algum suplemento e uso de dispositivo de liberação
controlada intra-ruminal (MOORE & SOLLEMBERGER, 1997).
Não existe ainda um protocolo definitivo de dosificações de marcadores e de coletas de
fezes, mas DETMANN et al. (2001) defendem que a aplicação do marcador (Cr
3
O
6
) uma vez ao dia
subestima os valores de excreção fecal e, conseqüentemente, o CMS dos animais a pasto. Os
autores recomendam o emprego de duas aplicações e duas coletas diárias, às 8 e 17 h.
Além da PF, a digestibilidade do material consumido pelos animais deve ser estimada para o
cálculo do CMS total. As amostras do material consumido podem ser obtidas através de simulações
de pastejo, ou animais fistulados no esôfago ou rúmen (TITGEMEYER, 1997). A digestibilidade
das amostras pode ser determinada por métodos tradicionais (TILLEY & TERRY, 1969;
ROBERTSON e VAN SOEST, 1981) ou através da utilização de marcadores internos
(ASTIGARRAGA, 1997).
Como marcadores internos destacam-se a matéria seca indigestível (MSi), lignina, sílica,
fibra detergente ácida indigestível (FDAi) e fibra detergente neutro indigestível (FDNi)
(DETMANN et al. 2001). Também podem ser utilizados os alkanos de cadeia ímpar, que estão
presentes na cera cuticular de muitas forrageiras (MOORE & SOLLENBERGER, 1997).
2.5 Referências Bibliográficas
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3 CAPÍTULO 1: FARELO DE ARROZ DESENGORDURADO E FARELO DE
GLUTEN DE MILHO NA SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
3.1 Resumo
Foram desenvolvidos três experimentos para testar os efeitos da suplementação com farelo
de arroz desengordurado (FAD), farelo de glúten de milho (FGM) e as suas interações, no
desempenho de novilhos de corte. Os testes de campo foram realizados na Fazenda Experimental
“Área Nova”, e as análises laboratoriais no Laboratório de Nutrição Animal – LANA, ambos
pertencentes ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM,
município de Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul. Foram utilizados 24 novilhos machos com
idade média de 15 meses e peso vivo inicial médio de 210 kg, cruzas Nelore x Charolês, que
tiveram como dieta base pastagem de sorgo AG2501
®
variedade pastejo (Sorghum bicolor (L.)
Moench), onde permaneceram quatro horas diárias pela manhã. Os animais foram distribuídos nos
seguintes experimentos: 1) níveis de suplementação com FGM, 2) níveis de suplementação com
FAD e 3) níveis de substituição de FGM por FAD na composição do suplemento. Foram avaliados
os parâmetros quantitativos da pastagem, o valor nutritivo da forragem e suplementos ingeridos e o
desempenho dos animais. O consumo de matéria seca total foi determinado através da estimativa
indireta da produção fecal, com a utilização de marcador externo (Óxido de Cromo). O FGM
demonstrou potencializar o ganho de peso médio diário de acordo com o aumento do nível de
suplementação em relação ao peso vivo. O farelo de arroz desengordurado pode ser utilizado em
suplementação em aproximadamente 0,40% do peso vivo dos animais; níveis acima destes podem
prejudicar o desenvolvimento dos bovinos. A mistura dos dois suplementos não influenciou o
desempenho dos animais.
Palavras-chaves: pastagem, amido, proteína não degradavel, desempenho.
3.2 Abstract
Three experiments were developed to test the effect of the supplementation with defated rice
bran (FAD), corn gluten feed (FGM) and their mixture, on steers performance. The field tests were
at the Experimental Farm "Area Nova", and the laboratorial analyses at the Animal Nutrition
Laboratory - LANA, both pertaining to the Department of Animal Science of the Universidade
Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria city, state of Rio Grande do Sul. Twenty-four steers
with average age of 15 months and live weight 210 kg, cross Nelore x Charolais, that had as diet
base, pasture of sorgo AG2501® variety grazing (Sorghum bicolor (L.) Moench) whe the steers
remained four daily hours in the mourning. The animals were distributed at the following
experiments: 1) levels of supplementation with FGM, 2) levels of supplementation with FAD and 3)
levels of substitution of FGM per FAD in the supplement composition. The quantitative parameters
of the pasture, the ingested forrage and supplements quality, and the performance of the animals
were evaluated. The total dry matter intake was determined by the indirect fecal production
estimate, using a external marker (Chromium Oxide). The FGM increased the daily average weight
gain with the increase of the supplementation level in relation to the live weight. The FAD can be
used as supplementation approximately 0.40% of the animals live weight; levels above of these can
harm the bovines development. The mixture of the two supplements did not influence the animals
performance.
Key-Words: forage sorhgum, starch, protein, performance
3.3 Introdução
Um dos gargalos da pecuária de corte brasileira, segundo VILLARES (1984) é a fase de
recria, que compreende um grande número de animais entre 12 e 36 meses de idade. Carências
nutricionais neste período podem comprometer todo o crescimento posterior e prejudicar a fase de
terminação. Para que isto seja evitado, estratégias alimentares devem ser adotadas para que o pleno
crescimento dos animais seja alcançado.
As pastagens cultivadas de clima quente podem ser utilizadas na recria como alternativa
forrageira, possibilitando bons índices de desempenho em praticamente todas as faixas etárias. Para
o período de verão, as espécies que se destacam no estado do Rio Grande do Sul são o milheto
(Pennisetum americanum (L.) Leeke) e o capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.); mas o
sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L.) Moench) pode ser considerado uma boa alternativa para os
produtores rurais (RESTLE, et al. 2002). O adequado manejo da forragem torna-se necessário para
que a máxima produção vegetal e/ou animal, seja obtida, já que os custos de implantação e
manutenção da pastagem são relativamente altos.
Apesar de inúmeras vantagens, em algumas situações essas forrageiras não possuem em sua
composição todos os nutrientes essenciais de forma equilibrada, de modo a atender completamente
todas as exigências dos animais em pastejo, sendo necessário a utilização de suplementos
alimentares para a obtenção de um melhor desempenho produtivo (FRIZZO, et al. 2003).
Os subprodutos do beneficiamento de grãos (milho, soja, trigo, arroz) são uma ótima
alternativa nutricional para aumentar a eficiência de utilização das pastagens cultivadas, podendo
estes, serem utilizados para incrementar o desempenho animal e ganhos por área.
Para animais jovens em crescimento, o ganho de peso médio diário (GMD) depende
basicamente do suprimento de aminoácidos (AA) que chegam ao abomaso e de substratos
energéticos que chegam aos tecidos. A proteína metabolizável é absorvida no duodeno, na forma de
AA, e pode ser dietética (não-degradável no rúmen) ou advinda dos microorganismos ruminais
(POPPI e McLENNAN, 1995).
Os alimentos energéticos, à base de amido, podem aumentar a performance animal, através
do maior aproveitamento do nitrogênio da forragem com conseqüências positivas na produção de
proteína bacteriana e do incremento na produção de ácidos graxos voláteis totais (GOETSCH et al.
1991). O farelo de arroz desengordurado (FAD) é uma fonte de amido e pode ser utilizado na
suplementação de bovinos de corte, podendo ser adquirido no Rio Grande do Sul com certa
facilidade, já que o estado é um grande produtor nacional de arroz.
Outra forma de incrementar o fluxo de AA é a suplementação com protéina com alimentos
de baixa degradabilidade ruminal. Esta pode representar maior valor biológico dos AA que são
absorvidos no intestino, melhor retenção de nitrogênio e aumento no GMD (PHILLIPS et al. 1995).
O farelo de glúten de milho (FGM) é um alimento com bom valor energético, cerca de 70% de
digestibilidade e 21 a 23% de PB, sendo parte protegida da degradação ruminal (NRC, 1996).
Os incrementos na quantidade de proteína metabolizável, via maximização da produção
microbiana e/ou fornecimento proteína dietética não degradável no rúmen devem ser testados de
forma a esclarecer à que nível de suplementação ou proporção, a produção animal se maximiza. Os
objetivos deste trabalho foram testar fontes de suplementação energética rica em amido (FAD) e
protéica de baixa degradabilidade ruminal (FGM), assim como a melhor relação entre esses no
consumo de MS e desempenho animal de novilhos de corte, mantidos em pastagem de sorgo,
variedade pastejo.
3.4 Material e métodos
3.4.1 Local e Época:
Os experimentos foram desenvolvidos na Fazenda Experimental “Área Nova” do
Laboratório de Bovinocultura de Corte pertencente ao Departamento de Zootecnia da Universidade
Federal de Santa Maria - UFSM, município de Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul. As
avaliações de campo foram realizadas entre Janeiro e Março do ano de 2005. As análises
laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal - LANA - (Departamento de
Zootecnia) da mesma instituição no período de Maio a Junho do ano de 2005.
3.4.2 Animais e suplementos utilizados
Foram utilizados 24 novilhos machos com idade média de 15 meses e peso vivo inicial
médio de 210 kg, cruzas Nelore x Charolês, que tiveram como dieta base pastagem de sorgo
(Sorghum bicolor (L.) Moench) AG2501
®
variedade pastejo, onde permaneceram quatro horas
diárias pela manhã.
Os suplementos utilizados foram o farelo de glúten de milho (FGM) e o farelo de arroz
desengordurado (FAD), fornecidos pela parte da tarde, em piquetes de chão batido com
aproximadamente 25m
2
de área, providos de cochos, bebedouros e sal mineral à vontade, entre
15:30 e 16:00 horas. Diariamente foram coletadas e anotadas em planilhas, as sobras do dia anterior
para fins de cálculo de consumo de concentrado.
Antes do início dos experimentos, os animais tiveram um período de adaptação à dieta e ao
manejo de 15 dias e neste receberam duas doses de um vermífugo comercial, de amplo espectro e
tratamento contra parasitas externos. Os animais foram pesados no início e no final de cada período
experimental, após jejum de sólidos de 12 horas. Além da tomada do peso foi efetuada a
classificação de acordo com a condição corporal (ECC), com escores de 1,0 (magro) a 5,0 (gordo),
atribuídos por observação visual. O manejo diário dos animais, tais como os apartes, aplicação de
medicamentos foram realizados em benfeitorias especializadas, que se localizavam ao lado da
pastagem.
3.4.3 Tratamentos
Para testar os diferentes suplementos e suas interações foram desenvolvidos três
experimentos:
No experimento 1 participaram 12 animais e constou de quatro tratamentos:
1. FGM 0 - Novilhos não suplementados.
2. FGM 0,25- Novilhos suplementados com FGM a 0,25% do peso vivo (PV).
3. FGM 0,50- Novilhos suplementados com FGM a 0,50% do PV.
4. FGM 0,75- Novilhos suplementados com FGM a 0,75% do PV.
No experimento 2 participaram 9 animais e constou de três tratamentos:
1. FAD 0 - Novilhos não suplementados.
2. FAD 0,40 - Novilhos suplementados com FAD a 0,40% do PV
3. FAD 0,75 - Novilhos suplementados com FAD a 0,75% do PV
No experimento 3 participaram 15 animais e constou de cinco tratamentos:
1. Testemunha - Novilhos não suplementados.
2. T0FAD - Novilhos suplementados a 0,75% do PV com 100% de FGM.
3. T33FAD- Novilhos suplementados a 0,75% do PV com 33,33% de FAD e 66,66%
de FGM.
4. T66FAD- Novilhos suplementados a 0,75% do PV com 66,66% de FAD e 33,33%
de FGM.
5. T100FAD- Novilhos suplementados a 0,75% do PV com 100% de FAD.
3.4.4 Implantação e manejo da pastagem
A semeadura da pastagem foi realizada no início do mês de novembro de 2004, utilizando-se
3 cm de profundidade e de 20 a 24 sementes de sorgo, variedade pastejo por metro linear, em
sistema de plantio direto com adubação de base de 480 kg/ha de adubo químico da fórmula 5-20-20.
A adubação nitrogenada foi realizada em cobertura, na forma de uréia (150 kg/ha), parceladas em
duas aplicações.
A massa de forragem foi determinada pelo método descrito por WILM (1944), sendo as
avaliações realizadas no início de cada período dos experimentos. As amostras foram tomadas
aleatoriamente, sendo quatro cortadas rente ao solo e 20 observações visuais realizadas por dois
avaliadores treinados. A forragem proveniente de cada amostra cortada foi homogeneizada e,
posteriormente, duas amostras compostas foram retiradas. Uma amostra foi utilizada para a
estimativa da composição estrutural da pastagem e outra para determinação da matéria seca (MS).
As diversas frações foram separadas manualmente e secas em estufa de ar forçado a 55°C, para a
estimativa do percentual de cada componente em base na MS. A simulação de pastejo foi realizada
(3 dias por período) para a obtenção de material representativo do consumo (qualitativo) dos
animais e para posteriores análises laboratoriais.
A área foi dividida em dois piquetes por meio de cerca elétrica tendo o piquete 1 uma área
de 1,72 ha e o piquete 2 de 2,97 ha, equipados com bebedouros regulados por torneira bóia. As
áreas dos piquetes foram pastejadas em sistema rotacionado, de acordo com a disponibilidade de
forragem, sendo o piquete 1, utilizado no primeiro período (21 dias) e o piquete 2 no segundo
período (15 dias). Os períodos experimentais não foram maiores em decorrência de um grande
período de estiagem.
3.4.5 Análises Bromatológicas
Nas amostras de alimentos, sobras e de fezes foram determinados o teor de MS por secagem
em estufa a 105
0
C, durante pelo menos 8 horas e de matéria orgânica (MO) por queima em mufla a
550
0
C, durante 2 horas. O teor de nitrogênio (N) total foi determinado por um método Kjeldahl
(método 984.13, AOAC, 1995), modificado conforme descrito por KOZLOSKI et al. (2003) e a PB
calculada multiplicando-se o teor de N por 6,25. Os teores de N insolúvel em detergente ácido
(NIDA) e N insolúvel em detergente neutro (NIDN) foram analisados de acordo com LICITRA et
al. (1996). O teor de extrato etéreo (EE) foi determinado por tratar as amostras com éter etílico em
sistema de refluxo, a 180°C, durante 2 horas (Soxtherm, Gerhardt, Germany). Os teores de fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina em detergente ácido (LDA)
foram determinados de acordo com ROBERTSON e VAN SOEST (1981). Contudo, a
determinação de FDN foi feita com uso de sacos de poliéster conforme modificação de KOMAREK
(1993).
3.4.6 Estimativa da produção fecal
Para a obtenção do consumo de MS foi estimada a produção fecal utilizando-se o marcador
externo óxido de cromo (Cr
3
O
6
). O marcador foi administrado por via oral na quantidade de 10g
(embalados em papel) por animal, às 14:30 horas, sendo os primeiros 7 dias para adaptação e 3 dias
para a coleta de fezes. Este manejo começava nos dez últimos dias do período. As fezes foram
coletadas via retal e obtidas amostras nos tempos de 0, 1, 4, 6, 8, 12, 15, 18 e 24 horas após a
dosificação. As amostras fecais obtidas, foram congeladas imediatamente após as coletas;
posteriormente secas em estufa de ar forçado a 55 C° por 72 horas e moídas em peneira com crivos
de 1 mm , sendo identificadas por animal, tratamento e período. As amostras foram misturadas para
obtenção de uma “composta”, agrupando-se para o mesmo animal, os diferentes horários de coleta.
3.4.7 Determinação do teor de Óxido de Cromo
Para determinação do cromo, aproximadamente 0,5g de amostra parcialmente seca foi
pesada em um becker com capacidade para 25ml, queimada em mufla a 550°C durante duas horas,
adicionados 5ml de uma solução contendo 10g de molibdato de sódio, 150ml de água destilada,
150ml de ácido sulfúrico e 200ml de ácido perclórico (CZARNOCKI et al. 1961), coberto com bola
de vidro e colocado em uma chapa quente a aproximadamente 200°C. Após a solução passar de
uma cor esverdeada para amarelo-alaranjada (em torno de 1 a 2 horas após), o conteúdo foi
totalmente transferido para um balão volumétrico de 100ml, lavando-se o becker várias vezes com
água destilada, completado o volume com água destilada, filtrado (papel filtro comum) e uma
alíquota coletada para determinação de cromo por espectrofotometria de absorção atômica
(GROVUM & WILLIANS 1973).
A produção fecal foi calculada pela seguinte equação:
63
63
.
)/(
OCrconc
OCr
diagPF = .
)/(
)/(
gMSgfezes
diagfornecido
3.4.8 Digestibilidade aparente e verdadeira da matéria seca (MS)
A digestibilidade verdadeira da MS foi determinada nas amostras de suplementos e
simulação de pastejo. As amostras foram pesadas (aproximadamente 300mg) em duplicatas,
colocadas em saquinhos de poliester (3 × 4 cm), com porosidade de 50u, os quais foram selados e
incubados em recipientes de vidro (capacidade de 2 litros), mantidos em banho-maria a 39°C,
durante 48 horas, em um sistema de agitação lenta. Cada frasco continha 800 ml de uma solução
tampão e 200 ml de fluido ruminal (TILLEY & TERRY (1969), modificado pela ANKOM (Ankom
Tecnology Corporation, New York, USA)). Após as 48 horas de incubação, os saquinhos foram
retirados, lavados em água corrente e submetidos à solução detergente neutro (ROBERTSON e
VAN SOEST, 1981) em autoclave, à 110°C durante 60 minutos. A seguir foram lavados com água
corrente, água destilada quente e acetona, secos em estufa a 105°C durante pelo menos 8 horas e
pesados.
A digestibilidade aparente da MS foi determinada subtraindo-se 7% do valor da
digestibilidade verdadeira, e este valor utilizado na estimativa do consumo de MS, segundo a
seguinte equação:
=
DAMS
diakgMSPF
diakgCMS
100
)/(
.100)/(
onde CMS= consumo de matéria seca, PF= produção fecal, e DAMS= digestibilidade aparente da
matéria seca.
3.4.9 Degradabilidade Ruminal
A degradabilidade ruminal da forragem ingerida e dos suplementos foi determinada pelo
método de produção de gás “in vitro”, técnica modificada por MAURÍCIO et al. (1999), com a
finalidade de se obter dados que possam explicar os resultados de desempenho. Amostras de 1 g de
MS de pastagem de sorgo e suplementos foram pesadas em triplicata em frascos de vidro com
capacidade de 160 ml. Cada frasco recebeu, juntamente com as amostras de MS 90 ml de solução
tampão de McDougal e 10 ml de inóculo, sendo ejetados por 10 segundos com CO2. Os frascos
foram vedados com rolhas de borracha, sendo posteriormente mantidos a 4°C. Cinco horas antes da
inoculação os frascos foram removidos da geladeira para a estufa à 39ºC, até o momento de
receberem o inóculo.
A inoculação foi feita usando líquido ruminal obtido de um bovino fistulado. A coleta do
líquido ruminal foi realizada com auxílio de bomba de vácuo. O líquido ruminal no momento da
retirada era armazenado em erlenmeyer que estava mergulhado em água pré-aquecida à 39ºC, sendo
a temperatura da água controlada com auxílio de um termômetro. Imediatamente após a coleta, o
líquido ruminal foi levado ao laboratório.
No laboratório, o líquido ruminal foi filtrado através de camadas de gases sob injeção
contínua de CO2 e mantido aquecido a 39°C. A inoculação foi feita por meio de injeção de 10 ml
do inóculo por frasco, utilizando seringa plástica conectada a uma agulha. Frascos contendo
somente líquido ruminal e meio de cultura (tampão) foram usados como controle.
A pressão (psi = pressão por polegada quadrada) originada dos gases acumulados na parte
superior dos frascos foi medida utilizando um transdutor de pressão tipo T443A (Bailey e Mackey,
Inglaterra), conectado a um leitor digital e interface com um micro computador para permitir a
captura direta dos dados. As leituras de pressão foram tomadas com maior freqüência durante a fase
inicial de fermentação e reduzidas posteriormente (1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48, 72, 96 h
pós-incubação). As leituras das pressões foram tomadas inserindo uma agulha de 0,6 mm acoplada
ao transdutor na tampa de borracha. As pressões tanto foram lidas no leitor digital e descarregadas
em microcomputador no momento das tomadas de leituras. Utilizando uma válvula de escape, os
gases acumulados foram retirados até o momento que a leitura no leitor digital chegasse a zero,
confirmando a retirada total dos gases. O transdutor então era removido levantando a agulha do
local para permitir a acumulação de gases. Após cada tomada de leitura, os frascos voltavam para a
estufa. Com o somatório do volume de gás para cada tempo de leitura, foram construídas as curvas
de produção cumulativa de gases oriundos da degradação da MS. A cinética da produção
cumulativa de gases foi analisada segundo o modelo descrito por SCHOFIELD et al. (1994).
3.4.10 Delineamento experimental e análise estatística
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com quatro tratamentos e três
repetições. As unidades experimentais foram constituídas de três animais por tratamento, alocados
em um único piquete. A análise estatística foi realizada através de análise de variância, teste de
Tukey, estudos de regressão e contrastes ortogonais. O nível crítico de significância foi de 5% de
probabilidade, e as análises realizadas através do programa estatístico SAS versão 6.11 (SAS,
1997). O modelo matemático para análise de variância utilizada foi o seguinte:
,)()(
ijkikkijiijk
Y
ε
α
ρ
ρ
α
σ
α
+
+
+
+
+=
em que: Y
ijk
= variáveis dependentes; µ = média das observações; α
i
= efeito do i-ésimo tratamento;
σ
j
(α
i
) = efeito da j-ésima repetição dentro do i-ésimo tratamento (erro A); ρ
k
= efeito do k-ésimo
período; (αρ
)
ik
= efeito de interação entre o i-ésimo tratamento e o k-ésimo período;
ε
ijk
= efeito do
erro experimental aleatório (erro B).
Foram realizados estudos de regressão para determinar o efeito de tratamentos, seguindo o
seguinte modelo de regressão polinomial:
)(
2
210 ijiiii
XXY
ασλβββ
++++=
em que: Y
i
= variável dependente; β
0,
β
1
e β
2
= constantes a serem estimadas (β
0
= intercepta da
equação, β
1
= coeficiente de regressão linear, β
2
= coeficiente de regressão quadrático); X
i
= i-ésimo
nível de farelo de glúten
; λ
i
= desvio i da regressão e
σ
j
(α
i
) = erro aleatório baseado na repetição
dentro de cada tratamento.
3.5 Resultados e discussão
Na tabela 1 são apresentadas as médias para a composição química da forragem obtida por
simulação de pastejo (SP) e suplementos utilizados. A SP apresentou um teor de PB de 9,63% e foi
semelhante aos 8,22 % obtidos por GOES et al. (2003), quando avaliaram uma gramínea tropical
(Brachiaria arrecta). Os mesmos autores ressaltaram que a SP pode servir como estimativa
satisfatória da dieta selecionada por bovinos. Apesar de uma FDN de 50,07%, o material
selecionado pode ser considerado de boa valor nutritivo, já que a DIVMS foi de 71,77 %.
O FGM apresentou um teor de PB de 19,84%, um pouco abaixo da faixa de 21 a 23% de PB
propostos pelo NRC (1996). No entanto, o FAD apresentou uma PB de 13,27%, sendo este valor
um pouco inferior aos 14,62% obtidos por SAHOO et al. (1999). Os dois suplementos apresentaram
uma diferença numérica considerável quanto aos teores de FDN, LDA, MM, MO, NDT e DIVMS,
indicando ser superior a valor nutritivo do FGM em relação ao FAD. A MM do FAD ficou em
média 23,97% sendo muito acima do encontrado na literatura. Este fato pode ser explicado pela
grande quantidade de casca de arroz encontrada nas amostras (NRC, 1996; SAHOO et al. 1999).
Na tabela 2 são apresentados os dados médios para massa de forragem (MF), carga animal
(CA) e composição estrutural da pastagem. A MF média foi de 6837,10 kg de MS por ha e a CA de
3753,55 kg de PV por hectare. RESTLE et al. (2002) quando trabalharam com produção animal em
sorgo forrageiro obtiveram resultados inferiores (MF de 2039 kg de MS/ha e CA de 1389 kg de
PV/ha) aos apresentados neste experimento, mas os autores citados trabalharam com pastejo
contínuo. O sorgo apresentou uma participação na MS de 85,09% na composição estrutural da
pastagem, e as outras espécies, com destaque ao papuã (Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc),
ficaram com 14,89%.
Tabela 1- Composição química da simulação de pastejo (SP) e suplementos na base seca (% MS)
*Suplementos Composição
química
SP T0FAD(
2
FGM) T33FAD T66FAD T100FAD(
3
FAD)
MS % 22,93 84,39 85,98 87,90 89,31
% da MS
**
PB 9,63 19,84 16,93 15,05 13,27
FDN 50,07 27,75 27,58 21,56 20,84
FDA 23,74 7,72 8,93 10,62 11,89
NIDN 0,41 0,22 0,17 0,19 0,19
NIDA 0,04 0,02 0,02 0,04 0,03
LDA 2,88 1,28 3,84 3,00 4,44
EE 2,80 4,54 3,17 5,07 5,13
MM 7,46 8,49 13,53 18,96 23,97
MO 92,53 91,51 86,46 81,04 76,02
NDT
1
66,13 76,66 65,79 65,86 59,45
DIVMS 71,77 77,76 75,25 73,59 72,89
1
Estimado pelo NRC (1996).
2
FGM= farelo de glúten de milho
3
FAD = farelo de arroz desengordurado
*
T0FAD à T100FAD = níveis de inclusão de FAD de 0 a 100% na ração, em substituição ao FGM
**
PB=proteína bruta, FDN= fibra em detergente neutro, FDA= fibra em detergente ácido, NIDN= nitrogênio insolúvel
em detergente neutro, NIDA= nitrogênio insolúvel em detergente ácido, LDA= lignina em detergente ácido, EE=
estrato etéreo, MM= matéria mineral, MO= matéria orgânica, NDT= nutrientes digestíveis totais e DIVMS=
digestibilidade in vitro da matéria seca.
Tabela 2- Dados produtivos da pastagem de sorgo forrageiro
Parâmetros Média
Massa de forragem, kg de MS/ha 6837,10
Carga animal, kg de PV/ha 3753,55
Sorgo, % de participação na MS 85,09
Outras espécies, % de participação na MS 14,89
Sorgo
Folhas, % de participação na MS 12,86
Colmo, % de participação na MS 67,10
Material morto, % de participação na MS 5,11
Outras Espécies
Folhas, % de participação na MS 12,07
Material morto, % de participação na MS 2,81
As médias relativas à técnica de produção de gás in vitro são apresentadas na tabela 3. A SP
apresentou um volume final (VF) de gases de 241,95 ml e este foi superior numericamente aos
suplementos, que tiveram VF médio de 205,12 ml. Isto indica que a forragem tem um potencial
fermentativo maior que os suplementos. A taxa de produção de gases da SP (3,8%/hora) foi inferior
à 4,9%/hora encontrado por MAURÍCIO et al. (2003), que testaram diversos híbridos de sorgo para
silagem. Os mesmos autores descrevem o “lag time” como o período inicial da fermentação e no
presente experimento foi de 3,3 horas para a SP, sendo superior à 2,25h encontrados pelos
pesquisadores citados acima.
Tabela 3 - Volume final de produção de gases, taxa de produção de gases e lag time das amostras de
simulação de pastejo (SP) e suplementos
*
Suplementos
Parâmetro
**SP
T0FAD
(
1
FGM)
T33FAD T66FAD
T100FAD
(
2
FAD)
Volume Final, ml 241,95 227,1 225 193,6 174,8
***TPG, % /hora 3,8 3,2 4,0 4,0 4,1
Lag Time, horas 3,3 2,0 2,6 3,0 2,1
1
FGM= farelo de glúten de milho
2
FAD = farelo de arroz desengordurado
*
T0FAD à T100FAD = níveis de inclusão de FAD de 0 a 100% na ração, em substituição ao FGM
**Amostras de forragem obtidas por simulação de pastejo
***TPG = Taxa de produção de gases
Os suplementos apresentaram VF distintos, sendo o menor valor (174,8 ml) para o FAD. A
alta concentração de MM (23,97%) que este alimento apresentou, certamente influenciou
negativamente o seu potencial de fermentação. O FGM apresentou uma taxa de produção de gases
de 3,2 %/hora, contra 4,1%/hora do FAD, indicando que o FGM possui uma degradabilidade
ruminal mais lenta. O lag time foi semelhante entre os suplementos utilizados, ficando em média
2,05 horas.
Os dados de desempenho animal do experimento 1 estão expressos na tabela 4. Não houve
diferença (P>0,05) para as médias dos tratamentos nas variáveis escore corporal (EC) e consumo de
forragem (CF) quando expresso em kg e % do PV, tendo média de 4,40 e 1,96, respectivamente.
De acordo com o nível de suplementação (NS) energética pode ocorrer substituição do CF pelo
concentrado, mas pelos resultados obtidos não foi observado, apesar de um decréscimo numérico
linear no CF. Segundo CATON & DHUYVETTER (1997) os efeitos negativos sobre o consumo e
digestibilidade ruminal seriam notados com fornecimento de suplemento em nível igual ou superior
a 0,8% do PV ou 30 g por kg de peso metabólico.
Foi caracterizado no presente experimento o efeito aditivo sobre o CMS, onde os nutrientes
do suplemento se somam aos da forragem para incrementar o CMS e consequentemente o ganho de
peso médio diário (GMD). Estes resultados concordam com os obtidos por FRIZZO et al. (2003),
onde os autores observaram efeito aditivo quando o nível de suplementação energética foi de 0,70%
do PV e substitutivo ao nível de 1,4% do PV. Já ROCHA et al. (2003) observaram efeito
substitutivo a 1,0% do PV, quando utilizaram grão de sorgo moído na recria de bezerras de corte.
Tabela 4 – Desempenho animal em função dos níveis de suplementação com farelo de glúten de
milho em relação ao peso vivo (PV) dos animais
Tratamentos
*
Parâmetros
FGM 0 FGM 0,25 FGM 0,50 FGM 0,75 Média EP
Peso, Kg 226,92 232,48 236,23 236,52 233,03 3,16
**EC, pontos 2,68 2,72 2,76 2,73 2,72 0,06
GMD, kg 0,63 0,94 0,95 0,94 0,86 0,06
CMS, Kg 4,79 4,92 5,44 5,89 5,26 0,20
CMS, % PV 2,15 2,20 2,37 2,65 2,34 0,11
CF, KG 4,78 4,36 4,30 4,16 4,40 0,26
CF, % PV 2,15 1,95 1,87 1,88 1,96 0,48
CTM, g 84,73 87,42 95,08 104,44 92,91 4,30
*FGM=Farelo de Glúten de Milho de 0 a 0,75 % do PV
**Escala de 1 a 5, onde 1= muito magro e 5= muito gordo
CF= consumo de forragem
Peso= 225,36 + 20,46X (P<0,05; R
2
=0,766)
GMD (Ganho médio diário)= 0,718 + 0,409X (P<0,05; R
2
=0,777)
CMS (Consumo de matéria seca), kg = 4,63 + 1,68X (P<0,05; R
2
=0,835)
CMS, %PV= 2,09 + 0,67X (P<0,05; R
2
=0,724)
CTM (Consumo por unidade de tamanho metabólico) = 82,58 + 27,55X (P<0,05; R
2
=0,777)
O GMD apresentou média de 0,860 kg/animal/dia e foi significativamente (P<0,05)
influenciado pelos tratamentos, ficando evidenciado um acréscimo linear à medida que aumentou o
NS. Estes resultados são superiores aos obtidos por ELIZALDE et al. (1998) que encontraram
GMD de 0,690 kg em novilhos consumindo 1,4 kg de FGM por dia e também superiores aos 0,500
kg/animal/dia encontrados por GOMES et al. (2002) que trabalharam com animais em fase de
recria, suplementados com FGM em gramíneas tropicais na época de seca. Quando trabalharam
com níveis de PB para bezerros recém desmamados, PASCOAL et al. (2000) obtiveram GMD
médio de 0,692 kg.
O peso dos animais também teve comportamento linear crescente (P<0,005) e pode ser
explicado pelos diferentes GMD, já que os animais tiveram o mesmo peso inicial.
Ainda na tabela 4, os CMS em kg e porcentagem do PV, ficaram em média 5,26 e 2,34,
respectivamente, e sofreram influência (P<0,005) dos tratamentos, aumentando linearmente com o
NS. O efeito aditivo sobre o CMS ficou caracterizado, já que o CF não teve o mesmo
comportamento do CMS. No experimento de TIBO et al. (2000) foi observado o mesmo efeito
linear crescente dos níveis de concentrado sobre o CMS, ficando com média (1,85 % do PV) um
pouco abaixo do presente experimento. Este fenômeno não foi observado no trabalho de
WHELEER et al. (2002) que não verificaram aumento do CMS (média de 2,23 % do PV) em vacas
de corte mantidas em pastagem de estação quente com NS protéicos. Quando trabalharam com
diferentes idades de rebrota em pastagens, HITCHCOCK et al. (1990) obtiveram um CMS médio
de 2,56% do PV com novilhos da raça Aberdeen Angus.
Os tratamentos influenciaram (P<0,05) o CTM que ficou em média 100,34g por unidade de
peso metabólico e se enquadrou em uma equação de regressão linear e crescente. Estes valores são
semelhantes aos obtidos por HITCHCOCK et al. (1990) que observaram um CTM médio de 106,2
g por unidade de peso metabólico.
Na tabela 5 estão expressos os dados de desempenho animal para o experimento 2. Os
tratamentos não influenciaram (P>0,05) as variáveis peso, EC e GMD, ficando estas em média
225,99 kg, 2,70 pontos e 0,630 kg /animal/ dia, respectivamente. PARDO et al. (2003) avaliaram
novilhos mestiços de 15 meses de idade média e observaram GMD médio de 0,530 kg com NS
utilizando grão de sorgo moído.
Tabela 5 – Desempenho animal em função dos níveis de suplementação com farelo de arroz
desengordurado em relação ao peso vivo dos animais
Tratamentos
*
Parâmetros
FAD 0 FAD 0,40 FAD 0,75 Média EP
Peso, Kg 223,58 228,87 225,53 225,99 3,98
**EC, pontos 2,68 2,71 2,73 2,70 0,06
GMD, kg 0,62 0,80 0,49 0,63 0,13
CMS, Kg 4,72 5,78 6,31 5,60 0,22
CMS, % PV 2,14 2,66 2,85 2,55 0,14
CF, KG 4,71 4,88 4,57 4,72 0,22
CF, % PV 2,14 2,26 2,07 2,15 0,14
CTM, g 84,76 104,32 111,95 100,34 4,87
*FAD = Farelo de Arroz Desengordurado, de 0 a 0,75 % do peso vivo
** EC= escore corporal na escala de 1 a 5, onde 1= muito magro e 5= muito gordo
GMD= ganho médio diário
CMS (consumo de matéria seca), kg = 4,72 + 2,29X (P<0,05; R
2
=0,906)
CMS, %PV= 2,19 + 0,92X (P<0,05; R
2
=0,796)
CF= consumo de forragem
CTM (consumo por unidade de tamanho metabólico), g = 85,87 + 37,31X (P<0,05; R
2
=0,851)
Embora o efeito quadrático não tenha sido significativo, os dados indicaram um GMD
numericamente inferior para o FAD 0,75 em relação aos demais tratamentos. Como o CMS
(expresso em kg e % do PV) aumentou (P<0,05) de acordo com o NS, o GMD deveria ter
acompanhado tal comportamento, já que neste nível de suplementação se observa efeito aditivo do
concentrado no desempenho animal (CATON & DHUYVETTER, 1997; FRIZZO et al. 2003). Este
fato pode ser explicado por uma possível acidose ruminal crônica no FAD 0,75 já que os animais
apresentaram sinais clínicos de laminite, como por exemplo, edema e sangramento nos cascos
(OWENS et al. 1998). O CMS ficou com média de 2,55% do PV, e também foi linear no trabalho
de BERCHIELLI et al. (1994) quando utilizaram incrementos nas proporções de concentrados nas
dietas. Quando trabalharam com três níveis de consumo, e aproximadamente 40% de concentrado
na dieta, LEÃO et al. (2005b) observaram aumento linear do CMS em % do PV com novilhos
confinados.
Ainda na tabela 5, pode-se constatar que os NS com FAD não provocaram efeito
substitutivo sobre o CF, já que não foi observado decréscimo (P<0,05) do CF (expresso em kg e %
do PV) de acordo com os tratamentos, obtendo-se em média 4,72 e 2,15, respectivamente. O CF em
% do PV foi inferior ao de ALMEIDA et al. (2003) que trabalharam com bezerros recém
desmamados e PV médio de 138 kg mantidos em pastagens tropicais, e obtiveram CF de 2,70% do
PV na época seca e 2,40% do PV nas águas. EUCLIDES et al. (1993) observaram consumos de
2,32 e 2,38% do PV, em pastagens de B. decumbens e de B. brizantha. Quando o CF do tratatmento
FAD 0 (2,14% PV) é comparado aos dados de literatura citados acima, este é inferior, mas vale a
pena ressaltar que estes animais receberam apenas 4 horas de pastejo diário.
Os tratamentos tiveram influência significativa (P<0,05) sobre o CTM, e este se enquadrou
em uma equação de regressão linear e crescente, à medida que os NS foram acrescidos, tendo uma
média de 100,34g por unidade de peso metabólico. Estes valores são semelhantes aos obtidos no
experimento 1 e também aos de HITCHCOCK et al. (1990).
Os resultados obtidos para o desempenho animal no experimento 3 estão expressos na tabela
6. As variáveis peso e EC não foram influenciadas significativamente (P>0,05) pelos tratamentos,
ficando em média 238,39 kg e 2,75 pontos, respectivamente.
Apesar dos dados indicarem um comportamento linear e decrescente para o GMD, à medida
que o nível de inclusão de FAD teve acréscimo, este não foi estatisticamente significativo (P>0,05),
ficando com a média de 0,912 kg/animal/dia. Os resultados obtidos para o GMD foram similares
aos obtidos por FORSTER et al. (1993) que trabalharam com suplementação (FAD e milho) à pasto
com novilhos, e observaram GMD médio de 0,831 kg/animal/dia.
Tabela 6 – Desempenho animal em função dos níveis crescentes de inclusão de farelo de arroz
desengordurado no suplemento
*Tratamentos
Parâmetros
T0FAD T33FAD T66FAD T100FAD Média EP
Peso, kg 238,30 242,06 243,42 229,80 238,39 5,77
**EC, pontos 2,73 2,80 2,76 2,74 2,75 0,05
GMD, Kg 0,96 1,08 1,09 0,50 0,912 0,18
CMS, Kg 5,92 6,48 5,95 6,40 6,18 0,18
CMS, % PV 2,65 2,79 2,55 2,83 2,70 0,10
CF, KG 4,19 4,73 4,19 4,64 4,44 0,22
CF, % PV 1,89 2,04 1,80 2,06 1,94 0,10
CTM, g 104,69 112,71 102,97 111,98 108,08 3,80
*T0FAD à T100FAD = níveis de 0 a 100% de farelo de arroz desengordurado (FAD) na ração em substituição ao farelo
de glúten de milho (FGM).
**EC= escore corporal na escala de 1 a 5, onde 1= muito magro e 5= muito gordo
GMD= ganho médio diário
CMS=consumo de matéria seca
CF= consumo de forragem
CTM= consumo por unidade de tamanho metabólico
O T100FAD ficou com GMD médio de 0,500 kg/animal/dia, e após um estudo de contrastes
verificou-se diferença estatística (P=0,025) quando comparado contra os demais tratamentos. O
baixo desempenho do T100FAD provavelmente seja explicado por uma laminite em decorrência de
acidose ruminal, já que estes novilhos apresentaram sinais clínicos compatíveis com a enfermidade
(OWENS et al. 1998). Os bovinos que receberam FGM não apresentaram nenhuma alteração
patológica que pudesse comprometer o seu desempenho e segundo KREHBIEL et al. (1995) o
FGM, com alto teor de fibra e baixo nível de amido, pode atuar reduzindo desordens metabólicas
relacionadas com acidose ruminal.
O CMS e CF (em kg e % PV) não sofreram influência dos tratamentos, ficando em média
6,18; 2,70; 4,44 e1,94 respectivamente. O CMS em % PV deste experimento foi numericamente
superior aos obtidos por SAHOO et al. (1999) que trabalharam com novilhos submetidos a
diferentes níveis de inclusão de FAD na dieta, e conseguiram CMS médio de 2,47 % do PV. Estes
autores também não observaram efeito da inclusão de FAD no consumo de volumoso. Ainda na
tabela 6, pode-se observar que o CTM não foi alterado (P>0,05) com os níveis de inclusão de FAD
ficando com média de 108,8 g por unidade de peso metabólico.
3.6 Conclusões
O farelo de glúten de milho demonstrou potencializar o ganho de peso médio diário de
acordo com o aumento do nível de suplementação em relação ao peso vivo.
O farelo de arroz desengordurado pode ser utilizado isoladamente em suplementação
aproximadamente à 0,40% do peso vivo dos animais. Níveis acima destes podem prejudicar o
desenvolvimento dos bovinos.
A mistura dos dois suplementos não influenciou o desempenho dos animais.
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APÊNDICES
APÊNDICE A- Análise de Variância para o ganho de peso médio diário (gmd) do experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,17412028 0,17412028 1,76 0,2110
Tratamento 3 0,16225113 0,05408371 2,38 0,2102
*Rep(TRAT) 4 0,09079287 0,02269822 0,23 0,9158
Período 1 0,14667045 0,14667045 1,49 0,2483
Tratamento*período 3 0,31024565 0,10341522 1,05 0,4099
Erro b 11 1,08554714 0,09868610
APÊNDICE B- Análise de Variância para o peso do experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 10673,07743 10673,07743 439,98 <,0001
Tratamento 3 242,1798358 80,7266119 1,35 0,3770
*Rep(TRAT) 4 239,06511 59,76628 2,46 0,1067
Período 1 1218,37500 1218,37500 50,23 <,0001
Tratamento*período 3 52,45833 17,48611 0,72 0,5602
Erro b 11 266,83924 24,25811
APÊNDICE C- Análise de Variância para o escore corporal (ec) do experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00000180 0,00000180 0,00 0,9829
Tratamento 3 0,10669656 0,03556552 1,27
0,3970
*Rep(TRAT) 4 0,11184460 0,02796115 7,49 0,0036
Período 1
0,05510417
0,05510417 14,77 0,0027
Tratamento*período 3 0,02197917 0,00732639 1,96 0,1780
Erro b 11 0,04103987 0,00373090
APÊNDICE D - Análise de Variância para os parâmetros consumo de matéria seca total (CMS) do
experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 5,12692581 5,12692581 14,83 0,0027
Tratamento 3 2,33939811 0,77979937 2,99
0,1585
*Rep(TRAT) 4 1,04195152 0,26048788 0,75 0,576
Período 1
17,00166667
17,00166667 49,17 <,0001
Tratamento*período 3 0,26150000 0,08716667 0,25 0,8582
Erro b 11 3,80385752 0,34580523
APÊNDICE E - Análise de Variância para os parâmetros consumo de matéria seca em
percentagem de peso vivo (CMSPV) do experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00441445 0,00441445 0,07 0,7996
Tratamento 3 0,70817478 0,23605826 2,95
0,1618
*Rep(TRAT) 4 0,32042363 0,08010591 1,23 0,3543
Período 1
2,14203750
2,14203750 32,83 0,0001
Tratamento*período 3 0,07194583 0,02398194 0,37 0,7780
Erro b 11 0,71780222 0,06525475
APÊNDICE F- Análise de Variância para o parâmetros consumo de forragem (CF) do experimento
1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 3,78560674 3,78560674 11,95 0,0054
Tratamento 3 0,76945867 0,25648622 0,60
0,6468
*Rep(TRAT) 4 1,70205447 0,42551362 1,34 0,3145
Período 1
15,55260000
15,55260000 49,11 <,0001
Tratamento*período 3 0,32876667 0,10958889 0,35 0,7927
Erro b 11 3,48340159 0,31667287
APÊNDICE G - Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem em percentagem do
peso vivo(CFPV) do experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00560817 0,00560817 0,08 0,7772
Tratamento 3 0,14239602 0,04746534 0,60
0,6476
*Rep(TRAT) 4 0,31575551 0,07893888 1,18 0,3706
Período 1
2,12415000
2,12415000 31,86 0,0002
Tratamento*período 3 0,07658333 0,02552778 0,38 0,7674
Erro b 11 0,73341683 0,06667426
APÊNDICE H - Análise de Variância para o parâmetro consumo em tamanho metabólico (CTM)
do experimento 1
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00013548 0,00013548 1,24 0,2892
Tratamento 3 0,00099897 0,00033299 3,01
0,1576
*Rep(TRAT) 4 0,00044283 0,00011071 1,01 0,4419
Período 1
0,00365778
0,00365778 33,48 0,0001
Tratamento*período 3 0,00011424 0,00003808 0,35 0,7910
Erro b 11 0,00120185 0,00010926
APÊNDICE I - Análise de Variância para o parâmetro ganho de peso médio diário (gmd) do
experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,09123814 0,09123814 1,17 0,3111
Tratamento 2 0,12274249 0,06137125 0,58
0,6104
*Rep(TRAT) 3 0,31497913 0,10499304 1,35 0,3266
Período 1
0,14907533
0,14907533 1,91 0,2043
Tratamento*período 2 0,60832451 0,30416226 3,90 0,0658
Erro b 8 0,62421160 0,07802645
APÊNDICE J - Análise de Variância para o parâmetro peso do experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 11860,03053 11860,03053 629,17 <,0001
Tratamento 2 235,2056874 117,6028437 1,25
0,4036
*Rep(TRAT) 3 283,01382 94,33794 5,00 0,0305
Período 1
304,22222
304,22222 16,14 0,0039
Tratamento*período 2 82,11111 41,05556 2,18 0,1757
Erro b 8 150,80280 18,85035
APÊNDICE K - Análise de Variância para o parâmetro escore corporal (ec) do experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00744298 0,00744298 1,39 0,2730
Tratamento 2 0,02301434 0,01150717 0,43
0,6868
*Rep(TRAT) 3 0,08085548 0,02695183 5,02 0,0303
Período 1
0,00055556
0,00055556 0,10 0,7560
Tratamento*período 2 0,00027778 0,00013889 0,03 0,9746
Erro b 8 0,04297369 0,00537171
APÊNDICE L - Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca total (CMS) do
experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 5,36128245 5,36128245 10,90 0,0108
Tratamento 2 1,92148667 0,96074334 3,16
0,1827
*Rep(TRAT) 3 0,91243127 0,30414376 0,62 0,622
Período 1
4,67160556
4,67160556 9,50 0,0151
Tratamento*período 2 2,44067778 1,22033889 2,48 0,1451
Erro b 8 3,93470088 0,49183761
APÊNDICE M - Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca em percentagem
do peso vivo (CMSPV) do experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,08466684 0,08466684 0,90 0,3701
Tratamento 2 0,57379326 0,28689663 2,31
0,2474
*Rep(TRAT) 3 0,37328500 0,12442833 1,33 0,3322
Período 1
0,45760556
0,45760556 4,87 0,0583
Tratamento*período 2 0,51701111 0,25850556 2,75 0,1231
Erro b 8 0,75105816 0,09388227
APÊNDICE N - Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem (CF) do experimento
2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 3,58408870 3,58408870 6,74 0,0318
Tratamento 2 1,00716857 0,50358429 1,68
0,3245
*Rep(TRAT) 3 0,90097325 0,30032442 0,56 0,6533
Período 1
3,93868889
3,93868889 7,41 0,0262
Tratamento*período 2 2,97274444 1,48637222 2,80 0,1200
Erro b 8 4,25281963 0,53160245
APÊNDICE O - Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem em percentagem do
peso vivo (CFPV) do experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,07185881 0,07185881 0,69 0,4292
Tratamento 2 0,43319213 0,21659606 1,80
0,3070
*Rep(TRAT) 3 0,36173825 0,12057942 1,16 0,3821
Período 1
0,41102222
0,41102222 3,96 0,0816
Tratamento*período 2 0,58884444 0,29442222 2,84 0,1169
Erro b 8 0,82932452 0,10366556
APÊNDICE P - Análise de Variância para o parâmetro consumo em tamanho metabólico (CTM)
do experimento 2
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00000137 0,00000137 0,01 0,9261
Tratamento 2 0,00078200 0,00039100 2,78
0,2077
*Rep(TRAT) 3 0,00042241 0,00014080 0,94 0,4637
Período 1
0,00071084
0,00071084 4,77 0,0606
Tratamento*período 2 0,00094213 0,00047106 3,16 0,0975
Erro b 8 0,00119313 0,00014914
APÊNDICE Q - Análise de Variância para o parâmetro ganho de peso médio diário (GMD) do
experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,10275478 0,10275478 2,17 0,1687
Tratamento 3 0,57121623 0,19040541 0,78
0,5619
*Rep(TRAT) 4 0,97162370 0,24290592 5,13 0,0140
Período 1
0,44204082
0,44204082 9,34 0,0109
Tratamento*período 3 0,41349962 0,13783321 2,91 0,0822
Erro b 11 0,52066926 0,04733357
APÊNDICE R -
Análise de Variância para o parâmetro peso do experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 4732,756137 4732,756137 337,88 <,0001
Tratamento 3 604,8020635 201,6006878 0,81
0,5495
*Rep(TRAT) 4 991,474193 247,868548 17,70 <,0001
Período 1
805,041667
805,041667 57,47 <,0001
Tratamento*período 3 173,458333 57,819444 4,13 0,0345
Erro b 11 154,07720 14,00702
APÊNDICE S - Análise de Variância para o parâmetro escore corporal (ec) do experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00086228 0,00086228 0,10 0,7574
Tratamento 3 0,00960873 0,00320291 0,36
0,7860
*Rep(TRAT) 4 0,03555455 0,00888864 1,03 0,4325
Período 1 0,01500000 0,01500000 1,75 0,2133
Tratamento*período 3 0,02916667 0,00972222 1,13 0,3789
Erro b 11 0,09455439 0,00859585
APÊNDICE T - Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca total (CMS) do
experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 2,90335857 2,90335857 10,38 0,0081
Tratamento 3 0,85849574 0,28616525 1,43
0,3587
*Rep(TRAT) 4 0,80133387 0,20033347 0,72 0,5981
Período 1 5,75260417 5,75260417 20,57 0,0009
Tratamento*período 3 3,00304583 1,00101528 3,58 0,0503
Erro b 11 3,07645809 0,27967801
APÊNDICE U - Análise de Variância para o parâmetro consumo de matéria seca em percentagem
do peso vivo (CMSPV) do experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00655832 0,00655832 0,11 0,7459
Tratamento 3 0,21678036 0,07226012 1,10
0,4473
*Rep(TRAT) 4 0,26360388 0,06590097 1,11 0,3999
Período 1 0,31740000 0,31740000 5,35 0,0411
Tratamento*período 3 0,46026667 0,15342222 2,58 0,1062
Erro b 11 0,65302501 0,05936591
APÊNDICE V - Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem (CF) do experimento
3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 1,38512491 1,38512491 4,41 0,0597
Tratamento 3 0,90437489 0,30145830 1,35
0,3763
*Rep(TRAT) 4 0,89092768 0,22273192 0,71 0,6028
Período 1 3,84800417 3,84800417 12,24 0,0050
Tratamento*período 3 3,08054583 1,02684861 3,27 0,0630
Erro b 11 3,45865009 0,31442274
APÊNDICE X - Análise de Variância para o parâmetro consumo de forragem em percentagem do
peso vivo (CFPV) do experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00510367 0,00510367 0,08 0,7875
Tratamento 3 0,22906773 0,07635591 1,18
0,4211
*Rep(TRAT) 4 0,25791291 0,06447823 0,96 0,4648
Período 1 0,25626667 0,25626667 3,83 0,0761
Tratamento*período 3 0,50280000 0,16760000 2,51 0,1131
Erro b 11 0,73563800 0,06687618
APÊNDICE Z - Análise de Variância para o parâmetro consumo em tamanho metabólico (CTM)
do experimento 3
CAUSAS GL SQ QM F P<
Peso Inicial 1 0,00000474 0,00000474 0,05 0,8284
Tratamento 3 0,00031601 0,00010534 1,36
0,375
*Rep(TRAT) 4 0,00031020 0,00007755 0,81 0,546
Período 1 0,00050055 0,00050055 5,20 0,0435
Tratamento*período 3 0,00086422 0,00028807 2,99 0,0773
Erro b 11 0,00105885 0,00009626
APÊNDICE AA - Concentração de Óxido de Cromo obtidas no aparelho de espectrofotometria de
absorção atômica, nas amostras do experimento 1
PERÍODO 1 PERÍODO 2
Animal (ug/ml) (ug/ml)
FGM 0,75
3260 20,9054 17,0475
3270 16,5605 15,445
3272 14,0605 11,272
FGM 0,50
3312 18,1575 13,568
3333 27,44285 18,1435
3271 15,8825 12,83
FGM 0,25
3297 21,9124 19,693
3321 27,625 16,778
3215 16,168 12,592
FGM 0
3242 23,6353 17,626
3309 23,13245 18,3295
3265 17,9505 14,0475
APÊNDICE AB - Leituras obtidas no aparelho de espectrofotometria de absorção atômica para a
concentração de Óxido de Cromo para o experimento 2
PERÍODO 1 PERÍODO 2
Animais Cr (ug/ml) Cr (ug/ml)
FAD 0,75
3273 16,2275 14,112
3295 12,943 18,4525
3211 11,021 11,458
FAD 0,4
3284 20,33065 17,7135
3229 15,016 11,1485
3281 15,5115 15,5325
FAD 0
3242 23,6353 17,626
3309 23,13245 18,3295
3265 17,9505 14,0475
APÊNDICE AC - Leituras obtidas no aparelho de espectrofotometria de absorção atômica para a
concentração de Óxido de Cromo para o experimento 3
PERÍODO 1 PERÍODO 2
Animais Cr (ug/ml) Cr (ug/ml)
T100FAD
3273 16,2275 14,112
3295 12,943 18,4525
3211 11,021 11,458
T66FAD
3234 16,0105 14,338
3314 16,7855 15,944
3227 12,9155 13,5005
T33FAD
3279 16,8915 12,834
3235 14,5465 11,415
3329 14,486 12,5305
T0FAD
3260 20,9054 17,0475
3270 16,5605 15,445
3272 14,0605 11,272
ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Novilhos utilizados nos experimentos.
Figura 2- Administração via oral do marcador Óxido de Cromo.
Figura 3 – Coletas de fezes para determinação da concentração do Óxido de Cromo
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